Nas notícias lá fora: Twitter, voos suspensos e Lula da Silva

  • ECO
  • 11 Julho 2022

Twitter contrata equipa de advogados para processar Elon Musk por desistir da compra da rede social. Voos suspensos no continente europeu já ultrapassam os 40 mil.

O Twitter contratou uma equipa de advogados que vai processar Elon Musk por ter desistido da compra da rede social. Na Europa, contabilizam-se já mais de 40 mil voos suspensos para este verão. Lula da Silva, candidato favorito a vencer as Presidenciais do Brasil em outubro, promete abolir o limite constitucional à despesa pública. Saiba quais as notícias em destaque na imprensa internacional esta segunda-feira.

Reuters

Twitter contrata advogados para processar Musk

O Twitter contratou os advogados da firma Wachtell, Lipton, Rosen & Katz LLP numa altura em que se prepara para processar Elon Musk, na esperança de o obrigar a concluir a compra da rede social por 44 mil milhões de dólares. Fontes próximas do processo revelam à Reuters que a ação judicial deverá dar entrada nos tribunais ainda esta semana, em Delaware.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso pago/conteúdo em inglês).

Cinco Días

Mais de 40 mil voos suspensos pelas companhias aéreas na Europa

Fatores como a escassez de pessoal e as greves estão a provocar a suspensão de mais de 40 mil voos na Europa para os meses de verão, causando ao mesmo tempo inúmeros atrasos e problemas com a bagagem de passageiros. Do total, 25 mil correspondem a voos das companhias British Airways, Easyjet e Lufthansa. Estes cancelamentos colocam em causa todo o verão, com as transportadoras aéreas e os aeroportos a analisarem as operações planeadas de modo a terem a certeza de que conseguem cumprir os horários de voo a que se comprometeram.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Financial Times

Lula da Silva promete abolir limite constitucional à despesa pública

Em entrevista ao Financial Times, Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, que concorre novamente ao cargo nas eleições de outubro, promete abolir um limite constitucional à despesa pública e insiste que a despesa social é um investimento, não um custo. “Quando as pessoas pobres deixam de ser muito pobres e se tornam consumidores de saúde, educação e bens, toda a economia cresce”, frisou. Porém, rejeita dúvidas sobre o seu compromisso com a responsabilidade fiscal: “Aprendi muito jovem com a minha mãe analfabeta que não podia gastar mais do que ganhava.”

Leia a entrevista completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

El Expansión

Espanha compra mais gás à Rússia do que à Argélia

Em junho, Espanha comprou mais gás proveniente da Rússia do que da Argélia, o que não só quebra o seu modelo histórico de abastecimento como também é contrário à tendência ocidental. Especificamente, Espanha comprou gás equivalente a 8.752 gigawatt hora (GWh) à Rússia no mês passado, em comparação com 7.763 GWh à Argélia. A Rússia representou 24,4% de todos os fornecimentos de gás a Espanha em junho, em comparação com 21,6% da Argélia.

Leia a notícia completa no El Expansión (acesso pago/conteúdo em espanhol).

The Guardian

Danças virais no TikTok põe utilizadores “em risco de lesão”

Os jovens aspirantes a dançarinos no TikTok correm o risco de lesões quando participam em desafios virais ou recriam danças popularizadas naquela rede social. O alerta é feito por várias organizações, como a Royal Academy of Dance, que pede cautela aos utilizadores quando recriam movimentos de dançarinos profissionais ou participam em desafios virais que, por vezes, são mais exigentes. O diretor artístico Gerard Charles considera que a supervisão de um professor treinado é fundamental para evitar lesões, como foi o caso da atriz Kyra Sedgwick que, ao recriar o “Footloose Drop”, magoou o pulso.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IPSS vão receber apoio de até 6,16 euros por utente para combustível

Governo regulamenta por despacho apoio mensal por utente a instituições que prestem apoio domiciliário, centros de dia e centros de atividades e capacitação para a inclusão.

As instituições do setor social e solidário cuja atividade exija o transporte de pessoas e bens vão poder receber um apoio de até 6,16 euros por utente face à subida dos preços dos combustíveis. O valor varia consoante a região do país e o tipo de resposta social em causa.

A medida já tinha sido anunciada pelo Governo, em abril, mas só esta segunda-feira foi regulamentada por despacho publicado no Diário da República. Instituições em regiões consideradas de baixa densidade beneficiam uma majoração de 14% no valor do apoio.

De acordo com o diploma, no âmbito do serviço de apoio domiciliário, será pago um apoio mensal por utente de 2,57 euros nos territórios de baixa densidade e de 1,5 euros nos restantes.

No caso dos centros de dia, o apoio mensal é de 1,71 euros por utente nos territórios de baixa densidade e de 1,5 euros nos demais.

O apoio mais significativo é atribuído aos centros de atividades e capacitação para a inclusão, aos quais poderá ser pago um apoio mensal por utente de 6,16 euros nos territórios de baixa densidade e 5,4 euros nos restantes, de acordo com o despacho.

“O presente despacho entra em vigor no dia seguinte ao da publicação [ou seja, esta terça-feira] e produz efeitos no pagamento a efetuar desde o mês de abril, tendo em consideração as frequências relativas ao mês imediatamente anterior”, lê-se no documento.

“O apoio extraordinário previsto no presente despacho produz efeitos até ao dia 31 de julho de 2022”, informa também o diploma.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 1.500 operacionais combatem mais de 30 fogos

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

Mais de 1.500 bombeiros combatiam 35 fogos em Portugal continental às 7h30 desta segunda-feira, sendo o incêndio que deflagra em Ourém, no distrito de Santarém, o que mais meios mobilizava.

Mais de 1.500 bombeiros combatiam 35 fogos em Portugal continental às 7h30 desta segunda-feira, sendo o incêndio que deflagrou na quinta-feira em Ourém, no distrito de Santarém, o que mais meios mobilizava, segundo dados da proteção civil. Os incêndios já provocaram pelo menos 29 feridos, concretamente 12 bombeiros e 17 civis.

De acordo com informação disponível na página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), um total de 1.505 operacionais, apoiados por 459 veículos, combatiam 35 incêndios, cinco dos quais ativos, cinco em resolução e 25 em conclusão.

O incêndio que deflagrou às 16h37 de quinta-feira na localidade de Cumeada, concelho de Ourém, no distrito de Santarém, era às 7h30 o que mais meios mobilizava com 585 operacionais, apoiados por 196 veículos.

Também o incêndio que deflagrou às 15h50 de sexta-feira em Vale da Pia, concelho de Pombal, no distrito de Leiria, mobilizava 343 operacionais, com o apoio de 109 veículos.

Por dominar continuava também o fogo que deflagrou às 15h15 de domingo no Canedo, concelho de Ribeira de Pena, no distrito de Viana do Castelo, que às 7h30 estava a ser combatido por 140 operacionais, com o auxílio de 140 veículos.

O fogo que deflagrou às 15h54 de quinta-feira na freguesia de Marzagão, concelho de Carrazeda de Ancião, no distrito de Bragança, encontrava-se dominado, estando a ser combatido por 126 operacionais, com o auxílio de 38 veículos

Portugal continental entrou em situação de contingência à meia-noite desta segunda-feira, que deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas poderá ser prolongada caso seja necessário.

A declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45.º em algumas partes do país, segundo disse, no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Devido à situação de risco, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a Comissão europeia mobilizou, no domingo, dois aviões espanhóis para combater os incêndios no território português.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pandemia teve “impactos profundos” nos restantes cuidados de saúde

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

Um relatório do Conselho Nacional da Saúde (CNS) revela que houve uma "redução das atividades relacionadas com a prevenção da doença ou promoção da saúde" durante a pandemia de Covid-19.

A resposta do Serviço Nacional de Saúde à pandemia teve “impactos profundos” nos restantes cuidados prestados, alerta o Conselho Nacional da Saúde (CNS), que aponta uma redução de 700 mil cirurgias programadas e de 50 mil urgentes em 2020.

“A organização da resposta em cuidados de saúde à Covid-19 teve impactos profundos na prestação de cuidados de saúde não-Covid substanciados na alteração da atividade assistencial, na redução das atividades relacionadas com a prevenção da doença ou promoção da saúde”, sublinha o relatório “Pandemia de Covid-19: Desafios para a saúde dos portugueses”, divulgado esta segunda-feira.

Segundo o documento do CNS, comparando com a média de 2015 a 2019, em Portugal continental registou-se uma redução de 19% no número de intervenções cirúrgicas programadas em 2020, ou seja, menos cerca de 700 mil cirurgias, com redução superior (23,1%) nas cirurgias convencionais.

Mesmo as cirurgias urgentes tiveram uma diminuição de 8,3%, com menos cerca de 50 mil realizadas no primeiro ano da pandemia, refere o órgão independente de consulta do Governo, que concluiu ainda que pouco menos de três quartos das consultas foram realizadas dentro do Tempo Máximo de Resposta Garantido em 2020, valor que voltou a subir para os valores pré-pandemia em 2021.

De acordo com o documento, durante 2020 e 2021 registou-se também uma quebra do número de consultas médicas nos cuidados de saúde primários, comparativamente ao período de 2016 a 2019, assim como uma diminuição de 1,1 pontos percentuais da cobertura da população inscrita com médico de família, contrariando uma tendência crescente verificada em anos anteriores.

“Nos cuidados de saúde hospitalares a redução da proporção de utentes com acesso a cuidados foi um pouco mais marcada”, refere o documento, ao avançar que, em 2020, houve uma redução de 12,2 a 21,6% das primeiras consultas hospitalares, sendo esta diminuição menos acentuada nas consultas subsequentes (entre 0,04% e 16,6%).

Também os cuidados de saúde preventivos sofreram uma “forte disrupção com a pandemia”, particularmente evidente em 2020, indica o documento, alertando que, se a diminuição da atividade assistencial tem implicações profundas no imediato, os impactos na área dos cuidados preventivos e de promoção da saúde “certamente se encontrarão com maior evidência no avanço da linha do tempo”.

De acordo com o relatório, a vigilância das pessoas com diabetes sofreu um “impacto significativo”, com redução da proporção de vigilância do pé diabético ou controlo de hemoglobina glicada.

“Existiu igualmente uma redução de 102.812 pessoas rastreadas para a retinopatia diabética no ano de 2020”, indica o CNS, que avança que menos 174.218 mulheres foram rastreadas para o cancro da mama, menos 124.835 mulheres para o cancro do colo do útero e menos 34.920 pessoas rastreadas para o cancro do cólon e reto.

“Quanto aos rastreios de âmbito populacional, em 2020, em Portugal continental, a proporção de população elegível rastreada para o cancro da mama decresceu quanto à média dos anos 2016-2019, com uma redução de cerca de 10 pontos percentuais relativamente a 2019”, sublinha o documento.

O número de utentes com problemas relacionados com álcool em tratamento diminuiu de 2019 para 2020 em cerca de 8%, com uma redução de quase 50% do número de novos utentes em tratamento e 30% dos utentes readmitidos.

Apesar das reduções, o CNS assinala que “não houve paragem dos cuidados, embora estes tenham ficado fortemente comprometidos” durante a pandemia de Covid-19.

No que diz respeito aos recursos humanos, entre 2018 e 2021, verificou-se um aumento de 16,3% no número de trabalhadores no SNS, sendo que o grupo com maior aumento foi o dos assistentes operacionais (24,2%), seguido do dos técnicos de saúde (22,1%) e do dos técnicos de diagnóstico e terapêutica (20,9%).

O número de médicos – sem considerar internos de especialidade – cresceu 11,9% e o de enfermeiros 16,8% entre 2018 e agosto de 2021.

Relativamente à saúde mental, o relatório do CNS recorda que, em Portugal, existiram dois períodos de confinamento geral – de março a abril 2020 e de janeiro a março 2021 – que colocaram a questão do seu “impacto nos níveis de solidão, depressão, uso nocivo de álcool e outras drogas e comportamentos de auto-lesão”.

“A generalização, quase instantânea, do teletrabalho provocou sentimentos de isolamento social e solidão que, por sua vez, reduziram a capacidade de lidar com as mudanças na carga de trabalho e no tempo de trabalho, afetando adversamente os níveis de stresse e o bem-estar mental e físico dos trabalhadores”, refere o documento.

No geral, o CNS alerta que a pandemia poderá ter, direta e indiretamente, afetado a saúde mental da população e levado ao aumento de procura dos serviços relevantes.

“Medo, luto, isolamento, perda de rendimento poderão ter desencadeado novos problemas de saúde mental ou agravado os pré-existentes, assim como a própria Covid-19 poderá aumentar o risco de morbilidade psicológica e neurológica, a curto e médio prazo”, adianta.

O documento, que é apresentado esta segunda-feira numa sessão na Assembleia da República, analisa o impacto da pandemia nos principais indicadores sociodemográficos, na saúde mental da população e na prestação de cuidados de saúde.

Criado em 2016, o CNS é um órgão independente de consulta do Governo, que visa garantir a participação dos cidadãos na definição das políticas de saúde e promover uma cultura de transparência e de prestação de contas perante a sociedade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo já nomeou 817 pessoas para os gabinetes

  • ECO
  • 11 Julho 2022

Os mais de 800 funcionários nomeados para os gabinetes do Governo custam aos cofres do Estado 35,4 milhões de euros por ano, menos 7,4 milhões que os salários brutos do Executivo anterior.

O Executivo liderado por António Costa nomeou, até à data, 817 pessoas para os seus gabinetes, o que equivale a uma despesa mensal de 2,53 milhões de euros em salários brutos repartidos pelos 18 ministérios. Por ano, o total corresponderá a 35,4 milhões de euros, menos 7,4 milhões face aos 42,8 milhões do anterior Governo, segundo cálculos feitos pelo Jornal de Notícias.

Mantendo-se estes valores, serão gastos 141,7 milhões de euros em salários para funcionários governamentais até ao final da legislatura, embora as frequentes mudanças nos gabinetes e o facto de nem todos estarem ainda completos deverem fazer os números oscilar.

A maioria dos funcionários está nos ministérios das Finanças (64), Presidência (61) e Administração Interna (61), enquanto os da Cultura (32), Ciência e Ensino Superior (33) e Saúde (39) são os que têm menos. Ao nível do peso salarial, a maior despesa é do Ministério da Presidência (201,5 mil euros por mês), seguido do gabinete do primeiro-ministro (200,2 mil euros por mês) e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (185,4 mil euros por mês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal entre países onde Uber usou violência de taxistas para obter benefícios

  • Lusa
  • 11 Julho 2022

Portugal foi um dos países onde a gigante norte-americana usou uma estratégia de aproveitar a violência de taxistas contra motoristas da Uber como forma de promover a imagem da empresa.

A Uber usou em vários países, incluindo Portugal, a estratégia de aproveitar a violência de taxistas contra motoristas da Uber, como forma de promover a imagem da empresa e conseguir cedências por parte de governos, revela uma investigação jornalística.

O plano começou a ser desenhado em 2015, quando os estrategos da empresa norte-americana perceberam que poderiam beneficiar com os atos de violência contra os motoristas da Uber, ganhando a simpatia da opinião pública, revela a investigação Uber Files, conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês).

A investigação hoje revelada cita um dos lobistas da empresa, Christian Samoilovich, numa mensagem enviada a um colega, em março desse ano, onde reconhece que a Uber poderia usar a seu favor a violência contra os motoristas da empresa, depois de um conselheiro da Comissão Europeia ter escrito na rede social Facebook que um Uber em que viajara tinha sido atacado por taxistas.

Nessa semana, quatro motoristas da Uber foram atacados numa mesma noite por taxistas nos Países Baixos que protestavam contra os benefícios de que a empresa norte-americana estava a beneficiar, levando Niek van Leeuwen, gestor da organização para aquela região europeia, a relatar a situação ao então CEO, Travis Kalanick.

Com o aval da direção geral da empresa, Leeuwen fez chegar a sua reação de indignação perante estes casos junto dos ‘media’ dos Países Baixos, alimentando o caso na comunicação social e fazendo um relatório interno em que aconselhava: “Temos de manter esta narrativa da violência”.

A partir daí, a Uber começou a aconselhar os motoristas a fazerem frente à violência dos taxistas, lembrando-os que essa era a melhor forma de proteger os interesses da empresa para a qual trabalhavam.

Kalanick aparece em várias mensagens a defender que os motoristas da Uber fizessem frente aos taxistas, mesmo apesar do risco de serem agredidos fisicamente, aconselhando a que se mantivesse “a narrativa da violência”.

Um porta-voz do ex-CEO disse ao consórcio de jornalistas que essas declarações estão fora de contexto e que Kalanick nunca quis colocar em risco a vida dos motoristas da Uber, mas atuais dirigentes da empresa mostraram-se revoltados com estas práticas.

Um dos exemplos apresentados pela investigação do ICIJ – citado pelo jornal The Washington Post, um dos media partners nesta investigação – ocorreu em Portugal, em 2015, quando taxistas cometeram “atos de violência” contra motoristas da Uber em diversas ocasiões, provocando ferimentos em vários e levando um deles a ser hospitalizado.

A contestação ao serviço Uber em Portugal, e à falta de regulação da sua atividade, cresceu de tom ao longo do primeiro semestre de 2015, culminando, no final do mês de junho, na confirmação de uma providência cautelar, apresentada pela Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), junto do Tribunal Central de Lisboa, para a suspensão da atividade da plataforma tecnológica.

As ações de taxistas portugueses sucederam-se ao longo do segundo trimestre e voltaram a ganhar dimensão em setembro e outubro, com manifestações que chegaram a ser realizadas, em simultâneo, em Lisboa, Porto e Faro.

Na altura, Portugal estava em vésperas de eleições legislativas, que levaram à mudança de Governo.

A regulação das plataformas tecnológicas para o transporte de passageiros viria a entrar em vigor em 2018.

De acordo com o jornal The Washington Post, que situa a ação em julho de 2015, Rui Bento, à altura gestor da Uber em Portugal, aparece citado num e-mail a colegas a dizer que a empresa estava “a ponderar” apresentar a informação dos ataques e dos ferimentos aos meios de comunicação locais, na altura em que a ANTRAL, a maior associação de taxistas em Portugal, procurava contrariar a estratégia de expansão da Uber.

Na versão de Rui Bento, nas mensagens, a ideia por detrás da difusão das informações dos ataques dos taxistas contra motoristas da Uber era “criar uma ligação direta entre as declarações públicas de violência do presidente da ANTRAL (Florêncio Almeida) e estas ações, para degradar a sua imagem pública”.

Em resposta a esta mensagem de Rui Bento, Yuri Fernandez, gestor de comunicação da Uber, propôs que se investigasse o passado de Florêncio Almeida: “Para ver se temos alguma coisa ‘sexy’ para os ‘media’”, de acordo com os documentos citados pela investigação.

O jornal The Washington Post diz que Bento e Fernandez não responderam aos pedidos de comentários a este caso.

A investigação do ICIJ apresenta casos semelhantes noutros países, como a Suíça, onde um violento ataque de um taxista em Genebra contra um motorista da Uber foi analisado como podendo ter potencial para obter benesses do Governo de Berna.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal reclama junto da Comissão para que reconheça potencial no hidrogénio

  • Capital Verde
  • 11 Julho 2022

Além de propor que seja acrescentado "a produção de hidrogénio renovável a longo prazo", Portugal pede que sejam incluídas as "interconexões transfronteiriças energéticas".

Portugal reclamou junto da Comissão Europeia e dos grupos de trabalho do Conselho da União Europeia para que as conclusões do semestre europeu relativas a Portugal, para a produção de energia solar e a exploração nacional de hidrogénio, fossem revistas e alteradas, avança esta segunda-feira o Público.

Além de ter proposto que fosse acrescentado o potencial de “produção de hidrogénio renovável a longo prazo”, Portugal pediu que sejam incluídas as “interconexões transfronteiriças energéticas”, incluindo infraestruturas de gás prontas para hidrogénio. No documento publicado a 23 de maio, são apenas feitas recomendações das interligações de eletricidade.

Face o desagrado em relação a esta conclusão, o Governo de António Costa propôs alterações ao documento de recomendações específicas por país dado que, segundo o Público, trata-se de um rascunho e, por isso, os Estados-membros podem propor alterações. Estas propostas só serão integradas na versão final após a aprovação da Comissão e do Conselho Europeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gás natural afunda 8% na Europa. Devolução de equipamento à Rússia alivia receio de corte no abastecimento

Apesar do fecho do Nordstream para manutenção, o Canadá emitiu uma licença que vai permitir a entrega à Rússia de uma turbina do gasoduto, aliviando os receios de um corte no abastecimento de gás.

Os futuros de referência do gás natural na Europa afundavam mais de 8% esta segunda-feira de manhã, dia em que a Rússia vai travar o fluxo no gasoduto Nordstream 1, alegando uma manutenção programada. Os países europeus, principalmente a Alemanha, temem que não volte mais a reabrir.

Pelas 7h40 em Lisboa, o gás TTF para entrega em agosto seguia a cair 8,25%, para 160,75 euros por MWh (megawatt-hora), de acordo com dados da plataforma Barchart.

Apesar do fecho do gasoduto, os futuros do gás natural chegaram a cair 12% com a notícia de que o Canadá vai devolver à Rússia uma turbina que tinha sido enviada ao país para manutenção, mas que não foi devolvida por causa das sanções. O Kremlin tinha dito que a devolução deste equipamento ajudaria a aumentar o abastecimento de gás à Europa, segundo a Bloomberg.

O gasoduto Nordstream 1, que transporta 55 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano da Rússia para a Alemanha, encerra esta segunda-feira para uma manutenção de dez dias, até 21 de julho.

No entanto, no contexto da guerra na Europa, os países europeus temem que o fornecimento não volte a ser retomado. Isto depois de o Kremlin ter cortado os fluxos em 40% face à capacidade total do gasoduto no mês passado, alegando um atraso na entrega de equipamentos por parte da alemã Siemens.

“Com base no padrão que temos visto, não seria muito surpreendente agora que algum pequeno detalhe técnico seja encontrado e que eles digam ‘agora já não poderemos reabri-lo'”, disse o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, num evento no final de junho, citado pela Reuters.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa segue perdas na Europa com receios de uma recessão

BCP e Galp penalizam principal índice português, enquanto as elétricas travam uma queda mais expressiva. Investidores estão nervosos com a possibilidade de uma recessão na Europa.

A bolsa de Lisboa volta a enfrentar perdas neste arranque de semana. O principal índice nacional acompanha as quedas nas principais bolsas europeias, no dia em que a Rússia fecha a torneira do gasoduto Nordstream 1, que liga o país à Alemanha, alegando uma manutenção programada de dez dias. Os líderes europeus temem, contudo, que não volte a reabrir.

A possibilidade do fim do abastecimento de gás natural russo à Europa tem alimentado os receios de uma recessão no continente, penalizando os preços das ações nos mercados de capitais. Enquanto o Stoxx 600 recua 1,03%, o português PSI cai 0,46%, para 5.967,76 pontos, castigado pelas ações do BCP e da Galp.

O banco liderado por Miguel Maya desvaloriza 2,10%, para 14,95 cêntimos, e a petrolífera nacional recua 1,07%, para 10,135 euros cada título, à luz da queda dos preços do petróleo — o Brent desvaloriza mais de 1% esta segunda-feira.

Cotação das ações da Galp

Em sentido inverso, as ações das elétricas estão em alta. A EDP soma 1,29%, para 4,699 euros, ao passo que a EDP Renováveis soma 0,62%, para 24,4 euros. A Greenvolt avança 0,89%, para 7,91 euros, no dia em que as novas ações resultantes do aumento de capital começam a ser negociadas na bolsa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo desliza mais de 1% após aumento dos casos de Covid na China

Aumento do número de infeções no maior importador de petróleo do mundo estão a alimentar os receios de que novos confinamentos travem a procura. Preços da matéria-prima estão a descer mais de 1%.

Os preços do petróleo arrancam a semana em queda, depois de ter sido reportado um aumento no número de casos de Covid-19 na China, o maior importador do mundo. Dados que estão a alimentar os receios de novos confinamentos que venham a ser impostos pelas autoridades chinesas, aliados a uma eventual recessão mundial, travem a fundo a procura.

Pelas 7h20 em Lisboa, o petróleo Brent, referência para as importações nacionais, caía 1,28%, para 105,65 dólares, depois de ter acumulado uma descida de mais de 4% na semana passada, provocando uma descida significativa dos preços dos combustíveis esta segunda-feira. Nos EUA, o WTI descia 1,57%, para 103,16 dólares à mesma hora.

Evolução do preço do Brent

Apesar do nervosismo com uma redução da procura por petróleo, os investidores também colocam no outro prato da balança os possíveis constrangimentos do lado da oferta. As atenções estão voltadas para os planos do Ocidente de impor um preço máximo ao petróleo vendido pela Rússia, de forma a travar o financiamento do Kremlin por esta via, sem prejudicar expressivamente a oferta da matéria-prima.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, tinha alertado que novas sanções ao país terão consequências “catastróficas” para o mercado global de energia. Esta segunda-feira é o dia em que Moscovo fecha oficialmente a torneira do gás à Europa via o gasoduto Nordstream 1, alegando uma manutenção programada de dez dias. Uma garantia que não convenceu o Ocidente, com a Alemanha e outros países europeus a temerem que o gás não volte mais a fluir.

“O maior problema para os mercados neste momento — esqueçam as notícias da Covid-19 e do [Presidente dos EUA, Joe] Biden — é saber se o Nordstream volta” a funcionar. Até haver clareza sobre esse mega evento de risco, vamos continuar neste ciclo bom e mau no mercado do petróleo”, disse à Reuters Stephen Innes, managing partner da SPI Asset Management.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Nomeações no Governo, inspeções fiscais e hidrogénio

  • ECO
  • 11 Julho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os salários brutos dos 817 funcionários nomeados para o Governo terão um custo de 35,4 milhões de euros por ano. Um acordo com quase três anos, que permite parcerias entre as administrações tributárias de Portugal e Angola, não teve até agora nenhuma ação simultânea. Conheça estas e outras notícias em destaque esta segunda-feira.

Governo já nomeou mais de 800 pessoas para os gabinetes

O Executivo liderado por António Costa nomeou, até à data, 817 pessoas para os seus gabinetes, o que equivale a uma despesa mensal de 2,53 milhões de euros em salários brutos repartidos pelos 18 ministérios. Por ano, o total corresponderá a 35,4 milhões de euros, menos 7,4 milhões face aos 42,8 milhões do anterior Governo, de acordo com os cálculos feitos pelo JN. A maioria dos funcionários está nos ministérios das Finanças (64), Presidência (61) e Administração Interna (61).

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Fisco ainda não lançou inspeções a contribuintes em conjunto com Angola

Há quase três anos, Portugal e Angola acordaram realizar ações de controlo conjuntas entre as administrações fiscais de ambos os países para inspecionar pessoas e empresas que têm relações económicas relevantes, mas até agora não houve controlos simultâneos. Os dois países já cooperam a nível tributário, embora a intensidade ainda seja baixa. Em Portugal, há 43 cidadãos angolanos – com rendimentos superiores a 750 mil euros ou um património superiores a 5 milhões – que entrariam nestas contas.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Portugal exige a Bruxelas que reconheça potencial no hidrogénio

O Governo reclamou junto da Comissão Europeia a revisão e alteração de algumas das conclusões do Semestre Europeu relativas a Portugal e o potencial nacional de produção de energia solar e de exploração de hidrogénio renovável. O Executivo comunitário explica que o documento original é, na verdade, um rascunho, ao qual os Estados-membros podem propor alterações às propostas apresentadas. Depois de submetidas, as alterações só passarão a integrar o texto final depois da aprovação da Comissão e do Conselho da União Europeia.

Leia a notícia completa no Público (ligação indisponível).

Guerra já pode ter roubado 1,2 mil milhões à produção nacional

Embora Portugal não seja dos países mais expostos, estima-se que a guerra na Ucrânia tenha roubado cerca de 1,2 mil milhões de euros à produção nacional associada às exportações. A estimativa é do Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública (Planapp) – uma entidade tutelada pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com a supervisão direta do próprio primeiro-ministro, António Costa. O trabalho identifica também alguns dos setores mais afetados pela crise, como é o caso da produção de máquinas, equipamentos e automóveis.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

Comissão Europeia vai questionar apoios ao Grupo DST

Os serviços da Comissão Europeia (CE) responsáveis pela fiscalização do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverão questionar o Ministério da Economia, nas próximas semanas, sobre a elegibilidade do Grupo DST para se candidatar a 25% dos apoios previstos no programa destinado a empresas no valor de 2,4 mil milhões de euros. A vigilância da CE sobre esta concentração de eventuais apoios futuros ao Grupo DST surge num contexto em que Bruxelas já está a analisar a venda da Efacec ao Grupo DST, como noticiou o ECO na semana passada. Ainda hoje, cinco meses após ter sido aprovada em Conselho de Ministros, a venda da Efacec não reúne unanimidade no seio do Governo.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rússia fecha torneira do gás à Europa. E não é certo que volte a abrir

O gasoduto Nord Stream vai estar encerrado durante 10 dias. Alemanha e aliados temem que Moscovo aproveite a ocasião para fechar a "torneira" de vez à Europa e já preparam medidas.

A partir desta segunda-feira, o gasoduto Nord Stream, que é a principal conduta de gás russo para a Europa, vai estar encerrado durante 10 dias para manutenção. No entanto, a Alemanha e os seus aliados ocidentais temem que Moscovo aproveite esta ocasião para fechar a “torneira” de vez à Europa, pelo que os países já preparam medidas.

Dada a elevada dependência da Alemanha à energia russa, com mais de um terço das exportações de gás a serem provenientes do país liderado por Vladimir Putin, a Alemanha teme que o Kremlin aproveite esta vantagem para se vingar das sanções que a Europa impôs a Moscovo na sequência da invasão russa à Ucrânia.

Por isso, o governo liderado por Olaf Scholz estará já a preparar um plano de emergência, que inclui racionamentos e resgates de empresas, de acordo com a Bloomberg. No entanto, o fim das importações de gás proveniente da Rússia poderá ter graves consequências, nomeadamente levando a maior economia europeia a uma recessão –– isto é, dois trimestres consecutivos de quebra do PIB em cadeia — e teria também repercussões em toda a Europa. De acordo com o cenário severo desenhado pela Comissão Europeia, que contempla esta possibilidade, o crescimento do PIB seria inferior em 2,5 pontos percentuais face ao cenário base (2,7%) e a taxa de inflação seria três pontos percentuais acima (face aos atuais 6,1%).

Caso o governo alemão decrete situação de “emergência”, o regulador da energia poderá controlar a distribuição, e apesar de os serviços essenciais como os hospitais não serem afetados, os consumidores poderão ver limitada a utilização dos aquecedores e dos esquentadores, ao passo que indústria poderá ver o seu abastecimento de energia limitado. Recorde-se que há já alguns municípios alemães a racionar água quente, a diminuir a intensidade da iluminação pública e a encher piscinas com água mais fria.

Neste contexto, o governo alemão está também a acelerar a legislação, de modo a conseguir resgatar as empresas do setor energético em dificuldades, com o intuito de colmatar os efeitos negativos provocados pela redução do fluxo de gás da Rússia. É o caso da Uniper, que está em conversações com o executivo alemão para um resgate financeiro, depois de a Gazprom ter cortado 60% do gás fornecido à empresa, e de a empresa ter alertado, na sexta-feira, que está a ficar sem dinheiro. De acordo com a Bloomberg, que cita uma fonte próxima do processo, o pacote financeiro poderá chegar aos 9 mil milhões de euros.

Por outro lado, a Alemanha está também regredir nos seus compromissos ambientais, reativando centrais de carvão para produzir eletricidade. Segundo as estimativas feitas pela Bloomberg, esta decisão permite ao país reduzir o volume de gás usado para energia em 52% nos próximos 12 meses.

Paralelamente, o Canadá revelou no sábado que vai abrir uma exceção e abrir a turbina da Siemens Energy, que estava retida no Canadá devido às sanções impostas a Moscovo, e que é necessária para a manutenção do gasoduto Nord Stream. Em comunicado, citado pela Reuters, o governo canadense sinalizou que esta decisão tem “um prazo limitado e revogável” e que tem como objetivo apoiar “a capacidade da Europa de aceder energia confiável e acessível à medida que continua a afastar-se do petróleo russo. e gás.”

O atraso da entrega desta turbina terá motivado a redução, da parte da Gazprom, do abastecimento de gás para a Alemanha em 40%, sendo que o Kremlin garantiu, na sexta-feira, que o abastecimento de gás pode regressar a níveis normais com a devolução deste equipamento.

A par da Alemanha, também França já se prepara para o fim do gás russo. Com cerca de 17% do seu abastecimento proveniente da Rússia, o governo francês tem vindo a preparar planos de contingência. No domingo, o ministro das Finanças francês revelou que a primeira linha de ação será dirigida às habitações e empresas, com o racionamento do consumo de energia, seguida pela construção de novas infraestruturas, nomeadamente a construção de uma central nuclear flutuante, segundo a Reuters.

Certo é que o corte de gás russo é particularmente problemático para França, dado que muitos reatores do país estão atualmente suspensos para manutenção. No sábado, também a primeira-ministra francesa sinalizou que é “credível uma quebra dos envios [de energia] da Rússia para a Europa”, anunciando que o seu Governo vai, em breve, apresentar “um plano de sobriedade energética” que visa mobilizar rapidamente toda a população para a redução do consumo, para a renovar casas mais antigas e para descarbonizar transportes e indústria. “É uma oportunidade para fortalecer a nossa soberania e criar empregos no nosso território”, destacou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.