Uber pede desculpas “pelos erros cometidos” em Londres

  • ECO
  • 25 Setembro 2017

A Uber pediu desculpa depois de os Transportes de Londres terem decidido não renovar a licença para operar na capital britânica. A empresa vai recorrer da decisão.

A Uber pediu desculpas “pelos erros cometidos” depois dos Transportes de Londres (TL) terem decidido não renovar a licença para a empresa continuar a operar na capital britânica.

Depois de, na passada sexta-feira, os Transportes de Londres terem anunciado que não iam renovar a licença da Uber para operar na cidade, a empresa avançou esta segunda-feira com um pedido de desculpas.

Na origem da situação está o facto de a empresa não cumprir características requeridas pelos operadores de alugueres de carro, nomeadamente no que diz respeito ao modo como reportam os crimes e na investigação dos antecedentes dos condutores.

Numa carta-aberta publicada no “Evening Standard”, o diretor-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, assumiu os erros, dizendo que “ao mesmo tempo que a Uber revolucionou o modo como as pessoas se movem nas cidades nos diversos pontos do mundo, é igualmente verdade que fizemos coisas mal nesse caminho”.

“Em nome de todos na Uber a nível global, peço desculpa pelos erros que nós cometemos”, acrescenta. A empresa adiantou ainda que vai recorrer da decisão dos Transportes de Londres, “em nome de milhões de londrinos, mas fazemo-lo com a consciência de que temos de mudar”. Ameaçou ainda levar a cidade a tribunal e já avançou com uma petição online que já conta com mais de 750 mil assinaturas.

Estas declarações surgem num tom mais humilde do que as proferidas pelo antecessor, Travis Kalanick, que foi afastado do cargo, a pedido dos investidores, na sequência do escândalo de abusos sexuais e após várias denúncias de uma cultura sexista vigente.

Sadiq Khan, o mayor de Londres, comentou que “obviamente, estou satisfeito por ele ter conhecido as questões que afetam a Uber em Londres”, salientando que, apesar de existir um processo legal em curso, “eu pedia aos TL para ficarem disponíveis para se reunirem com ele”.

“Não seremos perfeitos mas vamos ouvir as vossas recomendações; vamos procurar ser parceiros a longo prazo com as cidades nas quais operamos; e vamos continuar com o nosso trabalho com humildade, integridade e paixão”, disse Khosrowshahi.

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Uber vai passar a entregar refeições em Lisboa

Serviço UberEATS chega a Lisboa "até ao final do ano", avançou a Uber Portugal em comunicado. Permitirá aos utilizadores encomendar refeições numa nova aplicação.

Serviço UberEATS deverá funcionar numa nova aplicação e chegará a Lisboa até ao final do anoDR

O serviço UberEATS, através do qual os utilizadores da Uber podem encomendar uma refeição que é entregue num local a pedido, está a chegar a Portugal. Lisboa será a primeira cidade portuguesa a ter esta funcionalidade que já existe noutras 100 cidades lá fora. A empresa está neste momento a “estabelecer parcerias com os melhores restaurantes da cidade”, avançou a Uber Portugal em comunicado.

“O UberEATS vai chegar a Lisboa até ao final do ano. O serviço de entrega de refeições ao domicílio da Uber vai ligar os utilizadores de Lisboa aos melhores restaurantes da cidade”, indica a empresa numa nota enviada às redações. A empresa não se compromete com uma data específica e ainda está à procura de restaurantes parceiros e estafetas. Aos primeiros, a Uber promete “um impacto real” sobre o negócio. Aos estafetas, promete “flexibilidade total” nos horários e “maiores rendimentos”.

No comunicado, a empresa de transporte, que tem já 3.000 motoristas parceiros nas várias cidades em que opera em Portugal, garante ainda que o UberEATS vai “criar centenas de oportunidades económicas para residentes locais que queiram ser parceiros de entrega de refeições através da aplicação”. “Este produto irá contribuir para o crescimento das vendas dos restaurantes parceiros, e também oferecerá dados e análises personalizadas das suas entregas, serviço de apoio ao cliente e um novo canal direto para chegar a mais clientes de forma simples e eficiente”, escreve a Uber Portugal.

Segundo o comunicado, o serviço UberEATS funcionará numa “nova aplicação” e com uma “equipa dedicada”. Rui Bento, diretor-geral da empresa, avançou que a empresa está a “reforçar” a “aposta em Portugal”: “Para além de continuarmos a trazer uma opção de mobilidade mais simples, segura e económica às cidades portuguesas, queremos tornar a descoberta gastronómica e a entrega de refeições mais rápida e conveniente aos Lisboetas com o UberEATS.”

A notícia surge na mesma altura em que se sabe que este serviço está a registar um sucesso notório noutros mercados, de acordo com o The New York Times. O serviço sobressai nas contas da Uber por ser lucrativo em pelo menos 27 das 108 cidades onde existe atualmente (dados de julho), principalmente em mercados mais orientais. É um dado particularmente curioso na medida em que o principal negócio da empresa — o transporte privado — ainda não atingiu o break-even nove anos depois de ter surgido nos Estados Unidos. No final do segundo trimestre, a Uber faturou 1,75 mil milhões de dólares, registando um prejuízo de 645 milhões. Encontra-se avaliada em mais de 70 mil milhões de dólares.

Em risco de perder a licença em Londres, líder da Uber pede desculpa

A linha de vida da Uber está pontuada de polémicas e incidentes. Em Portugal, o setor ainda aguarda regulamentação e é ilegal aos olhos das autoridades, como avançou o ECO no início do ano. A empresa está ainda em risco de perder a licença para operar em Londres já no final deste mês, o que desencadeou uma petição contra a decisão das autoridades que conta já com mais de 670.000 assinaturas.

Esta segunda-feira, o jornal The Guardian cita o novo presidente executivo da empresa, Dara Khosrowshahi, que veio a público pedir desculpa pelos erros cometidos durante o seu percurso. Os reguladores queixam-se de que a empresa não tomou as medidas apropriadas para garantir a idoneidade dos motoristas. Face a isso, o gestor afirmou: “Ao mesmo tempo que a Uber revolucionou a forma como as pessoas se deslocam nas cidades em todo o mundo, também é verdade que cometemos erros ao longo desse percurso. Em nome de todos na Uber, peço desculpa pelos erros que cometemos.” A empresa recorreu da decisão da Transports of London de não renovar a licença e aguarda uma decisão final.

(Notícia atualizada às 12h47 com mais informações)

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Mais de meio milhão de pessoas querem manter Uber em Londres

  • Lusa
  • 23 Setembro 2017

O regulador dos transportes públicos de Londres não renovar a licença da Uber na capital britânica. Uma decisão que levou mais de 500 mil pessoas a assinar uma petição.

Mais de 500 mil pessoas exigem que o regulador dos transportes públicos da capital britânica, Transport For London (TfL), revogue a decisão de não renovar a licença de operação em Londres da empresa norte-americana Uber.

Na sexta-feira, o regulador TfL anunciou que a Uber, plataforma norte-americana de transporte de passageiros, não vai renovar a licença (que termina a 30 de setembro) da empresa para operar em Londres por se considerar que oferece medidas de segurança insuficientes.

Pelas 13:00 (hora de Lisboa), eram já 509.689 as pessoas que já tinham assinado uma petição online na plataforma Change.org, lançada pela Uber e intitulada “Save your Uber” (Salva o teu Uber).

“Ao querer banir a nossa aplicação da capital [britânica], a TfL e o município de Londres cederam a um pequeno número de pessoas que querem restringir a escolha do consumidor. Se esta decisão prevalecer, serão mais de 40.000 os motoristas com licença a perder o emprego e milhões de londrinos a serem privados de uma forma conveniente e acessível de transporte”, afirma a Uber na petição.

"Ao querer banir a nossa aplicação da capital [britânica], a TfL e o município de Londres cederam a um pequeno número de pessoas que querem restringir a escolha do consumidor. Se esta decisão prevalecer, serão mais de 40.000 os motoristas com licença a perder o emprego e milhões de londrinos a serem privados de uma forma conveniente e acessível de transporte.”

Uber

O regulador questiona os controlos que a Uber, que gere uma aplicação telefónica de serviços de transporte de passageiros, faz aos seus motoristas, bem como a sua atitude perante possíveis delitos graves.

O presidente da Câmara de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, apoiou a decisão da TfL, organismo que preside, e declarou que seria “errado continuar a emitir uma licença à Uber se podia supor um risco para a segurança dos londrinos”. “Quero que Londres esteja à frente da inovação e da tecnologia e que seja um lar natural para novas empresas que proporcionem serviços melhores e mais acessíveis para os londrinos”, afirmou.

“Mas todas as empresas devem respeitar as normas e aderir às regras vigentes, especialmente no que se refere à segurança dos clientes”, adiantou. Khan sublinhou que “todos os serviços de aluguer privados devem respeitar a lei”.

O presidente da comissão parlamentar sobre táxis, o também trabalhista Wes Streeting, apoiou “a valente decisão” da TfL e sublinhou que a empresa já foi proibida noutras cidades da Europa e dos Estados Unidos. Streeting recordou que no Reino Unido a Uber, cujos condutores são particulares que operam através da sua aplicação, não denunciou apropriadamente presumíveis delitos de violação e abuso sexual a passageiros e que foi acusada pelos seus empregados de não garantir os mais básicos direitos laborais.

Logo na sexta-feira, a Uber anunciou que vai contestar nos tribunais a decisão do regulador de transportes de Londres.

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Rui Bento, ao ECO: “Lisboa entre as cidades que poderão acolher”o novo centro da Uber

Rui Bento, diretor-geral da Uber Portugal, confirmou ao ECO que a empresa norte-americana está mesmo a preparar um novo centro operacional. E que a escolha poderá ser Lisboa.

Já há confirmação oficial: a empresa norte-americana Uber está mesmo à procura de um local para instalar um novo centro de operações, indicou o diretor da Uber Portugal ao ECO.

O responsável da empresa confirmou também que Lisboa está na lista das potenciais cidades para o acolher, a par de Cracóvia, Cairo, Limerick e Paris. Como já foi noticiado, estarão em causa 250 novos postos de trabalho.

“Podemos confirmar que a Uber está a preparar a criação de um novo centro de operações para servir a região da Europa e Médio Oriente, e que Lisboa está entre as cidades que poderá acolher este centro”, disse o diretor da empresa para o mercado português.

“No entanto, não estamos ainda em condições de confirmar quando esta decisão será tomada e se a escolha recairá sobre Lisboa”, acrescentou. A notícia foi avançada inicialmente pelo Jornal de Negócios, que referiu que a capital portuguesa estará “bem encaminhada para receber o investimento”.

Podemos confirmar que a Uber está a preparar a criação de um novo centro de operações para servir a região da Europa e Médio Oriente, e que Lisboa está entre as cidades que poderá acolher este centro.

Rui Bento

Diretor-geral da Uber Portugal

Lisboa tem alguns trunfos nesta corrida, nomeadamente o crescimento significativo que a plataforma tem vindo a registar na capital portuguesa. A Uber chegou a Portugal em meados de 2014 e já opera também no Porto e no Algarve, com cerca de 3.000 motoristas no total.

(Notícia atualizada às 11h27 com mais informação)

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Pode a Uber vir a aceitar pagamentos em bitcoin?

Dara Khosrowshahi introduziu os pagamentos por bitcoin na plataforma Expedia. Agora, o gestor está a caminho da liderança da Uber. Será que vai disponibilizar essa opção na app?

Dara Khosrowshahi introduziu os pagamentos em bitcoin na Expedia. Fará o mesmo na Uber?PAULA NUNES/ECO

Estávamos em junho de 2014 quando a plataforma de booking Expedia anunciou que ia passar a aceitar pagamentos em bitcoin. A notícia foi recebida com surpresa no universo das criptomoedas, com o site a tornar-se no primeiro grande negócio mainstream a apostar naquela divisa. Uma aposta feita sob a batuta de Dara Khosrowshahi, o homem que a Uber agora escolheu para ser o seu novo CEO.

A Expedia, que detém a Trivago, ainda hoje aceita a moeda digital para pagar reservas em hotéis. Ora, quando introduziu a opção, a bitcoin valia cerca de um décimo do que vale hoje, em que cada moeda já equivale a mais de 4.500 dólares. Não são conhecidos números concretos, mas um executivo chegou a afirmar que o número de transações estava acima das expectativas.

Em contrapartida, a chegada da bitcoin à Expedia não foi propriamente surpresa para quem já conhecia o perfil de Dara Khosrowshahi. O gestor é visto como um evangelizador das novas tecnologias. Agora, de acordo com a Quartz, a ida de Khosrowshahi para a Uber vem dar uma nova vida a um rumor já com alguma idade: irá a Uber seguir o mesmo caminho e habilitar pagamentos de viagens em bitcoin?

“Pagamentos em bitcoin fariam sentido para a Uber. É uma criptomoeda global para um viajante global.

Joon Ian Wong

Repórter da Quartz

Hipótese remota, mas não descabida

O ECO falou com Joon Ian Wong, repórter da Quartz, acerca da hipótese de a Uber vir a disponibilizar pagamentos em bitcoin. Para o jornalista, é “pouco provável” que aconteça “no curto prazo”, mas a medida não é descabida.

“Pagamentos em bitcoin fariam sentido para a Uber. É uma criptomoeda global para um viajante global. O débito faz-se do saldo em bitcoin, em vez de se fazer da libra, do dólar ou do yuan, com o câmbio”, explicou.

No entanto, o elevado valor unitário da moeda poderia ser um problema. “Não faz muito sentido para as pessoas que compraram agora, por exemplo. Mas os responsáveis comerciais veem isto como um ‘efeito de riqueza’: os detentores de bitcoin mais antigos gastam mais em termos de bitcoin quando o preço está mais alto”, disse.

“Claro que existem muitos problemas técnicos quando se usa a bitcoin como dinheiro, como os tempos [elevados] de confirmação, etc.”, indicou Joon Ian Wong.

Para já, e antes de se aventurar em novas experiências, a Uber de Dara Khosrowshahi terá outras guerras para vencer. A empresa está a caminho dos primeiros lucros (que nunca chegaram em nove anos de atividade) e tem uma imagem para limpar depois da sucessão de escândalos que resultou na saída de Travis Kalaick da empresa.

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Lisboa na mira da Uber para novo centro de operações

  • ECO
  • 4 Setembro 2017

Capital portuguesa é uma das cinco opções da Uber para receber o novo centro de operações internacional da empresa. Está em causa a criação de 250 postos de trabalho.

Lisboa é uma das cidades na mira da Uber para a instalação de um centro operacional e de suporte da conhecida empresa de transporte privado. A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo Jornal de Negócios [acesso condicionado], que acrescenta que a capital portuguesa surge na lista das possibilidades da empresa, a par com Cracóvia (Polónia), Cairo (Egito), Limerick (Irlanda) e Paris (França).

Segundo o jornal, a empresa norte-americana está a avaliar a melhor opção para a instalação deste centro — e Lisboa estará “bem encaminhada para receber o investimento”. Em causa, 250 novos postos de trabalho associados a este investimento. A jogar a favor de Lisboa estará o rápido crescimento que a empresa registou neste mercado desde que iniciou operações em meados de 2014, operando também no Porto e Algarve com um total de cerca de 3.000 motoristas.

A atividade prestada por plataformas como a Uber e a Cabify tem vindo a ser contestada pelo setor do táxi, que se queixa de concorrência desleal. Além disso, as operações da empresa estarão ilegais à luz do Direito português, após alteração à lei dos transportes em táxi em novembro passado. No entanto, o Governo já apresentou uma proposta para regulamentar estas empresas, legalizando a atividade. O diploma, bem como outras propostas, está parado na especialidade há meses.

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Uber prepara entrada em bolsa a partir de 2019, garante novo CEO

A tecnológica deverá entrar em bolsa entre o início de 2019 e a segunda parte de 2020. A certeza foi dada por Dara Khosrowshahi, o novo CEO da empresa, no primeiro dia de trabalho.

No primeiro dia enquanto CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, anunciou aos trabalhadores que a empresa — avaliada em 62,5 mil milhões de dólares — irá proceder a uma IPO (sigla inglesa para oferta inicial de ações) num período que pode ir entre 18 e 36 meses, segundo o Financial Times.

O ex-CEO da Expedia, que falou pela primeira vez esta terça-feira sobre a mudança para a Uber — anunciada esta semana — reuniu-se esta quarta-feira com os trabalhadores na sede da empresa, em São Francisco. O IPO da unicórnio era uma das prioridades de alguns investidores da Uber nos últimos tempos, mas o antigo CEO e fundador, Travis Kalanick, opôs-se à ideia numa conferência em 2016, dizendo que queria adiar a entrada em bolsa “tanto quanto humanamente possível”.

Khosrowshahi começará de forma oficial esta quinta-feira, de acordo com o FT. Esta terça-feira, em entrevista à Bloomberg, o novo CEO afirmou que “a Uber é uma empresa que está a redefinir a indústria de transportes numa base global“, assinalando que “fazer parte dessa história é algo muito interessante e será um verdadeiro privilégio”.

O iraniano tem 48 anos, 12 deles passados a comandar os destinos da Expedia. É licenciado em engenharia eletrotécnica pela Universidade de Brown e, no currículo, conta também com uma passagem pela IAC, a dona da Expedia, entre 1998 e 2005, como chefe da divisão financeira. Antes, esteve sete anos no banco de investimento Alen & Co.

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Anti-Trump e expert em finanças. Quem é o escolhido para liderar a Uber?

Dara Khosrowshahi tem 48 anos e lidera a Expedia, uma empresa do ramo das viagens. Foi o nome escolhido pela Uber para ocupar a cadeira de CEO. Quem é? E o que significa esta escolha?

A Uber procurou, procurou… e já encontrou um novo CEOElliott Brown/Flickr

Está confirmado. Dara Khosrowshahi é o novo presidente executivo da Uber, a polémica empresa de transporte privado sedeada em Silicon Valley. “Não foi algo de que estivesse à procura (…) Mas é definitivamente a oportunidade de uma vida”, diz, em entrevista à Bloomberg.

A oferta de emprego foi feita, confirmaram vários jornais junto de várias fontes. Mas Khosrowshahi não poderá fazê-lo sem abandonar a liderança da Expedia, uma plataforma de booking para viagens que detém, por exemplo, a Trivago.

Na entrevista, Khosrowshahi falou pela primeira vez sobre a escolha do seu nome para liderar a empresa de transportes. “A Uber é uma empresa que está a redefinir a indústria de transportes numa base global. Fazer parte dessa história é algo muito interessante e será um verdadeiro privilégio”, sublinhou, numa entrevista conduzida na sede da Expedia, em Washington.

Não foi algo de que estivesse à procura. Adoro a Expedia. E queria continuar aqui. Mas é definitivamente a oportunidade de uma vida.

Dara Khosrowshahi

CEO Expedia, apontado como novo CEO da Uber.

Há dificuldades? Há complexidades? Há desafios? Sem dúvida, mas é isso que também faz com que seja divertido“, acrescenta, dizendo que o desafio exige que não entre ‘na desportiva’. “Estou nisto para sujar as mãos e construir uma equipa, e construir algo para o qual as pessoas vão olhar e ter orgulho”.

Sai Travis, entra Khosrowshahi

Tem 48 anos, 12 deles passados a comandar os destinos da Expedia. É licenciado em engenharia eletrotécnica pela Universidade de Brown e, no currículo, conta também com uma passagem pela IAC, a dona da Expedia, entre 1998 e 2005, como chefe da divisão financeira. Antes, esteve sete anos no banco de investimento Alen & Co. As informações estão no LinkedIn.

Quer saber a origem do nome? É iraniano. Mas isso pouco interessa — mais do que o nome, é o meio onde se move que faz a diferença. Ora, como explica a Business Insider, Khosrowshahi trabalhou no universo empreendedor de Seattle. Este é um detalhe curioso porque a Uber é a maior empresa de capital privado de Silicon Valley. E sempre houve uma certa rivalidade entre ambos os ecossistemas, indica o jornal.

Crítico de Donald Trump, evangelizador do potencial da tecnologia e com uma taxa de aprovação positiva no meio. É assim que a Business Insider o descreve. Além do mais, pertence ao conselho de administração do The New York Times, o jornal que o Presidente norte-americano cedo colocou na sua lista negra. Restam dúvidas? A Expedia que encontrou em 2005 faturava 2,1 mil milhões de dólares por ano. No ano passado, a receita fixou-se nos 8,7 mil milhões.

A Uber terá de pagar pelo líder da Expedia qualquer coisa como 200 milhões de dólares. É que, ao longo de mais de uma década, Khosrowshahi acumulou opções de compra de ações no valor de 184,4 milhões de dólares pelas cotações de fecho da última sexta-feira, acrescentando-se a isso um ano de salário e outros bónus que o gestor detém em ações da empresa.

Que Uber encontrará?

Aceitando a oportunidade, Dara Khosrowshahi terá em mãos uma empresa em crescimento, com cerca de 70 mil milhões de dólares de capital privado, mas que nunca viu lucros em quase dez anos de atividade. A Uber ainda caminha em direção ao break-even, tendo perdido 645 milhões de dólares no segundo trimestre deste ano, menos 9% do que no trimestre anterior.

Foi um dos números revelados pela empresa ao site Axios na semana passada. Entre eles, um aumento trimestral de 17% nas receitas, que se fixaram em 1,75 mil milhões de dólares entre abril e junho. É por isso uma empresa cuja saúde financeira está a melhorar gradualmente. Mas foi na cultura empresarial que surgiram muitos dos problemas na era de Travis Kalanick, o CEO anterior.

Nomeadamente as acusações de assédio sexual, entre outras polémicas que o ECO resumiu aqui. A Uber envolveu-se ainda em litigância com a Google por causa do carro sem condutor… e também com as autoridades, graças a duas aplicações secretas que desenvolveu internamente para ganhar vantagens sobre a concorrência. Por isso, Khosrowshahi terá, desde logo, a missão de limpar a imagem da companhia.

Dara Khosrowshahi tem 48 anos. Passou 12 deles a comandar os destinos da ExpediD.R./LinkedIn

Entrada em bolsa à vista?

Em conversa com o ECO, Luís Pedro Martins, líder da startup portuguesa Zaask, indicou que o nome Dara Khosrowshahi poderá indiciar aspirações de entrada em bolsa por parte da Uber, dada a ligação do gestor financeiro. “[O perfil] diz no que é que a Uber anda atrás. Ir para bolsa? Mais tarde ou mais cedo há de fazer sentido. Eventualmente tem de resolver ali alguns potenciais indicadores que não estarão tão bons. Pode ser uma preparação”, indicou.

“Normalmente, a especialidade do CEO tem em conta a principal prioridade empresa”, acrescentou. “Às vezes as pessoas falam muito da Uber mas, aparentemente, aquilo financeiramente está a correr bem. Mesmo em Portugal, a coisa está a correr muito bem. [A empresa] tem é tido alguns problemas”, concluiu Luís Pedro Martins.

Às vezes as pessoas falam muito da Uber mas, aparentemente, aquilo financeiramente está a correr bem. Mesmo em Portugal, a coisa está a correr muito bem.

Luís Pedro Martins

CEO da Zaask

Em contrapartida, Miguel Santo Amaro, cofundador e líder da Uniplaces, disse ao ECO, por email, que a escolha “apanhou o mercado de surpresa uma vez que se esperavam outros nomes como o de Meg Whitman ou o de Jeff Immelt”. “Contudo, o novo CEO da Uber tem vários aspetos interessantes para o novo cargo e parece-me ser uma escolha acertada”, acrescentou o comentou o empreendedor português.

“[Dara Khosrowshahi] foi até ao mês passado presidente executivo da Expedia — uma das principais agências de viagens online e donos de vários sites, entre os quais a Trivago, da qual os fundadores são investidores na Uniplaces. Curiosamente, Dara, um norte-americano de origem iraniana, conhecido por ser anti-Trump, é também administrador do The New York Times Company desde 2015, o que poderá ser útil na gestão da opinião nos media”, referiu Miguel Santo Amaro.

"O novo CEO da Uber tem vários aspetos interessantes para o novo cargo e parece-me ser uma escolha acertada.”

Miguel Santo Amaro

CEO da Uniplaces

E concluiu: “Não terá uma tarefa fácil à sua frente, uma vez que terá de rapidamente reparar a imagem corporativa da empresa, confiança dos investidores e colaboradores e construir o futuro deste (ainda) colosso tecnológico.”

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Uber oferece seguros de vida e acidente na Índia

  • ECO
  • 29 Agosto 2017

A conhecida empresa de transporte privado estende à Índia uma oferta já disponível em países como Indonésia e Myanmar.

Os motoristas da Uber na Índia vão beneficiar de seguros de vida e acidente gratuitos, oferecidos pela empresa de transporte. Os seguros são apenas válidos durante a condução dos veículos da empresa e surgem numa altura em que a companhia tenta limpar a sua imagem após uma sucessão de escândalos na casa-mãe nos Estados Unidos.

“Estamos cientes da responsabilidade que temos em fazer o nosso melhor para os condutores que usam a aplicação para a sua subsistência”, disse Pradeep Parameswaran, diretor de operações da Uber na Índia, citado pelo Financial Times [acesso condicionado].

Esta oferta surge na sequência das acusações de imposição de uma cultura empresarial agressiva na Uber e também pela forma como a empresa lida com os motoristas. Segundo o jornal britânico, estes foram encorajados a pedir empréstimos avultados para comprar automóveis, assim como lhes foram prometidos salários irrealistas: enquanto a empresa prometia remunerações mensais de 100.000 rupias (cerca de 1.310 euros), os condutores recebiam entre as 70.000 ou 85.000 rupias por mês.

Perante as queixas, a empresa de transporte de passageiros tem defendido que as remunerações dos condutores são “atrativas”, admitindo, no entanto, que estas têm vindo a cair. Enquanto mercado emergente, a Índia tem vindo a tornar-se um ponto de grande relevância para o crescimento da Uber, dado o aumento demográfico e a inadequação dos transportes públicos no país. No país, a plataforma conta já com 450.000 condutores, embora alguns também trabalhem para a concorrente local Ola.

De referir que Portugal está entre os poucos países onde a Uber tem um programa de benefícios para os motoristas. Face às polémicas, a empresa lançou em março o programa Momentum Rewards, que dá aos motoristas a possibilidade de “usufruir de descontos e condições especiais em produtos e serviços importantes para as suas operações”.

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Uber quer o líder da Expedia. Terá de pagar 200 milhões por ele

Dara Khosrowshahi, líder da dona da Trivago, foi o escolhido pela Uber para ocupar o cargo de CEO na era pós-Travis. Nome poderá custar até 200 milhões de dólares à empresa de transporte privado.

Dara Khosrowshahi é o líder da Expedia desde 2005D.R./LinkedIn

A Uber escolheu Dara Khosrowshahi, atual CEO da Expedia, para ocupar o cargo de presidente executivo. É uma aposta cara por parte da empresa norte-americana de transporte, e que lhe poderá custar qualquer coisa como 200 milhões de dólares, de acordo com contas feitas pela Bloomberg.

Khosrowshahi comanda a dona da Trivago há 12 anos, tendo passado pelo grupo que comprou a própria Expedia, o conglomerado IAC. Durante esse tempo, catapultou as receitas da companhia e acumulou regalias como opções de compra de ações no valor de 184,4 milhões de dólares, pelas cotações de fecho da última sexta-feira.

Segundo a agência, é hábito das grandes empresas pagarem aos altos quadros uma bonificação por terem de rescindir os contratos de trabalho antes do estipulado. A Uber deverá ainda ter de pagar um salário anual mais os bónus em ações conseguidos pelo gestor ao longo de mais de uma década de serviço na plataforma. Contas feitas, o valor deverá rondar os 200 milhões de dólares.

Poderemos nunca saber o valor real, já que a Uber, enquanto empresa de capital privado, não é obrigada a revelar o montante. Mas sabe-se que a empresa ofereceu a Anthony Levandowski um pacote de ações no valor de 250 milhões de dólares quando foi buscá-lo à Google. Levandowski acabou despedido alguns meses depois.

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Plataformas como a Uber já foram multadas 853 vezes

  • ECO
  • 25 Agosto 2017

Segundo dados do Ministério da Administração Interna, a PSP e a GNR já passaram 853 multas a plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify.

Até ao final de março, a PSP já tinha instaurado 332 autos de contraordenação a motoristas da Uber e da Cabify. Uma contabilização recente feita pelo Ministério da Administração Interna, em resposta enviada ao PCP, revelada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios [acesso pago], põe o número nas 853 multas desde novembro do ano passado até ao início deste mês.

Em causa está uma alteração legislativa de novembro que tornou ilegal a atividade destas plataformas aos olhos das autoridades. Em janeiro, o ECO revelou que a polícia elaborou um parecer interno que conclui que a Uber e a Cabify estão ilegais pela lei em vigor. Internamente passaram a existir instruções para os agentes autuarem quem transporte passageiros sem alvará.

A resolução deste problema estaria pendente da aprovação da regulamentação para estas plataformas no Parlamento. Contudo, os partidos não chegaram a acordo e o diploma continua sem existir, pelo que as autoridades policiais continuam a multar estas empresas. Ainda recentemente, o mesmo aconteceu à porta de um festival de verão do qual a Cabify era parceira oficial.

Segundo o Ministério da Administração Interna, a PSP já realizou 351 ações de fiscalização dedicada ao setor do táxi, o que resultou em 1.153 infrações e 748 autos de notícias. Já a GNR instaurou 105 autos de contraordenação, “sendo que três foram dirigidos a plataformas de angariação ilegal de transporte”, refere o MAI, citado pelo Negócios.

A lei prevê coimas de até 4.500 euros para singulares. No caso de pessoas coletivas, as coimas podem chegar aos 15.000 euros. Em causa, a “prática de angariação, com recurso a sistemas de comunicações eletrónicas, de serviços para viaturas sem alvará”, lê-se naquela que foi a sexta alteração ao diploma que pune o transporte ilegal de passageiros. A lei foi alterada por proposta do PCP.

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Uber corta prejuízo em 9%. Já só perde 645 milhões

Prejuízo da conhecida aplicação de transporte privado caiu 9% em cadeia no segundo trimestre deste ano, face a um aumento de 17% nas receitas. Perdeu 645 milhões de dólares entre abril e junho.

A situação financeira da Uber está a melhorar. A aplicação de transporte reduziu os prejuízos no segundo trimestre deste ano, face a um aumento das receitas na ordem dos dois dígitos entre abril e junho. Os dados foram avançados pela empresa ao jornal Axios e citados pela Bloomberg.

Segundo a agência, as receitas da empresa aumentaram 17% em relação ao trimestre anterior, fixando-se nos 1,75 mil milhões de dólares, ou cerca de 1,48 mil milhões de euros. Os prejuízos desceram 9%, com a Uber a perder ainda assim 645 milhões de dólares, aproximadamente 547,1 milhões de euros.

No final do segundo trimestre, a Uber contava com 6,6 mil milhões de dólares em cash. Reportou também um aumento em cadeia de 17% nas receitas geradas com comissões, atingindo os 8,7 mil milhões de dólares.

Os dados mostram que a saúde financeira da Uber está a melhorar. A empresa nasceu em 2008 e está agora a assinalar o nono ano de atividade, contando hoje com operações em cidades um pouco por todo o mundo — incluindo em Portugal. Está avaliada em cerca de 70 mil milhões de euros em capital privado, mas até agora ainda não atingiu o break-even.

A Uber não é uma empresa cotada, daí não estar obrigada a revelar dados concretos acerca dos seus investidores e dos resultados. Encontra-se atualmente à procura de um novo presidente executivo, após a demissão de Travis Kalanick na sequência de várias polémicas e escândalos.

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