Mais de metade das empresas prevê reforçar I&D. Mais de 75% têm dificuldades em contratar

Mais de 80% das empresas consideram necessário simplificar a adesão a incentivos e benefícios fiscais para fomentar a I&D e a inovação em Portugal.

Mais de metade das empresas portuguesas (64,3%) perspetiva o crescimento das suas estruturas dedicadas às áreas de inovação e desenvolvimento (I&D). Contudo, apesar de terem sido criados incentivos e benefícios fiscais para apoiar a I&D e a inovação em Portugal, onde se inclui o apoio às despesas com recursos humanos, a contratação destes perfis recorre na grande maioria dos casos (83%) a uma componente de financiamento por fundos próprios das empresas. Além disso, mais de 75% das empresas declaram ter dificuldades em contratar colaboradores para a área TIC e pessoal técnico, concluiu um estudo elaborado pelo FIGroup Portugal, LLYC e ManpowerGroup.

“Na análise desta maior dependência por fundos próprios, no suporte às contratações, 60,2% das entidades identificam lacunas no sistema de incentivos e benefícios em vigor, com 98,8% das empresas a afirmar ter sugestões de melhoria ao atual modelo de apoios à I&D e inovação em Portugal”, pode ler-se em comunicado.

Apesar das empresas valorizarem a criação destes apoios e reconhecerem a importância dos benefícios e incentivos à I&D e inovação, acreditam que o sistema em vigor carece de melhorias. Entre as sugestões apontadas, verifica-se um consenso no que toca à necessidade de simplificar a adesão a estes mecanismos, com 82,5% das empresas a indicar que uma menor burocracia facilitaria e estimularia a adesão das empresas aos apoios em causa.

Outra das propostas, sugerida por cerca de metade dos inquiridos, tem a ver com taxas de financiamento e comparticipação maiores (49,1%), dando maior relevo a estes instrumentos para que possam motivar de forma expressiva o arranque de mais projetos, e fomentar o crescimento no número de contratações de cada empresa. O estudo revela que, em 40,5% dos casos, o valor de apoio recebido no ano passado não ultrapassou os 100.000 euros e apenas 12,8% das empresas inquiridas receberam um incentivo ou benefício superior a 500.000 euros.

Os resultados do estudo evidenciaram ainda que uma significativa parcela das entidades acabou por não recorrer a estes apoios e incentivos — cerca de metade das empresas inquiridas (45,0%) — justificando a não adesão a estes instrumentos por desconhecerem a forma para os colocar em prática, ou por não os conhecerem suficientemente bem. Uma grande parte destas empresas reconhece ainda que o número de perfis altamente qualificados seria maior caso tivessem acedido aos incentivos e benefícios (88,3%).

Perfis mais procurados

Os perfis mais cobiçados dizem respeito a profissionais das áreas de engenharia (56,1%) e tecnologias de informação (55,6%), perfis onde a competição pela atração e retenção de talento é mais feroz. Mais de 75% das empresas declaram ter dificuldades em contratar colaboradores para a área TIC e pessoal técnico.

Relativamente aos principais obstáculos à contratação destes perfis, as questões salariais e benefícios oferecidos (59,8%), assim como a ausência de perfis adequados para as posições disponíveis (55,6%), são as dificuldades mais apontadas pelo tecido empresarial. Destaca-se ainda que, embora exista uma perceção geral de que os incentivos/benefícios são necessários para apoiar o recrutamento de profissionais para I&D e inovação (86,0%), observa-se uma proporção menor de entidades a concordar que estes apoios têm influência na previsão de contratação (60,8%).

O estudo realizado pelo FI Group Portugal, LLYC e ManpowerGroup inquiriu 171 entidades do tecido empresarial português, acerca da contratação de recursos humanos através dos apoios à I&D e inovação.

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Banca da Zona Euro é “resiliente” mas BCE está pronto para apoiar liquidez se necessário, assegura Lagarde

Christine Lagarde assegura que o BCE está a "acompanhar de perto os desenvolvimentos do mercado", após a turbulência vivida no setor da banca.

Perante a turbulência na banca sentida nos últimos dias, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) salienta que “o setor bancário da Zona Euro é resiliente”, mas assegura que “a caixa de ferramentas do BCE está pronta para dar apoio de liquidez para o sistema financeiro, se tal for necessário”.

Christine Lagarde falava ao Parlamento Europeu, onde aproveitou a intervenção para comentar que acolhe a “ação rápida e as decisões tomadas pelas autoridades suíças”, depois de conseguirem assegurar um acordo para o UBS comprar o Credit Suisse.Estas ações são instrumentais para restaurar condições nos mercados e assegurar estabilidade financeira”, nota.

A presidente do BCE assegura que estão a “acompanhar de perto os desenvolvimentos do mercado” e estão “prontos para responder como necessário para manter a estabilidade financeira e dos preços na Zona Euro”. Apesar destas garantias, Lagarde salienta que “o setor bancário da Zona Euro é resiliente, com posições de capital e liquidez fortes”.

Mas a ressalva fica feita: “Seja como for, a caixa de ferramentas do BCE está pronta para dar apoio de liquidez para o sistema financeiro se for necessário e preservar a transmissão suave da política monetária”, promete.

Lagarde alerta também que as últimas previsões económicas, que serviram de base para as decisões de subir os juros na última reunião do Conselho de Governadores do BCE, foram feitas antes destas tensões nos mercados, que são mais uma “fonte de incerteza” para a evolução da economia. “O elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados para nossas decisões de juros”, sublinha.

A presidente do BCE salienta ainda que as taxas de juro são o principal instrumento que está a ser usado para controlar a inflação, apelando a uma coordenação com a política orçamental. “É tempo para as autoridades orçamentais retirarem os apoios para a população geral contra o impacto da subida dos preços de energia”, alerta, repetindo os avisos já feitos por várias instituições.

“Apesar das recomendações para que fossem temporários e direcionados, isso não foi o caso”, nota, sendo que, por exemplo, em Portugal também ainda estão em vigor algumas medidas gerais. “As nossas recomendações e esperança são que autoridades orçamentais apreciem que é necessário avançar e que programas sejam focados naqueles que precisam mais”, conclui Lagarde.

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Nos foi o maior anunciante do país em fevereiro

O ranking das agências de meios é liderado pela Arena e O Escritório, ocupa a primeira posição entre as agências criativas.

A Nos recuperou em fevereiro a posição de maior anunciante do país, lugar no último mês ocupada pelo Ediclube.

A preços de tabela, ou seja, sem os descontos negociados com os meios, a operadora investiu em publicidade 39,9 milhões de euros. Destes, a esmagadora maioria, 38 milhões, foram no meio televisão. Para o meio outdoor, foram alocados 696 mil euros, ao meio rádio 685 mil em no cinema – no qual a operadora está presente com a NOS Cinemas – foram investidos 467 mil euros.

A segunda posição do ranking mensal elaborado pela MediaMonitor, empresa do universo Marktest, é ocupada pela empresa de televendas Ediclube, que a preços de tabela investiu 38,7 milhões de euros em publicidade. Com exceção de 59 mil euros em imprensa, o montante foi todo distribuído pelo meio televisão.

No terceiro ligar do pódio surge a Altice Portugal. Com uma nova nova imagem e linha de comunicação lançada em fevereiro, a operadora investiu em publicidade 36 milhões de euros. Destes, 35,2 milhões foram em televisão, 316 mil em digital e 285 mil em imprensa e também em outdoor.

Ediclube foi o maior anunciante em televisão, a EDP em digital, o Pingo Doce em outdoor, a Global Media – que detém o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e O Jogo – foi o maior anunciante em imprensa, o Novo Banco foi quem mais investiu em rádio e a NOS foi o maior anunciante em cinema.

O Continente, maior anunciante de 2022, ocupa a quarta posição do ranking, seguido pela Unilever-Fima. Viva Melhor Sempre, Vodafone, McDonald’s, Lidl e Procter em Gamble encerram o top dos 10 maiores anunciantes do país.

Afunilando a análise pelos diferentes meios, o Ediclube foi o maior anunciante em televisão, a EDP em digital, o Pingo Doce em outdoor, a Global Media – que detém o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e O Jogo – foi o maior anunciante em imprensa, o Novo Banco foi quem mais investiu em rádio e a NOS foi o maior anunciante em cinema.

Nas agências de meios assistimos a alterações, com a Arena a ocupar a primeira posição. A preços de tabela, a agência liderada por Rodrigo Albuquerque movimentou cerca de 124 milhões de euros em investimento publicitário. Na segunda posição temos agora a OMD, com perto de 120 milhões, e no terceiro posto a Carat, com cerca de 118 milhões de euros.

Initiative, Wavemaker, Zenith, Havas Media, Starcom MediaVest Group, Mediacom e Mindshare são as restantes agências que compõem o “top 10”.

O Escritório lidera, por seu turno, nas agências criativas. Seguem-se a Dentsu – antiga Partners – e Fuel, nos lugares do pódio.

No acumulado dos primeiros dois meses do ano o maior anunciante é ainda o Ediclube, que não trabalha com agências de meios. A Arena lidera nas agências de meios e a Fuel nas agências criativas.

(notícia rectificada às 9h45)

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IPCC alerta que subida da temperatura mundial poderá chegar aos 1,5ºC até 2035. “Estamos a andar quando devíamos estar a correr”

Num relatório-síntese, os cientistas do IPCC deixam claro: é necessário aumentar os planos de ação climática e cortar as emissões em cerca de metade até 2030 para manter a temperatura abaixo dos 1.5ºC

Perante o aumento das emissões de gases com efeito de estufa e o agravamento aquecimento global, os cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) emitiram um novo alerta: se o ritmo da ação climática se mantiver, é provável que o mundo ultrapasse 1,5 graus Celsius (ºC) entre 2030 e 2035.

O ritmo e a dimensão dos planos de ação climática colocados em curso atualmente são insuficientes para enfrentar as alterações climáticas. O rápido e sustentado corte nas emissões e planos claros para adaptação e mitigação são necessários para enfrentar a crise climática. Estamos a andar, quando deveríamos estar a correr“, referiu Hoesung Lee, presidente do IPCC durante a conferência de imprensa, na Suíça.

Os cientistas do IPCC divulgaram esta segunda-feira um relatório-síntese, que faz um resumo de todos os documentos publicados entre 2018 e 2023. Na análise, é dado conta do consenso científico sobre a urgência da crise climática, as suas causas primárias, os seus atuais impactos devastadores, especialmente nas regiões mais vulneráveis ao clima e os danos irreversíveis que ocorrerão se o aquecimento ultrapassar os 1,5 graus Celsius, mesmo que temporariamente.

“Este relatório é um apelo claro à massificação dos esforços climáticos de cada país e de cada setor, ao longo do tempo. O nosso mundo precisa de uma ação climática em todas as frentes: tudo, em todo o lado, ao mesmo tempo“, apontou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, num vídeo transmitido durante a conferência de imprensa

Para o IPCC, a evolução da crise climática e o atual aquecimento global, situado nos 1,1 graus Celsius, não deixa margens para dúvidas: é provável que o mundo ultrapasse 1,5 graus Celsius na primeira metade da próxima década — temperatura que deveria manter-se abaixo desse nível até 2050 quando comparado com o período pré-industrial, tal como foi acordado a nível mundial com o Acordo de Paris.

“Este relatório aponta o fracasso global em reduzir as emissões e traça um caminho claro para ultrapassarmos os 1,5 graus Celsius“, referiu uma das cientistas autoras deste relatório, durante a conferência de imprensa.

O relatório-síntese confirma dados anteriores: para o mundo se manter dentro do limite de 1,5 graus Celsius, as emissões globais de gases com efeito de estufa precisam de ser reduzidas em pelo menos 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019, e em pelo menos 60% até 2035. Quanto mais tempo for necessário até que as emissões globais recuem, maiores serão as necessidades de reduções posteriores.

“A ciência diz que temos de agir rapidamente e que o objetivo ainda pode ser alcançado. É uma questão de vontade política fazê-lo, e não de barreiras tecnológicas ou financeiras“, aponta a associação ambientalista Zero, em comunicado, sublinhando que “os próximos sete anos são essenciais para decidir o nosso destino“. Na mesma nota, a associação refere que a diferença entre 1,5 e 2 graus não é de 0,5, mas sim na gravidade dos impactos que “seriam duas vezes piores ou mais para muito riscos”. Nomeadamente, acesso à água potável e perda de biodiversidade.

“Se ultrapassarmos 1,5 graus de aquecimento global, não é literalmente o fim do mundo, mas o mundo parecerá muito diferente. Cada fração de grau conta e precisamos trabalhar muito, independentemente de onde estivermos”, apontam.

Mas apesar dos alertas, o documento reflete sobre o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 1,5 graus Celsius reconhecendo que este é difícil, mas exequível. “O relatório identifica soluções testadas e verificadas, mas precisam de ser escaladas e adaptadas a vários contextos e regiões“, explicou Hoesung Lee.

Além disso, o documento sublinha ser necessário aumentar o financiamento para proteger as regiões mais vulneráveis e que são incapazes de reunir mecanismos e ferramentas para se protegerem dos fenómenos climáticos.

Falando em “justiça”, o presidente do IPCC afirmou que “os [países] que menos contribuíram para as alterações climáticas são as mais vulneráveis“, dando a título de exemplo que estes países estão, pelo menos, 50 vezes mais expostos a cheias e tempestades. “É necessário aumentar o financiamento para proteger estes países em, pelo menos, seis vezes até 2030. As regiões mais vulneráveis não têm essa capacidade de financiamento”, vincou.

“A ciência é clara. Agora, precisamos de vontade política, de apoio público para tomar as ações necessárias para que os objetivos de neutralidade carbónica sejam realistas e ainda motivação pessoal para estarmos nessa trajetória. Estes três elementos são necessários para a ciência se refletir nas decisões políticas“, apelou Heusong Lee.

O Relatório-Síntese do Sexto Ciclo de Avaliação do IPCC incluiu três relatórios especiais (“Aquecimento Global de 1,5°C”, “Alterações Climáticas e Terra”, e ainda “O Oceano e a Criosfera num Clima em Mudança”) e mais recentemente, os relatórios dos três grupos de trabalho (“A Base Científica Física”, “Impactes, Adaptação e Vulnerabilidade” e ainda “Mitigação das Alterações Climáticas”). Um novo relatório é esperado para 2027/2028.

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Astrazeneca prevê contratar mais mil pessoas

  • Europa Press
  • 20 Março 2023

A Astrazeneca prevê contratar mais mil pessoas depois de ter feito investimentos de 400 milhões no ano passado.

O presidente da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse à primeiro vice-presidente e ministra dos Assuntos Económicos e da Transformação Digital, Nadia Calviño, que a empresa farmacêutica planeia contratar mais mil pessoas em Espanha como parte dos seus planos de investimento até 2025.

O anúncio foi feito durante uma visita institucional da Soriot, na qual o presidente da empresa em Espanha, Rick R. Suárez, também participou. A empresa anunciou especificamente os dados e planos de investimento em Espanha até 2025 e manifestou o seu compromisso global de impulsionar o investimento no país “como um motor global de crescimento da I&D”.

Em Espanha, a Astrazeneca investiu mais de 93 milhões de euros em projetos inovadores em 2021, dos quais 48 milhões de euros foram atribuídos a I&D. Em 2022, o compromisso total da Astrazeneca em Espanha, incluindo a Alexion, elevou o investimento total para cerca de 400 milhões de euros, mais de quatro vezes o valor registado um ano antes.

Em termos de efetivos, a Astrazeneca aumentou a sua mão-de-obra em 20% em 2022 para 1.300 trabalhadores, com cerca de mil a serem adicionados nos próximos anos, de acordo com os planos da empresa. Em termos de ensaios clínicos, Espanha acolheu quase 300 em 2022, incluindo mais de 4.500 pacientes.

Calviño diz que anúncio está “em consonância” com outros bilionários

Após a reunião, a primeiro vice-presidente salientou que o compromisso da Astrazeneca é criar empregos de qualidade e está de acordo com outros anúncios de investimentos mil milhões de dólares por parte de multinacionais de todos os setores nos últimos meses.

“Espanha lidera o mundo em ensaios clínicos e terapias de ponta”, salientou Calviño, que vê como “muito provável” que dentro de alguns anos novos medicamentos de precisão personalizados sejam introduzidos na cobertura da saúde pública. A vice-Presidente salientou também que a indústria farmacêutica é uma “atividade chave com elevado valor acrescentado” devido à sua contribuição para a economia do conhecimento em Espanha.

Soriot elogia o ecossistema espanhol de I&D

De acordo com Pascal Soriot, o ecossistema espanhol de I&D “é de primeira classe”, razão pela qual está empenhado em trabalhar com o governo espanhol para desbloquear o potencial dos medicamentos inovadores como “motor de crescimento económico a longo prazo”.

Continuaremos a investir e a aumentar as nossas capacidades em ambientes empenhados na inovação e no desenvolvimento”, salientou durante a sua visita institucional.

O número de ensaios clínicos nas principais áreas da empresa, tais como oncologia, doenças cardiovasculares, renais e metabólicas, doenças respiratórias, vacinas e imunoterapias e doenças raras, bem como o aumento do número de pacientes que tiveram acesso à inovação até à data e daqueles que terão acesso num futuro próximo, foram também discutidos na reunião.

A empresa tem atualmente 179 programas de desenvolvimento clínico, dos quais 15 se encontram nas fases mais avançadas de estudo. “A Astrazeneca reforça o seu empenho na investigação e inovação, bem como na melhoria da disponibilidade de novos medicamentos com os novos projetos em Espanha”, disse Rick R. Suárez, presidente da empresa em Espanha.

A nível mundial, Suárez acrescentou que a empresa está “empenhada em reforçar os sistemas de saúde e em aumentar o acesso equitativo e acessível ao tratamento dos doentes. Ficámos em terceiro lugar no Índice de Acesso a Medicamentos (AtMI) de 2020″.

Tanto Soriot como Suárez salientaram a importância das parcerias público-privadas, como foi o caso dos projetos de doação de vacinas para a pandemia de Covid-19 e outras iniciativas público-privadas recentes, como o acordo entre a empresa e o Instituto Vall d’Hebron de Oncologia (VHIO) para promover a investigação pré-clínica e translacional e a Partnership for Health System Sustainability and Resilience (PHSSR).

A direção da empresa também quis destacar o recente investimento de 5,5 milhões de euros em novos escritórios e no Innovation Hub de Madrid.

 

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Patrícia Santos assume marketing da Claranet Portugal

A missão de Patrícia Santos passa por "ajudar a concretizar a visão de futuro do negócio da Claranet e a consolidar a marca a nível nacional", a qual tem estatuto de Superbrands Corporate pela 1ª vez.

Contando com mais de 20 anos de experiência em marketing e comunicação, Patrícia Santos é a nova diretora de marketing da Claranet Portugal, “na sequência da estratégia de consolidação da empresa como líder em serviços de tecnologias de informação (TIC) no mercado nacional”.

Tendo entrado na Claranet em 2019 com o objetivo de “liderar a estratégia digital da organização e contribuir ativamente para projetar a marca, a sua oferta, os valores e a missão de ajudar os clientes a fazerem coisas incríveis”, Patrícia Santos passa agora a ter como missão “ajudar a concretizar a visão de futuro do negócio da Claranet e a consolidar a marca a nível nacional“.

É com enorme entusiasmo que abraço este novo desafio, que assumo com a consciência da responsabilidade inerente ao estatuto de liderança que a Claranet Portugal atualmente detém no mercado“, diz Patrícia Santos, citada em comunicado.

“Ao longo dos anos, a Claranet soube desenvolver uma estratégia B2B sólida, focada na inovação e no sucesso dos seus clientes, que resultou no crescimento da empresa e contribuiu para alavancar a sua notoriedade. Pretendemos dar continuidade a este trabalho, consolidando o posicionamento de liderança e focando-nos cada vez mais tanto nos objetivos de negócio como nos projetos conjuntos com os nossos parceiros. Além disto, e não menos importante, serão os inúmeros desafios de responsabilidade social e ambiental”, afirma ainda a nova diretora de marketing da Claranet Portugal.

Patrícia Santos é licenciada em Comunicação Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).

Fundada em 1996, a Claranet evoluiu de um ISP (internet service provider) para aquilo que é hoje – um managed services provider independente, atualmente com cerca de 2.500 colaboradores distribuídos por dez países – Reino Unido, Portugal, Brasil, França, Alemanha, Holanda, Espanha, Itália e USA – 24 escritórios e 45 datacenters, dois dos quais em Portugal, descreve a empresa.

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Calzedonia, EY, BNP Paribas… ISCAL organiza feira de emprego esta quinta-feira

O evento decorre esta quinta-feira em regime presencial, no VIP Executive Entrecampos Hotel & Conference, entre as 9h30 e as 17h00.

O ISCAL vai organizar esta quinta-feira, 23 de março, uma feira de emprego onde os estudantes vão ter a oportunidade de contactar e interagir com as empresas empregadoras presentes. A JOBSHOP 2023, organizada em parceria entre o ISCAL e a sua Associação de Estudantes, vai decorrer em regime presencial no VIP Executive Entrecampos Hotel & Conference, entre as 9h30 e as 17h00. Calzedonia, BNP Paribas, EY, Grupo Your, EF Education, Networkme, Caiado Guerreiro e PwC são algumas das mais de 20 empresas a operar em Portugal presentes no evento.

“A cada ano que passa, o ISCAL, pelo mérito reconhecido aos seus ex-alunos e pela qualidade de ensino prestado, tem-se tornado uma escola mais conceituada. Isto tem-se refletido no crescente interesse por parte das empresas nos alunos do ISCAL. A JOBSHOP está em constante crescimento, atraindo cada vez mais empresas de diferentes ramos de atividade, fora das usuais que conhecemos diariamente”, começa por dizer Érica Cardoso, da Associação de Estudantes do ISCAL e organizadora da Jobshop 2023.

“Esta feira de emprego do ISCAL permite, assim, que todos os estudantes tenham a oportunidade de se mostrarem às empresas fora de um contexto de recrutamento. É o dia em que as empresas estão focadas nos alunos e não só os alunos nas empresas. Este ano destacamos a diversidade de empresas que vão estar presentes e as oportunidades que os alunos vão poder conhecer”, acrescenta, citada em comunicado.

As empresas que estarão presentes vão poder divulgar, perante a assistência, todo o seu portefólio, nomeadamente áreas de negócio, produtos e serviços, bem como as oportunidades de trabalho disponíveis para os futuros profissionais.

Durante o evento haverá ainda espaço para as apresentações do Grupo Your, Mazars, BNP Paribas, Deloitte, EY, Neyond, Nucase, DFK, Organon e Conceito.

Realizada pela primeira vez em 2018, a frequência de presenças na feira ronda, normalmente, os 400 estudantes, sendo que são submetidas perto de 3.000 candidaturas de emprego. Destes 400 estudantes, mais de 90% frequentam o último ano de licenciatura e os restantes o mestrado, detalha o ISCAL.

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Vieira da Silva responde a Cavaco sobre habitação: “Aqueles que só sabem criticar ficam com essas críticas”

Número dois do Governo considera que "aqueles que só sabem criticar e que não têm contribuído para a construção de alternativas ficam com essas críticas", referindo-se ao ex-Presidente da República.

Dois dias depois, o Governo respondeu às críticas do ex-Presidente da República, Cavaco Silva, sobre o pacote da habitação. A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, colocou o ex-Chefe de Estado do lado das pessoas que “não têm contribuído para a construção de alternativas”.

Aqueles que só sabem criticar e que não têm contribuído para a construção de alternativas ficam com essas críticas. Ao Governo cabe contribuir para melhorar e resolver os problemas dos portugueses”, afirmou a número dois do Governo de António Costa à margem do evento nacional relativo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

No passado sábado, Cavaco Silva contestou o programa do Governo para responder à crise da habitação, reiterando que considera “pouco provável que tenha sucesso” devido a problemas de credibilidade e confiança. O antigo Presidente da República reitera mesmo que a atual crise na habitação “é o resultado do falhanço da política do Governo” nos últimos sete anos.

A ministra Mariana Vieira da Silva também considerou que “o Governo trouxe para a discussão política o pacote de medidas para a habitação, um dos temas que os portugueses mais sentem como prioritário”. Para a ministra, “o que ouvimos por parte da sociedade é uma discussão em torno dos temas que o Governo apresentou. Houve propostas mais críticas e outras de apoio. O nosso objetivo é poder chegar a um pacote de apoio que possa reunir o maior consenso e que possa resolver o problema que temos entre mãos”.

Está por dias a promulgação dos primeiros dois diplomas relativos ao Pacote da Habitação. Aprovados na passada quinta-feira em Conselho de Ministros, os documentos ainda não chegaram ao Palácio de Belém para serem promulgados pelo Presidente da República.

O Governo aprovou um decreto-lei que cria um apoio extraordinário designado “Apoio à renda” e um apoio extraordinário à subida acelerada do crédito à habitação, consubstanciado na “Bonificação de Juros”.

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Comissão Europeia alerta para verão ainda mais seco nos países do Mediterrâneo

  • Lusa
  • 20 Março 2023

Por causa de um “inverno excecionalmente seco e quente, a humidade do solo e o fluxo dos rios já apresentam anomalias significativas” em países como França, Espanha e Itália.

A Comissão Europeia alertou esta segunda-feira para a possibilidade de um verão ainda mais seco do que em anos anteriores nos países do Mediterrâneo, e que a “precipitação das próximas semanas vai ser crucial”.

De acordo com um relatório divulgado pela Comissão, por causa de um “inverno excecionalmente seco e quente, a humidade do solo e o fluxo dos rios já apresentam anomalias significativas” em países como França, Espanha e Itália.

Já na região dos Alpes, a acumulação de neve “ficou bem abaixo da média” e foi “ainda menor” do que no inverno passado, o que, em princípio, vai levar a uma “redução acentuada na contribuição do degelo para os fluxos dos rios” durante a primavera.

Bruxelas alerta que “a precipitação das próximas semanas vai ser crucial para determinar a evolução da atual seca” e como poderá afetar as populações.

A previsão mais negativa e também mais provável é que “a Europa e a região do Mediterrâneo poderão viver um verão extremo este ano, semelhante a 2022.”

Por isso, a Comissão Europeia recomenda a monitorização da utilização da água e uma coordenação entre Estados-membros para combater este problema com eficácia, já que é expectável que este cenário venha a ser a norma daqui para a frente.

O relatório surgiu na sequência do Dia Mundial da Água, que vai ser comemorado no dia 22 de março (quarta-feira), e a propósito da Conferência das Nações Unidas sobre a Água, em Nova Iorque, entre quarta e sexta-feira.

A Comissão alertou ainda que “a maioria dos países do sul e oeste da União Europeia”, entre os quais Portugal, “são afetados por uma seca incipiente onde crescem as preocupações com o abastecimento de água, agricultura e produção de energia”.

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Bruxelas quer prolongar poupança de gás por mais um ano

“Os mercados de gás globais deverão manter-se condicionados nos próximos meses”, afirma a comissária com a pasta da Energia, Kadri Simson.

A Comissão Europeia propôs esta segunda-feira que se mantenham as medidas para reduzir a procura de gás em 15% por mais 12 meses. Anteriormente, o previsto seria este esforço terminar neste mês de março.

“A análise feita pela Comissão mostra que é importante manter estes níveis de aprovisionamento por mais um ano, de forma a evitar problemas de segurança de abastecimento no próximo inverno”, lê-se no comunicado, publicado na página da entidade. “Os mercados de gás globais deverão manter-se condicionados nos próximos meses”, afirma a comissária com a pasta da Energia, Kadri Simson.

A proposta apresentada esta quinta-feira será discutida a 28 de março. A comissária já havia adiantado na última terça-feira que em breve proporia o referido prolongamento.

Os mercados de gás globais deverão manter-se condicionados nos próximos meses.

Kadri Simson

Comissária Europeia da Energia

O objetivo é facilitar que, em novembro, o nível de armazenamento de gás no Velho Continente esteja nos 90%. Apesar de os níveis de armazenamento estarem, de momento, “em máximos históricos”, mas a manutenção dos níveis de poupança de gás é “necessária” para manter as atuais condições de mercado – preços mais baixos do gás e menos volatilidade.

A Comissão calcula que entre agosto de 2022 e janeiro deste ano as medidas implementadas pelos países do bloco tenham resultado em poupanças de 19%, equivalentes a 41,5 mil milhões de metros cúbicos de gás.

Apesar de serem mantidas as linhas guia, aperta a documentação exigida: em vez de relatórios bimensais, a comissão espera receber todos os meses informação dos Estados membros sobre a respetiva procura de gás.

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Navigator recupera área de 110 hectares no Parque Natural do Tejo Internacional

  • Lusa
  • 20 Março 2023

O grupo 'The Navigator Company' vai proceder ao restauro ecológico de uma área de 110 hectares, em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, situada no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI).

O grupo ‘The Navigator Company’ vai proceder ao restauro ecológico de uma área de 110 hectares, em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, situada no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI). “Recuperar solos pobres e plantar espécies autóctones adaptadas às condições de relevo, clima e solos do Tejo Internacional são duas das múltiplas atividades do projeto Zambujo reCover, que vão ajudar ao restauro ecológico de mais de 150 hectares do Zambujo, propriedade florestal localizada junto à fronteira com Espanha“, explicou este grupo empresarial.

A iniciativa Zambujo reCover tem como objetivo aumentar o valor ambiental dos habitats florestais naturais e seminaturais na propriedade da Navigator localizada em Idanha-a-Nova, em pleno PNTI e na Zona de Proteção Especial do Tejo Internacional, Erges e Ponsul, área classificada como Rede Natura 2000.

O restauro ecológico na propriedade do Zambujo equivale a cerca de 150 campos de futebol. O projeto deu os seus primeiros passos ainda em 2022, mas é em 2023 que decorre a maior parte das intervenções no terreno.

Citado no documento, Nuno Rico, o responsável pela Conservação da Biodiversidade na ‘The Navigator Company’, afirmou que vão ser plantadas espécies de árvores adaptadas à aridez e seca, que se têm intensificado naquela zona do país, com destaque para a azinheira (Quercus rotundifolia).

Esta propriedade estava já identificada pela ‘The Navigator Company’ como tendo várias Áreas de Alto Valor de Conservação, por integrar vários habitats protegidos, que se encontram em estado favorável, e por ter escarpas cobertas de vegetação que proporcionam um importante serviço ambiental, a retenção do solo“, referiu.

Para além da plantação de árvores autóctones, e do adensamento de azinhais já existentes, serão desenvolvidas ações experimentais prévias com vista à melhoria da qualidade dos solos e minimização do risco de erosão, que serão posteriormente objeto de estudo com vista a identificação de boas práticas.

As atividades são planeadas de modo a não interferirem com os ritmos das várias espécies de fauna presentes no Zambujo, incluindo aves protegidas que aqui se refugiam, alimentam e nidificam.

Promovida pela The Navigator Company em parceria com o RAIZ — Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a iniciativa tem um orçamento global de 225.774,79 euros e é financiada pelo Programa COMPETE 2020 no âmbito da medida “Apoio à transição climática/Resiliência dos territórios face ao risco: Combate à desertificação através da rearborização e de ações que promovam o aumento da fixação de carbono e de nutrientes no solo”.

O grupo empresarial dedica-se ao fabrico e comercialização de papel em Portugal e é dono de uma grande área florestal.

No distrito de Castelo Branco, além de propriedades florestais, tem em Vila Velha de Ródão uma unidade industrial dedicada à produção de papel Tissue.

Esta fábrica de Tissue é a mais eficiente da Península Ibérica e a segunda na Europa, ligada por pipeline ao produtor de pasta de papel, facto que se traduz na redução dos impactos ambientais e em ganhos de economia e eficácia do processo.

É uma fábrica construída de raiz, que integra linhas de transformação e duas modernas e sofisticadas máquinas de produção de papel Tissue, construídas em 2009 e 2015, respetivamente, com uma capacidade produtiva comum de 60.000 toneladas.

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Tumulto nos bancos atira bitcoin para máximo de nove meses

Apesar dos riscos, criptomoedas estão a contrariar a tendência dos mercados financeiros, pelo menos por agora. Bitcoin acelerou recuperação e já negoceia ao preço mais alto dos últimos nove meses.

A turbulência na banca tem estado a animar o mercado das criptomoedas. A mais popular de todas, a bitcoin, troca de mãos esta segunda-feira a preços que não eram vistos desde junho do ano passado, isto é, um máximo de nove meses. O valor ronda os 28 mil dólares (26 mil euros), apesar do sentimento negativo que se instalou nos mercados regulados e dos potenciais efeitos secundários que uma crise financeira poderia provocar nos criptoativos.

Os últimos dias foram marcados pelo colapso de dois bancos norte-americanos, o banco Silicon Valley (SVB) e o Signature. As ondas de choque cruzaram o Atlântico e deixaram o europeu Credit Suisse em maus lençóis. Com o banco suíço a perder depósitos a uma velocidade crítica, o banco UBS aceitou comprar o rival por mais de três mil milhões de euros neste domingo, num negócio que teve a bênção do Banco Nacional Suíço e do Governo desse país.

Os investidores ainda estão a digerir os recentes acontecimentos no setor bancário, que acordaram o fantasma da crise financeira e estão a propalar o preço a que se transacionam criptomoedas em dólares e euros nas principais corretoras. De acordo com a plataforma de preços CoinMarketCap, o valor da bitcoin já engordou quase 30% nos últimos sete dias.

Para Tony Sycamore, analista da IG Markets, a valorização da bitcoin, tendência transversal às principais criptomoedas, “é o resultado da crise bancária” e dá-se numa altura em que os mercados obrigacionistas incorporam possíveis “cortes nos juros na segunda metade de 2023”, afirmou, citado pela Reuters.

A bitcoin tem agora um valor de mercado de 547 mil milhões de dólares, aproximadamente, representando a fatia de leão do valor de mercado de 1,2 biliões de dólares (trillions, em inglês) das quase 23 mil criptomoedas seguidas pela CoinMarketCap. Depois de o valor da bitcoin ter afundado no ano passado, a criptomoeda já disparou mais de 70% desde 1 de janeiro de 2023.

Bitcoin recupera mais de 70% desde janeiro

Fonte: CoinMarketCap

Olhando para outras criptomoedas, o Ethereum, a segunda criptomoeda mais popular, negoceia perto dos 1.800 dólares (mais de 1.600 euros), tendo acumulado um ganho de 13% nas últimas sete sessões e recuperando quase 50% do valor desde o princípio do ano.

Criptos expostas a riscos

Os cripto investidores estarão particularmente atentos para perceber se este rally das criptos tem sustento. Durante o ano passado, o valor das criptomoedas foi duramente castigado, tal como a generalidade dos ativos de risco. Nesta altura, porém, a subida acontece num momento em que os mercados financeiros regulados estão sob pressão do pessimismo e dos receios em torno da estabilidade do sistema financeiro.

No entanto, há importantes sinais a ter em conta. Antes da queda do SVB em meados deste mês de março, o pequeno banco de criptomoedas Silvergate entrou em liquidação “à luz dos desenvolvimentos recentes na indústria e na regulação”. Segundo a CNBC, a falida corretora cripto FTX era um dos principais clientes deste banco, que tinha 11 mil milhões de dólares em ativos (em comparação com os 114 mil milhões do Signature, que também era considerado um banco amigo das criptomoedas).

Além disso, são imprevisíveis as consequências das ondas de choque que a turbulência nos mercados e na banca pode vir a ter nas criptomoedas, provavelmente, um dos ativos de maior risco.

No fim de semana depois do colapso do SVB, uma importante “criptomoeda estável” (stablecoin) desenhada para imitar o valor do dólar (1 USDC = 1 USD) afundou para cerca de 0,9 dólares, depois de a empresa responsável, a Circle, ter revelado que tinha 3,3 mil milhões de dólares bloqueados nesse banco. O valor entretanto recuperou na totalidade depois de a Circle ter assegurado que conseguiu reaver o dinheiro, segundo a mesma estação televisiva.

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