Metro de Lisboa reduz prejuízos em quase 8%, para 21,1 milhões de euros em 2022

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Junho 2023

Metropolitano de Lisboa registou prejuízo de 21,1 milhões de euros em 2022, obtendo resultados operacionais negativos de 905 mil euros, apesar de a faturação ter aumentado 66% no ano passado.

O grupo Metropolitano de Lisboa registou um prejuízo de 21.135.400 milhões de euros em 2022, menos 1,8 milhões de euros face ao resultado líquido negativo apurado no ano anterior, o que equivale a uma descida homóloga de quase 8%, segundo a informação remetida esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No ano passado, o resultado operacional da empresa pública da capital portuguesa foi negativo em aproximadamente 905 mil euros, o que compara com os cerca de 2,4 milhões de euros registados no exercício anterior.

O volume de negócios consolidado aumentou 66,2%, para 112 milhões de euros, enquanto os rendimentos operacionais ascenderam a 155,6 milhões de euros, quando, no ano anterior, tinham sido de 144,7 milhões de euros (+7,5%).

Já os gastos operacionais, por seu turno, representaram cerca de 156,5 milhões de euros, acima dos 142,3 milhões de euros de 2021. A empresa explica que, neste indicador, se registou “especial incidência nos Fornecimentos e Serviços Externos (mais 7,4 milhões de euros), justificado essencialmente pelo aumento do valor da energia de alta tensão”.

Em 2022, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA corrigido) do Metro de Lisboa foi de 2,8 milhões de euros negativos, sendo que, no ano anterior, tinha sido negativo em 9,3 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 18h22)

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Preços dos produtos agrícolas vão continuar sob pressão, alerta Coface

  • ECO Seguros
  • 29 Junho 2023

Alerta sobre matérias-primas agrícolas reforçado no segundo trimestre de 2023. Elevados custos de produção, tensões comerciais e aumento dos riscos climáticos continuarão a pesar, adverte a Coface.

A Coface alerta que “os produtos agrícolas continuam no centro do jogo geopolítico”. A produção de vários produtos agrícolas (açúcar, óleo de palma, cereais) será afetada a partir do final de 2023. Embora os preços dos géneros alimentícios tenham diminuído desde meados de 2022, permanecem elevados em termos históricos, alerta seguradora especializada em crédito.

Vários países, liderados pela Índia, anunciaram que manterão durante o segundo semestre do ano as restrições às exportações de géneros alimentícios, introduzidas há quase um ano em resposta aos preços elevados. Estas medidas continuarão a limitar o comércio internacional, numa altura em que a produção de cereais está altamente concentrada. A China detém, atualmente, mais de 50% das existências mundiais de trigo.

A seguradora de crédito destaca em comunicado que “o abastecimento de cereais é um elemento-chave da estratégia coerciva de Vladimir Putin e esta alavanca, formalizada pela criação de um corredor marítimo no Mar Negro, deverá durar tanto tempo como o conflito”. “O acordo, que é muito frágil, uma vez que é prorrogado de dois em dois meses, confirma a pressão sobre as cadeias mundiais de abastecimento de cereais a médio prazo”, acrescenta.

A Coface aponta ainda para a maior frequência das anomalias climáticas e meteorológicas, que vão aumentar a volatilidade dos preços dos produtos agrícolas. Os atuais períodos iniciais de calor intenso e o significativo défice hídrico afetarão o rendimento dos cereais (trigo, milho) até ao final do ano. Além disso, a ocorrência quase certa (>90%) de um episódio de El Niño a partir do terceiro trimestre de 2023 agravará as tensões existentes. Sinónimo de tempo mais quente e seco do que o normal no Indo-Pacífico, este episódio agravará os efeitos subjacentes das alterações climáticas.

Neste contexto, os preços dos produtos agrícolas já estão a subir, como é o caso do açúcar, do trigo, do milho e do cacau. O açúcar é um bom indicador das tendências futuras, uma vez que combina todos os riscos atuais: está sujeito a restrições à exportação pelos principais produtores, enquanto os preços do petróleo bruto Brent estão a apoiar a procura de açúcar para produzir bioetanol.

Além disso, as previsões meteorológicas estão aumentar a incerteza quanto aos níveis de produção em 2023 para os maiores produtores mundiais (Brasil, Índia e UE).

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Joaquim Chaves Saúde presente no Nos Alive com espaço para grávidas

As grávidas interessadas em usufruir deste espaço têm de realizar uma inscrição prévia, na secção “acesso especial”, no site do Nos Alive, tendo direito a assistir a três concertos por dia.

Com o Nos Alive a regressar ao Passeio Marítimo de Algés nos dias 6, 7 e 8 de julho, a Joaquim Chaves Saúde volta também a marcar presença no festival com um espaço inteiramente dedicado ao bem-estar das grávidas.

“É com enorme satisfação que a Joaquim Chaves Saúde volta a estar presente no Nos Alive, com um espaço onde todas as grávidas podem desfrutar de momentos de diversão, contando com todas as comodidades e acompanhamento personalizado, que esta fase das suas vidas exige“, refere Miguel Vieira Marques, diretor de marketing e comunicação da Joaquim Chaves Saúde, citado em comunicado.

Miguel Vieira Marques acrescenta ainda que “este tipo de iniciativas permite-nos reforçar o nosso posicionamento de proximidade e confiança de que estamos lado a lado com os portugueses, em todos os momentos da sua vida”.

O espaço, “estrategicamente situado, com uma vista privilegiada para o palco principal”, visa oferecer “todas as comodidades e conforto para que as futuras mães possam desfrutar dos espetáculos, sem perder o espírito festivaleiro”, detalha-se em nota de imprensa.

No piso superior é possível usufruir de cadeiras para assistir aos concertos (juntamente com um acompanhante), enquanto no piso inferior decorrem várias ativações, como massagens gestantes “para ajudar no alívio do cansaço associado a este tipo de eventos”.

As grávidas interessadas em usufruir deste espaço têm de realizar uma inscrição prévia, na secção “acesso especial”, no site do Nos Alive. As inscritas têm direito a assistir, no máximo, a três concertos por dia.

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Avisos de Lagarde? “Não deixaremos de ter medidas” de apoio financeiro e aumentos salariais, responde ministra

  • Lusa
  • 29 Junho 2023

Em resposta ao conselho da líder do BCE sobre travão a novas medidas de apoio financeiro e aumentos salariais para controlar inflação, porta-voz do Governo promete "equilíbrio" e recorda austeridade.

A ministra da Presidência afirmou esta quinta-feira que o Governo seguirá uma linha de “equilíbrio” contra a inflação, com manutenção dos apoios sociais considerados necessários, contrapondo que a austeridade do passado correu mal nos planos económico e orçamental.

Esta posição foi transmitida por Mariana Vieira da Silva depois de confrontada com os avisos da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sobre a necessidade de os governos europeus não adotarem novas medidas de apoios financeiros e de aumentos salariais para que, assim, a inflação seja mais rapidamente reduzida e não seja estimulada.

Na conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva recusou-se a comentar diretamente a posição assumida pela presidente do BCE, de resto acompanhada por outros governadores de bancos centrais. No entanto, traçou uma linha de demarcação política, dizendo: “Em Portugal, em particular, já houve experiências passadas do que acontece quando não se responde às necessidades das populações”. “Quando assim acontece, a vida não corre bem nem do ponto de vista económico nem do ponto de vista orçamental”, sustentou.

Mariana Vieira da Silva argumentou que “cabe a este Governo, tendo em conta o contexto económico e social, tomar as medidas que considera necessárias”. “Por isso, em 2022 tivemos medidas de valor significativo – 5,7 mil milhões de euros, cerca de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) – para responder a uma situação de crise. Aquilo que posso garantir é que não deixaremos de ter medidas quando considerarmos que elas são necessárias, porque há um equilíbrio que é sempre preciso garantir. Com o aumento do custo de vida, as pessoas precisam de ter condições para viver”, acentuou.

Interrogada se o Governo se sente condicionado pela posição do BCE contrária a novos apoios sociais e aumentos salariais, a titular da pasta da Presidência referiu que o primeiro-ministro, António Costa, “já foi claro no sentido da manutenção de importantes medidas que o Governo tomou”.

“Estamos num contexto mundial com pressões diversas e muitos intervenientes, entre os quais algumas organizações internacionais. Para o Governo é essencial a existência de um conjunto de medidas que procurem combater a inflação, combater o aumento dos preços da energia, proteger as famílias mais vulneráveis e ter também medidas direcionadas à classe média”, advogou.

Não deixaremos de ter medidas quando considerarmos que elas são necessárias, porque há um equilíbrio que é sempre preciso garantir. Com o aumento do custo de vida, as pessoas precisam de ter condições para viver.

Mariana Vieira da Silva

Ministra da Presidência

Mariana Vieira da Silva disse depois que, quando se olha para os números da inflação em Portugal e para a generalidade dos indicadores económicos e sociais, a conclusão “é que a estratégia tem sido certa e adequada”. “Vamos continuar o trabalho exatamente como temos feito: Já há medidas que lançámos e que não foi necessário prosseguir; outras foram reforçadas e prosseguidas”, assinalou, antes de procurar salientar que o Governo está a fazer “uma avaliação permanente” sobre a evolução da conjuntura económica e financeira.

Ainda sobre a pressão do BCE para que os Estados-membros da União Europeia retirem despesas decretadas para fazer face aos tempos do combate à Covid-19 e contra a inflação, a ministra da Presidência observou que o Governo “tem definido medidas com calendários e temporalidades distintas ao longo deste tempo”.

“Temos medidas previstas até ao fim do ano e outras de caráter mais estrutural, como são exemplo as pensões e os salários dos funcionários públicos. Fazemos sempre uma avaliação. Não alterámos nem os pressupostos nem a metodologia na forma como temos trabalhado em matéria de combate à inflação”, defendeu.

Numa resposta indireta às pressões vindas do BCE em relação aos governos nacionais da União Europeia, Mariana Vieira da Silva alegou que, “se o Governo entendesse que era tempo de retirar as medidas de apoio às famílias, já o teria feito”. “Mas, do nosso ponto de vista, o último ano e três meses implica um grande foco nas famílias mais vulneráveis, nas famílias com filhos e com rendimentos baixos ou médio-baixos, para que consigam fazer face às suas despesas. Essa é a política do Governo”, insistiu.

De acordo com a ministra da Presidência, conforme a evolução dos juros e da inflação, o executivo “analisará se são necessárias mais medidas”. “É isso que fazemos sempre. Apresentamos medidas suplementares sempre que consideramos que é necessária uma resposta adicional. É para isso que serve ter contas certas e capacidade orçamental”, acrescentou.

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Universidade do Algarve renova residências de estudantes com a ajuda de Bruxelas

  • Lusa
  • 29 Junho 2023

Universidade do Algarve renova três residências universitárias, num investimento de três milhões de euros, que será pago em 80% com a ajuda de Bruxelas, revelou a instituição de ensino.

A Universidade do Algarve (UAlg) está a investir três milhões de euros na renovação de três residências universitárias, que será pago em 80% com a ajuda de Bruxelas, para aumentar a eficiência energética e melhorar as condições de qualidade de vida dos estudantes.

Segundo a UAlg, “as intervenções de renovação dos edifícios” começaram no início de junho, tendo como “preocupação” uma “adequada preservação e valorização da preexistência, bem como a sua conjugação com a melhoria das condições de bem-estar e qualidade de vida” dos estudantes afetados.

“Esta fase de intervenções, que incidirá sobre 237 camas, contribuirá, assim, para dar uma resposta integrada e de longo prazo aos estudantes do ensino superior que se encontram deslocados do local da sua residência”, refere a nota.

Além do reforço estrutural, estas intervenções incidirão sobretudo no comportamento térmico e no aumento da eficiência energética, conciliando os objetivos de uma gestão racional do consumo de energia, com a garantia de conforto e salubridade do edifício.

Universidade do Algarve

A universidade algarvia explica que “decidiu concentrar as referidas intervenções neste período, por forma a causar menos constrangimentos no normal funcionamento da vida académica”.

De acordo com a UAlg, todos os estudantes foram informados dos procedimentos em curso no início da celebração do contrato de arrendamento e foi garantido alojamento ou realojamento a todos os que dele necessitassem durante o mês de junho, sem qualquer custo adicional.

“Além do reforço estrutural, estas intervenções incidirão sobretudo no comportamento térmico e no aumento da eficiência energética, conciliando os objetivos de uma gestão racional do consumo de energia, com a garantia de conforto e salubridade do edifício”, descreve a instituição académica.

A UAlg explica que a reformulação das instalações sanitárias nas três residências também está contemplada e que, de forma a promover a eficiência hídrica, para além da intervenção na rede de adução de água e de drenagem de águas residuais, pretende-se substituir os dispositivos de uso de água por outros mais eficientes, com economizadores de água nos chuveiros, lava-loiças e torneiras.

Segundo números da instituição, a UAlg tem atualmente cerca de 10 mil estudantes, 20% dos quais internacionais, oriundos de mais de 90 nacionalidades, sendo o Brasil o país com maior representatividade.

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Empresa do Cartaxo “galopa” negócio de três milhões com transporte de cavalos e food trucks

Verso Move vai investir 1,5 milhões de euros numa fábrica para melhorar a qualidade da produção. Tem capacidade para produzir anualmente 150 veículos de transporte de cavalo e 100 food trucks.

A Verso Move, que desenvolve soluções para o transporte de cavalos e de food trucks, vai construir uma unidade fabril no ValleyPark, localizado no Cartaxo, num investimento de 1,5 milhões de euros que deverá estar concluído em abril do próximo ano. A empresa emprega 23 pessoas, fatura três milhões de euros e exporta grande parte da produção.

“A Verso Move, através da sua participada Atlantic Masters, vai construir uma fábrica com cinco mil metros quadrados. O objetivo passa por melhorar o sistema produtivo. Não queremos aumentar a produção, mas sim melhorar a qualidade de produção”, conta ao ECO/Local Online, Luís Rato, diretor geral da Verso Move.

Luís Rato, diretor geral da Verso Move.

A empresa tem capacidade para produzir anualmente 150 veículos de transporte de cavalo e 100 veículos de food trucks, com os primeiros a representarem 60% do volume de negócios da empresa do Cartaxo. Luís Rato, diretor geral da Verso Move, reclama que esta é “a única fábrica em Portugal a produzir veículos de transporte de cavalos”.

Um veículo de transporte de cavalos pode custar, em média, entre 60 a 75 mil euros, enquanto os food trucks têm um preço médio de 25 mil euros. Entre os clientes dos food trucks está o Sporting Clube de Portugal, o Grupo Capricciosa, o Grupo Costa Terra, a Jerónimo Martins e o Grupo Pestana, entre outros.

A Food Trucks Factory é uma marca criada pela Street Move e assume-se como pioneira no mercado europeu no conceito de negócio de rua em veículos Piaggio Ape. A empresa produz e transforma viaturas que vão desde veículos vintage a stands ou bicicletas.

A Verso Move, que conta com nove anos de existência, exporta 85% da produção de veículos de transporte de cavalo para toda a Europa, essencialmente para a Bélgica, Espanha e Holanda.No caso dos food trucks, vende fora 50% da produção principalmente Espanha, França e Bélgica.

Antes de embarcar nesta aventura, Luís Rato estava ligado ao desporto, sendo proprietário de um ginásio em Santarém, de onde é natural. Em 2003 ganhou o prémio de jovem empresário do distrito do Santarém. Aos 39 anos decidiu mudar completamente o rumo e começar do zero com a Verso Move. Atualmente, a empresa é detida em partes iguais por Sérgio Aleixo e Pedro Escudeiro.

Luís Rato orgulha-se de ter criado o movimento Street Food e fundou a Associação de Street Food Portugal com o conhecido chef de cozinha Chakal — e é ainda coautor do livro Street Food & Food Trucks.

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Inflação alemã inverte tendência e acelera para 6,4% em junho

Taxa de inflação homóloga na Alemanha, a maior economia da Zona Euro, inverteu a tendência de alívio dos últimos meses e subiu para 6,4% neste mês, segundo a estimativa oficial.

Os preços na Alemanha voltaram a acelerar em junho. A maior economia do euro terá registado uma taxa de inflação homóloga de 6,4% neste mês, que, a confirmar-se, será 0,3 pontos percentuais superior à taxa de 6,1% do mês passado. É ainda uma inversão na tendência de abrandamento que se estava a verificar nos últimos meses.

Os dados provisórios foram divulgados esta quinta-feira pelo Destatis. O organismo oficial de estatística alemão estima também que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) em junho terá aumentado 0,3% face à leitura de maio.

Na leitura harmonizada, que permite as comparações ao nível europeu, o IPC alemão subiu 6,8% em junho face a junho de 2022 e 0,4% face a maio de 2023.

Inflação homóloga volta a acelerar na Alemanha

Fonte: Destatis

Esta informação é conhecida no dia em que se soube que em Espanha a taxa de inflação homóloga provisória terá recuado para 1,9% em junho, o que fica abaixo da meta de médio prazo de 2% do Banco Central Europeu para os países da Zona Euro.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) português anuncia esta sexta-feira a estimativa rápida da inflação no mês que agora termina.

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Dois anos depois da detenção de Joe Berardo, o que avançou na investigação? Quase nada

Em maio de 2023, os arguidos foram autorizados a aceder ao processo, sete meses depois do suposto, mas apenas a parte dos autos. Dois anos depois ainda não há acusação.

29 de Junho de 2021. Há precisamente dois anos, o empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luiz Gomes foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Desde então, como e quanto se evoluiu na investigação, que não deixou de estar no centro dos holofotes? Pouco aconteceu, pouco se fez e, em concreto, a mesma investigação ainda não foi suficiente para que o Ministério Público deduzisse uma acusação.

Joe Berardo, bem como o seu advogado André Luiz Gomes, foram detidos por suspeitas de burla à Caixa Geral de Depósitos (CGD), no seguimento de uma megaoperação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ. Num comunicado, o DCIAP indicava logo que o processo estava em “segredo de justiça”. Mas isto depois dessa mesma detenção ser divulgada em vários órgãos de comunicação social.

A operação da PJ incidiu sobretudo num grupo económico que, entre 2006 e 2009, contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros. Este grupo económico terá incumprido com os contratos e recorrido aos mecanismos de renegociação e reestruturação de dívida para não a amortizar.

Audição do Comendador José Manuel Rodrigues Berardo perante a II COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À RECAPITALIZAÇÃO DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS E À GESTÃO DO BANCO - 10MAI19
André Luiz Gomes, advogado, e Joe Berardo.Hugo Amaral/ECO

 

Certo é que pouco se avançou na investigação e nem os arguidos envolvidos conseguem ter acesso total aos autos, na íntegra. Desde outubro de 2022 que supostamente terminava o segredo de justiça interno, mas o MP e o juiz de instrução violaram o decidido, mantendo o segredo, isto apesar do protesto do advogado de defesa do empresário madeirense, Paulo Saragoça da Matta, e da invocação da nulidade total do processo por violação da proibição de segredo. Essa consulta do processo foi apenas autorizada em Maio de 2023, altura em que os arguidos tiveram acesso, mas apenas a parte desse processo. Entretanto, o juiz de instrução Carlos Alexandre continua a não decidir sobre a alegada nulidade dos autos por violação da regra da publicidade interna do processo.

Mas vamos por partes. Durante meses que o Ministério Público (MP) vedou o acesso ao processo CGD/Berardo, apesar do segredo de Justiça já ter terminado no final de outubro. O pedido de consulta foi feito, várias vezes, pela defesa de Joe Berardo, a cargo do advogado Paulo Saragoça da Matta, mas sem sucesso. Contactado pelo ECO, o advogado apenas disse que aguarda que Carlos Alexandre “decrete a nulidade do processo, por nós arguida, uma vez que foi violada lei expressa e inequívoca, o 86º n.º 1 CPP”. Que diz que “o processo penal é, sob pena de nulidade, público a partir da decisão instrutória ou, se a instrução não tiver lugar, do momento em que já não pode ser requerida, vigorando até qualquer desses momentos o segredo de justiça”.

Em janeiro, o ECO tentou igualmente ter acesso a esse processo mas a resposta que fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR) deu foi de que o mesmo ainda não era público e remeteu esse mesmo pedido para o DCIAP — onde corre o processo. Mas este departamento do MP, que investiga a criminalidade mais complexa, não reagiu ao pedido do ECO.

Uma decisão que contrariou o Tribunal da Relação. Em Junho de 2022, os juízes desembargadores decidiram, a 15 de Junho do ano passado (2022), negar recurso pedido pelo MP para prorrogar o sigilo da investigação.

No recurso do Ministério Público para a Relação de Lisboa era pedido que ao prazo de segredo de justiça de 24 meses acrescessem 62 dias, passando o seu fim a ocorrer no dia 31 de dezembro com a justificação que essa “ampliação” do prazo fazia todo o sentido “na medida em que, por força das contingências decorrentes da situação de pandemia, a investigação sofreu sérios atrasos e não pôde realizar diligências de prova que, de outra forma, já teriam sido concretizadas”.

Paulo Saragoça da Matta, atual advogado de Joe BerardoPaula Nunes 24 Maio, 2016

Mas a Relação respondeu que não concluiu por nenhum atraso nessa mesma investigação, nem tão pouco “que diligências não foram realizadas”. Dizendo ainda que não houve “notícia que tenha havido suspensão das interceções de comunicações. Sobre o ritmo de negociações no universo Berardo, também nada se sabe. E a complexidade da investigação também se mantém. Não há qualquer nova circunstância para além das ponderadas no despacho que prorrogou o segredo de justiça. Acresce que a regra é hoje a da publicidade do processo, sendo o segredo de justiça a exceção, que só deve ser decretado quando se entenda que a aquela prejudica os direitos dos sujeitos ou participantes processuais. Por conseguinte, não se entende o que pretende o Ministério Público. Ainda tem muito prazo com segredo de justiça. O prazo de segredo de justiça não é um prazo para a prática de atos processuais. É um período durante o qual há restrição ao princípio da publicidade”, diziam os desembargadores, em Junho de 2022. Concluindo que o que pretende o MP, “sem ter parado o inquérito, é beneficiar de mais 62 dias de segredo de justiça, o que afronta o espírito da lei”.

Revisão das medidas de coação há um ano

Em julho, também de 2022, o MP propôs a alteração das medidas de coação de Joe Berardo no caso CGD, requerendo apresentações periódicas às autoridades pelo empresário e admitindo a extinção da maioria das medidas aplicadas no ano anterior.

Joe Berardo manteve ainda a caução de cinco milhões de euros que lhe foi aplicada pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), e o Termo de Identidade e Residência (TIR). Já em relação ao advogado André Luiz Gomes, igualmente arguido neste processo, o MP revelou que foi proposto apenas TIR.

A revisão das medidas de coação deveu-se à iminência de caducarem as medidas que foram aplicadas no dia 2 de julho de 2021. Então, Joe Berardo e André Luiz Gomes foram proibidos de manter contactos entre si e com outras pessoas identificadas nos autos e de frequentar instalações de determinadas entidades, além da prestação de cauções, no valor de cinco milhões de euros para o empresário e de um milhão para o advogado.

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Sumol Summer Fest ‘dá à costa’ com apoio da Nervo e da Máquina

“É o que és” é novamente o conceito do festival, pensado de modo a "evidenciar a aceitação da individualidade do seu público numa celebração que se quer coletiva".

O Sumol Summer Fest regressa esta sexta-feira para mais uma edição – a primeira a ser realizada na Costa da Caparica, depois de 13 anos na Ericeira – com um cartaz com nomes como Popcaan, AyaNakamura, Profjam, Bárbara Bandeira, Matuê e Iann Dior. A estratégia e criatividade do evento são da agência Nervo, enquanto a Máquina é a responsável pela produção.

A mudança de local foi o grande desafio ao qual fomos convidados a responder. Quando um festival desta dimensão muda de localização precisamos de adaptar o imaginário do evento, que foi construído ao longo dos anos, a um novo recinto. Sempre com o espírito de acrescentar valor e surpreender quem vai e volta ao festival todos os anos”, explica Tiago Tarracha, managing partner da Nervo, citado em comunicado.

Já Miguel Pires, creative partner da agência, refere que no processo de mudança “surgiu a necessidade de reabilitar algumas infraestruturas do novo local. Uma delas é o edifício de apoio às casas de banho e balneários, onde se encontrava um imponente mural do artista Gonçalo Mar, já em estado degradado”.

“No contexto do festival, convidámo-lo para ser o embaixador da restauração da sua obra, em conjunto com a artista com raízes locais Pitanga, desafiando os fãs da Sumol e as comunidades escolares artísticas da zona a pintarem um novo sketch para a fachada num desafio a que chamámos de ‘Ganda Lata’. Das participações recebidas, quatro artistas emergentes foram selecionados para fazer parte de todo o processo de conceptualização e execução da nova obra que inaugura amanhã”, adianta ainda Miguel Pires.

É o que és” é novamente o conceito do festival, pensado de modo a “evidenciar a aceitação da individualidade do seu público numa celebração que se quer coletiva”, refere-se em nota de imprensa.

A ativação principal da marca passa por um desafio em que os participantes terão de construir o seu perfil tendo como base objetivos pessoais espalhados por cacifos. No final, cada um dos participantes terá construído uma persona diferente, materializando assim a campanha “Orgulhosamente Sumol”.

Ao +M, Frederico Amores, brand manager desta marca portuguesa de bebidas, já havia referido que o Sumol Summer Fest é um evento “revestido de imensa importância”, tendo em conta que “materializa o ADN, apelando à diversidade e à inclusão, envolvendo a comunidade de Sumólicos num ambiente descontraído“.

O evento permite ainda à Sumol “consolidar a sua presença enquanto marca relevante na vida dos mais jovens, assim como contribuir para que tenham experiências que guardem na memória através de uma celebração inesquecível do verão. Estamos empenhados em criar momentos especiais, onde a diversão e a autenticidade sejam os pilares da experiência com a marca Sumol“, disse também o brand manager.

Também o Espaço VIP foi aumentado em relação ao ano anterior e conta agora com um piso sunset para receber os convidados da marca. O espaço integra ainda um corner para a plataforma #sumólicoscomhistória, “onde os seguidores da Sumol ganham protagonismo”, explica-se em comunicado.

Na mesma informação adianta-se também que a estrutura passou a integrar as zonas de merchandising e de imprensa e que o bar, a zona de tatuagens e o spot de make-up continuam a fazer parte do espaço.

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Candidatura de bordados de Castelo Branco aceite pela Unesco

  • Lusa
  • 29 Junho 2023

Candidatura dos bordados de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da Unesco, na categoria "Artesanato e Artes Populares", foi aceite pela Comissão Nacional daquela estrutura das Nações Unidas.

Esta “aceitação formal” da candidatura dos bordados de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da Unesco “contribui para a valorização da identidade cultural do concelho e ajuda no engrandecimento da comunidade”, afirma o vice-presidente, Hélder Henriques, num comunicado do município.

“Este é um importante reconhecimento nacional da relevância da criatividade, enquanto instrumento de desenvolvimento, no território onde vivemos”, salienta o também coordenador do processo de candidatura, encetado no início de 2022.

A marca e produto bordado de Castelo Branco é, provavelmente, a nossa maior bandeira e um dos nossos maiores ativos territoriais. E entendemos que pode ser, se todos quisermos, uma das principais âncoras do nosso desenvolvimento.

Hélder Henriques

Vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco

Na nota, a autarquia liderada por Leopoldo Rodrigues refere que a integração dos bordados de Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas, da Unesco, promoverá “a cooperação com outras cidades que reconhecem a criatividade como fator estratégico de desenvolvimento sustentável”.

“A marca e produto bordado de Castelo Branco é, provavelmente, a nossa maior bandeira e um dos nossos maiores ativos territoriais. E entendemos que pode ser, se todos quisermos, uma das principais âncoras do nosso desenvolvimento“, sustenta Hélder Henriques.

Para o autarca, a candidatura “emergiu de uma relação triangular entre a cultura, a criatividade e o desenvolvimento económico”.

Por outro lado, a integração dos bordados locais na Rede de Cidades Criativas poderá ser “uma excelente plataforma para o desenvolvimento de parcerias promotoras da inovação, das indústrias culturais e criativas e de atividades económicas ligadas à manufatura“, promovendo também “a coesão social do concelho”.

O próximo passo da candidatura será a avaliação final por parte da UNESCO, em Paris, França.

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Dez praias do litoral alentejano com transportes públicos gratuitos

  • Lusa
  • 29 Junho 2023

Municípios do litoral alentejano disponibilizam transportes públicos gratuitos para praias da região, no âmbito de um projeto-piloto para diminuir o tráfego automóvel nas zonas balneares.

Desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), o projeto-piolto arranca já este sábado e pretende ligar as sedes dos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira (Beja) a dez zonas balneares. O objetivo é diminuir o tráfego automóvel nas zonas balneares.

“As sete linhas irão funcionar nos meses de julho e agosto, com recurso a autocarros dos Transportes do Alentejo Litoral, ligando as cinco sedes dos concelhos que integram a CIMAL a zonas balneares”, explica, em comunicado, a comunidade intermunicipal.

O serviço, indica, será prestado “durante a semana e aos fins de semana, várias vezes por dia, de modo a constituir uma alternativa aos automóveis particulares“.

A diminuição do tráfego automóvel e dos inevitáveis condicionamentos junto das zonas balneares, bem como a redução da poluição provocada pelas viaturas particulares são outras das vantagens da nova rede de transportes sazonais.

Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL)

Segundo a CIMAL, as carreiras rodoviárias farão a ligação entre a cidade de Alcácer do Sal e a praia da Comporta, entre a vila de Grândola e as praias do Carvalhal, Pego e Melides e entre a cidade de Santiago do Cacém e a Lagoa de Santo André. Estão também previstas ligações entre a cidade de Sines e as praias de São Torpes e Porto Covo e da vila de Odemira às praias da Zambujeira do Mar, Almograve e Vila Nova de Milfontes.

O projeto, segundo a CIMAL, visa “facilitar o acesso às praias por parte da população e visitantes a título gratuito, tornando vantajoso economicamente o recurso aos transportes públicos, em detrimento do transporte individual”.

“A diminuição do tráfego automóvel e dos inevitáveis condicionamentos junto das zonas balneares, bem como a redução da poluição provocada pelas viaturas particulares são outras das vantagens da nova rede de transportes sazonais”, lê-se na nota.

De acordo com a comunidade intermunicipal, as ligações incluem paragens em várias localidades até chegarem ao destino.

A CIMAL prevê, durante os dois meses, a realização de mais de 4.000 ligações, que totalizarão mais de 45 mil quilómetros percorridos pelos autocarros neste território.

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Bancos portugueses arrancam ano com rentabilidade em máximos

Perda de depósitos praticamente não abalou liquidez do sistema bancário no primeiro trimestre do ano, que foi de elevada rentabilidade devido ao aumento das receitas com juros.

Os bancos nacionais fecharam o primeiro trimestre do ano com a rentabilidade em máximos desde 2010, pelo menos, atingindo um ROE (return on equity) de 13,9% no final de março, mais 5,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

A baixa rentabilidade tem sido um dos calcanhares de Aquiles da banca nacional, depois de uma década em profunda crise, com duas falências pelo meio, do BES e Banif. Mas a inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no último ano está agora a engordar a margem financeira e a impulsionar os lucros das instituições financeiras.

Os banqueiros têm como referência um ROE acima de 10% para que a atividade bancária compense o custo de capital dos acionistas e os bancos se tornem atrativos para continuarem a receber investimentos e assim desenvolverem o seu negócio.

ROE dispara

Fonte: Banco de Portugal e APB

Os dados do Banco de Portugal relativos ao Sistema Bancário Português no primeiro trimestre (link para documento em formato .pdf) revelam que, nos 12 meses até março, os lucros líquidos superaram os cinco mil milhões de euros.

Por outro lado, apesar da fuga de depósitos, o sistema manteve-se com níveis de liquidez robustos, como evidencia o rácio de transformação de depósitos em crédito, que até baixou 0,2 pontos percentuais para 79,9% no final de março. Tem sido um dos fatores mais apontados para a resistência dos bancos em subir os juros dos depósitos. Segundo o supervisor, a perda de poupanças foi “ligeiramente contrabalançada” pela redução de empréstimos.

Ainda em relação à liquidez, apesar da descida de mais de 40 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado, o rácio de cobertura de liquidez manteve-se acima dos 200% no final do primeiro trimestre, o dobro do requisito regulamentar.

Quanto à qualidade dos ativos, o rácio de empréstimos não produtivos (NPL) registou uma queda anual de 0,5 pontos percentuais para 3,1%. Os bancos ainda tinham 9,7 mil milhões de euros em ativos tóxicos.

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