Memorando da NAV aponta para 52 movimentos por hora em Lisboa, diz Pinto Luz

Com as obras que serão feitas, a NAV considera que há condições para aumentar a capacidade no bloco de espaço aéreo de uma média de 44 para 52 movimentos por hora.

A NAV acredita que é possível atingir os 52 movimentos por hora no espaço aéreo da região de Lisboa, com as alterações na gestão do tráfego aéreo e as obras que serão feitas tendo em vista aumentar a capacidade na Portela, enquanto não está pronto o novo aeroporto, adianta Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, numa audição na Assembleia da República esta sexta-feira.

“No memorando enviado a mim e ao secretário de Estado das Infraestruturas, assinado pelos três administradores da NAV, para preparar a decisão que estamos a preparar, diz: a NAV reúne as condições para aumentar a capacidade neste bloco de espaço aéreo de 44 para 52 movimentos por hora”, indicou o ministro no Parlamento. “Não são 45, são 52″, atirou.

A NAV indica ainda, “ponto por ponto”, as obras necessárias para garantir este número de movimentos, destaca o ministro, que diz que o despacho — assinado pelos administradores nomeados pelo anterior Governo socialista — chegou ao gabinete a 3 de maio.

É de salientar que na resolução do Conselho de Ministros para as obras no aeroporto da Portela já determina “que a ANA – Aeroportos de Portugal, S. A. desenvolva o Plano de Investimentos faseado para o Aeroporto Humberto Delgado, em estreita cooperação com as demais entidades competentes, tendo em vista atingir o objetivo de 46 a 48 movimentos por hora”.

Este número deverá assim ser mais elevado, segundo os cálculos apresentados por Miguel Pinto Luz no Parlamento, com base na avaliação dos técnicos da NAV.

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Falta de candidatos obriga CReSAP a repetir concurso para subdiretor-geral da Saúde

CReSAP não conseguiu encontrar "três candidatos aptos para integrar a shortlist” a apresentar ao Governo para substituir André Peralta Santos como subdiretor-geral da Saúde na área de Saúde Pública.

A Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), que gere o recrutamento de dirigentes da Administração Pública, vai repetir o concurso para subdiretor-geral da Saúde, na área de Saúde pública, por não ter encontrado três candidatos aptos para integrar a shortlist a apresentar ao Governo, apurou o ECO. O novo concurso deverá abrir já na segunda-feira.

Esta sexta-feira foi publicado em Diário da República um aviso que dá conta de que a CReSAP vai repetir o concurso para substituir André Peralta Santos, que ocupa o cargo de subdiretor-geral da Saúde, na área de saúde pública, em “regime de substituição”. O concurso será aberto no “prazo de dez dias úteis a contar da publicitação no seu sítio eletrónico”, mas ao ECO apurou que deverá ser aberto já na próxima segunda-feira.

A CReSAP tinha aberto a 18 de janeiro dois concursos para subdiretor-geral da Saúde para a área da gestão (que está “vazio” desde setembro de 2022, altura em que Ricardo Mestre foi para secretário de Estado da Saúde) e para a área da saúde pública. Ambos os concursos fecharam a 31 de janeiro.

Quem se candidatar a trabalhar na Alameda D. Afonso Henriques terá uma lista de várias atribuições e competências, terá que ter uma experiência profissional mínima de 8 anos em Saúde Pública e pode esperar um vencimento base de 3.309,14 euros, acrescidos de 608,68 euros em despesas de representação, segundo consta no primeiro aviso.

Já no ano passado, a CReSAP teve de repetir o concurso para substituir Graça Freitas à frente da DGS por não ter encontrado “três candidatos aptos a integrar a shortlist a apresentar ao membro do Governo”, segundo revelou na altura ao ECO fonte oficial da CReSAP.

Na sequência da aposentação de Graça Freitas, no início de agosto de 2023, André Peralta Santos, subdiretor-geral da Saúde na sequência da demissão de Rui Portugal, tinha sido escolhido para liderar a DGS em regime de substituição.

Posteriormente, quando foi anunciada a escolha de Rita Sá Machado para diretora-geral da Saúde, o anterior Executivo informou que seria aberto um “novo concurso para o cargo de subdiretor-geral da Saúde, lugar que continuará a ser exercido, em regime de substituição, por André Peralta Santos”.

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PLMJ assessora GreenYellow na compra da Grow

A operação foi liderada pelo sócio Diogo Perestrelo contando ainda com o associado coordenador Nuno Serrão Faria, a associada sénior Ana Nunes Teixeira e o associado David Cuba Topete.

A PLMJ assessorou a GreenYellow, empresa francesa especializada na produção solar fotovoltaica descentralizada e em projetos de eficiência energética, controlada pela private equity Ardian, na compra da Grow Energy Management, empresa portuguesa especialista em energia fotovoltaica descentralizada e um dos principais intervenientes em Portugal e na Polónia.

“Com esta compra, a GreenYellow adquire uma carteira de projetos solares fotovoltaicos descentralizados nestes países, de cerca de 120 MWp, nos setores da distribuição industrial e comercial”, explica o escritório em comunicado.

A operação foi liderada por Diogo Perestrelo, sócio e co-coordenador da área de Corporate M&A, contando ainda com a participação do associado coordenador da equipa, Nuno Serrão Faria, da associada sénior Ana Nunes Teixeira e do associado David Cuba Topete.

A GreenYellow, que atualmente já se encontra presente em cerca de 20 países de quatro continentes, prevê investir cerca de 150 milhões de euros no desenvolvimento de mais de 100 MWp de projetos solares descentralizados nos próximos três anos em Portugal e na Polónia.

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Putin oferece energia barata e vantagens a investidores chineses na Rússia

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

O presidente ucrâniano Zelensky alertou que os ataques russos contra infraestruturas de gás na Ucrânia ameaçam segurança energética da Europa.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu hoje à China a possibilidade de se abastecer com energia a preços acessíveis e prometeu vantagens para as empresas do país asiático que invistam em território russo.

A Rússia está pronta e é capaz de fornecer à economia, às empresas, às cidades e às aldeias da China energia, luz e calor a preços acessíveis e respeitadores do ambiente, de forma ininterrupta e fiável“, afirmou Putin, no seu discurso de abertura da oitava Expo Rússia-China, na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, no nordeste chinês.

O Presidente russo sublinhou que a parceria entre os dois países no setor energético, que considerou um “apoio fiável ao mercado mundial da energia”, continuará a crescer no futuro.

Saudando o interesse das empresas chinesas em produzir na Rússia, Putin disse que oferecerá aos investidores “vantagens económicas, assistência e apoio” e a utilização da tecnologia do país e “pessoal altamente qualificado”.

O Presidente russo voltou a enaltecer a relação comercial entre Moscovo e Pequim, numa altura em que ambos os países estão sujeitos a sanções económicas e taxas alfandegárias punitivas impostas por terceiros devido à guerra da Ucrânia, no caso do primeiro, e por razões comerciais, no caso do segundo.

“Penso que podemos estar orgulhosos dos resultados dos nossos laços económicos”, afirmou Putin. O comércio entre China e Rússia registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros).

Pequim tornou-se o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, incluindo bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.

No seu discurso, Putin invocou a fraternidade entre os dois países face aos inimigos externos, num contexto de crescente pressão do Ocidente sobre ambas as nações.

Zelensky alerta que ataques russos ameaçam segurança energética da Europa

Com o presidente russo em visita à China, o Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, disse que os ataques russos contra infraestruturas de gás no oeste da Ucrânia podem constituir uma ameaça à segurança energética da União Europeia.

Num discurso transmitido na quinta-feira à noite, o chefe de Estado da Ucrânia referiu que a Rússia está a lançar novos ataques às infraestruturas de gás na zona oeste da Ucrânia. Zelenski falou ao telefone com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, sobre o assunto na quinta-feira, revelou o chefe de Estado ucraniano no mesmo discurso.

Segundo Volodymir Zelensky os “ataques terroristas russos contra as regiões ocidentais da Ucrânia” ameaçam as “infraestruturas de gás” da Ucrânia e representam uma “ameaça para toda a Europa”.

Numa mensagem sobre a conversa com Tusk, publicada anteriormente nas redes sociais, Zelenski afirmou que “um dos alvos russos” é a “infraestrutura de gás da Ucrânia ocidental”.

“Se a Rússia for bem-sucedida neste objetivo, pode vir a colocar em risco toda a segurança energética da Europa”, acrescentou. “Temos de encontrar uma forma de enfrentar este desafio em conjunto”, afirmou Zelenski, após as conversações com o primeiro-ministro polaco.

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Almeida, Dias & Associados assessora o jogador de futebol Nani

A equipa da Almeida, Dias & Associados envolvida na operação foi composta pelo sócio fundador Gonçalo Almeida e pelos associados André Duarte Costa, António Vicente e Margarida Garcia Oliveira.

A Almeida, Dias & Associados assessorou o jogador de futebol Nani na resolução amigável do seu vínculo contratual com o clube turco Adana Demirspor, o qual caducava no final da presente época desportiva.

A equipa do escritório de advogados que prestou assessoria ao internacional português foi composta pelo sócio fundador Gonçalo Almeida e pelos associados André Duarte Costa, António Vicente e Margarida Garcia Oliveira.

O jogador de 37 anos, formado no Sporting Clube de Portugal, conta com passagens por diversos clubes, incluindo Manchester United, Fenerbahçe, Valência, Lazio, Orlando City, Veneza e Melbourne Victory.

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China alivia requisitos de crédito à habitação e reduz entrada de hipotecas para resolver crise imobiliária

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 17 Maio 2024

A redução da entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitação são algumas das medidas anunciadas pelo Banco Popular da China.

Desde a aquisição de projetos residenciais para serem transformados em habitação pública à compra de terrenos a promotores imobiliários em dificuldades, a China anunciou esta sexta-feira uma série de medidas para reavivar o setor imobiliário do país.

O mercado da habitação no gigante asiático está em declínio há vários anos, após Pequim ter adotado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras, arrastando consigo um vasto leque de outros setores — como o mobiliário e eletrodomésticos. Muitos projetos encontram-se inacabados.

As medidas anunciadas pelo banco central da China, de acordo com o Financial Times, incluem a flexibilização dos requisitos para o crédito imobiliário, baixando de 20% para 15% o valor mínimo de entrada para os compradores de primeira habitação, enquanto para segundas habitações o valor mínimo será de 25%.

Ao mesmo tempo, serão eliminadas as taxas de juro mínimas para os empréstimos hipotecários, permitindo que as províncias “determinem de forma independente os empréstimos comerciais mínimos para a primeira e segunda habitação em cada cidade sob a sua jurisdição”.

Já a partir de sábado, a taxa de juro para empréstimos de 5 anos para compra de habitação vai ser reduzida em 0,25%, para 2,35%. A taxa para os empréstimos a mais de 5 anos cai também 0,25%, passando para 2,85%.

“Nas cidades com um elevado número de habitações comerciais, o Governo poderá ter de considerar a compra de algumas a preços razoáveis para serem utilizadas como habitação a preços acessíveis”, anunciou o vice-primeiro-ministro, He Lifeng, apontando que vai avançar com “a garantia de entrega de habitação e a absorção da habitação comercial existente”.

As medidas foram anunciadas depois de o Gabinete Nacional de Estatísticas da China ter divulgado números que mostram que os preços da habitação caíram quase 10% desde o início do ano — o que, segundo os analistas, está a pesar no sentimento dos consumidores e a abrandar a recuperação económica da China.

No primeiro trimestre do ano, a construção de novas habitações caiu quase 25% e as vendas, medidas pela área útil, desceram 20%, em termos homólogos. O financiamento de projetos imobiliários caiu 25%.

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“Mais de 100 mil agricultores ficarão livres de sanções”

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

O encerramento do 1º Fórum de Agricultura Sustentável contou com a presença de José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura; António Costa, diretor do ECO; e Nuno Russo, vereador da CM de Santarém.

A primeira edição do Fórum de Agricultura Sustentável, uma iniciativa do ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, estreou, dia 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. Ao longo do evento, decorreram quatro debates, que contou com vários especialistas do setor, que discutiram o futuro da agricultura sustentável.

No encerramento da sessão, António Costa, diretor do ECO, referiu: “Decidimos fazer este evento em Santarém para descentralizar, para mostrar que a economia portuguesa é mais do que as empresas cotadas em bolsa, e que a agricultura e, em particular, esta dimensão da agricultura sustentável, merece ser reconhecida, divulgada, merece ser apoiada no que é a sua criação de valor e esse é o nosso compromisso”.

Por sua vez, Nuno Russo, vereador da Câmara Municipal de Santarém, revelou que “recentemente, foi realizado um diagnóstico da realidade agrícola, pecuária, florestal e agroindustrial no concelho de Santarém, que mostrou que mais de metade da água do concelho possui solos com grande potencial para a produção vegetal e mais de 60% dos solos têm aptidão para a produção agrícola. Até 2023, já foram investidos em medidas de apoio ao investimento agrícola, agroindustrial e florestal, 65 milhões de euros“.

Ainda na sessão de encerramento, a última intervenção ficou a cargo de José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura, que começou por dizer que “é verdadeiramente inaceitável que os agricultores ganhem menos de 40% que as outras classes profissionais“. “Temos de valorizar este setor. Em primeiro lugar, desde logo, temos de percecionar a sua mais-valia, que não é só económica, mas contribui também para o nosso turismo, a nossa gastronomia, a nossa cultura. Contribui para as nossas paisagens. É evidente que estes desafios que os agricultores enfrentam e o combate às alterações climáticas para que tenham sucesso exige uma palavra: gradualismo, que tem de estar acompanhado de um plano de ação“, continuou.

Para isso, o ministro garantiu que o PEPAC, que vai ser reprogramado até 30 de junho, vai ser muito útil para a PAC, que tem como objetivo a produção integrada, a eficiência, “elementos essenciais para a sustentabilidade“: “Práticas que nós queremos reforçar: a agricultura de precisão, mas que implica que os territórios possam ter acesso à internet e que haja elementos importantes, em termos daquilo que são investimentos necessários para a aquisição de meios”.

Neste campo, José Manuel Fernandes reforçou a importância da inovação e da investigação para haver avanço: “Eu não posso deixar de reconhecer o papel da investigação, da inovação, da digitalização. Neste domínio, as tecnologias de precisão, a Inteligência Artificial, podem otimizar processos, maximizar a eficiência. E nós aqui também temos de ser ambiciosos. Às vezes olha-se para a Política Agrícola Comum como um saco de dinheiro onde podemos ir buscar recursos para tudo, mas nós temos de ser capazes, e somos, de ir ao Horizonte Europa, que é o maior programa de investigação do mundo, com mais de 95 mil milhões de euros, e de elaborarmos consórcios para este objetivo“.

É com investigação que podemos vencer os desafios que temos pela frente – o das alterações climáticas e o da qualidade dos nossos solos. E este trabalho tem de ser feito em parceria, em rede, de forma coordenada. E aqui eu posso anunciar que ainda este mês vamos avançar para o contrato e para o regulamento interno num consórcio que se chama Agrispace, que tem como objetivo a facilitação da partilha, o acesso generalizado aos dados relevantes para a transformação digital na agricultura portuguesa, o aproveitamento das oportunidades de desenvolvimento de novas soluções para o setor, de forma a melhorarmos o nosso desempenho económico”, continuou.

Ainda dentro dos programas que podem ser aproveitados, o ministro realçou o INVESTEU e o PDR 2020: “No PDR 2020 ainda temos mais de 660 milhões de euros e que, fruto da regra N+2, no PEPAC temos de executar mais de 380 milhões de euros até 2025, ou seja, com o PDR 2020 e o PEPAC, temos de executar 1050 milhões até 2025. E temos mesmo de os executar porque, caso contrário, a própria UE, que já começa a negociar a próxima PAC, dir-nos-á logo que se não utilizamos este valor, significa que não temos capacidade de absorção e, portanto, da próxima vez, podem reduzir e cortar”.

“Nós teremos um plano de armazenamento eficiente da água, onde queremos uma rede interligada. Nós sabemos que um dos problemas que temos é que só ficamos com 20% da água e tudo o resto deixamos ir para o mar. Temos neste âmbito, e no âmbito regadio, investimentos em curso e outros que vamos avançar. Já no âmbito da simplificação da PAC, que é um dos objetivos que temos, temos uma portaria que sairá rapidamente, precisamente para ajudar mais de 100 mil agricultores que ficarão livres de sanções, dos reports, da condicionalidade. Para além disso, aliviaremos as restrições que existiam, mas posso-vos dizer que a simplificação é um dos grandes objetivos que temos e, por isso, está no programa do governo os custos simplificados, o encontro de contas, e o pagamento contra faturas. Termino com um apelo para que todos participem nele para que o objetivo seja cumprido. Somos todos convocados para a sustentabilidade“, concluiu.

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Inflação na Zona Euro estabilizou nos 2,4% em abril. Subida nos serviços e descida nos bens industriais

As taxas de inflação anuais mais baixas foram registadas na Lituânia (0,4%), Dinamarca (0,5%) e Finlândia (0,6%) e as mais elevadas na Roménia (6,2%), Bélgica (4,9%) e Croácia (4,7%).

A inflação da Zona Euro manteve-se estável nos 2,4% em abril, confirmou esta sexta-feira o Eurostat. Os serviços foram a componente que mais subiu e a energia a que mais desceu. Portugal ficou abaixo da média da zona euro com uma taxa de inflação de 2,3%.

“Em abril de 2024, o maior contributo para a taxa de inflação anual da Zona Euro veio dos serviços (+1,64 pontos percentuais), seguido dos produtos alimentares, álcool e tabaco (+0,55 pp), bens industriais não energéticos (+0,23 pp) e energia (-0,04 pp)”, explica o Eurostat.

A inflação anual desacelerou em 15 Estados-membros, face a março, manteve-se estável em três e acelerou em oito. Em Portugal, a variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor em abril foi de 2,3%, uma décima inferior à média da Zona Euro e que coloca o país com a oitava menor taxa de inflação.

A Roménia (6,2%), seguida da Bélgica (4,9%) e Croácia (4,7%) foram as economias que registaram as taxas de inflação mais elevadas e mais distantes da fasquia de 2% definida pelo Banco Central Europeu. Na verdade, 15 das 20 economias da Zona Euro continuam acima dessa meta. Em sentido contrário as taxas de inflação mais baixas registaram-se na Lituânia (0,4%), Dinamarca (0,5%) e Finlândia (0,6%).

Numa base mensal, os preços no consumidor subiram 0,6% em abril tanto na Zona Euro como na União Europeia, depois de uma aceleração de 0,8% no mês anterior. Já taxa de inflação subjacente, que exclui os preços voláteis dos alimentos não transformados e da energia, desacelerou para 2,8%, abaixo dos 3,1% de março, naquela que é a nona descida mensal consecutiva.

Nas previsões da Primavera, a Comissão Europeia antecipa que a inflação desacelere mais depressa do que o esperado, chegando aos 2,1% em 2025.

O BCE já deu quase como garantido o corte da taxa diretora a 6 de junho, desde que não haja surpresas desagradáveis na evolução dos salários ou dos preços, e os dados desta terça-feira permanecem consistentes com a trajetória que o banco antecipou nas projeções de março.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Os desafios na transição dos fertilizantes

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

No 1º Fórum de Agricultura Sustentável, o quarto e último painel de debate abordou os desafios na transição dos fertilizantes.

O município de Santarém recebeu, no dia 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), o 1º Fórum de Agricultura Sustentável, um evento organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, que discutiu vários desafios e soluções da agricultura sustentável.

O quarto e último painel do evento, dedicado ao tema “Estratégia Farm to Work: Os desafios na transição dos fertilizantes” e moderado por Shrikesk Laxmidas, contou com a presença de Cristina Cruz, Professora Universitária da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; Pedro Sebastião, Sales Manager AsfertGlobal; e Hartmut Nestler, Diretor Leal & Soares, SA (SIRO).

Os negócios têm de ser sustentáveis economicamente. No caso da SIRO, nós transformamos matéria orgânica da floresta de todo o tipo e voltamos a introduzir na cadeia de valor, na plantação. E grande parte desse projeto foi feito sempre sem apoio financeiro. Foi praticamente autossustentável. Há muita maneira de trabalhar a natureza, que não só investir em grandes máquinas”, começou por dizer Hartmut Nestler.

No entanto, Cristina Cruz, garantiu que a maior problemática está na falta de comunicação entre os diferentes agentes: “A minha visão desta problemática é de uma maior cumplicidade entre os atores. Eu acho que os problemas são tão grandes e tão graves que somos poucos para resolvê-los, então a melhor forma é nós encontrarmos soluções de consílio, em que criamos soluções que não são de todo a melhor para cada um, mas são aquelas que têm o consenso e que são aplicáveis e é o que vai criar impacto. Eu acho que o grande desafio é conseguirmos esta comunicação e estas parcerias”.

Já Pedro Sebastião, da AsfertGlobal reforçou a importância da biotecnologia na transição dos fertilizantes: “Quando falamos de biotecnologia, há este novo conceito de biofertilizantes, onde se utilizam produtos à base de micro-organismos vivos, que conseguem fazer reduções de 20% a 30% da aplicação de adubos convencionais, sem que o agricultor perca rendimento. O que é mais difícil é o agricultor perceber isto e aceitar. Às vezes tem de ser dado um salto de fé”.

Os países do sul têm diminuído, nos últimos 15/20 anos, adubos de síntese. E alguns países do norte ou do leste estão acima porque a utilização destes adubos está a subir. Portanto, eu diria que Portugal nisso é um exemplo. Em relação à utilização dos fertilizantes, nós estamos muito bem. Até acho que somos os melhores ao nível europeu. Na parte de investigação, muito do futuro da nutrição das plantas, que é um fator essencial para a produção, não passaria tanto pelos fitossanitários convencionais, mas sim por melhorar aquilo a saúde do solo, o que levaria a ter plantas mais bem nutridas, e, portanto, mais resistentes ao principal problema que temos hoje na agricultura, que são alterações climáticas”, explicou.

No seguimento deste debate, Daniel Murta, Fundador e diretor geral da EntoGreen, foi ainda fazer uma apresentação sobre o seu projeto Olival Circular, que faz a reutilização do bagaço da azeitona. O objetivo desta solução é, acima de tudo, “devolver à terra nutrientes que, de outra forma, seriam perdidos e conseguir fazer isso retirando aquilo que é uma ameaça, e que, muitas vezes, pode parar os lagares, para o transformar naquilo que nós precisamos: recursos de fertilizantes orgânicos para os solos, mas também nutrientes para a nutrição animal e dar soluções a setores estratégicos. E fazemos isso em grande escala. Em Santarém, a capital dos insetos, já convertemos cerca de 36 mil toneladas de bagaço de azeitona em produtos finais, 2500 toneladas em proteína de inseto, 500 toneladas de óleo de inseto e sete mil toneladas de fertilizante orgânico“.

No final desta apresentação foi, ainda, atribuído o primeiro Certificado Olival Circular à AgriMendes, o parceiro da EntoGreen neste projeto, que, de acordo com Daniel Murta, “viu 100% do seu bagaço de azeitona convertido em proteína ou em fertilizantes“.

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Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

No 1º Fórum de Agricultura Sustentável, o terceiro painel de debate teve como tema a "Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade".

O 1º Fórum de Agricultura Sustentável decorreu, a 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. O evento, organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, recebeu vários especialistas do setor, que debateram, em diferentes painéis, vários temas pertinentes para esta área de atividade.

O terceiro painel de debate da conferência, moderado por Mónica Silvares, teve como tema a “Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade”. Aqui marcaram presença Andreia Afonso, cofundadora da Deifil e diretora do departamento de ID e de produção in vitro; Diogo Palha, Executive Board Member e CFO EntoGreen; e Tiago Costa, CEO Agricultural Business SOGEPOC.

“É sempre difícil dizer o que nós fazemos porque há alturas em que parece que a biotecnologia é uma espécie de ciência oculta, mas não é. Portanto, falando um pouco do nosso dia-a-dia, a Deifil é uma empresa que foi fundada em dezembro de 2010, está na fase da adolescência da biotecnologia, e o nosso principal foco e fonte de receita advêm da propagação em escala de árvores de fruto. Temos mais recentemente uma linha ornamental, mas o nosso foco são as árvores de fruto, isto utilizando a cultura invitro. A partir de 2018, estabelecemos uma micoteca, uma coleção essencialmente composta por fungos para conjugar todas as ferramentas disponíveis para trabalhar a sustentabilidade e fornecer aos agricultores, não um produto, mas um ecossistema“, começou por dizer Andreia Afonso.

A cofundadora da Deifil garantiu que, atualmente, já “há uma procura e uma validação da cultura in vitro para a obtenção de plantas de qualidade genética e fitossanitária”: “Apesar de nós termos sido pioneiros em Portugal na cultura in vitro de fruteiras, ela já existia há muito tempo. Já existiam empresas, na década de 70, na Europa, a utilizar a cultura in vitro. Mas o que continua a acontecer em Portugal é uma taxa de importação de plantas enormíssima e isso traz todo um problema de questões fitossanitárias, legais, etc. Mas as vantagens já eram conhecidas. A grande maioria de quem nos procura, já conhecia as vantagens das plantas obtidas por cultura in vitro, só não havia quem as fizesse”.

Por sua vez, Diogo Palha, da EntoGreen, explicou que a empresa utiliza um inseto, nomeadamente a mosca soldado negro, “que tem uma característica especial, já que é altamente digestora na sua fase de larvar, e o que fazemos é aproveitar subprodutos da indústria agroalimentar”.

“Nós aproveitamos, e, com isso, fazemos uma mistura alimentar, da qual se alimenta a nossa larva, e depois, nesse processo, vai fazendo os seus dejetos, que são aproveitados para fazer um fertilizante, e, da própria larva, aproveitamos para fazer uma farinha proteica e um óleo para incorporar em alimentação animal“, explicou.

Já Tiago Costa, da SOGEPOC, referiu a parceria que tem com a Universidade de Évora, que produz enxertos híbridos para os viveiros de nogueira: “Isso permite-nos ter uma planta mais forte, mais resistente ao diferente tipo de doenças, e aumenta o potencial produtivo dessa planta quando for enxertada pelas variedades que tivermos em consideração para a nossa perspetiva comercial”.

“Esta colaboração é curiosa na medida em que, para já, não existe histórico da produção de plantas in vitro deste porte de enxertos em Portugal e não existe histórico na Europa. Este clone vem dos EUA e era bastante difícil de encontrar caso não fosse feito, em particular, por estruturas sediadas em Portugal”, concluiu.

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Agricultura: Combinar otimização de recursos e produtividade

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

No 1º Fórum de Agricultura Sustentável, o segundo painel de debate centrou-se no tema: "Combinar a otimização de recursos com produtividade das culturas".

No dia 14 de maio, decorreu, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, o 1º Fórum de Agricultura Sustentável, uma iniciativa organizada pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, no qual decorreram vários painéis de debate para discutir o futuro da agricultura sustentável no país.

O segundo painel do evento, dedicado ao tema “Combinar a otimização de recursos com produtividade das culturas”, contou com a presença de Gonçalo Santos Andrade, Presidente Portugal Fresh; Francisco Gomes da Silva, Diretor-Geral AGROGES; Abílio Pereira, Administrador Área Agrícola da Quinta da Lagoalva; e José Palha, Presidente da Direção da Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC). O debate foi moderado por Shrikesh Laxmidas, diretor adjunto do ECO.

2º painel de debate – “Combinar a otimização de recursos com produtividade das culturas”

“Eu, na minha faceta de agricultor, benefício da colaboração com a Universidade para a resolução de problemas que têm a ver com a qualidade do recurso, com a eficiência no uso do recurso, no caso do solo, um pouco também da água, e a forma como tenho, no sistema de agricultura que pratico, de otimizar a utilização do recurso. Claro que podíamos estar melhores do que estamos, mas eu acho que não devemos minimizar a importância daquilo que é feito hoje em dia em Portugal e que tem sido feito ao longo dos últimos 15/20 anos. Nós não conseguimos melhorar eficiências nem produtividades se não tivermos conhecimento e tecnologia. Não há outra forma”, começou por dizer Francisco Gomes da Silva.

“Existe, de facto, problemas que têm a ver com a qualidade dos recursos e da produtividade, de eficiência, de capacidade de gerar mais valor sem deteriorar outros valores. Cada vez mais os agricultores têm consciência disso e sabem que têm um caminho a percorrer. Portanto, a grande esperança que eu acho que se abre para a agricultura radica, por um lado, numa população que está a crescer e vai ter mais necessidade de alimento, que se espera que se baseie numa dieta melhor, com novas formas de alimentação que existem. E este é o estímulo positivo que temos, aliado ao grande desafio que é fazer isso mais bem feito do que fizemos no passado, com a consciência de que aquilo que se fez menos bem no passado não foi por maldade, isto é, os agricultores sempre tentaram usar o conhecimento existente e disponível em cada momento para resolver cada problema. A grande vantagem é que hoje em dia há menos interrupções de comunicação”, continuou.

Francisco Gomes da Silva, Diretor-Geral AGROGES

A corroborar esta ideia estava Gonçalo Santos Andrade, que afirmou: “Portugal, ao longo dos últimos 10/15 anos, fez um percurso extraordinário. Acho que todas estas parcerias entre as empresas e as universidades têm tido uma evolução muito positiva. Nós, ao nível das organizações de produtores, que surgiram de acordo com a organização comum de mercado das frutas e legumes, em 1997, temos programas operacionais. Mas dentro dos programas operacionais do PEPAC, 2% do investimento do programa operacional tem que ser para investigação e desenvolvimento. E, portanto, isto às vezes também ajuda a acelerar alguns processos de investigação“.

“Na minha organização de produtores, a Lusomorango, lançamos, há cerca de um ano, um centro de investigação para a sustentabilidade, muito focado na água, no qual temos duas linhas de investigação: temos uma, utilizando bastante tecnologia, mas sendo muito agressivo na questão das dotações de água para a planta, de forma a perceber até que ponto conseguindo reduzir a utilização de água, conseguimos manter a nossa rentabilidade económica. E, por isso, estamos a estudar, por um lado, essa situação, e por outro lado, apostar na economia circular, uma segunda linha de investigação, com a reutilização de água do substrato, recolhendo o que a planta não absorve, quer a nível da água e de nutrientes e voltando a colocar no sistema“, explicou.

Já ao nível da Portugal Fresh, o presidente da associação referiu que o tempo que passam fora do país permite-lhes recolher “muita informação do que se passa nos outros países”. “E é muito interessante ver, nalguns destes eventos internacionais, empresas que têm como prioridade a comunicação com os clientes, orientada para práticas de sustentabilidade, não só a nível do uso eficiente da água, mas o cuidado que tem de se ter com as pessoas, na integração dos migrantes na sociedade, onde os municípios têm um papel fundamental”.

Gonçalo Santos Andrade, Presidente Portugal Fresh

“Este caminho de uma lógica de intensificação sustentável tem vindo a ser feito e não acho que seja negativo. E posso dar uma série de exemplos de coisas boas que têm vindo a acontecer, e começo por uma figura, que são os grupos operacionais, que têm de ter investigação e que obrigam a ter uma empresa agrícola, uma universidade e uma empresa para resolver um determinado problema. Parece-me que esta é das maneiras melhores de transferir conhecimento. No fim, tem de se fazer ações de divulgação desses conhecimentos e tem sido feito um grande trabalho nesta área pelos grupos operacionais. Por outro lado, muitas universidades candidataram-se ao PRR para estudos mais ligados com as alterações climáticas e com outras coisas“, disse, por sua vez, José Palha.

O presidente da ANPOC acrescentou, ainda: “A intensificação sustentável é o caminho que eu acho que todos os agricultores, em todas as áreas, obrigatoriamente, têm de fazer. Passa muito pela renovação geracional e por as novas gerações terem uma atitude em relação às questões ambientais que as gerações mais antigas não tinham. Este problema da idade dos agricultores que nós temos na Europa, especialmente em Portugal, terá de ser substituído. E, nessa substituição geracional, eu acho que o foco nesta intensificação vai estar na cabeça de todos os agricultores. É um caminho inevitável, que pode levar mais ou menos tempo, mas eu acredito que vá acontecer“.

José Palha, Presidente da Direção da Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC)

Nesse sentido, Abílio Pereira disse, ainda, que “há uma série de conhecimentos de produtos que estão a chegar à agricultura, sobre formas diferentes de rentabilizar, sobre como serem mais eficazes e eficientes, e sobre como continuar a aumentar as produções e a rentabilidade”.

“E isto é muito importante porque a população mundial está a aumentar e temos de responder a essas exigências. Cada vez mais, vamos ter que produzir mais com menos. Não sei se será com a ajuda da IA ou outras formas, mas é um processo contínuo“, concluiu.

Abílio Pereira, Administrador Área Agrícola da Quinta da Lagoalva

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Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável?

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

No 1º Fórum de Agricultura Sustentável, o primeiro painel de debate centrou-se em responder às seguintes questões: "Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável? E o seu financiamento?".

O 1º Fórum de Agricultura Sustentável, organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, decorreu, a 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, e contou com vários debates sobre a agricultura em Portugal.

O primeiro debate, moderado por Mónica Silvares, editora executiva do ECO, foi dedicado ao tema “Políticas Públicas: Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável? E o seu financiamento?”, e contou com a presença de António Serrano, ex-ministro da Agricultura e Professor Catedrático na Universidade de Évora; Luís Mira, Secretário-Geral CAP; Nuno Serra, secretário-geral CONFAGRI; e Cristina Melo Antunes, Responsável de Negócio ESG e Green Finance: Santander Portugal.

“A primeira coisa que a agricultura sustentável precisa é de ser rentável. Há, na política europeia, uma grande dose de utopias. O Green Deal é uma ambição da Comissão. É verdade que condicionou a decisão de determinadas políticas, mas, no que toca à agricultura, tinha um erro de base porque não foram feitos estudos de impacto das medidas que estavam ali colocadas. Muitas daquelas medidas, se fossem aplicadas, levariam a Europa a correr o risco de ter uma grande quebra na sua capacidade produtiva. E isso, numa altura em que estamos em guerra na Europa, é a última coisa que se pretende. Ninguém precisa mais do ambiente do que a agricultura, que depende dele para a sua capacidade produtiva, mas não é possível cumprir estas utopias no prazo em que estão colocadas a nível da agenda europeia”, começou por dizer Luís Mira.

O secretário-geral do CAP acrescentou, ainda: “O Estado pode potenciar uma agricultura sustentável, mas vamos dizer a verdade: o Estado, nos últimos vinte anos, em termos de política agrícola, não ajudou nada os agricultores portugueses porque não sabe para onde vai, não há nenhuma ideia para a aplicação das verbas“.

A mesma opinião foi partilhada por Nuno Serra, que afirmou: “Para haver sustentabilidade tem de haver um compromisso básico, que é a sustentabilidade económica financeira. Eu não sei o que o quadro político vai ter, mas este caminho da pressão verde vai ter menos força. O que os agricultores têm de fazer é reivindicar os seus interesses, assim como todos os outros setores fazem. Nós não somos diferentes, pelo contrário, temos sido é completamente prejudicados. O que eu acho é que grande parte destas políticas e destes movimentos têm a ver com políticas exógenas, e nós não podemos confundir aquilo que é a PAC com o que são as políticas ambientais que têm de ser feitas na Europa. Isto porque o restauro da natureza, o uso dos solos, o uso sustentável dos pesticidas, são políticas à parte daquilo que é o PEPAC“.

Por sua vez, Cristina Melo Antunes, Responsável de Negócio ESG e Green Finance: Santander Portugal, também afirmou que ” a sustentabilidade tem de ser rentável porque se não for rentável os produtores não estarão cá nos próximos 20 anos. Quando eu olho para um investimento, ele tem de ter uma rentabilidade a curto, médio e longo prazo, e tem que me permitir diferenciar. Portanto, os novos investimentos, sejam na agricultura, sejam noutros setores, têm de ter a perspetiva de perceber como melhorar o negócio, como mudar a forma como atualmente se fazem as coisas para entrar na economia circular, no uso eficiente da água, com o objetivo de me diferenciar, seja pelos custos, seja por fazer um produto diferenciado“.

“No Acordo de Paris foram definidos vários objetivos, nomeadamente a neutralidade carbónica em 2050. E uma empresa só atinge os seus objetivos de neutralidade carbónica se os atingir no âmbito 1, 2 e 3. O âmbito 1 e 2 são relativamente fáceis, porque são as emissões que nós fazemos com a nossa atividade e são as emissões geradas pela energia que nós compramos. Portanto, estas são fáceis, toda a gente sabe gerir. Mas depois, para ser neutro em carbono, a minha cadeia de valor, os meus fornecedores e os meus clientes, também têm de ser neutros em carbono. E isto faz com que haja aqui uma ideia de transição justa, ou seja, toda a gente tem de fazer esta transição, independentemente de ser uma grande, média ou pequena empresa. Portanto, a principal pressão que já se está a sentir no mercado é a pressão da cadeia de valor. E este ano essa pressão aumentou com a entrada em vigor da nova diretiva de suporte de sustentabilidade produtiva“, continuou.

Na mesma linha, António Serrano referiu, ainda, que “esta matéria impacta em toda a cadeia de valor e a distribuição é fortemente impactada com isso”. “É preciso saber que qualquer operador, nesta área da distribuição, para colocar à disposição do consumidor produtos com confiança para poderem ser vendidos e consumidos, há toda uma logística, que vai desde o campo às fábricas e até à prateleira, que é enorme. Claro que o interesse de toda a cadeia é a sustentabilidade. Todos têm de ser sustentáveis economicamente, em primeiro lugar, ambiental e socialmente. Já agora, tendemos a esquecer a componente social e o impacto da agricultura no território e a responsabilidade que ela tem na manutenção e na preservação do território é enorme“, concluiu.

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