Só 4 em cada 10 alojamentos e restaurantes já recuperaram do impacto da pandemia

Inquérito do INE revela que 56% das empresas já alcançaram ou até ultrapassaram os níveis de atividade pré-pandemia. Contudo, recuperação está a ser mais lenta no setor do alojamento e restauração.

Quase todas as empresas em Portugal consideram que já foram restabelecidas as condições normais de atividade na sequência da pandemia. E se mais de metade do tecido empresarial assegura que já alcançou ou até ultrapassou este nível de atividade, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a recuperação no setor do alojamento e da restauração está a ser bem mais lento, com apenas cerca de quatro em cada dez (37%) estabelecimentos a referirem que já recuperaram do choque da Covid.

“No contexto de levantamento das restrições impostas devido à pandemia Covid-19, 90% das empresas referem que, em maio de 2022, já estão restabelecidas as condições normais de atividade”, adianta o INE. Para mais de metade das empresas (56%), o nível de atividade pré-pandemia “já foi alcançado ou ultrapassado”, enquanto 34% referem que “o nível atingido está ainda abaixo dos valores pré-pandemia”.

Entre as empresas que já recuperaram do impacto da pandemia, a maioria são grandes empresas (63%), ao passo que, no que toca às micro empresas, essa percentagem encolhe para 47%.

Há também diferenças substanciais no que toca aos setores de atividade. “O setor da construção e atividades imobiliárias apresenta a maior percentagem de empresas que já restabeleceram as condições normais de atividade (93%) e em que a atividade alcançou ou ultrapassou o nível pré-pandemia (65%). Em contraste, no alojamento e restauração, a percentagem de empresas em que a atividade já retomou ou ultrapassou o nível pré-pandemia é menor (37%)“, nota o gabinete de estatísticas.

Por outro lado, mais de metade das empresas (54%) perspetivam um aumento do volume de negócios em 2022 face ao ano anterior, enquanto apenas 14% estimam uma redução. Neste âmbito, as perspetivas são mais animadoras para o setor do alojamento e da restauração, com 75% a preverem uma subida de receitas. Já 44% das empresas do setor da construção e atividades imobiliárias esperam manter o volume de negócios este ano.

Não obstante, a atual conjuntura económica, agravada pela guerra na Ucrânia, está a causar preocupação junto do tecido empresarial. A maioria das empresas (83%) considera que a atual situação “tem um impacto negativo ou muito negativo na evolução do volume de negócios em 2022, realçando-se a Indústria e energia, com uma proporção de 90%”.

Os aumentos dos custos energéticos e de outras matérias-primas ou bens intermédios são os fatores mais mencionados pelas empresas (60%) como um potencial impacto negativo na atividade, seguido pelo aumento dos custos de transportes e os problemas no fornecimento de matérias-primas/bens intermédios (53% e 43%, respetivamente).

Perante a subida dos custos de produção e das matérias-primas, 67% das empresas preveem aumentar os preços de venda em 2022, sendo que 48% antecipam aumentos de, pelo menos, 5%. Ao mesmo tempo, das empresas que já aumentaram os preços, mais de metade (60%) justificou a revisão de preços com o aumento dos custos com matérias-primas/bens intermédios (não energéticos).

Quanto aos salários, as empresas preveem um aumento de 5,2% do salário médio em 2022, contra a subida de 4,2% em 2021. Entre os motivos assinalados para o aumento salarial, 28% das empresas destacam o aumento do salário mínimo enquanto 27% invocam a necessidade de reter os trabalhadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não me parece que a semana de quatro dias deva ser a prioridade do país”, diz Salvador de Mello

"Só com um trabalho sério e profundo que aumente a competitividade é que vai ser possível resolver o tema dos salários em Portugal", defende Salvador de Mello. Atração de investimento é crítica.

Atrair investimento e reforçar a competitividade da economia portuguesa. Só assim será possível pagar salários mais elevados, defende o presidente executivo do Grupo José de Mello. Neste contexto, a semana de quatro dias não deve ser uma prioridade.

“Todos desejaríamos que os salários fossem muito superiores e todos reconhecemos que são baixos. Mas não há varinha mágica para resolver isso. Só com base num trabalho sério e profundo que aumente a competitividade do país é que vai ser possível resolver o tema dos salários em Portugal”, afirmou Salvador de Mello num encontro com jornalistas esta terça-feira para apresentação dos resultados do grupo.

“Pelas mesmas razões que referi sobre o tema dos salários, não me parece que a semana de quatro dias deva ser a prioridade do país. Deve ser o reforço do crescimento e da competitividade, para gerar mais prosperidade”, acrescentou o CEO da holding da família Mello.

Com o Orçamento do Estado para 2022 foi aprovada uma proposta do Livre para a realização de um piloto com 100 empresas, de forma a avaliar a viabilidade da medida. Este compromisso faz parte da Agenda do Trabalho Digno, aprovada em Conselho de Ministros na semana passada.

Salvador de Mello enfatizou a necessidade de “ter uma visão de longo prazo e ter a coragem de abordar os problemas”. Para os resolver, “a atração de investimento é absolutamente crítica”, defendeu. “Portugal tem de se tornar atrativo para o investimento. E dentro desse investimento escolher setores onde a componente de diferenciação seja importante e que a partir dessa diferenciação seja possível remunerar melhor as pessoas”, acrescentou.

Maioria absoluta e PRR dão “enorme” responsabilidade ao Governo

O responsável da holding lembrou a necessidade de dar escala às empresas, defendida pelo Business Roundtable Portugal, liderado por Vasco de Mello, chairman do Grupo Mello: “é preciso ajudar as empresas pequenas a tornarem-se médias, as médias a tornarem-se grandes e as grandes a tornarem-se globais. É a única forma de tornar o país mais competitivo”.

“Há bons exemplos em Portugal de competitividade, de diferenciação, de escala, de empresas viradas para o mundo”, sublinhou. Para que existam mais são necessárias políticas públicas. “Este governo tem todas as condições para olhar para o longo prazo e fazer as reformas necessárias para transformar o país. Se o Governo o fará ou não, veremos”, diz, salientando que os fundos do PRR e a maioria absoluta representam “uma enorme oportunidade e responsabilidade”.

Salvador de Mello destacou também a qualidade do ensino superior. “Um sinal de esperança claro são as universidades portuguesas. Acho que são excelentes universidades. Podem ser sempre melhores e há coisas que podem continuar a desenvolver, mas o talento formado nas nossas universidades é excecional e é bastante transversal.

“O ensino em Portugal é bom, no privado e no público. É um sinal de esperança o ensino universitário em Portugal e tem um efeito multiplicador”, reforçou.

O Grupo Mello terminou 2021 com um resultado líquido de 58 milhões, um número muito inferior aos 355 milhões contabilizados no ano anterior, mas que beneficiou com a mais-valia de 340 milhões da venda da participação de 40% na Brisa a um grupo de investidores institucionais. As receitas cresceram 33% para 1.033 milhões numa base recorrente e o EBITDA duplicou para 138 milhões.

O CEO da holding anunciou também que pretende investir mil milhões de euros até 2030 nas áreas core do grupo, estando também aberto a outras oportunidades em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carbono pode ser azul. Projeto pioneiro em Portugal investe no mar para descarbonizar

A Fundação Calouste Gulbenkian vai investir em ecossistemas marinhos que capturam carbono, e quer depois promover esta opção junto das empresas, para que possam compensar as suas emissões.

Quando se pensa em retirar carbono da atmosfera, a primeira imagem que surge será, muito provavelmente, a de uma floresta. Mas existem outros ecossistemas, que se situam na fronteira entre a terra e o mar, que conseguem ser oito a trinta vezes mais eficazes nesta captura, garante Rui Santos, investigador no Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve. É por isso que, em conjunto com a Fundação Calouste Gulbenkian, a Associação Natureza Portugal (ANP) e a WWF, vão ser estudados os ecossistemas costeiros em Portugal, que armazenam o chamado carbono azul, num projeto pioneiro que pretende contribuir para a descarbonização. Depois do estudo, quer-se promover o investimento privado na área e quer até criar um mercado de carbono azul.

Mas o que é o carbono azul? No fundo, é apenas carbono, mas que é captado pelos ecossistemas marinhos e costeiros em vez da floresta. Estes ecossistemas também têm nomes pouco conhecidos do público em geral – mangais, pradarias marinhas, sapais e florestas de algas. Em Portugal não existem mangais, que são típicos de zonas tropicais, e as florestas de algas “não são tão relevantes”, diz Rui Santos, pelo que o estudo se vai focar nos sapais e nas ervas marinhas. Já se sabe que estão espalhados por nove áreas de norte a sul, em sítios como o Parque Natural da Ria Formosa, a Reserva Natural de Castro Marim, o estuário do Arade, o de Mira, a ria de Alvor e a de Aveiro, a reserva do estuário do Sado e a do estuário do Tejo e, finalmente, a Lagoa de Óbidos.

O primeiro passo vai ser mapear estes ecossistemas: saber onde se encontram e qual o estado deles. Perceber se só precisam de ações de preservação ou se é necessário um restauro. Depois, calcular quanto carbono conseguem absorver e os custos associados à manutenção. Feito isto, já é possível passar à segunda fase: intervir. E a primeira entidade a fazê-lo, vai ser a Fundação Calouste Gulbenkian.

“Vamos ser as cobaias. É o que a filantropia deve fazer”, diz Filipa Saldanha, responsável pelo Programa Gulbenkian Desenvolvimento Sustentável, em declarações ao ECO/Capital Verde. “Vamos testar numa área piloto, construir a semente para conseguir escalar o projeto. Depois, explicar como funciona a investidores futuros”, explica. Sendo que a primeira fase está já a iniciar-se, e deverá prolongar-se até outubro ou novembro, a fundação espera avançar com o investimento piloto já no último trimestre.

Quanto ao volume do investimento, afirma que ainda não se consegue saber, só após a fase de estudo. A fundação compromete-se contudo a, independentemente do valor apurado, compensar desta forma as 2238 toneladas de dióxido de carbono equivalente que calcula ter emitido em 2021.

"Ainda não posso dizer os nomes das empresas, mas temos já quatro grandes empresas portuguesas que sabem do projeto e estão muito interessadas em saber mais”

Filipa Saldanha

Responsável pelo Programa Gulbenkian Desenvolvimento Sustentável

E é esta lógica de compensação que a fundação vai depois propor às empresas. Conta ganhar experiência até 2023 e que, ao longo desse ano, já seja possível ter outros investidores envolvidos e a começar os seus próprios projetos. “Ainda não posso dizer os nomes das empresas, mas temos já quatro grandes empresas portuguesas que sabem do projeto e estão muito interessadas em saber mais”, refere.

Mas há ainda uma terceira carta na manga: um mercado voluntário de carbono. A lógica é semelhante ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), no qual as empresas pagam pelo “direito de poluir” – ou seja, as emissões que não conseguem evitar têm através deste mercado um preço. No caso do mercado voluntário de carbono azul, a ideia é que as empresas paguem para compensar as emissões que não conseguem evitar. Há contudo outra uma diferença relevante: enquanto no CELE o preço está dependente da oferta e da procura, no mercado de carbono azul o preço seria fixado consoante os custos da operação associada à compensação de emissões, isto é, o investimento necessário para preservar ou restaurar estes ecossistemas com capacidade de absorver determinada quantidade de carbono.

Filipa Saldanha explica que no estrangeiro existem mercados voluntários de carbono, mas os valores associados variam muito de país a país. Há um relatório britânico que coloca o valor do carbono azul em 25 euros por tonelada de CO2 equivalente. A McKinsey aponta para 9.000 euros por hectare, sem referirem o preço por tonelada de CO2 equivalente. Mas variará consoante o tipo de intervenção e a capacidade de absorção de cada ecossistema.

A ideia é começar a trabalhar neste mercado em 2023, para o lançar no final do ano ou em 2024. “Vai depender do tempo de resposta das entidades públicas”, de que tudo está dependente dado que o oceano é um bem público, diz Filipa Saldanha. Já aconteceram as primeiras conversações com o Governo e a recetividade foi positiva, com o Executivo interessado no potencial do projeto para acelerar as metas de descarbonização, indica. Para já, não há referência a estes ecossistemas no Roteiro para a Neutralidade Carbónica. A fundação acredita que este mercado pode ser importante para escalar o número de investidores, já que simplifica o processo: podem adquirir simplesmente as unidades correspondentes às suas emissões, sem ter de entrar mais a fundo nos processos de conservação.

Nas últimas décadas perderam-se mais de 50% dos ecossistemas de carbono azul, indica Rui Santos, o que implica que o carbono que havia sido armazenado por estes regressou à atmosfera. E é neste ponto que agora começam os trabalhos.

Mas afinal, como é que o mar sequestra o carbono?

O carbono está no ar, na forma de dióxido de carbono. Tal como acontece com as plantas das florestas, as plantas do mar captam-no e armazenam-no no seu corpo. A diferença é que, quando morrem, as plantas das florestas são decompostas por bactérias e fungos, libertando-se o dióxido de carbono.

No caso dos ecossistemas marinhos, como o solo é menos rico em oxigénio, as plantas demoram “muito mais” a degradar-se, explica Rui Santos, pelo que o dióxido de carbono fica retido por mais tempo. E não é só o carbono presente no ar que se fixa nas lamas que servem de base às plantas marinhas – também o carbono presente na água é aqui capturado. “Não existe um limite no carbono que pode ser acumulado no solo. Pode ter centenas ou milhares de anos, se estes ecossistemas não forem perturbados, destruídos”, conta o investigador.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonae volta a organizar ação de recrutamento para ucranianos. Desta vez no Algarve e em Vila Nova de Gaia

Depois da ação presencial de recrutamento destinada a refugiados da guerra na Ucrânia, em Lisboa, a companhia planeia replicar a iniciativa noutras regiões, ainda este mês.

Depois de ter realizado a primeira ação presencial de recrutamento destinada a refugiados da guerra na Ucrânia, a 6 de junho, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, a Sonae está a planear replicar a iniciativa, ainda durante este mês, no Algarve e em Vila Nova de Gaia. As datas ainda não são conhecidas. Há mais de mil oportunidades de emprego em aberto dentro do grupo. A ação de recrutamento de Lisboa acolheu 250 candidatos.

“Estamos empenhados em colocar os nossos recursos e know-how ao dispor dos refugiados ucranianos que escolhem vir para Portugal. Visto que uma das principais dificuldades identificadas é ao nível do emprego, desenvolvemos uma ação especial de recrutamento presencial de forma a acelerar a contratação de refugiados e, reforçando assim as nossas equipas”, começa por dizer Eduardo Mendes, diretor de pessoas e liderança da Sonae.

“Sabemos que estas pessoas necessitam de trabalhar e reconstruir a sua vida e a Sonae, nas várias empresas do grupo, tem mais de mil oportunidades de emprego em aberto que podem ser aproveitadas também por eles. Ao juntar as suas competências profissionais e académicas com as vagas que temos disponíveis estamos a criar valor económico e social para todos e a contribuir para a comunidade”, acrescenta, em comunicado.

Em Lisboa, esta iniciativa acolheu mais de 250 candidatos e contou com a presença de Laurinda Alves, vereadora da C.M. de Lisboa, e de Mário Ribeiro, representante do Alto Comissariado das Migrações, bem como da equipa de recrutadores dos negócios da Sonae e de colaboradores ucranianos do Grupo, que se disponibilizaram para facilitar a comunicação com os candidatos que não falavam inglês.

A realização de um dia de recrutamento para refugiados da Ucrânia visa acelerar a sua integração profissional em Portugal. “O processo de recrutamento está focado na experiência académica e profissional dos candidatos, procurando corresponder o seu perfil com oportunidades de emprego existentes no grupo”, esclarece a dona do Continente.

A Sonae tem atualmente mais de mil oportunidades de emprego em aberto, 300 das quais na região de Lisboa, e em diversas empresas, funções, setores de atividade e geografias.

Em março, Portugal foi o nono Estado-membro da União Europeia (UE) que a conceder o maior número de estatutos de proteção temporária a refugiados ucranianos, num total de 23.930, segundo dados divulgados na passada sexta-feira pelo Eurostat. Porém, foi o terceiro país onde os números mais diminuíram no mês seguinte (menos 15.635), depois da Polónia (menos 249.465 pessoas face a março) e da Eslováquia.

Em Portugal, o IEFP tem uma plataforma disponível para as empresas anunciarem as ofertas de emprego disponíveis. Neste momento estão listadas cerca de 18.900 ofertas de emprego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TTR: Garrigues lidera valor de operações de M&A com 1.167 milhões de euros

Pelo quinto mês consecutivo, a Garrigues lidera por valor total das operações, com 1.167,26 milhões de euros, liderando também o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 11.

O recente ranking da TTR – Transactional Track Record, com análise do período entre 1 de janeiro e 31 de maio de 2022, revela quais foram os principais escritórios de advogados e legal advisors, nas principais operações de M&A, Venture Capital, Private Equity e Asset Acquisition. A Garrigues continua a liderar pelo quinto mês consecutivo por valor total das operações, com 1.167,26 milhões de euros, e ainda por número de transações, com 11.

Segundo o relatório da TTR, nos primeiros cinco meses de 2022 foram realizadas 163 transações que se traduziram num valor total de 2.853 milhões de euros. Das quatro áreas, M&A destacou-se com 79 transações (1.337 milhões de euros), seguida por Asset Acquisition com 47 transações (769 milhões de euros), Venture Capital com 29 transações (120 milhões de euros), e Private Equity com oito transações (626 milhões de euros).

O TTR selecionou como transação do mês a conclusão da venda pela Embraer da Embraer Portugal Estruturas em Compósitos e Embraer Portugal Estruturas Metálicas para a Aernnova. Uma transação com um valor de 164 milhões de euros. A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Garrigues Portugal e Espanha, Deloitte Legal e Abreu Advogados. A Deloitte Portugal realizou a Due Diligence.

Veja aqui todos os rankings.

M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

As sociedades em destaque são a Garrigues, com um valor de 1.167,26 milhões de euros, seguida pela Linklaters, com 600 milhões e a fechar o top 3 a Morais Leitão com um valor total de 545,21 milhões de euros.

No que concerne ao número de transações em M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions a liderar a tabela ficou a Garrigues, com 11, seguida pela Morais Leitão, com 10, e PLMJ, com nove. Logo abaixo na tabela ficou a SRS Advogados, com sete negócios, e a Abreu Advogados e Cuatrecasas, com cinco cada.

Já relativamente aos “dealmakers“, advogados que centram a sua prática na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, seis sociedades de advogados estão representadas no top 10, face ao valor de transações, sendo a Linklaters com o maior número de distinções, quatro. Rui Camacho Palma, sócio da Linklaters, ocupa o lugar cimeiro da tabela com duas transações que se traduzem em 600 milhões de euros.

Os advogados que somaram um maior número de transações nestas áreas foram Luís Roquette Geraldes, sócio da Morais Leitão, com seis; Mário Lino Dias, sócio da Garrigues, e Paulo Bandeira, sócio da SRS, com cinco cada. No top 5 ficou ainda Susana Pimenta de Sousa (Garrigues) e Gustavo Ordonhas Oliveira (SRS).

Os “rising star dealmakers” na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions pertencem a quatro firmas: Linklaters, Garrigues e PLMJ, com quatro destacados cada, e Morais Leitão, com dois advogados. José de Seabra Marcão, associado sénior da Garrigues, ocupa o primeiro lugar com um valor total de transações de 580,50 milhões de euros.

Private Equity

Na área de Private Equity existe apenas três sociedades de advogados em destaque: a Linklaters e a Garrigues, com duas transações cada, e a Morais Leitão com uma transação. A Linklaters soma um valor de 600 milhões pelas duas operações.

Venture Capital

Na área de Venture Capital as sociedades em destaque são a PLMJ, com um valor de 21,30 milhões de euros, a SRS, com 14,36 milhões, a Morais Leitão, com 13,21 milhões de euros, a Garrigues, com 2,50 milhões de euros, e a Abreu Advogados, com 1,15 milhões de euros.

Já relativamente ao número de transações, a SRS ficou em primeiro lugar, com cinco transações, seguida pela Morais Leitão, com quatro, e a PLMJ, com duas transações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Telefónica Espanha implementa semana de quatro dias para toda a equipa

A semana de quatro dias será, agora, oferecida a todos os colaboradores da empresa, mas com redução proporcional do salário. Ainda assim, a companhia vai assegurar 20% dessa perda de rendimento.

Depois de ter posto em marcha, no passado outono, um projeto-piloto que envolveu 150 colaboradores e serviu para testar o interesse dos profissionais na semana de quatro dias de trabalho, a Telefónica Espanha fechou, esta terça-feira, um acordo com os sindicatos maioritários para a implementação deste modelo laboral. A semana de quatro dias será, agora, oferecida a todos os colaboradores da empresa, com uma redução salarial. A operadora assegura 20% dessa perda de rendimento, avança o Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

A medida, pioneira em Espanha, alarga a possibilidade de inscrição aos cerca de 18.000 colaboradores. Já as condições serão as mesmas que foram acordadas para a realização do projeto-piloto. Os colaboradores que aderirem a este modelo trabalham 32 horas, oito horas por dia, de segunda a quinta-feira.

Em termos salariais, haverá uma redução proporcional. No entanto, a empresa vai reembolsar os funcionários interessados em cerca de 20% dessa perda salarial.

Os funcionários da Telefónica Espanha terão até 15 de julho para inscrever-se, sendo que a medida tem efeito a partir de 1 de setembro, revela fonte oficial. É esperado que, durante os próximos dias, a companhia comunique a decisão com todos os detalhes aos seus funcionários.

Não é a primeira empresa em Espanha a avançar com esta medida. No retalho, a Desigual já avançou com este modelo para o pessoal de escritório. E Em Espanha, deverá arrancar em julho um piloto com cerca de 160 empresas, envolvendo cerca de 3.000 colaboradores, tendo o Estado alocado 10 milhões no OE para financiar este projeto.

No Reino Unido, setenta empresas no Reino Unido iniciaram esta segunda-feira um teste piloto de uma semana de trabalho de quatro dias, com a mesma remuneração. As empresas, de vários setores – incluindo a banca e o setor hoteleiro – e com uma força de trabalho de mais de 30.000 pessoas, de acordo com os meios de comunicação britânicos, estão a iniciar o ensaio de seis meses para estabelecer se uma semana de trabalho de quatro dias pode ser adotada sem perda de produtividade.

Em Portugal, o Governo já anunciou a intenção de avançar com estudo — por proposta do Livre — para estudar este modelo de organização do trabalho para o setor privado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor a 6 meses volta a subir pelo terceiro dia

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

Taxas Euribor a 6 e a 12 meses voltaram a subir esta quarta-feira. Pelo contrário, a taxa a 3 meses recuou.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, manteve-se positiva pela terceira sessão consecutiva e subiu para 0,034%, mais 0,005 pontos do que na terça-feira.

A Euribor a seis meses entrou em terreno positivo na segunda-feira e avançou esta quarta-feira para um novo máximo desde outubro de 2015, depois de ter estado negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).

Evolução da Euribor a seis meses

Fonte: Refinitiv/Reuters.

A taxa Euribor a 12 meses também voltou a subir, ao avançar para 0,569%, mais 0,008 pontos que na terça-feira e um novo máximo desde julho de 2014.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

Em sentido inverso, no prazo de três meses, a Euribor recuou, ao ser fixada em -0,302%, menos 0,004 pontos, depois de ter subido até -0,298% na terça-feira, um novo máximo desde junho de 2020.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses entraram em terreno negativo em 21 de abril de 2015, 06 de novembro de 2015 e 5 de fevereiro de 2016, respetivamente.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aprovação de Bruxelas do mecanismo ibérico para o gás “está iminente”, garante Governo

O ministro do Ambiente e Ação Climática garante que a aprovação do mecanismo que permite limitar o contágio dos preços do gás natural aos da eletricidade "está para breve".

O ministro do Ambiente e da Ação Climática acredita que a aprovação da proposta ibérica para a limitação do preço do gás “está para breve”, garantindo que o mecanismo vai permitir que os setores expostos ao mercado livre consigam ter “previsibilidade” e gerir melhor os custos associados.

Durante a sua intervenção na Portugal Energy Conference, esta quarta-feira, Duarte Cordeiro frisou que esta iniciativa ibérica pode ter impactos significativos para os mais vulneráveis, argumentando que se o mecanismo tivesse sido elaborado já no primeiro trimestre, podia ter contribuído para uma redução de 18% no preço da eletricidade.

“Está iminente a aprovação da Comissão Europeia do mecanismo Ibérico para limitar o preço da eletricidade”, anunciou no arranque da conferência, recordando que a medida irá vigorar durante um ano e irá permitir dissociar os preços do gás e eletricidade na Península Ibérica, numa altura em que o contexto geopolítico na Europa continua a agravar a crise energética.

“O preço do gás vai aumentando, mas é preferível ter um mecanismo que serve de almofada face a uma escalada de preços do que não ter mecanismo nenhum. Isto permite às empresas eletrointensivas uma capacidade de resistência. Não temos expectativas excessivas, mas expectativas de produção de conforto neste setor de atividade”, disse.

Recorde-se que, face à sucessiva escalada de preços do gás, e ao impacto que criou no mercado ibérico de eletricidade, os governos português e espanhol uniram-se para propor um teto nos preços do gás natural dentro do mercado grossista, onde os produtores vendem eletricidade aos comercializadores ou a grandes consumidores. A medida não irá afetar o consumo na indústria ou particulares.

A proposta ibérica que aguarda pela “luz verde” do executivo comunitário, pretende fixar um preço médio de 50 euros por megawatt-hora (MWh) para o gás natural no mercado grossista, por um período de 12 meses, iniciando com um limite de 40 euros por MWh.

Esta terça-feira, já o primeiro-ministro António Costa tinha garantido que a aprovação poderia acontecer ainda esta semana, destacando que o Governo tem procurado mitigar a subida dos preços dos combustíveis em várias dimensões, sendo uma delas a adoção de um teto máximo no preço do gás natural em conjunto com Espanha.

Interconexões energéticas criam “potencial muito grande” para Portugal

No evento dedicado à importância da transição energética e as oportunidades que podem surgir para Portugal, o governante recordou ainda que o país está a preparar o primeiro leilão de produção eólica offshore que deverá acontecer em 2023, isto depois de ter sido interrompido abruptamente por ativistas climáticos presentes na conferência e que aproveitaram o momento para se manifestar contra a empresa promotora do evento, a Galp, e as políticas energéticas e ambientais do Governo.

“[Trata-se de um] leilão com uma dimensão inédita e que quer ultrapassar os valores que já foram referidos [6 a 8 GW]”, explicou Cordeiro, argumentando que o caminho que Portugal faz no sentido de alcançar a neutralidade carbónica pode ser concretizado com a ajuda deste setor.

Sines desempenha outro grande papel, de acordo com o governante, uma vez que estão em curso vários “projetos estruturantes” que podem colocar Portugal como “um ator relevante na área da transição energética”, referindo ainda que o país está perante uma oportunidade de assumir uma grande relevância no fornecimento de gás à Europa.

“O porto de águas profundas de Sines também pode pode ganhar relevância no fornecimento de gás”, disse, através de investimento que visa “reforçar a capacidade do porto e as infraestruturas que permitam que o potencial de Portugal na produção de hidrogénio se torne muito competitivo e se possa tornar num aliado das necessidades que sentimos dos volumes de importação do norte da Europa”.

A importância de reforçar as infraestruturas, nomeadamente as interconexões entre a Península Ibérica e a Europa, também são fomentadas pela urgência do bloco alcançar a independência energética da Rússia. “Portugal tem um potencial muito grande para esta nova economia”, rematou o responsável.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quatro meses depois, Portugal paga mais do dobro em emissão a nove anos

A boa notícia é que a procura até aumentou: houve 2,68 vezes mais procura face à oferta (750 milhões de euros), o que compara com 1,27 vezes no leilão a nove anos em fevereiro.

Quatro meses depois, com o início da invasão russa na Ucrânia pelo meio, Portugal teve de pagar mais do dobro dos juros numa emissão de dívida pública a nove anos. Esta evolução reflete o agravamento dos juros soberanos no mercado secundário, com os investidores a antecipar a normalização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) por causa da aceleração da inflação.

A nove anos, a agência que gere a dívida pública conseguiu emitir 750 milhões de euros em obrigações com uma taxa de juro de 2,33%, o que compara com 1,008% da emissão equiparável a 9 de fevereiro, de acordo com os dados da Refinitiv/Reuters. A taxa é mais do dobro da registada há apenas quatro meses, num período anterior à invasão russa na Ucrânia.

A boa notícia é que, possivelmente com o aumento da remuneração destas obrigações, a procura até aumentou: houve 2,68 vezes mais procura face à oferta (750 milhões de euros), o que compara com 1,27 vezes no leilão a nove anos em fevereiro.

Recorde-se que no início de 2021 Portugal conseguiu emitir a nove anos com uma taxa negativa (-0,012%).

No mercado secundário, os juros da dívida portuguesa a nove anos estão a subir ligeiramente para 2,36%, segundo os dados da Refinitiv/Reuters. Os juros a dez anos estão a negociar à volta dos 2,5%, como o ECO noticiou esta terça-feira.

Em reação ao leilão, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, considera que “o prémio de risco de Portugal continua a subir e a refletir o movimento que temos assistido globalmente nas taxas das dívidas soberanas”.

O problema atual é que o ritmo a que tudo está a acontecer está a ser muito mais rápido do que se previa inicialmente“, admite o analista, referindo que “os países da periferia têm sido mais penalizados neste movimento” e “Portugal não é exceção e o seu spread versus a Alemanha continua a aumentar”.

O IGCP realizou esta quarta-feira um leilão de Obrigações do Tesouro com maturidade em outubro de 2031, para obter um financiamento entre 500 milhões de euros e 750 milhões de euros. Esta foi uma emissão na véspera da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) que poderá deixar sinais mais claros sobre a trajetória dos juros na Zona Euro.

Portugal já assegurou metade do programa de financiamento em Obrigações do Tesouro previsto para este ano, com o custo médio da nova dívida a situar-se nos 1,2% (o dobro do custo da dívida emitida ao longo do ano passado).

(Notícia atualizada às 11h14 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PJ detém nove suspeitos por homicídio do adepto nos festejos do FC Porto

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

Nove pessoas “com vastos antecedentes criminais” foram detidas no Porto por suspeitas de coautoria do homicídio qualificado que ocorreu nos festejos do título do FC Porto em 8 de maio.

Nove pessoas “com vastos antecedentes criminais” foram detidas esta quarta-feira, no Porto, por suspeitas de coautoria do homicídio qualificado que ocorreu nos festejos do título do FC Porto na madrugada de 8 de maio, anunciou a Polícia Judiciária (PJ).

Em comunicado, a PJ, através da Diretoria do Norte, descreve que, pelas 7h00, “desencadeou uma vasta operação policial com vista a dar cumprimento a 13 mandados de busca domiciliária e nove de detenção fora de flagrante delito”.

Fonte policial indicou à agência Lusa que um dos nove detidos é Marco Gonçalves (conhecido por Marco “Orelhas”), pai do jovem que se encontra detido por suspeita da morte do adepto.

A operação desta manhã ocorreu na sequência da investigação que estava em curso referente à morte de um adepto nos festejos do título de campeão nacional do FC Porto.

Marco Gonçalves apresentou-se em 16 de maio na PJ do Porto, foi constituído arguido por ofensa à integridade física e saiu em liberdade, tendo fonte policial referido naquele dia à Lusa que poderiam vir a ser constituídos outros arguidos no processo, pelas agressões a Igor Gonçalves, de 26 anos, cometidas antes do homicídio.

Os nove detidos têm idades entre os 20 e os 42 anos, sendo que “alguns” têm “vastos antecedentes criminais pela prática de crimes violentos”, descreve a PJ.

A fonte policial adiantou à Lusa que o primeiro interrogatório judicial terá lugar no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, provavelmente a partir da tarde de hoje ou na quinta-feira.

No comunicado, a PJ acrescenta que os mandados de busca foram emitidos pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, “visando um conjunto de indivíduos sobre os quais recaem suspeitas de coautoria do homicídio qualificado ocorrido na madrugada do dia 08 de maio, na cidade do Porto”.

A PJ acrescenta que a investigação permitiu, “no espaço de um mês, recolher indícios de que os suspeitos ora detidos atuaram em conjugação de esforços nas agressões que provocaram a morte do jovem na referida data, estando, por isso, todos indiciados da coautoria nesse crime”.

Ainda de acordo com a PJ, as buscas realizadas resultaram na apreensão de “relevantes elementos probatórios”, os quais vão ser processados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal teve quinto maior crescimento em cadeia da UE no primeiro trimestre

Acima da economia portuguesa está o desempenho da economia irlandesa, romena, letã e croata, de acordo com o gráfico do gabinete de estatísticas europeu.

Após ter crescido 0,3% em cadeia no quarto trimestre de 2021, a economia europeia acelerou e cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2022, resistindo aos efeitos iniciais da invasão russa na Ucrânia. É a mais recente estimativa do Eurostat, divulgada esta quarta-feira, que representa uma revisão em alta face à primeira estimativa de 0,2%. Em termos homólogos, o PIB da Zona Euro (19 Estados-membros) cresceu 5,4%, acima dos 5% estimados inicialmente.

Há uma semana o Instituto Nacional de Estatística confirmou que o PIB português cresceu 2,6% em cadeia e 11,9% em termos homólogos no primeiro trimestre. O crescimento deveu-se ao consumo privado e ao turismo.

Com este ritmo de crescimento em cadeia, Portugal fica com a quinta maior expansão económica entre os 27 Estados-membros no primeiro trimestre deste ano. Acima da economia portuguesa estão os desempenhos da economia irlandesa (+10,8%), romena (+5,2%), letã (3,6%) e croata (+2,7%), de acordo com o gráfico do gabinete de estatísticas europeu.

Do lado oposto estão países como a Suécia (-0,8%), França (-0,2%) e Dinamarca (-0,1%), cujo PIB contraiu em cadeia no primeiro trimestre. No arranque do ano, também a economia norte-americana encolheu 0,4% face ao trimestre anterior.

Esta revisão em alta dos dados do Eurostat sugere que, para já, a economia europeia está a aguentar o impacto da guerra na Ucrânia e até conseguiu acelerar o ritmo de crescimento até março.

Contudo, é provável que os efeitos negativos do conflito na economia da União Europeia se sintam mais no segundo trimestre, como admitia a própria Comissão Europeia nas últimas previsões em maio.

Esta é a ótica que melhor mostra se a economia está a acelerar ou a travar, mas também é possível olhar para o PIB comparando com o mesmo período do ano anterior. Na comparação homóloga, Portugal surge como o país com o maior crescimento (11,9%), seguida da Irlanda (11,3%) e Eslovénia (9,6%).

Porém, estas taxas de variação homólogas são muito influenciadas pelo que aconteceu no primeiro trimestre de 2021, período em que Portugal sofreu um segundo confinamento obrigatório, à semelhança do que tinha acontecido no segundo trimestre de 2020. Ou seja, a base baixa no arranque de 2021 está a empolar o crescimento no início de 2022.

Fonte: Eurostat

Em comparação com o nível pré-pandemia, que corresponde ao quarto trimestre de 2019, o PIB da Zona Euro e o da União Europeia está 0,8% e 1,5% acima, respetivamente, de acordo com o Eurostat. No caso dos Estados Unidos, o PIB está 2,8% acima do nível anterior à Covid-19.

(Notícia atualizada às 10h58 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

4 tendências no envolvimento do cliente

  • ECO + Salesforce
  • 8 Junho 2022

Num mundo em rápida mudança, os clientes assumem uma mentalidade digital e valorizam, cada vez mais, a qualidade do serviço e o alinhamento das marcas com os seus valores.

A experiência que uma empresa proporciona é tão importante como os produtos ou serviços que oferece. Esta é a opinião de 90% dos compradores, de acordo com os resultados do State of the Connected Customer 2022, a quinta edição do relatório anual da Salesforce, empresa tecnológica multinacional líder em Customer Relationship Management (CRM).

Entre 8 de dezembro de 2021 e 1 de fevereiro deste ano, mais de 13 mil consumidores e quase quatro mil representantes de empresas em 29 países, da América do Norte, América do Sul, Europa, África e Ásia-Pacífico responderam ao inquérito sobre o novo ambiente digital de envolvimento do cliente.

Mas, afinal, em que se traduz uma ótima experiência de cliente? Os resultados trazem luz sobre os principais componentes, e conduzem à conclusão de que é mais do que a soma das suas partes: “Além de aumentar as expectativas em todos os pontos de contacto individuais, os clientes esperam cada vez mais que todas as interações com uma organização se unam sem fricção, mantendo-se fiéis aos valores e protegendo a privacidade do cliente.” Neste contexto, Brian Solis, Global Innovation Evangelist da Salesforce, antevê que as empresas “irão fazer investimentos tecnológicos mais rápidos, imediatos ​​e precoces e irão integrá-los cuidadosamente em experiências conectadas, úteis e satisfatórias”, de forma a conquistarem a confiança dos clientes de forma duradoura.

Innovation Day Lisboa

No próximo dia 6 de julho, chega a Lisboa o Salesforce Innovation Day Lisboa, o maior evento presencial da empresa em Portugal. É um momento onde se partilham experiências de empresas que estão a atingir os seus objetivos com sucesso.

Quero fazer parte da experiência do Innovation Day Lisboa!

1. Alinhar ações e valores

O inquérito da Salesforce mostra que mais de três quartos (78%) das decisões de compra dos clientes são influenciadas por práticas ambientais, e que dois terços dos clientes (66%) deixaram de comprar a empresas cujos valores não se alinham com os seus. Um resultado que corrobora a visão de Brian Solis: “Quando se trata de questões importantes, as empresas não podem ficar à margem. Os valores são uma parte importante da marca.”

68%
dos inquiridos confia em empresas que têm em consideração os melhores interesses

Perante uma quebra na confiança nos media e no governo, os clientes parecem esperar que as empresas ajudem a resolver questões como a desigualdade ou a mudança climática. De facto, a confiança nos negócios está a aumentar: 68% dos inquiridos confia em empresas que têm em consideração os melhores interesses – um salto significativo em relação aos 59% reportados na pesquisa realizada em 2020. Em tempos de mudança, esta é uma oportunidade que se reveste de um valor ainda maior e que impõe responsabilidade.

2. Facilitar a interação e o atendimento

As interações simples e agradáveis proporcionam um vínculo importante entre marcas e clientes, principalmente quando a fidelização parece ser ilusória: 88% dos clientes afirma que a experiência que uma empresa oferece é tão importante como os próprios produtos ou serviços; e, só no último ano, 71% dos clientes trocaram de marca pelo menos uma vez, quando as prioridades, estilos de vida ou situações financeiras mudaram.

88%
dos clientes afirma que a experiência que uma empresa oferece é tão importante como os próprios produtos ou serviços

mbora as melhores ofertas e a qualidade do produto sejam os principais motivos para mudar de marca, a qualidade e conveniência do atendimento ao cliente também são fatores de influência. Os clientes da geração Z e os Millennials, considerados como indicadores de comportamentos futuros, são mais propensos a trocar de marca do que os Baby Boomers, o que demonstra a estabilidade desta tendência.

3. Apostar na experiência digital

Muitos comportamentos adotados inicialmente pelos clientes como soluções rápidas para fazer face às restrições dos períodos de quarentena tornaram-se hábitos que perduram, mesmo com a recuperação das atividades presenciais. “Os clientes que utilizam pagamentos sem contacto, RA/RV e compras em redes sociais – entre outros hábitos adotados durante a pandemia – esperam manter ou aumentar a utilização dessas experiências digitais nos próximos três anos.

Portanto, trata-se de algo que realmente mostra o apelo duradouro do envolvimento digital”, explica Solis. As gerações mais jovens são as mais propensas e entusiastas na adoção de experiências de envolvimento digital, pelo que o responsável se afirma “otimista de que nos próximos dois anos a qualidade dessas experiências também irá melhorar.”

4. Personalizar de forma responsável

Após anos de maior envolvimento digital, 73% dos inquiridos espera que as empresas compreendam as suas necessidades e expectativas, especialmente devido à abundância de insights obtidos a partir das interações individuais. O

s clientes estão mais familiarizados com a Inteligência Artificial (AI): 61% estão confortáveis com o uso transparente e benéfico de informação pessoal relevante — um aumento face aos 52% de 2020. No entanto, querem informações sobre como a IA é utilizada e oportunidades para fornecer feedback direto sobre como é explicada ou implementada.

A necessidade de conjuntos de dados primários robustos aumenta a aposta para que as empresas ganhem confiança, através de abordagens de encaminhamento de consentimento para fornecer as experiências que os clientes esperam.

Brian Solis

Global Innovation Evangelist da Salesforce

Paralelamente, a redução da utilização de cookies de terceiros urge as empresas a encontrarem novas formas de recolher, compreender e ativar dados com responsabilidade, para que a IA seja eficaz. Estamos, segundo Brian Solis, perante “um novo começo” para a personalização: “A necessidade de conjuntos de dados primários robustos aumenta a aposta para que as empresas ganhem confiança, através de abordagens de encaminhamento de consentimento para fornecer as experiências que os clientes esperam.” Em suma, impõe-se cuidado na recolha de informações do cliente, para que as empresas possam oferecer experiências marcantes e aprofundar a tão necessária e valiosa confiança.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.