Bolsa está em bull market. Olé!

PSI-20 já avança mais de 20% face ao mínimo de novembro, entrando em bull market. O ataque do touro na bolsa portuguesa está para ficar? Analistas acreditam que sim. Olé, touro lindo!

Touro chegou à bolsa portuguesa.Fotomontagem: Raquel Sá Martins

O touro está de volta à arena da bolsa nacional. O PSI-20 já avança mais de 20% desde que tocou mínimos de seis meses em novembro do ano passado, correspondendo à definição clássica do bull market. Há vários fatores que têm alimentado o movimento ascendente do mercado — o mesmo movimento com que aquele animal ataca através dos seus cornos. A vitória de Macron neste domingo reforçou o ambiente de otimismo nas bolsas. Lisboa será capaz de aguentar o ataque do touro? Os analistas acreditam que sim.

Desde o dia 14 de novembro, em que atingiu o nível mais baixo do último semestre, o benchmark nacional protagoniza uma rally imparável superior a 20%. Isto compara com o avanço de 16,6% do índice de referência europeu Stoxx 600 e de 10% do índice que funciona como um farol para investidores em todo o mundo, o S&P 500. Melhor só mesmo a bolsa de nuestros hermanos: o Ibex-35 ganha mais de 28% no mesmo período.

O facto de o PSI-20 partir de um nível mais baixo que os pares ajuda a explicar o bom momento da praça lisboeta. Mas há mais motivos. A começar pelo desempenho da economia e por fatores específicos das cotadas portuguesas, até ao maior otimismo no cenário internacional, criando o habitat perfeito para a convivência com o touro.

Madrid alcança melhor desempenho desde novembro

Fonte: Bloomberg (valores em %)

“O desempenho positivo do PSI-20 decorre do desempenho positivo do mercado europeu, com o ‘ponto de partida’ mais deprimido do PSI-20 face às congéneres a justificar a outperformance recente face a este, da resolução de algumas ‘histórias’ que estavam a pressionar o índice, de um período de M&A mais ativo no mercado português (conclusão da OPA sobre o BPI, lançamento da OPA da EDP sobre a EDP Renováveis), e da conjuntura económica ‘mais forte’ em Portugal, que consequentemente reflete-se num melhor desempenho operacional pelas cotadas com maior exposição à economia nacional”, diz a equipa de research do Banco BiG.

É um facto. Portugal apresenta níveis de confiança reforçados. As últimas notícias em relação ao défice, ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao desemprego são positivas. A perceção de risco do país junto dos investidores internacionais está em queda livre — razão pela qual o IGCP já arrisca a ir ao mercado com leilões de dívida a dez anos. Da Europa sopram também ventos favoráveis e que saíram reforçados com a vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas deste fim de semana, afastando Marine Le Pen do poder.

“Há um sentimento geral dos investidores, sobretudo ativos de risco como as ações, de diminuição da aversão ao risco e aumento da complacência perante a incerteza. Este fenómeno ficou mais visível desde o resultado da primeira volta das eleições francesas, com as sondagens a afastarem Marine Le Pen do Eliseu”, comenta João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa.

“A perceção do risco soberano dos países da periferia também melhorou. Mas não foi só isso: o calendário de apresentação de resultados nos EUA, em média, surpreendeu pela positiva com estimativas de crescimento de dois dígitos nos lucros”, reforça Queiroz.

"Há um sentimento geral dos investidores, sobretudo ativos de risco como as ações, de diminuição da aversão ao risco e aumento da complacência perante a incerteza. A perceção do risco soberano dos países da periferia também melhorou. Mas não foi só isso: o calendário de apresentação de resultados nos EUA, em média, surpreendeu pela positiva.”

João Queiroz

Banco Carregosa

Winners e laggers

No plano empresarial, também há motivos para pegar o touro pelos cornos. Algum do otimismo dos investidores em relação às cotadas está de regresso. Ou, pelo menos, a reputação do mercado nacional parece ter superado o trauma que foram as falências em catadupa do império Espírito Santo e Banif e ainda o caso da Portugal Telecom.

O próprio índice registou alguns ajustamentos nos últimos meses. Saiu o BPI depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank, entraram dois novos sócios para o PSI-20: Novabase e Ibersol.

Albino Oliveira, gestor de ativos da Patris Investimentos, nota que há um “regresso da confiança por parte dos investidores a algumas cotadas do PSI-20”. De facto, empresas como Mota-Engil, Navigator, Corticeira Amorim e Pharol têm estado em plena evidência na principal montra do mercado português: desde meados de novembro as ações acumulam ganhos entre 40% e 50%. Em relação à Novabase, a tecnológica liderada por Luís Paulo Salvado só chegou ao PSI-20 em março e o primeiro mês foi pautado por alguma ausência do mercado.

Winners da bolsa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Em sentido contrário, Nos Montepio e CTT não conseguiram aproveitar o sentimento mais favorável que o mercado português tem evidenciado desde novembro e são as exceções na bolsa nacional, enquanto REN e BCP têm estado aquém do desempenho do PSI-20, ainda assim mantendo-se em terreno positivo.

Importa salientar, porém, que o banco liderado por Nuno Amado valoriza aproximadamente 25% desde o início do ano. “Está a beneficiar do comportamento do setor na Europa, mas o desempenho traduz também uma maior confiança dos investidores relativamente ao balanço da instituição após a realização do aumento de capital”, argumenta Albino Oliveira. O BCP apresenta contas trimestrais esta segunda-feira após o fecho da bolsa.

Laggers da bolsa

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Os riscos

O apetite no mercado nacional existe e pode durar, admitem os especialistas consultados pelo ECO. Mas este sentimento pode mudar de forma brusca a qualquer momento. E o touro vai embora.

“Por exemplo, uma deterioração no enquadramento económico, tendo em conta as atuais elevadas expectativas. Os indicadores de sentimento e atividade registaram nos últimos meses uma forte subida. Por outro lado, o movimento nas yields portuguesas foi também já bastante significativo…”, lembra Albino Oliveira. “Uma inversão no movimento (mesmo que temporária) em ambos os casos poderia ter um impacto negativo”, frisa o responsável.

"Uma inversão no movimento (mesmo que temporária) económico ou dos juros poderia ter um impacto negativo na bolsa portuguesa.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Para João Queiroz, as maiores preocupações que enfrenta a bolsa nacional neste momento são sobretudo exportadas. “No fundo, temos sempre receio de uma crise sistémica do setor bancário, de um resultado inesperado de processos eleitorais (dentro de um mês haverá três processos eleitorais), de um cisne negro ou de uma das dez bolhas dos EUA suscitar preocupações relevantes”, elenca o gestor do Banco Carregosa.

Seja como for, o touro chegou à bolsa portuguesa e parece estar bem alimentado. Olé, touro lindo!

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CTT voltam às balas de prata do Haitong, sai a Nos

Em sentido contrário, operadora Nos abandona lista das eleitas do Haitong para o segundo trimestre.

Os CTT estão de volta às balas de prata do Haitong para o segundo trimestre, com as ações dos correios postais a apresentarem-se com uma “valorização apelativa” depois de um mau desempenho desde o início do ano. O banco postal é um desafio mas as ações apresentam uma cotação “apelativa” face ao potencial de recuperação em 2017. Da lista das eleitas da casa de investimento sai a Nos, que foi um tiro ao lado depois de perdas de 4% no primeiro trimestre.

São seis as balas de prata do Haitong para os próximos meses. Acciona, Euskatel e Indra em Espanha. Corticeira Amorim, Sonae e CTT em Portugal. Do lado nacional, a novidade da lista são os CTT, que aquela casa de investimento acredita que pode valorizar 40% até aos 7,10 euros. Repetem Corticeira Amorim e Sonae.

“Pensamos que tem sido penalizada por causa do mau momento no quarto trimestre de 2016 que pode ser revertido em 2017 com a recuperação da unidade Express & Parcels e aumentos nos preços dos correios. Vemos os CTT como um valor com uma dividend yield de aproximadamente 10% e a transacionar abaixo dos pares”, justificam os analistas do Haitong.

Sobre o banco postal dos CTT, o Haitong considera que “vai trazer desafios adicionais em termos de avaliação” da ação, “mas por agora estamos a assumir que o banco vai ser lucrativo e, por isso, temos uma avaliação positiva sobre o banco (54 milhões de euros).

CTT sobem 0,5%

Permanecem no cabaz do Haitong a Corticeira Amorim e a Sonae. Para o ex-Besi, há um potencial de valorização nas duas cotadas nacionais de 12% e 18%, respetivamente. Sobre a Corticeira, a líder mundial na produção de rolhas de cortiça está a gozar de um bom momento com a conquista de quota de mercado, o aumento da produção de vinho e com o regresso à cortiça como material preferido para as rolhas das garrafas de vinho.

“A unidade de rolhas de cortiça vai ter um novo ano de crescimento à medida que vai ganhando quota de mercado e os fundamentais da indústria do vinho deverão continuar a ajudar. Pensamos também que os revestimentos de chão e parede deverão observar um novo ano de recuperação, com a esta unidade a tentar alcançar níveis de EBITDA de 2013/2014, antes do impacto da crise no mercado russo”, diz o Haitong.

Quanto à retalhista dona do Continente, há otimismo depois de a Sonae ter fechado um acordo de fusão da SportZone com duas retalhistas britânicas que vai criar a segunda maior loja de artigos de desporto na Península Ibérica.

“Vemos o recente memorando de entendimento com a JD Sports como potencialmente game changer para a SportZone e com uma leitura positiva da sua unidade não-alimentar, que tem dado perdas. A Sonae demonstrou claramente que está disposta a tomar medidas mais decisivas se necessárias para inverter os seus formatos mais fracos e pensamos que isso tem implicações positivas para as expectativas de resultados”, refere o Haitong.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCP tomba 5% e Lisboa volta a fechar em contramão

Lisboa recuou pela segunda sessão seguida em dia positivo na Europa. As ações do BCP pressionaram com nova tomada de mais-valias após valorização acentuada na última semana.

A bolsa nacional voltou a fechar em contramão com as principais praças europeias, caindo pela segunda sessão consecutiva devido sobretudo aos fracos desempenhos do BCP e CTT. As ações do banco tombaram quase 5% com os investidores a tomarem mais-valias depois da última semana de fortes ganhos.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,23% para 4.956,46 pontos, com sete cotadas a fechar em terreno negativo. As ações do BCP caíram 4,73% para 0,18 euros, corrigindo em forte baixa pelo segundo dia depois de ter conquistado ganhos de 14% na semana passada. Também os CTT cederam 1,25% para 5,07 euros.

Pela positiva, destaque para a EDP Renováveis. Os títulos fecharam nos 6,99 euros, o valor mais elevado desde novembro do ano passado, transacionando 19 cêntimos acima do preço que a EDP está a oferecer para comprar as ações que ainda não detém na sua subsidiária. Este movimento reforça a ideia do mercado quanto a uma revisão em alta da contrapartida oferecida pela elétrica liderada por António Mexia na Oferta Pública de Aquisição.

O melhor desempenho pertenceu à Corticeira Amorim, que disparou 4,73% para 10,73 euros, depois de o Haitong ter reafirmado a cotada liderada por António Rios de Amorim como ‘bala de prata’. Aumentou o preço-alvo do título em 9% para os 12 euros, deixando implícito um potencial de valorização de 20% face à cotação de fecho de segunda-feira.

“A unidade de rolhas de cortiça deverá ter um novo ano de crescimento à medida que vai conquistando quota de mercado, mantendo-se suportada pelos fundamentais da indústria vinícola”, referem os analistas do Haitong. “Pensamos também que os revestimentos de chão e parede deverão observar um novo ano de recuperação, com a esta unidade a tentar alcançar níveis de EBITDA de 2013/2014, antes do impacto da crise no mercado russo”, acrescentaram.

Corticeira dispara 5% com avaliação do Haitong

No plano internacional, as bolsas europeias fecharam com sentimento positivo. Com nota de destaque para Madrid e Paris, onde os principais índices ganharam 0,35% e 0,3%, respetivamente, numa sessão de ganhos tímidos na generalidade das praças do Velho Continente.

(Notícia atualizada às 17h15)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI retira ações da Corticeira Amorim das suas preferidas

Corticeira sai da lista de preferidas do BPI, entrando a espanhola Cellnex. Esgotou-se o potencial para a produtora de cortiça. EDP Renováveis assume protagonismo nacional.

A equipa de research do BPI retirou as ações da Corticeira Amorim COR 0,00% do lote das suas preferidas, deixando a EDP Renováveis como a única cotada portuguesa entre as eleitas para aquele banco de investimento.

A justificar a saída da Corticeira está a valorização que a produtora de cortiça apresentou desde que foi incluída na lista do BPI, a 7 de setembro do ano passado, uma evolução que deixa pouca margem para mais subidas. “Removemos a Corticeira Amorim depois de o desempenho da ação desde o início do ano (+16%) ter deixou pouco espaço para que continue a superar o mercado. A Corticeira foi incluída a 7 de setembro de 2016 e contribuiu com um desempenho de 18% para a nossa lista ‘core'”, explicam os analistas do BPI numa nota divulgada esta segunda-feira.

"Removemos a Corticeira Amorim depois de o desempenho da ação desde o início do ano (+16%) ter deixou pouco espaço para que continue a superar o mercado. A Corticeira foi incluída a 7 de setembro de 2016 e contribuiu com um desempenho de 18% para a nossa lista ‘core’.”

BPI Research

Nota de investimento

As ações da cotada liderada por António Rios de Amorim estão a cair cerca de 1% para os 9,77 euros. Apresenta uma capitalização bolsista de 1,3 mil milhões de euros.

Corticeira em queda

Com esta retirada, sobre para a EDP Renováveis o protagonismo nacional na lista do BPI. A cotação da elétrica liderada por Manso Neto segue nos 6,186 euros, o que deixa um potencial de valorização de mais de 30% face ao preço-alvo de 8,15 euros atribuído pelos analistas do BPI Research.

Destacam os analistas o outlook de crescimento dos resultados operacionais da EDP Renováveis. O EBITDA — lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações — deverá crescer 7% em termos médios anuais até 2020. Enquanto isso, são menores os receios de uma mudança significativa na política norte-americana para o setor das energias limpas. “Os riscos parecem ser exagerados…”, assume o BPI.

Cellnex “poder de fogo de 1,1 mil milhões”

Para o lugar da Corticeira Amorim entrou a espanhola Cellnex. E não faltam motivos para os analistas do banco de investimento estarem entusiasmados com o título.

“O guidance da empresa à frente dos nossos números, as opções de crescimento com uma parceria potencial com a Iliad, um poder de fogo de 1,1 mil milhões de euros para os próximos anos e a vontade de continuar a perseguir oportunidades de aquisições na Europa dão à Cellnex um perfil de crescimento apelativo”, justifica o BPI Research.

As ações da Cellnex apresentam um potencial altista de 16%, com o BPI a atribuir um preço-alvo de 17,8 euros.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amorim investe 10 milhões para aumentar capacidade de produção de pavimentos

  • Lusa
  • 14 Março 2017

Corticeira quer reforçar capacidade de produção para quatro milhões de metros quadrados a partir do próximo ano.

A Corticeira Amorim anunciou esta terça-feira um investimento de dez milhões de euros no reforço da capacidade de produção, para quatro milhões de metros quadrados, a partir de 2018, de uma gama de pavimentos ‘premium’ lançada há dois anos.

Em comunicado, a empresa de Mozelos, Santa Maria da Feira, explica que a decisão reflete “a grande recetividade do mercado à [tecnologia] Hydrocork em inúmeras geografias, que culminou num crescimento de vendas muito rápido e que faz deste produto um dos que apresenta, na história da Corticeira Amorim, a mais rápida penetração de mercado”.

Operacional a partir do início de 2018, a nova linha industrial a criar permitirá à empresa aumentar a capacidade de produção industrial de pavimentos em quatro milhões de metros quadrados, para além de possibilitar o desenvolvimento de um aglomerado de cortiça isento de PVC e com emissões reduzidas de dióxido de carbono.

Adicionalmente, a nova tecnologia possibilitará uma gama mais ampla de espessuras, densidades e larguras do material.

Este investimento visa dotar uma das áreas de negócio mais relevantes da Corticeira Amorim de uma capacidade de resposta robusta às solicitações do mercado. A tecnologia em causa é ainda mais relevante na medida em que potencia os processos de I&D [Investigação & Desenvolvimento] para uma nova geração de compostos de cortiça verdadeiramente inovadores”, afirma o presidente e administrador executivo da Corticeira Amorim, António Rios de Amorim.

Segundo a empresa, o “forte crescimento” da gama de pavimentos Hydrocork assenta em “vantagens competitivas” como o facto de ser à prova de água, ter uma reduzida espessura e ser de fácil e rápida instalação.

Características a que se juntam as características da tecnologia Corktech, designadamente o isolamento térmico e acústico, bem-estar corporal, conforto e resistência ao impacto, e o facto de a gama Hydrocork apresentar uma garantia vitalícia para uso doméstico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haitong: Aquisições podem acelerar crescimento da Corticeira

Dividendo desiludiu analistas, que consideram que Corticeira Amorim pode avançar para aquisições para acelerar crescimento da empresa.

A Corticeira Amorim COR 0,00% quase duplicou os lucros em 2016, para um valor acima dos 100 milhões de euros. Para os analistas, os resultados saíram em linha com o esperado. Ainda assim, o Haitong considera que aquisições podem acelerar o crescimento da produtora de rolhas de cortiça.

“A atividade de fusões e aquisições representa outro potencial gatilho, tendo em conta que a Corticeira disse publicamente que pode aproveitar a oportunidade de adquirir outros concorrentes ou distribuidores especialmente em áreas de nicho que poderiam acelerar o crescimento”, referiu Nuno Estácio, analista do ex-BESI.

"A atividade de fusões e aquisições representa outro potencial gatilho, tendo em conta que a Corticeira disse publicamente que pode aproveitar a oportunidade de adquirir outros concorrentes ou distribuidores especialmente em áreas de nicho que poderiam acelerar o crescimento.”

Nuno Estácio

Analista do Haitong

O analista diz que a Corticeira Amorim “continua a gozar de um bom momento no mercado das rolhas de cortiça, especialmente nos segmentos premium. Isto levou a um aumento dos preços médios que, juntamente com uma melhor eficiência, deverá manter suporte ao crescimento da margem do EBITDA”.

Outra área que poderá beneficiar a empresa liderada por António Rios de Amorim reside nas novas aplicações para a cortiça, segundo o Haitong: “A Corticeira Amorim tem uma unidade especializada no desenvolvimento de novas alternativas que podem representar novas formas de crescimento”. Aquela casa de investimento tem a Corticeira Amorim como uma das suas balas de prata, atribuindo um preço alvo de 11 euros.

A Corticeira Amorim quase duplicou os lucros em 2016 e alcançou um resultado líquido recorde: 102 milhões de euros. A contribuir para este desempenho esteve, em grande parte, a venda da participação na fabricante de pavimentos US Floors, que resultou num encaixe de 30 milhões de euros para a empresa.

Dividendo abaixo do esperado

Se os resultados ficaram em linha com as estimativas, já o dividendo de 18 cêntimos por ação que a gestão propõe defraudou as expectativas do analista José Mota Freitas, do CaixaBI, que tem uma recomendação de compra para os títulos da Corticeira Amorim e aos quais atribui um preço alvo de 10 euros.

“A Corticeira Amorim teve um ano forte em resultados, conseguindo apresentar crescimentos de vendas e de margens em todos os segmentos operacionais”, referiu o analista. “O resultado líquido cresceu 87%, 2,6% acima das nossas estimativas, ultrapassando a marca dos 100 milhões de euros, como esperado. A Corticeira Amorim está a propor o pagamento de um dividendo de 0,18 euros por ação, o que se situa abaixo das nossas projeções“, reforça.

As ações da Corticeira Amorim estão a subir esta quarta-feira 1,68% para 9,88 euros, acumulando uma valorização de 16,27% desde o início do ano.

Corticeira Amorim regista um dos melhores desempenhos em Lisboa

Nota: A informação apresentada tem por base as notas emitidas pelos bancos de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto dos bancos de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Corticeira Amorim regista lucros recorde de 102 milhões. Propõe dividendo de 18 cêntimos

A empresa aumentou as vendas e a margem bruta, ao mesmo tempo que reduziu os custos e a dívida líquida em mais de metade. AG vai propor dividendo de 0,18 euros por ação.

A Corticeira Amorim quase duplicou os lucros em 2016 e alcançou um resultado líquido recorde: 102 milhões de euros. A contribuir para este desempenho esteve, em grande parte, a venda da participação na fabricante de pavimentos US Floors, que resultou num encaixe de 30 milhões de euros para a empresa.

No ano passado, a corticeira conseguiu aumentar as vendas e a margem bruta, ao mesmo tempo que reduziu os custos operacionais e a dívida líquida. Ao todo, a empresa fechou o ano com receitas de 641,4 milhões de euros, um aumento de 6,1% face a 2015 e o maior registo de sempre.

A contribuir para este aumento esteve, sobretudo, e mais uma vez, a área de rolhas. Na sua unidade de negócios mais relevante, a Corticeira Amorim vendeu um número recorde de 4,4 mil milhões de rolhas, o equivalente a 20 milhões de rolhas por dia e um aumento de 7,6% em relação às vendas de 2015. Destaque também para a unidade de matérias-primas, onde as vendas totalizaram 148,6 milhões de euros, mais 9,7% do que em 2015.

Do lado dos resultados operacionais, os custos reduziram-se em 0,5%, para 238,6 milhões de euros, enquanto a margem bruta subiu 6%, para 334,7 milhões de euros. Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 21,5% e fixou-se em 122,3 milhões de euros.

A empresa conseguiu, ainda, reduzir a dívida líquida em mais de metade. De 2015 para 2016, a dívida da Corticeira Amorim caiu de 83,8 milhões de euros para 35,8 milhões de euros.

Na Assembleia Geral de Acionistas que se realiza a 7 de abril, o conselho de administração da Corticeira Amorim vai propor pagar um dividendo bruto de 18 cêntimos por ação, um aumento face aos 16 cêntimos que pagou no ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Resultados: PSI-20 vai a exame do mercado. Será que passa?

Arranca esta quinta-feira a temporada de resultados na praça nacional. Analistas esperam uma descida global dos lucros, mas há cotadas com desempenhos positivos. O PSI-20 passa no exame dos mercados?

À partida para mais uma temporada de resultados em Lisboa, as estimativas dos analistas apontam para um ano de 2016 pouco positivo para as empresas nacionais. Sem contar com o BCP e BPI, os lucros no índice nacional terão recuado 2,7% num ano em que em que economia portuguesa que deverá ter crescido pouco mais de 1,2%. Incluindo aqueles dois bancos, as contas são ainda mais negativas: -11%. Mas há fatores extraordinários a ter em conta.

É no setor financeiro onde vão estar centradas todas as atenções. O BPI é o primeiro a prestar contas. E Fernando Ulrich, presidente do banco alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos catalães CaixaBank, deverá anunciar já esta quinta-feira um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, mais 2% do que no ano anterior. A explicar a melhoria de resultados terá estado o forte crescimento da margem financeira, em 13%, dizem os analistas do CaixaBI, cuja previsão de lucro é mais otimista: 266 milhões de euros.

Para o BCP, que só reporta os resultados a 6 de março, a estimativa dos analistas sondados pela Bloomberg sugere uma melhoria evidente face aos prejuízos de 250 milhões de euros registados nos nove primeiros meses do ano, devido sobretudo ao esforço do banco com provisões extraordinárias para cobrir o crédito em risco de incumprimento. Terá fechado o ano com um resultado líquido negativo menos pesado, de cerca de 85 milhões. Com um aumento de capital no valor de 1.300 e dois novos acionistas de referência em luta por protagonismo na estrutura acionista, Nuno Amado deverá anunciar uma nova vida no maior banco privado português.

“A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento”, referiu Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas”, frisou o responsável.

BPI dá o pontapé de arranque na earnings season nacional

Para Albino Oliveira há mais setores que deverão despertar a curiosidade dos investidores. “Tivemos já a divulgação das vendas preliminares do quarto trimestre de 2016 por parte de Sonae e Jerónimo Martins (fortes em ambos os casos). Resta agora conhecer a informação relativamente às margens, principalmente no que se refere à Sonae, tendo em conta os sinais positivos observados no terceiro trimestre e a manutenção do ambiente competitivo no setor do retalho em Portugal”.

Em relação à dona da cadeia de hipermercados Continente, os especialistas apontam para lucros de 173,4 milhões de euros, ainda assim menos 1% face a 2015. A Jerónimo Martins, que detém a marca Pingo Doce e que se apresenta como uma das favoritas dos analistas, beneficiou da venda da Monterroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos para acumular um lucro de 500 milhões de euros só nos nove primeiros meses do ano. O consenso do mercado aponta para um lucro total de 439,7 milhões de euros em 2016 — não devendo contabilizar o negócio com a Monterroio por 310 milhões de euros.

"A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento. Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Habituada a ser o rei da temporada, a EDP terá melhorado o seu resultado líquido em 2% face a 2015. A elétrica liderada por António Mexia apresenta contas a 2 de março e deverá revelar um lucro de 932 milhões de euros, representando um terço dos lucros do PSI-20 no ano passado.

Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, salienta a “estabilização no segundo semestre do ambiente de negócios” que beneficiou “setores com maior volatilidade, como o energético e o bancário”. Por exemplo, a REN, que perdia mais de 20% dos lucros nos nove primeiros meses do ano, atenuou essa queda e terá encerrado o ano com uma redução de 14% para pouco mais de 100 milhões de euros. A EDP Renováveis, cujo lucro tombava mais de 70% entre janeiro e setembro, fechará o ano com menos 30% dos lucros que registou em 2015, de acordo com os analistas.

Albino Oliveira destaca ainda a Nos, os CTT e a Mota-Engil. Por razões diferentes.

“Os resultados da Nos, o segundo título no PSI-20 com pior performance nos últimos três meses (com pior performance apenas o BCP), no sentido de determinar até que ponto poderão revelar-se decisivos para poderem conduzir a uma inversão dessa tendência negativa. No que se refere aos resultados dos CTT, os números do quarto trimestre poderão ser importantes para o sentimento dos investidores relativamente à evolução operacional do negócio ao longo dos próximos meses”, explicou.

Quanto à construtora, “tendo em conta a decisão da empresa de divulgar números apenas numa base semestral, os números de 2016 assumirão provavelmente maior importância”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI: EDP Renováveis e Corticeira são aposta em Lisboa

Entre várias dezenas de cotadas ibéricas, o banco elegeu duas empresas portuguesas como as suas preferidas. De um lado está a EDP Renováveis, do outro a Corticeira Amorim. EDP e Sonae ficaram à porta.

O BPI elegeu oito cotadas ibéricas que podem brilhar este ano. Destas, seis são espanholas, mas há duas portuguesas. A Corticeira Amorim é uma delas, mas o destaque vai para a EDP Renováveis que é a empresa que apresenta o maior potencial de valorização entre todas as selecionadas pelo banco de investimento.

“A EDP Renováveis é uma proposta de valor e crescimento”, diz o banco de investimento, que avalia as ações em 8,15 euros, um aumento de 4% face ao anterior preço-alvo. Nesta base, os títulos da empresa liderada por Manso Neto têm potencial de valorização de 42%, o mais elevado entre as cotadas preferidas do BPI.

Apesar do otimismo com a EDP Renováveis, o banco alerta que “há riscos em torno dos próximos negócios de venda de ativos. O ambiente de taxas de juro mais elevadas poderá colocar riscos de avaliação”, alerta. Quem não quiser estar exposto a este risco, apesar do retorno potencial elevado, tem na Corticeira Amorim uma alternativa.

“A Corticeira Amorim beneficia das perspetivas positivas para a indústria do vinho (o aumento do consumo de vinhos premium) e da melhoria no mix de vendas alavancado nas rolhas com novas tecnologias”, diz o BPI, que avalia as ações da empresa liderada por António Rios de Amorim em 10,20 euros, 19% acima do valor atual.

Contudo, entre as eleitas do BPI, só a Repsol e a Ferrovial têm uma margem de progressão inferior à da Corticeira Amorim. Tanto a Grifols, a DIA, a NH Hotel e o Banco Sabadell, que completam a lista de oito cotadas eleitas pelo banco de investimento, apresentam potencial de subida em torno dos 30%.

Fora deste lote há mais seis empresas destacadas pelo BPI, cotadas que ficam “à porta” do cabaz das preferidas do banco de investimento. Nestas seis, há quatro espanholas: Fluidra, Cellnex, Liberbank e Telepizza, mas também há duas cotadas nacionais. O BPI está atento tanto às ações da EDP como às da Sonae.

A EDP merece destaque pelo potencial de valorização de 25% face à avaliação de 3,25 euros atribuída pelo banco, mas também pela perspetiva de “bons resultados” por parte de uma empresa que continua a apresentar um dividendo atrativo. Já a Sonae destaca-se pelas perspetivas de que o aumento do poder de compra em Portugal possa dar um maior impulso aos resultados. O BPI avalia as ações em 1,15 euros.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Haitong troca CTT pela Sonae nas “balas de prata”

São seis as eleitas pelo banco de investimento para ganhar nos mercados ibéricos. Destas, três são portuguesas, sendo que a novidade no cabaz é a empresa liderada por Paulo Azevedo.

O Haitong tem novas “balas de prata”. O banco de investimento selecionou seis cotadas para ganhar nos mercados ibéricos durante estes primeiros três meses do ano, sendo que três são portuguesas. Duas são repetentes, com a novidade a ser a Sonae. A empresa liderada por Paulo Azevedo assume o lugar deixado pelos CTT.

A Sonae passou a integrar o cabaz porque, “além da sua avaliação atrativa, acreditamos que poderemos ver uma melhoria significativa na rentabilidade do retalho, tanto nos segmentos de eletrónica como de vestuário”, diz o Haitong na nota de investimento emitida esta quarta-feira, obtida pelo ECO.

A “holding” liderada por Paulo Azevedo assume assim o lugar deixado vago pelos CTT que depois de uma valorização de 8% no quarto trimestre do ano passado foi removida das “balas de prata”, assim como as espanholas Acerinox e a Logista. A Sonae junta-se, assim, a outras duas cotadas nacionais: a Nos e a Corticeira Amorim.

As apostas do Haitong:

  • Euskaltel – Tem potencial de subida de 66% até aos 14,10 euros
  • Nos – Pode valorizar 43% face ao preço-alvo de 7,60 euros
  • Acciona – Margem de progressão de 31%. Avaliada em 95 euros
  • Sonae – Pode subir 29% até aos 1,08 euros
  • Corticeira Amorim – Preço-alvo de 11,00 euros dá potencial de 28%
  • Ence – Margem de 27% até aos 3,20 euros

A Nos, que teve “um desempenho fraco no quarto trimestre”, mantém-se no cabaz pelo potencial de valorização de 43% atribuído pelo Haitong (que avalia os títulos em 7,60 euros), tendo em conta que “acreditamos que os riscos diminuíram substancialmente após os acordos de partilha de conteúdos desportivos entre os operadores portugueses”, nota o banco.

"Além da sua avaliação atrativa [da Sonae], acreditamos que poderemos ver uma melhoria significativa na rentabilidade do retalho, tanto nos segmentos de eletrónica como de vestuário.”

Haitong

No caso da Corticeira, o Haitong mantém a aposta fruto “do forte momento” vivido pela empresa em resultado do “aumento da sua quota no mercado, o aumento da produção de vinho e o regresso da preferência dos consumidores pelas rolhas de cortiça”. A empresa teve um desempenho negativo nos últimos três meses do ano passado, mas o banco vê potencial de 28% (até aos 11 euros).

Além destas três cotadas nacionais, entre as “balas de prata” do Haitong estão ainda três empresas espanholas: a Euskaltel, que se mantém na lista, sendo que a Acciona e a Ence passaram a integrar o cabaz. A Euskaltel continua a ser, das seis cotadas, a que tem maior margem de progressão face à avaliação de 14,10 euros do Haitong: 66%.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20

As bolsas europeias devem continuar a valorizar. E a bolsa portuguesa pode seguir a tendência, mas nem todas as cotadas vão brilhar. O CaixaBI aponta quatro para acertar em cheio no PSI-20.

Se quer ganhar na bolsa portuguesa em 2017, o CaixaBI tem a estratégia. São quatro flechas para acertar em cheio no PSI-20. O banco de investimento antecipa um potencial de valorização médio de 12,7% para as cotadas nacionais que faz cobertura, mas entre as suas eleitas para este ano estão empresas cujo potencial de valorização pode atingir os 70%.

Cada top pick do CaixaBI pode beneficiar com fatores diretamente relacionados com a sua atividade. Mas o contexto europeu também deverá ajudar. “Na Europa, a vantagem para os mercados de ações é mais visível, apoiada pela manutenção de uma política monetária expansionista e pelos incentivos ao investimento da Comissão Europeia, contribuindo para construir um ambiente mais benigno para o crescimento da atividade económica no futuro”, dizem os analistas do banco numa nota de investimento em que traça um cenário moderado para as cotadas nacionais: “As empresas portuguesas deverão apresentar uma taxa de crescimento dos lucros mais baixa, mas positiva, em 2017”. Em todo caso, há quatro alvos para onde deve apontar os seus investimentos.

Salta a rolha à Corticeira

É a primeira destacada pelo CaixaBI. “A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno de dividendo atrativo”, salientam os analistas do banco de investimento, indicando que a cotada liderada António Rios de Amorim vai beneficiar “da liderança de Portugal na produção de cortiça, da integração vertical das suas atividades, mas também do alcance da sua extensa rede de distribuição mundial”.

Com efeito, o CaixaBI atribui um preço-alvo de 10,00 euros à corticeira nacional, uma avaliação deixa implícito um potencial de valorização quase 15% face à atual cotação. E isto depois de as ações terem registado um dos melhores desempenhos em Lisboa em 2016: subiram 42,9%.

"A Corticeira Amorim, a maior fabricante de produtos de cortiça, alavancou o seu elevado conhecimento sobre cortiça, através dos 145 anos de existência, permitindo-lhe sólidas margens de EBITDA, uma situação financeira sólida e um retorno do dividendo atrativo.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Os elogios da equipa de research à Corticeira Amorim são muitos: “A eficiência da empresa tem melhorado continuamente ao longo dos últimos anos, permitindo à Corticeira Amorim alcançar lucros recorde, enquanto ostenta um balanço sólido”. Recomendação: Compra.

Navigator com papel relevante

O setor papeleiro tem sido amplamente favorecido pela valorização do dólar. Mas no caso da Navigator há mais fatores que a tornam altamente atrativa para este ano.

Explica o CaixaBI: “A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e uma rendibilidade do dividendo acima da média”.

Neste contexto, o banco acredita que os títulos da papeleira liderada por Diogo da Silveira poderão escalar mais de 40% ao longo dos próximos meses. Para os analistas do CaixaBI, o valor justo da Navigator está fixado nos 4,60 euros, bastante acima da atual cotação de 3,275 euros, daí a recomendação de compra.

"A principal ideia por detrás da nossa tese de investimento na Navigator permanece: balanço sólido, líder no mercado que lhe concede poder para estabelecer os preços (é também um dos produtores com custos mais baixos), necessidades limitadas de capex que aumentam a capacidade já de si robusta para gerar liquidez, um atual nível da cotação que oferece potencial para ganhos de capital e um retorno do dividendo acima da média.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Entre as letras gordas que acompanham a apresentação da papeleira estão duas ideias bastante fortes que são capazes de convencer qualquer investidor: “política generosa de dividendos” e “elevado rendimento a baixo custo“.

Promoções? No Continente

Se há promoção no PSI-20, então procure-a numa estante de uma loja do Continente. Ou melhor, na Sonae, cotada a quem a equipa de research do CaixaBI concede um potencial de valorização de 70%, com uma recomendação de compra para os títulos que, em termos justos, deviam valer 1,45 euros — bastante longe dos 0,845 euros com que fecharam a última sessão.

“A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização”, explica o banco.

Para contextualizar a sua confiança, o CaixaBI considera que a retalhista está hoje mais resistente a “eventuais choques externos”, podendo vir a beneficiar de melhores perspetivas para o setor do retalho alimentar. Adicionalmente, há outros dois fatores que devem merecer a atenção dos investidores:

  • “A Sonae está a reformular sua atividade de retalho especializado através de mudanças estruturais dos seus negócios e de aquisições”, diz o CaixaBI — recentemente, a retalhista liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério comprou 51% da Go Natural e vendeu o Continente Albufeira;
  • “A Sonae Sierra e a Nos estão a registar ganhos recorrentes de eficiência operacional, contribuindo para aumentar o valor global da Sonae”, acrescenta.

    "A Sonae é líder no mercado de retalho em Portugal, onde opera uma rede de distribuição moderna e avançada, capaz de gerar margens de EBITDA elevadas através dos seus processos internos eficientes, procedimentos inovadores e níveis de penetração elevados de cartões de fidelização.”

    CaixaBI

    Top Picks Selection 2017

Por tudo isto, reforça o banco: “Acreditamos que [a Sonae] é uma proposta atraente, considerando o elevado potencial em função da atual da cotação da Sonae”.

Energia limpa a baixo custo

Para o CaixaBI, o mercado está a subestimar a capacidade da EDP Renováveis de crescer nos EUA. Aliás, os investidores até “penalizaram a ação devido à sua exposição de 45% a esse país, depois dos resultados das eleições presidenciais” que vão colocar Trump na Casa Branca. Daí que consideram que “a energia limpa está barata”

“O mercado dos EUA representa 65% dos planos de crescimento da empresa para 2016-2020, (…) proporcionando uma boa visibilidade aos objetivos da EDP Renováveis. Além disso, é possível uma valorização da ação, uma vez que a EDP Renováveis continua a cumprir os seus planos estratégicos no período entre 2016-2020, que consideramos ser o principal motor dos títulos”, justificam os analistas do banco de investimento.

O CaixaBI acredita que as ações possam valer 7,60 euros. Isto representa um potencial de 32,6% face ao atual preço da cotada liderada por Manso Neto.

Isto apesar do “mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação” que perdeu 16% em 2016. “Mas há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim“.

"Apesar do mau momento dos resultados, com o impacto negativo de custos financeiros não recorrentes e do aumento de interesses minoritários a afetar igualmente o desempenho da ação, há potencial para uma reviravolta, considerando que este momento negativo chega ao fim.”

CaixaBI

Top Picks Selection 2017

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As apostas do BPI no PSI-20 na era de Trump

  • Rita Atalaia
  • 21 Novembro 2016

Donald Trump venceu nos EUA. Lançou a turbulência no mercado, numa altura em que é grande também o stress na Europa. Como investir neste contexto? Em que empresas? Veja as apostas do BPI em Lisboa.

Donald Trump surpreendeu meio mundo ao vencer a corrida à Casa Branca. A eleição para presidente dos EUA provocou ondas de choque a nível global, atingindo a Europa numa altura em que a região está também a viver momentos de tensão política. Vive-se um contexto desafiante para quem investe nos mercados. Mas o BPI continua a ver oportunidades. Em Portugal são duas as apostas: Corticeira Amorim e EDP Renováveis.

Se nos EUA os planos expansionistas de Trump estão a puxar pelas ações, estão a provocar stress no mercado europeu de dívida, especialmente a soberana. Isto depois do Brexit e numa altura em que se aproxima o referendo italiano que ameaça fazer cair Renzi. São vários os pontos de tensão nos mercados, o que torna mais difícil fazer as apostas certas.

Os investidores precisam de um guia para encontrarem o caminho dos ganhos em bolsa. E para o BPI, na Península Ibérica, há várias soluções. Elegeu oito cotadas ibéricas, sendo duas nacionais. A Corticeira Amorim é uma delas, sendo a única a quem o BPI alterou as suas projeções para o final do próximo ano. O banco manteve a recomendação de “comprar”, mas subiu o preço-alvo de 10 euros para 10,2 euros.

O BPI acredita que há um potencial de subida de 24%. “A Corticeira Amorim beneficia das tendências positivas na indústria do vinho e da melhoria do ‘mix’ de vendas”, refere o BPI no seu top de recomendações para o mercado de ações da Península Ibérica. A empresa portuguesa está a ser impulsionada pelas novas rolha das cortiça com tecnologia NDTech e pelas soluções para o revestimento de pavimento. Os títulos seguem agora nos 8,16 euros.

Além da empresa de cortiça, que recentemente foi castigada pela venda de uma posição por parte Américo Amorim, o BPI aposta também na EDP Renováveis, cotada que sentiu o peso da eleição de Trump. A subsidiária da EDP é uma “história de crescimento com planos para adicionar 3,1 GW de capacidade até ao final de 2020, resultando numa taxa de crescimento anual de 7% do EBITDA e de 19% do lucro por ação no período entre 2015 e 2020″, explica o banco. Para a empresa de energia renovável, o BPI recomenda “comprar” e atribui um preço-alvo de 7,80 euros para o final do próximo ano. Neste caso, o potencial de subida é um pouco superior: de 30%. As ações negoceiam nos 6,02 euros.

Apesar do embate inicia provocado pela eleição de Donald Trump, as ações da EDP e da EDP Renováveis devem recuperar. “A EDP Renováveis reagiu de forma negativa aos resultados das eleições nos Estados Unidos, comportamento compreensível no seguimento da vitória de um candidato pouco favorável às energias renováveis”, refere a equipa de research do BiG. No entanto, os analistas dizem que continuam a existir oportunidades de negócio. E isto é crucial, uma vez que a América do Norte representa 46% do EBITDA previsto da EDP Renováveis para 2017, segundo o BPI.

E em Espanha?

O BPI diz que a ACS, o BBVA, a DIA, a Grifols, a Repsol e o Sabadell estão no topo das suas preferências em Espanha. A ACS por ser uma empresa geograficamente diversificada com forte presença nos EUA e na Austrália e a DIA por ter uma exposição das vendas de 35% aos mercados emergentes (Brasil e Argentina), que enfrentam dinâmicas positivas no mercado espanhol. A Grifols também “opera num oligopólio com uma perspetiva favorável para a procura”, refere o BPI.

No setor bancário, o BBVA demonstra um crescimento dos lucros através da melhoria da qualidade dos ativos em Espanha e subida das taxas de juro nos EUA e no México. E o Sabadell revela um capital sólido e negoceia com um desconto face ao setor bancário e aos pares locais, explica o BPI. Na energia, a aposta dos investidores deve recair na Repsol pelas melhorias na unidade de exploração e produção, numa altura em que o mercado petrolífero está a ser agitado pela perspetiva de a OPEP não conseguir chegar a um acordo para reduzir a produção da matéria-prima.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.