Uber testa modelo por subscrição na UberEATS

Spotify para a música, Netflix para os filmes e... UberEATS para a comida. A Uber está a testar um novo modelo de subscrição para a UberEATS como forma de fidelizar mais clientes.

A UberEATS poderá vir a oferecer um novo modelo por subscrição. A avançar, esta nova opção deverá eliminar as taxas de entrega aos subscritores, dando-lhes ainda acesso a promoções e menus exclusivos. A informação foi revelada por um executivo da Uber numa entrevista à Business Insider, que assumiu que já foram realizados testes em algumas cidades específicas.

Esta aplicação da Uber permite a entrega de refeições ao domicílio e está disponível em Lisboa desde o final do ano passado. Um modelo por subscrição permitiria à Uber fidelizar mais clientes e, em teoria, aumentar as receitas, numa altura em que existem cada vez mais serviços do mesmo género no mercado.

“Estamos constantemente a fazer testes. De facto, fizemos alguns testes [ao modelo por subscrição] com alguns grupos em cidades específicas”, disse Toussaint Wattinne, diretor-geral da Uber no Reino Unido, citado pela Business Insider. Contudo, o gestor não esquece que existem outros fatores com influência sobre a retenção de clientes. “Há funcionalidades e aspetos fundamentais da experiência que alimentam a maioria da nossa retenção. O que leva o utilizador a voltar vai ser, principalmente, os restaurantes incluídos, a confiabilidade da experiência e o tempo da entrega”, acrescentou.

Em Portugal, a Glovo é vista como um dos principais concorrentes da UberEATS, enquanto, em alguns mercados estrangeiros, a Deliveroo e a Just Eat são as principais alternativas. Também a Amazon estará já de olhos postos neste negócio.

Um modelo por subscrição, à semelhança do que acontece noutros segmentos de mercado (como o Spotify para a música e o Netflix para os filmes e séries), não é novidade para as aplicações de entrega de refeições. Segundo o jornal, a Deliveroo já lançou a funcionalidade no Reino Unido em novembro de 2017: por 7,99 libras (cerca de nove euros), os utilizadores ficam isentos da taxa de entrega de 2,50 libras (2,81 euros). Em Portugal, a Uber cobra uma taxa de 2,90 euros por cada encomenda.

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Motoristas da Uber Portugal fintam aplicação para escolherem as melhores viagens

Telefonemas e Pokémon Go. Investigação do ECO expõe práticas de uma minoria de condutores da Uber em Portugal para ganharem vantagem sobre os colegas. Por vezes, paga o cliente.

Um grupo de condutores da Uber Portugal recorre a truques para fazerem apenas os serviços mais rentáveis.PAULA NUNES/ECO

Existem cada vez mais motoristas ao serviço da Uber em Portugal. Mas, nos últimos meses, alguns têm aproveitado falhas na plataforma para selecionarem apenas as corridas mais longas, apurou uma investigação do ECO. Outros recorrem a truques para contornarem as regras, na busca pela viagem mais rentável. São práticas de um grupo restrito de motoristas, lesivas para os colegas, mas também para os utilizadores desta plataforma de transporte que tem recebido várias queixas.

Em causa, três formas de fintar a plataforma recorrendo a vulnerabilidades da aplicação ou do próprio sistema de funcionamento da Uber. As informações foram reveladas ao ECO por motoristas ao serviço de parceiros da empresa e corroboradas por testemunhas e publicações em grupos de motoristas no Facebook. Oficialmente a empresa não reconhece estes problemas, mas aponta para os termos e condições do serviço, afirmando que está “constantemente a trabalhar” para aperfeiçoar a aplicação.

Para perceber estes “esquemas”, importa entender como funciona a aplicação para quem está atrás do volante. Quando um passageiro pede o serviço de transporte, o algoritmo notifica alguns motoristas nas proximidades. Entre as poucas informações disponibilizadas encontram-se a classificação do cliente no sistema de pontuação da Uber, a distância a que se encontra do automóvel e, caso a viagem tenha uma duração prevista superior a 30 minutos, é indicado apenas que se trata de uma corrida “longa”.

Numa primeira fase, o motorista aceita o serviço. A partir deste momento, fica a par do nome do passageiro, da sua localização e do seu contacto telefónico para o caso de se verificarem dificuldades no encontro entre ambos. A segunda fase acontece quando o passageiro já se encontra no interior do carro. É neste momento que o motorista inicia a viagem e o serviço passa a ser cobrado ao cliente. E é também a partir daqui que o motorista passa a ter acesso ao destino do passageiro — concretamente, à extensão e duração da viagem. Mas não é sempre assim.

Uma das práticas que está a ser usada por alguns motoristas da Uber implica que o condutor aceite a viagem, ganhando acesso ao contacto telefónico do passageiro. Uma vez que desconhece o destino, o motorista contacta o passageiro e pergunta-lhe para onde vai. Caso a viagem seja longa, desloca-se até junto do cliente. Caso seja uma corrida curta, a viagem é simplesmente cancelada, sem qualquer custo ou penalização para o passageiro nem para o motorista. O motorista tem apenas de justificar à Uber o cancelamento, um método que, segundo alguns motoristas, é facilmente contornável — a explicação mais comum é “não cobrar ao cliente”. É o suficiente. No entanto, o passageiro tem de voltar a solicitar o serviço.

Esta é uma prática que tem vindo a proliferar na plataforma, sobretudo na zona do Aeroporto de Lisboa e nas estações de São Bento e Campanhã no Porto, zonas em que se verifica uma maior probabilidade de as viagens serem mais longas. Nas redes sociais, já começaram a surgir queixas. Numa publicação no Twitter datada de 16 de dezembro deste ano, um utilizador interpela a Uber Portugal e faz uma queixa: “Então agora os motoristas já ligam a perguntar para onde vamos se pedirmos Uber no aeroporto? Mais, se for perto, dizem que demora muito e é melhor pedir outro?!”

O ECO teve acesso a uma reclamação enviada à Uber por um passageiro que relata uma situação como esta. Em resposta, a Uber escreve: “É esperado que os motoristas e parceiros da Uber sejam corteses, profissionais e que tenham sempre o cliente em consideração, e parece que não foi o que aconteceu, por isso pedimos desculpa.” A empresa agradece ainda a denúncia e mostra-se disponível para ajudar noutras situações. Na resposta, não fica claro se foram tomadas medidas para prevenir problemas do mesmo género no futuro.

Modo avião e falso GPS, como no Pokémon Go

Há, no entanto, outras práticas que se revelam mais lesivas para o cliente. Uma delas, também revelada ao ECO por motoristas da plataforma, implica que o condutor aceite a chamada e ponha o telemóvel em “modo avião” — ou seja, impeça o acesso do telemóvel à rede móvel. Ainda que o dispositivo esteja desligado da rede, um alegado erro na aplicação permite ao condutor iniciar a viagem e saber o destino do passageiro, sem que esse início do percurso seja assumido pela plataforma. Com esta informação, o condutor pode escolher entre fazer a viagem ou cancelá-la.

Do lado do passageiro, o cancelamento dois minutos depois de pedido o serviço implica o pagamento de uma penalização de 2,50 euros — creditados numa próxima viagem, mediante reclamação justificada. No entanto, alegadamente, alguns motoristas envolvidos nestas práticas terão cometido o erro de iniciar a viagem antes de definir o “modo avião”. Nestes casos, o tempo é cobrado ao cliente. A situação foi denunciada por duas fontes ligadas ao setor, que garantem ter conhecimento de condutores expulsos da plataforma por causa deste tipo de prática. O ECO não conseguiu confirmar a informação.

Noutra reclamação enviada à Uber, a que o ECO teve acesso, um cliente garante que esperou dez minutos pelo motorista sem que o carro se deslocasse do ponto de origem. Após várias tentativas de contacto, viu-se obrigado a cancelar o pedido. Foi-lhe cobrada a penalização de 2,50 euros. Na resposta, a Uber procedeu ao reembolso da taxa ao passageiro, pediu desculpa pela situação e afirmou que a denúncia vai ajudar a empresa a “educar os motoristas”.

Montagem com capturas de ecrã cedidas ao ECO. O passageiro tentou contactar o motorista, sem sucesso. Foi cobrada uma taxa de 2,50 euros pelo cancelamento da chamada, montante que foi, posteriormente, creditado pela Uber para ser descontado numa viagem futura. O nome e matrícula do motorista foram desfocados pelo ECO.

Há ainda uma terceira prática que permite a alguns motoristas ganharem vantagem sobre os restantes colegas, sem prejuízo para os passageiros. Em zonas de grande afluência, como o Aeroporto de Lisboa, os motoristas são obrigados a esperar numa fila virtual, em que as viagens são atribuídas pela ordem de chegada.

Este caso inclui a utilização de uma conhecida aplicação de falsificação de localização do GPS, que ganhou popularidade entre os jogadores de Pokémon GO no verão de 2016. Para evitar a espera nessas filas virtuais, alguns condutores têm usado esse tipo de ferramenta para simular a sua localização nessas zonas, sem que lá estejam realmente.

Ou seja, mesmo que o condutor não esteja próximo desses locais, a aplicação mascara a sua localização para que a Uber acredite que está. Entra, assim, na fila virtual — que, no caso do Aeroporto de Lisboa, pode chegar a ter 50 condutores à espera de uma viagem. Enquanto a aplicação vai simulando a localização, o motorista poupa tempo e desloca-se, efetivamente, até à zona, prejudicando apenas os colegas que se encontram mesmo à espera no aeroporto.

Prevaricadores serão uma minoria

No final de junho, a Uber Portugal anunciou ter ultrapassado a meta dos 3.000 motoristas no país, em cidades como Lisboa, Porto e Faro. No entanto, o grupo de prevaricadores estará bem identificado entre os motoristas que frequentam o posto de abastecimento da BP na capital, junto ao aeroporto. “Toda a gente sabe e eles até se vangloriam por fazerem isto”, disse um motorista parceiro da Uber ao ECO, que pediu o anonimato para evitar represálias.

“Estamos a falar de uns 20 ou 30 motoristas. Não são todos do mesmo grupo. Antes eram dois ou três, mas agora expandiu-se”, acrescentou. “Penso que a Uber já está a par disso”, comentou outro motorista contactado pelo ECO, que não quis ser identificado pelos mesmos motivos.

Resposta da Uber à queixa de um cliente relativamente a um motorista que o contactou a perguntar o destino da viagem. A plataforma pede desculpa pelo sucedido, afirmando que espera que os seus condutores sejam corteses, profissionais e que tenham sempre o cliente em consideração. O nome do passageiro foi desfocado pelo ECO.

Uber ameaça com limitação do acesso à aplicação

Questionada pelo ECO sobre se tem conhecimento de vulnerabilidades na aplicação que permitem a alguns condutores escolher as corridas mais convenientes, fonte oficial da Uber Portugal limitou-se a responder que está constantemente a trabalhar para que a aplicação da Uber seja cada vez mais simples e funcional”, através de equipas para deteção de falhas e desenvolvimento de novas funcionalidades.

"Caso exista o incumprimento sistemático destas regras, quer por parte de motoristas, quer por parte de utilizadores, a Uber reserva-se no direito de limitar o acesso à sua aplicação.”

Uber Portugal

Além disso, a empresa referiu que está a dialogar e trabalhar com as entidades responsáveis pela administração” de alguns locais usados pelos motoristas para aguardar enquanto estão na fila virtual, como é o caso do posto de combustível da BP, junto ao Aeroporto de Lisboa. A intenção é que o estacionamento dos motoristas em espera “seja conveniente” e que os utilizadores tenham “tempos de espera tão reduzidos quanto possível”.

Em aberto fica ainda o que acontece aos condutores e parceiros que se envolverem nestas práticas. A companhia invoca apenas as “regras da comunidade” e indica que “caso exista o incumprimento sistemático destas regras, quer por parte de motoristas, quer por parte de utilizadores, a Uber reserva-se no direito de limitar o acesso à sua aplicação”.

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SoftBank entra no capital da Uber. Três razões pelas quais este negócio importa

O SoftBank comprou pelo menos 15% da Uber, a menina dos olhos de Silicon Valley, com um desconto de cerca de 30%. Qual a relevância deste negócio? O ECO dá-lhe três motivos.

O SoftBank voltou a fazer das suas. Desta vez, avançou para a compra de uma fatia de pelo menos 15% da Uber, vista como uma das principais empresas do ecossistema de Silicon Valley. O negócio poderia impressionar por si só. Mas não: terá beneficiado de um desconto de cerca de 30% face à última avaliação da companhia. A Uber valia 68 mil milhões de dólares em julho de 2016. Com este negócio, fica a valer 48 mil milhões, segundo a CNBC.

Mas o grupo japonês não entrou na Uber sozinho. Antes, terá contado com um conjunto de parceiros que vão do grupo de investimento Dragoneer à TPG Capital, passando pela Sequoia Capital Operations e terminando na holding da gigante chinesa Tencent. Além da compra das ações, o grupo deverá injetar, diretamente, mil milhões de dólares na companhia a uma avaliação máxima de 69 mil milhões de dólares. Mas existem outras razões que justificam a relevância desta compra, muito para além dos montantes envolvidos.

1. O desconto espelha a desvalorização da Uber após um ano de polémica atrás de polémica

Pode dizer-se que a Uber é um gigante. Um dos primeiros grandes unicórnios da era das startups. No entanto, está longe de ser perfeita. Aliás, o ano de 2017 foi uma autêntica montanha russa para esta companhia de transporte e entrega de refeições ao domicílio. O antigo presidente executivo, Travis Kalanick, acabou fragilizado após um escândalo sexual ao nível da cultura empresarial da Uber nos Estados Unidos. Mas a novela teve muitos outros capítulos, como o ECO já resumiu aqui.

Polémicas atrás de polémicas ditaram a saída de Kalanick da liderança, cargo que passou a ser ocupado por Dara Khosrowshahi, anterior presidente executivo da Expedia. Já perto do final do ano, Khosrowshahi descobriu no que estava metido: o céu parecia ter sido o limite durante vários anos de atividade para a menina dos olhos de Silicon Valley. Perto do final do ano, o novo presidente viu-se obrigado a expor publicamente que uma brecha de segurança, no final de 2016, terá comprometido os dados pessoais de milhões de utilizadores e motoristas da Uber em todo o mundo. O caso valeu mesmo à Uber a abertura de um processo de averiguações pela Comissão Nacional de Proteção de Dados em Portugal.

Resumindo, não foi um 2017 fácil para a Uber. Agora, com este negócio, os problemas enfrentados durante os últimos 12 meses passam a ter um número: 20 mil milhões de dólares. Em linhas gerais, é o montante da desvalorização da Uber desde junho de 2016. Ainda se recorda dos números que demos no início deste artigo? A compra do SoftBank reduz a avaliação da Uber de 68 mil milhões em julho de 2016 para 48 mil milhões agora.

2. O negócio permite a trabalhadores venderem as suas ações e encaixarem, finalmente, a mais-valia

É outro ponto curioso que dá importância a este negócio, sobretudo na ótica dos trabalhadores e ex-trabalhadores da Uber. A empresa tem o hábito de incluir opções de compra de ações entre as formas de remuneração e compensação dos funcionários. Ou seja, muita gente ganhou, ao longo dos últimos anos, a hipótese de comprar ações da Uber. A questão é que, se não forem exercidos, estes direitos expiram e perdem todo o valor.

Como já tinha escrito o Quartz, houve quem se tenha endividado para poder exercer estes direitos. O jornal norte-americano cita mesmo um antigo trabalhador que terá pago 100.000 dólares para comprar exercer 20.000 desses direitos, mais um imposto que supera os 200.000 dólares. Outro gastou 70.000 dólares para exercer 5.000 direitos, mais 160.000 dólares em impostos. Ambos terão contraído empréstimos de familiares.

Mas porquê? Como referimos, estas opções de compra não duram para sempre. E como a Uber é uma das startups do momento, a esperança é sempre a mesma: a da posterior venda destas ações quando a empresa entrar em bolsa, potencialmente por um valor muito superior ao do investimento inicial.

Até aqui, estes investidores foram obrigados a manter estas ações sem grande rendimento. Alguns durante dois, quatro ou mesmo cinco anos. Agora, a aquisição do SoftBank veio trazer liquidez aos títulos num raro momento que permitiu a estes antigos trabalhadores desfazerem-se das ações e encaixar, finalmente, a mais-valia em dinheiro. Para estarem qualificados para o programa, tinham de deter pelo menos 10.000 títulos. Atuais trabalhadores só puderam vender até metade das ações que detêm.

3. O SoftBank passa a ser um dos maiores acionistas da Uber. Grupo terá dois assentos na administração

Com este negócio, o grupo de investidores liderado pelo SoftBank passará a estar entre os maiores acionistas da empresa de transporte. Garante ainda dois assentos no conselho de administração da empresa que, segundo Greg Bensinger, um dos jornalistas do The Wall Street Journal que avançou a notícia em primeira mão, deverão ser atribuídos a Rajeev Misra, o presidente executivo do Vision Fund, o fundo multimilionário do SoftBank, e Marcelo Claure, o presidente executivo da Sprint.

Desta forma, a posição do SoftBank na Uber poderá ditar o começo de uma nova era para a empresa, enquanto o capital fresco injetado pelos investidores garantirá alguma liquidez, numa altura em que a empresa tem vindo a registar prejuízos trimestre após trimestre. Um dado curioso avançado também pela CNBC é o de que já existia uma ligação entre o SoftBank e a Uber. Dara Khosrowshahi, o líder da Uber, é membro do conselho de administração da Fanatics, uma empresa igualmente financiada pelo SoftBank.

Chegou até aqui e ainda não sabe o que é, afinal, o SoftBank? Pois bem: está longe de ser um banco. Na verdade, começou por ser uma empresa de software e evoluiu até se tornar num dos maiores conglomerados de empresas do mundo, com uma forte componente tecnológica. Aos comandos da nave está Masayoshi Son, um empresário e empreendedor japonês que, por pouco, não perdeu tudo o que tinha quando se deu o crash da bolha das dotcom no início do milénio.

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SoftBank compra 15% da Uber com 30% de “desconto”

O grupo SoftBank comprou uma grande participação da empresa de transportes esta quinta-feira. O negócio fixa a avaliação da plataforma em 48 mil milhões de dólares, 30% menos do que em novembro.

O grupo japonês SoftBank adquiriu 15% das ações da Uber, de acordo com a informação avançada pelo Wall Street Journal (acesso condicionado). A compra foi realizada com um desconto de cerca de 30% para a avaliação mais recente da empresa, que se fixava nos 70 mil milhões de dólares (58,9 mil milhões de euros). Após este anúncio, a avaliação fixa-se nos 48 mil milhões de dólares (40,4 mil milhões de euros).

No passado dia 14, o SoftBank anunciava um acordo entre os seus acionistas sobre o investimento no setor tecnológico da Uber, adiantando em comunicado que não avançaria com esse investimento caso as condições não fossem “satisfatórias”. De acordo com a Reuters, o Softbank tem vindo a liderar um consórcio com o grupo de investimento Dragoneer, cujos planos de investimento na Uber rondam um valor entre os mil milhões e os 1,2 mil milhões de dólares.

Em novembro, o grupo japonês avançou que iria adquirir, pelo menos, 14% da participação da Uber e, caso os acionistas não pretendessem vender as suas ações de acordo com a avaliação mais recente, a instituição bancária poderia vir a subir a sua valorização da tecnológica. O que acabou por não acontecer, levando a um “desconto” de 30% no negócio.

Uma luz ao fundo do túnel para os trabalhadores?

São vários os funcionários da Uber detentores de ações da empresa e que, agora, passam a possuir verdadeiros tesouros nas mãos. O problema é que, sem a entrada da empresa em bolsa, através de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa), nada podiam fazer com elas. Ou seja, tinham uma fortuna praticamente virtual. Alguns dos antigos funcionários chegaram mesmo a endividar-se pela dificuldade que tiveram em manter as ações em sua posse.

Agora, com esta oferta de compra de 15% por parte do SoftBank, os funcionários veem a oportunidade perfeita para se desfazerem dessas ações e conseguirem, literalmente, passar a ter o dinheiro nas mãos. Terão, diz o Quartz, sido vários os trabalhadores da empresa a colocarem uma ordem de venda, permitindo o sucesso da operação por parte do grupo japonês.

Ainda assim, há regras: para estarem legíveis a essa ordem de venda, os funcionários devem ser detentores de, pelo menos, dez mil ações da empresa e serem “investidores credenciados”, uma designação para investidores ricos. Quanto aos atuais funcionários, estes não podem vender mais de metade das suas participações.

(Notícia atualizada às 19h02 com mais informação)

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Federação do Táxi quer demissão de secretário de Estado por sugerir perdão às multas da Uber

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2017

A Federação Portuguesa do Táxi está a exigir a demissão do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente por este ter defendido o perdão de quatro mil euros em dívidas à Uber.

A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) considerou esta quarta-feira “inaceitável” o perdão das multas à Uber e à Cabify, exigindo a demissão do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente por este ter apresentado tal proposta.

Em causa estão declarações do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, ao jornal Expresso, a defender o perdão de quatro milhões de euros em multas às plataformas eletrónicas de serviço de transporte Uber e Cabify. Em comunicado, a FPT considerou ser “inaceitável que comportamentos ilegais deliberada e repetidamente praticados e sancionados pelas autoridades, ao abrigo da lei 35/2016, possam ser perdoados”.

Na perspetiva da federação do setor do táxi, as declarações do governante representam um “verdadeiro argumentário de propaganda das multinacionais em violação da lei”, pelo que constituem “um ataque insultuoso à Assembleia da República, ao Presidente da República e a todos os que cumprem a lei”.

“Se dúvidas restassem, esta proposta de José Mendes retira toda a dignidade que merece a conduta de Estado e o sentido de missão de defesa da coisa pública, colocando-se ao lado de multinacionais que, como decidiu o Tribunal Europeu de Justiça, são “empresas de transportes que carecem de licenciamento e de contratos de trabalho com os seus colaboradores”, declarou a FPT.

Neste âmbito, a federação afirmou que José Mendes “perdeu todas as condições para ser interlocutor com o setor táxi”, indicando que, neste momento, é “o maior agente contra” a prestação de serviço público de táxi, pelo que “deve ser imediatamente demitido, não vá a sua obsessão dar ordem ao IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] para deixar prescrever quatro milhões de euros em multas”.

Além da demissão do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, a FPT quer a intervenção do primeiro-ministro, António Costa, para que “não se destruam as necessárias pontes de diálogo entre o setor táxi e o Governo”.

Na segunda-feira, o PCP avançou que vai pedir a presença do secretário de Estado Adjunto do Ambiente na Assembleia da República para debater as declarações do governante sobre o perdão das multas à Uber e à Cabify. Os comunistas vão entregar esta semana um requerimento na Assembleia da República para ouvir José Mendes depois de este ter afirmado que “um Estado de direito tem de regulamentar as atividades e não fazer caça à multa”.

De acordo com PCP, o secretário de Estado Adjunto, “seguindo o argumentário da estratégia de comunicação de uma dessas referidas multinacionais (…) devia ser considerado um mecanismo de limpeza destas contraordenações para depois se fazer então cumprir a nova lei”.

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Decisão da UE sobre a Uber legitima atuação do Governo português

O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Gomes Mendes, considera que a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia confirma a interpretação feita pelo Governo português.

O Tribunal de Justiça da União Europeia considerou, esta quarta-feira, que a Uber deve ser regulada como um serviço de transporte e não como uma empresa na área da sociedade de informação. Esta decisão, considera o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, legitima aquela que tem sido a atuação do Governo português, que desenhou um quadro regulatório para enquadrar as plataformas como a Uber ou a Cabify.

“A decisão hoje divulgada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia confirma aquela que é a interpretação do governo português e mais que legitima o processo legislativo para a regulação do transporte em veículo descaracterizado a partir de plataformas eletrónicas“, refere o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Gomes Mendes, em nota enviada esta quarta-feira às redações.

O secretário de Estado sublinha ainda que aquilo que o Governo já fez, com a criação do regime jurídico do “transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica”, é aquilo que a Europa irá agora fazer também. “Foi justamente isso que fizemos, ao propor uma lei que integra as plataformas eletrónicas na cadeia de serviços associados ao transporte de passageiros, regulando a sua atividade”, refere o comunicado.

A decisão do Tribunal Europeu vem obrigar a uma mudança na organização da Uber, que até agora atuava como empresa digital, ficando protegida pelas regras digitais do mercado único.

Agora, será tratada como uma empresa de transportes. “Os Estados membros podem, assim, regular as condições para proporcionar esse serviço”, afirma o tribunal europeu. Desta forma, dá a liberdade aos países europeus nos quais a Uber opera para imporem regras mais pesadas, em conformidade com o veredicto.

"A decisão hoje divulgada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia confirma aquela que é a interpretação do governo português e mais que legitima o processo legislativo para a regulação do transporte em veículo descaracterizado a partir de plataformas eletrónicas.”

José Gomes Mendes

Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente

(Notícia atualizada às 13h19 com mais informação)

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Tribunal Europeu diz que a Uber deve ser regulada como os táxis

  • ECO
  • 20 Dezembro 2017

O Tribunal de Justiça da União Europeia decretou que a Uber é uma empresa de transportes, pelo que a regulação vigente não é suficiente.

O Tribunal de Justiça da União Europeia considera que a Uber tem de ser regulada como um serviço de transporte e não como uma empresa na área da sociedade de informação. A empresa norte-americana sofre, assim, uma pesada derrota, mas diz que decisão do tribunal “nada muda” em relação às suas operações.

A Uber passa de uma firma digital para uma empresa de táxis tradicional, pelo que as regras terão de apertar no mercado único. “Os Estados membros podem, assim, regular as condições para proporcionar esse serviço”, afirma o tribunal europeu. Desta forma, dá a liberdade aos países europeus nos quais a Uber opera para imporem regras mais pesadas, em conformidade com o veredicto.

A decisão do tribunal está em consonância com um parecer anterior, no qual o Tribunal Europeu de justiça considerou a Uber mais do que “um mero intermediário” para os clientes.

Até agora, a empresa de Dar a Khosrowshahi encontrava-se protegida pelas regras digitais do mercado único. Neste quadro, quaisquer restrições apresentadas pelos Estados membros deveriam ser “razoáveis e proporcionais”.

Em Portugal, o estatuto da Uber tem sido discutido no Parlamento. O dossiê relativo à regulamentação das plataformas eletrónicas como a Uber e o Cabify tem, ao fim de nove meses de negociações, um fim à vista. O Governo e o PSD admitem aproximar as suas posições para que, em janeiro do próximo ano, possam ser aprovadas as regras que enquadrarão esta atividade.

Londres, um dos principais mercados da Uber, já tinha agido previamente ao parecer do tribunal. A capital inglesa não renovou a licença para operar no país alegando receios ao nível da segurança, pelo que a plataforma foi obrigada a retirar-se deste mercado.

“Nada muda”

Em reação à decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, a Uber considera “não muda nada” nas operações da companhia de aluguer de veículos com condutor na maioria dos países da União Europeia.

Num curto comunicado, a Uber diz que não vê mudanças, acrescentando que “ainda há milhões de europeus que não podem utilizar a aplicação” móvel da empresa.

No mesmo documento, a Uber recordou as recentes declarações da administração da companhia que defendeu a regulamentação dos serviços da empresa e que, por isso, vai continuar o “diálogo com países e cidades em toda a Europa”.

(Notícia atualizada às 11h00 com reação da Uber)

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Tribunal da Relação declara Uber ilegal, mas não há efeitos em Portugal. Empresa vai analisar decisão

O Tribunal da Relação em Portugal voltou a declarar que a Uber é ilegal. A decisão não se aplica à atividade da plataforma em Portugal. Oficialmente, a Uber diz que vai analisar a decisão.

O Tribunal da Relação em Portugal voltou a declarar que a Uber é ilegal, depois de ter rejeitado o recurso mais recente interposto pela plataforma na batalha jurídica contra a associação de taxistas Antral. Ainda assim, a decisão não se aplica à atividade da Uber em Portugal e, oficialmente, uma fonte da empresa norte-americana diz que vai analisar a decisão.

“Iremos analisar esta decisão em detalhe para avaliar próximos passos. Este é mais um capítulo de um caso do início de 2015 quando novas formas de mobilidade como a Uber começaram a surgir em Portugal”, diz fonte oficial da Uber.

A sentença da Relação de Lisboa foi conhecida esta terça-feira e confirma as anteriores decisões judiciais que declaram que aquela plataforma de transportes é ilegal. Porém, a decisão não se aplica à atividade em Portugal uma vez que a entidade visada é a Uber Inc. e não a Uber B.V., que está sedeada a Holanda e presta os serviços em Portugal.

A Uber está em Portugal desde 2014, sendo uma plataforma ‘online’ que permite pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros, com uma aplicação para ‘smartphones’ que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte.

Mas, em 2015, a Antral avançou com um processo judicial para acabar com a atividade da Uber e de outras plataformas de transporte equivalentes, como a Cabify. Este, de resto, não foi o primeiro recurso interposto pela plataforma e que foi recusado pelo tribunal.

"Iremos analisar esta decisão em detalhe para avaliar próximos passos. Este é mais um capítulo de um caso do início de 2015 quando novas formas de mobilidade como a Uber começaram a surgir em Portugal.”

Fonte oficial da Uber

Esta batalha jurídica entre Uber e taxistas ocorre numa altura em que o Parlamento e o Governo se encontram a preparar um enquadramento legislativo que permita regular a atividade destas plataformas online de mobilidade e transporte de passageiros.

Segundo fonte da Uber, a decisão de hoje da Relação de Lisboa “reforça mais uma vez a urgência da aprovação pela Assembleia da República, de um quadro regulatório moderno e transparente para a mobilidade em Portugal, que vá ao encontro das expectativas dos milhares de utilizadores usam diariamente a Uber para viajar nas nossas cidades, e dos mais de 3.000 motoristas que encontram na Uber uma oportunidade económica.”

Foi por causa destes atrasos no processo legislativo que no passado mês os motoristas de várias plataformas, incluindo a Uber, Cabify e Chofer, realizaram uma paralisação parcial, uma manifestação que também serviu para protestar contra aquilo que consideraram ser uma “perseguição” pelas autoridades judiciais em relação à sua atividade.

(Notícia atualizada às 18h53)

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Centro operacional da Uber vem para Lisboa

O centro vai prestar apoio às operações da empresa na Europa e vai criar 250 empregos diretos até 2018.

A Uber escolheu Lisboa para instalar o seu Centro de Excelência para a Europa. O centro vai prestar apoio às operações da empresa na Europa e vai criar 250 empregos diretos até 2018.

A capital portuguesa era uma das cidades na mira da Uber para a instalação deste centro operacional, a par com Cracóvia (Polónia), Cairo (Egito), Limerick (Irlanda) e Paris (França). Esta segunda-feira, a tecnológica anunciou a decisão.

“A Uber escolheu Lisboa para localizar o seu novo Centro de Excelência para a Europa. A partir do novo Centro em Lisboa vai ser prestado apoio multilingue às operações da Uber na Europa, em países como Espanha, França e Portugal. O Centro de Excelência criará 250 empregos diretos até 2018“, pode ler-se no comunicado enviado às redações.

Este centro, explica o comunicado, “vai ser a principal fonte de conhecimento de utilizadores e motoristas em toda a região europeia”. Com esta infraestrutura, a Uber pretende “melhorar os seus serviços, políticas e processos internos”. O centro vai ainda servir os utilizadores, motoristas e restaurantes da aplicação de entrega de comida UberEATS.

"A Uber escolheu Lisboa para localizar o seu novo Centro de Excelência para a Europa. A partir do novo Centro em Lisboa vai ser prestado apoio multilingue às operações da Uber na Europa, em países como Espanha, França e Portugal. O Centro de Excelência criará 250 empregos diretos até 2018.”

Uber

Comunicado

A justificar a decisão está o facto de Lisboa receber “um elevado número de profissionais qualificados”, além de representar “um centro” para a Uber no sul da Europa. “Esta escolha confirma também o reforço da nossa aposta em Portugal”, diz Rui Bento, diretor-geral da Uber para a Península Ibérica, citado em comunicado.

Notícia atualizada às 11h25 com mais informação.

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Nesta falsa cidade, a Uber testa carros que se conduzem sozinhos

A Uber tem uma cidade falsa nos EUA onde treina os seus veículos para conduzirem de forma autónoma. Já há carros destes desde o ano passado nas ruas norte-americanas.

A Uber tem estado a testar os seus carros autónomos numa espécie de cidade falsa, construída em Pittsburgh. Numa área com cerca de mil metros quadrados, vários carros da empresa percorrem as pistas do recinto sem necessitarem de um condutor. Durante as provas os carros são testados, com rotundas, peões falsos e estruturas que dificultam os percursos.

Em Pittsburgh, nos Estados Unidos, a Uber tem o seu cantinho onde tem estado a desenvolver os seus carros autónomos, que não precisam de condutor. Chama-se ALMONO e fica localizada ao longo do rio Monongahela, em Hazelwood. Parece mesmo uma cidade, só lhe falta realmente ser: tem uma rotunda gigante, carros falsos, manequins que se fazem passar por peões e saltam para o meio da rua sem avisar, estruturas que dificultam os percursos e se assemelham a edifícios, semáforos, etc..

Atualmente, a ALMONO ocupa uma área de 1.022 metros quadrados, mas a Uber avançou com um pedido ao Governo de Hazelwood, em março deste ano, para expandir a sua pequena cidade em mais 1.200 metros quadrados. Esse pedido é a prova da importância que a pista de treino representa para a empresa, fundamental para integrar os carros autónomos na realidade, mas também para treinar os condutores de segurança que estão dentro dos automóveis, preparando-os para o inesperado.

Temos obstáculos e manequins que se movimentam e podem atravessar a rua, colocando-se em frente aos carros. E temos também outros veículos que se aproximam de nós“, disse Rick McKahan, um condutor dos veículos de teste da Uber. “Na maior parte das vezes, simulamos situações muito piores do que aquelas que aconteceriam na via pública”.

Os carros conduzem-se sozinhos, é verdade. É para isso que a Uber tem andado a treinar. No entanto, a empresa exige que, no interior do veículo, estejam sempre dois condutores de segurança, nos bancos da frente, para conseguirem controlar o carro em caso de perigo de acidente ou descontrolo. O programa de treino dos condutores é bastante rigoroso, levando cerca de três semanas até estes conseguirem passar no teste, que inclui avaliações escritas e testes rodoviários. Ainda não há dados certos sobre o número de condutores de segurança. No entanto, um representante da Uber adiantou que rondam as “centenas”.

Em dezembro do ano passado, poucos dias depois de terem começado os testes nas ruas dos Estados Unidos, um taxista filmou um carro autónomo da Uber a passar um sinal vermelho, na cidade norte-americana de São Francisco. Esta situação foi justificada pela empresa como “um erro humano”, mas não tardou até surgir uma utilizadora do Twitter a alegar que um carro Uber quase tinha batido no seu. Ainda que tenha alegado que não tinha culpa, a empresa defendeu-se dizendo que os condutores de segurança ainda são precisos, exatamente para evitar situações dessas.

Veja aqui como funciona uma viagem destas:

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UberEATS, a galinha dos ovos de ouro nas contas da Uber

Serviço de entrega de refeições da Uber deverá gerar três mil milhões de dólares em vendas este ano, uma lufada de ar fresco nas contas da empresa. Chega a Lisboa este ano.

O serviço UberEATS permite encomendar refeições através de uma aplicação. Está em franco crescimentoshopblocks/Flickr

O UberEATS é uma autêntica galinha dos ovos de ouro nas contas da Uber. O serviço permite encomendar refeições entregues ao domicílio e está a gerar milhares de milhões de dólares em receitas para a conhecida empresa de transporte, de acordo com números que foram revelados pelo jornal Financial Times [acesso pago]. O serviço deverá chegar a Lisboa até final do ano, prometeu a companhia.

Já se sabia que o negócio das entregas de comida estava a crescer vertiginosamente desde que foi lançado há dois anos. Contudo, o jornal britânico, citando fontes conhecedoras dos números, indica que as encomendas de comida representaram entre 8 e 10% das reservas brutas da Uber no segundo trimestre deste ano. Por outras palavras, o UberEATS, que é uma aplicação separada da plataforma de transporte, deverá gerar mais de três mil milhões de dólares em vendas brutas este ano, ou 700 a 870 milhões de dólares no segundo trimestre, explica a Business Insider.

Estes números são conhecidos numa altura em que a empresa se prepara para juntar Lisboa à lista de 100 cidades onde o mesmo opera. No final de setembro, a Uber Portugal disse estar a “estabelecer parcerias com os melhores restaurantes da cidade” no sentido de trazer o UberEATS para “Lisboa até ao final do ano”. A empresa está ainda à procura de parceiros e estafetas.

Segundo números avançados anteriormente ao jornal Axios, a Uber está a melhorar as suas contas. As receitas aumentaram 17% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior, fixando-se nos 1,75 mil milhões de dólares. Os prejuízos desceram 9%, com a Uber a perder 645 milhões de dólares, aproximadamente 547,1 milhões de euros. A empresa está a tentar recuperar a sua imagem depois de uma sucessão de escândalos que culminaram com a saída de Travis Kalanick da presidência da companhia, dando lugar a Dara Khosrowshahi, atual líder da Uber.

Fundo do SoftBank vai investir forte

Nem só pelas contas aparece a Uber nas notícias. É que, de acordo com a Business Insider, o SoftBank prepara-se para comprar uma fatia de 14 a 20% da Uber num investimento multimilionário que deverá ser finalizado “provavelmente na próxima semana”, anunciou a administradora da empresa Arianna Huffington. Desconhece-se o montante exato do investimento.

O investimento será feito através do Vision Fund, o maior fundo de investimento em tecnologia do mundo, que conta com 93 mil milhões de euros em capital. A Uber encontra-se avaliada em cerca de 70 mil milhões de dólares.

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Uber trocada por empresa de veículos elétricos

  • ECO
  • 17 Outubro 2017

A Uber perdeu mais um funcionário, desta vez foi o responsável pela estratégia nos mercados da Europa, Médio Oriente e África, que abandonou a empresa para ingressar numa empresa de veículos elétricos

A Uber continua envolvida em polémicas e parece estar difícil conseguir recuperar. Desta vez, foi o responsável pela estratégia da empresa nos mercados Europeu, Médio Oriente e África, que abandona a Uber já no próximo mês para ingressar numa empresa de carregamento de veículos elétricos.

A empresa de transportes continua a perder trabalhadores e executivos. Christopher Burghardt vai deixar de trabalhar para a Uber em novembro, para iniciar uma nova carreira na empresa Chargepoint, dedicada ao carregamento de veículos elétricos, de acordo com um comunicado enviado pela empresa, citado pelo Financial Times. A Chargepoint está a criar uma rede de transportadores em toda a Europa para suportar veículos elétricos.

Burghardt é responsável pela estratégia da empresa nos mercados EMEA (Europa, Médio Oriente e África) e, na nova empresa, vai exercer o cargo de diretor executivo, de acordo com declarações feitas pelo próprio à Reuters. No entanto, acredita que o atual CEO da Uber tem todas as capacidades para levar a empresa no bom caminho.

Esta bola de neve que enrola a empresa continua a avançar, no início deste mês, o principal responsável da Uber no Reino Unido também abandonou a empresa depois de a capital britânica ter recusado renovar a licença de operação da empresa na cidade. Também o CEO e cofundador da Uber foi afastado do cargo, depois de estar envolvido em várias polémicas com reguladores nos Estados Unidos e restantes mercados.

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