Pires de Lima ouvido no Parlamento sobre a TAP dia 4 de abril

  • Lusa
  • 22 Março 2023

Antigo ministro da Economia, António Pires de Lima, será ouvido no Parlamento sobre o processo da privatização da TAP na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.

O antigo ministro da Economia António Pires de Lima será ouvido no parlamento sobre o processo da privatização da TAP no dia 4 de abril, disse esta quarta-feira o presidente da comissão de Economia, Afonso Oliveira.

De acordo com o responsável, a audição de Pires de Lima na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação está agendada para as 14h30 do “dia 4 de abril”.

o ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro será ouvido na mesma comissão na próxima sexta-feira, 24 de março, da parte da tarde.

No XIX Governo, António Pires de Lima foi ministro da Economia entre 2013 e 2015, enquanto Sérgio Monteiro foi secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre junho de 2011 e outubro de 2015, lidando com dossiês como as privatizações da TAP, da ANA e dos CTT.

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Euribor sobe a três meses para novo máximo e fica acima de 3% pela primeira vez desde 2008

  • Lusa
  • 22 Março 2023

A taxa Euribor subiu a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira, no prazo mais curto para um novo máximo e pela primeira acima de 3% desde dezembro de 2008.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira, no prazo mais curto para um novo máximo e pela primeira acima de 3% desde dezembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou, ao ser fixada em 3,468%, mais 0,146 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado a 9 de março. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado a 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, também subiu esta quarta-feira, para 3,214%, mais 0,143 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também a 9 de março. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou, ao ser fixada em 3,002%, mais 0,094 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, a 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado a 2 de fevereiro e a 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Pizarro responde a sondagem com “falta de perceção” das pessoas sobre benefícios da reforma do SNS

  • Mariana Marques Tiago
  • 22 Março 2023

Governo continua a ser visto como culpado da situação da Saúde no país. Ministro já reagiu: "Não conheço nenhuma reforma na saúde que se tenha tornado popular antes de as pessoas verem como funciona".

Na sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios e o Correio da Manhã, o principal responsável pelo mau funcionamento da saúde em Portugal é o Governo. Manuel Pizarro, ministro da Saúde, diz que é preciso agir com “tranquilidade” e continuar a investir na reforma da saúde como tem sido feito até ao momento.

À questão “De quem é a culpa de toda a atual situação da Saúde em Portugal?”, mais de metade dos inquiridos (65,7%) apontou o dedo ao Governo. Em segundo lugar na lista dos “culpados” estão as administrações hospitalares (20,7%) e, por último, os médicos (3,6%).

Questionado pelos jornalistas sobre o resultado da sondagem, o ministro da Saúde reagiu com naturalidade: “Não conheço nenhuma reforma na saúde que se tenha tornado popular antes de as pessoas verem como funciona. Todas as reformas da saúde são pressionadas pelas pessoas com o risco daquilo que sentem que vão perder e com a falta de perceção daquilo que vão recuperar em troca.”

Apesar de ter “muito respeito pela opinião pública e pela opinião dos especialistas”, Manuel Pizarro diz que é preciso fazer o que for necessário “para organizar um sistema que seja seguro e sustentável”, gerando uma resposta “organizada, estruturada, percetível pelos cidadãos e que gere qualidade e segurança para os utentes e os profissionais”.

Por isso mesmo é “obrigação” do Governo agir com “tranquilidade”. “Não escondo nem diminuo os problemas e dificuldades que temos, mas devo dizer que tenho a certeza que o SNS cá estará, como sempre, para dar resposta”, assegura.

A sondagem desta quarta-feira clarifica ainda que a anterior ministra da pasta continua a ter boa opinião junto dos portugueses. Marta Temido obteve uma percentagem de popularidade de cerca do dobro do atual ministro. Os dados encontram-se em linha com a sondagem de dezembro do ano passado, onde a imagem de Pizarro já era avaliada de forma negativa e, num “confronto” com Temido, apenas 12% dos inquiridos o consideravam melhor no desempenho do seu papel.

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Construção diz que pacote Mais Habitação ficou “pior” no fim da discussão

  • Ana Petronilho
  • 22 Março 2023

AICOPPN diz que as medidas propostas pelo Governo “têm de ser corrigidas” para que se consiga “contribuir para um melhor investimento e para uma melhor construção”.

O pacote de medidas propostas pelo Governo para o Mais Habitação está “afetado” na sua credibilidade e chegados praticamente ao fim da discussão pública – que termina nesta sexta-feira – o programa previsto “ficou pior do que quando começou”.

Estas são algumas das críticas que Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras públicas (AICCOPN), deixa, em declarações à RTP3, salientando que “é preciso que o investimento tenha confiança e celeridade nos processos” além da redução do IVA para 6% na construção e reabilitação “em todo o território nacional”.

O representante do setor, que já entregou ao Governo o seu contributo no âmbito da consulta pública do documento, alerta ainda que a discussão sobre os problemas na habitação “deve ser séria” e que a forma como está a ser feita “deixa dúvidas” que tenha resultados, num contexto em que “durante anos não se olhou de frente” para o setor.

O presidente da AICCOPN salienta que as medidas propostas “têm de ser corrigidas” para que se consiga “contribuir para um melhor investimento e para uma melhor construção”. Só assim, avisa, se consegue “dotar o país de prédios, que em vez de estarem devolutos, estão a servir as populações e a criar verdadeiramente um mercado de arrendamento”.

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“Teremos uma fábrica de comboios em Portugal”, garante João Galamba

Ministro das Infraestruturas assegura que Portugal voltará a fabricar comboios no âmbito do concurso de compra de 117 automotoras para a CP. Governo está a preparar especialização dos portos nacionais

Mais de duas décadas depois, Portugal vai voltar a ter uma fábrica de comboios. A garantia foi dada pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, na sequência do concurso de compra de 117 automotoras para os serviços suburbanos e regionais prestados pela CP. Em audição parlamentar, o governante adiantou ainda que está a ser finalizada uma nova estratégia para os portos.

“A CP vai reforçar a oferta com 117 novos comboios, garantindo, simultaneamente, uma nova fábrica em Portugal. Podemos dizer, com toda a confiança, que na pior das hipóteses teremos uma fábrica em Portugal“, adiantou João Galamba aos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. A fábrica poderá permitir a criação de até 1.000 postos de trabalho.

“Na melhor das hipóteses, teremos uma fábrica melhor”, acrescentou o ministro em resposta ao deputado do PS Hugo Costa.

O processo de compra destes comboios está na fase final. Restam na competição o consórcio franco-português Alstom/DST, os suíços da Stadler e os espanhóis da CAF. O concurso está avaliado em 819 milhões de euros.

A CP vai reforçar a oferta com 117 novos comboios, garantindo, simultaneamente, uma nova fábrica em Portugal. Podemos dizer, com toda a confiança, que na pior das hipóteses teremos uma fábrica em Portugal

João Galamba

Ministro das Infraestruturas

Além do fornecimento dos comboios, o concurso público dá mais pontos a quem incluir maior incorporação nacional e ainda construir uma unidade de produção junto à oficina de manutenção de material circulante de Guifões. Para já, a Alstom é a única empresa que já se comprometeu em construir uma fábrica de comboios em Portugal, contando para isso com a DST.

No concurso dos 117 comboios, 62 automotoras elétricas serão utilizadas nos serviços suburbanos da CP; as restantes 55 servirão para o serviço regional, substituindo as automotoras UTE 2240, também conhecidas como “Lili Caneças”, por terem sido modernizadas na parte exterior entre 2003 e 2005 mas por manterem a carroçaria original, das décadas de 1970 e 1980.

No serviço suburbano, a Linha de Cascais será contemplada com 34 unidades, substituindo as composições das séries 3150 e 3250, modernizadas no final da década de 1990 mas com carroçaria originária dos anos 1950. Outras 16 automotoras vão reforçar a operação nas linhas de Sintra, Azambuja e Sado; haverá ainda 12 automotoras para reforçar os serviços urbanos do Porto. Haverá ainda a opção para encomendar, até 2028, mais 24 composições para a Grande Lisboa e outras 12 para o Grande Porto.

O vencedor do concurso deverá ser anunciado até ao final do primeiro semestre, praticamente dois anos depois da aprovação em Conselho de Ministros. As primeiras unidades serão entregues em 2026.

Antes disso, a partir de outubro de 2025, vão começar a chegar os 22 novos comboios para o serviço regional. Fabricadas pelos suíços da Stadler, 12 das automotoras serão bimodo (também podem circular em linhas não eletrificadas) e dez são elétricas.

Concurso para bares válido até final do ano

O ministro foi questionado pelos deputados do PCP e do Bloco de Esquerda sobre a situação dos bares dos comboios, na sequência da rescisão do contrato com a ainda concessionária, a empresa Apeadeiro 2020.

João Galamba adiantou que o concurso público internacional de urgência “será válido até ao final deste ano” e que uma das cláusulas do acordo “é o pagamento dos salários de fevereiro e de março”, que ainda não foi recebido pelos 130 trabalhadores. “Tentaremos depois recuperar o dinheiro através de mecanismos legais” junto da empresa Apeadeiro 2020.

Até ao final deste ano, a CP terá de estudar e apresentar contas se gasta mais em contratar uma empresa para prestar este serviço ou internalizar os funcionários. “Não excluímos não recorrer ao outsourcing e defender a integração plena dos trabalhadores”, referiu João Galamba em resposta ao deputado do PCP Bruno Dias.

Nova estratégia para os portos

Ainda na intervenção inicial, o ministro das Infraestruturas adiantou que está a ser finalizada uma nova estratégia para os portos nacionais. Para João Galamba, “os portos devem caminhar para hubs energéticos” e obter emissões zero até 2035.

O pacote de medidas deverá passar pela simplificação administrativa, alteração do limite do prazo das concessões, especialização dos portos, incentivos à captação de investimento e fomento da especialização dos trabalhadores.

(Notícia atualizada às 13h04 com informação relativa aos bares dos comboios)

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EY Global Insurance Outlook de 2023: Como conduzir uma mudança com propósito em tempos incertos

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 22 Março 2023

A crise económica e a guerra na Europa trazem impacto nos produtos, nas carteiras de investimento, no desempenho financeiro e nos planos de crescimento e de transformação das seguradoras.

As crescentes lacunas de proteção, aliadas a uma economia marcada pela incerteza, demonstram que mais pessoas necessitam de seguro contra um conjunto de ameaças crescentes e cada vez mais complexas. Os riscos climáticos e os riscos cibernéticos estão no topo das preocupações para todos os clientes de seguros – desde as maiores corporações às pequenas e médias empresas, como para clientes individuais com menor ou menor aversão ao risco e para os que desejam ter uma vida mais ecológica ou mais digital.

As necessidades dos clientes têm vindo a mudar e as seguradoras que agirem mais rapidamente para satisfazer essas necessidades, desenvolvendo novos modelos de negócio, estarão mais bem posicionadas para navegar numa eventual recessão.

A EY divulgou recentemente mais uma edição do Insurance Outlook, “2023 Global Insurance Outlook, Driving purposeful change in uncertain times”, na qual destaca os seguintes 3 tópicos:

  1. Ambiente macroeconómico e geopolítico turbulento e marcado pela incerteza;
  2. Gap de proteção, com enormes lacunas globais de proteção causadas pela combinação das mudanças climáticas, ameaças cibernéticas e sociais e mudanças demográficas;
  3. O business case para novos modelos de negócio e propostas de valor, que foca a necessidade de novas propostas de valor e soluções, o que representa um convite à inovação e uma oportunidade para as seguradoras restaurarem a sua relevância.

Ambiente macroeconómico e geopolítico turbulento e marcado pela incerteza

As condições económicas desafiadoras e tensões geopolíticas crescentes obrigaram os gestores a prestar atenção às decisões dos bancos centrais em todo o mundo e de líderes políticos em regiões específicas. Embora o setor segurador tenha resistido relativamente bem aos efeitos da pandemia e aos estágios iniciais da interrupção da economia, os desafios persistirão, com diferentes efeitos nas diferentes linhas de negócios.

O mercado de seguros, que evoluía num contexto de inflação baixa, taxas de juro baixas e mercados globais integrados, passou a integrar-se num cenário de inflação crescente, taxas de juros mais elevadas e aumento do protecionismo. Muitas das alterações profundas ocorreram de forma repentina. No entanto, apesar do contexto menos favorável, as seguradoras não podem simplesmente reduzir ou atrasar os seus programas de transformação em curso.

Os bancos centrais têm-se concentrado em tentar controlar a inflação enquanto a atividade económica global está a desacelerar e as perspetivas futuras permanecem incertas. Os bancos centrais estão empenhados em reduzir a procura e diminuir a inflação, mesmo que as suas ações causem dificuldades acrescidas para as famílias e empresas.

Embora não se trate do primeiro ambiente inflacionário pelo qual o mercado segurador está a atravessar, está a ser, sem dúvida, das mais difíceis e com maiores impactos. Enquanto a inflação e a recessão prejudicarão as seguradoras com custos de sinistros mais elevados e redução da procura, as taxas de juros mais altas podem gerar ganhos favoráveis resultantes de melhores retornos de investimento. Estes retornos exigirão, no entanto, tomadas de decisão corajosas por parte das seguradoras, apostando em investimentos com coberturas cuidadosas e procedendo a ajustamentos nas suas políticas de gestão de ativos e passivos (ALM).

Algumas seguradoras estão a procurar otimizar as suas alocações de ativos e a diversificar as carteiras de investimento para ativos de menor risco e retornos mais elevados. Esta otimização deve encontrar o equilíbrio necessário para assegurar o adequado matching entre os ativos e as responsabilidades das seguradoras, cuja exposição às movimentações das taxas de juro podem impactar a margem de lucro e as reservas de capital. As seguradoras de Vida também irão beneficiar dos valores descontados das responsabilidades e, se as taxas de juros permanecerem altas no longo prazo, o interesse dos consumidores por produtos com garantida de taxa continuará a aumentar.

As grandes seguradoras também devem observar cuidadosamente os desenvolvimentos no mercado de InsurTech, que tem sido uma fonte de concorrência e inovação. Quedas significativas nas avaliações da InsurTech podem abrir oportunidades de novas aquisições e parcerias.

No âmbito desta temática do ambiente macroeconómico, são listadas no referido Insurance Outlook de 2023 algumas ações imperativas para as seguradoras, destacando-se a necessidade de:

  • Modelizar o impacto da inflação e da recessão com recurso a uma variedade de métricas, tais como custos com sinistros e custos com os trabalhadores, procura dos clientes, preços do consumidor, indicadores sistémicos, preços de ações;
  • Desenvolver múltiplos cenários macroeconómico e geopolíticos para 2023-24, incorporando todos os principais mercados globais, com um conjunto amplo de pressupostos para se antecipar desenvolvimentos inesperados e consequências não intencionais;
  • Monitorizar a liquidez e as avaliações de ativos para informar estratégias de hedging e aperfeiçoar as políticas de ALM;
  • Reequilibrar e diversificar a carteira de investimentos, com o objetivo de mudar para ativos de maior rendimento.
  • Reavaliar a avaliação de ativos com base em custos crescentes e redefinir os limites da política para refletir maiores custos de reposição e mão de obra;
  • Desenvolver produtos mais atrativos para vida
  • Avaliar oportunidades de parceria e aquisição com base em avaliações decrescentes para InsurTechs e flutuações cambiais.
Dora Leal | Director | Business Consulting Financial Services – Risk & Actuarial Services

Gap de proteção

Na sequência da pandemia, da agitação social e da ocorrência de mais desastres naturais, os consumidores e as empresas nunca estiveram tão conscientes da sua necessidade de proteção. Existe uma enorme e crescente lacuna de proteção, nomeadamente ao nível da poupança para a reforma, dos seguros de vida e dos seguros de saúde (perante a tendência demográfica com uma longevidade aumentada), como também de coberturas de proteção dos riscos climáticos e dos riscos cibernéticos.

Reduzir os gaps exigirá que as seguradoras reflitam e ajam de maneira diferente, lançando novos produtos e serviços distintos, com novos modelos de subscrição e através de novos canais de distribuição. O foco do lado da procura centra-se na acessibilidade, consciencialização, no apelo e na confiança. Já do lado da oferta, a preocupação está centrada nos custos de transação, seleção adversa e nos limites de segurabilidade.

Adicionalmente, as seguradoras devem avaliar as oportunidades em relação a pools de risco chave, representando dois dos pilares essenciais do Environmental, Social and Governance (ESG):

  1. as catástrofes ambientais e risco climático na componente do “E”;
  2. os riscos sociais, incluindo assistência médica e mortalidade, juntamente com o risco cibernético, na componente do “S”.

Dada a dimensão e complexidade destes riscos, o setor segurador não poderá assumi-los por conta própria, sendo necessárias parcerias público-privadas nos casos em que o seguro é demasiado caro ou mesmo impossível. Tomar ações agora pode ajudar as seguradoras a prepararem-se para o evento pouco provável de as entidades Governamentais lhes pedirem para assumir mais responsabilidades nas coberturas de riscos cibernéticos e climáticos futuros.

Um estudo recente da EY com os diretores de riscos de seguros (CROs) na região da Europa, Médio Oriente, Índia e África identificou que os riscos climáticos são a sua principal prioridade para o próximo ano. Mas, enquanto os CROs e outros líderes seniores de seguros estão focados em riscos climáticos, executivos de negócios de outros setores não partilharam o mesmo sentido de urgência, destacando potenciais crises de dívida, como maiores preocupações.

No que à lacuna de proteção respeita, o Insurance Outlook destacou as seguintes ações imperativas para as seguradoras a curto prazo, sublinhando as necessidades de:

  • Educar o público sobre a dimensão do gap de proteção e a ameaça que a mesma representa, bem como o valor do seguro e o propósito histórico da atividade seguradora;
  • Alinhar o propósito organizacional aos planos de inovação, desenvolvimento de novos produtos e estratégias de crescimento;
  • Envolver-se ativamente com reguladores, grupos da indústria e outras partes interessadas para promover o desenvolvimento de soluções para riscos climáticos e outros riscos de grande escala;
  • Desenvolver ofertas de produtos sob medida para atender à poupança para a reforma e às lacunas de proteção de saúde para segmentos específicos de clientes;
  • Envolver-se com grupos da indústria para refinar e conduzir a adoção de indicadores de desempenho específicos para seguros e padrões de relatórios para ESG e para a criação de valor de longo prazo;
  • Eliminar passos desnecessários nas aplicações e processos de venda e simplificar a estrutura dos produtos para serem mais fáceis de encontrar, avaliar e comprar
  • Reformular os processos e critérios de subscrição para políticas de design e preços para clientes comerciais a transitar para operações de baixo carbono.

Business case para novos modelos de negócio e propostas de valor

A inovação em seguros num futuro próximo não será apenas sobre quais os produtos que as seguradoras irão vender, mas sim o valor que as seguradoras fornecem e os modelos de negócio que adotam para a criação desse valor. O estudo da EY refere que novas propostas de valor e de modelos de negócios variam de acordo com as linhas de negócios.

Nos seguros de Vida, o bem-estar financeiro é o que os clientes desejam, o que significa que as seguradoras devem atuar como consultoras, fornecendo orientação confiável e opções para ajudar os segurados a atingir os seus objetivos.

Em linhas de negócio de Não Vida, com mais proteção a ser garantida automaticamente através de ofertas incorporadas e baseadas na utilização do seguro, a qualidade do serviço e a experiência geral torna-se muito mais importante do que a própria transferência de risco. As seguradoras passarão a fornecer acesso a agentes e aconselhamento humano, mas também um acesso personalizado com recurso a aplicações personalizadas e digitalmente habilitados, na medida em que plataformas e experiências serão o foco para a grande maioria das interações.

O estudo refere que no survey bianual EY Tech Horizon da atividade seguradora, os entrevistados indicaram como os dois principais objetivos de seus programas de transformação “atender às mudanças na procura dos clientes” e “melhorar a qualidade dos produtos e serviços”.

Assim, as soluções de seguros mais vendidas do futuro integrarão proteção com prevenção de riscos e outros serviços de valor agregado. Isto porque os consumidores estão mais interessados em reduzir os seus riscos do que na gestão das suas perdas.

Os seguros estarão disponíveis numa diversidade de formas e em mais lugares do que nunca, incluindo no metaverso, em sites de e-commerce e em pontos de venda em quase todos os ambientes imagináveis. Nesta linha condutora, antecipam-se também mais parcerias entre bancos, gestoras de ativos e outros instituições financeiras, FinTechs, plataformas tecnológicas, fornecedores de software.

Neste último ponto da publicação do Insurance Outlook, foram evidenciadas várias ações imperativas para as seguradoras, das quais destacamos a premência de:

  • Identificar mecanismos e fontes externas de dados para acompanhar a evolução das necessidades dos clientes e as mudanças do mercado;
  • Desenvolver reconhecimento de padrões e geração de insights para explorar armazenamentos de dados internos e segmentar os clientes para tornar o produto mais adequado às necessidades;
  • Criar propostas de valor e experiências para capturar a procura por novas proteções e atividade em novos canais de distribuição;
  • Construir business cases para novos modelos de negócio com base em métricas quantitativas, como ganhos de participação de mercado, custos de aquisição de clientes e redução de custos;
  • Procurar novos parceiros para ofertas incorporadas e estratégias de ecossistema, começando com InsurTechs, empresas de tecnologia e fornecedores alternativos de capital;
  • Digitalizar as principais operações de back-office para otimizar custos através de uma maior eficiência, agilidade organizacional e flexibilidade operacional.

Caso pretenda ter uma visão mais detalhada sobre como estão as grandes seguradoras internacionais, desde seguradoras mais tradicionais, InsurTechs, Start-ups e players não tradicionais, a procurar soluções únicas que combinam a proteção convencional com a prevenção de riscos e outros serviços de alto valor, recomendo a leitura integral da publicação da EY.

Dora Leal | Director | Business Consulting Financial Services – Risk & Actuarial Services

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Gamers dispostos a consumir publicidade dentro dos jogos

74% dos jogadores não se importam de assistir a publicidade, caso recebam uma recompensa. 55% dos inquiridos gostavam de ter mais oportunidades para contactar diariamente com este tipo de anúncios.

Há mais gamers do que nunca dispostos a consumir anúncios dentro dos jogos. Os jogadores estão cada vez mais confortáveis com a presença de marcas dentro dos jogos, principalmente quando esta confere a possibilidade de jogar gratuitamente ou oferece recompensas.

A conclusão é do Comscore’s 2023 State of Gaming Report, que questionou mais de quatro mil jogadores norte-americanos, entre os 18 e os 65 anos, sobre a presença de publicidade nos jogos e sobre anúncios durante transmissões em livestream.

De acordo com o estudo, apenas um terço dos jogadores considera que a publicidade impacta negativamente a experiência de jogo, sendo que a menor percentagem de jogadores a pensar que existe um impacto negativo são os que jogam através do telemóvel (23%), seguindo-se os jogadores de consola (31%). A maior percentagem prende-se com quem joga através do computador (35%).

Além disso, 74% dos jogadores não se importam de ver publicidade, caso recebam uma recompensa por isso. Cinquenta e cinco por cento dos inquiridos responderam, inclusive, que gostavam de ter mais oportunidades de assistir diariamente a publicidade com recompensas.

A Scuti, exemplifica a Digiday, chegou a implementar uma ferramenta que dava a possibilidade aos jogadores de consumirem anúncios nos jogos em troca de pontos que podiam ser gastos tanto no mundo real como dentro do jogo, apenas para descobrir entravam no jogo para assistirem à publicidade, sem sequer chegarem a jogar.

Já quanto ao conteúdo relacionado com a transmissão livestream de jogos, a percentagem maior de inquiridos (39%) respondeu que seis a 10 minutos seria demasiado tempo de publicidade numa hora de livestream. Vinte e um por cento dos inquiridos responderam que três a cinco minutos seria demasiado tempo de publicidade, a mesma percentagem que considerou que 11 a 15 seria demasiado tempo. Já 13% dos questionados consideram que 16 minutos seria demasiado tempo alocado à publicidade, enquanto 7% consideram que até entre um e dois minutos já seria tempo a mais.

Recorde-se, a título de exemplo, que em Portugal o tempo destinado à publicidade não pode exceder 20% por hora nos canais generalistas – ou seja, 12 minutos – e 10% nos canais de acesso condicionado. Na RTP1 o limite também é de seis minutos por hora.

O estudo realizado pela Comscore deu ainda a conhecer que 55% dos jogadores consideram que a presença de anúncios de produtos faz com que a experiência de jogo pareça mais real, isto numa altura em que esta tendência se tem massificado em diversos jogos e plataformas, como a Roblox. Esta plataforma anunciou recentemente uma mudança de política no seu padrão de anúncios, visando aumentar a transparência em redor dos anúncios e amenizar as preocupações quanto à segurança dos mais jovens dentro desta plataforma do metaverso.

As informações foram recolhidas em novembro de 2022.

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Marcelo promulga Agenda do Trabalho Digno

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Março 2023

A Agenda do Trabalho Digno foi promulgada esta quarta-feira pelo Presidente da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou esta quarta-feira a Agenda do Trabalho Digno, sublinhando os “numerosos aspetos positivos” do diploma, mas que ao mesmo tempo este se afasta, em alguns aspetos, do acordo assinado entre o Governo e os parceiros sociais.

O decreto aprovado pela Assembleia da República afasta-se, “nalguns aspetos, do acordo assinado pelo Governo com os parceiros sociais e consagre certas soluções que podem porventura vir a ter, no mercado de trabalho, um efeito contrário ao alegadamente pretendido“, lê-se na página oficial da internet da Presidência da República.

Ainda assim, Marcelo refere que teve em consideração “os numerosos aspetos positivos do diploma”, que “contou com a viabilização de uma larga maioria do Parlamento, que votou a favor ou se absteve, designadamente o maior partido da oposição”.

As alterações laborais da Agenda do Trabalho Digno foram aprovadas em fevereiro, em votação final global com os votos favoráveis apenas do PS, a abstenção do PSD, Chega, PAN e Livre e votos contra do BE, PCP e IL.

A proposta do Governo que altera a legislação laboral, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, entrou no Parlamento em junho, sem o acordo da Concertação Social, tendo sido aprovada na generalidade em 8 de julho com votos favoráveis do PS, abstenção do PSD, Chega, BE, PAN e Livre e contra da IL e PCP.

O início da discussão na especialidade arrancou em 29 de novembro de 2022 e terminou no início de fevereiro deste ano, tendo a proposta do Governo sofrido alterações, com a inclusão de algumas iniciativas dos partidos, estando a entrada em vigor das novas regras laborais prevista para o início deste ano.

(Notícia atualizada às 11h46)

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Preços das casas subiram 12,6% em 2022. Abrandaram no quarto trimestre

No ano passado, o aumento médio anual dos preços das habitações existentes superou o das habitações novas. Valor total das casas atingiu recorde ao superar os 30 mil milhões de euros.

Os preços das casas aumentaram 12,6% em 2022, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quarta-feira. Valor das casas vendidas totalizou 31,8 mil milhões, um montante recorde. Apesar desta evolução, é de notar que o quarto trimestre do ano passado trouxe novamente um abrandamento no ritmo de subida dos preços, de acordo com o Índice de Preços da Habitação.

No ano passado, “o aumento médio anual dos preços das habitações existentes (13,9%) superou o das habitações novas (8,7%)“, diz o INE. Foram transacionadas no total 167.900 habitações, o registo mais elevado da série e mais 1,3% que em 2021. O valor destas casas atingiu os 31,8 mil milhões de euros, um aumento de 13,1% face ao ano anterior.

 

Apesar das habitações já existentes terem o maior aumento no valor, o número de transações diminuiu. Já para as casas novas aumentou o número de vendas e também o valor delas.

Mais de 10 mil das casas foram vendidas a estrangeiros, com domicílio fiscal fora do Território Nacional, por um total de 3,6 mil milhões. Ambos os números subiram face a 2021. As famílias também compraram mais casas em 2022: 145.515 unidades que totalizam 27,3 mil milhões de euros.

No entanto, o “valor médio por transação das compras de alojamentos pelos Restantes Setores Institucionais foi superior ao valor médio dos alojamentos adquiridos pelas Famílias”. Em 2022, o valor médio das casas compradas pelas famílias foi de 187.360 euros, e de 201.901 euros nos outros setores.

No que diz respeito às regiões, “a Área Metropolitana de Lisboa, com um total de 13,3 mil milhões de euros, concentrou 41,7% do valor das transações de alojamentos realizadas em 2022″. Ainda assim, perdeu peso relativo nas vendas pelo quarto ano consecutivo. Já no Norte, o valor das vendas correspondeu a 23,2% do total, seguindo-se o Algarve com um total de 4,3 mil milhões euros e a região Centro com 4,2 mil milhões de euros.

Olhando para os dados trimestrais, a subida de preços abrandou nos últimos três meses do ano, tendência também verificada no terceiro trimestre. Entre outubro e dezembro “transacionaram-se 38.526 habitações, traduzindo-se numa taxa de variação homóloga de -16,0% e numa redução de 8,8% relativamente ao trimestre anterior”, pelo que as compras de casas estão a desacelerar.

Quanto ao valor, as habitações transacionadas no último trimestre de 2022 “perfizeram 7,4 mil milhões de euros, menos 10,5% face a idêntico período de 2021”.

(Notícia atualizada às 11h45)

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UBS oferece recompra de 2,75 mil milhões em títulos emitidos dias antes do acordo com o Credit Suisse

  • ECO
  • 22 Março 2023

A oferta anunciada pelo banco UBS como parte de uma ação "excecional" arranca a 22 de março e tem como prazo final 4 de abril.

O banco suíço UBS anunciou esta quarta-feira uma oferta de recompra de títulos de dívida emitidos na passada sexta-feira, poucos dias antes do acordo de aquisição do Credit Suisse, de acordo com a Bloomberg. O valor agregado destes títulos ascende a 2.750 milhões de euros.

Em causa estão títulos sem garantias, com vencimento em março de 2028 e março de 2032, para os quais oferecem dinheiro nos respetivos preços na nova oferta. “O emissor oferece-se para comprar os títulos ao respetivo preço de reemissão à luz das ações corporativas excecionais anunciadas a 19 de março de 2023, logo após a data de emissão”, disse o maior banco da Suíça, em comunicado.

A oferta abre esta quarta-feira, 22 de março, com o prazo de vencimento antecipado a 28 de março e o prazo final a 4 de abril, a menos que sejam prorrogadas, retiradas ou rescindidas a critério exclusivo do emissor, informou o UBS.

O UBS concordou em comprar o rival Credit Suisse por mais de três mil milhões de francos suíços, num acordo finalizado neste domingo e mediado pelo Governo suíço com o objetivo de conter uma liquidação do mercado financeiro provocada pelo colapso do norte-americano Silicon Valley Bank no início deste mês.

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ISEG prevê crescimento entre 1% e 2% no primeiro trimestre

Indicadores quantitativos relativos ao primeiro trimestre sugerem um crescimento em volume da procura externa líquida, mas são mais indefinidos relativamente à evolução da procura interna.

Os economistas do ISEG preveem um crescimento da economia entre 1% e 2% no primeiro trimestre deste ano, em termos homólogos, isto depois de uma progressão de 3,2% nos últimos três meses de 2022.

“Com a informação disponível, mas ainda com bastante incerteza, admite-se um crescimento homólogo do PIB entre 1% a 2% no primeiro trimestre de 2023, a que corresponde um crescimento em cadeia de 0 a 1%. Esta estimativa será, eventualmente, revista no próximo relatório”, sublinha a síntese de conjura do ISEG de março, coordenada pelo economista António Ascenção Costa.

O relatório sublinha o facto de, em fevereiro, o indicador de sentimento económico ter subido, assim como o indicador de confiança dos consumidores, “reforçando as subidas do mês anterior”. “Os indicadores quantitativos relativos ao primeiro trimestre sugerem um crescimento em volume da procura externa líquida, mas são mais indefinidos relativamente à evolução da procura interna global, onde há segmentos a evoluir positivamente e outros negativamente”, refere a síntese.

Numa análise por setores de atividade a nota vai para o indicador de confiança da construção e obras públicas, por ser o único que não subiu. Os indicadores de confiança da indústria e do comércio a retalho “subiram moderadamente”, mas o indicador de confiança dos serviços teve uma subida “estranhamente pronunciada”, “tendo feito regressar este indicador a valores próximos dos melhores de 2022, o que então se justificava pela forte retoma de atividade após a crise sanitária”.

Já o indicador de confiança dos consumidores, que atingiu mínimos em novembro, “recuperou de forma relevante até fevereiro, embora continue a ser um dos mais negativos da União Europeia.

Usando os indicadores já avançados até à data — como o aumento homólogo de 6% da produção industrial em janeiro (à boleia do aumento da produção de energia), o crescimento de 9,2% do índice de produção na construção em janeiro (apesar da queda de 9% nas vendas de cimento em janeiro e fevereiro), a evolução homóloga de 14,5% do índice de volume de negócios nos serviços em janeiro e de 3,7% do índice de volume de negócios no comércio a retalho – os economistas do ISEG esperam que seja a procura externa líquida a “sustentar a maior parte do crescimento no primeiro trimestre”.

“Mas a evolução da procura interna parece mais incerta: crescerá nalguns segmentos (procura automóvel, outros bens duradouros), deve decrescer noutros (procura alimentar e de serviços no âmbito do consumo privado, e, globalmente, na área do Investimento)”, lê-se na síntese. “No conjunto, com a informação atualmente disponível, a evolução, em volume, da procura interna no primeiro trimestre ainda está indefinida”, reconhecem

Esta incerteza leva os economistas a admitir, em abril, rever a previsão de crescimento anual para este ano.

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CRL. Advogados apelam aos oficiais de justiça para prejuízos da greve

O Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados apelou ao Sindicato dos Oficiais de Justiça para que os impactos da greve sobre os cidadãos sejam minimizados.

O Conselho Regional de Lisboa (CRL) da Ordem dos Advogados (OA) apelou ao Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) para encontrar forma de evitar que a greve em curso dos Oficiais de Justiça provoque “prejuízos desnecessários” aos cidadãos e advogados que têm processos em andamento. Ao todo, já foram adiadas cerca de 15 mil audiências e diligências.

“Sem desconsiderar em momento algum o direito à greve destes funcionários e considerando inclusive que esta é uma forma de lutar para que sejam reunidas todas as condições, principalmente de recursos humanos, para a imprescindível prossecução da Justiça, o CRL pretende sensibilizar aquela entidade sindical para o impacto das medidas adotadas, nos cidadãos e nos advogados que os representam“, refere o órgão da OA em carta aberta enviada ao presidente do SOJ.

Em causa está a falta de comunicação prévia atempada da não realização ou cancelamento de julgamentos e diligências provocando custos financeiros e de tempo aos cidadãos e advogados.

Apesar do CRL reconhecer que a adesão à greve não carecer de comunicação prévia por parte de cada funcionário em cada tribunal, acredita ser possível prever que e quantas diligências não têm condições de se realizar, “uma vez que são pelo menos conhecidos os dados sobre os oficiais de Justiça que, em cada momento, já se encontram efetivamente em greve”.

“No caso dos julgamentos e outras diligências que têm vindo a ser canceladas no quadro desta greve, têm sido elevados os prejuízos provocados aos advogados em exercício do seu mandato e, por consequência, aos seus representados. Em causa, estão custos que poderiam ser evitados bastando para tal que os advogados, quando contactam as secretarias dos Tribunais para saberem se a realização das suas diligências agendadas será possível, no quadro da greve, obtivessem uma resposta de sim ou não, permitindo assim gerir o seu tempo e os seus processos”, sublinhou o CRL.

Este órgão da OA referiu ainda que a resposta habitual das secretarias tem sido que os Oficiais de Justiça não estão obrigados a comunicar se se encontram em greve ou não, recusando informar se as diligências se realizarão ou se serão adiadas.

Nesta situação, e no exercício do seu mandato, estando o advogado obrigado a comparecer às convocações, estão em causa custos elevados como deslocações e estadias, honorários, etc. uma vez que muitas diligências podem exigir deslocação antecipada. Todas as deslocações aos Tribunais implicam custos financeiros que podem ser elevados consoante a distância geográfica do Tribunal do domicílio do advogado e do cidadão”, referiram em carta aberta.

Segundo o CRL estes prejuízos são “evitáveis” e estendem-se aos cidadãos envolvidos nos processos e que também tenham obrigatoriedade de se apresentarem às diligências. “A recusa ou ausência desta simples comunicação, que em nada poria em causa o devido direito à greve dos Oficiais de Justiça, traz um prejuízo completamente desproporcional e despropositado aos advogados e aos cidadãos”, concluíram.

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