Governo recua e atribui à GNR o controlo de toda a fronteira marítima

  • ECO
  • 31 Maio 2022

GNR passa a ter o controlo de todos os postos de fronteira marítimos, incluindo os dos terminais de cruzeiro que tinham ficado com a PSP.

O ministro da Administração Interna retificou a decisão tomada pelo seu antecessor, no âmbito da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e atribuiu à GNR e PSP o controlo de toda a fronteira marítima, avança o Diário de Notícias (acesso pago). Ainda em termos de controlo, o SEF vai passar a contar com triagem eletrónica prévia de passageiros para desbloquear as recentes esperas nos aeroportos nacionais, avança o Público (acesso condicionado).

O Governo vai anunciar em breve uma alteração ao decreto-lei, aprovado em novembro de 2021, passando a integrar, na GNR, o controlo de todos os postos de fronteira marítimos, incluindo os dos terminais de cruzeiro que tinham ficado com a PSP — força de segurança que fica com a primeira linha das fronteiras aeroportuárias. Esta decisão surge após o comandante-geral da GNR ter manifestado “total discordância” com a partilha de controlo.

O general Rui Clero previa uma “disfuncionalidade do sistema” e “dificuldade de coordenação operacional”, sublinhando que dividir esse controlo com a PSP contrariava “os normativos do modelo de gestão integrada de fronteiras assumidos por Portugal na UE”. Por sua vez, a Direção Nacional da PSP refutou totalmente os argumentos apresentados pelo comandante-geral da GNR.

SEF passa a contar com triagem eletrónica prévia de passageiros

Depois do bloqueio que houve no aeroporto de Lisboa, com longas filas de espera devido à realização de um plenário de trabalhadores do SEF, o Governo prepara-se para anunciar esta terça-feira a adoção de um sistema de triagem eletrónica prévia assim que os passageiros de voos internacionais de fora da Europa​ desembarquem em Portugal.

Esta alteração tecnológica na receção dos passageiros passa por uma mudança no funcionamento das máquinas de reconhecimento facial e de identificação digital de passaportes que já existem nos aeroportos portugueses. Estas máquinas serão adaptadas para separar os casos dos passageiros que não oferecem dúvidas daqueles que podem ter problemas de identificação digital.

Assim, os casos de passageiros que ofereçam dúvidas serão de imediato encaminhados para um serviço de fiscalização do SEF para esclarecimento da sua situação, evitando-se que este esclarecimento se faça nos balcões de atendimento presencial.

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Lisboa contraria perdas nas bolsas europeias com ajuda da Galp Energia

O dia arranca negativo nas bolsas europeias, mas a praça lisboeta acaba por conseguir registar ganhos. Galp Energia impulsiona, num momento em que os preços de petróleo estão em alta.

A bolsa nacional arranca o dia no verde, contrariando a tendência negativa que se verifica entre as principais congéneres europeias no início desta sessão. A Galp Energia dá gás à praça lisboeta, numa altura em que os preços do petróleo aceleram após os líderes europeus terem chegado a acordo para uma redução das importações à Rússia.

Pela Europa, o sentimento é pessimista perante dados da inflação na Alemanha e a subida dos preços da energia. O índice pan-europeu Stoxx 600 arrancou a sessão a cair 0,2%, a par com o espanhol Ibex, enquanto o alemão Dax recua 0,43%. Já o francês Cac 40 cede 0,34% e o britânico FTSE recua 0,5%.

O índice de referência nacional, o PSI, destaca-se assim pela positiva ao subir 0,25% para os 6.310,61 pontos. Ainda assim, as 15 cotadas estão equilibradas entre os ganhos e as perdas: seis seguem a desvalorizar e sete sobem, com as restantes inalteradas.

Em Lisboa, a Galp Energia lidera os ganhos. As ações da petrolífera portuguesa sobem 2,28% para os 12,56 euros, isto num momento em que os preços do petróleo aceleram. O brent, referência europeia, está a cotar nos 123 dólares, enquanto o WTI ronda os 118 dólares.

Em terreno positivo destaca-se ainda a Mota-Engil, que sobe 1,74% para os 1,40 euros, a Nos, que soma 0,70% para os 4,00 euros, e a EDP, que ganha 0,25% para os 4,72 euros.

No extremo oposto, abaixo da linha de água, está a EDP Renováveis, que perde 0,96% para os 22,72 euros, pesando no índice de referência. Nota também para a Greenvolt, que perde 0,67% para os 7,42 dólares, e para a Navigator, que cai 0,77% para os 4,14 euros.

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Há 350 portugueses com 800 imóveis no paraíso fiscal do Dubai

  • ECO
  • 31 Maio 2022

Os 819 imóveis no Dubai propriedade de portugueses estão avaliados em 238,2 milhões de dólares e a maioria é detida diretamente pelos singulares, revela estudo.

Numa altura em que se aperta cada vez mais o cerco ao branqueamento de capitais e à evasão fiscal, um estudo do Observatório Fiscal da União Europeia (UE) revela que há cerca de 350 portugueses com imóveis no paraíso fiscal do Dubai, avaliados em 238,2 milhões de dólares (cerca de 222 milhões de euros), avança o Público (acesso condicionado). Em quase todos os casos, os imóveis eram detidos diretamente pelos singulares.

Estima-se que o investimento estrangeiro no mercado imobiliário do Dubai represente, pelo menos, 146 mil milhões de dólares. Índia, Reino Unido, Paquistão, Arábia Saudita e Irão lideram a lista de investimentos imobiliários feitos naquele paraíso fiscal, com Portugal a aparecer na 59.ª posição, numa lista de 194 jurisdições. Há, assim, cerca de 350 portugueses com 819 imóveis avaliados em 238,2 milhões de dólares, o equivalente a um valor médio de 290,9 mil dólares (cerca de 270 mil euros).

Dessa lista, 165 imóveis estão localizados na zona da marina do Dubai e 18 na famosa ilha artificial de Palm Jumeirah, segundo um ficheiro bruto associado ao estudo, citado pelo Público. Em quase todos os casos, os 819 imóveis associados a residentes portugueses (com uma idade média de 48,4 anos) eram detidos diretamente pelos singulares (o ficheiro refere que eram menos de cinco os casos em que os bens eram detidos por empresas).

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Hoje nas notícias: Dubai, SEF e empréstimos a doentes

  • ECO
  • 31 Maio 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Dos portugueses com imóveis no paraíso fiscal do Dubai, passando pela contagem com triagem eletrónica prévia de passageiros que vai ser feita nos aeroportos nacionais pelo SEF, conheça as notícias que estão a marcar o dia.

Há 350 portugueses com 800 imóveis no paraíso fiscal do Dubai

Um estudo do Observatório Fiscal da União Europeia (UE) revela que há cerca de 350 portugueses com imóveis no paraíso fiscal do Dubai. Portugal está longe do topo nos investimentos imobiliários, dominado pela Índia, Reino Unido e Paquistão. Na contagem do número de imóveis, Portugal aparece em 59.º (numa lista de 194 jurisdições) e o estudo mostra permitiu identificar 351 proprietários de nacionalidade portuguesa. São donos de 819 imóveis avaliados em 238,2 milhões de dólares (cerca de 222 milhões de euros), ou seja, com um valor médio de 290,9 mil dólares.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

SEF passa a contar com triagem eletrónica prévia de passageiros

O Governo vai anunciar esta terça-feira a adoção de um sistema de triagem eletrónica prévia assim que os passageiros de voos internacionais de fora da Europa​ desembarquem em Portugal. O objetivo desta medida é evitar as demoras no desembarque de passageiros nos aeroportos nacionais. Esta alteração tecnológica passa por uma mudança no funcionamento das máquinas de reconhecimento facial e de identificação digital de passaportes, que serão adaptadas para separar os casos dos passageiros que não oferecem dúvidas.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Governo realinha decisão e atribui à GNR o controlo da fronteira marítima

O ministro da Administração Interna retificou a decisão tomada pelo seu antecessor, no âmbito da extinção do SEF e transferência das suas competências, relativamente à repartição destes postos fronteiriços entre a GNR e a PSP. Em breve será anunciada uma alteração ao decreto-lei, aprovado em novembro de 2021, que integra, na GNR, o controlo de todos os postos de fronteira marítimos, incluindo os dos terminais de cruzeiro que tinham ficado com a PSP — força de segurança que fica com a primeira linha das fronteiras aeroportuárias.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Santos Silva: “Temos todas as condições para ter um período de grande estabilidade política”

“A minha expectativa é que temos todas as condições para ter um período de grande estabilidade política até 2026”, disse o presidente da Assembleia da República, referindo que “a estabilidade política consegue-se e de forma muito importante, através do resultado eleitoral, mas o resultado eleitoral por si não é bastante”. “É preciso que o Governo governe bem, correspondendo aos anseios daqueles que nele votaram e também aos anseios do conjunto da população. Vamos ver como é que evolui a situação internacional e outras variáveis exógenas ao sistema português”.

Leia a entrevista completa na Renascença (acesso livre)

Sobreviventes de cancro e diabéticos travados nos empréstimos

As pessoas com doentes ou que tiveram cancro continuam a ser descriminadas no acesso a créditos bancários, por via do agravamento dos prémios ou da exclusão de hipóteses de seguro de vida. A lei do direito ao esquecimento entrou em vigor no início de 2022, mas falta haver um acordo entre a banca, as seguradoras e as associações de doentes. Desde janeiro, já chegaram 15 queixas à Deco nesse sentido. A maioria dos que ultrapassaram doença grave queixa-se da dificuldade em aceder a um crédito para a casa.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

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Assembleia Municipal aprova saída do Porto da Associação Nacional de Municípios

  • Lusa
  • 31 Maio 2022

O município vai assumir de forma "independente e autónoma" todas as negociações com o Estado em relação à descentralização de competências.

A Assembleia Municipal do Porto aprovou esta noite a saída da autarquia da Associação Nacional de Municípios com os votos favoráveis dos independentes liderados por Rui Moreira, CHEGA e PSD e contra de BE, PS, CDU e PAN.

O executivo municipal já tinha aprovado aquela desvinculação em reunião de câmara, com os votos a favor do movimento independente, a abstenção do vereador do PSD Alberto Machado e os votos contra do PS, BE, CDU e do social-democrata Vladimiro Feliz.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, fez conhecer a sua vontade de abandonar este organismo a 12 de abril, altura em que disse que não se sentia em “condições” para passar “um cheque em branco” à ANMP para negociar com o Governo a transferência de competências.

Na proposta de Rui Moreira, que era o ponto cinco da ordem de trabalhos mas que por deliberação da Assembleia Municipal foi antecipada, o presidente da Câmara do Porto considera ser “total” o “fracasso” da ANMP em representar os municípios no processo de descentralização de competências do Estado.

Destacando que, na sequência de várias reuniões, se “alcançou um entendimento quanto ao modelo de descentralização”, com o consenso dos 35 municípios que integram as duas áreas metropolitanas (Porto e Lisboa), o autarca afirma ter existido, ao mesmo tempo, um “ato de absoluto boicote” por parte da ANMP ao trabalho realizado.

“A ANMP fez acordos com o Governo sem ouvir os municípios e sem estar para tal mandatada, ignorando os seus interesses e preocupações legítimas”, salienta, acrescentando que o modelo de descentralização implementado ficou “manifestamente aquém do que era esperado”. Neste sentido, a proposta agora aprovada prevê que o município abandone a ANMP, perdendo a qualidade de membro, seguindo-se a comunicação desta decisão ao Conselho Geral da ANMP.

Assim sendo, o município vai assumir de forma “independente e autónoma” todas as negociações com o Estado em relação à descentralização de competências, “sem qualquer representação”.

O processo de transferência de competências em mais de 20 áreas da Administração Central para os municípios decorre desde 2019. A transferência definitiva e obrigatória de competências nas áreas da Educação, Saúde e Ação Social para os municípios estava prevista acontecer a partir de 01 de abril deste ano, após vários adiamentos.

Em 03 de fevereiro, o Governo aprovou a possibilidade de os municípios requererem a prorrogação até 01 de janeiro de 2023 do prazo para a concretização da transferência de competências na área da Ação Social, mantendo a efetivação das competências de Educação a 01 de abril.

A Câmara Municipal do Porto interpôs, em 25 de março, uma providência cautelar para travar a descentralização nas áreas da educação e da saúde. Em 04 de abril, o vereador da Educação da Câmara do Porto, Fernando Paulo, adiantou que a providência foi aceite, mas sem efeitos suspensivos, o que levou a autarquia a “acomodar” as competências.

Após recurso, o Supremo Tribunal Administrativo (STA) declarou-se na sexta-feira “incompetente” para decidir sobre a providência cautelar interposta pela Câmara do Porto.

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Abramovich leva Conselho da UE a tribunal por sanções

  • ECO
  • 31 Maio 2022

O empresário russo, com nacionalidade portuguesa, foi forçado a vender o clube de futebol britânico Chelsea, depois de também ter sido sancionado pelo Reino Unido.

Roman Abramovich interpôs esta terça-feira um processo judicial no tribunal da União Europeia (UE) contra o Conselho da UE, que aplicou sanções ao empresário russo, como parte das medidas retaliatórias contra Moscovo.

Em março, a UE incluiu o oligarca russo, considerado próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, na sua lista de indivíduos sancionados com bens congelados e proibições de viagem, pelo seu papel na invasão russa da Ucrânia.

Também esta terça-feira, os chefes de Governo e de Estado da UE, reunidos em Conselho Europeu, além de terem chegado a acordo para reduzir as importações de petróleo da Rússia, mostraram-se disponíveis para conceder nove mil milhões de euros para responder às necessidades de financiamento da Ucrânia.

“O Conselho Europeu está pronto para conceder nove mil milhões de euros à Ucrânia”, divulgou o presidente da instituição, Charles Michel, numa publicação na sua conta oficial na rede social Twitter.

No terreno, Moscovo reclama já dominar um terço de Sievierodonetsk e Kiev anunciou ter recuperado o controlo de uma aldeia perto de Kherson.

Nos mercados, o brent já supera os 120 dólares, o ouro corrige ligeiramente e o cobre valoriza 0,11%.

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Cada vez mais alunos carenciados concluem estudos com sucesso

  • Lusa
  • 31 Maio 2022

O relatório confirma que o sucesso académico continua a ser mais difícil de atingir pelos alunos de meios mais desfavorecidos, mas a distância que os separa dos restantes está a ficar mais curta.

Cada vez menos alunos chumbam ou desistem de estudar, com destaque para os mais carenciados que reduziram o fosso que os separa dos restantes, levando o governo a defender que o “elevador social da educação está a funcionar”.

O relatório “Resultados Escolares: Sucesso e Equidade”, da Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), hoje divulgado, indica que o primeiro ano de pandemia não alterou a tendência de melhoria do sucesso académico dos alunos do ensino obrigatório.

Os dados sobre os alunos que conseguiram concluir um ciclo de estudos sem chumbar ou desistir mostram uma “evolução muito positiva” em todos os ciclos de ensino, lê-se no documento, que compara os anos letivos entre 2017 e 2020.

Nestes três anos, a percentagem dos que chumbam ou desistem de estudar esteve sempre a diminuir: No segundo ciclo, por exemplo, desceu de 9% para 5% em 2020, um ano já afetado pela pandemia. Segundo o ministro da Educação, João Costa, “houve uma preocupação de se começar a pensar em perspetivas de recuperação e não de penalização”.

O relatório confirma que o sucesso académico continua a ser mais difícil de atingir pelos alunos de meios mais desfavorecidos, mas a distância que os separa dos restantes está a ficar mais curta. Em declarações aos jornalistas, João Costa usou os dados do relatório para defender que “o elevador social da Educação não está avariado. Ele está mesmo a andar”.

Por exemplo, entre os alunos carenciados do primeiro ciclo, registou-se uma melhoria de cinco pontos percentuais: No final do ano letivo de 2018, 77% dos estudantes desfavorecidos terminaram o 4.º ano sem nunca ter chumbado e, três anos depois, a taxa de conclusão subiu para 82%.

A evolução da totalidade dos estudantes do primeiro ciclo mostra que houve uma melhoria de três pontos percentuais entre 2018 e 2020 (passando de 86% para 89%), enquanto a melhoria registada pelos alunos mais carenciados foi de cinco pontos percentuais. “Há uma melhoria constante do indicador da conclusão em tempo esperado dos resultados dos alunos com mais dificuldades socioeconómicas”, afirmou João Costa, admitindo que este trabalho continua a ser “um grande desafio”.

Assim, no segundo ciclo houve uma melhoria de seis pontos percentuais, passando de 86% para 92%. No terceiro ciclo, onde há mais casos de insucesso, registou-se uma subida de oito pontos percentuais entre os alunos que terminaram em 2018 (70%) e os que terminaram em 2020 (78%).

É no ensino secundário que os alunos têm mais dificuldades em fazer os três anos sem chumbar ou desistir, mas é também neste ciclo de estudos que se nota o maior salto, com uma melhoria de 10 pontos percentuais.

Em 2018, pouco mais de metade dos alunos carenciados (52%) conseguiu concluir o secundário nos três anos previstos, enquanto em 2020 a percentagem subiu para 62%. Nos cursos profissionais, a subida foi de apenas 2%, atingindo os 62% em 2020. Para João Costa, os alunos carenciados “não estão condenados ao insucesso” e a “escola pode fazer a diferença”.

Mas, na análise de melhoria dos resultados, voltou a ficar de fora o indicador dos percursos diretos de sucesso, que permite perceber a proporção de alunos que consegue concluir o ciclo no tempo esperado com classificação positiva nas provas nacionais.

A pandemia de covid-19 levou a uma alteração das regras e, nos dois últimos anos, as provas passaram a ser obrigatórias apenas para acesso ao ensino superior, deixando de ser possível perceber os percursos diretos de sucesso. Existe um outro indicador que mostra quantos alunos terminam o secundário e entram no ensino superior, mas a informação está disponível apenas para as escolas.

O ministro da Educação defendeu que existem informações com “um pormenor tão elevado que se chega muito próximo” da informação do aluno, ou seja, poderia deixar de cumprir os requisitos da proteção de dados.

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Petróleo prolonga ganhos com embargo da UE. Brent tocou nos 124 dólares

O acordo da União Europeia para um embargo ao petróleo russo impulsionou os preços do "ouro negro". Cotação do brent chegou a atingir os 124 dólares.

Os preços do petróleo prolongam os ganhos registados na última sessão, impulsionados pelo acordo da União Europeia para reduzir as importações de petróleo da Rússia. Esta decisão alimenta as preocupações de um mercado mais limitado, já com a oferta sob pressão com o aumento da procura antes do pico do verão nos EUA e na Europa.

Às 12h de Lisboa, o barril de brent, cotado em Londres e que serve de referência às importações nacionais, está a valorizar 1,73% para 123,7 dólares, tendo chegado a atingir os 124 dólares esta manhã. Enquanto isso, o WTI, cotado em Nova Iorque, avança 3,22% para 118,8 dólares.

Este desempenho dá-se depois de os chefes de Governo e de Estado da União Europeia terem chegado a acordo para um embargo ao petróleo russo, como anunciou o presidente do Conselho Europeu esta segunda-feira, explicando estarem em causa dois terços das importações europeias à Rússia.

“É definitivamente muito otimista para o preço do petróleo, com base nas tensões de oferta. O preço do petróleo está agora a caminhar para os máximos de março”, disse Tina Teng, analista de mercado da CMC Markets, citada pela Reuters. A reabertura da China também está a sustentar os preços, acrescentou a analista.

Espera-se que a procura na China aumente após a flexibilização das restrições da Covid-19. Xangai, por exemplo, já anunciou o fim do confinamento de dois meses, que permitirá que a grande maioria das pessoas na maior cidade chinesa volte a utilizar os carros a partir de quarta-feira.

(Notícia atualizada às 12h00)

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Tem até hoje para pagar a primeira (ou única) prestação do IMI

Esta terça-feira é o último dia que tem para pagar o IMI, no caso de este ser superior a 100 euros, ou pagar a primeira prestação, no caso de a taxa ser igual ou superior a este valor.

Esta terça-feira é o último dia que os proprietários têm para pagar a primeira ou única prestação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), dependendo do valor que este tiver. O pagamento pode ser feito de várias formas e quem se atrasar incorre em avultadas sanções.

O prazo é o mesmo, o que muda é mesmo o número de prestações. Antes, os contribuintes que pagassem mais de 250 euros de IMI tinham a hipótese de pagar este imposto em prestações mas, em 2019, o Governo decidiu baixar essa fasquia para os 100 euros, aliviando o peso deste imposto no bolso dos contribuintes.

Assim, em termos práticos, caso o IMI seja:

  • Inferior a 100 euros, tem de ser pago numa única prestação, até ao final de maio. E, este ano, o prazo termina esta terça-feira;
  • Igual ou superior a 100 euros, mas inferior a 500 euros, pode ser pago em duas prestações: final de maio e final de novembro;
  • Superior a 500 euros, as prestações aumentam para três: final de maio, final de agosto e final de novembro.

O pagamento deste imposto sobre imóveis pode ser feito através do multibanco, serviços de Finanças, balcões dos CTT, instituições financeiras com protocolo para o efeito e a partir de casa, via home banking ou MB Way.

Os proprietários que se atrasarem nos pagamentos podem contar com avultadas sanções — ao valor do imposto em falta somam-se os juros de mora e encargos fiscais. Quantos mais dias de atraso forem, mais alta será a multa.

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Startups andam em Hannover à pesca de capital dos tubarões industriais

Entre os "grandes" da indústria, nove jovens empresas tecnológicas portuguesas apresentam-se também na Hannover Messe. Na mira estão novos negócios e financiamento, diz líder da Startup Portugal.

As startups portuguesas também andam à pesca de investidores na Hannover Messe. Nove jovens empresas tecnológicas de origem nacional vão apresentar-se no “lago dos tubarões” da maior feira mundial do setor. Para a equipa portuguesa foram selecionados projetos já com experiência, numa missão liderada pela associação Startup Portugal.

“O foco foi dado a startups com atividade, com a sua organização base criada e que já mereceram apostas de fundos de capital de risco. Podem chegar a esta feira e estarem num estágio de fazerem novos negócios, acelerarem e crescerem para a internacionalização“, explica ao ECO o líder da Startup Portugal, António Dias Martins.

Um conjunto de cinco startups vai apresentar o seu negócio na tarde desta terça-feira; as restantes quatro jovens empresas vão dar-se a conhecer na manhã de quarta-feira, 1 de junho, no recinto da feira em que a indústria portuguesa está a tentar seduzir as empresas alemãs com cockpits de Valongo e implantes capilares de CR7.

Por estarem numa fase mais adiantada, estas startups portuguesas não passaram por qualquer processo de preparação ou de mentoria antes de viajarem para a Hannover Messe 2022, em que Portugal tem o estatuto de país parceiro e junta uma comitiva com 109 empresas. “Fazemos um acompanhamento individual”, destaca António Dias Martins.

O sucesso desta visita à Alemanha apenas será medido “dentro de alguns meses, como reconhece o mesmo responsável, quando as startups confirmarem a eventual captação de novos novos negócios, aumentos de capital ou o crescimento da sua rede de parceiros.

Conheça as startups que estão a participar na feira industrial de Hannover

  • Enline – Startup de Mirandela fundada em 2018, especializada no desenvolvimento de software para a gestão e operação de redes de transporte de energia elétrica, incorporando soluções de engenharia, data science, inteligência artificial e IoT (Internet das Coisas). A sua solução de Digital Twin permite facilmente recriar em ambiente virtual os vários ativos da rede de transmissão elétrica, possibilitando uma monitorização em tempo real e otimizando toda a sua operação;
  • Fractal Mind – Empresa de Lisboa com oferta de soluções gamificadas desenhadas em função dos desafios de cada cliente, impulsionando o envolvimento dos trabalhadores, resultados de negócio, objetivos de aprendizagem e de mudança comportamental;
  • INDX – Empresa de Braga que construiu uma plataforma para gerir o chão de fábrica e ajustar a produção às necessidades de encomendas. A plataforma inclui uma aplicação para telemóvel a ser usada pelos trabalhadores;
  • Infraspeak – Solução nascida no Porto para gerir manutenção de infraestruturas com base em inteligência artificial;
  • MICESpin-off da Universidade do Porto, especializada no desenvolvimento e produção de peças plásticas e compósitos, com foco nas pequenas e médias séries de produção. Resultado de mais de 20 anos de investigação na tecnologia de moldação por injeção reativa, permite a produção de materiais adaptados às necessidades de cada especificidade do projeto e cliente, garantindo curto período de tempo até chegar ao mercado e custos mais baixos;
  • Omniflow – Fundada em 2011 no Porto, desenvolveu um sistema híbrido de geração de energia solar e eólica, destinada a fins residenciais, comerciais, telecomunicações, sistemas de wi-fi e iluminação urbana. A solução poupa mais de 90% da energia para iluminação;
  • Progrow – Com sede em Matosinhos, é uma plataforma dedicada à experiência do chão de fábrica, com conectividade e análise de dados de última geração. A solução recorre a tecnologia de IoT e permite aos clientes tomarem decisões mais rápidas com base em dados;
  • Vawlt – Fundada em 2019 em Lisboa, criou uma plataforma para simplificar o armazenamento de dados, ao adaptar a sua configuração às necessidades de cada cliente independentemente do seu setor, desde o armazenamento de ficheiros colaborativos até ao arquivo morto, passando pelos backups ou outros tipos de usos;
  • Water Wise System – solução para a gestão e processamento massivo de dados do ciclo urbano da água, podendo ser usada em redes de água potável, residuais e pluviais. Faz a ponte entre as diversas realidades que rodeiam todas as redes no contexto do ciclo urbano da água, sendo capaz de analisar parâmetros da gestão hídrica, dos consumos energéticos, da meteorologia, do comportamento de consumo e determinar a sua sustentabilidade.

Chegar ao Brasil em 2023

A Hannover Messe é a primeira das quatro missões internacionais de 2022 da Startup Portugal, designadas de Business Abroad. Até ao final de junho, um total de cerca de 70 startups irá participar em outros três certames: South Summit (Espanha), Viva Technology (França) e Collision, a conferência da rede Web Summit que decorre na cidade canadiana de Toronto.

Com o calendário deste ano já fechado, a Startup Portugal já está a preparar as deslocações para o próximo ano. Considerado um “mercado prioritário”, o Brasil será uma das missões para 2023, no ano em que a Web Summit vai ter um evento próprio na cidade de Rio de Janeiro: a Web Summit Rio.

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Do horário flexível à carreira internacional. Depois da pandemia, o que querem os Millennials e a Geração Z?

A carreira na hotelaria é uma hipótese para 40% dos inquiridos. São atraídos por aprender novas skills, conhecer pessoas, pela evolução de carreira e oportunidade de trabalhar no estrangeiro.

Horários de trabalho flexíveis, oportunidade de viajar, contribuir para um trabalho com propósitos definidos, diversidade e interação social são os principais fatores que os profissionais entre os 18 e os 41 anos, os chamados Millennials e Geração Z, valorizam no local de trabalho, no pós-pandemia. A quase totalidade dos inquiridos (93%) considera fundamentais as políticas de bem-estar, com 27% a admitirem que pensaram em mudar de emprego no último ano, após refletirem sobre a sua saúde mental, revela um inquérito sobre o futuro do trabalho realizado pela Hilton juntos dos jovens profissionais portugueses, a que a Pessoas teve acesso. A cadeia está a realizar uma ação de recrutamento no mercado europeu junto a um target mais jovem: tem 800 vagas, 85 posições destinam-se a Portugal.

“Uma organização saudável é baseada em hábitos individuais saudáveis. Ao praticarmos, em primeiro lugar, o autocuidado, podemos cuidar melhor das nossas famílias, equipas, negócios e comunidades, dando-lhes o melhor de nós”, começa por referir David Kelly, vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental, em declarações à Pessoas.

Apesar de, no setor hoteleiro, a integração entre a vida privada e profissional ser, às vezes, um desafio acrescido, David Kelly acredita que existem programas e benefícios que se podem e devem implementar. “Oferecemos modelos de trabalho flexível em todas as funções empresariais e hoteleiras, a todos os níveis, para ajudar os nossos membros de equipa a equilibrar os compromissos familiares e pessoais”, exemplifica o responsável.

“Sabemos que, tradicionalmente, a hospitalidade não era vista como uma indústria que permitisse flexibilidade. É ótimo ver essas perceções mudarem, à medida que os jovens se apercebem da enorme oportunidade de construir uma carreira [num setor] que apoia os seus objetivos pessoais, quer sejam combinar trabalho e criar uma família, prosseguir os estudos superiores enquanto trabalham, ou aprender uma nova língua num ambiente de trabalho sociável.”

O inquérito desenvolvido pela Hilton indica, precisamente, que o “emprego perfeito” deve incluir a possibilidade de conhecer novas pessoas, experimentar diferentes funções e proporcionar equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada. Mas há mais: desenvolvimento de carreira, modalidades de trabalho flexível, apoio à aprendizagem e reconhecimento pessoal.

Viajar é um fator importante, e a hotelaria “encontra-se numa posição única para proporcionar oportunidades ilimitadas”

Os profissionais entre os 18 e os 41 anos dão, agora, mais valor à oportunidade de construir a sua carreira numa organização (85%) do que seguir uma carreira através da deslocação contínua entre organizações (6%), com os restantes indecisos.

Adicionalmente, 40% dos inquiridos mostram-se em consenso ao considerarem uma carreira em hotelaria: são atraídos pela possibilidade de aprender novas competências (32%), conhecer pessoas de diferentes origens (28%), pelas múltiplas oportunidades de desenvolvimento de carreira (26%) e pela oportunidade de trabalhar no estrangeiro (25%).

Sabemos que, tradicionalmente, a hospitalidade não era vista como uma indústria que permitisse flexibilidade. É ótimo ver essas perceções mudarem, à medida que os jovens se apercebem da enorme oportunidade de construir uma carreira [num setor] que apoia os seus objetivos pessoais, quer sejam combinar trabalho e criar uma família, prosseguir os estudos superiores enquanto trabalham, ou aprender uma nova língua num ambiente de trabalho sociável.

David Kelly

Vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental

“Durante a minha própria carreira na Hilton, tive oportunidades consideráveis de viajar e trabalhar em funções em todo o mundo, na Austrália, Estados Unidos, China, e Europa. As viagens são um fator importante para os jovens que entram no mercado de trabalho, e a nossa indústria encontra-se numa posição única para proporcionar oportunidades ilimitadas a este respeito”, recorda David Kelly.

O Pestana Hotel Group faz precisamente bandeira da mobilidade internacional para atrair o talento. A cadeia hoteleira portuguesa tem sabido aproveitar o facto de estar presente em 16 países. “Temos mais de 100 hotéis e temos imenso a aprender uns com os outros. Optamos por dar oportunidade às nossas pessoas de fazerem mobilidade dentro do grupo e gostamos muito dessa mobilidade entre geografias”, contou Verónica Soares Franco, executive committee member & chief human resources officer do Pestana Hotel Group, em entrevista à Pessoas.

“Sempre que entra uma oportunidade de recrutamento identificamos se, na nossa base de colaboradores, existem oportunidades para uma pessoa progredir ou, por vezes, mudar de funções ou abraçar uma experiência internacional, caso seja do seu interesse. Gostamos de proporcionar este tipo de experiências às nossas pessoas”, acrescenta.

Hoje são já vários os casos de colaboradores que de Portugal voaram até Espanha ou Brasil para desempenharem funções noutros hotéis do grupo e, com isso, darem um salto na sua carreira. De igual forma, “temos dado algumas oportunidades a colaboradores nossos que estão noutras geografias e que pretendam vir para Portugal para terem uma experiência internacional”.

No entanto, as opiniões sobre desempenhar um cargo que oferece a oportunidade de viajar variam consoante a geração, sendo que a Geração Z é mais propensa do que os millennials a procurar possibilidades de viajar num novo trabalho, com 65% e 45%, respetivamente.

Se a carreira na hotelaria entusiasma 40% do talento inquirido, há outras profissões que já não são tão populares entre os profissionais. É o caso do construtor e do professor, que colecionam apenas o interesse de 3% e 9% dos inquiridos, respetivamente, e contrastam com a de influenciador digital, que começa a ganhar adeptos (18%).

Políticas fortes de responsabilidade social e ambiental atraem 88% do talento

Ao mesmo tempo que a flexibilidade, progressão de carreira e bem-estar ganham terreno, há outro fator que se revela fundamental para os profissionais questionados pela Hilton e, por sua vez, crucial na atração de talento. “Os resultados do inquérito também mostram uma mudança de atitudes relacionadas com a responsabilidade social e ambiental”, revela o vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental.

As organizações com políticas fortes em questões sociais e ambientais são suscetíveis de atrair 88% dos inquiridos com idades entre os 18-41 anos, “o que me anima muito”. “Estamos empenhados em aumentar o nosso investimento no impacto social e em reduzir substancialmente a nossa pegada ambiental através de uma hospitalidade responsável em toda a nossa cadeia de valor”, assegura David Kelly.

Conrad Algarve, em Almancil, que pertence ao Grupo Hilton.Tripadvisor

Os membros da nossa equipa são diretamente responsáveis por ajudar a Hilton a atingir os seus ambiciosos objetivos para 2030. Ter defensores apaixonados nesta área é uma enorme mais-valia para o nosso negócio e para as nossas comunidades.”

O inquérito revelou ainda que um local de trabalho diversificado e inclusivo é importante para 86% dos Millennials e Geração Z. Os inquiridos consideram que a ligação humana é mais importante do que nunca num mundo pós-pandémico, com 92% a valorizarem a interação social no trabalho.

Para obter estas conclusões, a Hilton inquiriu 1.000 participantes entre os 18 e os 41 anos em Portugal.

800 vagas. 85 posições destinam-se a Portugal

Direcionada precisamente ao público mais jovem, a Hilton vai lançar uma campanha de recrutamento com mais de 800 vagas de emprego disponíveis nos seus hotéis em toda a Europa. Em Portugal, a marca terá 85 posições disponíveis para diferentes áreas, como food and beverage, front office e housekeeping.

“Sabemos que quando investimos na nossa equipa, os nossos hóspedes e comunidades também beneficiam. É por isso que estamos tão empenhados em proporcionar grandes benefícios, desde oportunidades de viagem que mudam vidas, até à garantia de um sentimento de pertença para cada membro da equipa. É assim que fazemos da Hilton um excelente local para trabalhar”, defende o vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental.

“Estamos entusiasmados por estar a recrutar 800 novos colaboradores em toda a Europa e 85 em Portugal, para os nossos sete hotéis, com uma grande variedade de posições, tais como chefs, rececionistas, engenheiros e mixologistas”, detalha.

O grupo hoteleiro conta com unidades em mais de 122 países em todo o mundo e sete em território nacional, estando já a planear abrir sete novos hotéis nos próximos cinco anos, em Portugal.

Para mais informações sobre carreiras na Hilton, aceda a jobs.hilton.com.

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Defesa Salgado diz que prisão pode levar à morte do ex-banqueiro devido a doença de Alzheimer

A defesa de Salgado pede a nulidade da decisão por "omissão de pronúncia sobre a questão da anomalia psíquica superveniente". Ou seja: a doença de Alzheimer que o tribunal deu como provada.

O que a defesa de Ricardo Salgado pede, em sede de segunda instância, é muito claro: que o acórdão que condenou o ex-homem forte do BES a uma pena de prisão efetiva de seis anos seja considerado nulo. A razão? Omissão do juiz, que não se pronunciou sobre uma possível pena suspensa devido à anomalia psíquica relativa à doença de Alzheimer que Salgado sofre, como obriga o nosso Código Penal.

O ex-líder do Banco Espírito Santo (BES) foi condenado, em março deste ano, a uma pena de seis anos pelos três crimes de abuso de confiança que saíram da Operação Marquês.

O tribunal considerou como provados “quase todos os factos constantes da acusação”, segundo explicou o juiz Francisco Henriques. Mas o magistrado diz que “não ficou provado a questão da gestão centralizada do BES”.

No recurso de 792 páginas — a que o ECO/Advocatus teve acesso — a defesa, a cargo dos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, pede que, neste caso concreto, o recurso seja apreciado com “objetividade e sem ideias pré-concebidas, sem ceder inconscientemente às pressões e pré-juízos mediáticas”.

Porque, consideram os advogados, que o juiz Francisco Henriques “ignorou a patologia de demência, assente numa doença de Alzheimer medicamente comprovada, numa pessoa a ponto de cumprir 78 anos”. Mesmo tendo ficado provado que Salgado tem doença de Alzheimer, a defesa queixa-se que “nem uma palavra” foi dada sobre este assunto, “ignorando o que ficou assente e demonstrada em tribunal e na decisão”.

O advogado Francisco Proença de Carvalho, à entrada do Campus de Justiça, em Lisboa.Hugo Amaral/ECO

 

E volta a criticar o acórdão de Francisco Henriques ao dizer que este “não gastou sequer um segundo ou uma linha para sequer referir e apreciar esta questão da doença”. Em tom duro, os advogados dizem ainda que “a pressão mediática não constitui justificação para evitar ou omitir a apreciação de questões jurídicas. Ainda para mais quando as questões jurídicas cuja apreciação foi omitida estão relacionadas com a dignidade humana”.

E relembra, tal como o tinha feito nas alegações finais, em julgamento, que, o que na prática, se verifica é que, em casos “não mediáticos” ou então “menos mediáticos”, a lei é aplicada objetivamente, referindo-se a uma decisão do Tribunal de Viseu que, em 8 de Novembro de 2021, determinou a suspensão da pena de prisão de sete anos ao ex-autarca de Santa Comba Dão, com menos de 60 anos, aplicada a arguido a quem foi diagnosticada “provável doença de Alzheimer”.

E que consequências pode ter a prisão de Ricardo Salgado, segundo o mesmo recurso?

Qualquer pena de prisão efetiva terá “efeitos adversos e perniciosos quer sobre a saúde física, neurológica e psicológica de Ricardo Salgado, quer sobre a sua socialização e integração familiar”. Vão mais longe ainda ao dizer que parece “evidente” que uma qualquer prisão efetiva – ainda para mais de seis anos – “causará ou, pelo menos, acelerará o falecimento do
arguido. E aí o tribunal nada diria, mas teria de ficar com essa circunstância na sua consciência”.

Explicando ainda aos juízes da Relação que “o arguido não tem por si e sem assistência, condições para tomar a sua correta medicação diária e demais cuidados que o seu estado de saúde requer”.

Concluindo que “a Justiça não tem como propósito espezinhar e atropelar a dignidade humana, nem dos arguidos, nem dos cidadãos objeto de condenação”.

O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado (E), à saída do Tribunal de Santarém, com o advogado Adriano Squilacce. PAULO CUNHA/LUSAPAULO CUNHA/LUSA

A “testemunha estrela” Paulo Silva

Apesar do grande trunfo da defesa neste recurso ser o da doença do ex-banqueiro, este dedica também uma parte considerável ao depoimento do que chama de “testemunha estrela” que nem sequer é verdadeira testemunha por não ter qualquer conhecimento direto dos factos, como o próprio e o Tribunal reconheceram”. Em causa Paulo Silva, inspetor da Autoridade Tributária, envolvido na fase de inquérito na investigação do processo da Operação Marquês, considerado como uma testemunha chave em julgamento.

Os advogados consideram que “a manifesta fragilidade do acórdão na prova dos factos é tão mais evidente” quando o a condenação foi fundamentada no depoimento de uma ‘não testemunha’ que passou a ‘testemunha estrela’ que, ela própria – confessou “não ter conhecimento direto de nada, o que, aliás, levou o tribunal a fazer um mea culpa no próprio julgamento em ter permitido que esta “não testemunha” tanto discorresse sobre questões que não tem qualquer conhecimento direto.

E concretizam: na audiência de julgamento de 8 de Julho de 2021, o juiz Francisco Henriques dizia que “até já fui acusado pelo meu colega de dizer que eu lhe dei muita latitude. Pronto, é verdade, dei mais latitude do que, do que, do que é habitual, ou é habitual por este coletivo, mas foi por, por, por este motivo, porque o relato estava tão misturado com opiniões e com factos que era …”. Relembrando ainda que, após o depoimento da “testemunha” Paulo Silva, o tribunal de 1.ª Instância apelidou as declarações desta “testemunha” como “meras suposições”.

E concluiu que “a peculiaridade de estar em causa o depoimento valorativo de um inspetor Tributário em matérias que não envolvem qualquer crime fiscal reforçam, ainda mais, a manifesta e total ausência de provas contra o arguido. É caso para dizer que, não tendo cão para caçar com cão, o Acórdão recorrido procurou caçar com gato”.

Devolução de sete milhões de euros não contou para atenuação ou suspensão da pena

Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squillace queixam-se ainda do facto de o arguido ter feito chegar à esfera da Enterprises / ESI o montante total de sete milhões de euros, em Outubro de 2012 e Janeiro de 2014 não ter sido contabilizado para uma suspensão ou atenuação da pena.

Explicando que estes factos provam que Salgado “não teve qualquer intenção de se apropriar ilegitimamente de qualquer quantia da Enterprises. É de elementar lógica que, quem se pretende apropriar ilegitimamente de uma qualquer quantia, não injecta fundos na esfera de onde retirou, anteriormente, os fundos de que, supostamente, se pretenderia apropriar”.

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