João Proença integra lista de Ribeiro Mendes às eleições da Associação Mutualista

Antigo líder da UGT candidata-se ao cargo de presidente da Assembleia Geral da Associação Mutualista Montepio pela lista "União e Confiança" encabeçada por Fernando Ribeiro Mendes.

João Proença, antigo secretário-geral da UGT, é o cabeça de lista da candidatura de Fernando Ribeiro Mendes para o cargo de presidente da mesa da Assembleia Geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) nas eleições que vão ter lugar em dezembro.

A candidatura “União e Confiança” anunciou esta quinta-feira mais dois nomes que vão concorrer às próximas eleições na maior mutualista do país: além de João Proença, foi desvendado ainda o nome de João Carvalho das Neves, professor catedrático no ISEG, para ser eleito para cargo de presidente do Conselho Fiscal da instituição.

Ribeiro Mendes, administrador dissidente da atual gestão liderada por Tomás Correia e até ao momento o único candidato à liderança da AMMG, oficializou a sua candidatura na semana passada em Lisboa, tendo anunciado na altura que João Costa Pinto, antigo vice-presidente do Banco de Portugal, também integrava a sua lista para liderar o conselho geral da instituição.

“A experiência, a dedicação e o profissionalismo demonstrados ao longo da sua vida profissional pelos cabeças de lista que agora integram a “União e Confiança” comprovam a abrangência da nossa lista e a convergência de vontades em inverter o estado em que se encontra a AMMG”, referiu Ribeiro Mendes num comunicado distribuído pelas redações.

Ex-secretário da estrutura sindical UGT, João Proença é atualmente presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado. Foi um dos subscritores do designado Manifesto Anti-Tomás Correia.

As eleições para a AMMG, que conta com mais de 620 mil associados, terão lugar no próximo dia 7 de dezembro. As listas derrotadas nas anteriores eleições, que pretendiam avançar com apenas uma solução única alternativa contra Tomás Correia, também deverão apresentar candidatura às eleições, segundo apurou o ECO. Já o atual presidente tem mantido tabu em relação a uma recandidatura.

Os candidatos têm até final do mês para formalizar as suas candidaturas aos órgãos sociais da AMMG.

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Já há duas listas para concorrer contra Tomás Correia na Associação Mutualista

Listas derrotadas nas últimas eleições falharam acordo com Fernando Ribeiro Mendes e vão avançar com candidatura à Associação Mutualista. Ribeiro Mendes inicia campanha eleitoral esta quarta-feira.

As listas que perderam as últimas eleições para Tomás Correia vão avançar com uma candidatura própria para a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), isto depois de falhado o acordo com o único candidato já anunciado, Fernando Ribeiro Mendes, no sentido de apoiar uma solução alternativa única para derrotar o atual presidente da instituição.

Ao que o ECO apurou, dirigentes destas listas derrotadas, que integram nomes como António Godinho, Bagão Félix, Eugénio Rosa e Manuel Rogério, e Fernando Ribeiro Mendes mantiveram conversas até ao início desta semana para fechar um entendimento de última hora, mas sem sucesso.

“O assunto está arrumado. Cada um vai seguir o seu caminho”, disse uma fonte próxima das negociações do lado das listas derrotadas em 2015 ao ECO, reconhecendo que se falhou o objetivo de haver apenas uma única lista a concorrer contra Tomás Correia (que ainda não anunciou candidatura). “Desbloqueado este impasse, isto agora vai ter de acelerar com o calendário apertado que temos pela frente”, acrescentou a mesma fonte.

As eleições para os órgãos sociais da AMMG vão ter lugar já no próximo dia 7 de dezembro. Os associados são chamados a eleger o Conselho de Administração da Associação Mutualista Montepio, a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e o Conselho Geral para o triénio 2019-2021. Mas, antes disso, os candidatos terão de entregar as suas listas até final deste mês.

"O assunto está arrumado. Cada um vai seguir o seu caminho.”

Fonte próxima das negociações

Para já, apenas Fernando Ribeiro Mendes anunciou a intenção de concorrer às eleições para a maior mutualista do país, que conta com mais de 600 mil associados, mas tudo indica que a corrida eleitoral deverá ser feita a três.

O administrador dissidente da AMMG tem esta quarta-feira uma primeira aparição pública enquanto candidato, participando num encontro público que reúne o grupo de subscritores do designado Manifesto Anti-Tomás Correia, incluindo João Costa Pinto (ex-Banco de Portugal) e João Proença (ex-UGT) a ter lugar num hotel em Lisboa. Ainda não são conhecidos os nomes que vão integrar a sua lista.

Já Tomás Correia, que tem feito tabu sobre a sua candidatura a um quarto mandato, já adiantou que o atual conselho de administração que lidera vai apresentar uma lista mesmo que não seja encabeçada por si.

Que não haja “dúvidas de que vai aparecer um candidato proposto pelo [atual] conselho de administração”, disse há cerca de duas semanas Tomás Correia, citado pela agência Lusa. Na altura, o presidente da AMMG deixou algumas bicadas à concorrência que se perfila: “As alternativas não têm qualidade e não têm determinação para poder assumir tamanha responsabilidade”.

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Banco de Portugal dá luz verde a Carlos Tavares para acumular funções no Montepio por mais quatro meses

Carlos Tavares vai continuar como CEO e chairman do banco Montepio por mais quatro meses, até janeiro do próximo ano, tendo já obtido luz verde do Banco de Portugal para o efeito.

Carlos Tavares pediu ao Banco de Portugal para acumular as funções de presidente executivo e de não-executivo da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) por mais quatro meses e o regulador já deu essa autorização, isto depois de ter estado em cima da mesa o nome de Álvaro Nascimento para o cargo de chairman daquele banco.

Quando tomou posse em março deste ano, Carlos Tavares passou a exercer simultaneamente os cargos de CEO e chairman do Montepio com o aval do regulador liderado por Carlos Costa, que disse logo esta solução seria apenas temporária. E até dia 21 de setembro, a passada sexta-feira, o banco ficaria de nomear um novo chairman, algo que não veio efetivamente a acontecer.

Há cerca de um mês, o Montepio chegou a enviar para o Banco de Portugal um pedido provisório de avaliação de idoneidade de Álvaro Nascimento para o cargo de presidente não executivo. Mas o nome do antigo chairman da Caixa Geral de Depósitos mereceu críticas dentro do Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), o acionista do banco, em face das considerações que teceu num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios sobre os créditos fiscais concedidos à instituição mutualista.

Naquele artigo de opinião, Álvaro Nascimento criticou a “benesse fiscal” de mais de 800 milhões de euros que permitiu à instituição mascarar a “situação insustentável” em que se encontra. Também duvidou da avaliação que foi dada ao banco no âmbito da entrada no seu capital da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e outras instituições de solidariedade social.

Com esta autorização do Banco de Portugal, comunicada pela CEMG esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares vai manter-se CEO e chairman do banco até janeiro, isto numa altura em que se prepara para implementar o denominado Novo Plano de Transformação e que vai implicar uma mudança do nome comercial para Banco Montepio e um reforço da rede de comercial com mais uma dezena de agências low cost até final do ano.

Alguns dos pormenores do plano foram avançados esta quinta-feira após a CEMG ter apresentado uma subida de 21,1% do lucro para 15,8 milhões de euros na primeira metade do ano, com o menor registo de imparidades a ajudar.

(Notícia atualizada às 17h38)

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Banco Montepio vai mesmo mudar de nome comercial até final do ano

Caixa Económica Montepio Geral vai mudar a sua marca comercial até final do ano. Mas há mais mudanças em vista. O Montepio vai reforçar a sua rede comercial com a abertura de dez balcões.

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) vai mesmo ter uma nova designação comercial até final do ano, adiantou Carlos Tavares aos jornalistas, sem revelar o nome da nova marca.

Estatutariamente, a CEMG vai manter o nome, mas a forma como o banco se apresentará ao mercado através dos balcões vai mudar nos próximos meses.

Em maio, aquando da apresentação dos últimos resultados, Carlos Tavares sublinhou que, na hipótese de o banco mudar de marca, a designação “Montepio” seria para manter.

A mudança de nome da CEMG tem estado em cima da mesa nos últimos anos, com os reguladores a apelarem para uma maior diferenciação entre o banco e o seu único acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Mas tem havido muitas posições contraditórias não só do lado do banco, como do próprio Banco de Portugal.

Esta é uma das medidas previstas no Novo Plano de Transformação e que vai trazer mais mudanças. Alguns dos pormenores foram avançados esta quinta-feira num encontro do presidente do Montepio com os jornalistas, após a CEMG ter apresentado uma subida de 21,1% do lucro para 15,8 milhões de euros na primeira metade do ano, com o menor registo de imparidades a ajudar.

Banco contraria fecho de balcões. Vai abrir dez até final do ano

Será uma espécie de balão de ensaio. Numa altura em que a banca está a fechar balcões, o Montepio vai reforçar a sua rede comercial com a abertura de dez balcões até final do ano. Serão pequenas unidades localizadas fora dos grandes centros urbanos, com dois ou três funcionários. “Procuramos estar mais onde os outros estão menos”, afirmou Carlos Tavares, presidente do banco.

“O banco vai ensaiar um projeto de abertura de pequenos balcões, com custos controlados e em zonas com potencial para ser rentabilizado”, adiantou. “Estudamos todas as freguesias, temos claro onde há espaço e necessidade de serviço bancário”, explicou o presidente do Montepio.

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Estas unidades vão ter custos relativamente baixos para permitir “uma reaproximação realista” aos clientes com maior défice em termos de serviços bancários mas sem representar um aumento de custos para o banco.

Por outro lado, a CEMG vai também promover alterações no horário de funcionamento dos balcões a estudar, fora dos expediente normal, a exemplo do que já fazem outros bancos.

Montepio Investimento também muda de nome este ano

Com o denominado Novo Plano de Transformação, Carlos Tavares também vai dar novo fôlego ao Montepio Investimento. Vai mudar de designação também até final do ano e terá novas funções.

“O Montepio Investimento estava em desativação e estava destinado a acabar”, disse o presidente do Montepio. “Vamos recriar o Montepio Investimento para ser um banco de empresas, que inclui a corporate banking e banca de investimento”, revelou, acrescentando que deverá funcionar com 30 trabalhadores.

“Procuramos criar algo que será realmente original”, rematou.

Em termos de objetivos quantitativos, Carlos Tavares pretende chegar a 2023 com um rácio de crédito malparado inferior a 5% do total do ativo, face ao rácio de 17% atingido no final do ano passado. Em termos de quota de crédito, espera vir a deter 7,3% dentro de cinco anos — acima da quota de 6,2% do final do ano passado.

(Notícia atualizada às 18h46)

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Banco Montepio aumenta lucros em 21% para 15,8 milhões no primeiro semestre

O lucro do Montepio aumentou em 21,1% no primeiro semestre do ano para 15,8 milhões de euros, com o banco a registar menos imparidades para crédito.

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) aumentou os lucros em 21,1% para 15,8 milhões de euros no primeiro semestre do ano, num desempenho influenciado pelo registo de menos imparidades para crédito.

O montante de imparidades e provisões caiu em 33,2% para 59,5 milhões de euros entre janeiro e junho deste ano, ajudando a melhorar as contas do banco liderado por Carlos Tavares.

Até porque a margem financeira (que resulta dos rendimentos obtidos com juros recebidos nos empréstimos menos os juros pagos nos depósitos) caiu 6,3% para 134,4 milhões de euros, devido sobretudo à redução da carteira de crédito — o montante de empréstimos a clientes caiu quase 8% para 14,8 mil milhões de euros. Por outro lado, o banco deixou de contar com juros recebidos da dívida pública, após ter vendido uma carteira de títulos de 1.000 milhões de euros no ano passado — no primeiro semestre do ano passado, a dívida pública rendeu 20 milhões.

Esta quebra da margem financeira foi parcialmente compensada pelo aumento dos rendimentos com comissões bancárias em 4% para 57,4 milhões de euros.

Contas feitas, o produto bancário caiu 3,5% sobretudo pela diminuição da margem financeira.

No lado do balanço, além da diminuição do stock de crédito devido à política mais cautelosa na análise de risco e preço, os depósitos da CEMG aumentou 7,4% para 12,5 mil milhões de euros (mais 855 milhões face a julho do ano passado).

O Montepio chegou a julho com o rácio de capital de 13,5%.

Aquando da apresentação dos resultados semestrais, Carlos Tavares revelou que a CEMG vai mudar de nome comercial até final do ano e anunciou ainda a abertura de uma dezena de balcões low cost, isto no âmbito do denominado Novo Plano de Transformação, cujos pormenores vão ser revelados em breve.

(Notícia atualizada às 18h35)

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Capital Certo dá buraco de 115 milhões à Associação Mutualista. Meta de captação de poupança em risco

Produto Capital Certo, cuja comercialização esteve suspensa por seis meses, perdeu 115 milhões até julho e compromete meta de financiamento da mutualista de 970 milhões com captação de poupanças.

O produto mutualista Capital Certo, o mais vendido pela Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), está a registar um “buraco” de 115 milhões de euros este ano, num mau desempenho que vai comprometer os objetivos da instituição liderada por Tomás Correia em relação à captação de 970 milhões de euros em poupanças mutualistas em 2018.

Esta modalidade de capitalização, que passou a designar-se Poupança Mutualista após a suspensão da sua comercialização durante seis meses nos balcões da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), registou novas entregas de 145,2 milhões de euros entre janeiro e julho deste ano, mas o volume de novas aplicações foi insuficiente para fazer face aos 260 milhões de euros em resgates antecipados e vencimentos durante este período, segundo os dados a que o ECO teve acesso.

Questionada pelo ECO, fonte oficial da AMMG confirma este desempenho negativo e explica que tal se deveu à suspensão da distribuição do Capital Certo em fevereiro. Não vai, contudo, afetar o balanço da instituição, garantiu a mesma fonte. Este produto mutualista voltou a ser comercializado pelo banco apenas em agosto, mas já com uma “roupagem” diferente: uma nova designação e maior rigor na informação prestada ao cliente, conforme o ECO avançou em primeira mão.

Em entrevista ao Jornal Económico, Tomás Correia apontou o dedo à anterior administração da CEMG, liderada por José Félix Morgado, e sublinhou que a suspensão da distribuição do Capital Certo aos balcões do banco vai comprometer os objetivos de financiamento da AMMG em 970 milhões de euros captados através de produtos de capitalização, de acordo com os objetivos inscritos no Programa de Ação e Orçamento para 2018: 370 milhões de renovações e 600 milhões de captação adicional.

“Essa suspensão, que nenhum regulador impôs, foi obra do anterior conselho de administração executivo. Obviamente que sete meses sem distribuir produtos mutualistas na CEMG comprometem esse objetivo. Foi lamentável“, disse Tomás Correia na entrevista. “Os produtos que se venceram e não foram reaplicados são responsabilidades que nós cobrimos”, adiantou ainda.

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Fonte oficial da anterior administração da CEMG de Félix Morgado explicou ao ECO porque razão decidiu suspender a distribuição dos produtos mutualistas nos balcões do banco: “A distribuição foi suspensa porque a AMMG não quis incluir na informação a disponibilizar aos clientes dados relevantes e obrigatórios como sejam os resultados negativos, situação patrimonial, mercado alvo (excluía alguns dos anteriores subscritores devido, por exemplo à idade) e nível de risco do produto (avaliado pela PwC e que é alto)”.

O Capital Certo não é o único produto mutualista a pressionar a AMMG. Outras modalidades como a Poupança Complementar e Proteção 5 em 5 também estão a registar mais saídas de capital do que entradas. Feitas as contas, as várias modalidades disponibilizadas pela mutualista apresentam um saldo líquido negativo 131 milhões de euros entre janeiro e julho — um desempenho, ainda assim, melhor do que registava há um ano, quando perdia 441 milhões.

Tomás Correia assegurou na mesma entrevista que “a suspensão de produtos mutualistas não colocou qualquer pressão de liquidez” à AMMG, que chegou julho com um grau de cobertura das responsabilidades de 1,261, segundo os dados acedidos pelo ECO.

Menos 6.000 associados

Por outro lado, a AMMG continua a perder associados em 2018, já depois de ter dito adeus a mais de 7.000 sócios no ano passado.

A instituição, que tem eleições agendadas para 7 de dezembro, contava com cerca de 619,5 mil associados, tendo perdido quase 6.000 associados face ao final de 2017. A instituição justifica esta quebra com a alienação de uma carteira de créditos pela CEMG e que implicou a perda de associados ligados a estes créditos, segundo disse fonte oficial

A AMMG registou a entrada de 19.421 novos associados nos primeiros sete meses do ano. Mas também aqui o fluxo de saídas foi mais intenso do que de entradas: saíram mais de 25 mil sócios. O saldo líquido foi então negativo em 5.879 sócios.

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Associação Mutualista Montepio elege novo presidente a 7 de dezembro

Já há data para as eleições dos órgãos sociais da maior associação mutualista do país: 7 de dezembro. As listas candidatas terão de ser entregues no mês de outubro.

Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral vão eleger nos novos órgãos sociais da instituição para o triénio 2019-2021 no próximo dia 7 de dezembro, com o ato eleitoral a decorrer entre as 9h00 e as 18h00 desse dia, segundo a convocatória divulgada esta segunda-feira.

As eleições para a maior mutualista do país terão lugar na sede da maior mutualista do país, situada na Rua Áurea, em Lisboa, embora sejam permitidos votos por correspondência, de acordo com a nota assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral, o padre Vítor Melícias.

Os candidatos terão de entregar as suas listas durante o mês de outubro. Ainda não se sabe se o atual presidente, Tomás Correia, vai apresentar candidatura, conhecendo-se, para já, apenas um candidato: Fernando Ribeiro Mendes, o administrador dissidente da Associação Mutualista, que anunciou em julho que vai concorrer às eleições.

Ribeiro Mendes poderá vir a encabeçar a lista do grupo destacado de associados descontentes e que pretende lançar uma lista única alternativa para concorrer com Tomás Correia nas próximas eleições, embora o seu nome não seja consensual — há quem aposta no nome do vice-presidente da Cruz Vermelha, Alexandre Abrantes, para liderar uma lista única de oposição, conforme avançou o ECO em primeira mão.

Do lado de Tomás Correia, que venceu as últimas eleições que ocorreram em 2015, obtendo 61% dos votos nesse ato eleitoral, o nome de Maria de Belém poderá vir a assumir maior protagonismo caso o atual presidente não formalize uma candidatura.

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Na última sexta-feira, o atual presidente da Associação Mutualista disse que ainda não tinha decidido se se candidatava para um novo mandato, “uma vez que isso depende de “muita interação, muito diálogo em torno do caminho e das pessoas mais hábeis para percorrer o caminho”. Mas “não tenham dúvidas de que vai aparecer um candidato proposto pelo [atual] Conselho de Administração para o Conselho de Administração”, garantiu.

Sobre os candidatos que se perfilam na oposição, Tomás Correia afirmou que “não tem qualidade e não têm determinação para poder assumir tamanha responsabilidade”.

A Associação Mutualista Montepio apresentou lucros de 587 milhões de euros em 2017, um resultado justificado pelo apuramento de créditos fiscais de quase 810 milhões de euros e que permitiu à instituição sair de uma situação de capitais próprios negativos em 250 milhões de euros para capitais próprios de 510 milhões de euros.

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Montepio sai de Moçambique. Vende toda a posição no capital do Banco Terra

O banco liderado por Carlos Tavares vendeu 45,78% do capital social do BTM - Banco Terra a uma holding holandesa. Valor do negócio não foi revelado.

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) vai sair de Moçambique. O banco liderado por Carlos Tavares revela, em comunicado enviado à CMVM, que chegou a acordo para a venda de toda a participação que tinha no capital do Banco Terra a uma holding holandesa. Não é revelado o valor da operação.

“A CEMG informa que a sua participada Montepio Holding, SGPS, acordou a venda da participação de 45,78% do capital social do BTM – Banco Terra”, refere em comunicado.

A venda foi feita à “Arise, uma holding criada em conjunto pelo fundo soberano norueguês Norfund, pelo banco de fomento holandês FMO e pelo Rabobank para apoiar o crescimento em África através de investimentos em instituições financeiras africanas”, acrescenta o banco.

“Com esta venda o Grupo CEMG deixa de deter qualquer participação no Banco Terra, no âmbito da redefinição estratégica das suas participações internacionais“, salienta a instituição. O Montepio tinha uma posição nesta instituição financeira de direito moçambicano desde 2012.

Recorde-se que já no relatório e contas de 2017 o banco apontava para a venda desta posição, mas também noutras operações em África. “Em relação às participações financeiras detidas nas subsidiárias em Angola e Moçambique importa referir que a CEMG se encontra num processo negocial com um conjunto de investidores com vista a recentrar a abordagem para o mercado africano tendo em vista a desconsolidação do Finibanco Angola S.A. e BTM – Banco Terra”, notava.

"Com esta venda o Grupo CEMG deixa de deter qualquer participação no Banco Terra, no âmbito da redefinição estratégica das suas participações internacionais.”

Montepio

Apesar da venda, o Montepio nota que “o negócio – que inclui uma opção para uma eventual entrada do Montepio na Arise – vem reforçar e aprofundar a parceria estabelecida entre as duas instituições, que se comprometem a estudar conjuntamente oportunidades futuras de investimento no continente africano”.

(Notícia atualizada às 18h22 com mais informação)

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O que pensa o novo chairman do Montepio da “benesse fiscal” atribuída à Associação Mutualista?

Álvaro Nascimento, o próximo chairman do banco Montepio, duvida da "seriedade" com que se aplicaram créditos fiscais de 800 milhões à Associação Mutualista para reverter real "situação insustentável".

Proposto para desempenhar funções de chairman na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), Álvaro Nascimento é um dos críticos daquilo que considerou ser uma “benesse fiscal” de mais de 800 milhões de euros atribuída à Associação Mutualista Montepio Geral (acionista do banco) e que permitiu à instituição mascarar a “situação insustentável” em que se encontra. Também duvidou da avaliação que foi dada ao banco no âmbito da entrada no seu capital da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e outras instituições de solidariedade social.

Em março, a mutualista liderada Tomás Correia apresentou os resultados relativos a 2017 e nos quais apurou ativos por impostos diferidos no valor de 808,6 milhões de euros que possibilitaram à instituição sair de uma situação de capitais próprios negativos de 251 milhões de euros para capitais próprios positivos de mais de 500 milhões de euros.

Para Álvaro Nascimento, se o assunto não levantou problemas de natureza legal, “não deixa de abalar as fundações da República, de um Estado de direito que se quer respeitado pelos cidadãos”, segundo escreveu num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios (acesso pago) a 26 de março.

“De uma penada, uma instituição que se apresenta como do “terceiro setor” passa a intitular-se sociedade comercial com rendimentos empresariais, cujos administradores são compensado com prémios em função do desempenho… Mas que desempenho?! Com um simples registo contabilístico evidenciam-se sinais de solidez e solvabilidade, revertendo uma situação insustentável, como se esta fosse apenas aparente… Com que seriedade?!”, assinalou ainda.

"Com um simples registo contabilístico evidenciam-se sinais de solidez e solvabilidade, revertendo uma situação insustentável, como se esta fosse apenas aparente… Com que seriedade?!”

Álvaro Nascimento

Chairman proposto para a Caixa Económica Montepio Geral

Lucros de 4.000 milhões?

No mesmo artigo, o antigo chairman da Caixa Geral de Depósitos (CGD) questionou sobre se “alguém, nomeadamente os auditores, fez as contas” para que os créditos fiscais venham a ser realmente utilizados pela AMMG.

“Para um crédito fiscal em sede de IRC de tamanha magnitude — mais de 800 milhões de euros — os resultados terão de crescer exponencialmente. Em termos equivalentes, considerando a taxa normal de 21%, são quase 4 mil milhões de euros de “lucros” futuros”, estimou Álvaro Nascimento, um cenário que vê como muito pouco provável tendo em conta a realidade do setor da banca. “Deram-se ao trabalho de ver as rentabilidades dos últimos anos e analisar o contexto em que opera o setor financeiro (com quem a associação tem ligação umbilical), não apenas em Portugal, mas em toda a Europa?”, questionou.

Também a entrada da Santa Casa no capital do banco Montepio, onde vai assumir funções de presidente do conselho de administração (o cargo de CEO vai continuar a pertencer a Carlos Tavares), mereceu palavras menos positivas de Álvaro Nascimento.

“Mas magistral é forma como é anunciada a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital da Caixa Económica Montepio Geral, junto com outras IPSS. A “boa notícia” de que só uma participação de 2% — não os 10% de que se falava — por mais de 30 milhões. Mas… não era exatamente a questão da valorização que suscitava dúvidas? De uma assentada, “fixa-se” o valor do banco em mais de 1.500 milhões de euros. Porquê e para quê?”, escreveu na altura.

Três meses depois, associação mutualista, Santa Casa e outras instituições fecharam o acordo para um investimento inicial de apenas 75 mil euros por uma participação inferior a 0,0016% da CEMG, com possibilidade de ir até aos 2% do capital do banco com base numa avaliação de 2.400 milhões de euros.

"Mas magistral é forma como é anunciada a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital da Caixa Económica Montepio Geral, junto com outras IPSS. A “boa notícia” de que só uma participação de 2% — não os 10% de que se falava — por mais de 30 milhões. Mas… não era exatamente a questão da valorização que suscitava dúvidas?”

Álvaro Nascimento

Chairman proposto para a Caixa Económica Montepio Geral

Por todas estas questões, Álvaro Nascimento perguntou: “Não seria responsável assumir as dificuldades e resolver os problemas com transparência, em vez de todas estas trapalhadas? Ou resta-nos acreditar na divina providência?”

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Montepio volta a vender produtos mutualistas. Carlos Tavares blinda banco da Associação

Produtos mutualistas regressaram aos balcões do Montepio. Só os gestores do banco podem comercializar aplicações como a Poupança Mutualista. Carlos Tavares reforça informação prestada ao cliente.

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) voltou a comercializar produtos mutualistas aos seus balcões desde esta segunda-feira, depois de uma suspensão temporária de cerca de seis meses para adequar as vendas às novas regras financeiras. E há mudanças importantes na abordagem comercial. Desde logo, a aplicação Capital Certo, que passou a designar-se Poupança Mutualista, como o ECO avançou em primeira mão. Além disso, há maior rigor na informação prestada ao cliente, incluindo uma “Síntese Informativa” onde o banco identifica o supervisor responsável pelo produto e divulga as contas da associação. Por outro lado, só os gestores do banco estão autorizados a vender este produto mutualista dentro da agência. Eles próprios vão ter de assinar o documento de venda ao cliente. Assim, o banco controla quem vendeu o quê e a quem. E Carlos Tavares blinda a CEMG da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG).

Estas alterações foram promovidas pelo banco juntamente com a mutualista, no sentido de assegurar uma comercialização adequada, transparente e responsável dos produtos que podem ser subscritos aos balcões da CEMG.

Um grupo de trabalho composto por elementos dos dois lados esteve nos últimos meses a repensar e reformular a oferta do banco, incluindo o nome do produto, a informação simplificada a disponibilizar aos clientes e a formação aos gestores. As mudanças chegam agora aos balcões, conferindo uma maior responsabilização aos gestores e também aos clientes.

A alteração mais visível: o produto mutualista Capital Certo chama-se agora Poupança Mutualista, uma nova designação que reflete a essência deste produto. Mas há um reforço da informação que é disponibilizada aos clientes, traduzindo um maior empenho do banco para adequar às novas regras dos mercados financeiros (DMIF II) a comercialização de um produto que tem estado na mira das autoridades.

Em concreto, além das Fichas Técnicas da Série e da Modalidade, onde o banco densifica todas as características e riscos da Poupança Mutualista, o cliente recebe agora uma “Síntese Informativa”. Trata-se de um documento de cinco páginas que resume aquela que é a informação fundamental sobre a aplicação, incluindo a identificação da autoridade competente de supervisão da AMMG (até ver, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – Direção-Geral da Segurança Social) e indicadores financeiros da associação mutualista. No final do documento, o cliente e o gestor firmam o contrato de subscrição do produto com as respetivas assinaturas.

Em termos de rendimento, o Poupança Mutualista passa a apresentar uma maturidade mais curta (de cinco anos) e uma taxa média bruta (de 1,23%) mais reduzidas face à última série do Capital Certo — tinha um prazo de seis anos e uma remuneração média de 1,305%. Consegue, ainda assim, oferecer uma taxa mais elevada do que a generalidade dos depósitos da prazo do banco, que não vai além 0,5%.

Mais formação para os gestores

Por outro lado, os balcões do associado deixam de comercializar o Poupança Mutualista — mantendo-se, ainda assim, a oferta dos outros produtos mutualista disponível nestes balcões. Atualmente, existem cerca de 100 destes espaços a funcionar dentro de aproximadamente 300 agências da CEMG. A partir de agora, só os profissionais do banco poderão vender o Poupança Mutualista dentro das agências por serem aqueles que a CEMG pode formar, supervisionar e sancionar, se for o caso.

Para este efeito, um universo de colaboradores do banco realizou um curso online nos últimos meses, numa formação que incluiu as denominadas Skype Calls, videochamadas que serviram para a apresentação das características do produto mutualista e para explicação das diferenças com outros produtos financeiros mais tradicionais que também são comercializados pelo banco. Cada gestor recebeu um manual de procedimentos e poderá sempre ligar para uma linha de apoio para esclarecimentos adicionais.

A CEMG não definiu objetivos para as vendas com a Poupança Mutualista e também não há incentivos à comercialização do produto, isto apesar de a associação mutualista prever captar quase 1.000 milhões de euros só este ano com produtos de capitalização, como o Capital Certo. Este montante foi considerado elevado pelos sindicatos, que ficaram apreensivos e preocupados porque isso poderia traduzir-se em maior pressão sobre os funcionários do banco.

Ainda assim, haverá uma monitorização regular das subscrições efetuadas fora do público-alvo, e o banco emitirá alertas aos gestores sempre que for necessário para travar uma venda generalizada e indiscriminada do produto, tal como prevê a DMIF II.

Como o Montepio vai controlar vendas

1. Identificação clara do supervisor responsável

É uma das alterações que decorre da introdução da DMIF II: os produtos financeiros têm de distinguir de forma clara qual é a autoridade competente de supervisão. No caso do Poupança Mutualista, o produto é “fabricado” pela AMMG, que é supervisionada pela Direção-Geral da Segurança Social do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Mas a mutualista vai saltar em breve para a esfera da Autoridade Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, o regulador dos seguros, após a entrada em vigor das novas regras para as associações mutualistas.

2. Definição do público-alvo

O Montepio também identifica de forma clara a quem se destina o Poupança Mutualista: aos associados da Associação Mutualista Montepio Geral e clientes da Caixa Económica Montepio Geral com idade inferior a 75 anos, que possuam conhecimentos ou experiência intermédios sobre as características dos produtos, e com um nível de tolerância ao risco médio.

No Capital Certo, não havia limite de idade nem estava definido o perfil de risco adequado do subscritor. Dentro da política de governação do produto, o banco vai monitorizar as vendas fora do público-alvo para evitar uma venda generalizada e indiscriminada do produto.

3. Apresentação das contas da Associação Mutualista

A Síntese Informativa inclui ainda um extrato das contas financeiras da Associação Mutualista nos últimos anos, onde o cliente pode verificar a evolução de alguns indicadores da instituição, como a dimensão (número de associados, ativo), a rentabilidade (resultado operacional, receitas associativas e cash-flow), a solidez financeira (capitais próprios) ou a liquidez (nível de provisões).

4. Assinatura do gestor responsável e cliente

No final, tanto o associado como o gestor responsável pela venda do produto firmam o contrato com as respetivas assinaturas, introduzindo maior responsabilidade e sentido de compromisso entre cliente e banco. O documento é digitalizado, ficando uma cópia com o cliente.

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Oposição a Tomás Correia dividida sobre candidato nas eleições da Associação Mutualista

Ribeiro Mendes, o administrador dissidente, já anunciou a sua candidatura à Associação Mutualista, mas o seu nome não é consensual dentro do grupo de associados descontentes com o atual presidente.

Fernando Ribeiro Mendes e Alexandre Abrantes: não há consenso para liderar a oposição a Tomás Correia na Associação Mutualista Montepio.Fotomontagem: Ana Raquel Moreira

Fernando Ribeiro Mendes anunciou a candidatura à liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) há um mês, mas o administrador dissidente da instituição não reúne consenso dentro do grupo destacado de associados descontentes e que pretende lançar uma lista única alternativa para concorrer com Tomás Correia nas próximas eleições.

Ao que o ECO apurou, as próximas semanas vão revelar-se decisivas para se perceber quem vai liderar a oposição ao atual presidente (que deverá apresentar a sua candidatura a um quarto mandato, ao que tudo indica) nas eleições que terão lugar na associação mutualista em dezembro. Mas dentro do grupo que juntou associados das várias listas derrotadas nas últimas eleições, e do qual fazem parte o antigo ministro Bagão Félix, António Godinho ou o economista ligado ao PCP Eugénio Rosa, não se discute apenas um nome para encabeçar uma lista que se pretende que seja alternativa única a Tomás Correia na corrida à liderança da maior mutualista do país.

Se alguns acreditam que é Fernando Ribeiro Mendes, antigo secretário de Estado da Segurança Social do Governo de António Guterres e membro da atual administração da Associação Mutualista, quem reúne mais condições para protagonizar uma candidatura vencedora, até pelo seu peso e maior notoriedade política, outros apostam no nome de Alexandre Abrantes para encabeçar a lista da oposição.

Alexandre Abrantes é atualmente vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e professor na Universidade Nova de Lisboa, tendo sido consultor do Banco Mundial. É um dos autores do livro “Renovar Montepio” juntamente com António Godinho, que apresentou candidatura à liderança da AMMG em 2015.

Por seu turno, Ribeiro Mendes tem sido uma das vozes dissidentes dentro da administração de Tomás Correia, tendo defendido por várias vezes mudanças nos órgãos que gerem destinos da instituição. “É preciso acabar com a deriva estratégica que nos tem assombrado de grandiosos sonhos que hoje sabemos que foram irrealistas”, disse o administrador nas Jornadas de Reflexão Mutualista que decorreram em junho e que contaram com a participação de Alexandre Abrantes.

O objetivo deste grupo de associados descontentes com o atual estado da AMMG passa por criar uma lista alternativa única abrangente e que seja capaz de enfrentar Tomás Correia, que em 2015 registou 61% dos votos nas eleições para o triénio 2016-2018, pelo que vão querer evitar cisões internas que se traduzam em mais listas.

As candidaturas para os órgãos sociais da AMMG terão de ser entregues no mês de outubro, com o ato eleitoral a ter lugar dois meses depois.

As eleições para a associação mutualista que conta com mais de 600 mil associados vão decorrer num clima de expectativa, sobretudo depois da entrada em vigor das novas regras para as mutualistas, que acontece já a 1 de setembro, antes da corrida eleitoral.

Conforme já avançou o ECO, o novo código das mutualidades pode baralhar as contas do lado do atual presidente. Em cima da mesa poderá estar mesmo o nome da ex-ministra da Saúde Maria de Belém, uma alternativa a avançar caso Tomás Correia (que ainda não anunciou a sua candidatura) não possa formalizar uma candidatura por impedimento do regulador dos seguros.

Com as novas regras, a AMMG vai passar para a esfera de supervisão financeira da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) nos próximos meses. A partir do momento em que a instituição estiver sob alçada do regulador liderado por José Almaça, a idoneidade vai passar a ser um dos critérios para os candidatos aos órgãos sociais, e isto numa altura em que correm inquéritos no Banco de Portugal e Ministério Público sobre Tomás Correia — embora sem qualquer condenação.

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Marcelo promulga lei que deixa investimentos estratégicos da Santa Casa nas mãos do Governo

Presidente da República promulgou a lei que faz depender de uma autorização da tutela qualquer "investimento estratégico e estruturante" da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O Presidente da República promulgou esta quarta-feira a lei que prevê que “investimentos estratégicos e estruturantes” a realizar pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tenham de obter uma autorização do Governo.

“O Presidente da República promulgou o Decreto da Assembleia da República nº 229/XIII, que sujeita a autorização da tutela a realização de investimentos estratégicos e estruturantes pela mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 235/2008, de 3 de dezembro, que aprova os Estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa)”, informa a Presidência numa nota publicada no seu site.

Em concreto, o diploma faz depender de uma autorização da tutela — neste caso, do Ministério do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social — para que a Santa Casa efetue “investimentos estratégicos e estruturantes” que envolvam a instituição na administração ou em órgãos sociais de instituições que desenvolvem atividades noutros setores ou que sejam em volume superior a 5% do seu orçamento anual.

Este projeto foi apresentado em abril pelo CDS, tendo sido anunciado pelos centristas como uma forma de tentar travar a entrada da Santa Casa no capital da Caixa Económica Montepio Geral.

Ainda assim, este negócio veio a ser formalizado no final de junho, resultando num investimento inicial de 75 mil euros da parte da Santa Casa no banco liderado por Carlos Tavares.

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