5 coisas que vão marcar o dia

Montenegro apresenta a Marcelo a composição do Governo. Serão conhecidos dados sobre a inflação, turismo, bem como dos empréstimos e depósitos bancários. DGO divulga execução orçamental.

Esta quinta-feira, o presidente do PSD apresenta ao Chefe de Estado a composição do Governo. Serão conhecidos dados económicos relevantes: o Instituto Nacional de Estatística divulga as estatísticas provisórias sobre a taxa de inflação e a atividade turística, enquanto o Banco de Portugal dá a conhecer a evolução dos empréstimos e depósitos bancários. O dia será ainda marcado pela divulgação da execução orçamental até fevereiro.

Montenegro apresenta Governo

O presidente do PSD apresenta esta quinta-feira ao Presidente da República a orgânica e composição do XXIV Governo Constitucional. Luís Montenegro foi indigitado primeiro-ministro na madrugada da passada quinta-feira, dia 21 de março, depois de serem conhecidos os votos da emigração que acabaram por confirmar a vantagem de dois deputados da Aliança Democrática sobre o PS nos resultados globais. A tomada de posse está prevista para a próxima quarta-feira, dia 2 de abril.

INE publica dados da inflação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os dados provisórios relativos ao índice de preços no consumidor referentes a março. Em fevereiro, a taxa de inflação homóloga abrandou para 2,1%, retomando a trajetória decrescente, após uma breve aceleração no arranque do ano.

Como evoluiu o turismo em fevereiro?

O INE vai também publicar os dados provisórios relativos à atividade turística referentes a fevereiro. Em janeiro, o número de hóspedes em alojamento turístico subiu 1,8, face a janeiro de 2023, para 1,5 milhões, enquanto o número de dormidas recuou no mesmo período 0,1%, para 3,5 milhões de euros. Serão ainda conhecidos dados finais sobre as rendas da habitação ao nível local no conjunto de 2023.

BdP divulga dados sobre os empréstimos

O Banco de Portugal (BdP) divulga os dados sobre os empréstimos e depósitos bancários referentes ao mês de fevereiro. No arranque do ano, os depósitos a prazo superaram a barreira dos 100 mil milhões de euros, o que aconteceu pela primeira vez desde dezembro de 2015. Ou seja, em cerca de oito anos.

Como evoluem as contas públicas?

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) vai divulgar a síntese de execução orçamental até fevereiro. Em janeiro, o saldo orçamental encolheu em 934 milhões de euros para 1.177 milhões face ao mesmo mês de 2023, devido ao aumento da despesa e redução da receita fiscal, nomeadamente em impostos indiretos.

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Um quinto dos jovens que trabalham por conta própria dependem de um único cliente

Jovens que trabalham por conta própria estão mais expostos a dependência económica e organizacional do que colegas mais velhos. Um quinto têm só um cliente ou, tendo vários, um é dominante.

É mais frequente os jovens, que trabalham por conta própria, estarem dependentes de um único cliente do que os profissionais mais velhos. De acordo com os dados divulgados esta semana, um quinto dos portugueses com menos de 35 anos que trabalham de forma independente tinham apenas um cliente ou, tendo vários, um deles garantia-lhes, pelo menos, 75% dos rendimentos.

Vamos por partes. No total, no último ano havia 92,4 mil jovens (pessoas com 16 a 34 anos) a trabalhar por conta própria em Portugal. Desses, quase oito em cada dez tinham vários clientes e, portanto, não estavam economicamente dependentes de nenhuma entidade contratante.

No entanto, quase 21% dos jovens independentes estavam na situação inversa, isto é, tinham apenas um cliente ou, tendo dois ou mais, um deles era dominante. Em causa estão 19 mil indivíduos, revelam os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nas várias faixas etárias, é entre os jovens que a dependência económica é mais frequente, em termos relativos (peso de pessoas nessa situação no total de trabalhadores por conta própria com essa idade).

Quase 21% dos trabalhadores independentes jovens em dependência económica

Fonte: INE

Assim, enquanto um quinto dos menores de 35 anos estavam nessa situação, só 10,8% dos trabalhadores independentes com 35 a 64 anos estavam em dependência económica. E entre os mais velhos (65 a 89 anos), a fatia era de 14,3%.

Aliás, o peso da dependência económica registada entre os trabalhadores por conta própria jovens era mesmo superior à média apurada para o conjunto do mercado de trabalho (12,6%).

E também é entre os jovens que a dependência organizacional era mais frequente, isto é, era entre os trabalhadores mais novos que era maior a fatia de situações em que os clientes determinam o horário de trabalho.

Quase 16% dos jovens por conta própria veem horários determinados por clientes

Fonte: INE

Em concreto, enquanto 15,5% dos trabalhadores dos 16 aos 34 anos estavam em dependência organizacional face aos seus clientes, 12,4% dos trabalhadores dos 35 aos 64 anos estavam nessa situação e 8,6% dos trabalhadores dos 65 anos 89 anos.

Em declarações ao ECO, Frederico Cantante, professor universitário e investigador no CoLabor, sublinha que os dados da dependência dos jovens não são surpreendentes, já que, em geral, é entre esses trabalhadores que os níveis de precariedade são mais elevados.

O especialista exemplifica, dizendo que, considerando as formas “clássicas de precariedade”, a incidência de contratos a termo entre os mais jovens supera a registada nos demais grupos etárias. “Interpreto este resultado [dos trabalhadores por conta própria] quase como uma analogia“.

Frederico Cantante assinala, além disso, que Portugal compara mal com os demais países, no que diz respeito à precariedade, sendo que, considerando apenas os jovens, “compara ainda pior”, atira.

A explicar este cenário, identifica, está a lei laboral, que “é permissiva” em certos casos, mas também o perfil da economia, com elevado protagonismo de setores (como o turismo) onde os contratos a termo são mais frequentes.

Dependência económica mais frequente na agricultura

Menos de 54 mil trabalhadores por conta própria atuam no setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, mas mais de 44% (53,6 mil indivíduos) têm só um cliente ou, tendo vários, há um que domina, no que diz respeito aos rendimentos que gere. Este é o setor onde a dependência económica é mais frequente entre os trabalhadores por conta própria.

Em contraste, nos serviços, quase 485 mil trabalhadores fazem-no de forma independente, mas só 8,7% (42,2 mil indivíduos) estão em dependência económica, sendo o setor onde essa situação é menos frequente, em termos relativos.

E na indústria? No total, há 160,5 mil indivíduos a trabalhar por conta própria, dos quais 22 mil em dependência económica. É o equivalente a 13,7%, mostram os dados publicados pelo INE.

Quanto às habilitações literárias onde a dependência económica é mais frequente, há que notar que quem completou o ensino secundário ou pós secundário está em destaque. Cerca de 14,2% dos trabalhadores por conta própria com estas habilitações tinham apenas um cliente ou, tendo vários, um era dominante.

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Custo extra de 79 milhões com acordos laborais ditou prejuízos na TAP

A companhia aérea só registou no último trimestre os custos já incorridos com os novos acordos laborais. Contas entre outubro e dezembro tiveram saldo negativo.

Luís Rodrigues, CEO da TAP. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

A TAP transportou mais passageiros e teve mais receitas no quarto trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o resultado líquido teve o comportamento oposto. De lucros de 156,4 milhões de euros em 2023, a companhia passou para um prejuízo de 26,2 milhões. Boa parte da explicação está nos custos extraordinários decorrentes dos novos acordos coletivos assinados pela nova administração com os sindicatos.

A companhia aérea registou nas contas do quarto trimestre custos extraordinários com pessoal de 54 milhões, que justifica com os novos acordos de empresa, a que somam 25 milhões em custos com pessoal relativos a outros trimestres. Ao todo são 79 milhões de euros que pesaram nesta rubrica, que aumentou 148% entre 2022 e 2023, somando 270,4 milhões.

Foi ainda com a anterior CEO, Christine Ourmiéres-Widener, que começaram a ser negociados os novos acordos de empresa para substituir os acordos temporários de emergência assinados durante a pandemia, que impuseram despedimentos e cortes salariais que, de resto, ainda vigoraram em 2022.

Seria já a gestão liderada por Luís Rodrigues a fechar novos acordos de empresa com pilotos, tripulantes, pessoal de terra, técnicos de manutenção e outras categorias profissionais da companhia aérea. Em alguns casos, as compensações foram pagas como adiantamento, mas só este trimestre entraram nas contas dado que só foram assinados entre outubro e dezembro. A exceção foram os pilotos, cujo entendimento foi fechado em agosto.

Aquele custo extraordinário inclui também a provisão de compensações futuras. Por exemplo, o pessoal de terra só em abril receberá os aumentos acordados, com retroativos a julho.

O aumento do encargo com salários colocou a companhia em incumprimento do limite previsto no plano de reestruturação aprovado por Bruxelas. O que levou mesmo Fernando Medina a chamar ao ministério das Finanças a gestão liderada por Luís Rodrigues para corrigir a rota, como avançou o ECO. Isso mesmo foi confirmado esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, afirmando que foram dadas “as devidas instruções à administração para que a gestão da TAP se adeque aos compromissos assumidos no plano de reestruturação”.

Estes não foram, no entanto, os únicos custos a subir e a ditar um resultado operacional negativo de 27,2 milhões nos últimos três meses de 2023. Os custos operacionais de tráfego aumentaram 24,9% para 220,9 milhões e os encargos com manutenção dispararam 88% para 15,5 milhões. Só os custos com combustível desceram (9,2%).

O aumento dos gastos operacionais, que superaram as receitas, ditaram um prejuízo operacional de 27,2 milhões, que acabaria por levar a perdas de 26,2 milhões no trimestre. Em 2022, o resultado operacional tinha sido de 122,7 milhões e as contas ainda beneficiaram de um ganho cambial de 25,6 milhões.

Os novos acordos coletivos permitiram garantir a paz social na empresa e motivar os trabalhadores, mas os custos vão continuar a pressionar a rentabilidade em 2024. Estes encargos somaram 906,5 milhões no conjunto de 2023, mais 29,7% do que em 2022. Ficaram ainda 33,6% acima dos 678,6 milhões de 2019.

A administração abriu novas negociações com os sindicatos de forma a baixar os custos e cumprir os limites do plano de reestruturação, tendo já chegado a um entendimento com os pilotos.

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Luz Saúde dá bónus de quatro milhões à gestão se IPO for bem-sucedido

Luz Saúde vai pagar um bónus de 4,12 milhões de euros em dinheiro e ações à comissão executiva se for bem-sucedido no regresso à bolsa de Lisboa.

A Luz Saúde vai pagar um bónus de até 4,12 milhões de euros aos membros da comissão executiva liderada por Isabel Vaz se for bem-sucedida a oferta pública inicial (IPO) que deverá acontecer ainda este ano, e que marcará o regresso do grupo de saúde à bolsa de Lisboa.

Com o designado “bónus de IPO”, a Luz Saúde pretende “motivar e reter” os membros da comissão executiva “pela sua contribuição para o processo de IPO” e “incentivar o seu alinhamento com o interesse dos acionistas, estando o pagamento ligado à permanência” na empresa, de acordo com a proposta apresentada pela comissão de remunerações, que será votada na assembleia geral de acionistas marcada para 4 de abril.

O prémio, cujo montante a pagar será definido com base no cumprimento de “determinadas métricas relacionadas com o IPO”, poderá ser alargado a outros membros do conselho de administração e ainda a outros colaboradores, refere a mesma proposta.

Metade do “bónus de IPO” será pago em dinheiro no prazo de 15 dias após a Luz Saúde começar a negociar na bolsa, que se prevê que ocorra ainda na primeira metade deste ano. Outra metade será paga em ações do grupo, tendo como preço de referência o preço do IPO e ao longo de três anos: 1/3 das ações ao fim de cada ano.

Quem violar o código de conduta interno ou outro regulamento interno poderá ver o seu “bónus de IPO” reduzido ou mesmo retirado.

A Luz Saúde vai mudar a sua política de remunerações com vista ao regresso em bolsa, tendo em conta que a atual se encontrará desajustada em relação às atuais normas do Código de Valores Mobiliários. Para proceder a esta revisão a comissão de remunerações recorreu à ajuda da consultora WTW.

Luz Saúde adota regras de governação do mercado

Outra das propostas que será votada na assembleia geral (e que também está relacionada com o IPO) visa a adoção do Código de Governo das Sociedades do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG).

O código do IPCG entrou em vigor em 2018 e estabelece as regras de boas práticas de gestão das empresas cotadas numa lógica de autorregulação, depois de ter substituído o código da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta proposta está condicionada à admissão das ações do grupo na bolsa de Lisboa.

No final do ano passado, quando aprovou os planos do IPO, que prevê um aumento de capital e uma oferta de ações a um grupo de investidores institucionais portugueses e estrangeiros, a Luz Saúde reforçou a sua administração com mais mulheres e trocou de auditor para cumprir as regras do mercado de capitais.

Lucros de 31 milhões antes do IPO

A Luz Saúde é detida em 99,85% pela Fidelidade, sendo que a seguradora é controlada pela Fosun (85%) e pela Caixa Geral de Depósitos (15%).

A seguradora tem vindo a preparar o IPO da Luz Saúde ao longo do último ano. Quer vender uma posição minoritária, devendo alienar entre 30% a 45% do capital, com a expectativa de obter uma avaliação de mais de mil milhões de euros para o grupo que tem 28 unidades hospitalares e clínicas e perto de 14 mil funcionários em Portugal.

Nestes moldes, perspetiva-se o maior IPO em dez anos com o regresso da Luz Saúde à bolsa, de onde havia saído em 2018.

A Luz Saúde fechou o ano passado com lucros de 31,3 milhões de euros, o que representa uma subida de 16,4% em comparação com o resultado obtido em 2022. Faturou 666,9 milhões de euros, mais 11,3%.

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Prestação da casa alivia em abril apesar da subida das Euribor

A prestação da casa vai aliviar em abril para quem tem o empréstimo associado à Euribor a três ou seis meses. Utilize a calculadora do ECO para saber quanto vai pagar ao banco no próximo mês.

Apesar da ligeira subida das taxas Euribor em março, a prestação deverá cair novamente no próximo mês. Ainda assim, apenas beneficiará de um alívio na fatura da casa quem tem o seu empréstimo associado ao indexante a três ou seis meses e verá as condições do contrato revistas pelo banco.

De acordo com as simulações realizadas pelo ECO, as famílias poderão contar com uma redução da prestação da casa entre os 82 cêntimos (em contratos com a Euribor a três meses) e os 11,80 euros (Euribor a seis meses) para financiamentos de 150 mil euros a 30 anos e com spread de 1%.

Para os contratos indexados à Euribor a 12 meses ainda não é desta que poderão registar um alívio na carteira: a prestação terá um agravamento 6,57 euros no próximo mês, tratando-se do menor aumento desde fevereiro de 2022 (início da guerra na Ucrânia).

Estas contas dizem respeito aos contratos com taxa variável (e taxa mista também), que representam cerca de 90% do total do mercado em Portugal. Quem tem taxa fixa está imune aos altos e baixos das Euribor, as taxas interbancárias que são usadas com indexantes nos empréstimos da casa e que durante este mês de março tiveram comportamentos divergentes.

Enquanto a Euribor no prazo a seis meses baixou em termos médios face a fevereiro, esta taxa agravou nos prazos a três meses e 12 meses, de acordo com os dados relativos até esta quarta-feira, dia 27. O impacto da evolução das Euribor no valor da prestação da casa será maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida.

Evolução das Euribor desde janeiro de 2022

Fonte: Reuters

Os últimos anos ficaram marcados por uma forte subida dos encargos das famílias com os empréstimos à habitação. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a prestação média da casa disparou quase 35% no ano passado. E só agora começa a dar sinais de alívio perante a expectativa geral de que o Banco Central Europeu (BCE) vai começar a baixar as suas taxas de referência e que guiam todo o mercado.

Na última reunião de política monetária realizada no início deste não houve alterações nestas taxas que escalaram 450 pontos base (4,5%) no espaço de menos de dois anos. As primeiras descidas poderão surgir até ao verão, tendo em conta o desagravamento das pressões inflacionistas.

A inflação na Zona Euro baixou para 2,6% em fevereiro e deverá ficar nos 2,3% este ano, de acordo com as últimas projeções do banco central.

Vamos às contas com base num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 798,37 euros, menos 0,91 euros (-0,11%) relativamente à prestação que pagava desde janeiro;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 795,82 euros, uma descida de 12,16 euros (-1,5%) em relação à prestação que pagava desde outubro;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para 779,76 euros, mais 6,57 euros (+0,85%) face à prestação que pagou no último ano.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a mais ou a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

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Excedente “perigoso” sobe pressão para aumentos salariais e agrava risco de desequilíbrio orçamental. Montenegro apresenta hoje novo Governo

O saldo de 3,2 mil milhões, maior do que o previsto, vai inflamar a contestação social e a oposição caso o Governo de Montenegro não ceda às exigências da Função Pública, alertam vários economistas.

O novo Governo de Luís Montenegro herda um excedente de 3,2 mil milhões de euros, o que representa 1,2% do PIB, acima do saldo orçamentado de 0,8% para 2023, uma dívida pública abaixo de 100% (99,1%) com avaliação positiva em todas as agências de rating, e um nível de desemprego relativamente baixo. Mas também há desafios que têm de ser acautelados, desde logo o superávite “virtuoso” que se pode “tornar perigoso”, porque vai aumentar a pressão para maiores aumentos salariais na Função Pública, designadamente polícias e professores, alerta o economista Carlos Lobo, especialista em Finanças Públicas, em declarações ao ECO.

“Pode ser um presente envenenado, porque vai retirar capacidade de negociação com os grupos setoriais”, realça o professor da Faculdade de Direito da Universidade Lisboa. Do mesmo modo, Pedro Braz Teixeira, economista e diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, salienta que “há o risco de um aumento significativo da despesa permanente face às exigências de aumentos salariais”.

“Todos vão querer aumentar a despesa: o Governo para ganhar reputação e a oposição para ganhar as próximas eleições”, justifica Braz Teixeira. Por outro lado, “o novo Governo deverá enfrentar maior contestação social nas ruas se não corresponder às reivindicações dos sindicatos da Função Pública”, acrescenta Carlos Lobo. Já Gonçalo Pina, professor de Economia Internacional na ESCP Business School, está mais otimista e considera que “o excedente será positivo do ponto de vista político” e “dá um pouco mais de margem de manobra para fazer acordos de salários no curto prazo”.

O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, conversa com o deputado e líder do PS, Pedro Nuno Santos, no final da eleição para o presidente da Assembleia da República, na Assembleia da República em Lisboa, 26 de março de 2024. TIAGO PETINGA/LUSATIAGO PETINGA/LUSA

O ministro das Finanças cessante, Fernando Medina, já alertou para as “pressões orçamentais futuras” com salários e pensões, aconselhando o Executivo PSD/CDS encabeçado por Luís Montenegro a manter “políticas que assegurem o equilíbrio orçamental”, defendeu esta segunda-feira, no dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que o excedente para 2023 ficou acima do projetado: 1,2% do PIB, em vez de 0,8%.

“O saldo orçamental de 2023 terá um impacto positivo na execução de 2024”, mas tal excedente “não reduz as pressões orçamentais que condicionarão as decisões financeiras futuras, e nas quais se incluem os efeitos desfasados da crise inflacionista sobre importantes rubricas de despesa, em particular sobre pensões e salários”, destacou o socialista.

Aumento da despesa permanente para o futuro

E Fernando Medina fez as contas. “A aplicação das fórmulas legais de atualização de pensões e outras prestações exigirá mais de 1,5 mil milhões de euros em despesa em 2025; e os aumentos salariais vertidos no acordo de rendimentos exigirão também um valor superior a mil milhões de euros ao Orçamento. A estes montantes junta-se o efeito das renegociações de contratos de despesa nos vários níveis da Administração Pública decorrentes do aumento de inflação”, detalhou.

Ou seja, só em pensões, subsídios e salários há já um custo estimado, para 2025, de 2,5 mil milhões de euros, que é quase 80% do excedente de 3,19 mil milhões de euros alcançado em 2023. Além disso, é preciso ter em conta que “o excedente previsto para este ano será significativamente inferior”, lembrou Braz Teixeira. Os quase 3,2 mil milhões (1,2% do PIB) vão encolher para 664 milhões de euros (0,2% do PIB), a confirmarem-se as projeções plasmadas no relatório do Orçamento do Estado para 2024. São menos 2,5 mil milhões de folga orçamental, valor correspondente à fatura com pensões, subsídios e salários mencionada por Medina.

Saúde, polícias e professores

O líder do PSD e futuro primeiro-ministro, Luís Montenegro, já sinalizou que quer avançar, assim que tomar posse, com o suplemento de risco para as polícias, que deverá custar 154 milhões de euros por ano, segundo as contas do Executivo de António Costa, com o descongelamento faseado da carreira dos professores, à razão de 20% ao ano, que terá um impacto anual de 240 milhões de euros, de acordo com o programa eleitoral da AD, e com o plano de emergência para a saúde, cuja despesa não aparece quantificada.

Para além destas medidas, “é preciso ter em conta as despesas já orçamentadas para este ano”, sublinhou esta quarta-feira o primeiro-ministro demissionário António Costa, a propósito do balanço dos seus oitos anos de governação. E acrescentou: “O IRS que vamos pagar já beneficia das alterações de escalão e, por isso, haverá menor receita do Estado, porque andou a financiar-se menos à custa de retenção mensal dos vencimentos.”

Contudo, defendeu que o equilíbrio orçamental “não é uma religião”, pelo que congratula-se por deixar o próximo Governo com “liberdade de escolha”, reconhecendo que “há sempre problemas que o Governo que sai deixa para o novo Governo resolver”. “Problemas não faltam, o novo Governo tem muito trabalho para resolver”, vincou.

Deste modo, “não é correto falar-se em ‘folga orçamental’, muito menos de ‘cofres cheios'”, defende Carlos Tavares, coordenador do Observatório de Políticas Económicas e Financeiras da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social). “É preciso não esquecer que a maioria das medidas de que se tem falado representam aumento permanente da despesa corrente, não apenas agora mas para todos os anos futuros. Por isso, as contas deverão ser muito bem feitas para que não comprometam o equilíbrio orçamental no futuro”, reforça.

O presidente do PSD, e líder da AD, Luís Montenegro, após ter sido indigitado para primeiro-ministro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, Lisboa, 20 de março de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSAMIGUEL A. LOPES/LUSA

O excedente orçamental tem, por isso, de ser visto com prudência. E tanto pode ser um fator positivo, uma vez que dá margem de manobra para a o futuro Executivo acomodar novas medidas, como também pode ser um indicador de pressão negativo, porque, num cenário de instabilidade política, com o cutelo da oposição de um lado, e o protesto nas ruas do outro, Montenegro terá menos capacidade de negociação para travar o ímpeto despesista decorrente de maiores aumentos salariais na Função Pública, que se traduzirão em custos permanentes para o futuro.

Até porque este saldo positivo “assenta em três aspetos que não são favoráveis”, revela Pedro Braz Teixeira. “É um excedente obtido à conta de uma carga fiscal em máximos, o que tem como contrapartida pedidos de todos os lados para baixar os impostos. Trata-se de um excedente obtido à custa de muita cativação, que se nota na degradação dos serviços públicos e na exigência de aumentos salariais. E, por fim, a execução do investimento público ficou muito abaixo do orçamentado, que se traduz em dificuldades para a Administração Pública”, elenca o economista.

Redução da dívida e poker de A(s) no rating

A redução da dívida pública para o patamar abaixo dos 100%, mais concretamente em 99,1% do PIB, também não deve ser visto com excesso de otimismo, segundo os economistas ouvidos pelo ECO. Ainda assim, o Ministério das Finanças salienta que “Portugal recuperou as notações de risco de patamares ‘A’ em todas as agências de rating (S&P, Moody’s, Fitch, DBRS e Scope), o que não se verificava há 13 anos”. Para Carlos Lobo é o chamado “poker de A(ses)”, que vale muitas centenas de milhões para a economia portuguesa”.

“Isto poderá permitir poupar em alguns pagamentos de juros da dívida e, como parece que as taxas de juro vão ficar elevadas algum tempo, poderá ter um contributo positivo nos orçamentos do Governo (se passarem)“, salienta Gonçalo Pina.

Portugal recuperou as notações de risco de patamares ‘A’ em todas as agências de rating (S&P, Moody’s, Fitch, DBRS e Scope), o que não se verificava há 13 anos.

Ministério das Finanças

Carlos Tavares é mais prudente na análise, considerando que “uma dívida na ordem dos 100% do PIB não pode ser motivo de satisfação ou complacência”. “Estamos 16 pontos percentuais acima da média da União Europeia – onde 21 países têm rácios inferiores -, mas sobretudo muito acima de países como a Suécia ou a Dinamarca, onde aquele rácio é da ordem dos 30% do PIB, e de muitos outros que têm valores bastante baixos”, argumenta.

Economia cresce mais e BCE deverá cortar taxas de juro a partir de junho

O crescimento da economia em 2024, que o Banco de Portugal (BdP) reviu em alta, de 1,2% do PIB para 2% do PIB, é um sinal positivo. Neste sentido, Gonçalo Pina considera que “a economia parece mais resiliente do que pensávamos”, existindo “uma margem de oportunidade maior do que se esperava para fazer algumas mudanças”.

Mas Pedro Braz Teixeira volta a colocar água na fervura: “As previsões do BdP estão um bocado inflacionadas, é preciso ter cautela”. O diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade acha que Mário Centeno está mais otimista, porque “espera que no segundo semestre o Banco Central Europeu (BCE) comece a reduzir as taxas diretoras”. Mas ainda não é líquido que tal aconteça.

A concretizar-se a redução das taxas de juro a meio do ano, esse será um dos fatores positivos para o Governo de Montenegro, uma vez que terá impactos favoráveis para as famílias com crédito à habitação, que deixam de ser onerados com taxas tão elevadas, mas também para todas as instituições, incluindo o Estado, que deixam de suportar encargos tão elevados com juros.

“Nas previsões de março, o BCE reviu em baixa o crescimento da Zona Euro e projetou também uma redução da inflação, o que dá margem para começar a cortar as taxas de juro no segundo semestre”, isto é, a partir de junho, reconhece Braz Teixeira. “Ao contrário de Alemanha e França, a maior parte dos créditos concedidos em Portugal são a taxa variável. Por isso, quando o BCE aperta as condições monetárias, Portugal sente isso de forma mais intensa, quando alivia, também somos muito mais beneficiados”, acrescenta.

Instabilidade política poderá bloquear PRR e investimentos

Atraso na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devido à instabilidade política será outro obstáculo que terá de ser ultrapassado pelo futuro Governo. Tal como o ECO já noticiou, a prioridade de Montenegro será desbloquear o pagamento dos 3,19 mil milhões de euros relativo ao quinto cheque, que está relacionado com a reforma da orgânica do Estado, que passa, nomeadamente, pela concentração de ministérios no novo edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD), extinção de dezenas de cargos dirigentes e fusão de vários serviços, com vista a gerar poupanças e ganhos de eficiência. O primeiro-ministro demissionário, António Costa, deixou prontos dois projetos de diplomas que terão de ser aprovados pelo novo Governo, tendo depois que os submeter ao escrutínio da Assembleia da República.

Como o “avanço na execução do PRR está dependente da aprovação de reformas que o Governo cessante deixou em atraso, não sei se um Governo a prazo se vai empenhar muito”, admite Braz Teixeira. “Por outro lado, esses diplomas terão de ser aprovados pelo Parlamento e, como já se viu, se Chega e PS chumbarem, não passam. Ou seja, há risco de perda de fundos europeus se as reformas não forem viabilizadas”, vaticina.

Por isso, a “instabilidade política” é outra das pedras na engrenagem do motor de Montenegro, indicam Gonçalo Pina, professor de Economia Internacional na ESCP Business School, e Pedro Braz Teixeira. “A incerteza sobre se este Governo vai durar seis meses ou mais vai deixar os investidores à espera para ver o que acontece, ou seja, o investimento pode parar, até porque muitos projetos dependem de apoios governamentais”, explica Braz Teixeira.

O Ministério das Finanças destaca ainda que o próximo Executivo terá de acautelar despesa com “crescentes exigências de investimento público para financiar as transições ambiental, digital e de segurança externa, num contexto de uma previsível redução de financiamento europeu com a conclusão do Plano de Recuperação e Resiliência em 2026“.

Alemanha em recessão e guerras

O contexto internacional, pouco discutido na campanha eleitoral, também não é favorável ao Governo de Montenegro. “O abrandamento da União Europeia e da China são preocupantes”, assinala Gonçalo Pina. Alinhando pelo mesmo diapasão, Carlos Lobo salienta que, “em termos internacionais, o panorama não é bom, com a Alemanha em recessão”. “Quando a Alemanha se constipa, toda a economia europeia tem uma gripe. E, por isso, os bancos centrais estão com receio de baixar os juros“, sublinha.

A interferência do “poder judiciário em projetos de investimento” também é visto por Carlos Lobo com “preocupação”. “Há uma desestruturação ao nível da separação de poderes. O poder judiciário tem impugnado projetos de hidrogénio e lítio, intromete-se na ação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), numa vertente legalista, prejudicando os investimentos no país e grandes infraestruturas”, critica, lembrando que “este enquadramento terá impacto em grandes infraestruturas como o novo aeroporto de Lisboa, as travessias sobre o Tejo e a Alta Velocidade“.

O antigo dirigente do PSD, Luís Marques Mendes, acrescenta, ainda, como fatores de pressão negativos para o Governo de Montenegro: “a instabilidade internacional (guerras na Ucrânia e Médio Oriente); os riscos das eleições presidenciais nos EUA; o surto de greves que seguramente a CGTP vai desencadear; e as novas regras europeias em matéria de redução da dívida”, afirmou no seu espaço de comentário televisivo na SIC.

Entre os sinais positivos, estão “o recuo da inflação, o maior crescimento do PIB, a redução gradual das taxas de juro, o desemprego baixo e alguma folga orçamental”, indicou Marques Mendes.

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Portugal volta ao índice dos países com melhor rating da dívida em novembro

  • ECO
  • 27 Março 2024

O país cumpre agora "todos os três critérios de elegibilidade – dimensão de mercados, classificação de crédito e nível mínimo de acessibilidade ao mercado", indica o London Stock Exchange Group.

Portugal vai regressar ao índice obrigacionista FTSE World Government Bond Index (WGBI) em novembro de 2024, depois de mais de uma década de ausência. O país cumpre “todos os três critérios de elegibilidade – dimensão de mercados, classificação de crédito e nível mínimo de acessibilidade ao mercado”, indica um comunicado do London Stock Exchange Group, divulgado esta quarta-feira, após o fecho de Wall Street.

Os títulos de dívida soberana passam assim, em novembro, a cotar no WGBI, juntando-se a um conjunto de outros 20 países que fazem parte deste índice de dívida soberana com mais de 30 anos. Portugal vai representar “0,61% do FTSE WGBI, com base numa ponderação do valor de mercado”, acrescenta a nota.

No início deste mês, a subida da notação da dívida portuguesa para A- pela Standard & Poor’s (S&P) garantiu que o país ficasse na primeira divisão dos ratings, com uma classificação ‘A’ nas principais agências financeiras, um passo essencial para integrar este índice.

A entrada no FTSE WGBI permite, à partida, que o país capte novos, e mais exigentes, investidores para a dívida soberana. Os juros da dívida portuguesa estavam esta quarta-feira a descer a dois, a cinco e a 10 anos, abaixo de 3% nos três prazos e alinhados com os de Espanha, Grécia, Irlanda e Itália.

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É oficial. Marcelo convoca eleições na Madeira para 26 de maio

  • Ana Petronilho
  • 27 Março 2024

Presidente da República dissolve a Assembleia Regional da Madeira e marca eleições para 26 de maio. Decisão dos conselheiros não foi unânime.

O Presidente da República anunciou a dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira depois de ter ouvido o Conselho de Estado e os nove partidos com representação política no parlamento da Madeira. Oito meses depois das últimas eleições legislativas regionais, os madeirenses são convocados novamente para ir às urnas no próximo dia 26 de maio, antes das europeias marcadas para 9 de junho.

“O Presidente da República decidiu assim dissolver a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e marcar as eleições para o dia 26 de maio de 2024, tendo assinado o respetivo Decreto, imediatamente referendado pelo Primeiro-Ministro em exercício”, lê-se na nota publicada no site da Presidência.

Uma decisão que foi tomada “por maioria dos votantes”, tendo merecido, por exemplo, a oposição de Miguel Albuquerque que à saída da audiência com o Presidente da República, antes da reunião do Conselho de Estado, fez saber que preferia evitar nova ida às urnas. Para o líder do PSD regional “neste momento há um quadro de estabilidade parlamentar na Madeira e que permite a continuação do Governo”.

Entre os 18 conselheiros apenas a maestrina Joana Carneiro esteve ausente da reunião por se encontrar fora do país.António Costa, primeiro-ministro cessante, foi substituído por Mariana Vieira da Silva, por estar à hora da reunião a receber Luís Montenegro, primeiro-ministro indigitado, em São Bento.

Antes da reunião do Conselho de Estado, durante a tarde, o chefe de Estado ouviu os partidos e tanto o PS como o PSD Madeira tinham dito que a convocação de novas eleições seria a intenção de Marcelo Rebelo de Sousa. E entre os nove partidos com assento no parlamento da Madeira, apenas o PSD e o CDS que em coligação venceram com maioria relativa as últimas eleições, realizadas a 24 de setembro de 2023, se opõem a uma nova ida às urnas.

“Nós neste campo estamos em sintonia com o senhor Presidente da República, seja nas razões seja nas decisões. O senhor Presidente da República transmitiu-nos a sua intenção de dissolver a Assembleia Regional e de convocar eleições para 26 de maio. Saímos daqui satisfeitos, estamos prontos para o combate em defesa dos madeirenses e dos portosantenses”, disse o socialista Paulo Cafôfo, no Palácio de Belém, à saída da audiência com o chefe de Estado.

Já o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, assegurou que o partido “não tem medo de enfrentar novas eleições”, mas entende que a “atual maioria foi ratificada nos últimos seis meses”, não vendo, por isso, necessidade de novas eleições legislativas regionais.

Para segurar esta maioria, Miguel Albuquerque assume que não tem “linhas vermelhas em relação a nenhum partido político” e que é “evidente” que o PSD Madeira tem “de ter a capacidade de estabelecer pontes de diálogo com todos os partidos”. Ou seja, não está fora de hipótese entendimentos com o Chega na Madeira.

Questionado sobre a situação na Assembleia da República, o líder do PSD Madeira aproveitou para deixar um recado a Marcelo Rebelo de Sousa: este cenário “devia fazer pensar quem vai determinar o futuro na Madeira”, porque “a situação de instabilidade e de governo minoritário que temos na República e que temos também nos Açores não é bom para a governação, nem é bom para estabelecer o desenvolvimento e a confiança nas sociedades”, atira.

Num cenário em que vai a eleições como cabeça de lista depois de ter sido constituído arguido, Miguel Albuquerque entende que ser arguido “é um benefício para quem é investigado”, porque um “suspeito nunca se pode defender”. E o líder dos social-democratas na Madeira, desde 2014, aproveita para sublinhar que entende que “quem é investigado num processo em Portugal, não tem de se demitir dos cargos políticos, tem é de, como qualquer cidadão num Estado de Direito, ter acesso ao processo para esclarecer o que é preciso esclarecer”.

O Governo regional da Madeira está em gestão desde 29 de janeiro, depois de Miguel Albuquerque ter pedido a demissão ao representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, na sequência de buscas da PJ no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência. Processo no qual foi constituído arguido.

E depois de reunir com o chefe de Estado, em Lisboa, Ireneu Barreto anunciou que o Governo Regional iria ficar em gestão até decisão de Marcelo Rebelo de Sousa que, à data, estava impedido de usar a chamada ‘bomba atómica’ política na região. “A nomeação de um Governo Regional, que, embora tivesse eventual suporte parlamentar, não teria aquele que lhe advém do sufrágio eleitoral, e deixaria o mesmo inevitavelmente sujeito a poder vir a ser, a breve trecho, demitido no seguimento de uma dissolução da Assembleia Legislativa”, alertou Ireneu Barreto.

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Borrell defende acesso humanitário urgente e seguro a Gaza como “dever moral”

  • Lusa
  • 27 Março 2024

"Os lançamentos aéreos [de alimentos] ajudam, mas não podem substituir centenas de camiões", observou o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, sustentou esta quarta-feira que é um “dever moral” permitir a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza com urgência e segurança. “O Conselho Europeu e o Conselho de Segurança das Nações Unidas apelaram para um maior acesso humanitário urgente e seguro. Permiti-lo é um dever moral”, afirmou Borrell na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem indicou que, de acordo com a diretora executiva do Programa Alimentar Mundial (PAM), há alimentos suficientes para as pessoas que estão a morrer de fome na Faixa de Gaza armazenados e à espera para entrar através de rotas terrestres naquele enclave palestiniano. “Os lançamentos aéreos [de alimentos] ajudam, mas não podem substituir centenas de camiões”, observou Borrell.

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu pela primeira vez numa resolução um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, alvo de uma ofensiva aérea e terrestre de Israel desde 7 de outubro de 2023, em retaliação a um ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a território israelita no mesmo dia.

Sobre se a resolução do Conselho de Segurança é vinculativa (de cumprimento obrigatório para os Estados), o porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, declarou na terça-feira que todas as resoluções daquele órgão da ONU devem ser interpretadas à luz do Artigo 25.º da Carta das Nações Unidas – que estipula que todos os Estados-membros da organização “concordam aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança”, mas escusou-se a ir além disso quanto à sua interpretação do termo “vinculativo”.

Até segunda-feira, era consensual em todo o mundo que as resoluções do Conselho de Segurança da ONU são vinculativas (ao contrário das da Assembleia-Geral), embora nem sempre sejam cumpridas porque o Conselho não tem instrumentos específicos para obrigar os países a aplicá-las.

Na prática, a resolução aprovada em finais de dezembro para acelerar a entrada de ajuda humanitária em Gaza foi ignorada por Israel que, em vez de eliminar os obstáculos a essa ajuda, fez o oposto – segundo todas as agências especializadas da ONU –, sem que isso lhe tenha custado qualquer sanção ou sequer advertência do Conselho de Segurança.

A 7 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul, estando agora iminente uma ofensiva à cidade meridional de Rafah, onde se concentra mais de um milhão de deslocados.

A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou no 173.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 32.000 mortos, mais de 74.000 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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Câmara de Lisboa vai vender terreno à junta de Benfica para habitação financiada pelo PRR

  • Lusa
  • 27 Março 2024

A proposta, que ainda tem de ser submetida a votação da assembleia municipal, prevê a alienação de um terreno com a área total de 2.677 metros quadrados, na Estrada do Calhariz, por 1,8 milhões.

A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira a alienação de um terreno municipal em Benfica à junta de freguesia, pelo valor de 1,8 milhões de euros, que será financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para habitação acessível.

Em reunião pública do executivo municipal, a proposta subscrita pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), foi aprovada por maioria, com a abstenção do PCP e os votos a favor dos restantes, nomeadamente da liderança PSD/CDS-PP, PS, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pelo PS/Livre), Livre e BE.

A proposta, que ainda tem de ser submetida a votação da assembleia municipal, prevê a alienação de uma parcela de terreno municipal, com a área total de 2.677 metros quadrados (m2), na Estrada do Calhariz de Benfica, pelo valor de 1.800.500 euros, à Junta de Freguesia de Benfica, presidida por Ricardo Marques (PS). Em causa está a construção de 50 fogos de habitação acessível naquele terreno, projeto apresentado pela Junta de Freguesia de Benfica, que apresentou candidatura ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para acesso a financiamento do PRR.

“É uma excelente oportunidade de fazer mais habitação”, afirmou Carlos Moedas, na apresentação da proposta. A vereadora do PS Inês Drummond disse que a proposta “peca um pouco por tardia”, porque o prazo limite das candidaturas do PRR para aquisição, construção e requalificação de fogos de habitação termina daqui a quatro dias, em 31 de março (domingo), referindo que as negociações entre a junta e a câmara ocorrem há quase um ano.

A socialista indicou que a Junta de Freguesia de Benfica tem “alguma experiência” com candidaturas a PRR, inclusive com um projeto de construção de alojamento estudantil, com 120 camas, no valor de 4,1 milhões de euros. “Lisboa está em risco de perder 70 milhões de euros de PRR”, alertou a vereadora do PS, lamentando a ausência de propostas da câmara para aquisição de imóveis para aumentar a oferta de habitação, investimento que seria assegurado com fundos europeus, em que se estimava a compra de cerca de 300 casas.

Em resposta, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), assegurou que, “até 31 de março, a câmara vai candidatar os 420 milhões que se tinha proposto do PRR”, explicando que a verba de 70 milhões prevista para aquisição de imóveis vai transitar para a reabilitação do património municipal e ressalvando que falta saber a posição do IHRU. “Desde novembro que o IHRU não dá resposta às candidaturas […]. Qualquer coisa se passa no IHRU”, alertou Filipa Roseta, avisando que a falta de resposta pode pôr em causa a execução dos projetos até 2026.

A vereadora do PS justificou o atraso na resposta do IHRU com a crise política que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa (PS), e à realização de eleições legislativas antecipadas, que resultaram na vitória da candidatura encabeçada por Luís Montenegro (PSD). Inês Drummond considerou ainda que a transição de verba para a reabilitação em vez de aquisição de património representa “falta de ambição”, em que a câmara perde a oportunidade ter mais habitação, pedindo ainda a Carlos Moedas que “faça justiça ao PS” sobre as 1.700 chaves de casas entregues neste mandato, das quais “1.050 eram obras que o PS lhe deixou”.

Sobre a necessidade de apoiar a junta no valor que não será suportado pelo PRR, uma vez que a candidatura aprovada é de 1,6 milhões, ficando a faltar 200 mil euros para a compra do terreno, o presidente da câmara manifestou disponibilidade para “acertar contas” com o presidente da junta, assegurando que esse não será um obstáculo na concretização do projeto de habitação acessível em Benfica.

Justificando a abstenção, o vereador do PCP João Ferreira ressalvou que a resposta à crise de habitação deve “admitir uma multiplicidade de soluções”, mas manifestou dúvidas sobre a participação das juntas de freguesia na gestão de património habitacional.

O executivo da Câmara de Lisboa é composto por 17 membros, dos quais sete eleitos da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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TAP é mais rentável, mas está mais endividada do que gigantes europeias

Companhia portuguesa foi mais rentável que concorrentes em 2023, mas os resultados do quarto trimestre lançam dúvidas sobre continuação da tendência.

Recorde. A palavra une os resultados das principais companhias aéreas europeias em 2023, marcado por lucros inéditos. A TAP não foi exceção, apresentando esta quarta-feira um resultado líquido de 177,3 milhões. O que não significa que tenham todas a mesma rentabilidade ou a mesma situação financeira. Há indicadores onde a companhia portuguesa se destaca pela positiva e outros onde fica aquém da concorrência.

Se os lucros da TAP são pálidos quando comparados com gigantes como a IAG (dona da British Airways ou Iberia), a Lufthansa ou a Air France – KLM, a rentabilidade do negócio em 2023 foi genericamente melhor na transportadora portuguesa.

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Olhando para o rácio entre os resultados alcançados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) e a receita gerada, a TAP teve a melhor margem EBITDA, com este rácio a situar-se nos 19,8% — apesar de registar uma ligeira quebra face aos 22,3% do ano anterior, devido ao aumento dos custos, em particular com pessoal. A IAG é a que mais se aproxima (18,9%), ficando a Air France – KLM e a Lufthansa mais distantes.

Um ponto a favor da transportadora aérea portuguesa, tendo em conta que todas aquelas concorrentes já manifestaram interesse numa privatização da companhia bandeira, que a Aliança Democrática pretende concretizar no novo Governo.

Considerando a margem operacional, a IAG é a mais rentável (11,9%), seguida pela TAP (8,2%), que mais uma vez bate a Air France – KLM e a Lufthansa. A TAP fica, no entanto, abaixo da média das pares (5,3%) no que toca à capacidade de converter receitas em lucros, com uma margem bruta líquida de 4,22%.

A dinâmica do quarto trimestre deixa dúvidas sobre se a TAP continuará a apresentar margens acima das concorrentes. A margem EBITDA recorrente entre outubro e dezembro foi de apenas 11,3% e a margem operacional foi negativa em 2,6%. Mas esta realidade não é exclusiva da empresa portuguesa. Todas as outras grandes companhias aéreas também registaram uma queda das suas margens no último trimestre do ano.

A Lufthansa, por exemplo, passou de uma margem EBITDA de 18,4% em setembro para 9,9% nos últimos três meses do ano, ao mesmo tempo que a sua margem operacional minguou de 13% no terceiro trimestre para 3,4% entre outubro e dezembro.

E bem pior esteve a Air France – KLM, que não só passou de uma margem EBITDA de 22,8% no terceiro trimestre de 2023 para 7% no último trimestre do ano passado, como a margem operacional alcançou um valor negativo de 1,8% no quarto trimestre de 2023, depois de em setembro ter apresentado uma margem de 15,3%.

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Igualmente relevantes na comparação das operações das diversas companhias são dois indicadores muito usados na indústria da aviação: a receita por lugar-quilómetro (RASK) e os custos operacionais por lugar-quilómetro (CASK), que permitem medir o desempenho face à capacidade instalada.

A TAP é, das quatro, a que tem a receita por lugar-quilómetro mais baixa, 7,98 cêntimos, longe dos 9,70 da Lufthansa. Apesar de os custos por lugar-quilómetro estarem a aumentar, ainda são competitivos face às pares, cifrando-se em 7,25 cêntimos, o que compara com 8,03 na IAG e 8,25 na Air France – KLM. O mesmo acontece usando este mesmo indicador, mas excluindo as receitas com combustível, com os 5,14 cêntimos da transportadora portuguesa a ficarem abaixo da concorrência.

Se do lado da rentabilidade da operação a TAP parece estar lançada, o maior desafio continua a estar na gestão da sua dívida. Apesar do forte esforço de redução do endividamento ao longo de 2023, a TAP continua atrás das gigantes europeias na alavancagem financeira. A dívida líquida da companhia portuguesa era de 2,6 vezes no final de dezembro de 2023, acima das 1,7 vezes da Lufthansa e IAG, e do rácio de 1,2 apresentado pela Air France- KLM.

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Valorização do banco ajuda mutualista Montepio a duplicar lucros

Maior mutualista do país registou lucros de 112 milhões de euros em 2023. Valorização do banco em quase 60 milhões ajudou instituição a duplicar resultado.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) registou lucros de 112 milhões de euros em 2023, mais do que duplicando o resultado obtido no ano anterior, de acordo com as contas aprovadas esta quarta-feira pela assembleia de representantes da instituição.

Embora a margem associativa tenha afundado 85,5% para 12,5 milhões de euros, a valorização dos ativos da maior mutualista do país, onde se inclui o Banco Montepio e as seguradoras Lusitania e Lusitania Vida, permitiu a reversão de imparidades na ordem dos 66,2 milhões de euros, o que ajuda a explicar em grande parte o nível de resultado obtido no ano passado.

Além disso, contabilizou ainda um resultado de operações financeiras de 42,7 milhões de euros e outros resultados de exploração de 37,7 milhões (+58%).

No Plano de Atividades e Orçamento para 2024, a mutualista – que tem mais de 604 mil associados – previa um lucro de 13,2 milhões de euros em 2023, mas já antecipava uma revisão em alta por conta da reavaliação dos ativos em carteira, como o ECO avançou em primeira mão.

No caso do banco, por exemplo, o valor do investimento aumentou 4% (59,5 milhões de euros) para 1,56 mil milhões de euros – embora a mutualista ainda registe perdas por imparidade acima dos 900 milhões de euros. O Banco Montepio registou lucros de 28,3 milhões de euros no ano passado, que teriam superado os 100 milhões sem o impacto da venda da operação em Angola.

Já a carteira de títulos de dívida apresentou uma variação de 5,5% par a 594,7 milhões. No seu todo, o valor do ativo líquido da associação totalizava 3,9 mil milhões de euros no final de 2023, correspondendo a aumento de 4,1% em comparação com final de 2022.

Por outro lado, em ano de pressões inflacionistas, a mutualista liderada por Virgílio Lima conseguiu conter os gastos: diminuíram 2% para 26,5 milhões de euros. A AMMG prevê lucros de 21,7 milhões de euros, ano em que prevê captar um valor recorde de 1,2 mil milhões de euros em poupanças junto dos associados, de acordo com o orçamento para este ano.

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