Pepsi aposta no TikTok para promover espetáculo na final da Liga dos Campeões

A final da Liga dos Campeões disputa-se no Estádio Olímpico Atatürk, na cidade turca de Istambul, a 10 de junho.

Pelo sétimo ano consecutivo a Pepsi vai apresentar o espetáculo que antecede a final da Liga dos Campeões. Este ano, a marca está a realizar uma campanha no TikTok, de modo a envolver os fãs. O espetáculo vai ainda ser transmitido ao vivo através desta rede social, no dia 10 de junho, momentos antes do jogo de futebol.

Na página de TikTok da Pepsi já foram divulgados vídeos do artista Burna Boy, dos jogadores Lionel Messi e Vinícius Júnior, e da jogadora Leah Williamson.

Segundo o site da Pepsi, os consumidores são desafiados a enviar um vídeo a dançar a coreografia oficial do jogador Vinícius Júnior ou a imitar as habilidades de freestyle da jogadora Leah Williamson (vídeos disponíveis no TikTok da Pepsi), usando a música oficial “It’s Plenty”, de Burna Boy, e a hashtag #PepsiKickOffShow. Os interessados podem participar até dia 3 de abril.

Gustavo Reyna, diretor de marketing global da Pepsi, citado pela The Drum, revela que a marca vê este desafio do TikTok como uma “coisa em grande”, explicando que a Pepsi “tenta sempre estar junto dos consumidores”.

Quando confrontado com as recentes notícias das restrições impostas ao TikTok dentro de alguns países, como o dos Estados Unidos da América ou do Reino Unido, Gustavo Reyna não se mostrou preocupado, referindo que a Pepsi é uma marca “divertida” e que “oferece experiências de entretenimento”, algo que vai continuar a fazer independentemente do canal de media. “Desde que continuemos a fazer o que fazemos e a usar a media da maneira certa, de acordo com as políticas e regulamentos, então está tudo bem“, disse Reyna à The Drum.

Nos últimos seis anos de parceria com a UEFA – entidade organizadora da competição – a Pepsi desenvolveu campanhas promocionais durante três ou cinco semanas antes do jogo, mas este ano encontra-se a desenvolver uma ação de ativação com três meses de antecedência.

A final da UEFA Champions League é a data de destaque do calendário de futebol de clubes, e a Pepsi orgulha-se de marcar a ocasião com os melhores espetáculos de entretenimento. O recém-nomeado ‘Kick Off Show by Pepsi‘ será enorme este ano; estamos muito animados para dar as boas-vindas a Burna Boy, um dos artistas mais emocionantes do mundo e mal podemos esperar para ver quais os adeptos que serão selecionados para fazer parte deste espetáculo verdadeiramente imperdível“, diz Gustavo Reyna, diretor de marketing global da Pepsi, no site da UEFA.

Já por parte da UEFA, Guy-Laurent Epstein, diretor de marketing, afirma que “o espetáculo de lançamento da final da UEFA Champions League é uma parte significativa dos nossos esforços conjuntos com a Pepsi, oferecendo uma oportunidade incrível de alcançar públicos novos e mais jovens com alguns dos maiores nomes e estrelas em ascensão da música. Estamos entusiasmados em apresentar um elenco de artistas talentosos na final desta temporada em Istambul, no que certamente será uma performance enérgica e memorável”.

A final da Liga dos Campeões vai ser disputada no Estádio Olímpico Atatürk, na cidade turca de Istambul, a 10 de Junho. O espetáculo que antecede o jogo pode ser acompanhado através do na televisão local, no canal de YouTube da UEFA e no canal de TikTok da UEFA e da Pepsi.

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Famalicão investe 10,5 milhões de euros em imóveis para depois arrendar

Câmara de Vila Nova de Famalicão com oferta pública para aquisição de habitações no valor de 10,5 milhões de euros para, depois, arrendar no âmbito do Programa 1.º Direito.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão já abriu o procedimento de oferta pública para a compra de 79 fogos destinados a arrendamento – nove imóveis habitacionais já edificados e 70 fogos a construir ou em construção – no valor de 10,5 milhões de euros.

Quatro dos nove fogos habitacionais já edificados são de tipologia T2 e os restantes cinco são T3, encontrando-se “em boas condições de conservação e prontos a habitar, sem necessidade prévia de realização de obras de reabilitação”, assegura a autarquia liderada pelo social-democrata Mário Passos.

Já dos 70 fogos a construir ou em construção, oito são T1, outros 21 de tipologia T2, 35 são T3 e seis são T4. Todos estes fogos destinam-se a beneficiários do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação – 1.º Direito/Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Mário Passos assinala, assim, o arranque da execução do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, “celebrado em parceria com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e que, no total, canaliza 62 milhões para a melhoria das condições de habitabilidade de mais de 800 agregados familiares do concelho“, refere o município num comunicado enviado às redações.

As propostas podem ser apresentadas no portal online da autarquia famalicense até dia 3 de maio.

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OCDE diz que “sistema judicial mais eficiente” poderia “aumentar confiança dos investidores”

  • Lusa
  • 20 Março 2023

Relatório da OCDE destaca que longos processos judiciais podem comprometer a atratividade de Portugal para investidores estrangeiros, bem como os investidores nacionais.

A OCDE recomenda que “uma melhor regulação da atividade empresarial e um sistema judicial mais eficiente poderiam aumentar a confiança dos investidores” no mercado português e que as empresas requerem melhores serviços da Administração Pública.

Estas são algumas das conclusões do relatório “O Impacto do Quadro Regulatório no Investimento Estrangeiro em Portugal“, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), hoje divulgado.

A organização reconhece que “Portugal melhorou as práticas de avaliação de impacto regulatório (RIA) e adotou mecanismos para facilitar a participação das partes interessadas na elaboração de atos legislativos e regulatórios nos últimos anos, por exemplo, através da introdução de avaliações de impacto concorrencial e do portal eletrónico ConsultaLEX”.

Contudo, “os indicadores da OCDE mostram que Portugal está atrás dos países homólogos em ambas as áreas“, lê-se no documento, em que são dados exemplos: “os documentos RIA não são disponibilizados em linha e a avaliação ex-post das regras existentes não é obrigatória”.

Além disso, acrescenta, os investidores estrangeiros relatam dificuldades em compreender a regulamentação e em lidar “com mudanças súbitas na legislação em Portugal”, aponta a OCDE. O relatório destaca que “os longos processos judiciais podem também comprometer a atratividade de Portugal para o IDE, afetando igualmente os investidores nacionais”.

Apesar de Portugal ter realizado reformas no sistema judicial e melhorado “a eficiência dos seus tribunais nos últimos anos”, a “duração dos processos continua a ser longa, em comparação com os países homólogos, em especial nos tribunais administrativos”, salienta a OCDE.

Por exemplo, uma em duas empresas em Portugal considera a duração dos processos judiciais um obstáculo “importante ou muito importante” (dados de 2022), lê-se no relatório, estimando-se em cerca de “dois anos e quatro meses o tempo necessário para resolver um caso num tribunal administrativo”. Ou seja, “um prazo sete vezes superior do que na Lituânia”, destaca a OCDE.

Face a isto, a OCDE recomenda “utilizar mais amplamente as avaliações de impacto regulatório e envolver mais ativamente o setor privado na elaboração de legislação para garantir que a regulação cumpre o objetivo pretendido, evitando simultaneamente custos administrativos desnecessários para as empresas”.

A OCDE refere ainda que as boas práticas aplicadas “no âmbito do processo de consulta recentemente desenvolvido para a definição das reformas em matéria de licenciamento das atividades comerciais podem ser generalizadas à elaboração de outras regulações relevantes ao domínio empresarial”.

Recomenda também a continuação da redução da “duração dos processos judiciais, aumentando a digitalização nos tribunais, reforçando os recursos humanos em funções de apoio e fazendo uma utilização mais alargada dos mecanismos extrajudiciais”.

No que respeita à melhoria dos serviços públicos, a OCDE reconhece o impacto positivo do programa Simplex, que reduziu encargos administrativos para as empresas, mas aponta que os investidores estrangeiros “continuam a considerar as interações com a administração pública portuguesa como onerosas em muitas áreas e pedem maior eficiência e qualidade de serviços pelas entidades administrativas”.

Por isso, recomenda a simplificação dos procedimentos de licenciamento e autorização, “como o licenciamento industrial e as licenças de construção, entre outras, seguindo o exemplo das recentes alterações ao licenciamento ambiental”.

Nesse sentido, é preciso também “garantir que as autoridades dispõem de capacidade para emitir licenças dentro dos prazos legais e tornar efetiva a aplicação da regra de aprovação tácita para aumentar a previsibilidade dos investidores”.

Recomenda também a redução do tempo gasto e o ónus administrativo das empresas com o cumprimento das suas obrigações fiscais, “através de uma maior simplificação da tributação das sociedades, reforçando os serviços de informação e assistência e aumentando a digitalização na administração fiscal”.

A OCDE defende ainda que é preciso “avaliar e racionalizar os incentivos fiscais ao investimento a fim de garantir que estes atingem os objetivos pretendidos sem acrescentar demasiada complexidade ao sistema fiscal”. Isso inclui ainda a promoção da sensibilização e a adoção “dos incentivos existentes para apoiar as transições ecológica e digital das empresas (incluindo incentivos à formação dos trabalhadores em competências digitais)”.

De acordo com o relatório, “são precisos cerca de 90 dias para obter uma licença para operação de atividade comercial”, ou seja, “mais do dobro do tempo requerido em países homólogos (2019)”.

Por outro lado, o cumprimento das obrigações fiscais requer “234 horas de trabalho por ano, comparado com 50 horas na Estónia (2019)” e quase metade das empresas (47%) “consideram que a administração fiscal é um importante peso à atividade empresarial”, contra 3% na Eslováquia.

O relatório da OCDE compara o quadro regulatório para o investimento em Portugal com um grupo de economias europeias homólogas, identifica eventuais entraves ao investimento e avalia em que medida um ambiente de negócios mais favorável pode ajudar a atrair mais IDE para o país. Além disso, propõe uma série de reformas que o Governo de Portugal poderia considerar para aumentar o nível de IDE na economia.

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Centeno diz que é preciso impedir que incerteza chegue à banca

  • Ana Petronilho
  • 20 Março 2023

Com uma taxa de inflação "muito má" é preciso conter que os últimos eventos na banca estrangeira se alastrem à banca portuguesa.

O governador do Banco de Portugal salienta que “é muito desejável” que a incerteza da evolução da taxa de inflação “possa ser reduzida” e avisa que é preciso impedir que os problemas de bancos fora da Zona Euro cheguem ao setor bancário.

Mas, durante um almoço com a Associação de Hotelaria de Portugal, Mário Centeno procurou deixar uma palavra de confiança ao frisar que o banco central está atento aos desenvolvimentos e aos riscos que se colocam aos bancos e a Portugal. “A nossa atenção continua devotada a identificar eventuais questões, quando e se elas se coloquem”, disse o governador.

Durante a intervenção, Centeno falou ainda da evolução da inflação e das taxas de juro, frisando que acima de 2% “é uma coisa má e nunca temporária”. Sobre os bancos portugueses, afirmou que, nos últimos anos, o governador de Portugal diz que reduziram o risco, com menos crédito malparado, e que estão mais “muito mais capitalizados”, salientando que dois bancos concluíram “com sucesso” os planos de reestruturação (Novobanco e Caixa Geral de Depósitos).

No entanto, avisa que qualquer problema nos mercados financeiros é um risco acrescido. “É muito importante minimizar a turbulência que se gera em torno do setor bancário da área do euro e que nos possa afetar. Todos sabemos que com as interações que os mercados têm, os riscos que enfrentam, temos de continuar a monitorizar, de estar atentos a essa dimensão”, afirmou o ex-ministro das Finanças do PS.

Desde o início da crise bancária, esta foi a primeira vez que o governador do Banco de Portugal falou em público. Depois de intensas negociações durante o fim de semana, o suíço UBS concordou, no domingo, comprar o seu rival Credit Suisse com garantias substanciais do governo em Berna e de liquidez do banco central do país (BNS).

Esta aquisição fez mergulhar as ações dos bancos esta segunda de manhã nas bolsas de valores europeias, uma vez que os investidores temem a desestabilização do sistema bancário. A operação custará aos detentores de obrigações subprime 16.000 milhões de francos suíços (16.1800 milhões de euros) porque as autoridades suíças decidiram transferir parte do encargo financeiro causado pela operação.

Já a semana passada, nos Estados Unidos, faliu o Silicon Valley Bank (SVB), tendo as autoridades garantido todos os depósitos para evitar que outros bancos de dimensão considerável pudessem ser postos em causa. A falência do SVB foi a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos, depois do colapso da Washington Mutual em 2008. O Credit Suisse é o segundo maior banco da Suíça e no ano passado registou levantamentos de liquidez no valor de 123,2 mil milhões de francos suíços (126 mil milhões de euros).

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“O país está num momento decisivo, que definirá o que seremos nas próximas décadas”, diz Vasco de Mello

Vasco de Mello, presidente da Associação Business Roundtable, diz ainda que "o país está num momento decisivo", que definirá o que Portugal será "nas próximas décadas".

Vasco de Melo, presidente da Associação Business Roundtable, defende que Portugal “está num momento decisivo” e tem de aproveitar o atual momento para lançar as bases de um crescimento mais robusto.

O país está num momento decisivo, que definirá o que seremos nas próximas décadas. Temos de estar preparados”, afirmou Vasco de Mello na abertura da conferência “Querer e Crescer”, organizada pela Associação Business Roundtable, que decorre esta segunda-feira na Nova SBE, em Carcavelos.

Conferência "Querer e Crescer: Ideias para acelerar o crescimento de Portugal" - 20MAR23
Vasco de Mello na conferência “Querer e Crescer: Acelerar o Crescimento de Portugal”, organizada pela Associação BRP.Hugo Amaral/ECO

Não podemos continuar a ter ideologia a mais e ambição a menos. Temos a responsabilidade de aproveitar o momento único de estabilidade política e fundos europeus”, exortou o também presidente do conselho de administração do Grupo Mello.

Pedro Gingeira do Nascimento, secretário-geral da Associação BRP, que reúne 42 grandes empresas portuguesas, sublinhou que “quem não cria riqueza, cria pobreza” e que em Portugal se “normalizou o fracasso”. Segundo o responsável, se o PIB tivesse crescido a uma média de 3% na última década estaria entre os 15 países com maior riqueza per capita e se o ritmo fosse de 5% estaria ao nível da Dinamarca.

“Acreditamos que Portugal pode crescer muito mais. Acreditamos que são os privados que criam riqueza. O Estado deve criar igualdade de oportunidades para todos, através da educação e com um ambiente competitivo e concorrencial”, sublinhou Pedro Gingeira do Nascimento. “Temos de celebrar a riqueza em vez de a perseguir”, acrescentou.

Pedro Santa Clara, diretor da escolha 42 Lisboa e 42 Porto apontou as más e boas ideias na Educação. “A primeira má ideia é baixar o nível de exigência da escola e isto tem estado muito em voga, internacionalmente até, o que põe em causa a meritocracia. Parece-me das ideias mais infelizes de que tenho memória, porque tira o acesso dos mais desprotegidos à subida social”, afirmou.

O também professor da Nova SBE elogiou a aposta no Governo no ensino pré-escolar. “É importante investir mais nas creches e na pré-primária”, porque “o processo de educação é cumulativo”. “Outra boa ideia é repensar profundamente a formação e carreira dos professores”, sublinhou.

“O sistema atual está à beira da rutura. Vamos precisar de formar 35 mil professores até 2030 o dobro do que formamos hoje em dia” e a carreira “é tão pouco atraente”, considerou Pedro Santa Clara. “Esta é daquelas crises que me faz impressão porque é o comboio a descarrilar em câmara lenta”, acrescenta, assinalando que é preciso atrair professores de backgrounds diferentes e investir na formação profissional dos professores”.

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Empresas estrangeiras são responsáveis por 25% do I&D em Portugal, avança OCDE

  • Lusa
  • 20 Março 2023

As empresas detidas por estrangeiros representavam apenas cerca de 2% das empresas em Portugal, mas empregavam 18% da mão-de-obra nacional e eram responsáveis por 28% do valor acrescentado total.

O investimento direto estrangeiro (IDE) “reforça a economia portuguesa e apoia o seu desenvolvimento”, afirma a OCDE no relatório sobre o impacto do quadro regulatório em Portugal, apontando que as empresas estrangeiras são responsáveis por 25% do I&D.

“O investimento estrangeiro desempenha um papel importante na atividade económica e na criação de emprego em Portugal”, lê-se no relatório O Impacto do Quadro Regulatório no Investimento Estrangeiro em Portugal, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta segunda-feira.

Em 2020, adianta, “as empresas detidas por estrangeiros representavam apenas cerca de 2% das empresas em Portugal, mas empregavam 18% da mão-de-obra nacional e eram responsáveis por 28% do valor acrescentado total e 46% das exportações”.

De acordo com a organização, ao integrar os produtores portugueses de bens e serviços nas cadeias de valor orientadas para a exportação, “as empresas estrangeiras ajudam os produtores nacionais a aceder a novos mercados e a melhorar a competitividade dos seus produtos”.

Além disso, as empresas estrangeiras “contribuem para a qualidade do emprego e para a paridade de género”. Isto porque empregam mais trabalhadores “altamente qualificados” do que as empresas portuguesas na maioria dos setores e “pagam salários mais elevados” do que as nacionais, prossegue a OCDE, referindo que no caso de profissões altamente qualificadas estes são “quase 7% superiores”.

Por outro lado, pagam remunerações mais elevadas às mulheres do que as empresas portuguesas: “Em 2020, o salário mediano mensal das trabalhadoras em empresas estrangeiras era de 972 euros contra 796 euros nas empresas nacionais”. Acresce que, em muitos setores de atividade, as empresas estrangeiras “também empregam um número superior de mulheres em altos cargos executivos”, sublinha.

A OCDE destaca também o papel das empresas estrangeiras na inovação e nos esforços de transição digital e ecológica. “As empresas estrangeiras são responsáveis por 25% dos investimentos em I&D [Investigação & Desenvolvimento] em Portugal”, aponta, referindo que “usam mais tecnologia digital de ponta do que as empresas nacionais”, como é o caso da impressão 3D, robôs industriais, inteligência artificial (IA), entre outras tecnologias.

A formação de trabalhadores em tecnologias “é mais comum em empresas estrangeiras”, sendo que 62% prestaram formação em tecnologias de informação e comunicação (TIC) aos seus funcionários, contra pouco mais de um terço (36%) das empresas portuguesas. As energias renováveis “representaram 96% das fusões e aquisições internacionais no setor energético em Portugal entre 2012 e 2022 — um forte contraste com a maioria das economias homólogas, onde a percentagem desse mesmo tipo de transações foi de 37%”.

O relatório da OCDE compara o quadro regulatório para o investimento em Portugal com um grupo de economias europeias homólogas, identifica eventuais entraves ao investimento e avalia em que medida um ambiente de negócios mais favorável pode ajudar a atrair mais IDE para o país. Propõe também uma série de reformas que o Governo português poderia considerar para aumentar o nível de IDE na economia.

A OCDE alerta ainda que um quadro regulatório “excessivamente restritivo pode constituir uma barreira” ao investimento direto estrangeiro (IDE). “O quadro regulatório, na medida em que determina as condições de entrada bem como o funcionamento das empresas estrangeiras no país anfitrião, pode ser um fator limitador do investimento estrangeiro“, adverte a organização.

Além das restrições explícitas ao IDE, “como as regras que limitam a participação de investidores estrangeiros no capital de empresas localmente constituídas, os fatores que moldam o ambiente empresarial geral de um país (por exemplo, as regras de licenciamento para o exercício de atividades económicas, a regulação fiscal, o sistema jurídico) podem às vezes impor desafios adicionais às empresas estrangeiras e influenciar indiretamente o IDE devido ao aumento não intencional dos custos de contexto para as empresas em relação a outros países”, acrescenta a OCDE.

A organização recorda que estudos que fez “mostram que a eliminação dessas barreiras regulatórias pode ter impacto positivo no investimento”. No relatório, a OCDE adianta que “a redução de barreiras ao IDE pode aumentar a atividade” de investimento direto estrangeiro em Portugal “em mais 13% no número de transações de F&A internacionais “e em mais de 6% no número de projetos greenfield“.

Este é o impacto estimado da redução das restrições ao IDE em Portugal ao nível das economias mais abertas. O relatório da OCDE compara o quadro regulatório para o investimento em Portugal com um grupo de economias europeias homólogas, identifica eventuais entraves ao investimento e avalia em que medida um ambiente de negócios mais favorável pode ajudar a atrair mais IDE para o país. Além disso, propõe uma série de reformas que o Governo de Portugal poderia considerar para aumentar o nível de IDE na economia.

 

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Amazon planeia despedir mais 9.000 colaboradores

A decisão pretende contribuir para a redução de custos e teve em conta a atual incerteza em relação ao contexto económico.

A Amazon vai proceder ao despedimento de mais 9.000 pessoas durante as próximas semanas, anunciou o CEO Andy Jassy num comunicado interno esta segunda-feira. A decisão pretende contribuir para os objetivos de redução de custos e teve em conta o contexto económico. Com esta decisão, em quatro meses, eleva-se para cerca de 19 mil o número de trabalhadores afetados pela redução da estrutura de pessoal na tecnológica norte-americana.

O plano de reestruturação da gigante americana tem como principal objetivo “sermos mais eficientes” e os processos de despedimento tiveram em consideração a “incerteza que existe num futuro próximo”, admite Andy Jassy, citado pela CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês).

Ainda em novembro do ano passado, a Amazon anunciou o despedimento de cerca de 10.000 pessoas, sendo que, na altura, a redução de pessoal incidia, sobretudo, na organização dos dispositivos da Amazon, incluindo a assistente de voz Alexa, bem como na divisão de retalho e no departamento de recursos humanos.

As rondas de despedimentos ocorrem depois de a pandemia ter criado a era mais rentável de que há registo na Amazon. Em dois anos, a empresa duplicou a sua força de trabalho, mas o início de 2022 ditou o abrandamento. O crescimento diminuiu para a taxa mais baixa das últimas duas décadas, colocando a companhia face a custos elevados, enquanto as mudanças nos hábitos de compra e a inflação elevada prejudicaram as vendas, justificou a empresa no final do ano.

A Amazon junta-se a uma série de tecnológica que têm vindo a anunciar despedimentos. Entre elas está a dona do Facebook, que anunciou na semana passada que planeia despedir cerca de 10.000 colaboradores e encerrar 5.000 ofertas de emprego já publicadas. Uma notícia que surge apenas quatro meses depois de uma ronda de despedimentos ter já eliminado 11.000 postos de trabalho na companhia dona do Facebook e do Instagram.

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Mais de metade das empresas prevê reforçar I&D. Mais de 75% têm dificuldades em contratar

Mais de 80% das empresas consideram necessário simplificar a adesão a incentivos e benefícios fiscais para fomentar a I&D e a inovação em Portugal.

Mais de metade das empresas portuguesas (64,3%) perspetiva o crescimento das suas estruturas dedicadas às áreas de inovação e desenvolvimento (I&D). Contudo, apesar de terem sido criados incentivos e benefícios fiscais para apoiar a I&D e a inovação em Portugal, onde se inclui o apoio às despesas com recursos humanos, a contratação destes perfis recorre na grande maioria dos casos (83%) a uma componente de financiamento por fundos próprios das empresas. Além disso, mais de 75% das empresas declaram ter dificuldades em contratar colaboradores para a área TIC e pessoal técnico, concluiu um estudo elaborado pelo FIGroup Portugal, LLYC e ManpowerGroup.

“Na análise desta maior dependência por fundos próprios, no suporte às contratações, 60,2% das entidades identificam lacunas no sistema de incentivos e benefícios em vigor, com 98,8% das empresas a afirmar ter sugestões de melhoria ao atual modelo de apoios à I&D e inovação em Portugal”, pode ler-se em comunicado.

Apesar das empresas valorizarem a criação destes apoios e reconhecerem a importância dos benefícios e incentivos à I&D e inovação, acreditam que o sistema em vigor carece de melhorias. Entre as sugestões apontadas, verifica-se um consenso no que toca à necessidade de simplificar a adesão a estes mecanismos, com 82,5% das empresas a indicar que uma menor burocracia facilitaria e estimularia a adesão das empresas aos apoios em causa.

Outra das propostas, sugerida por cerca de metade dos inquiridos, tem a ver com taxas de financiamento e comparticipação maiores (49,1%), dando maior relevo a estes instrumentos para que possam motivar de forma expressiva o arranque de mais projetos, e fomentar o crescimento no número de contratações de cada empresa. O estudo revela que, em 40,5% dos casos, o valor de apoio recebido no ano passado não ultrapassou os 100.000 euros e apenas 12,8% das empresas inquiridas receberam um incentivo ou benefício superior a 500.000 euros.

Os resultados do estudo evidenciaram ainda que uma significativa parcela das entidades acabou por não recorrer a estes apoios e incentivos — cerca de metade das empresas inquiridas (45,0%) — justificando a não adesão a estes instrumentos por desconhecerem a forma para os colocar em prática, ou por não os conhecerem suficientemente bem. Uma grande parte destas empresas reconhece ainda que o número de perfis altamente qualificados seria maior caso tivessem acedido aos incentivos e benefícios (88,3%).

Perfis mais procurados

Os perfis mais cobiçados dizem respeito a profissionais das áreas de engenharia (56,1%) e tecnologias de informação (55,6%), perfis onde a competição pela atração e retenção de talento é mais feroz. Mais de 75% das empresas declaram ter dificuldades em contratar colaboradores para a área TIC e pessoal técnico.

Relativamente aos principais obstáculos à contratação destes perfis, as questões salariais e benefícios oferecidos (59,8%), assim como a ausência de perfis adequados para as posições disponíveis (55,6%), são as dificuldades mais apontadas pelo tecido empresarial. Destaca-se ainda que, embora exista uma perceção geral de que os incentivos/benefícios são necessários para apoiar o recrutamento de profissionais para I&D e inovação (86,0%), observa-se uma proporção menor de entidades a concordar que estes apoios têm influência na previsão de contratação (60,8%).

O estudo realizado pelo FI Group Portugal, LLYC e ManpowerGroup inquiriu 171 entidades do tecido empresarial português, acerca da contratação de recursos humanos através dos apoios à I&D e inovação.

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Banca da Zona Euro é “resiliente” mas BCE está pronto para apoiar liquidez se necessário, assegura Lagarde

Christine Lagarde assegura que o BCE está a "acompanhar de perto os desenvolvimentos do mercado", após a turbulência vivida no setor da banca.

Perante a turbulência na banca sentida nos últimos dias, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) salienta que “o setor bancário da Zona Euro é resiliente”, mas assegura que “a caixa de ferramentas do BCE está pronta para dar apoio de liquidez para o sistema financeiro, se tal for necessário”.

Christine Lagarde falava ao Parlamento Europeu, onde aproveitou a intervenção para comentar que acolhe a “ação rápida e as decisões tomadas pelas autoridades suíças”, depois de conseguirem assegurar um acordo para o UBS comprar o Credit Suisse.Estas ações são instrumentais para restaurar condições nos mercados e assegurar estabilidade financeira”, nota.

A presidente do BCE assegura que estão a “acompanhar de perto os desenvolvimentos do mercado” e estão “prontos para responder como necessário para manter a estabilidade financeira e dos preços na Zona Euro”. Apesar destas garantias, Lagarde salienta que “o setor bancário da Zona Euro é resiliente, com posições de capital e liquidez fortes”.

Mas a ressalva fica feita: “Seja como for, a caixa de ferramentas do BCE está pronta para dar apoio de liquidez para o sistema financeiro se for necessário e preservar a transmissão suave da política monetária”, promete.

Lagarde alerta também que as últimas previsões económicas, que serviram de base para as decisões de subir os juros na última reunião do Conselho de Governadores do BCE, foram feitas antes destas tensões nos mercados, que são mais uma “fonte de incerteza” para a evolução da economia. “O elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados para nossas decisões de juros”, sublinha.

A presidente do BCE salienta ainda que as taxas de juro são o principal instrumento que está a ser usado para controlar a inflação, apelando a uma coordenação com a política orçamental. “É tempo para as autoridades orçamentais retirarem os apoios para a população geral contra o impacto da subida dos preços de energia”, alerta, repetindo os avisos já feitos por várias instituições.

“Apesar das recomendações para que fossem temporários e direcionados, isso não foi o caso”, nota, sendo que, por exemplo, em Portugal também ainda estão em vigor algumas medidas gerais. “As nossas recomendações e esperança são que autoridades orçamentais apreciem que é necessário avançar e que programas sejam focados naqueles que precisam mais”, conclui Lagarde.

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Nos foi o maior anunciante do país em fevereiro

O ranking das agências de meios é liderado pela Arena e O Escritório, ocupa a primeira posição entre as agências criativas.

A Nos recuperou em fevereiro a posição de maior anunciante do país, lugar no último mês ocupada pelo Ediclube.

A preços de tabela, ou seja, sem os descontos negociados com os meios, a operadora investiu em publicidade 39,9 milhões de euros. Destes, a esmagadora maioria, 38 milhões, foram no meio televisão. Para o meio outdoor, foram alocados 696 mil euros, ao meio rádio 685 mil em no cinema – no qual a operadora está presente com a NOS Cinemas – foram investidos 467 mil euros.

A segunda posição do ranking mensal elaborado pela MediaMonitor, empresa do universo Marktest, é ocupada pela empresa de televendas Ediclube, que a preços de tabela investiu 38,7 milhões de euros em publicidade. Com exceção de 59 mil euros em imprensa, o montante foi todo distribuído pelo meio televisão.

No terceiro ligar do pódio surge a Altice Portugal. Com uma nova nova imagem e linha de comunicação lançada em fevereiro, a operadora investiu em publicidade 36 milhões de euros. Destes, 35,2 milhões foram em televisão, 316 mil em digital e 285 mil em imprensa e também em outdoor.

Ediclube foi o maior anunciante em televisão, a EDP em digital, o Pingo Doce em outdoor, a Global Media – que detém o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e O Jogo – foi o maior anunciante em imprensa, o Novo Banco foi quem mais investiu em rádio e a NOS foi o maior anunciante em cinema.

O Continente, maior anunciante de 2022, ocupa a quarta posição do ranking, seguido pela Unilever-Fima. Viva Melhor Sempre, Vodafone, McDonald’s, Lidl e Procter em Gamble encerram o top dos 10 maiores anunciantes do país.

Afunilando a análise pelos diferentes meios, o Ediclube foi o maior anunciante em televisão, a EDP em digital, o Pingo Doce em outdoor, a Global Media – que detém o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e O Jogo – foi o maior anunciante em imprensa, o Novo Banco foi quem mais investiu em rádio e a NOS foi o maior anunciante em cinema.

Nas agências de meios assistimos a alterações, com a Arena a ocupar a primeira posição. A preços de tabela, a agência liderada por Rodrigo Albuquerque movimentou cerca de 124 milhões de euros em investimento publicitário. Na segunda posição temos agora a OMD, com perto de 120 milhões, e no terceiro posto a Carat, com cerca de 118 milhões de euros.

Initiative, Wavemaker, Zenith, Havas Media, Starcom MediaVest Group, Mediacom e Mindshare são as restantes agências que compõem o “top 10”.

O Escritório lidera, por seu turno, nas agências criativas. Seguem-se a Dentsu – antiga Partners – e Fuel, nos lugares do pódio.

No acumulado dos primeiros dois meses do ano o maior anunciante é ainda o Ediclube, que não trabalha com agências de meios. A Arena lidera nas agências de meios e a Fuel nas agências criativas.

(notícia rectificada às 9h45)

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IPCC alerta que subida da temperatura mundial poderá chegar aos 1,5ºC até 2035. “Estamos a andar quando devíamos estar a correr”

Num relatório-síntese, os cientistas do IPCC deixam claro: é necessário aumentar os planos de ação climática e cortar as emissões em cerca de metade até 2030 para manter a temperatura abaixo dos 1.5ºC

Perante o aumento das emissões de gases com efeito de estufa e o agravamento aquecimento global, os cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) emitiram um novo alerta: se o ritmo da ação climática se mantiver, é provável que o mundo ultrapasse 1,5 graus Celsius (ºC) entre 2030 e 2035.

O ritmo e a dimensão dos planos de ação climática colocados em curso atualmente são insuficientes para enfrentar as alterações climáticas. O rápido e sustentado corte nas emissões e planos claros para adaptação e mitigação são necessários para enfrentar a crise climática. Estamos a andar, quando deveríamos estar a correr“, referiu Hoesung Lee, presidente do IPCC durante a conferência de imprensa, na Suíça.

Os cientistas do IPCC divulgaram esta segunda-feira um relatório-síntese, que faz um resumo de todos os documentos publicados entre 2018 e 2023. Na análise, é dado conta do consenso científico sobre a urgência da crise climática, as suas causas primárias, os seus atuais impactos devastadores, especialmente nas regiões mais vulneráveis ao clima e os danos irreversíveis que ocorrerão se o aquecimento ultrapassar os 1,5 graus Celsius, mesmo que temporariamente.

“Este relatório é um apelo claro à massificação dos esforços climáticos de cada país e de cada setor, ao longo do tempo. O nosso mundo precisa de uma ação climática em todas as frentes: tudo, em todo o lado, ao mesmo tempo“, apontou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, num vídeo transmitido durante a conferência de imprensa

Para o IPCC, a evolução da crise climática e o atual aquecimento global, situado nos 1,1 graus Celsius, não deixa margens para dúvidas: é provável que o mundo ultrapasse 1,5 graus Celsius na primeira metade da próxima década — temperatura que deveria manter-se abaixo desse nível até 2050 quando comparado com o período pré-industrial, tal como foi acordado a nível mundial com o Acordo de Paris.

“Este relatório aponta o fracasso global em reduzir as emissões e traça um caminho claro para ultrapassarmos os 1,5 graus Celsius“, referiu uma das cientistas autoras deste relatório, durante a conferência de imprensa.

O relatório-síntese confirma dados anteriores: para o mundo se manter dentro do limite de 1,5 graus Celsius, as emissões globais de gases com efeito de estufa precisam de ser reduzidas em pelo menos 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019, e em pelo menos 60% até 2035. Quanto mais tempo for necessário até que as emissões globais recuem, maiores serão as necessidades de reduções posteriores.

“A ciência diz que temos de agir rapidamente e que o objetivo ainda pode ser alcançado. É uma questão de vontade política fazê-lo, e não de barreiras tecnológicas ou financeiras“, aponta a associação ambientalista Zero, em comunicado, sublinhando que “os próximos sete anos são essenciais para decidir o nosso destino“. Na mesma nota, a associação refere que a diferença entre 1,5 e 2 graus não é de 0,5, mas sim na gravidade dos impactos que “seriam duas vezes piores ou mais para muito riscos”. Nomeadamente, acesso à água potável e perda de biodiversidade.

“Se ultrapassarmos 1,5 graus de aquecimento global, não é literalmente o fim do mundo, mas o mundo parecerá muito diferente. Cada fração de grau conta e precisamos trabalhar muito, independentemente de onde estivermos”, apontam.

Mas apesar dos alertas, o documento reflete sobre o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 1,5 graus Celsius reconhecendo que este é difícil, mas exequível. “O relatório identifica soluções testadas e verificadas, mas precisam de ser escaladas e adaptadas a vários contextos e regiões“, explicou Hoesung Lee.

Além disso, o documento sublinha ser necessário aumentar o financiamento para proteger as regiões mais vulneráveis e que são incapazes de reunir mecanismos e ferramentas para se protegerem dos fenómenos climáticos.

Falando em “justiça”, o presidente do IPCC afirmou que “os [países] que menos contribuíram para as alterações climáticas são as mais vulneráveis“, dando a título de exemplo que estes países estão, pelo menos, 50 vezes mais expostos a cheias e tempestades. “É necessário aumentar o financiamento para proteger estes países em, pelo menos, seis vezes até 2030. As regiões mais vulneráveis não têm essa capacidade de financiamento”, vincou.

“A ciência é clara. Agora, precisamos de vontade política, de apoio público para tomar as ações necessárias para que os objetivos de neutralidade carbónica sejam realistas e ainda motivação pessoal para estarmos nessa trajetória. Estes três elementos são necessários para a ciência se refletir nas decisões políticas“, apelou Heusong Lee.

O Relatório-Síntese do Sexto Ciclo de Avaliação do IPCC incluiu três relatórios especiais (“Aquecimento Global de 1,5°C”, “Alterações Climáticas e Terra”, e ainda “O Oceano e a Criosfera num Clima em Mudança”) e mais recentemente, os relatórios dos três grupos de trabalho (“A Base Científica Física”, “Impactes, Adaptação e Vulnerabilidade” e ainda “Mitigação das Alterações Climáticas”). Um novo relatório é esperado para 2027/2028.

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Astrazeneca prevê contratar mais mil pessoas

  • Europa Press
  • 20 Março 2023

A Astrazeneca prevê contratar mais mil pessoas depois de ter feito investimentos de 400 milhões no ano passado.

O presidente da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse à primeiro vice-presidente e ministra dos Assuntos Económicos e da Transformação Digital, Nadia Calviño, que a empresa farmacêutica planeia contratar mais mil pessoas em Espanha como parte dos seus planos de investimento até 2025.

O anúncio foi feito durante uma visita institucional da Soriot, na qual o presidente da empresa em Espanha, Rick R. Suárez, também participou. A empresa anunciou especificamente os dados e planos de investimento em Espanha até 2025 e manifestou o seu compromisso global de impulsionar o investimento no país “como um motor global de crescimento da I&D”.

Em Espanha, a Astrazeneca investiu mais de 93 milhões de euros em projetos inovadores em 2021, dos quais 48 milhões de euros foram atribuídos a I&D. Em 2022, o compromisso total da Astrazeneca em Espanha, incluindo a Alexion, elevou o investimento total para cerca de 400 milhões de euros, mais de quatro vezes o valor registado um ano antes.

Em termos de efetivos, a Astrazeneca aumentou a sua mão-de-obra em 20% em 2022 para 1.300 trabalhadores, com cerca de mil a serem adicionados nos próximos anos, de acordo com os planos da empresa. Em termos de ensaios clínicos, Espanha acolheu quase 300 em 2022, incluindo mais de 4.500 pacientes.

Calviño diz que anúncio está “em consonância” com outros bilionários

Após a reunião, a primeiro vice-presidente salientou que o compromisso da Astrazeneca é criar empregos de qualidade e está de acordo com outros anúncios de investimentos mil milhões de dólares por parte de multinacionais de todos os setores nos últimos meses.

“Espanha lidera o mundo em ensaios clínicos e terapias de ponta”, salientou Calviño, que vê como “muito provável” que dentro de alguns anos novos medicamentos de precisão personalizados sejam introduzidos na cobertura da saúde pública. A vice-Presidente salientou também que a indústria farmacêutica é uma “atividade chave com elevado valor acrescentado” devido à sua contribuição para a economia do conhecimento em Espanha.

Soriot elogia o ecossistema espanhol de I&D

De acordo com Pascal Soriot, o ecossistema espanhol de I&D “é de primeira classe”, razão pela qual está empenhado em trabalhar com o governo espanhol para desbloquear o potencial dos medicamentos inovadores como “motor de crescimento económico a longo prazo”.

Continuaremos a investir e a aumentar as nossas capacidades em ambientes empenhados na inovação e no desenvolvimento”, salientou durante a sua visita institucional.

O número de ensaios clínicos nas principais áreas da empresa, tais como oncologia, doenças cardiovasculares, renais e metabólicas, doenças respiratórias, vacinas e imunoterapias e doenças raras, bem como o aumento do número de pacientes que tiveram acesso à inovação até à data e daqueles que terão acesso num futuro próximo, foram também discutidos na reunião.

A empresa tem atualmente 179 programas de desenvolvimento clínico, dos quais 15 se encontram nas fases mais avançadas de estudo. “A Astrazeneca reforça o seu empenho na investigação e inovação, bem como na melhoria da disponibilidade de novos medicamentos com os novos projetos em Espanha”, disse Rick R. Suárez, presidente da empresa em Espanha.

A nível mundial, Suárez acrescentou que a empresa está “empenhada em reforçar os sistemas de saúde e em aumentar o acesso equitativo e acessível ao tratamento dos doentes. Ficámos em terceiro lugar no Índice de Acesso a Medicamentos (AtMI) de 2020″.

Tanto Soriot como Suárez salientaram a importância das parcerias público-privadas, como foi o caso dos projetos de doação de vacinas para a pandemia de Covid-19 e outras iniciativas público-privadas recentes, como o acordo entre a empresa e o Instituto Vall d’Hebron de Oncologia (VHIO) para promover a investigação pré-clínica e translacional e a Partnership for Health System Sustainability and Resilience (PHSSR).

A direção da empresa também quis destacar o recente investimento de 5,5 milhões de euros em novos escritórios e no Innovation Hub de Madrid.

 

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