Bolsas cedem mais de 1% com Fed em modo agressivo

Reserva Federal voltou a subir os juros em 75 pontos base pela terceira vez seguida e sinalizou mais aumentos para controlar inflação. Todas as 15 cotadas do PSI abriram no vermelho.

As bolsas europeias acompanham as quedas de mais de 1% registadas na última sessão de Wall Street, com os investidores sob pressão depois de a Reserva Federal norte-americana ter voltado a subir os juros em 75 pontos base pela terceira vez consecutiva, sinalizando mais aumentos para controlar inflação.

O Stoxx 600, o índice de referência europeu, desvaloriza 1,3%, sendo que as outras praças importantes do Velho Continente registam perdas que vão até 1,8%, caso do DAX alemão. As bolsas de Paris e Madrid cedem 1,7% e 1,4% no arranque.

Por cá, o PSI está em baixa de 0,87% para 5.733,69 pontos. A praça nacional colocou ontem um ponto final numa sequência de seis sessões cair, mas volta a terreno negativo esta quinta-feira, com todas as 15 cotadas no vermelho.

Os CTT e o BCP caem mais de 2%, liderando as perdas em Lisboa. A Galp cede 0,86% e a Jerónimo Martins recua 0,73%. No grupo EDP, a EDP e a EDP Renováveis perdem 0,36% e 0,45%.

BCP cede 2%

A Fed subiu os juros para o nível mais elevado desde 2008, colocando as taxas no intervalo entre 3% e 3,25%. As taxas deverão subir até 4,25% e 4,50% no final do ano e 4,50% e 4,75% no final do próximo ano.

Entretanto, a membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, referiu que as taxas de juro vão continuar a subir porque a inflação continua em níveis muito elevados, mesmo num cenário de ameaça de recessão na Zona Euro.

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Cenários do Governo excluem descida transversal do IRC

  • ECO
  • 22 Setembro 2022

Eficácia da medida gerou dúvidas, visto que maior parte da receita seria absorvida pelas maiores empresas do país. Número de contribuintes que pagam IRC baixou quase 15% entre 2018 e 2020.

Contrariamente à ideia passada pelo ministro da Economia e do que tem sido pedido pelo patronato, a descida transversal do IRC “não é o cenário base em cima da mesa” nas hipóteses que o Governo está a negociar com os parceiros sociais para um acordo de rendimentos. O Jornal de Negócios (acesso pago) avança esta quinta-feira que a proposta de descida de dois pontos percentuais do imposto sobre os lucros das empresas chegou a ser estudada, mas a sua eficácia gerou dúvidas.

Embora as estimativas para a redução transversal do IRC dos 21% para os 19% apontem para um impacto orçamental de cerca de 200 milhões de euros no próximo ano (100 milhões por ponto percentual), a maior parte da receita correspondente à medida seria absorvida por um conjunto pequeno de empresas — as maiores. Logo, este instrumento não teria o alcance pretendido pelo Executivo.

O número de empresas que pagam IRC caiu perto de 15% em três anos, recorda o Público (acesso pago). De 348.681 contribuintes que pagavam Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas em 2018, apenas 297.178 empresas pagavam esta taxa em 2020. Nestes três anos, a própria receita do IRC baixou 20%, apesar de a Autoridade Tributária (AT) ter recebido mais 30 mil declarações do imposto nesse período.

O Governo está a privilegiar medidas que compensem as empresas que recorram a instrumentos de capitalização ou investimento, algo que está inscrito no próprio programa do Executivo, mas que pode ser “mais poderoso” do que o previsto no documento. O objetivo principal passará por segurar os níveis de investimento das empresas em 2023, tendo sobretudo em conta o contexto de incerteza.

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Aeroporto privado em Santarém ficaria pronto em três anos

  • ECO
  • 22 Setembro 2022

Aeroporto regional que o grupo Barraqueiro estuda na região de Santarém teria um custo de mil milhões e poderia ficar concluído num prazo entre três e seis anos.

O aeroporto que a empresa de transportes Barraqueiro projeta para a região de Santarém poderia ficar concluído num prazo entre três e seis anos, avança o jornal Público (acesso condicionado).

Esta infraestrutura teria uma pista e capacidade para dez milhões de passageiros por ano, representando um custo de cerca de mil milhões de euros, sendo financiado por taxas aeroportuárias. Seria um aeroporto regional que serviria também a região Centro.

outro cenário em cima da mesa, que está dependente da evolução da procura: evoluir para três pistas paralelas, dotando o aeroporto de Lisboa de uma capacidade para 100 milhões de passageiros por ano. Neste caso, implicaria um investimento de 4,5 mil milhões.

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Hoje nas notícias: IRC, Lisboa e aeroporto

  • ECO
  • 22 Setembro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Reduzir a taxa do IRC para todas as empresas, em dois pontos percentuais, foi um cenário estudado pelo Governo nas negociações com parceiros sociais, mas a eficácia da medida gerou dúvidas. O autarca de Lisboa vai avançar com um pacote de apoio a famílias e empresas no valor de 50 milhões de euros. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Cenários do Governo excluem descida transversal do IRC

Contrariamente à ideia passada pelo ministro da Economia e do que tem sido pedido pelo patronato, a descida transversal do IRC “não é o cenário base em cima da mesa” nas hipóteses em que o Governo está a negociar com os parceiros sociais para um acordo de rendimentos. A proposta de descida de dois pontos na taxa de IRC chegou a ser estudada, mas a sua eficácia gerou dúvidas, visto que a maior parte da receita correspondente a essa redução seria absorvida apenas pelas maiores empresas em Portugal.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Moedas propõe pacote de 50 milhões de euros para apoiar famílias e empresas

O presidente da Câmara de Lisboa vai apresentar esta quinta-feira um programa que inclui 14 medidas para apoiar famílias e empresas, com um orçamento avaliado em mais de 50 milhões de euros. Segundo Carlos Moedas, “estas medidas incidem sobretudo do lado da receita evitando aumentos de rendas, taxas e impostos”. Entre as medidas consta um apoio financeiro no valor global de 12 milhões de euros para micro e pequenas empresas e um “cheque Recuperar+ Energia”, que terá uma dotação até aos 300 mil euros.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Aeroporto em Santarém pronto em três anos

O aeroporto que a empresa de transportes Barraqueiro projeta para a região de Santarém poderia ficar concluído num prazo entre três e seis anos. Teria uma pista e capacidade para 10 milhões de passageiros por ano, representando um custo de cerca de mil milhões de euros. Seria um aeroporto regional que serviria também a região Centro. Há outro cenário em cima da mesa, que está dependente da evolução da procura: evoluir para três pistas paralelas, dotando o aeroporto de uma capacidade para 100 milhões de passageiros por ano, num investimento de 4,5 mil milhões.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

“Seca será um dos problemas políticos mais complexos nas próximas décadas”

“A seca é um dos problemas políticos mais complexos das próximas décadas”, afirmou o presidente da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas. Para Rui Godinho, a manifestação de agricultores espanhóis na segunda-feira, com o objetivo de colocar um ponto final no Acordo de Albufeira, que prevê a gestão conjunta e o uso de água das cinco bacias hidrográficas comuns a Portugal e Espanha, “é um exemplo concreto” de que faltam “soluções políticas concretas” para resolver o problema da seca na Península Ibérica.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

PT2030 tem 700 milhões para expandir metros

O PT2030 disponibilizará cerca de 700 milhões de euros para expandir as redes de metro e de metrobus nas áreas metropolitanas e em cidades de média dimensão. O secretário de Estado da Mobilidade, Jorge Delgado, adianta que a lista de investimentos será fechada até ao final do ano, sendo que os autarcas do Grande Porto e da Grande Lisboa vão ser chamados para indicar quais as ligações prioritárias. Decisão final é do Governo.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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UE mantém ajuda militar à Ucrânia e vai aumentar sanções à Rússia

  • ECO
  • 22 Setembro 2022

Presidente ucraniano diz que a Rússia é a única que quer guerra e exige uma punição justa para o país.

A União Europeia vai manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar as sanções à Rússia, anunciou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, no final de uma reunião de emergência em Nova Iorque.

O conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, reunido de emergência em Nova Iorque, “decidiu manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar as sanções económicas, setoriais e individuais à Rússia”, disse Borrell aos jornalistas no final do encontro.

“Foi uma decisão tomada rapidamente nesta reunião de emergência do conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros e que demonstra a determinação da União Europeia [UE] em continuar a ajudar a Ucrânia a enfrentar a agressão russa”, salientou.

Borrell remeteu para mais tarde as medidas detalhadas, referindo que só poderão ser definidas numa reunião formal, e manifestou-se certo de que será alcançado “um acordo unânime para as novas sanções”.

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ANI ainda tem por analisar 736 candidaturas ao SIFIDE de 2020

Apesar do Governo querer alterar o SIFIDE, “todas as candidaturas já submetidas serão avaliadas de acordo com as regras em vigor aquando da sua submissão”, disse fonte oficial ao ECO.

A Agência Nacional de Inovação (ANI) tem por analisar 736 candidaturas ao SIFIDE referentes ainda ao exercício de 2020. Um atraso que a instituição liderada por Joana Mendonça explica pelo crescimento exponencial de solicitações.

O SIFIDE é um incentivo fiscal que permite deduzir no IRC uma percentagem das despesas de Investigação & Desenvolvimento, na parte não comparticipada a fundo perdido pelo Estado ou por fundos europeus. Um apoio criado inicialmente para ajudar a colmatar a falta de capital de risco para as fases iniciais dos projetos (semente) e mais arriscadas, mas que acabou por ser desvirtuado levando o Executivo a assumir que terá de fazer ajustamentos ao mecanismo.

“Relativamente ao exercício de 2020, foram submetidas 3.358 candidaturas contendo 8.379 projetos. A esta data existem 736 candidaturas por concluir nos vários estados de avaliação”, avançou ao ECO fonte oficial da instituição.

Já relativamente “ao exercício fiscal de 2021, foram submetidas até ao momento 3.464 candidaturas contendo 8.274 projetos”, detalhou a mesma fonte. As candidaturas tinham de ser entregues até 31 de maio deste ano. “Até esta data foi efetuada toda a análise administrativa de conformidade, tendo sido iniciada a avaliação técnica”, acrescentou.

O ECO sabe que no setor existem também críticas relativas a atrasos do ano passado. Segundo uma fonte do setor, que não quis ser identificada e que faz a gestão de candidaturas a este benefício fiscal, em mais de uma centena de candidaturas ao SIFIDE 2021, só 25% delas já tiveram decisão, ou seja, uma em cada quatro.

Para a ANI a justificação destes atrasos são duas: “O crescimento do número de candidaturas submetidas nos dois últimos exercícios: acréscimo superior a mil candidaturas por ano face a 2019”. Mas também “o recente crescimento exponencial dos pedidos de ‘reconhecimento de idoneidade na prática de atividades de I&D’”.

Este reconhecimento é uma condição obrigatória para as empresas serem investidas pelos Fundos de Investimento no âmbito do SIFIDE.

Inicialmente o crédito fiscal entre 32,5% e 82,5% destinava-se apenas às despesas realizadas pelas empresas em I&D (despesas com pessoal, equipamentos e patentes). Mas, a partir de 2011, na nova versão (SIFIDE II) passou a ser abrangida a participação em fundos de capital de risco, públicos ou privados destinados a financiar empresas dedicadas sobretudo a I&D. Assim, tanto os fundos de investimento como as empresas que assumam uma participação nesse mesmo fundo têm direito ao incentivo.

Mas como foram identificados comportamentos que desvirtuam o sistema, ainda em dezembro de 2020, foi pedido à Inspeção Geral de Finanças e à Autoridade Tributária e Aduaneira que levassem a cabo um conjunto de auditorias específicas ao funcionamento do SIFIDE, em particular quando estavam em causa aplicações relevantes em I&D na vertente indireta (ex: através de fundos de investimento). O ECO já questionou o Ministério das Finanças sobre os resultados destas auditorias, mas ainda não obteve resposta.

Mas, tal como o ECO noticiou, o resultado destas auditorias iriam servir de base a uma alteração legislativa que esteve prevista para o início deste ano, mas que acabou por ser adiada devido à realização das eleições legislativas.

Um dos aspetos que gera dúvidas no Governo é a possibilidade de as empresas fazem spin offs de projetos de I&D e assim beneficiarem duplamente deste incentivo: através do fundo de capital de risco que criaram e através da participação que têm nesse mesmo fundo.

Apesar desta intenção de alteração do regime, fonte oficial da ANI garante que “todas as candidaturas já submetidas serão avaliadas de acordo com as regras em vigor aquando da sua submissão”. E não tem qualquer informação de “potenciais alterações às regras aplicáveis ao processo de avaliação”. Ou seja, os atrasos não são uma forma de esperar pelas novas regras.

Para os players os atrasos representam “carga administrativa adicional” porque as empresas têm de submeter o SIFIDE deste último ano (2021) sem terem a decisão do ano anterior (2020), pelo que “terão de fazer uma declaração modelo de substituição de IRC quando souberem o resultado”, explicou ao ECO fonte do setor. E a falta de decisão pode ser um desincentivo a apresentar novas candidaturas a este benefício fiscal devido à incerteza em tempo útil do resultado.

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Tribunal de Contas deve dar luz verde ao Fundo de capitalização nos próximos dias

Ministério da Economia tem a expectativa de que, nos próximos dias, o Tribunal de Contas vise o processo de relativo ao Fundo de Capitalização e Resiliência de 1,3 mil milhões de euros.

Está ultrapassado o impasse na operacionalização do Fundo de Capitalização de 1,3 mil milhões de euros gerido pelo Banco Português de Fomento. O Governo espera agora que, nos próximos dias, o Tribunal de Contas autorize o avanço do Fundo para chegar às empresas. Foram precisos cerca de seis meses para desbloquear a situação, mas as partes envolvidas divergem nas datas.

O presidente do IAPMEI responsabilizou o Tribunal de Contas pelo atraso na operacionalização do fundo por parte do Banco de Fomento. Na subcomissão de acompanhamento dos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Francisco Sá disse que o aumento de capital do banco estava em “processo de avaliação por parte do Tribunal de Contas” — um processo entretanto concluído com a capitalização do banco esta terça-feira — assim como a dotação do Fundo de Capitalização e Resiliência em 1.300 milhões de euros.

Já o Tribunal de Contas, no próprio dia 14 de setembro, precisou, em declarações ao Expresso, que o processo relativo ao Fundo de Capitalização e Resiliência aguardava “elementos solicitados em 22 de março, que ainda não foram remetidos ao Tribunal de Contas”. Mas afinal, segundo o secretário de Estado da Economia, esses elementos já tinham sido enviados. Questionado esta quarta-feira pelo ECO sobre as razões subjacentes a este impasse, João Neves garantiu que já tinham “respondido a tudo”. “Respondemos a tudo em agosto”, disse o responsável à margem de uma conferência. “A nossa expectativa é a de que nos próximos dias o Tribunal de Contas vise o processo”, acrescentou.

A nossa expectativa é a de que nos próximos dias o Tribunal de Contas vise o processo,

João Neves

Secretário de Estado da Economia

No entanto, o Tribunal de Contas tem uma cronologia diferente dos acontecimentos. “O processo deu reentrada no Tribunal dia de 15 de setembro”, avançou ao ECO fonte oficial da instituição liderada por José Tavares, ou seja, um dia depois da ida de Francisco Sá ao Parlamento.

O Tribunal de Contas tem, no máximo, 30 dias para levar a cabo um processo de fiscalização prévia, mas o prazo é suspenso sempre que é feito um pedido de informação ou de esclarecimento.

O ECO também já tinha questionado o próprio IAPMEI sobre as razões que justificavam este impasse. Fonte oficial garantiu que “quanto ao processo de dotação do Fundo de Capitalização e Resiliência e ao envio de elementos ao Tribunal de Contas, a situação encontra-se ultrapassada”.

A razão desta demora, de pelo menos seis meses, prende-se com o facto de o IAPMEI ter ficado “à espera que fosse clarificado aquilo que podia dizer ao Tribunal de Contas, com segurança”. Isto porque o “procedimento é essencialmente do Ministério das Finanças”.

Os 1,3 mil milhões de euros que o Banco de Fomento vai colocar nas empresas, para as capitalizar, têm origem no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mais concretamente na fatia de empréstimos de 2,7 mil milhões de euros disponibilizados pela bazuca (os restantes 14 mil milhões são subvenções). Mas é o IAPMEI que faz um empréstimo ao Banco de Fomento no valor do Fundo e, por isso, “tem de obedecer às regras desse empréstimo e tem de ter a certeza que existe disponibilização de fundos quando pede”, explicou ao ECO o secretário de Estado da Economia. Ou seja, foi necessário discutir primeiro como é que o IAPMEI pagava o empréstimo e acompanhava as responsabilidades da República no empréstimo que faz ao PRR e como encontrava a remuneração do mesmo.

Um processo mais complexo do que optar por uma simples dotação da verba ao BPF sob a forma de subvenção. Mas se esta opção tinha a vantagem de ser mais célere, acarretava um problema para as contas públicas porque iria pesar no défice. A modalidade empréstimo é mais complicada de montar, mas vai apenas onerar a dívida pública que, segundo o ministro das Finanças, terá este ano uma das maiores reduções em percentagem do PIB entre os pares europeus.

O ECO questionou o Banco de Fomento se os atrasos na operacionalização do fundo estavam subjacente à demora na divulgação dos resultados do programa e no pagamento às empresas, mas a instituição diz que não até porque “já efetuou a seleção de alguns dos projetos, a 30 de junho, relativamente à Janela B do Programa de Recapitalização Estratégica, a qual foi anunciada no dia 1 de julho”.

No entanto, o financiamento das empresas “depende naturalmente da realização da dotação pelo IAPMEI no FdCR”, reconhece fonte oficial do banco. “Mas, em primeiro lugar, depende da conclusão do processo de contratualização dos projetos/candidaturas aprovados”, acrescentou a mesma fonte.

Fundo de Capitalização operacionalizado através de dois programas

  1. O Programa de Recapitalização Estratégica no valor 400 milhões de euros que está a ser operacionalizado em duas janelas. A primeira a ser anunciada foi a janela B, com a escolha de 12 empresas para acederem a 76,7 milhões de euros, no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal que terminou a 30 de junho de 2022, ou seja, 20 dias depois da emissão da decisão do Banco de Fomento. Depois disso houve a desistência de Mário Ferreira do empréstimo de 40 milhões de euros. Esse dinheiro transitou para a janela A, cujo período de investimento só termina a 31 de dezembro deste ano, mas a data pode ser prorrogada se o Banco de Fomento assim o entender.
  2. O Fundo financia também o programa Consolidar, que visa capitalizar empresas, mas através de capitais de risco. Inicialmente com uma dotação de 250 milhões de euros, a presidente executiva do BPF já anunciou que esta verba será reforçada “para um montante significativamente superior”. Isto porque as 33 candidaturas, submetidas por sociedades de capital de risco e sociedades gestoras de capital de risco, a 18 de fevereiro, somam um montante global superior a 1.300 milhões de euros de investimentos para a constituição de fundos de capital de risco com uma dotação agregada superior a 3.100 milhões de euros. A decisão final deverá ser anunciada “muito em breve”, reiterou fonte oficial do Banco. Uma resposta que é, aliás, dada há vários meses.

Nota: Artigo atualizado às 9h41 com as respostas do Banco de Fomento enviadas após a publicação do artigo.

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“Dizer que vamos agir em IRC para resolver um problema de curtíssimo prazo é um erro”

"Se a perspetiva de mercado for de alguma retração num futuro próximo, baixar IRC tem um efeito marginal sobre o investimento empresarial", alerta o secretário de Estado da Economia.

A três semanas da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2023, está lançada a discussão sobre a forma como o Estado deve deve apoiar as empresas do ponto de vista fiscal. O ministro da Economia, António Costa Silva, defende uma “descida transversal” do IRC e não apenas seletiva como está inscrito no programa de Governo, enquanto o ex-ministro Pedro Siza Vieira defende benefícios fiscais para as empresas que reinvistam os seus lucros. Entre os dois há uma personalidade comum, João Neves, secretário de Estado de ambos. E qual a sua posição sobre a matéria? “Dizer que vamos agir em IRC para resolver um problema de curtíssimo prazo é um erro”, explicou ao ECO. Além disso, alerta que um choque fiscal não garante que haja uma melhoria do investimento das empresas já que as suas decisões são determinadas pelos mercados.

Com uma clara aversão em falar sobre Orçamento de Estado — porque “há muita gente a falar” — João Neves frisou ao ECO que “a política fiscal não responde a questões de natureza conjuntural”. “Não tem potencia para responder a efeitos de conjuntura”, acrescenta, numa breve conversa à margem de uma conferência em Lisboa.

Para o secretário de Estado da Economia, a política fiscal relativa aos impostos sobre os resultados das empresas deve ser “feita numa perspetiva de médio a longo prazo, porque as empresas investem agora e vêm os resultados em IRC daqui a um ano ou dois, em função da lógica de organização do sistema tributário“. Por isso, insiste: “Dizer que vamos agir em IRC para resolver um problema de curtíssimo prazo é um erro“.

Esta posição vai ao encontro de António Mendonça Mendes.“O choque fiscal não é, nem pode ser, a panaceia para a resolução dos nossos problemas”, acentuando que “os problemas económicos não se resolvem com um choque fiscal”, disse o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, na terça-feira.

João Neves considera que o debate sobre a política fiscal deve ser feito sobre a sua “natureza mais estrutural” num ambiente competitivo onde Portugal se insere. “Esse é o debate que tem de ser feito, não é para responder a conjuntura, nem é para dizer que com uma baixa muito significativa de impostos, vulgo choque fiscal, vamos ter um melhor desempenho do ponto de vista empresarial”.

O secretário de Estado da Economia recorda que o “investimento das empresas é feito na perspetiva do mercado: se vai crescer, se há tendências positivas nos produtos e serviços, se as coisas que as empresas estão a fazer do ponto de vista de inovação batem certo com essas tendências”. “Se não houver mercado, ou se a perspetiva de mercado for de alguma retração num futuro próximo, baixar IRC tem um efeito marginal sobre o investimento empresarial. “É neste contexto que deve haver um debate público e dentro do Governo, daquilo que são as condicionantes da política fiscal”, concluiu.

Um debate que o ministro das Finanças não quer que seja público para já. “Não me parece adequado nesta fase, em que decorrem negociações com os parceiros sociais, esta ou aquela posição sobre esta ou aquela matéria”, comentou Fernando Medina em declarações à margem do Congresso da Ordem dos Contabilistas Certificados. Fernando Medida acrescentou ainda que “não seria cordial trazer para fora da mesa da negociação o que está a ser tratado na mesa da negociação, que é algo complexo”. “Em matéria do IRC, o Governo tem uma voz: a voz que é definida coletivamente, a voz do primeiro-ministro”, concluiu Medina.

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5 coisas que vão marcar o dia

É dia de previsões económicas e dados sobre os preços da habitação. António Costa termina a deslocação a Nova Iorque com uma intervenção na Assembleia Geral da ONU.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) atualiza hoje as perspetivas económicas até ao final da legislatura. António Costa, primeiro-ministro, continua em Nova Iorque e vai discursar na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). No rescaldo da decisão da Fed, é a vez de o Banco de Inglaterra voltar a subir os juros. E o Instituto Nacional de Estatística (INE) português diz como evoluíram os preços da habitação entre abril e junho. Estes temas prometem marcar o dia.

Costa discursa em Nova Iorque

O primeiro-ministro intervém esta quinta-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas, no último dia da deslocação a Nova Iorque. O discurso está previsto para as 16h30, sendo que o dia arranca com uma reunião entre António Costa e o secretário-geral da ONU, o português António Guterres.

CFP atualiza perspetivas económicas

O CFP marcou uma conferência de imprensa para as 15h00 na qual atualizará as perspetivas económicas e orçamentais para o período de 2022 a 2026, o último da legislatura. Em março, com uma conjuntura muito diferente, o organismo estimava que Portugal fechasse 2022 com um défice de 1,6%. A divulgação ocorre numa semana em que o Presidente da República tem pressionado o Governo para que divulgue o cenário macroeconómico com que está a trabalhar no desenho do Orçamento do Estado para 2023.

Banco de Inglaterra sobe juros

No rescaldo de mais uma subida dos juros pela Fed americana, é a vez de o Banco de Inglaterra anunciar a sua decisão esta quinta-feira, pelas 12h00. Os economistas têm a expectativa de que o banco central britânico decida aumentar as taxas entre 50 e 75 pontos base, para tentar controlar a inflação. O anúncio estava originalmente marcado para a semana passada, mas o comité de política monetária decidiu adiá-lo por causa do período de luto e das cerimónias fúnebres da rainha Isabel II.

INE atualiza índice de preços da habitação

O INE vai publicar os últimos dados do Índice de Preços da Habitação referente ao segundo trimestre. Nos três meses anteriores, os preços da habitação em Portugal cresceram 12,9% face ao mesmo período do ano passado. Os preços das casas existentes subiram a um ritmo superior ao das casas novas.

Conselho de Segurança da ONU reúne

Apanhado de surpresa pela contraofensiva da Ucrânia, o Presidente Vladimir Putin da Rússia decidiu decretar a mobilização militar parcial no país para tentar dar resposta às forças ucranianas. Os militares na reserva serão convocados para combater e Moscovo promete retaliar “com todos os meios disponíveis”. É com este pano de fundo que acontecerá mais uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, em simultâneo com a Assembleia Geral da organização.

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Atraso tecnológico da Europa é uma “crise em câmara lenta”, alerta McKinsey

Europa está atrasada em oito das dez principais tecnologias que estão a transformar os negócios. Menor crescimento retirará recursos para a transição energética e políticas sociais.

A Europa está a perder o comboio do desenvolvimento tecnológico para outras regiões, ameaçando o seu crescimento e deixando vulnerável a sua economia, aponta o relatório “Securing Europe’s Competitiveness”, do McKinsey Global Institute. O fosso poderá retirar entre dois e quatro biliões de euros de valor acrescentado às empresas até 2040, o equivalente a metade do crescimento projetado para o PIB.

A Europa está a atravessar uma crise em câmara lenta, mas cada vez mais visível, centrada nas capacidades tecnológicas da região e na competitividade das suas empresas. Uma crise que requer atenção se a Europa pretende acelerar o seu crescimento, combater o espetro da estagflação, financiar investimentos na sustentabilidade e inclusão, e manter a sua autonomia estratégica”, aponta o relatório.

Primeiro a competitividade. Ainda que várias multinacionais de dimensão global tenham sede na Europa, de forma agregada o desempenho é “dececionante”. Uma análise da consultora norte-americana a cerca de 2.200 empresas de todo o mundo com receitas acima de mil milhões de dólares revela que as companhias europeias foram 20% menos lucrativas que as dos Estados Unidos entre 2014 e 2019. O ritmo de crescimento das receitas na Europa é também 40% mais lento, as empresas investiram menos 8% e os montantes aplicados em investigação e desenvolvimento (I&D) foram 41% inferiores.

O maior fosso é observável nas empresas de tecnologia. A análise do McKinsey Global Institute conclui que o setor é responsável por 90% da diferença na rentabilidade dos capitais próprios, 60% nas receitas e 70% nas despesas em I&D. Se o primeiro critério reflete a posição de mercado das tecnológicas norte-americanas e o seu poder para determinar preços, “o fosso no crescimento das receitas e na I&D claramente não são sustentáveis para a Europa”, considera o relatório.

Este subinvestimento resulta num atraso relativo em tecnologias transversais a vários setores consideradas essenciais para a competitividade futura e a prosperidade do continente. O estudo compara a Europa com a melhor região no que toca à inovação, produção e adoção de vários desenvolvimentos tecnológicos e só em dois o Velho Continente está a par ou acima: energias limpas e materiais de nova geração, respetivamente.

Nas restantes, a Europa deixou-se ficar para trás, sendo os exemplos mais notórios o “futuro da programação”, onde se inclui o software 2.0 e a programação low-code e no-code, e a inteligência artificial aplicada. Automação avançada, rede 5G, cloud e edge computing, revolução biológica e arquitetura de confiança (blockchain e cibersegurança) são as outras áreas onde é identificado um atraso.

Liderança no setor automóvel ameaçada?

“A tecnologia está agora a entrar em todos os setores através de tecnologias transversais como a inteligência artificial, a computação quântica e a cloud. Se a Europa não for bem-sucedida em competir nestas tecnologias, pode perder o domínio nas indústrias tradicionais. Para dar apenas um exemplo, a Europa tem sido líder na indústria automóvel mas poderá ficar para trás na condução autónoma“. Se em 2018 cinco dos dez carros premium mais vendidos nos EUA eram europeus, no ano passado só três dos dez carros elétricos mais vendidos tinham atravessado o Atlântico.

O estudo aponta outros exemplos. Enquanto nos EUA o investimento do capital de risco na robótica e automação somou 5.000 milhões de dólares entre 2015 e 2020, na Europa foi apenas um quinto daquele montante. Na rede 5G, as previsões apontam para uma taxa de penetração de 67% na China até 2024, enquanto a Europa se ficará por 35%. Na Europa, 42% das empresas adotaram pelo menos uma tecnologia de inteligência artificial em 2021. Na China, a percentagem chegou aos 73%.

O menor crescimento pode, além disso, enfraquecer a inclusão ao limitar a base dos fundos para programas sociais. Finalmente, pode também comprometer a autonomia estratégica da Europa em termos económicos e geopolíticos, num mundo cada vez mais polarizado.

Relatório Securing Europe’s competitiveness

McKinsey Global Institute

O estudo da consultora estima que as empresas europeias possam perder entre dois a quatro biliões de euros em valor acrescentado por ano até 2040. O que seria equivalente a cerca de metade do crescimento previsto para o PIB até àquele ano, seis vezes o montante de investimento necessário para atingir a neutralidade carbónica até 2050 e 90% de toda a despesa social num ano. Mais pungente ainda: permitiria pagar um rendimento universal de 500 euros por mês a cada europeu.

Se crescer menos, o continente terá maior dificuldade em fazer a transição energética ou suportar os encargos do Estado Social. “Ainda que os europeus argumentem que um menor crescimento é necessário para atingir a neutralidade carbónica, o crescimento reforça a confiança e cria um clima de investimento saudável, bem como as fontes de receita que são necessárias para pagar a transição energética. O menor crescimento pode, além disso, enfraquecer a inclusão ao limitar a base dos fundos para programas sociais. Finalmente, pode também comprometer a autonomia estratégica da Europa em termos económicos e geopolíticos, num mundo cada vez mais polarizado”, alerta o relatório.

Constrangimentos que a Europa tem de resolver

O McKinsey Global Institute defende que a Europa necessita de resolver uma série de constrangimentos que emperram a sua capacidade de competir perante a crescente disrupção e as dinâmicas em que o vencedor leva quase tudo. Mercados de trabalho inflexíveis, atraso na infraestrutura digital e um ambiente subótimo para atrair talento tecnológico e empreendedor, são os destacados.

O relatório aponta ainda quatro desafios. O primeiro é a fragmentação. Uma startup na União Europeia consegue aceder a um mercado aproximado ao dos EUA se estiver nos 27 Estados-membros, mas estes têm 24 línguas oficiais e regulamentações distintas.

Muita da inovação está hoje concentrada no digital e a presença de grandes empresas com grandes quantidades de dados e uma maior rede de utilizadores permite implementar inovações mais depressa.

Relatório Securing Europe’s competitiveness

McKinsey Global Institute

Outro desafio é a falta de ecossistemas tecnológicos dinâmicos e mais desenvolvidos. “Muita da inovação está hoje concentrada no digital e a presença de grandes empresas com grandes quantidades de dados e uma maior rede de utilizadores permite implementar inovações mais depressa”, exemplifica o estudo. A Europa também não dispõe de um cluster tecnológico da dimensão de Silicon Valley, nos EUA, ou de Shenzhen, na China. Paris é o único centro europeu no top 10 mundial de patentes.

Com uma estrutura de mercado de capitais mais conservadora, as startups e empresas europeias têm menos acesso a capital de risco (2,8 vezes menos que nos EUA, em 2021). Por último, a Europa precisa de uma regulação desenhada de forma a permitir decisões rápidas, agilidade e inovação, sustenta o estudo.

“Enfrentar o atraso tecnológico e empresarial em relação a outras regiões irá exigir que os líderes europeus demonstrem a mesma determinação e colaboração que demonstraram na resposta à pandemia e na resposta inicial à invasão da Ucrânia”, defendem os autores do relatório.

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Em dia de subida das taxas de juro da Fed, Wall Street cai 1,5%

Investidores já contavam com subida de 75 pontos base das taxas de juro. Mas a Fed admitiu aumentos mais agressivos para 2023 e fez tremer os mercados no final da sessão desta quarta-feira.

As bolsas dos Estados Unidos caíram mais de 1,5% na sessão desta quarta-feira. Em dia de nova subida das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed), a principal preocupação dos investidores residiu nas perspetivas para 2023. Antecipa-se uma política monetária ainda mais agressiva, o que assombrou o final da sessão.

A maior queda da sessão ficou por conta do Nasdaq, com o índice tecnológico a ceder 1,80% (11.219,89 pontos). Logo a seguir, o índice S&P 500 perdeu 1,72% (3.789,68 pontos). Por último, o índice industrial Dow Jones caiu 1,71% (30.181,99 pontos).

A subida das taxas de juro em 75 pontos pela terceira vez consecutiva – para o intervalo dos 3,00-3,25% – já tinha sido descontada nas sessões anteriores. No entanto, o comité de política monetária da Fed apresentou novas projeções para as taxas de juros: 4,40% até ao final de 2022 e de 4,60% para 2023. Em junho, projetava-se uma subida dos juros para 3,4% até ao final deste ano e de 3,8% para 2023.

Também foram afastadas quaisquer descidas nas taxas de juro até 2024, o que para os investidores foi interpretado como um prolongamento das políticas restritivas por mais tempo do que inicialmente previsto.

Com a perspetiva de mais restrições de mercado para controlar a inflação, os índices bolsistas dos Estados Unidos aceleraram as descidas a 30 minutos do fecho da sessão, depois do início positivo.

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É cliente da TAP? 9 perguntas e respostas sobre o ciberataque

  • ECO
  • 21 Setembro 2022

A empresa assumiu que há dados que foram "pirateados" no ciberataque. Saiba o que fazer para mudar a senha e evitar ser alvo de fraude.

A companhia aérea TAP divulgou esta quarta-feira várias recomendações sobre o ciberataque de que foi alvo em agosto e onde detalha os dados roubados pelos hackers. “Nome, nacionalidade, sexo, data de nascimento, morada, e-mail, contacto telefónico, data de registo de cliente e número de passageiro frequente” estão entre os dados que a a empresa assume terem sido desviados pelo grupo Ragnar Locker.

Este grupo, de acordo com o Expresso, roubaram dados pessoais com mais de 581 gigabytes de dados. Já tinham sido publicados, num primeiro momento, os dados de 115 mil clientes, a que se seguiu esta segunda-feira os dados de 1,5 milhões de clientes, o que pode ser sinal de que a empresa não terá pago nenhum resgate para a evitar a divulgação dos dados.

Os dados de pagamento estão, “até ao momento”, fora do ataque, mas a empresa avisa os clientes para um eventual aumento das tentativas de fraude (phishing). A TAP aconselha ainda a mudar a senha de acesso ao site e explica, num conjunto de perguntas e respostas que pode ler abaixo, o que aconteceu durante as várias semanas do ataque informático à companhia.

1- O que aconteceu?

Em agosto de 2022, os sistemas internos de cibersegurança da TAP Air Portugal (TAP) detetaram o acesso não autorizado a alguns sistemas informáticos.

2 – Os hackers conseguiram aceder aos dados dos clientes?

Alguns dados foram acedidos ilegitimamente pelos hackers e estão a ser divulgados publicamente. Os dados afetados podem incluir nome, nacionalidade, sexo, data de nascimento, morada, e-mail, contacto telefónico, data de registo de cliente e número de passageiro frequente. A informação afetada relativamente a cada cliente pode variar. Até ao momento, não há indicação de que dados de pagamento, tenham sido exfiltrados dos sistemas da TAP.

3 – O que está a acontecer com os dados roubados?

Os ‘piratas’ publicaram os dados obtidos ilegalmente na dark web. A divulgação de dados pessoais através de fontes abertas pode aumentar o risco da sua utilização ilegítima, nomeadamente com o objetivo de obter outros dados que possam comprometer os sistemas digitais para perpetrar fraudes (phishing).

4 – O que fazer?

Embora a senha de acesso para o Miles&Go ou a área reservada dos clientes não se encontre entre os dados afetados, a TAP recomenda, por precaução, que verifique as condições de segurança que utiliza para aceder à sua área reservada, nomeadamente utilizando uma senha forte e alterando-a frequentemente.

Também recomenda que tenha cuidado com quaisquer comunicações não solicitadas em que lhe peçam informações pessoais e evite clicar em ligações ou descarregar anexos provenientes de endereços de e-mail suspeitos.

5 – Como alterar a password?

A senha de acesso pode ser alterada em www.flytap.pt, selecionando a opção de login no canto superior direito da página e clicando em “Não me recordo/alterar a minha password”. Deverá, de seguida, inserir o seu endereço de email na janela pop-up para “recuperar/alterar a minha password” que lhe aparecer. Receberá um e-mail com um link para registar uma nova senha de acesso.

Para quaisquer esclarecimentos adicionais poderá obter mais informações através do 800 204 692 (chamadas nacionais) ou +44 203 695 3214 (internacional). Pode também contactar o responsável pela proteção de dados da TAP, através do endereço eletrónico [email protected].

6 – Que medidas foram tomadas pela TAP?

A TAP indica que criou imediatamente uma equipa de peritos internos e externos de TI e peritos forenses líderes da indústria para investigar minuciosamente e prevenir novos danos. Todos os sistemas afetados foram isolados e procedeu-se à limpeza desses sistemas. As operações da TAP nunca foram afetadas – todas as operações da TAP estão a decorrer em segurança.

Entre as medidas específicas tomadas pela TAP incluem-se: a adoção de medidas de resposta e contenção com o apoio de equipas internas e externas; o destacamento de peritos líderes da indústria para investigação e investigação forense; o destacamento de uma equipa externa para apoiar a recuperação de sistemas comprometidos; e o reforço das medidas de segurança em áreas específicas como medida de precaução.

7 – Os dados pessoais dos clientes estavam seguros?

Os dados acedidos encontravam-se armazenados em segurança nos sistemas informáticos da TAP com recurso a medidas organizacionais e técnicas adequadas baseadas nos standards usuais para cumprimento dos requisitos legais aplicáveis.

As medidas implementadas na TAP incluem backups regulares de dados; utilização de antivírus; firewalls com IDS/IPS; ferramentas de proteção de e-mail; utilização de segundo fator de autenticação; patches de segurança; scans de vulnerabilidade; testes de penetração; formação em segurança cibernética, entre outros.

8 – Que impacto teve a situação nos processos operacionais?

Segundo a TAP, através da intervenção dos sistemas de cibersegurança e de ações rápidas da equipa interna de TI, a intrusão foi contida numa fase inicial. Ou seja, reitera a empresa, não houve qualquer prejuízo para os processos operacionais. Os clientes podem continuar a viajar em segurança com a nossa companhia.

9 – Onde foram divulgados os dados?

Os dados foram divulgados no website para publicação de dados roubados dos atacantes. Os hackers operam nestes sites dedicados a fugas de informação escondidos na dark web. A dark web descreve uma parte da internet que não pode ser acedida através de motores de busca como o Google ou através de navegadores web comummente utilizados. Para aceder a websites na dark web é necessário um navegador especial.

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