Semana de trabalho de quatro dias avança

  • Lusa
  • 25 Maio 2022

Proposta do Livre para estudo amplo sobre novos modelos de organização laboral foi aprovada pelos deputados na votação do Orçamento do Estado para 2022 na especialidade.

Os deputados aprovaram na terça-feira uma proposta de alteração do Livre ao Orçamento do Estado que prevê um estudo e amplo debate sobre novos modelos de organização laboral, incluindo a semana de quatro dias de trabalho.

Na votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2022, que decorre na Comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento, a proposta apresentada pelo deputado único do Livre mereceu os votos favoráveis de PS, PAN e BE, a abstenção do PCP e os votos contra de PSD, Iniciativa Liberal e Chega.

O deputado Rui Tavares não votou a sua proposta uma vez que não integra a Comissão de Orçamento e Finanças.

A iniciativa aprovada prevê que “o Governo promove o estudo e a construção de um programa piloto que vise analisar e testar novos modelos de organização do trabalho, incluindo a semana de quatro dias em diferentes setores e o uso de modelos híbridos de trabalho presencial e teletrabalho”.

E refere também que o Executivo deverá promover “um amplo debate nacional e na concertação social sobre novos modelos de organização do trabalho, incluindo a semana de trabalho de quatro dias, como forma de promover uma maior conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar”.

A proposta inicial, o Livre propunha que o Governo promovesse “o estudo e a construção de um programa que visa testar a semana de 30 horas de trabalho por semana, em 4 dias de trabalho, a implementar a partir de 2023 e ao longo de três anos, num conjunto de até 100 empresas nacionais que nele se inscrevam”.

No entanto, o partido substituiu essa iniciativa por aquela que foi agora aprovada.

Os deputados aprovaram também uma outra proposta do Livre com vista à promoção de “ações de formação junto de todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde sobre orientação sexual, identidade de género, expressão de género e características sexuais, de modo a melhorar o atendimento e acompanhamento clínico de pessoas da comunidade LGBTQI”.

Esta iniciativa teve o voto a favor do PS, BE, PCP, Iniciativa Liberal e PAN e o voto contra de PSD e Chega.

Propinas congeladas no próximo ano letivo

Os deputados também aprovaram uma proposta de alteração do PS que prevê o congelamento do valor das propinas em todos os ciclos de estudo.

“No ano letivo de 2022/2023, nos ciclos de estudos conferentes de grau superior e nos cursos técnicos superiores profissionais das instituições de ensino superior público, o valor das propinas em cada ciclo de estudos não pode ser superior ao valor fixado no ano letivo de 2021/2022 no mesmo ciclo de estudos”, refere a iniciativa socialista, aprovada com os votos a favor PS, PCP, PAN (os votos contra PSD e IL) e abstenção dos restantes.

O Parlamento aprovou ainda a extensão para o ano letivo 2022/2023 do valor mínimo de propina, nos ciclos de estudos conferentes de grau superior, de 495 euros. Na proposta do OE2022 estava apenas previsto o valor mínimo da propina a considerar para no ano letivo 2021/2022 de 495 euros.

Foi ainda aprovada uma proposta do PS que prevê que o Governo “estude as condições de mobilidade dos estudantes de Ensino Superior beneficiários de bolsa de estudo e avalia a criação de um apoio ao custo de deslocação através de transporte público entre o respetivo estabelecimento de ensino e a residência permanente do agregado familiar”.

A deputada única do PAN viu também serem aprovadas duas propostas suas, uma delas com vista à elaboração e divulgação de “um relatório nacional sobre a qualidade do alojamento no Ensino Superior” (que mereceu os votos favoráveis do PAN, PS e PCP e a abstenção dos restantes). A outra refere que “o Governo, com vista a reforçar as condições de trabalho do intérprete de língua gestual, cria uma bolsa de horas por ano letivo, não inferior a 12 horas/ano, a ser usada por famílias com progenitor surdo com filho em idade escola”.

Esta iniciativa de Inês Sousa Real mereceu o voto a favor de PAN, PS, PCP e Chega e a abstenção dos restantes.

Viabilizado suplemento para médicos recém-especialistas em unidades com baixa cobertura

Uma proposta de alteração ao Orçamento para que os médicos recém-especialistas sejam colocados em unidades com taxa de cobertura de médico de família inferior à média nacional tenham direito temporariamente a um suplemento remuneratório foi igualmente aprovada.

“Os médicos recém-especialistas que, ao abrigo do Decreto-lei n.º 46/2020, de 24 de julho, sejam colocados em unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP) de Agrupamento de Centro de Saúde (ACES), cuja taxa de cobertura de médico de família seja inferior à média nacional, têm direito, a título excecional e temporário, para uma lista de 1.900 utentes, a um suplemento remuneratório”, refere a iniciativa do PS.

A proposta prevê que o suplemento remuneratório corresponda a 60% da remuneração base correspondente à primeira posição remuneratória da categoria de assistente, da carreira especial médica ou da carreira médica, sendo atribuído pelo período de três anos.

A identificação dos ACES e UCSP, cuja taxa de cobertura de médico de família seja inferior à média nacional referida no número anterior, é determinada por despacho do membro do Governo responsável pela área da saúde, “sem prejuízo da sua aplicação ao procedimento simplificado de seleção correspondente à época normal de avaliação do internato médico de 2022, indica ainda a proposta”.

A iniciativa estipula ainda que “enquanto não houver condições para assegurar médico de família a todos os utentes dos ACES” os órgãos máximos de gestão dos serviços e estabelecimentos de saúde do SNS “podem, a título excecional, celebrar contratos de trabalho em funções públicas a termo resolutivo incerto, ou contratos de trabalho a termo resolutivo incerto, consoante o caso, na proporção de um médico por cada 1.900 utentes sem médico de família, incluindo os que a ele não tenham direito por sua própria opção, com médicos habilitados ao exercício autónomo da profissão, aos quais compete assegurar consulta médica, especialmente em caso de doença aguda, dos utentes inscritos numa lista pela qual ficam responsáveis”.

Mantém-se ainda previsto, tal como na proposta original do Orçamento do Estado, que “excecionalmente, por um período temporário e transitório, e, enquanto não houver condições para assegurar médico de família a todos os utentes, o Governo pode contratar médicos estrangeiros, nas mesmas condições de qualidade, segurança e equidade em que são contratados os médicos portugueses”.

Nas votações que decorreram na Comissão de Orçamento e Finanças foi ainda aprovada parte de uma proposta do BE com medidas para combater a pobreza menstrual.

A pedido do PS, a proposta bloquista foi votada de forma desagregada tendo sido aprovada apenas o corpo e uma das alíneas.

Assim, segundo o texto aprovado, com o objetivo de combater a pobreza menstrual e promover a saúde menstrual serão promovidas, “nomeadamente no âmbito de ações desenvolvidas pelas Unidades de Cuidados na Comunidade e pela Saúde Escolar, ações de informação sobre o ciclo menstrual, sobre a utilização e variedade dos produtos de recolha menstrual”.

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Soros diz que Putin deve ser derrotado o mais rápido possível para “preservar civilização”

  • Lusa
  • 25 Maio 2022

O multimilionário norte-americano de origem húngara George Soros disse em Davos que o Presidente russo, Vladimir Putin, deve ser derrotado o mais rápido possível para "preservar a civilização".

O multimilionário norte-americano de origem húngara George Soros disse esta terça-feira, em Davos (Suíça), que o Presidente russo, Vladimir Putin, deve ser derrotado o mais rápido possível, porque é “a melhor e talvez a única maneira de preservar a civilização”.

“Devemos mobilizar todos os nossos recursos para que a guerra [na Ucrânia] termine logo”, afirmou Soros, no seu discurso durante o seu tradicional jantar com a imprensa no Fórum Económico de Davos.

O filantropo explicou que, “enquanto a guerra prossegue, a luta contra a mudança climática deve ficar em segundo plano”, observando que especialistas dizem que há um atraso e que as “alterações climáticas estão prestes a tornar-se irreversíveis”.

“Isto pode ser o fim da nossa civilização”, alertou.

Soros considera essa perspetiva “particularmente aterrorizante”. “A maioria de nós aceita a ideia de que, eventualmente, devemos morrer, mas damos como certo que a nossa civilização irá sobreviver”, realçou.

Para Soros, Vladimir Putin “sabe bem o quão vulnerável é a sua posição” e “parece ter reconhecido” o seu “terrível erro” ao invadir a Ucrânia, estando agora a “preparar terreno para negociar um cessar-fogo”.

No entanto, alertou, “o cessar-fogo é inatingível, porque não é confiável”. “Putin teria que iniciar negociações de paz, o que não fará, porque seria equivalente a renunciar”, frisou.

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Financiamento ligado a objetivos de sustentabilidade permite baixar custos, diz CFO da Corticeira Amorim

Custo de financiamento "é mais uma função do desempenho da Corticeira Amorim em termos de sustentabilidade do que propriamente das taxas de juros oficiais", afirma Cristina Rios Amorim.

A Corticeira Amorim realizou duas emissões ligadas a objetivos de sustentabilidade nos últimos anos, uma de 40 milhões em 2020 e outra de 20 milhões em 2021. Cristina Rios Amorim, administradora financeira da empresa de produtos de cortiça, afirma, em resposta por email a questões do ECO, que a aposta neste tipo de dívida permite controlar o custo de financiamento, já que é menos condicionado pela subida das taxas de juro oficiais.

A gestora é uma das nomeadas na categoria de melhor CFO na relação com os investidores da 34.ª edição dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da consultora Deloitte. “Ao longo do meu percurso profissional, inúmeras vezes testemunhei que as empresas mais bem preparadas são mais ágeis, respondem com mais eficácia a condições menos favoráveis“, sublinha.

Que desafios a aceleração da inflação está a criar para o negócio e de que forma é que a Corticeira Amorim está a responder a eles?

Atravessamos tempos de grande incerteza e tal está, de facto, a refletir-se num aumento dos preços na generalidade dos inputs da nossa atividade: da energia aos transportes, da cortiça a inúmeras matérias-primas incorporadas. Este é uma situação de grande pressão sobre a rentabilidade da atividade de qualquer empresa e a Corticeira Amorim não é exceção. A este desafio respondemos com ações visando o abastecimento em condições mais favoráveis, a crescente eficiência operacional, a racionalização do portefólio de produtos, a rigorosa gestão de stocks e uma adequada política de preços.

A inflação trouxe também um novo ciclo de aumento das taxas de juro. Qual será a resposta da Corticeira Amorim a este novo enquadramento?

A resposta não é de agora. A Corticeira Amorim detém uma situação financeira muito sólida, com uma autonomia financeira que, no final de 2021, ascendia a 57,6%. Tem uma política de financiamento proativa e prospetiva, o que permite ter uma pool de financiamentos a taxa variável, mas também uma parte substancial a taxa fixa (no final de 2021, representava 40% do total da dívida remunerada). Nos últimos dois anos e meio, temos vindo a contratar financiamento ligado a objetivos de sustentabilidade, cujo custo é mais uma função do desempenho da Corticeira Amorim em termos de sustentabilidade do que propriamente das taxas de juros oficiais. E, nesta área em particular, a Corticeira Amorim compromete-se e atinge metas cada vez mais ambiciosas, o que se refletirá também no controlo do seu custo de funding.

“Shaping human lives through sustainability and technology” foi o tema escolhido para a edição deste ano dos IRGAwards, num convite à reflexão sobre a maneira como funcionamos enquanto sociedade e o legado que deixaremos às gerações futuras. O que é urgente mudar para deixarmos às próximas gerações um legado melhor?

O nosso propósito – seja individual, seja coletivamente como empresa ou organização de qualquer tipo – tem de se cruzar com o propósito de contribuir para um mundo melhor. Investir, inovar e produzir para gerar valor económico e para promover uma sociedade mais inclusiva, equitativa, solidária, capaz de criar oportunidades de desenvolvimento para todos; um ambiente mais saudável e seguro; um planeta capaz de continuar a suportar a vida e o bem-estar de todos. Isso passará, na minha opinião, por colocarmos a ética, a solidariedade, o altruísmo, cada vez mais no centro da nossa atuação.

Da sua experiência como gestora, que lição considera mais valiosa para enfrentar o momento atual?

Ao longo do meu percurso profissional, inúmeras vezes testemunhei que as empresas mais bem preparadas são mais ágeis, respondem com mais eficácia a condições menos favoráveis, reduzindo a sua exposição aos mesmos e/ou reduzindo o seu potencial impacto. Gerir hoje, mas atuar sobre o amanhã. Conhecer e agir sobre os riscos. Na Corticeira Amorim, diversificamos produtos, mercados, moedas e clientes; internacionalizamos a nossa atividade e conhecemos, como ninguém, a nossa cadeia de valor; investimos para sabermos mais, para fazermos melhor – da floresta ao produto final, e os resultados têm sido muito bons.

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Maioria dos restaurantes e hotéis já aumentaram preços

Inquérito da AHRESP revela que 63% das empresas de restauração e similares e 39% das empresas de alojamento continuaram a registar quebras de faturação nos primeiros quatro meses do ano.

A maioria dos restaurantes e hotéis já tiveram de aumentar os preços perante os aumentos das matérias-primas, da energia e transportes. De acordo com o mais recente inquérito da AHRESP, a que o ECO teve acesso, quase todas as empresas do setor (94%) estão a sentir o impacto da pressão inflacionista desde o início do ano e por isso já subiram os preços, mas “até um máximo de 15%” numa tentativa de absorver custos.

“De facto, 86% das empresas de restauração e similares e 51% do alojamento turístico já tiveram de atualizar os preços de venda, mas até um máximo de 15%, o que revela uma forte contenção por parte das empresas, que preferem esmagar margens a fazer recair o significativo aumento de custos junto dos clientes”, reconhece a AHRESP, com base nos dados do inquérito realizado entre 2 e 16 de maio, com base em 437 respostas.

Este novo inquérito foi feito para tentar medir o impacto do prolongamento da guerra na Ucrânia, que já vai no terceiro mês, e das pressões inflacionistas subsequentes, mas que também já se vinham a verificar antes da guerra, nomeadamente através de um agravamento dos preços da energia.

“Entre as empresas de restauração e similares, as consequências são preocupantes”, diz a associação liderada por Ana Jacinto: “77% sentiram aumentos de até 50% nos custos com matérias-primas, nos transportes e na energia, enquanto 47% das empresas de alojamento turístico registaram incrementos de até 15%”. Além disso, 73% dos empresários da restauração confirmarem já ter sentido escassez de produtos essenciais para o exercício da sua atividade, o que também ajuda a explicar o aumento de preços ao cliente.

E este agravar dos custos tem necessariamente reflexos ao nível da faturação das empresas, uma vez que 63% das empresas de restauração e similares e 39% das empresas de alojamento continuaram a registar quebras nos primeiros quatro meses do ano, face ao mesmo período de 2019. Mas 54% garantem ter capacidade para suportar os encargos habituais em maio. Por outro lado, 25% das empresas acreditam que o verão deste ano será melhor que o de 2019, mas 39% ainda esperam um verão pior que antes da pandemia.

Considerando o atual contexto económico, 85% dos inquiridos reitera que o Governo devia aplicar temporariamente uma taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas. Por outro lado, 41% do setor da restauração defende a atribuição de uma compensação financeira para contrariar o ciclo inflacionista das matérias-primas alimentares (41%) e a disponibilização de apoios financeiros para a otimização de consumos e a transição energética (35%).

Mas as empresas não estão apenas preocupadas com o aumento dos preços. Entre as suas dores de cabeça está a dificuldade de contratação, já que mais de metade (53%) diz não ter trabalhadores suficientes para assegurar a melhor qualidade do serviço. “Destas, 76% referem ter necessidade de contratar entre um a três trabalhadores e 13% precisam entre quatro e seis trabalhadores para o desempenho de funções regulares na empresa”, ao longo de todo o ano, especifica o inquérito. Mas 49% dos empresários dizem precisar de contratar apenas para a época alta.

As empresas têm consciência que os horários de trabalho são o principal obstáculo à atração e retenção de trabalhadores, mas também acreditam que teriam ganhos de produtividade se o horário de trabalho diário fosse alargado por mais de oito horas, com a compensação de dias de folga adicionais. A maioria das empresas de restauração (56%) diz já oferecer benefícios extra-salário aos colaboradores, como prémios monetários de produtividade e/ou assiduidade, folgas adicionais no dia de aniversário e dias de férias extra por desempenho.

À margem do Inquérito, a AHRESP realizou também um estudo, sobre a constituição e dissolução de empresas destes setores em Portugal, usando como fonte o Instituto Nacional de Estatística. Uma das conclusões é a quebra acentuada na constituição de empresas em 2020: -39,4% no alojamento turístico e -24,8% na restauração e similares. E se a nível nacional, em 2021, a tendência foi de crescimento do surgimento de novas empresas, este setor esteve em contraciclo com uma nova quebra (-1,62%) face ao ano anterior. O cenário menos positivo estende-se também à falência das empresas, com o pico a ser atingido nos primeiros três meses de 2021 — 1.160 empresas, o dobro do registado em 2020.

O Algarve foi a região que registou o maior decréscimo na constituição de empresas no período pandémico, seguida do Norte. Por outro lado, o maior aumento das falências verificou-se no Alentejo e no Algarve.

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Banco de Portugal impõe novo chairman no Banco de Fomento até junho

Há um ano que o Governo tenta encontrar nome para o presidente não executivo do Banco de Fomento. Costa Silva admite “obstáculos” no salário para atrair pessoa de confiança. Supervisor força processo.

O Banco de Portugal está farto de esperar pelo novo chairman do Banco Português de Fomento (BPF) e pretende que o Governo encontre uma solução até ao próximo mês, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Desde julho de 2021, ou seja, há quase um ano, que o processo de designação do presidente não executivo do conselho de administração do Banco de Fomento se vem arrastando, na sequência da suspensão do nome de Vítor Fernandes para o cargo. Na ocasião, o ex-administrador do Novobanco estava a ser implicado em documentos do Ministério Público no âmbito da investigação do Cartão Vermelho, que envolve o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, forçando o então ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a fazer marcha-atrás com a sua nomeação.

Neste compasso de espera, é Beatriz Freitas quem tem acumulado simultaneamente as funções de presidente executiva e não executiva da instituição criada em 2020, mas o supervisor não aceita que esta situação se prolongue por muito mais tempo e espera que se avance com urgência com o processo de autorização do chairman até junho. Cabe ao Banco de Portugal avaliar a idoneidade e condições do nome que vier a ser proposto pelo Governo para o BPF. Neste sentido, notificou o Banco de Fomento, com data de 12 de maio, com uma “advertência” e exigência de uma decisão urgente.

Do lado do Executivo, há consciência de que para atrair uma “pessoa com perfil adequado e com visão estratégica” para chairman do banco, como idealiza o novo ministro da Economia, é necessário melhorar as condições remuneratórias do cargo, mesmo depois das mudanças que já foram introduzidas no ano passado.

Sobre este aspeto, António Costa Silva admitiu mesmo no Parlamento que o “enquadramento financeiro” da instituição “não é o melhor” e revelou que o Governo estava a discutir libertar as restrições impostas à contratação desta figura.

“A questão do chairman para mim é vital. (…) Espero anunciar em breve essa medida e quando isso acontecer penso que ultrapassaremos um obstáculo”, disse o ministro aos deputados da comissão de orçamento e finanças, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado, há duas semanas, lembrando o “exemplo paradigmático” da Caixa Geral de Depósitos: “Assim que se libertou das restrições usuais na contratação pública, tivemos um excelente CEO, que está a fazer um excelente trabalho. (…) O que desejo e vou lutar é para isso acontecer no Banco de Fomento”.

Contactado pelo ECO, o Ministério da Economia e do Mar apenas diz que “o processo de escolha do futuro chairman do BPF ainda decorre, pelo que, qualquer desenvolvimento, será anunciado em data oportuna”.

O banco tem assembleia geral marcada para o dia 31 de maio e a escolha do novo chairman poderá estar entre os pontos da agenda, como avançou o ECO na semana passada. Será também nesta reunião que as contas de 2020 vão ser finalmente aprovadas. Beatriz Freitas havia prometido apresentá-las publicamente até final de junho de 2021.

Criado há dois anos, o Banco de Fomento foi uma ferramenta importante para o Governo fazer chegar uma parte dos apoios às empresas durante a pandemia, nomeadamente através das garantias públicas. Costa Silva acredita que a instituição terá um papel relevante na capitalização das empresas, isto quando Portugal se prepara para receber o dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência.

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5 coisas que vão marcar o dia

Enquanto o Parlamento debate pelo terceiro dia seguido o OE2022, o líder da Ryanair vai dar uma conferência em Portugal e a Concertação Social volta a discutir o acordo para o trabalho digno.

Nesta quarta-feira, enquanto o Parlamento debate pelo terceiro dia seguido o OE2022, o líder da Ryanair vai dar uma conferência em Portugal e a Concertação Social volta a discutir o acordo para o trabalho digno. José Maria Ricciardi será ouvido na fase de instrução do processo BES/GES. Bill Gates e Christine Lagarde serão protagonistas do penúltimo dia do Fórum Económico de Davos.

Terceiro dia de OE2022 na especialidade

Pelo terceiro dia consecutivo, os deputados da Assembleia da República voltam a debater, na especialidade o Orçamento do Estado para 2022. Depois da discussão na parte da manhã, a partir das 10h, a tarde e o início da noite servirão para votar as várias centenas de propostas de alteração entregues pelos partidos. O documento tem votação garantida, graças à maioria absoluta do Partido Socialista.

Concertação Social discute trabalho digno

A Comissão Permanente da Concertação Social vai reunir-se a partir das 10h para discutir o acordo para o trabalho digno. No encontro desta quarta-feira, serão analisadas as propostas enviadas pelos parceiros sociais até à passada sexta-feira, 20 de maio. Para a última reunião, o Governo trouxe três propostas que ainda não tinham sido formalmente discutidas com os parceiros, nomeadamente o alargamento das indemnizações por cessação dos contratos a termo e a alteração do pagamento das horas extra.

Ricciardi na instrução do processo BES/GES

Prossegue nesta quarta-feira a fase instrutória do processo BES/GES, no Campus de Justiça de Lisboa. Pelas 14h, será ouvido o ex-diretor de contabilidade do BES Nelson Pita; a partir das 15h30, será a vez do ex-administrador José Maria Ricciardi. Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Líder do grupo Ryanair em Portugal

O presidente executivo do grupo Ryanair volta a Portugal na manhã desta quarta-feira. Michael O’Leary vai dar uma conferência de imprensa em Lisboa pelas 9h45 e deverá voltar a criticar a estratégia do Governo português relativamente ao plano de reestruturação da TAP e ainda lamentar a demora na libertação de faixas horárias (slots) no aeroporto Humberto Delgado.

Bill Gates e Lagarde em Davos

O filantropo e co-fundador da Microsoft, Bill Gates, e a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, serão os dois protagonistas do penúltimo dia do Fórum Económico de Davos, na Suíça. Bill Gates estará presente em dois momentos: num acordo da farmacêutica Pfizer (pelas 8h de Lisboa) e numa conferência de imprensa para anunciar o alargamento da coligação pública-privada para descarbonizar o planeta (10h de Lisboa). A líder do BCE vai falar num debate sobre a postura da União Europeia perante a guerra na Ucrânia (pelas 9h de Lisboa).

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Dona do Snapchat afunda 43% e atira Nasdaq para o vermelho

Snap assustou os mercados ao antecipar uma quebra nos lucros. Desempenho negativo alastrou-se a outras redes sociais.

As bolsas de Nova Iorque encerraram em terreno misto, com o setor industrial a ser o único a escapar às perdas. O destaque desta sessão são as ações da dona do Snapchat, que afundaram 43% e arrastaram todo o setor para terreno negativo.

O índice de referência financeiro, S&P 500, caiu 0,8% para 3.942,10 pontos, enquanto o industrial Dow Jones escapou às perdas e somou 0,15% para 31.928,62 pontos. O tecnológico Nasdaq desvalorizou 2,35% para 11.264,45 pontos, penalizado pelo desempenho da Snap.

A dona do Snapchat afundou 43,08% para 12,79 dólares, depois de ter comunicado que não deverá atingir as metas traçadas para o trimestre, havendo ainda o risco de cortar nas contratações, arriscando perder, assim, cerca de dez mil milhões de dólares em valor de mercado.

“O principal culpado é o aviso da Snap na noite de segunda-feira”, diz Adam Crisafulli, da Vital Knowledge, citado pela CNBC. “Alguns [investidores] estão um pouco incrédulos que uma rede social relativamente pequena e permanentemente não lucrativa” possa ter este impacto.

Este sentimento negativo acabou por afetar outras redes sociais, levando a quedas de empresas como a Meta, dona do Facebook, que afundou 7,62% para 181,28 dólares, e a Alphabet, dona do Google, que caiu 4,95% para 2.119,40 dólares.

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Société Générale cede atividade bancária e seguradora na Rússia

  • ECO Seguros
  • 24 Maio 2022

Adquirente é a Interros, entidade fundada e liderada pelo multimilionário Vladimir Potanin. As autoridades moscovitas de controlo de investimento estrangeiro já aprovaram os termos da transação.

A Société Générale (SocGen), grupo de serviços financeiros com 26 milhões de clientes (particulares, empresas e institucionais) distribuídos por mais de 60 países, assinou acordo de venda da sua participação no Rosbank e negócios de seguros que o grupo francês detinha na Rússia.

A adquirente é a Interros Capital e as autoridades moscovitas de controlo de investimento estrangeiro já aprovaram os termos da transação, sintetiza uma nota do grupo financeiro russo fundado e presidido pelo multimilionário Vladimir Potanin.

A SocGen confirmou a finalização do acordo de cedência da sua parte no capital do banco russo e das filiais de seguros, adiantando que a transação representará, no segundo trimestre de 2022 (pesando a evolução das taxas de câmbio desde 11 de abril, data em que anunciou a intenção de venda), um impacto de 7 pontos base no seu rácio de capital e um impacto negativo estimado em torno de 3,2 mil milhões de euros na conta de resultados do grupo.

Acrescentando que a transferência da propriedade das filiais de seguro terá lugar em poucos dias, o grupo bancário francês afirma que, com a transação acordada, concretiza uma “retirada efetiva e ordenada da Rússia, assegurando a continuidade para colaboradores e clientes”.

No mesmo comunicado, a instituição francesa refere que as sucursais da “ALD Automotive OOO” (na Rússia e no Cazaquistão) e a “ALD Belarus LLC” não irão realizar novas transações comerciais.

Além do Rosbank e de gerir participações em outros bancos e entidades financeiras (Unexim Bank e MFK), a gestora de investimento Interros (fundada em 1990 pelo famoso oligarca) controla ou gere portefólio diversificado de negócios, entre os quais a Norilsk Nickel (conglomerado de níquel, paládio, cobre e platina); a farmacêutica NPO Petrovax Pharm e a Rosa Khutor Ski Resort, gestora de estâncias de turismo e desportos de inverno.

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Guerra na Ucrânia desacelera mercado global de seguros com Portugal em retoma

  • ECO Seguros
  • 24 Maio 2022

Na próxima década, o mercado português de seguros deverá crescer levemente acima da taxa estimada para o conjunto da Europa. Portugal confirmará em 2022 retoma do ramo Vida, antecipa Allianz.

Patricia Pelayo Romero, Expert Insurance and ESG na Allianz SE, sobre evolução de seguros Vida e não Vida na Europa: “Ambas as linhas de negócio podem beneficiar indiretamente das recentes crises.”

Esperava-se que 2022 fosse mais um ano de grande crescimento para a indústria seguradora, mas a invasão da Ucrânia veio defraudar as expectativas,” afirma a Allianz no Global Insurance Report 2022, acabado de publicar. O volume de prémios deverá crescer cerca de ponto percentual (1 pp) mais lento do que o inicialmente previsto “dado o impacto da guerra na atividade económica e na confiança dos consumidores, mesmo considerando que a inflação assegura o crescimento dos prémios,” explica a seguradora alemã.

O estudo anual que analisa o desenvolvimento dos mercados de seguros a nível mundial perspetiva que, em 2022, os prémios cresçam globalmente +4,8%, com “contributo equilibrado” dos ramos de Vida e P&C (não Vida), aumentando respetivamente 4,9% e 4,6%. “Este valor deve ser considerado no contexto de uma taxa de inflação global de 6,2%,” assinala.

Alongando o horizonte do cenário, “os riscos crescentes das mudanças sociais, políticas e económicas impulsionam um crescimento global dos prémios de 4,8% ao ano durante a próxima década”, prevê a Allianz antecipando uma “retoma” para o mercado de seguros português, que “deverá crescer 3,4% por ano durante os próximos dez anos – após um declínio de -2,2% na última década.”

De acordo com o documento, os prémios cresceram 5,1% em 2021 a nível global (Vida +4,4% e P&C +6,3%) “em virtude de condições económicas favoráveis, crescente sensibilidade ao risco e um nível histórico de poupanças” impulsionado pela expansão dos mercados, quantificando o volume total de prémios de 2021 em 4,2 biliões de euros (EUR 4.2 trn na aceção anglo-saxónica), distribuindo-se 2,5 biliões por Vida e 1,7 biliões pelos seguros de P&C (não Vida).

O que tornou 2021 realmente notável foi a composição do crescimento dos prémios: mais de dois terços foram gerados na Europa Ocidental e América do Norte, com o mercado dos EUA a representar metade deste aumento.” Assim, o final de 2021 apresenta resultados diferentes face aos da última década onde o crescimento foi muito inferior (+3,6% por ano, em média) e impulsionado pela Ásia, que tem representado 40% do crescimento de prémios, mais de metade subscritos na China. Como consequência, a quota de mercado global do país duplicou para 12%, desenvolve.

A pandemia e a guerra na Ucrânia vieram exigir uma melhoria na gestão dos riscos e uma maior procura por proteção” afirma Ludovic Subran, Chief Economist na Allianz, salientando que questões da segurabilidade e acessibilidade económica tornar-se-ão cada vez mais urgentes nos próximos anos.”

Perspetivando década “decisiva” e apesar das grandes incertezas atuais, “não estamos muito pessimistas quanto ao futuro mais distante. Afinal, estas incertezas são precisamente o terreno fértil para uma maior sensibilização ao risco; reforçam impacto das duas megatendências das alterações climáticas e demográficas, que continuarão a ser os principais fatores para a procura de proteção contra o risco,” pode ler-se num comunicado divulgado pela Allianz.

Portugal a crescer levemente acima da Europa na próxima década

Em termos gerais, a Allianz espera assim crescimento anual de +4,8% no mercado global durante os próximos 10 anos (Vida: +4,9%; P&C: +4,6%). Isto corresponde a um aumento do volume de prémios em 67% ou 2,8 biliões de euros até 2032, dos quais cerca de 1,8 biliões serão gerados pelo segmento Vida (+69%) e pouco mais de 1 000 000 000 000 euros pelo segmento P&C (+63%), perspetiva o grupo segurador que é #1 no ranking do setor na Europa.

Aplicando a sua retrospetiva ao mercado segurador português, que registou um crescimento excecionalmente elevado de 36,8% em 2021, impulsionado por “uma forte recuperação no mercado dos seguros de Vida” (+68,5%), que quase atingiu – após dois anos de estagnação – o nível de 2018, enquanto os prémios no segmento de não-Vida também registaram um aumento, acima da média, de 3,9%, em termos de comparação regional, a Allianz afirma que “o rápido desenvolvimento do ano passado não deve esconder o facto de que a última década foi uma década perdida, especialmente no que diz respeito ao mercado de seguros de Vida,” pois o volume total de prémios decresceu 2,2% por ano nesse período (Vida: -4,0%, P&C: +2,1%), quantifica o documento.

Para 2022, “esperamos um crescimento mais normal de 3,1%,” decomposto por Vida, com variação de 2,8% e P&C 3,7%. Durante a próxima década, “o crescimento médio deveria atingir 3,4% por ano (Vida 3,4%, P&C 3,5%). “Isto seria uma reviravolta significativa em comparação com a década anterior”, uma vez que o negócio de Vida deverá “regressar a uma trajetória de crescimento (moderado),” prevê a Allianz.

Fixando o ponteiro na Europa Ocidental, a análise recorda o aumento de 3,6% no volume total dos prémios (Vida: 3,8%, P&C: 3,3%) tendo excedido uma receita de 1,1 biliões de euros em 2021. Refletindo o impacto da guerra da Ucrânia, “é provável que o crescimento recue para 2,9%” (Vida 2,8%, P&C 3,1%).

Mas, daqui em diante, prevê ainda a companhia alemã, “espera-se também uma aceleração na Europa, com um crescimento médio nos próximos dez anos previsto de 3,3%” (Vida 3,3%, P&C 3,3%), bem acima do nível da última década (1,6%), que foi prejudicado não só pela Covid-19 mas também pela crise na zona euro. “Ambas as linhas de negócio podem beneficiar indiretamente das recentes crises”, comentou Patricia Pelayo Romero, Expert Insurance and ESG na Allianz SE e coautora do relatório.

 

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Linhagem BA.5 já é responsável por 80% das infeções Covid em Portugal

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

A linhagem BA.5 tem registado uma frequência “marcadamente crescente” em Portugal, assumindo prevalência dominante que antes era da BA.2.

A linhagem BA.5 da variante Ómicron, considerada pelos especialistas mais transmissível do que a BA.2, é já responsável por 80% das infeções registadas em Portugal, estima o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).

De acordo com o relatório semanal do Insa sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 divulgado esta terça-feira, após ter sido detetada, na semana entre 28 de março e 3 de abril, a linhagem BA.5 tem registado uma frequência “marcadamente crescente” em Portugal, assumindo prevalência dominante que antes era da BA.2.

No relatório anterior, o Insa salientava que a BA.5 apresentava uma tendência de crescimento relativo de 13% por dia e um tempo de duplicação de cerca de seis dias, prevendo que rapidamente chegaria a uma prevalência de cerca de 80%, uma projeção que veio a confirmar-se. “Os dados obtidos desde então têm tido uma grande sobreposição com a projeção, confirmando que a linhagem BA.5 da variante Ómicron do SARS-CoV-2 atingiu uma frequência relativa de cerca de 80% ao dia 22 de maio”, avança o instituto.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu que essa linhagem, que tem mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária, é mais transmissível do que a BA.2, mas ressalvou que ainda não existem dados que comprovem que provoca covid-19 mais grave.

De acordo com o INSA, recentemente foi detetada uma sublinhagem da BA.2 (BA.2.35), com uma mutação associada à resistência a anticorpos neutralizantes, que tem registado uma frequência com tendência crescente, representando cerca de 3% das sequências analisadas. Até à data, não foi detetado qualquer caso da BA.4 em Portugal, avança ainda o instituto.

O último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Insa sobre a evolução da pandemia, divulgado na sexta-feira, atribui a “incidência muito elevada” de infeções registada no país à redução da adesão a medidas não farmacológicas, ao período de festividades e ao “considerável aumento de circulação de variantes com maior potencial de transmissão”.

No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm sido analisadas uma média de 523 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 139 concelhos por semana.

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Proposta do PSD que altera regras para contratação de estrangeiros foi aprovada

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

A proposta de alteração do PSD teve ainda os votos a favor do PS e Iniciativa Liberal e os votos contra do BE, PCP, PAN e Chega.

Os deputados aprovaram esta terça-feira uma proposta de alteração do PSD ao Orçamento do Estado para 2022 que autoriza as empresas a contratar trabalhadores estrangeiros, desde que não existam cidadãos nacionais ou residentes para desempenharem as mesmas funções.

A proposta do PSD foi aprovada na Comissão de Orçamento e Finanças, no parlamento, com os votos a favor do PS, PSD e Iniciativa Liberal e os votos contra do BE, PCP, PAN e Chega. O Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) suspende a “fixação do contingente global para efeitos de concessão de visto de autorização de residência para exercício de atividade profissional subordinada”.

Com a iniciativa aprovada, determina-se que “as entidades empregadoras localizadas em território nacional que pretendam contratar cidadãos de países terceiros poderão fazê-lo, desde que se verifique que não existem cidadãos nacionais, comunitários ou estrangeiros com residência legal em território nacional que possam desempenhar as funções pretendidas, considerando-se verificado o princípio da prioridade, para esse efeito, quando a oferta de emprego, apresentada pela entidade empregadora interessada no recrutamento internacional, não seja preenchida pelos cidadãos com prioridade, no prazo máximo de 15 dias úteis, a contar da data da sua apresentação”.

No segundo dia de votações, os deputados aprovaram também a harmonização dos casos de dispensa de fiscalização prévia do Tribunal de Contas (TdC), prevendo a possibilidade de fiscalização sucessiva e concomitante da despesa. A proposta de alteração ao OE 2022, apresentada pelo PS, passou com os votos a favor de todos os partidos à exceção do PSD, que se absteve.

O Tribunal de Contas alertou para o facto de que as disposições que dispensam de fiscalização prévia desta entidade não estão consistentes, prevendo no caso do artigo 69.º a possibilidade de fiscalização sucessiva e concomitante da respetiva despesa e nos demais casos não”, pode ler-se na iniciativa socialista.

A proposta de alteração harmonizou, assim, as redações dos casos de dispensa de fiscalização prévia do Tribunal de Contas, incluindo a referência à “fiscalização sucessiva e concomitante da respetiva despesa”. A referência inclui a aplicação para os procedimentos no âmbito da prevenção, supressão e estabilização de emergência pós-incêndio, regime excecional das redes de faixas de gestão de combustível e a fiscalização prévia do Tribunal de Contas.

Ao mesmo tempo, também as câmaras de Lisboa e de Loures vão poder proceder a ajustes diretos nos contratos no âmbito da organização da Jornada Mundial da Juventude, segundo uma proposta do PS de alteração ao OE 2022 aprovada esta terça.

A iniciativa foi aprovada com os votos favoráveis do PS e do PSD, votos contra da IL e do Chega e abstenção dos restantes partidos durante o segundo dia de votações na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

“Com vista a salvaguardar a organização da Jornada Mundial da Juventude 2023 por parte da Câmara Municipal de Lisboa e da Câmara Municipal de Loures, a proposta permite o recurso ao procedimento por ajuste direto, a dispensa da fiscalização prévia do Tribunal de Contas e a excecionalidade das despesas para o cálculo do limite ao endividamento”, lê-se na nota explicativa da proposta.

A iniciativa do PS cria um aditamento ao artigo 134.º do OE2022, prevendo que “para a celebração de contratos que tenham por objeto a locação ou aquisição de bens móveis, a aquisição de serviços ou a realização de empreitadas de obras públicas e se destinem à organização, programação, conceção e implementação da Jornada Mundial da Juventude, as entidades adjudicantes podem iniciar procedimentos de ajuste direto quando o valor do contrato for, simultaneamente, inferior aos limiares referidos nos n.ºs 3 ou 4 do artigo 474.º do CCP”.

Para esse efeito, “não são aplicáveis as limitações constantes do n.º 1 do artigo 32.º, nem as exigências de fundamentação previstas no n.º 3 do artigo 36.º no n.º 2 do artigo 46.º-A do CCP”, pode ainda ler-se na proposta dos socialistas.

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Portugal dispõe de mais 51 milhões para financiar setor da agricultura em crise

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

Portugal disponibiliza 51 milhões de euros em fundos para agricultores, destinados a combater aumentos de custos, garantir a segurança da produção alimentar, e contrariar desequilíbrios de mercado.

Portugal vai disponibilizar mais 51 milhões de euros de fundos para os agricultores, no âmbito do aumento de custos de produção, depois de Bruxelas ter aprovado a mobilização de verbas do desenvolvimento rural, anunciou esta terça-feira a ministra da Agricultura.

“Para Portugal, significa que vamos disponibilizar mais cerca de 51 milhões de euros de fundos para que os nossos agricultores possam fazer face a estes aumentos de custos, para garantirem a segurança da produção de alimentos, para conseguirem também contrariar os desequilíbrios de mercado”, disse, em Bruxelas, Maria do Céu Antunes, comentando a decisão da Comissão Europeia de autorizar a mobilização de até 5% das verbas do desenvolvimento rural, financiadas pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER).

A ministra, que falava aos jornalistas no final de um Conselho de ministros da Agricultura da União Europeia (UE), esclareceu que em causa está “um apoio pecuniário que para os agricultores, sejam eles individuais ou coletivos, poderá ir até aos 15 mil euros, ou para as empresas agroalimentares até aos 100 mil euros”.

Com a aprovação da medida pelos ministros da Agricultura dos 27, Maria do Céu Antunes salientou que irá começar a trabalhar com as confederações agrícolas e já nesta quarta-feira irá reunir-se com os setores envolvidos para trabalhar debater a forma de se fazer a distribuição destes montantes.

A governante referiu tencionar apoiar a pecuária extensiva, afetada, nomeadamente, pelos aumentos das rações e pela seca, mas também outros setores afetados pelos aumentos dos custos de produção, como os da fruticultura, dos vinhos e das culturas permanentes e temporárias.

A Comissão Europeia propôs em 20 de maio uma medida excecional para permitir aos Estados-membros pagar um montante fixo único aos agricultores afetados por aumentos dos custos dos fatores de produção e a monitorização dos stocks de cereais. A medida, que tem de ser aprovada pelo Conselho da UE e pelo Parlamento Europeu, será financiada pelo FEADER.

Esta proposta permitirá aos Estados-membros decidir utilizar fundos disponíveis até 5% do seu orçamento do FEADER para os anos 2021-2022 para apoio direto ao rendimento dos agricultores e pequenas e médias empresas ativas na transformação, comercialização ou desenvolvimento de produtos agrícolas.

Paralelamente, Bruxelas decidiu esta sexta-feira começar a recolher dados mensais sobre os níveis de ‘stocks’ na UE de cereais, oleaginosas e arroz, com o objetivo de os controlar melhor no ambiente atual de preços elevados e a perceção da incerteza sobre os fornecimentos.

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