O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de março

  • ECO
  • 16 Março 2023

Ao longo desta quinta-feira, 16 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Hoje nas notícias: Crédito à habitação, pensões e leis Covid

  • ECO
  • 16 Março 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo vai obrigar bancos a oferecer taxas fixas e mistas no crédito à habitação, mas não esclarece prazos de fixação. A Associação de Investidores e Analistas Técnicos está preparada para impugnar a OPA da Sonaecom. A Mota-Engil vai disputar o projeto de uma megabarragem em Moçambique. Conheça algumas das notícias que marcam a atualidade em Portugal.

Governo obriga bancos a oferecer taxas fixas mas não define prazos

A exigência está contemplada no pacote “Mais Habitação”: o Governo vai obrigar os bancos a disponibilizar taxas fixas e mistas no crédito à habitação, juntamente com as taxas variáveis, associadas às Euribor. No entanto, o Executivo não esclareceu, até ao momento, prazos de fixação. O projeto de decreto-lei não especifica se todas as instituições bancárias têm de disponibilizar taxas fixas para toda a duração do contrato de empréstimo à habitação, que, para a maioria, varia entre 30 e 40 anos. Por consequência, a medida não vai garantir uma oferta que estimule a concorrência no mercado.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo quer evolução das pensões “menos sensível a picos de inflação”

O Governo quer tornar a fórmula de atualização das pensões “menos sensível a picos de inflação e a alterações muitos abruptas”, tendo em conta períodos de referência mais alargados e não apenas o ano anterior. Apesar de ainda não existir uma proposta concreta, espera-se que os novos critérios se apliquem já em 2024. “Há maneiras [de fazer isto], sem mudar a fórmula, de considerar períodos de referência mais alargados” de modo a alisar o impacto dos indicadores que são tidos em conta, nomeadamente a inflação, explicou o secretário de Estado da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Pequenos investidores admitem impugnar OPA da Sonaecom

A Associação de Investidores e Analistas Técnicos (ATM) diz estar preparada para avançar com uma ação judicial caso a Sonae avance com uma aquisição potestativa das ações da Sonaecom após a oferta pública de aquisição (OPA) em curso. Segundo o presidente, Octávio Viana, “caso avance a aquisição potestativa, a ATM irá impugná-la por entender que o Código de Valores Mobiliários (CVM) viola o disposto na diretiva das OPA”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Proposta do Governo que revoga leis Covid parada há meio ano

O Governo decidiu pôr fim a um pacote de leis com regimes especiais adotados durante a pandemia, mas a proposta de lei aprovada no Conselho de Ministros no fim de setembro de 2022 só vai ser discutida na generalidade na Assembleia da República na próxima semana. Na maior parte do tempo, a proposta esteve parada no Parlamento e não é possível antecipar quando entrará em vigor. Além do levantamento da lei que impede despejos, esta proposta de lei acaba com o regime especial de isenção de vistos prévios do Tribunal de Contas.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Mota-Engil na corrida a barragem de 4,5 mil milhões

O consórcio da Mota-Engil vai disputar com o da Électricité de France o projeto de uma megabarragem em Moçambique, que tem previsto um investimento global de 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros ao câmbio atual). A empresa portuguesa alinha num consórcio com a norte-americana ETC Holdings, assim como a zambiana Zesco e a sul-africana Central Energy Fund.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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Lucros da Sonae aumentam 28% em 2022, mas margem recua. Propõe dividendo de 5,37 cêntimos

Apesar da subida de 10,9% das vendas no ano passado, a retalhista revela que baixou em 41 pontos base a margem de lucro operacional, como resultado da subida significativa dos custos da sua operação.

A Sonae SON 0,00% fechou as contas do ano passado com lucros de 342 milhões de euros, 27,7% acima do registado no ano anterior. No entanto, segundo as contas apresentadas esta quinta-feira pela retalhista, o resultado líquido atribuível aos acionistas excluindo os itens não recorrentes diminuiu quase 17%, para 179 milhões de euros.

A empresa liderada por Cláudia Azevedo refere que esta queda dos resultados se deve “ao esforço em estar ao lado das famílias absorvendo parte da inflação, pelo aumento significativo dos custos e pelo resultado indireto de menos de 43 milhões de euros, na sequência das imparidades no negócio de retalho de moda, da desvalorização dos ativos da Sierra e do impacto cambial no valor dos ativos da Bright Pixel.”

“Durante o ano, a inflação aumentou para níveis que o mundo não havia presenciado neste século, sobretudo devido aos aumentos acentuados nos custos da energia e às perturbações nas cadeias de abastecimento que afetaram toda a economia. O elevado nível de inflação, juntamente com as crescentes taxas de juro, colocaram sob pressão o rendimento disponível das famílias e, consequentemente, alteraram os seus padrões de consumo”, começa por referir Cláudia Azevedo na mensagem que acompanha os resultados.

“Na Sonae, rapidamente percebemos os impactos potenciais nas nossas comunidades e agimos em conformidade para os mitigar. Para evitar uma maior sobrecarga nos orçamentos familiares, os nossos negócios de retalho suportaram parte da pressão inflacionista, à custa da sua própria rentabilidade”, assegura, numa altura em que o Governo tem apertado o escrutínio aos preços dos alimentos.

As contas da Sonae revelam uma subida de 10,9% do volume de negócios para mais de 7,7 mil milhões de euros, como resultado de ganhos de quota de mercado das suas operações, mas também dão nota de uma queda de 41 pontos base da margem EBITDA subjacente (margem de lucro operacional) de 8,6% para 8,2%, “com os negócios a suportarem parte da pressão inflacionária e do aumento significativo de custos, nomeadamente de energia, e a investir para garantir a competitividade das suas ofertas.”

Esta dinâmica é espelhada em todos os segmentos do grupo, mas particularmente na operação do retalho alimentar do grupo através da Sonae MC (que agrega a cadeia de hipermercados Continente), que apesar de ter registado um aumento de 11,5% do volume de negócios para cerca de 6 mil milhões de euros e uma subida de 4,9% do EBITDA subjacente para 563 milhões de euros, a margem de lucro operacional caiu para 9,4% face aos 10% que apresentou em 2021.

Após completar em 2022 o último ano do atual mandato enquanto CEO da Sonae, Cláudia Azevedo refere ainda em comunicado que a Sonae manteve um “nível elevado de investimento” no ano passado, sublinhando que o grupo investiu 357 milhões de euros, mais 28% face a 2021, e foi capaz de reduzir a dívida líquida “para um valor historicamente baixo” para 540 milhões de euros.

A operação da Sonae em 2022 fica ainda marcada pela alienação de várias participações, sendo de destacar a venda da empresa de cibersegurança Maxive e a venda do grupo segurador MDS, que geraram mais-valias de 146 milhões de euros.

No comunicado enviado esta quinta-feira à CMVM, a Sonae revela ainda que o conselho de administração do grupo irá propor à assembleia geral anual de acionistas, que irá decorrer a 28 de abril, o pagamento de um dividendo de 5,37 cêntimos por ação, que confere aos títulos uma taxa de dividendo de 5,2% face ao valor da cotação de fecho esta quarta-feira.

(Notícia atualizada às 7h35 com declarações de Cláudia Azevedo)

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Governo dos EUA ameaça banir TikTok se rede social continuar nas mãos de grupo chinês

  • Lusa
  • 16 Março 2023

Ligação do TikTok à ByteDance preocupa as autoridades norte-americanas, que temem que Pequim utilize a rede social para aceder a dados confidenciais ou para manipular a opinião pública.

O Governo norte-americano pediu à proprietária do TikTok, a empresa chinesa ByteDance, que venda as suas ações na popular rede social para que não seja banida dos Estados Unidos, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ).

Há anos que os Estados Unidos manifestam as suas reservas contra a muito popular plataforma de vídeos de curta duração, vista como uma ameaça à segurança nacional por muitas autoridades.

Um relatório da Insider Intelligence divulgado no início do mês apontou que o TikTok, que já superou o YouTube, Twitter, Instagram e Facebook no tempo de utilização por adultos norte-americanos, persegue agora a Netflix. Estas estatísticas mostram a importância do TikTok nos Estados Unidos, onde possui mais de cem milhões de utilizadores.

Mas a sua ligação à ByteDance preocupa as autoridades norte-americanas, que temem que Pequim utilize a rede social para aceder a dados confidenciais ou para manipular a opinião pública.

O TikTok nega estas intenções há anos, mas as tensões entre os dois países e, recentemente, a passagem de um alegado “balão-espião” chinês sobre os EUA, fizeram regressar os apelos para que a postura norte-americana permaneça firme contra a China.

Segundo fontes do WSJ, o ultimato da Casa Branca foi feito pelo Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), órgão governamental responsável por avaliar os riscos de qualquer investimento estrangeiro para a segurança nacional norte-americana.

O Governo e o Tesouro dos EUA recusaram-se a confirmar a informação e o TikTok não reagiu de imediato a um pedido de resposta da agência France-Presse (AFP).

O TikTok, que tem promovido muitos esforços para tranquilizar os políticos e o público norte-americano sobre a sua integridade, contava com esta agência federal para encontrar um meio-termo. “A maneira mais rápida e eficaz de abordar estas preocupações (…) é o CFIUS adotar o acordo no qual estamos a trabalhar com eles há quase dois anos”, tinha destacado um porta-voz do TikTok no final de fevereiro.

O representante do TikTok reagia na altura a um projeto de lei apoiado pelos republicanos que daria ao Presidente Joe Biden autoridade para banir completamente a rede social do país.

A Casa Branca determinou recentemente que as agências federais devem assegurar que o TikTok esteja fora dos dispositivos móveis oficiais dos seus funcionários, depois da sua proibição ter sido aprovada em lei no final de dezembro. Vários estados e instituições académicas norte-americanas tomaram medidas semelhantes.

A empresa armazena dados de utilizadores dos EUA em servidores localizados no país, mas já admitiu que os funcionários sedeados na China tiveram acesso a estes, embora sob uma estrutura rígida e limitada, recusando que os dados tenham chegado ao Governo chinês.

No verão de 2020, o ex-Presidente Donald Trump assinou várias ordens executivas na tentativa de banir a plataforma. Depois, a sua já considerável popularidade explodiu graças à pandemia de covid-19, atingindo além do seu público original, os adolescentes.

Tiktok rejeita apelos para proprietários chineses venderem ações de rede social

A TikTok desvalorizou notícias que davam conta de apelos dos Estados Unidos para os proprietários chineses da rede social venderem as ações da aplicação, referindo que isso não ajuda a proteger a segurança nacional norte-americana.

A declaração surgiu na quarta-feira, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ), que apontou que o Comité de Investimento Estrangeiro dos EUA, do Departamento do Tesouro, ameaçou banir nos Estados Unidos a aplicação se esta continuar nas mãos do grupo chinês ByteDance. “Se proteger a segurança nacional é o objetivo, o desinvestimento não resolve o problema. Uma mudança de propriedade não vai impor quaisquer novas restrições ao fluxo ou acesso aos dados”, disse a porta-voz da TikTok.

“A melhor forma de lidar com as preocupações sobre a segurança nacional é com a proteção transparente, baseada nos EUA, dos dados e sistemas de utilizadores dos EUA, com monitorização, verificação e controlo robustos de terceiros, que já estamos a implementar”, acrescentou Maureen Shanahan.

O WSJ citou “pessoas anónimas familiarizadas com o assunto”. O Departamento do Tesouro e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca recusaram-se a comentar. No final de fevereiro, a Casa Branca deu a todas as agências federais 30 dias para eliminar a TikTok de todos os dispositivos governamentais.

O Departamento de Administração e Orçamento da Casa Branca considerou a diretriz um “passo crítico na abordagem dos riscos apresentados pela aplicação a dados sensíveis do Governo”. Algumas agências governamentais, incluindo os departamentos da Defesa, da Segurança Interna e do Estado, já implementaram restrições. A TikTok, versão internacional da aplicação chinesa Douyin, também já não é permitida nos dispositivos da Casa Branca.

O Congresso dos EUA aprovou em dezembro uma lei que proíbe a TikTok nos dispositivos do Governo, salvo em certos casos, nomeadamente para fins de segurança nacional, aplicação da lei e investigação. Entretanto, legisladores tanto na Câmara como no Senado têm vindo a avançar com legislação que daria à administração Biden mais poder para impor mais restrições ao TikTok.

O Deputado Mike McCaul, presidente da comissão para os negócios estrangeiros da Câmara, tem criticado veementemente a rede social de vídeos curtos, defendendo que é utilizada pelo Partido Comunista Chinês para “manipular e monitorizar os utilizadores enquanto devora os dados dos norte-americanos para serem usados em atividades malignas”.

A TikTok é muito popular nos Estados Unidos, sendo utilizado por dois terços dos adolescentes no país. No entanto, há uma preocupação crescente de que Pequim possa apropriar-se dos dados dos utilizadores dos EUA, obtidos através da aplicação. A empresa já desvalorizou a proibição da aplicação em dispositivos federais e observou que está a desenvolver planos de segurança e privacidade de dados como parte da revisão de segurança nacional em curso do Governo Biden.

(Notícia atualizada às 9h50)

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Propostas para a Efacec até 10 de abril

Os cinco candidatos selecionados para a segunda fase de reprivatização da Efacec têm de apresentar propostas melhoradas até ao próximo dia 10 de abril

Os cinco candidatos à compra da Efacec, um dos quais em consórcio, foram convidados a apresentar propostas vinculativas melhoradas face às ofertas já entregues até ao próximo dia 10 de abril, revelaram ao ECO duas empresas que estão na corrida. A apresentação da chamada Best and Final Offer (BAFO) será assim mais uma etapa no concurso para a reprivatização dos 71,73% do capital da companhia que está hoje no universo da Parpública, a empresa do Estado.

O modelo de venda desta segunda fase escolhido pelo Governo surpreendeu os candidatos, que estavam à espera da seleção de uma ‘short-list’ na sequência da avaliação das propostas pela Parpública. Surpreendentemente, passaram à fase seguinte todos os candidatos que se tinham apresentado — um sexto, um consórcio espanhol e francês, desentendeu-se –, o que não é habitual neste tipo de concurso. É que para a apresentação de uma BAFO, os candidatos já terão custos acrescidos, avaliados entre meio milhão e um milhão de euros, nomeadamente em consultoria estratégia e jurídica.

Neste contexto, e face aos números financeiros da Efacec de 2022 e à crescente saída de quadros qualificados da empresa no último ano, há dúvidas de que as propostas para esta segunda fase venham a ser efetivamente propostas melhoradas. Como o ECO revelou em primeira mão, e depois confirmado oficialmente em resolução de conselho de ministros, da ‘long list’ de cinco candidatos, os dois grupos industriais portugueses, o consórcio Visabeira/Sodecia e a Mota-Engil, fizeram ofertas pelos ativos da Efacec, mas não querem adquirir as ações da empresa. Já os três fundos de ‘private equity’, a portuguesa Oxi e os estrangeiros Mutaris e Oaktree, terão apresentado propostas pela totalidade do capital em venda, isto é, os 71,73% das ações.

As contas da Efacec relativas a 2022 ainda não estão fechadas, mas, como o ECO também já revelou, a gravidade da situação financeira da empresa exige que o Estado, como acionista maioritário, esteja a injetar cerca de dez milhões de euros por mês desde novembro, além dos 165 milhões de euros já injetados na companhia, sob a forma de capital ou de garantias a empréstimos bancários. Dez milhões para manter a operação aberta.

De acordo com as contas, ainda provisórias, relativas a 2022, a Efacec fechou mesmo o ano com um prejuízo operacional superior a 105 milhões de euros e, beneficiando de um mecanismo contabilístico relativo a imposto sobre o rendimento (diferido), o prejuízo líquido consolidado terá sido de cerca de 60 milhões de euros. Pior, o volume de negócios da Efacec passou de 224 milhões de euros em 2021 para 154 milhões em 2022. Está, por isso, em situação de falência técnica, com capitais próprios negativos, e a dívida já supera os 250 milhões de euros.

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Portugal já emitiu “cerca de 550 vistos” para nómadas digitais

Os cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil lideram a lista de nacionalidades com o visto de estada temporária e de autorização de residência para trabalhadores remotos.

Portugal já emitiu “cerca de 550 vistos” para nómadas digitais trabalharem remotamente a partir de Portugal, desde o final de outubro passado, altura em que a nova tipologia de visto entrou em vigor. Informáticos, profissionais liberais e de outras atividades diversas são os perfis mais recorrentes entre os que solicitam esta autorização, revelam os dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) fornecidos ao ECO Pessoas.

“Desde a criação desta nova tipologia de visto, foram emitidos (até ao dia 10 de março de 2023) cerca de 550 vistos para trabalho remoto (vulgo, nómadas digitais), principalmente a informáticos, a profissionais liberais e de outras atividades diversas“, afirma fonte oficial do MNE.

Os cidadãos dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Brasil lideram, por esta mesma ordem, a lista de nacionalidades com o visto de estada temporária e de autorização de residência para trabalhadores remotos, aponta ainda o ministério.

O novo visto — que entrou em vigor com as alterações à Lei de Estrangeiros — permite a cidadãos de fora da União Europeia e do Espaço Económico Europeu viverem e trabalharem para fora a partir de Portugal, durante um ano. Passado esse período, caso estejam interessados em continuar no país, os trabalhadores remotos podem pedir a autorização de residência, que pode ir até aos cinco anos. Antes de existir esta tipologia de visto, muitos trabalhadores vinham para Portugal ao abrigo do D7, um visto que, segundo a lei, apenas abrange rendimentos passivos (pensões, por exemplo), mas que, na prática, se estava também a aplicar a trabalhadores com rendimentos ativos (salários).

Quem pode solicitar visto?

Os interessados em solicitar o visto de entrada temporária e de autorização de residência para estes nómadas digitais devem fazê-lo nos consulados portugueses e no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Segundo a regulamentação publicada em DR, os requerentes ao visto temporário para nómadas digitais de trabalho subordinado têm de apresentar comprovativo de residência fiscal; contrato de trabalho ou promessa de contrato de trabalho ou declaração de empregador a comprovar o vínculo laboral; e documento a comprovar rendimentos médios mensais nos últimos três meses de valor mínimo equivalente a quatro remunerações mínimas mensais garantidas. O que se traduz num ordenado de cerca de 3.040 euros brutos por mês.

Em caso de atividade independente, e além dos comprovativos de residência e de rendimentos médios mensais nos últimos três meses de valor mínimo equivalente a quatro remunerações mínimas mensais garantidas, os trabalhadores devem apresentar também o contrato de sociedade ou contrato de prestação de serviços ou a proposta de contrato de prestação de serviços.

Os cidadãos da União Europeia e nacionalidades Schengen não precisam de visto para entrar e residir em Portugal em regime de trabalho remoto.

Nómadas digitais com apoio se forem para o interior

No início do mês foi publicada uma portaria em Diário da República que prevê a atribuição de um apoio para os trabalhadores remotos que escolham instalar-se no interior do país. A medida abrange os nómadas digitais. Quem estiver em Portugal com visto de estada temporária ou visto de residência e decida mudar-se para o interior do país passa a beneficiar do apoio “Emprego Interior Mais”, desde que trabalhe remotamente, independentemente de a entidade empregadora ser portuguesa ou estrangeira. O apoio estende-se a contratos de trabalho já existentes.

As alterações vêm alargar o âmbito de aplicação do regime e clarificam “alguns aspetos que estavam a suscitar dúvidas” na sua aplicação prática, referiu o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago), na altura. “Passámos a abranger os trabalhadores em atividade remota, independentemente de o empregador ser ou não uma empresa portuguesa”, sintetizou.

O objetivo desta medida é “promover uma maior coesão territorial, um desenvolvimento mais harmonioso e corrigir as assimetrias de oportunidades entre o litoral e o interior, estimulando as mudanças de pessoas para essas regiões”, num momento em que “Portugal é muito procurado por nómadas digitais ou, em geral, por pessoas que estão a trabalhar à distância e que podem também fazê-lo a partir do interior do país”.

Este apoio é passível de majoração em função da dimensão do agregado familiar que com elas se desloque a título permanente, bem como de uma comparticipação nos custos associados ao transporte de bens.

Este ano, e com o objetivo de repovoar o interior, a Digital Nomad Association (DNA) Portugal, cocriada por Gonçalo Hall, o impulsionador do projeto Digital Nomad Village Madeira Islands, pretende replicar a vila para nómadas digitais que começou no município de Ponta do Sol, no Funchal, em Portugal continental. O objetivo é criar, pelo menos, dez projetos descentralizados. Gouveia, Oliveira do Hospital, Mealhada, Cinfães e Peniche são, para já, os municípios que já confirmaram o interesse.

“Criamos a DNA para desenvolver dez projetos como o da Madeira em Portugal continental. Projetos descentralizados (…) A chave do sucesso de Portugal neste mercado e neste visto tem, exatamente, a ver com o facto de conseguirmos criar várias comunidades em todo o país e não deixar que este impacto positivo fique só em Lisboa, onde, devido ao excesso de pessoas, de população e de turistas, poderá até ter um impacto negativo”, dizia o presidente da DNA Portugal ao ECO Pessoas.

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Em Espanha, cozinhar uma tortilha de batata é 24% mais caro

Fazer um bolo caseiro está 31% mais caro e o custo de fritar batatas aumentou 26%. O Governo espanhol desceu o IVA de bens alimentares, mas o impacto foi limitado.

Em Espanha, não pode faltar a tortilha de batata em cima da mesa. Mas cozinhá-la em casa, com uma receita para quatro pessoas, passou a custar mais 24,3%, comparativamente a janeiro de 2022. A fatura é, agora, de 4,46 euros, em vez de 3,59 euros. Alguns dos seus ingredientes chave, nomeadamente ovos e azeite, aumentaram na ordem dos 30%. Mas não só. Fazer um bolo caseiro está 31% mais caro e fritar batatas 26%. E encomendar uma pizza ou beber uma cerveja também encareceu.

Em 2022, a inflação em Espanha foi de 8,4%, o nível mais elevado das três últimas décadas, e 2023 começou com uma baixa nos preços dos bens alimentares essenciais. A redução do IVA aprovada pelo governo espanhol em dezembro fez-se notar — ainda que ligeiramente — em janeiro, sobretudo nos produtos frescos e de primeira necessidade, como o pão, o leite, os ovos e as batatas (nestes produtos, o IVA baixou de 4% para 0%). Ainda assim, comparando com os preços praticados no início do ano passado, não há dúvidas que encher o carrinho das compras do supermercado passa uma fatura mais cara.

A redução do IVA não teve um impacto muito significativo para baixar os preços dos alimentos. Em primeiro lugar, porque a redução (de 4% para 0% e de 10% para 5%) não representa, na maioria dos casos, mais do que uns cêntimos de poupança numa cesta de compras normal. Além disso, o IVA das carnes e pescado, os produtos com os preços talvez mais elevados, não se alterou“, comenta Juan Carlos Martínez Lázaro, professor de economia da IE Business School, em Espanha, em declarações ao ECO.

Por outro lado, diz ainda o economista, as reduções do IVA não são, muitas vezes, repercutidas no preço final que paga o consumidor. “O governo reduz ou elimina o IVA, mas os retalhistas dificilmente alteram os seus preços, ou fazem-no durante os primeiros meses, mas depois restabelecem os seus preços, mantendo o montante da redução do IVA e aumentando, assim, as suas margens“, diz.

Resumindo, o economista não é partidário deste tipo de medidas que diminuem o IVA. “O Governo recolhe menos, as margens dos comerciantes costumam aumentar, os efeitos para as famílias são mínimos e o impacto sobre o IPC [Índice de Preços no Consumidor] é muito pequeno”, sustenta.

Uma opinião partilhada pelo economista Rafael Pampillón, que considera que, embora tenha sido “evidente uma menor subida, desde janeiro, dos preços de alguns produtos, como o pão, leite e queijo, o impacto da eliminação do IVA foi, de forma geral, muito limitado“.

“Isto deve-se ao facto de os preços mundiais e espanhóis dos alimentos terem subido muito mais fortemente do que a eliminação e redução do IVA. Esta maior força tem sido devida a razões climáticas e à guerra na Ucrânia. Teria sido melhor, e teria tido um maior impacto, reduzir também o IVA da carne, peixe, massas e conservas“, defende o representante do Colégio de Economistas de Madrid e também professor na IE Business School.

Juan Luis Jiménez, professor de Economia na Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, levanta ainda outra questão. “Para além do (claro) risco de que a redução não se repercuta sequer nos preços e seja convertida em lucros para os produtores, mais um detalhe: as taxas super-reduzidas beneficiam em maior medida rendimentos mais elevados“, escreveu numa publicação no Twitter.

Nesta linha, vários economistas e organizações têm insistido na importância de focalizar as iniciativas de ajuda contra os efeitos da inflação nos grupos sociais mais desfavorecidos. Segundo os cálculos da Fundación de Estudios de Economía Aplicada (Fedea), a redução do IVA nos produtos alimentares originará, em média, uma poupança durante a primeira metade do ano de “menos de 40 euros” por família. “No total, o custo fiscal será de cerca de 700 milhões de euros, dos quais apenas 31% serão transferidos sob forma de poupança para “os dois quintis de rendimento mais baixos”, explica a Fedea ao El Economista.

Assim, acrescenta a fundação, “se substituíssemos a redução do IVA por ajudas diretas concentradas nos 40% das famílias com os rendimentos mais baixos, custo da medida um diminuiria para um terço do atual ou, em alternativa, poderíamos multiplicar por três a ajuda média por família beneficiária com o mesmo custo agregado.”

A Mercadona apresentou esta terça-feira as suas contas anuais. Globalmente, os lucros líquidos da companhia espanhola subiram 5%, para 718 milhões. O presidente Juan Roig reconheceu que a cadeia teve de aumentar “muito” os preços, defendendo que não havia outra opção. “Temos de garantir a sustentabilidade de toda a cadeia de produção. Se não o tivéssemos feito, teria sido um desastre“, afirmou durante a apresentação de resultados. “Podemos fazer coisas para que os preços baixem, mas, se o fizermos, teremos de compensar com outros produtos, ou reduzir a qualidade”. E garante: “Artificialmente não vamos baixar os preços”, recordando que no ano passado a Mercadona mais 12% aos fornecedores e subiu os preços em torno de 10% aos consumidores. “Atuámos com contenção.”

Juan Roig garante que “os últimos meses têm sido muito maus em termos de inflação. Vamos lutar até à morte para baixar os preços”, assegura, mas atira: “É uma ilusão fixar os preços. É o mesmo que dizer que a água não molha.”

Em Portugal, mercado onde a empresa já tem 39 lojas, a Mercadona fechou o ano passado com um volume de vendas de 737 milhões de euros, uma subida de quase 78% face aos 415 milhões de euros registados no mercado nacional em 202.

Preço do açúcar dispara mais de 50%

Açúcar, manteiga, molhos e condimentos são os três produtos alimentares que registam a maior subida de preços nos supermercados espanhóis, comparativamente a janeiro de 2022. De acordo com os dados publicados pelo elDiario.es (acesso livre, conteúdo em espanhol), com base nos dados do Instituto Nacional de Estadística (INE) espanhol, estes produtos registaram um aumento de 52,1%, 38,2% e 33,9%, respetivamente.

Segue-se o leite (33%), óleo (32,1%), azeite (30,5%), produtos de padaria (28,2%), farinhas e outros cereais (28,1%), outros produtos lácteos (27,6%) e ovos (27,2%).

Ainda que esta escalada de preços tenha começado com o aumento dos preços da energia, como luz e gás, o que mais encareceu no último ano foi, contudo, a alimentação. Ir ao supermercado em Espanha está 15,4% mais caro do que há um ano.

A energia (gasóleo, gás e eletricidade), os fertilizantes (devido à guerra na Ucrânia, sendo a Rússia um grande produtor de fertilizantes), bem como os episódios de seca, são os principais responsáveis pelo forte aumento dos preços dos alimentos. Alguns custos, tais como os custos energéticos, já caíram, mas ainda se encontram a níveis mais elevados do que antes do início da guerra. Este ano podíamos assistir a uma estabilização, e mesmo a um ajustamento dos preços de alguns alimentos, mas, de um modo geral, estes permanecerão em níveis elevados“, prevê Juan Carlos Martínez Lázaro.

O aumento dos preços traduz-se em coisas simples tão simples como fazer um bolo, algo que está, agora, 31% mais caro, tendo passado a custar 3,58 euros. Também fritar batatas encareceu em 25,7%, de 2,63 euros para 3,31 euros.

Já cozinhar uma tortilha de batatas para quatro pessoas passou a ser 24,3% mais caro (4,46 euros, em vez de 3,59 euros) e tomar um pequeno-almoço doce em casa (com café com leite, sumo de laranja e algum produto de pastelaria) encareceu 21,3%, de 96 cêntimos para 1,16 euros. Cozinhar lentilhas com chouriço para duas pessoas passou a custar 2,33 euros, um aumento de 14%.

Mas não só. Encomendar comida para o domicílio também encareceu. Pedir duas pizzas para casa, por exemplo, custa agora quase 23 euros, em vez dos 20,60 euros, em janeiro do ano passado (um aumento de quase 10%). E sair para tomar três cervejas passou a custar quase seis euros (mais 7,1%).

Apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, Espanha fechou o ano passado com a taxa mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Para tentar responder à escalada dos preços, entrou em vigor no início do ano um conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA de alguns alimentos e produtos considerados básicos, bem como a atribuição de um cheque de 200 euros às famílias mais vulneráveis, com um rendimento inferior a 27.000 euros por ano. A medida prevê abranger mais de 4,2 milhões de famílias.

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Credit Suisse reforça liquidez com empréstimo de até 51 mil milhões de euros do Banco Nacional Suíço

Depois de uma quarta-feira negra na bolsa, a instituição tenta tranquilizar os clientes e os mercados com a "intenção" de pedir empréstimo de até 51 mil milhões de euros ao banco central da Suíça.

O Credit Suisse anunciou que vai pedir ao banco central suíço um empréstimo de até 50 mil milhões de francos, o equivalente a quase 51 mil milhões de euros, para tentar estancar as preocupações com a sua liquidez, anunciou o banco num comunicado.

“A liquidez adicional vai ajudar os core businesses do Credit Suisse e os clientes, à medida que o Credit Suisse toma os passos necessários para criar um banco mais simples e focado em torno das necessidades dos clientes”, refere a nota do banco.

Esta “ação decisiva para fortalecer preventivamente” a respetiva liquidez acontece no rescaldo da falência de dois bancos norte-americanos, o Silicon Valley Bank (SVB) na passada sexta-feira e o Signature Bank no domingo. Casos que fizeram ressurgir o fantasma da crise financeira e que tiveram um efeito de contágio deste lado do Atlântico.

A minha equipa e eu estamos determinados em avançar rapidamente para entregar um banco assente em torno das necessidades dos clientes.

Ulrich Koerner

Presidente executivo do Credit Suisse

Na quarta-feira, o Credit Suisse esteve sob forte pressão em bolsa, tendo perdido um quarto do valor e atingindo um mínimo histórico abaixo dos dois francos suíços. Depois de ter chegado a afundar 30%, o banco acabou a sessão a perder 24,24%, para 1,70 francos.

A queda voltou a deixar os mercados financeiros num estado de tumulto. As cotadas do PSI perderam 1,4 mil milhões de euros em valor de mercado em apenas oito horas e o banco BCP recuou 9%. A situação também penalizou os preços do petróleo, que estiveram a cair 6%, para mínimos de 2021, e os juros da dívida pública.

O pedido de empréstimo do Credit Suisse ao Banco Nacional Suíço (BNS) dá-se depois de este último se ter mostrado disposto a fornecer liquidez à instituição: “O BNS pode fornecer liquidez ao Credit Suisse, se for necessário”, referiu o banco central, acrescentando estar em “contacto muito próximo” com a empresa, que disse cumprir “os requisitos de capital e liquidez mais elevados aplicáveis aos bancos sistemicamente importantes”.

Além dos quase 51 mil milhões de euros de reforço de liquidez, o Credit Suisse também anunciou que vai recomprar alguns títulos de dívida para reduzir a despesa com juros, tirando partido dos preços mais baixos das respetivas obrigações. Em causa estão dez títulos de dívida sénior em dólares no valor de 2,5 mil milhões de dólares (2,36 mil milhões de euros) e quatro títulos seniores em euros no valor de 500 milhões de euros.

“A minha equipa e eu estamos determinados em avançar rapidamente para entregar um banco assente em torno das necessidades dos clientes”, insiste o presidente executivo do Credit Suisse, Ulrich Koerner, citado no mesmo comunicado.

Na terça-feira, no rescaldo do colapso de dois bancos norte-americanos, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, assegurou que a banca da Zona Euro não tem “exposição direta” ao SVB. “Os nossos bancos estão, no geral, em boa forma. Reforçámo-los imenso nos anos recentes e estão todos sob supervisão próxima das autoridades nacionais e europeias”, indicou.

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Autoeuropa, Jerónimo Martins ou Santander. CIP vai ter mais de 20 novos associados nos órgãos sociais

António Saraiva vai continuar na CIP como presidente da assembleia-geral, um cargo ocupado atualmente por Salvador de Melo, apurou o ECO. Lista única de Armindo Monteiro aprovada a 29 de março.

A passagem de testemunho na liderança da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vai dar mais um passo, no final deste mês, com a aprovação da lista única de Armindo Monteiro. Com a entrada de mais de 20 novos associados para os órgãos sociais, o objetivo é receber mais contributos ativos e fortalecer o movimento associativo. Entre as estreias estão a Autoeuropa, a Bosch ou a Jerónimo Martins, mas também há um reforço da presença da banca, com a entrada do Montepio e do Santander, apurou o ECO.

Armindo Monteiro, que chegou a ser presidente da ANJE — Associação Nacional de Jovens Empresários e atual vice-presidente da CIP, vai manter como vice-presidentes João Almeida Lopes (Apifarma) e Rafael Campos Pereira (AIMMAP, a associação dos metalúrgicos e metalomecânicos). Os rostos novos são Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal; Manuel Carlos, em representação do calçado (APICCAPS), Pedro Duarte, da APETEC, associação das empresas tecnológicas; e Nogueira de Brito, que substitui Isabel Barros em representação da APED (distribuição).

Mas este órgão, que reúne todas os meses, conta ainda com outras estreias. É o caso de Ema Paulino, da Associação Nacional de Farmácias, e de Leonor Sottomayor, da Sonae. Jorge Henriques, das Indústrias Agro-Alimentares (FIPA); Carlos Cardoso, das empresas do setor elétrico e eletrónico (ANIMEE); Óscar Gaspar, dos hospitais privados (APHP); e Eduardo Rangel (Rangel Invest) voltam também a marcar presença.

Mas para quem pensava que António Saraiva ia deixar a casa, onde esteve nos últimos 13 anos, Armindo Monteiro preparou uma surpresa. O até agora patrão dos padrões vai continuar na CIP na qualidade de presidente da assembleia-geral, um cargo ocupado presentemente por Salvador de Melo. Saraiva já tinha revelado que aceitou três oportunidades profissionais, entre as várias que está a avaliar. “Sou presidente do Taguspark, presidente da SPAL e consultor estratégico em duas outras empresas”, disse em fevereiro numa entrevista ao Jornal de Negócios e Antena1.

Armindo Monteiro, antigo CEO da Compta, fez o convite e foi aceite. Assim, António Saraiva vai continuar ligado à confederação, tendo por vice-presidente Jorge Rebelo de Almeida, CEO dos Hotéis Vila Galé, que se estreia na CIP.

Armindo Monteiro pretende ter um conselho diretivo mais representativo, já que a CIP já tem mais de 150 mil empresas associadas. E o objetivo é aumentar este número, assim como alargar o tipo de setores, algo possível após a aprovação dos novos estatutos da CIP permitiram a entrada de empresas com uma faturação superior a 30 milhões de euros.

A entrada da Cimpor, Impresa, Mota-Engil, Siemens, Dourogás, IBM ou Valouro são exemplos da tentativa de atrair quem ainda não estava em nenhuma associação e de tentar eliminar barreiras entre setores, que cada vez mais são difíceis de estabelecer.

Armindo Monteiro, em declarações ao Expresso, contava que a aprovação dos novos estatutos iriam permitir trilhar este caminho, mas também aumentar a capilaridade nacional, sendo que para isso ia criar um Conselho Geral alargado. A lista que vai a votos dia 29 de março traduz esse objetivo, já que deverá contar com 74 elementos que se deverão concentrar mais nas questões estratégicas. À direção caberá um papel mais operativo.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Março 2023

Os CTT e a Sonae divulgam as contas de 2022, num dia marcado pela reunião do Banco Central Europeu (BCE). O Governo aprova medidas para a Habitação.

Em dia de reunião do BCE, os CTT e a Sonae apresentam os resultados em 2022. Há ainda Conselho de Ministros para aprovar duas medidas do pacote de medidas para a habitação.

Nova reunião do BCE

A falência nos Estados Unidos do Silicon Valley Bank (SVB) e as suas repercussões nos outros estabelecimentos bancários criam um desafio adicional para o Banco Central Europeu (BCE), que esta quinta-feira se reúne novamente para discutir uma nova subida das taxas de juro para travar a inflação. A instituição pondera “aumentar menos” as taxas de juro, depois de previamente ter indicado que subiria em 50 pontos base.

Resultados da Sonae

Dias depois de Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae, afirmar que está em curso “uma campanha de desinformação sobre as causas da inflação alimentar”, a dona do Continente apresenta os resultados financeiros relativos ao ano passado, antes da abertura do mercado. Ao final da manhã fala em conferência de imprensa. Em 2021, os lucros da Sonae atingiram o valor mais elevado dos últimos oito anos, ao crescerem 45,6% para 268 milhões de euros.

Como reagem os mercados à turbulência dos últimos dias?

Depois das falências do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank nos EUA, bem como a queda das ações do Credit Suisse, o medo voltou a dominar os mercados financeiros, preocupados com uma eventual repetição de crises passadas.

Resultados dos CTT

Os CTT apresentam as contas anuais de 2022 após o fecho do mercado, sendo que, no ano anterior, mais do que duplicaram os lucros, para um resultado líquido de 38,4 milhões de euros. No início deste mês, a empresa aumentou os preços dos serviços de correspondências, correio editorial e encomendas em 6,58%, em resultado da inflação e da queda do tráfego do correio.

Conselho de Ministros sobre Habitação

Esta quinta-feira decorre novo Conselho de Ministros dedicado ao setor da habitação. Está prevista a aprovação de dois decretos-lei, nomeadamente um que diz respeito ao apoio extraordinário da renda e outro acerca da bonificação dos juros no crédito à habitação. O objetivo, segundo o Ministério que tutela o setor, é que “os apoios às famílias cheguem ao terreno rapidamente”.

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Salário dos médicos é “incompatível” com “elevado grau de diferenciação e responsabilidade”, diz novo bastonário

Carlos Cortes alerta ainda que as listas de espera para cirurgia e consultas "crescem exponencialmente" devido à "insuficiência de recursos humanos" e por falta de blocos operatórios e gabinetes.

O novo bastonário da Ordem dos Médicos considera que o setor da “evidencia uma balanço preocupante”, com um Serviço Nacional de Saúde muito focado nas urgências e deixando de lado a aposta nos cuidados de saúde primários. Carlos Cortes apelidou ainda a carreira médica de “anacrónica e desvalorizada” e diz que os salários dos médicos são incompatíveis com “o elevado grau de diferenciação e responsabilidade”.

“Cabe-nos ter a consciência clara do momento presente. A realidade do setor da saúde evidencia uma balanço preocupante que nos é impossível ignorar”, disse Carlos Cortes, durante a cerimónia de tomada de posse como novo bastonário da Ordem dos Médicos, em Lisboa.

No seu discurso, o médico alertou que o “Serviço Nacional de Saúde afunda-se sob um sistema que assenta grande parte da sua resposta num serviço de urgência hospitalar em dificuldades”, alertando para a necessidade de apostar nos cuidados de saúde primários, na prevenção da doença e na literacia em saúde.

Miguel Guimarães (à esquerda) entrega as insígnias da Ordem dos Médicos a Carlos CortesHugo Amaral/ECO

Fazendo alusão a um estudo da OCDE, que aponta que dos mais de seis milhões de episódios de urgência em Portugal, 44,4% foram classificados como não-urgentes, Carlos Cortes alerta ainda para “o grau de “urgencialização” de todo o sistema de saúde” e sublinha que as listas de espera para cirurgia e consultas “crescem exponencialmente” devido à “insuficiência de recursos humanos”, mas também “por falta de salas de bloco operatório ou de gabinetes de consulta”.

Ainda sobre a carência de profissionais, lamenta que não haja “nenhum levantamento das necessidades e insuficiências” que permita um planeamento e diz que se mantém “o princípio arcaico da navegação à vista, sem qualquer perspetiva de médio ou longo prazo, ou sequer além de um mandato eleitoral”.

O novo bastonário critica ainda a atual carreira médica, que apelida de “anacrónica e desvalorizada” e diz que os salários dos médicos são incompatíveis “com o seu elevado grau de diferenciação e responsabilidade”. Além disso, alertou ainda para outros temas que apesar de não diretamente estão ligados à saúde, como as alterações climáticas, discriminações de género, de raça ou de orientação sexual. “Temos de estar atentos a todos os fatores que nos rodeiam, sociais, económicos, culturais, ambientais”, afirmou.

Ainda assim, Carlos Cortes acredita que ainda há esperança na mudança. “Hoje, como ontem, temos de olhar daqui para novos horizontes e fronteiras redesenhadas mantendo o enfoque na qualidade da Saúde, na defesa dos doentes e na defesa dos médicos para a construção de um mundo melhor”, afirmou.

Nascido em Lisboa, Carlos Cortes formou-se em Medicina em Coimbra, tendo-se especializado em Patologia Clínica em 2006. Além disso, o médico de 53 anos, tem subespecialidade em Microbiologia Médica desde 2020 e uma pós-graduação em gestão e direção em Saúde e de Ética em Saúde. Atualmente é médico no Centro Hospitalar Médio Tejo e era até agora presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos. Há cerca de um mês, foi eleito bastonário da Ordem dos Médicos, numa eleição onde recolheu 11.176 votos (57,8% do total de 19.312 votos).

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Alexandra Reis colocou lugar à disposição de Pedro Nuno Santos antes de negociar saída da TAP

Comissão de Inquérito da TAP teve acesso a um email em que a antiga gestora da TAP coloca o lugar à disposição de Pedro Nuno Santos, antes ainda de negociar saída com a companhia.

Alexandra Reis enviou um email a Pedro Nuno Santos a 29 de dezembro de 2021 onde coloca o seu lugar à disposição, antes ainda de ter negociado a sua saída da companhia. A mensagem foi, segundo o grupo parlamentar do PSD, enviada esta quarta-feira à comissão parlamentar de inquérito. Os social-democratas requerem, “com caráter prioritário e de urgência”, a audição à CEO da TAP.

O PSD apresentou esta quarta-feira um requerimento considerando “a informação recebida hoje pela Comissão de Inquérito da TAP, em que fica claro que o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos recebeu um email, a 29 de dezembro de 2021, em que Alexandra Reis colocava o seu lugar à disposição”.

Segundo a informação disponibilizada na auditoria da Inspeção Geral de Finanças, a CEO da TAP só pediu a substituição da antiga administradora executiva a Pedro Nuno Santos, numa reunião virtual via Teams, no dia 4 de janeiro. A proposta foi formalizada por email no dia 18, seguindo-se negociações entre os advogados das duas partes.

O acordo só foi fechado a 4 de fevereiro, depois de aprovado pelo ministro das Infraestruturas, com Alexandra Reis a receber 500 mil euros para sair da companhia. Um acordo que a auditoria da Inspeção Geral de Finanças considerou “nulo” na semana passada.

Face à informação do email, o Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, apresentou na reunião da comissão parlamentar de inquérito um requerimento a pedir a audição “com caráter prioritário e de urgência” da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener.

Os social-democratas solicitam também um conjunto de documentos que consideram que não foram disponibilizados com a auditoria da IGF:

  • Troca de emails entre a TAP e o Secretário de Estado das Infraestruturas, referido nos
    anexos ao Relatório como documento 01A e que inclui, pelo menos, um documento
    em formato Powerpoint;
  • Atas da Comissão Executiva da TAP SA e do Conselho de Administração da TAP SA e
    TAP SGPS relativa às divergências entre a CEO da TAP SA e Alexandra Reis, referido
    nos anexos ao Relatório como documentos O1C
  • Extração das mensagens whatsapp entre a CEO da TAP e o Secretário de Estado das
    Infraestruturas, referido nos anexos ao Relatório como documento
    Demais documentos fornecidos pelas partes ouvidas pela IGF, não constantes dos
    anexos ao Relatório.

O requerimento será apreciado pela comissão parlamentar de inquérito na próxima quarta-feira, quando deverá ser aprovada a lista e ordem das audições.

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