Presidente do TC espera que impasse sobre escolha de juízes seja resolvido “o mais depressa possível”

  • Lusa
  • 23 Março 2023

João Caupers recusa responsabilidade sobre três juízes estarem no Tribunal Constitucional mesmo após mandato e descarta que atual situação seja trágica ou ponha em causa credibilidade do órgão.

O presidente do Tribunal Constitucional (TC) considerou desejável que o processo de escolha de novos juízes seja “resolvido o mais depressa possível”, mas descartou que atual situação seja trágica ou ponha em causa credibilidade do órgão.

Em entrevista à RTP, na quarta-feira, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves, o presidente do TC, João Caupers, reconheceu que “não é comum” que os três juízes escolhidos através do modelo de cooptação se mantenham simultaneamente em funções após o fim do seu mandato e sem que tenham sido escolhidos os substitutos, como acontece atualmente.

No entanto, o presidente do TC rejeitou que os três juízes em questão – em que o próprio se inclui, uma vez que terminou o mandato em 06 de março – tenham qualquer responsabilidade na situação.

“Não cabe a nenhum dos três juízes que devem ser substituídos resolver o problema, nem têm um instrumento para resolver o problema. Basta que eu lhe diga isto: se nós decidíssemos os três amanhã deixar o tribunal, nesse mesmo dia o tribunal deixaria de funcionar. Ficava sem presidente, sem vice-presidente, com uma secção reduzida a quatros juízes e duas reduzidas a três”, disse.

Questionado se considera que este é um dos momentos mais graves na história do TC, Caupers respondeu: “Não acho que seja particularmente trágico, nem sequer um drama, nem sequer me parece que seja grave”. “O que me parece é que seria desejável que fosse resolvido o mais depressa possível. Isso seguramente, isso era desejável”, referiu.

Caupers rejeitou também a ideia de que a credibilidade do TC possa estar a ser posta em causa devido a esta situação, contrapondo que “o tribunal continua a exercer funções, com 13 juízes perfeitamente investidos, 10 deles a cumprirem os seus mandatos e três deles a cumprirem a obrigação de esperarem pela substituição”.

O presidente do TC salientou que não faz parte do grupo de juízes que participa no processo de cooptação, uma vez que ele próprio foi escolhido através desse método, e não tem procurado informar-se junto dos colegas para “preservar a integridade do processo”.

No entanto, Caupers indicou que já “houve duas reuniões”, eventualmente três, com vista à escolha dos novos juízes, mas, tendo em conta que ainda não houve nenhuma substituição, significa que “esse processo não chegou ao fim”.

Questionado sobre as razões pelas quais os atuais juízes conselheiros não estão a conseguir chegar a acordo, João Caupers disse que poderia imaginar “uma explicação para isso”, aludindo ao caso do ‘chumbo’, em maio, do nome de António Almeida Costa para juiz-conselheiro, depois de ter sido divulgado que tinha tido posições antiaborto no passado.

“Os processos de cooptação fazem-se há 40 anos, eu próprio fui cooptado, e nunca houve um problema destes. Porque é que neste caso isto aconteceu? Provavelmente porque ocorreram factos na tentativa falhada de cooptação que adulteraram as relações. Eu acho que foi isso”, referiu.

Interpelado sobre notícias que dão conta que o bloqueio poderá estar ligado a confrontos dos juízes nomeados por diferentes blocos políticos, Caupers considerou que isso “é possível”, mas não tem qualquer “informação privilegiada” sobre o assunto.

No mesmo sentido, o presidente do TC admitiu também que “seja possível, embora porventura menos plausível”, que o atual bloqueio se deva a uma rivalidade entre universidades.

Interrogado se considera que, dado o atual bloqueio, poderá ser necessária uma revisão constitucional que crie outro mecanismo de substituição dos juízes, Caupers reconheceu que, “se não for possível uma solução gerada no âmbito do próprio colégio de cooptação, o único remédio será uma revisão da Constituição”.

Questionado se considera que isso pode ter de acontecer, dado o atual impasse, o presidente do TC respondeu: “Eu espero que não, eu acho que não, mas não tenho garantias de que não aconteça”.

A Lei Orgânica do Tribunal Constitucional estabelece que o TC “é composto por 13 juízes, sendo 10 designados pela Assembleia da República e três cooptados por estes”. O mandato destes juízes tem uma duração de nove anos, “contados da data da posse”, cessando “funções com a posse do juiz designado para ocupar o respetivo lugar”.

Na atual composição do TC, os três juízes cooptados – Pedro Machete, Lino Ribeiro e o presidente, João Caupers – já cumpriram o mandato de nove anos e não foram ainda substituídos pelo próprio tribunal, conforme prevê a lei.

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Eleger um deputado custa 19 mil euros ao PS e 252 mil ao PAN

  • ECO
  • 23 Março 2023

O PAN gastou quatro vezes mais do que o Livre para eleger apenas um deputado. Partido de Rui Tavares foi também o que menos gastou por voto obtido.

O PS teve, de longe, a campanha eleitoral mais cara (3,4 milhões de euros), mas também a mais rentável: graças à maioria absoluta, de 120 deputados, cada eleito custou cerca de 19 mil euros. O valor é 13 vezes menor do que o orçamento mais caro para eleger a deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, que custou 252 mil euros, de acordo com os dados Entidade das Contas e Financiamentos Políticos do Tribunal Constitucional relativamente às últimas legislativas, citados pelo Diário de Notícias (acesso pago).

Já a Iniciativa Liberal gastou mais 55% do que o previsto inicialmente, visto que orçamentou a campanha em 385 mil euros e acabou por ter um custo de quase 600 mil euros. O PSD e a CDU, por sua vez, tiveram uma despesa final inferior ao custo inicialmente previsto. Os social-democratas gastaram menos 85 mil euros do que tinham orçamentado, e a coligação liderada pelos comunistas poupou 143 mil euros.

A campanha do Livre, ainda assim, foi incomparavelmente mais barata do que todas as outras. Tal como em 2019, elegeu apenas um deputado — Rui Tavares — com uma campanha que não chegou a custar 60 mil euros. Isto significa que o Livre conseguiu eleger um único deputado gastando quatro vezes menos do que o PAN, que só elegeu Inês Sousa Real. O Livre conseguiu, assim, também ser o partido que menos gastou por voto obtido (e foram ao todo mais de 71 mil votos): 0,83 euros.

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É preciso “dar passos no seguro comum de depósitos”, diz secretário de Estado dos Assuntos Europeus

  • ECO
  • 23 Março 2023

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, realça a necessidade de avançar com a União Bancária, sobretudo na dimensão do seguro comum de depósitos, ainda por implementar.

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus insiste na necessidade de avançar com a União Bancária, sobretudo ao nível do “seguro comum de depósitos”, para “fortalecer ainda mais a resiliência e a solidez” do setor financeiro europeu.

Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) em vésperas da cimeira europeia de dois dias dedicada à resposta à lei dos EUA para atrair empresas e à reindustrialização da União Europeia (UE), Tiago Antunes adianta que a resposta da UE para ganhar competitividade “nos setores tecnologicamente mais avançados, das tecnologias limpas, essenciais à transição ecológica e digital” é o que vai estar em discussão no Conselho Europeu. Mas salienta que “é igualmente muito importante ter uma agenda comercial ambiciosa virada para fora”, sendo que Portugal tem destacado “a importância de concluir acordos de comércio livre como o Mercosul ou Índia”.

Quanto ao Fundo Europeu de Soberania, o responsável considera “muito importante que haja respostas e medidas europeias e que não se confie apenas a cada Estado-membro o apoio às suas empresas”. “Isso pode criar uma diferenciação e efeitos assimétricos na UE porque há países com mais margem para conceder incentivos, subsídios ou benefícios fiscais”, aponta, acrescentando que devem existir “instrumentos europeus a que todas as empresas europeias se possam candidatar em condições de igualdade e que possam ter apoios independentemente do Estado-membro em que se localizam”.

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“Dedicação plena dos médicos” proposta pelo Governo “é um bocadinho confusa”, diz Ana Jorge

  • ECO
  • 23 Março 2023

Atual presidente da Cruz Vermelha Portuguesa deverá ser confirmada nos próximos meses pelo Governo como a nova provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Ana Jorge, ex-ministra da Saúde e atual presidente da Cruz Vermelha, considera que o Serviço Nacional de Saúde vive o seu momento “mais difícil”, defende o alargamento de horários dos centros de saúde e as PPP apenas para a construção dos hospitais e não para a sua gestão clínica. Em entrevista ao jornal Público (acesso condicionado) e à Rádio Renascença (acesso livre), a antiga governante também considera como “um bocadinho confusa” a proposta para a dedicação plena dos médicos.

Sobre a possibilidade de tornar-se a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge refere apenas que a instituição “tem um papel muito relevante em Lisboa” e que se considera uma pessoa “relativamente atenta aos problemas das áreas social e de saúde”.

A antiga ministra defende ainda que, na área de cuidados continuados “tem de se juntar a saúde e a área social porque as fronteiras aqui não existem”.

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Maioria defende que Medina deveria ser demitido

  • ECO
  • 23 Março 2023

Sondagem da Aximage revela que cerca de três em cada quatro inquiridos (74%) são favoráveis à reprivatização da TAP, embora seja defendida a reposição dos apoios dados pelo Estado à companhia aérea.

Mais de cinco em cada dez inquiridos defendem que António Costa deveria ter demitido o ministro das Finanças. Uma sondagem da Aximage indica que 55% dos participantes são favoráveis à saída de Fernando Medina na sequência do caso que envolveu a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, por ter recebido uma indemnização de meio milhão de euros quando saiu da TAP.

Na mesma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, cerca de três em cada quatro inquiridos (74%) são favoráveis à reprivatização da TAP, embora sejam defendidas duas condições: se os privados pagarem acima dos apoios atribuídos pelo Estado ou mantendo-se o Estado como acionista na companhia aérea, refere nesta quinta-feira o Jornal de Notícias. (acesso pago).

Por partidos, os eleitores da Iniciativa Liberal são os que mais defendem a privatização (95%). Em sentido contrário, os que menos suportam esta opção são os votantes na CDU, com 57%.

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Governo promete acelerar progressão de 349 mil funcionários públicos

  • ECO
  • 23 Março 2023

Objetivo é compensar parcialmente o facto de os trabalhadores terem tido uma progressão mais lenta por causa dos congelamentos da carreira. Executivo reúne-se com sindicatos a 29 de março.

O Governo quer acelerar as progressões na carreira dos funcionários públicos afetados pelos dois períodos de congelamento (um entre 2005 e 2007 e outro de 2011 a 2017) e que viram a sua evolução profissional travada durante mais de nove anos, avança o Público (acesso condicionado). Em causa estão cerca de 349 mil pessoas — o que corresponde a 65% dos funcionários públicos — que progridem com base em pontos e que, num modelo ainda a apresentar aos sindicatos, serão compensados com uma aceleração da sua carreira.

Em declarações à Lusa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse que o objetivo é encontrar uma “solução similar” à apresentada, na quarta-feira, aos sindicatos dos professores pelo ministro da Educação, João Costa, mas “adaptada às carreiras do SIADAP [Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública], cuja progressão assenta em pontos e não em anos, como a da carreira docente”. O objetivo é “corrigir os efeitos do período de congelamento longo que ocorreu nos últimos 18 anos”, acrescentou, admitindo que essa compensação não será total e sem desvendar quando é que irá produzir efeitos.

Fonte oficial do Ministério da Presidência esclarece, contudo, que “a proposta a apresentar às estruturas sindicais não corresponde a recuperação de pontos“. “É uma medida adicional, que assentará em progressões mais rápidas para os funcionários públicos, abrangidos pelos dois períodos de congelamento, de forma a minimizar os seus efeitos“, afirmou a mesma fonte, remetendo mais pormenores para as reuniões com os sindicatos, a 29 de março.

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Hoje nas notícias: Função Pública, depósitos e sondagem

  • ECO
  • 23 Março 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A ministra da Presidência prometeu acelerar a progressão na carreira de 349 mil funcionários públicos. À luz do Conselho Europeu que se inicia esta quinta-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus defende a necessidade de “dar passos no seguro comum de depósitos”. E uma sondagem da Aximage revela que a maioria dos inquiridos considera que Fernando Medina deveria ter sido demitido. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Governo promete acelerar progressão de 349 mil funcionários públicos

O Governo quer acelerar as progressões na carreira dos funcionários públicos afetados pelos dois períodos de congelamento (um entre 2005 e 2007 e outro de 2011 a 2017) e que viram a sua evolução profissional travada durante mais de nove anos. Em causa estão cerca de 349 mil pessoas — o que corresponde a 65% dos funcionários públicos — que progridem com base em pontos e que, num modelo ainda a apresentar aos sindicatos, serão compensados com uma aceleração da sua carreira, adiantou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

É preciso “dar passos no seguro comum de depósitos”, diz Tiago Antunes

Numa entrevista na véspera da cimeira europeia de dois dias dedicada à resposta à lei dos EUA para atrair empresas e à reindustrialização da União Europeia, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, insiste na necessidade de avançar com a União Bancária, sobretudo ao nível do “seguro comum de depósitos”, para “fortalecer ainda mais a resiliência e a solidez” do setor financeiro europeu.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Maioria defende que Medina deveria ser demitido, revela sondagem

Mais de cinco em cada dez inquiridos defendem que António Costa deveria ter demitido o ministro das Finanças. A sondagem da Aximage para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF indica que 55% dos participantes são favoráveis à saída de Fernando Medina na sequência do caso que envolveu a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, por ter recebido uma indemnização de meio milhão de euros quando saiu da TAP.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso indisponível)

Eleger um deputado custa 19 mil euros ao PS e 252 mil ao PAN

O PS teve, de longe, a campanha eleitoral mais cara (3,4 milhões de euros), mas também a mais rentável: graças à maioria absoluta, de 120 deputados, cada eleito custou cerca de 19 mil euros. O valor é 13 vezes menor do que o orçamento mais caro para eleger a deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, que custou 252 mil euros, de acordo com os dados Entidade das Contas e Financiamentos Políticos do Tribunal Constitucional relativamente às últimas legislativas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

“Dedicação plena dos médicos” proposta pelo Governo “é um bocadinho confusa”, diz Ana Jorge

Ana Jorge, ex-ministra da Saúde e atual presidente da Cruz Vermelha, considera que o Serviço Nacional de Saúde vive o seu momento “mais difícil”. Em entrevista conjunta ao Público e Renascença defende o alargamento de horários dos centros de saúde e as PPP apenas para a construção dos hospitais e não para a sua gestão clínica. A antiga governante também considera como “um bocadinho confusa” a proposta para a dedicação plena dos médicos.

Leia a entrevista completa na Renascença (acesso livre)

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UNA tem aumento de capital pronto a avançar. ASF tem pressa

O acionista China Tianying já disponibilizou os 40 milhões de euros para aumentar o capital do grupo UNA. Como o supervisor colocou urgência na operação, uma assembleia geral tem de acontecer já.

A China Tianying, acionista único do grupo UNA, já disponibilizou os 40 milhões de euros destinados ao aumento de capital das seguradoras, solução que a ASF, entidade de supervisão do setor, exigiu com urgência na sequência dos prejuízos registados pela UNA Seguros no ano de 2022. Como o ECO revelou em primeira mão, a UNA Seguros registou um prejuízo de 18 milhões de euros no exercício de 2022 levando a UNA Vida – que detém 100% do capital da Una Seguros – a registar uma imparidade de 3,6 milhões de euros e a apresentar um resultado de apenas dois milhões de euros pela sua atividade exclusivamente centrada no ramo de seguros de Vida.

“O acionista tem isso decidido desde o primeiro momento”, afirma Nuno David, CEO do grupo, ao ECO Seguros, adiantando que “o que não está decidido é se aguardamos pela Assembleia Geral de aprovação das contas, prevista para o próximo dia 15 de abril – ou fazemos uma AG já, unicamente para aprovar o aumento de capital”. O CEO refere que “naturalmente, a ASF prefere esta última opção”.

Com 66 milhões de euros de negócios realizados no ano passado, o montante de prejuízos é demasiado elevado para a UNA Seguros, mas Nuno David, CEO das seguradoras UNA, afastou qualquer situação de rotura de tesouraria: “A UNA não tem problemas de pagamento nem de sinistros nem de qualquer outro compromisso”, garante Nuno David.

A ASF, recorde-se, já revelou que os resultados líquidos de todas as seguradoras atingiram os 900 milhões de euros em 2022, um valor superior em 39% ao registado em 2021 e o dobro do verificado em 2020, ano da pandemia. Em rentabilidade líquida sobre o volume de prémios, o rácio subiu de 3,5% em 2021 para 7,5% no ano passado.

Fontes do mercado esperam que as seguradoras em Portugal tenham registado bons resultados na conta técnica (com exceção da UNA Seguros), onde estão os resultados operacionais e menos bons na conta não técnica, onde se contabilizam os rendimentos dos investimentos, dada a instabilidade nos mercados financeiros registado ao longo do ano passado devido a inflação crescente e consequente subida das taxas de juro.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de março

  • ECO
  • 23 Março 2023

Ao longo desta quinta-feira, 23 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Fatura da água vai aumentar por causa do custo dos resíduos

A parcela a pagar na conta da água relativa aos resíduos deverá ascender, em 2023, a 6,34 euros por mês por alojamento.

A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) indica que o serviço de gestão de resíduos, uma rubrica que atualmente é cobrada na fatura da água, vai ficar, em média, 18% mais caro em 2023 – um aumento médio que corresponde a cerca de 1 euro extra. Este aumento acontece em paralelo a outro que se prevê para a mesma fatura: aquele que diz respeito ao abastecimento de água. Tal como o Capital Verde noticiou, a ERSAR recomenda que esta última rubrica suba pelo menos 2%.

“Embora se antecipe um aumento médio de 18% nos custos do serviço [de resíduos] em baixa (…), este corresponderá, em média, a um acréscimo de 1 euro por mês na fatura do utilizador final”, informa a ERSAR, em resposta ao ECO/Capital Verde. Neste sentido, a parcela a pagar na conta da água relativa aos resíduos deverá ascender, em 2023, a 6,34 euros por mês por alojamento.

A fixação de tarifas dos serviços de águas e resíduos, aplicadas aos utilizadores finais (tarifas em baixa), é da competência dos municípios, estando apenas sujeita a parecer da ERSAR, relembra a entidade. Os municípios devem aprovar o tarifário até 30 de novembro, pelo que a informação disponibilizada agora é previsional.

Já no início de fevereiro, a ERSAR havia informado que as tarifas da água deveriam subir, em média, pelo menos 2% em 2023, uma vez que o serviço em alta (captação e tratamento na origem) irá encarecer nesta medida e este aumento deve ser refletido na tarifa cobrada aos consumidores. Já os custos no serviço de distribuição (em baixa) são diferentes “e podem justificar aumentos tarifários superiores”, explicou, na altura, a presidente do regulador, Vera Eiró.

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5 coisas que vão marcar o dia

A Altri e da GreenVolt apresentam as contas referentes a 2022. Serão conhecidos os dados sobre o endividamento da economia portuguesa e do PIB per capita em paridade de poder de compra na UE.

A época de resultados continua e esta quinta-feira é a vez da Altri e da GreenVolt apresentarem as contas referentes a 2022. O Banco de Portugal divulga os dados relativos ao endividamento da economia e ao financiamento das administrações públicas. Já o Eurostat dá o conhecer os dados do PIB per capita expresso em paridade de poder de compra entre os países da União Europeia. Na política, os deputados vão votar a proposta de lei do Governo, que cessa a generalidade das leis criadas no âmbito da pandemia.

Altri e GreenVolt apresentam contas ao mercado

A Altri e a GreenVolt apresentam esta quinta-feira os resultados financeiros relativos a todo o ano de 2022. Nos primeiros nove meses do ano passado, a papeleira viu os seus lucros subirem 30% para 117,4 milhões de euros, face a igual período de 2021. Já a empresa de energias renováveis fechou os primeiros nove meses de 2022 com um lucro de 16,8 milhões de euros, isto é, um aumento de 241% face ao período homólogo.

Como evoluiu o endividamento da economia?

O Banco de Portugal (BdP) divulga os dados relativos ao endividamento da economia (excluindo o setor financeiro) referentes a janeiro. Em 2022, o nível de endividamento da economia baixou de 361,2% do PIB para 333,9% do PIB, apesar da dívida apesar da dívida do Estado, empresas e particulares ter aumentado 19,1 mil milhões de euros. Serão ainda conhecidos dados relativos ao financiamento das administrações públicas.

Parlamento revoga medidas Covid

Os deputados da Assembleia da República vão votar a proposta de lei n.º 45/XV/1.ª que regula boa parte das medidas criadas no âmbito da pandemia. Em causa estão 51 das 57 leis criadas no âmbito da Covid-19. No final de setembro, o Governo decidiu não renovar o estado de alerta aplicado no âmbito da pandemia, pondo fim à generalidade das medidas em vigor. Continua a ser obrigatório o uso de máscara nos lares e estabelecimentos que prestem cuidados de saúde.

Eurostat divulga dados sobre consumo e PIB per capita

O Eurostat divulga os dados provisórios relativos ao valor do Produto Interno Bruto per capita expresso em paridade de poder de compra entre os países da União Europeia (UE) em 2022. Em 2021, o PIB per capita em Portugal expresso em paridades de poder de compra, foi o sétimo mais baixo da UE.

Banco de Inglaterra decide sobre juros

O Banco de Inglaterra vai anunciar esta quinta-feira a decisão do comité de política monetária relativamente aos juros diretores. Na sequência da turbulência que se tem verificado nos últimos dias no sistema bancário, o banco central inglês veio sinalizar que o sistema bancário britânico “está bem capitalizado e financiado”.

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Contas da Efacec pioram em 2022. Menos faturação, mais prejuízos, mais dívida

A Efacec está em situação de falência técnica, com 52 milhões de euros de situação líquida negativa, e seria mais elevado se não fosse o crédito fiscal por reporte de prejuízos passados.

A situação económica e financeira da Efacec degradou-se no exercício de 2022, ano em que o Governo esteve em processo de negociação com a DST e que acabou por falhar. A companhia liderada por Ângelo Ramalho fechou o ano com um prejuízo operacional de 90,6 milhões de euros e um resultado líquido consolidado negativo de cerca de 52 milhões, enquanto os capitais próprios revelam também uma situação líquida negativa de 50 milhões de euros (e ainda assim ajudada por 66 milhões de crédito fiscal por impostos diferidos).

As contas da Efacec relativas a 2022 já estão fechadas, apurou o ECO. E como seria de esperar no contexto das tentativas de reprivatização depois da nacionalização em 2020, os resultados pioraram, especialmente se expurgado o efeito contabilístico da imparidade de ‘goodwill’ e marca registado em 2021.

O volume de receitas de 160,9M€ representou uma redução de 28% face ao ano anterior, o que resulta de evoluções negativas em todas as Unidade de Negócio (UN) do Grupo. De forma transversal, as diferentes UN apresentam uma evolução negativa, com as principais variações a ocorrerem nas UN Aparelhagem (AMT) (-18M€), Transformadores (TRF) (-13M€), Energia (ENE) (-13M€) e Automação (ASE) (-6M€)“, lê-se no relatório e contas a que o ECO teve acesso. E um indicador mais severo para o futuro, “durante o ano de 2022, a EPS alcançou um volume de encomendas de 138,9M€, -45% inferior ao registado no ano anterior. Todas as UN, com exceção de Ambiente (AMB) (+29M€), apresentaram uma evolução negativa“.

A dívida global da Efacec continuou a subir em 2002. A dívida financeira líquida aumentou mais de 74 milhões de euros em 2022, resultado de empréstimos do próprio Estado, enquanto acionista. “No sentido de colmatar as necessidades de financiamento de tesouraria da empresa ao longo de 2022, e com vista à realização da operação de reprivatização em curso, foram contraídos dois empréstimos junto do acionista Parpública no valor total de 70,5M€ (50M€ no primeiro semestre e 20,5M€ no segundo semestre)“, escreveu a gestão no Relatório e Contas. No total, a exposição do Estado à Efacec já supera os 210 milhões de euros e a companhia continua a precisar de injeções mensais de fundos do Estado até à venda, cujo processo, a ter sucesso, não deverá ocorrer no primeiro semestre.

A relação com a banca é hoje limitada, como vem reconhecendo a gestão da empresa. E Ângelo Ramalho volta a sublinhar a necessidade de a empresa voltar a ter acesso a instrumentos como o ‘trade finance’, essencial para a Efacec se apresentar a concurso. “Continua a ser expectativa de que a conclusão definitiva de um processo de privatização, com o consequente reforço da capacidade económico financeira e estrutura de capital da empresa, irá criar as condições necessárias para que as instituições do sistema financeiro normalizem o acesso a operações de trade finance“, lê-se no relatório.

Como o ECO revelou em primeira mão, os cinco candidatos à compra da Efacec, um dos quais em consórcio, foram convidados a apresentar propostas vinculativas melhoradas face às ofertas já entregues até ao próximo dia 10 de abril. A apresentação da chamada Best and Final Offer (BAFO) será assim mais uma etapa no concurso para a reprivatização dos 71,73% do capital da companhia que está hoje no universo da Parpública, a empresa do Estado.

O Governo, recorde-se, selecionou uma ‘long list’ de cinco candidatos para esta fase da reprivatização. Os dois grupos industriais portugueses, o consórcio Visabeira/Sodecia e a Mota-Engil, fizeram ofertas pelos ativos da Efacec, mas não querem adquirir as ações da empresa. Já os três fundos de ‘private equity’, a portuguesa Oxi e os estrangeiros Mutaris e Oaktree, terão apresentado propostas pela totalidade do capital em venda, isto é, os 71,73% das ações.

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