Vodafone avançará para tribunal sem revisão das regras do 5G: “Potencial de litigância é elevado”

A Vodafone avançará para tribunal contra a Anacom se o regulador não revir as regras do leilão do 5G no regulamento que apresentará esta quinta-feira. "Potencial de litigância é elevado."

A Vodafone Portugal avançará para tribunal contra a Anacom se as regras preliminares do leilão do 5G não forem revistas no regulamento final que vai ser divulgado esta quinta-feira. Pelas 10h30, o regulador apresentará o regulamento do leilão do 5G, nove meses depois de ter divulgado um documento preliminar que suscitou fortes críticas da parte do setor.

Reconhecendo que “o potencial de litigância entre a Vodafone e o regulador é elevado”, a operadora liderada por Mário Vaz reforça que não quer ver no documento final condições que beneficiem novos entrantes sem obrigações de cobertura.

“Se na versão final do regulamento continuarem a constar matérias e/ou procedimentos que se afiguram ilegais, nomeadamente a configuração de ajudas de Estado a novos entrantes e/ou regras discriminatórias favoráveis aos mesmos, a Vodafone não deixará de usar todos os meios processuais e legais ao seu alcance para defender uma implementação do 5G que maximize o seu potencial estratégico para o desenvolvimento do país”, afirma ao ECO fonte oficial da operadora.

A Vodafone não deixará de usar todos os meios processuais e legais ao seu alcance para defender uma implementação do 5G que maximize o seu potencial estratégico para o desenvolvimento do país.

Fonte oficial da Vodafone Portugal

Operadoras desconhecem regulamento final

A poucas horas do anúncio do regulamento, o setor continua às escuras e não conhece o teor do documento. Destacando que “o regulador não antecipou nenhuma informação do documento final” à Vodafone, a empresa aponta que “é público, e amplamente reconhecido, que o leilão do 5G em Portugal está atrasado”.

“No entanto, otimistas como somos, na Vodafone ainda queremos acreditar que este atraso serviu para um bem maior: corrigir o que não estava bem na proposta de regulamento para o leilão de 5G apresentada em fevereiro. Corrigir, sobretudo, um documento que não beneficia o país, e que descurou a importância estratégica da tecnologia 5G para o seu desenvolvimento”, afirma fonte oficial da companhia.

Assim, “se foi para isso, se com este atraso passarmos a ter um regulamento final com regras claras, não discriminatórias, sem ilegalidades e que se adequam ao novo contexto socioeconómico provocado pela pandemia, achamos bem o timing da Anacom”, continua a Vodafone Portugal, para que, “o tempo que se perdeu até agora, é tempo que se ganha quando a tecnologia for lançada, para que a rede 5G cumpra a sua promessa maior: ser o grande impulsionador do progresso económico e social do país”.

Questionada sobre quanto tempo precisa a Vodafone para avaliar o regulamento antes do arranque formal do leilão, fonte oficial da empresa não quis dar uma indicação. “Não podemos definir datas e traçar objetivos sem antes conhecer as regras.” Este é um ponto que também será tido em conta pelas operadoras quando forem anunciadas as regras do leilão esta quinta-feira: o tempo que terão para avaliar um regulamento que não conhecem, definindo a estratégia para o procedimento de atribuição de frequências.

Contactada nos mesmos termos, fonte oficial da Altice Portugal não respondeu a tempo de publicação deste artigo. Já fonte oficial da Nos optou por não tecer qualquer comentário, preferindo esperar pela publicação do regulamento para, depois, reagir.

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Anacom apresenta regulamento do leilão do 5G na quinta-feira

A Anacom convocou para quinta-feira uma conferência de imprensa onde apresentará o regulamento do leilão do 5G. Passo é decisivo para o lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal.

A Anacom convocou para quinta-feira, 5 de novembro, uma conferência de imprensa “para apresentação do regulamento do leilão do 5G”. O evento decorrerá às 10h30.

Este é o passo que falta para dar início ao processo de lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal, havendo grande expectativa entre as empresas do setor sobre as regras definitivas que foram aprovadas pelo regulador. Atualmente, são apenas conhecidas as regras de um projeto de regulamento apresentado no início do ano, antes da pandemia da Covid-19.

A convocatória para a conferência de imprensa surge três dias depois do fim do prazo previsto pela própria Anacom para o arranque do leilão. Os últimos dois meses constavam no calendário do próprio regulador, já revisto depois da suspensão decretada pela pandemia, nomeadamente com a aprovação do regulamento em setembro e lançamento do leilão em outubro. Tal não se verificou.

Meo, Nos e Vodafone prestarão a máxima atenção a este regulamento, que ditará os preços das frequências a concurso, as obrigações de cobertura e muitas outras variáveis com grande peso na hora de investir. As regras determinarão ainda as condições a que estarão sujeitos os chamados “novos entrantes”, isto é, uma nova operadora que aproveite o leilão para se lançar no mercado português.

Se avançarem os termos do projeto de regulamento que é conhecido, as licenças poderão custar pelo menos 238 milhões de euros às operadoras. Mas as três grandes empresas do setor em Portugal tem pressionado o regulador em busca de alterações de fundo às regras finais, de forma a refletirem o impacto e a incerteza da pandemia.

O Governo parece concordar. A 19 de outubro, o novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes, disse num evento da Anacom que o leilão do 5G deve “ter em conta” o impacto da crise.

Fasquia está alta

Se tudo isto não é suficiente para mostrar que a fasquia está bem alta, vale a pena recordar que duas operadoras já ameaçara boicotar o leilão do 5G se as regras não forem diferentes, nomeadamente no que toca à reserva de espetro para “novos entrantes” com desconto e alegadamente sem obrigações de cobertura.

A Vodafone teceu a ameaça mais concreta, garantindo que um leilão injusto levará o grupo a desistir de instalar em Portugal um centro pan-europeu de investigação e desenvolvimento na área do 5G, que poderá criar até 400 empregos qualificados.

Um estudo da consultora Roland Berger, que tem sido citado pelo presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, e também pela Meo, feito a pedido de um cliente não identificado, concluiu meso que o projeto de regulamento do leilão do 5G, como foi desenhado, poderia levar à destruição de 2.000 empregos no setor.

Também a Nos insurgiu-se recentemente contra as regras preliminares e fez uma queixa à Comissão Europeia, considerando que estão a ser dadas ajudas de Estado milionárias a “novos entrantes”. O grupo tem ainda em curso processos em tribunal contra a decisão da Anacom de reconfigurar o espetro da Dense Air, uma empresa que acabou por ficar com licenças de 5G antigas que nunca foram usadas. A Anacom está a condenar o setor “à idade das trevas”, disse mesmo o líder da Nos, Miguel Almeida, numa recente audição no Parlamento.

Mas as críticas mais recentes têm partido da Altice Portugal (dona da Meo). Alexandre Fonseca não tem perdido uma ocasião para criticar o presidente do regulador, João Cadete de Matos, e voltou a fazê-lo esta segunda-feira: personificando o ataque, o gestor considerou que “o 5G é já um falhanço enorme, um flop” e um “logro”.

Contas feitas, se as regras não satisfazerem o setor, o mais provável é que se assista a uma onda de litigância com risco acrescido de novos atrasos, num processo que deveria ter sido concluído até ao fim deste ano.

No entanto, e apesar das críticas ao atraso da Anacom, o presidente executivo da Altice Portugal mudou o discurso em meados deste ano. Para Alexandre Fonseca, a pandemia mostrou que o 4G dá resposta às necessidades, e talvez o 5G não seja uma prioridade assim tão urgente.

Ainda assim, apesar de tudo isto, é também possível que um dos principais fatores de pressão tenha partido de uma empresa que não deverá estar minimamente interessada no leilão do 5G português: a gigante Apple lançou no mês passado os primeiros iPhones capazes de se ligarem a redes de quinta geração.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

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Ubiwhere “é idónea” no leilão do 5G. Recusa suspeitas da Meo

A Ubiwhere recusa que esteja "em posição" de violar o contrato com a Anacom para desenvolver a plataforma do leilão do 5G. Acusa a Meo de "utilizar o nome da empresa para atacar o processo de leilão".

A Ubiwhere “rejeita que esteja em posição de violar o contrato celebrado com a Anacom” para desenvolver a plataforma eletrónica onde decorrerá o leilão do 5G. Numa reação à queixa enviada pela Altice Portugal ao Governo e ao regulador, em que a operadora suspeita da “isenção” da empresa sedeada em Aveiro, a tecnológica recorda que tem “parcerias” com várias empresas de telecomunicações, incluindo com a própria dona da Meo.

“No seguimento de notícias vindas a público que questionam a credibilidade da empresa portuguesa Ubiwhere no âmbito do concurso público para a implementação da plataforma do leilão do 5G, a empresa sediada em Aveiro esclarece que tem parcerias com diversas operadoras de telecomunicações portuguesas, nomeadamente com a Altice Labs (empresa de inovação do Grupo Altice), Vodafone e Nos, cujo enquadramento e objetivos são do conhecimento público”, indica a Ubiwhere numa nota enviada à imprensa.

Na passada semana, o ECO noticiou em primeira mão a queixa da Altice Portugal enviada ao Governo, concretamente aos ministros Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação) e Pedro Siza Vieira (Economia e Transição Digital), levantando várias suspeitas sobre a Ubiwhere por alegadas ligações desta tecnológica à Vodafone. Na carta a que o ECO teve acesso, a empresa mostra mesmo “sérias preocupações” sobre a “potencial falta de isenção e equidistância” da Ubiwhere “face a todos os operadores que se assumem como interessados na atribuição das frequências”.

Perante estas alegações da Altice Portugal, a Ubiwhere recorda que “está a trabalhar em conjunto com a Altice Labs” em vários projetos, em linha com o que fez com outros projetos no passado, uma informação também noticiada pelo ECO. A empresa confirma ainda que faz parte de um consórcio com a Vodafone e acrescenta ainda que, em conjunto com a Nos e com a Altice Labs, é promotora do projeto Mobilizador City Catalyst “que está neste momento a arrancar”.

A empresa de Aveiro indica ainda que é “detentora de um contrato de telecomunicações com as três operadoras por questões de redundância e/ou disponibilidade do serviço nos escritórios que atualmente dispõe” e assegura que “não tem atualmente qualquer relação comercial como fornecedor das várias operadoras em Portugal”.

Violação do contrato? “Problemática” levantada não tem “fundamento”

Antes da notícia da queixa da Altice Portugal, o Jornal Económico e o jornal i tinham noticiado que a Ubiwhere poderá estar em violação do contrato assinado com a Anacom. O contrato tem o valor de 119,8 mil euros e foi adjudicado à Ubiwhere por concurso público, em que participaram três outras empresas: a alemã Specure, o pólo português da OMIP e a Ano – Sistemas de Informática e Serviços.

O documento, publicado no portal Base dos contratos públicos, inclui uma cláusula de “prevenção de conflitos de interesses”. Com a assinatura do mesmo, a Ubiwhere assume “sob compromisso de honra” que “não mantém, não manterá, direta ou indiretamente, qualquer vínculo ou relação contratual, remunerada ou não, com empresas, grupos de empresas ou outras entidades destinatárias da atividade reguladora da Anacom que possam originar conflitos de interesses na prestação dos serviços abrangidos pelo presente contrato, durante a vigência do mesmo”.

A Ubiwhere assegura ainda, através da assinatura do contrato, que “não detém qualquer participação social ou interesses” nas empresas do setor durante a vigência do mesmo, entre outras garantias gerais comuns neste tipo de procedimentos.

Face a isto, num comunicado de imprensa, a Ubiwhere assegura que “trabalha todos os dias para manter um comportamento inatacável a todos os níveis e para honrar escrupulosamente os contratos e obrigações por si assumidas, sendo estes os requisitos que continuará a cumprir na íntegra, inexistindo qualquer fundamento para a problemática que está agora a ser levantada”.

A empresa, liderada por Rui Arnaldo Costa e Nuno Ribeiro, indica igualmente que “assume uma posição equidistante de todas as empresas de telecomunicações que operam no mercado português, pelo que não se compreende, nem é aceitável, que se coloque em causa a idoneidade da empresa”.

“A Ubiwhere rejeita que esteja em posição de violar o contrato celebrado com a Anacom para a disponibilização e operacionalização de uma plataforma eletrónica de leilão, de suporte ao procedimento de atribuição de direitos de utilização de frequências, insinuando uma conflitualidade de interesses que não existe e que nunca existiu, procurando utilizar o nome da empresa para atacar o processo de leilão atualmente em curso”.

Na sexta-feira, o Jornal Económico noticiou que a Anacom está a “avaliar a situação”, depois de a Altice Portugal ter suscitado dúvidas e exigido explicações ao regulador presidido por João Cadete de Matos.

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Vodafone critica “inexistência” de verbas públicas para redes. Governo “esquece por completo” a conectividade

A Vodafone reconhece que o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal contém "verbas expressivas" para a transição digital, mas "esquece por completo" a conectividade do país.

A Vodafone Portugal está preocupada com a “inexistência de quaisquer verbas” públicas no Plano de Recuperação e Resiliência para investimentos na expansão das redes de comunicações eletrónicas em Portugal. Na perspetiva da operadora de telecomunicações, o documento pressupõe que os mesmos “serão da integral responsabilidade de investimento privado”.

O grupo liderado por Mário Vaz recorda que “um dos pilares do plano de recuperação da Europa” é o da “conectividade e digitalização”. E não deixa de reconhecer que o plano de Portugal, entregue a Bruxelas este mês, aloca “verbas expressivas ao incentivo da digitalização da sociedade e da economia”.

Porém, na ótica da empresa, o plano “esquece por completo a alocação de fundos para a vertente da conectividade”. “A confirmar-se este plano de ação, Portugal irá perder inevitavelmente a posição de destaque que hoje ocupa no ranking dos países europeus mais desenvolvidos em termos de redes de telecomunicações de nova geração”.

A Vodafone assegura que “há outros países europeus que, alinhados com a estratégia europeia de garantir uma aceleração da conectividade digital, e conscientes das condicionantes que os operadores de telecomunicações atualmente enfrentam, preveem nos seus planos de recuperação a alocação de fundos públicos” comunitários para a expansão das redes. “Portugal, infelizmente, parece querer seguir outro caminho”, atira a operadora.

A empresa alega ainda que, “sem garantia de retorno financeiro dos investimentos, e sem apoio de fundos públicos, o resultado será a inevitável perda de competitividade nacional, motivada pelo atraso no desenvolvimento da economia e sociedade digitais”.

“Esperamos ainda ter tempo e condições para garantir uma estratégia que assegure o desenvolvimento acelerado da digitalização da nossa economia e da infraestrutura tecnológica de suporte a esse desígnio nacional”, frisa a Vodafone.

A posição foi transmitida ao ECO no início do mês, pouco antes de o Governo ter enviado a versão preliminar da proposta à Comissão Europeia. O documento prevê um investimento de quase 2,9 mil milhões de euros para a transição digital da economia e sociedade portuguesas.

A Vodafone não é a única operadora portuguesa a apelar a investimentos públicos no desenvolvimento das redes de comunicações eletrónicas no país, que se tornaram críticas para permitir o teletrabalho em período de pandemia. A Altice Portugal, dona da Meo, também tem apelado a coinvestimentos ou incentivos públicos ao investimento em redes nas zonas não concorrenciais do país, em que os investimentos privados não terão retorno por si só.

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Nos e Vodafone vão partilhar rede móvel em todo o país

Operadoras fecharam acordos com vista à partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel, abrangendo as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. 5G dependerá do resultado do leilão.

As operadoras Nos NOS 1,19% e Vodafone fecharam acordos para a partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel em todo o território português.

“Foram hoje celebrados um conjunto de acordos com vista à partilha de infraestruturas de rede móvel de suporte (infraestrutura passiva como torres e mastros) e rede móvel ativa (equipamentos ativos de rádio como antenas, amplificadores e demais equipamentos)”, anunciou a Nos em comunicado enviado ao mercado.

A operadora liderada por Miguel Almeida adianta que os acordos terão “abrangência nacional, existindo diferenças de aplicação consoante se trate de zonas de maior ou menor densidade populacional”. “Nas primeiras zonas, tipicamente maiores aglomerados urbanos, as partes irão explorar sinergias acrescidas na partilha de infraestrutura de suporte e nas segundas zonas, tipicamente zonas rurais e no interior do país, as partes farão, para além da utilização comum de infraestruturas de suporte a partilha da sua rede móvel ativa”, refere a Nos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os acordos incidem sobre ativos atualmente detidos ou que venham a ser detidos no futuro pela Nos e Vodafone e sobre as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. “A acomodação do 5G nos referidos acordos estará dependente da decisão autónoma de cada operador de implementar ou não esta tecnologia“, assinala a Nos.

A partilha da rede não terá impacto na concorrência entre as duas operadoras, assegura a Nos, com as duas partes a manterem “liberdade estratégica e comercial e capacidade de diferenciação na definição e prestação de serviços aos seus respetivos clientes”.

“Cada parte poderá decidir fazer evoluir a sua rede de comunicações móveis com total liberdade e autonomia”, destaca ainda a Nos no mesmo comunicado.

Numa nota enviada aos jornalistas, Miguel Almeida diz que se trata de uma parceira estratégica pioneira no país que permitirá à “Nos expandir e reforçar a sua rede móvel em todas as tecnologias”.

“Abre caminho para o desenvolvimento da sociedade digital (…) e permitirá reduzir a nossa pegada ecológica, ao mesmo tempo que incrementa a coesão territorial e a inclusão digital”, indica o CEO da Nos.

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Vodafone avisa que regras do leilão de 5G “hipotecam futuro do país”

O presidente executivo da Vodafone alertou que as regras do leilão de 5G, ainda em versão preliminar, "hipotecam o futuro do país". Portugal arrisca perder centro que criará 400 empregos qualificados.

O presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, reiterou no Parlamento que o país está “em vias de perder a oportunidade” de receber um investimento internacional da operadora que poderá criar “400 empregos qualificados” no país. O gestor culpabilizou a “imprevisibilidade” regulatória pela possível perda desse investimento e disse que as regras em cima da mesa para o leilão do 5G “hipotecam o futuro do país”.

Em causa está a instalação de um centro pan-europeu de investigação e desenvolvimento em Portugal, focado no desenvolvimento de serviços 5G e soluções digitais empresariais. A ameaça já tinha sido feita pelo CEO da Vodafone para a Europa, Serpil Timuray, em declarações à Reuters na semana passada, perante a posição muito crítica da empresa à atuação da Anacom, o regulador do setor, no processo de lançamento do 5G no país.

Numa audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, o presidente executivo da operadora em Portugal voltou a criticar o projeto de regulamento de leilão de frequências, que considera que assentam numa “leitura distorcida e ficcionada da realidade” por parte da entidade presidida por João Cadete de Matos.

Considerando a quinta geração de rede móvel como “inevitável e imprescindível”, Mário Vaz recordou que o 5G vai chegar a “coisas, animais e instalações fabris” e reconheceu também que é uma tecnologia “no centro da disputa geopolítica entre os dois blocos económicos EUA e China”. Importa, por isso, “garantir que o Parlamento dispõe de informação adequada para” implementar a estratégia nacional do 5G, disse.

Para Mário Vaz, as regras que estão atualmente em cima da mesa para o leilão do 5G “levarão a aumento de litigância e hipotecam o futuro do país”. “Estamos hoje a atravessar dificuldades, estamos em vias de perder a oportunidade para Portugal de 400 empregos qualificados face a esta imprevisibilidade”, apontou então.

O gestor alinhou com o homólogo da concorrente Nos nas críticas contra as condições previstas para “novos entrantes” no projeto de regulamento, afirmando que não institui obrigações de cobertura. “Se há um bem escasso, em que é pago valor inicial, tem de haver compromisso de quem vem de que fará investimento em perspetiva dos que já cá estão”, sublinhou Mário Vaz. O regulamento ainda não foi aprovado nem é conhecida a versão final.

Apesar de se mostrar “otimista” de que o regulamento final não terá esta forma, Mário Vaz agravou o discurso e citou um estudo da consultora Roland Berger que aponta para a perda de 2.000 empregos nos operadores existentes caso haja um novo entrante sem estar sujeito a obrigações de cobertura, pressionando os preços no setor e forçando os existentes a “adaptar os seus modelos de negócio”.

Relativamente a outro ponto sensível, o do “roaming nacional”, Mário Vaz recusou essa hipótese e falou antes em “roaming local” para assegurar uma melhor cobertura de redes de comunicações em Portugal. Mas salientou, por fim, que essa hipótese “não é necessariamente a melhor”, havendo outras soluções técnicas à disposição.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h42)

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Vodafone é a operadora que tem “melhor desempenho” em 3G e 4G na Grande Lisboa

  • Lusa
  • 3 Agosto 2020

A Vodafone foi a operadora a registar o "melhor desempenho" em 3G e 4G na região da Área Metropolitana de Lisboa, de acordo com um estudo do regulador das comunicações.

A Vodafone foi o operador de telecomunicações com “melhor desempenho” nas tecnologias 3G e 4G, de acordo com um estudo de avaliação do serviço de comunicações móveis hoje divulgado pelo regulador Anacom.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) divulgou o seu terceiro estudo — depois das regiões do Alentejo e Norte — de avaliação de desempenho dos serviços móveis de voz e dados e da cobertura GSM (2G), UMTS (3G) e LTE (4G) disponibilizados pela Meo (Altice Portugal), NOS e Vodafone Portugal na Área Metropolitana de Lisboa. Esta área abrange 18 municípios e cerca de três mil quilómetros quadrados, ou seja, 3% da superfície do país, refere a Anacom.

“O estudo relativo à Área Metropolitana de Lisboa revela que a cobertura rádio dos operadores analisados apresentou bom desempenho global”, adianta.

No GSM (2G) “registaram-se os níveis de desempenho mais elevados, com diferenças pouco expressivas entre operadores, enquanto nas tecnologias UMTS (3G) e LTE (4G) se observaram desempenhos inferiores e as diferenças entre operadores foram mais significativas, destacando-se o melhor desempenho da Vodafone”, lê-se no comunicado da entidade reguladora setorial.

De acordo com o estudo, “o serviço de voz apresentou bom desempenho global, não se observando diferenças entre operadores no que toca às capacidades de estabelecimento e de retenção de chamadas”, sendo que “em relação à integridade da conversação e ao período médio necessário para estabelecer uma chamada, registaram-se diferenças entre operadores, embora pouco relevantes na perspetiva de utilizador”.

Nos serviços de dados, o desempenho global foi “bom”, adianta, “não se observando diferenças entre operadores no que toca às capacidades de estabelecimento e de retenção de sessões de dados, em todos os serviços analisados”.

Relativamente à transferência de ficheiros, “registaram-se bons ritmos médios de transferência de dados, no download e no upload, com algumas diferenças de desempenho entre os operadores”.

O serviço de navegação na internet “registou razoáveis durações médias de transferência de páginas web, de referência e pública, sendo pouco expressivas as diferenças entre operadores”. Já o serviço vídeo streaming do YouTube “registou bom desempenho global sem diferenças expressivas entre operadores”, refere o estudo.

“O trabalho de campo relativo a este terceiro estudo decorreu entre os dias 25 de maio e 06 e junho de 2020, tendo sido realizadas 972 chamadas de voz, 6.550 sessões de dados e 589.937 medições de sinal rádio, correspondendo a aproximadamente 324 chamadas de voz, 364 sessões de dados e 65.549 medições de sinal rádio, por indicador e operador”, adianta a Anacom. “Foram percorridos 285 quilómetros em testes”, acrescenta o regulador.

A Anacom prevê continuar ainda este ano os estudos relativos às restantes regiões de Portugal Continental, a que se seguirão os das regiões autónomas dos Açores e Madeira.

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Vodafone cria kit Covid com tablet e até botão de pânico. Disponibiliza-o a doentes internados em casa

A Vodafone está a desenvolver kits para doentes com Covid-19 que possam ser tratados em casa. Incluem tablet, termómetro, oxímetro, medidor de tensão, balança e até botão de pânico.

O número de casos de Covid-19 em Portugal continua a subir, mas a esmagadora maioria dos doentes fica a recuperar da doença a partir de casa. A pensar nesta solução de hospitalização domiciliária, a Vodafone, em conjunto com uma equipa médica do Hospital Garcia de Orta, desenvolveu uma solução de apoio à telemedicina que passa pelo fornecimento de “kits” com equipamentos médicos que podem ser usados pelos doentes durante o tratamento em casa.

“Na prática, os doentes infetados com Covid-19 que, após receberem tratamento hospitalar, cumpram os requisitos médicos para continuar a terapêutica em casa, levam consigo um kit médico: um tablet, um termómetro, um oxímetro, um medidor de tensão, uma balança, um glucómetro e um botão de pânico, para que possam sentir-se sempre acompanhados por um profissional de saúde ou por um cuidador profissional”, informa a Vodafone num comunicado.

A operadora não revela o número de kits que já foram fornecidos. Aponta, contudo, que a solução já está a ser usada para “ajudar as vítimas da pandemia” nos hospitais Garcia de Orta (Almada) e de Santa Maria (Lisboa). O kit é fornecido aos doentes que ficam internados em casa, sendo devolvidos após a confirmação de que recuperaram da doença.

“Todos os sensores estão ligados a um health hub, não precisam de ser emparelhados e ligam-se automaticamente, não exigindo conhecimentos técnicos aos utilizadores. A solução funciona mesmo se o tablet estiver desligado ou sem bateria. A ‘enfermeira virtual’ dá todas as indicações necessárias para garantir que a monitorização do estado de saúde do doente é efetuada de forma correta”, explica a Vodafone.

Esta solução já estava a ser desenvolvida antes da pandemia e, em março, a fase piloto já estava em curso, na altura em que foram implementadas as restrições do estado de emergência para tentar travar o surto em Portugal. “Com o intensificar da pandemia”, aponta a Vodafone, “a mesma foi imediatamente adotada para dar resposta às necessidades da atual conjuntura”.

Na perspetiva da empresa liderada por Mário Vaz, estas tecnologias associadas à Internet of Things (IoT) permitem aos hospitais “anteciparem o regresso a casa dos pacientes infetados”, garantindo “um acompanhamento médico remoto permanente e uma monitorização em tempo real da evolução do estado de saúde dos doentes”. Um exemplo de como a tecnologia está a apoiar o combate à pandemia, evitando a sobrecarga dos sistemas de saúde.

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Utilização das redes fixas dispara até 70% com o coronavírus. Mas não deverá ser preciso “desligar” Netflix

A utilização das redes fixas em Portugal disparou até 70%, por causa das medidas de combate à pandemia. Governo permite "desligar" Netflix, mas Meo está confiante de que não vai ser necessário.

Escolas fechadas e milhões de portugueses em casa. Este é o cenário do país desde a semana passada, altura em que a pandemia do coronavírus passou a exigir medidas mais drásticas de confinamento e a generalização do teletrabalho. Desde então, uma boa parte da economia passou a assentar nas redes de comunicações, resultando num disparo de até 70% na utilização, segundo dados agora divulgados pelas operadoras.

Numa ação conjunta, e as questões colocadas pelos jornalistas, Meo, Nos e Vodafone revelaram esta quarta-feira as evoluções verificadas na utilização das suas redes na semana de 16 a 22 de março, comparativamente com a semana anterior de 9 a 15. Os dados não deixam margem para dúvidas: as redes de comunicações tornaram-se ainda mais críticas, numa altura em que o Governo já deu mais “poderes” às telecoms para bloquearem serviços não essenciais, caso se revele necessário para a manutenção da qualidade dos acessos.

No caso da Meo, detida pela Altice Portugal, o tráfego na rede fixa (internet residencial) aumentou 35% na passada semana, enquanto o tráfego móvel (dados móveis) aumentou 10%. A operadora registou ainda um aumento de 30% na utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel), assim como de 80% na voz fixa VoIP (em linhas gerais, chamadas com telefones fixos ligados ao router).

A Meo também assistiu a um disparo de 15% no consumo de televisão e de 9% na utilização da TV não linear (ou seja, gravações, funcionalidade de avançar e recuar na emissão, etc.). No campo dos serviços OTT (over the top, entre os quais se inclui Netflix, WhatsApp, entre outros), o disparo foi de 45%, numa altura em que a Netflix e o Youtube, a pedido da Comissão Europeia, já reduziram a qualidade dos streamings para prevenirem um possível colapso das infraestruturas de comunicações europeias.

No caso da Nos, o tráfego de rede fixa (internet residencial) disparou 70%, a maior evolução observada entre as três grandes operadoras, enquanto o de rede móvel (dados móveis) aumentou 45% no mesmo período, comparativamente com a semana prévia. Já a utilização de voz fixa (chamadas por telefone fixo) disparou 133%, enquanto a utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel) aumentou 41%. A operadora revelou ainda que o consumo de TV não linear cresceu 13%.

Quanto à Vodafone, a operadora registou um disparo de 67% no tráfego de rede fixa (internet residencial), bem como de 8% nos dados móveis, enquanto a utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel) aumentou 41%. Já o consumo de TV não linear avançou 11%, abaixo da subida de 25% na utilização de serviços OTT, como a Netflix.

Meo confiante: não deverá ser preciso “desligar” serviços como a Netflix

O Governo publicou em Diário da República, na segunda-feira, um documento com uma série de medidas que permitem que as operadoras portuguesas bloqueiem serviços não essenciais, em último recurso, para evitar constrangimentos nas redes de comunicações em plena pandemia do coronavírus. Entre eles, os videojogos e a Netflix.

No entanto, numa conferência telefónica com jornalistas esta quarta-feira, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, mostrou-se confiante de que não será necessário recorrer a esses poderes alargados nesta crise: “Não há qualquer indício à data de que estejamos na iminência de tomar as medidas que o decreto-lei prevê”. Ainda assim, o gestor reconheceu que a Meo está “a verificar crescimentos significativos nos consumos dos portugueses” e apontou para a “resiliência” das redes da empresa.

Uma evolução também destacada pela Vodafone: “Desde o início da segunda quinzena de março que se verificaram alterações significativas no comportamento da rede da Vodafone Portugal, com volumes de tráfego expressivos, quer na rede fixa, quer na rede móvel”, indicou fonte oficial da operadora. “A empresa reforçou a monitorização das suas redes e adotou medidas de otimização das mesmas, garantindo a capacidade de escoamento do tráfego todo, sem nunca comprometer a qualidade do serviço”, acrescentou.

Por fim, no conjunto de dados divulgados pelas operadoras encontram-se os horários de picos no serviço, isto é, os momentos em os portugueses mais recorreram às redes de comunicações. No caso da Meo, tem sido nos dias de semana às 22h e nos fins de semana às 17h. No caso da Nos, o uso da rede fixa regista picos às 19h. Já a Vodafone regista picos nos dados de internet fixa durante a semana às 22h e aos domingos às 18h.

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Meo, Nos e Vodafone preparadas para “horas de pico”, mas apelam à “utilização responsável” da internet

Num comunicado conjunto, as três principais telecoms portuguesas apela a uma "utilização responsável" da internet, mas dizem estar preparadas para "suportar as horas de pico".

As três principais operadoras de telecomunicações portuguesas — Meo, Nos e Vodafone — apresentaram ao Governo um plano para mitigar os impactos da pandemia do coronavírus. Num comunicado conjunto, apelam também à “utilização responsável da internet” para garantir o bom funcionamento das redes, ainda que garantam que estas “já estão dimensionadas para suportar as horas de pico” de tráfego.

“Os operadores têm vindo a reforçar a capacidade das suas redes, de modo a orientar essa capacidade para a geografia onde os utilizadores passam a estar, mais nas suas residências e menos nos centros de escritórios e empresariais”, salientam estas empresas. “As operadoras têm ainda tomado várias medidas no sentido de garantir que as suas equipas estão disponíveis, remotamente sempre que possível, e fisicamente quando estritamente essencial e viável, para assegurar a continuidade das operações”, referem.

Portugal está em estado de emergência e a generalidade da população é recomendada a permanecer em casa. Com milhões de portugueses a trabalharem remotamente, as empresas de telecomunicações “têm uma especial responsabilidade em garantir, na medida do possível, as condições de bom funcionamento dos serviços de comunicações, em particular a clientes e entidades críticas, bem como a proteção das operações em infraestruturas cruciais”, reconhecem as telecoms nacionais.

Além destas medidas e orientações, Meo, Nos e Vodafone comprometem-se a “assegurar que as funções críticas do Estado mantêm total conectividade”. Com efeito, garantem o reforço da rede “onde ele seja mais necessário”, mantendo para isso um “diálogo próximo com o Governo”.

Mas o plano apresentado pelas operadoras não se foca somente na integridade e na manutenção das redes de comunicações no país. As empresas instam o Governo à adoção de medidas que promovam a “contenção da expansão” do novo coronavírus. E avançam com um conjunto de seis propostas que vão da “suspensão de toda a atividade comercial presencial” à “promoção de uma maior racionalização da rede de lojas sujeitas à obrigatoriedade de abertura”, entre outras.

Na nota conjunta, estas empresas avançam ainda que “adotaram desde a primeira hora” práticas de “incentivo ao teletrabalho nas empresas”. Recordam que está em vigor uma oferta de 10 GB de tráfego de dados móveis a todos os clientes, particulares ou empresariais, que pode ser pedida até ao fim do mês e que se mantém em vigor por 30 dias contínuos.

No sexto e último eixo do plano remetido ao Executivo, Meo, Nos e Vodafone comprometem-se a “apoiar a comunidade”, assegurando “a manutenção de níveis de conectividade à comunidade”. “Os operadores têm também, através dos canais digitais de contacto, como o SMS e o email, informado e sensibilizando os clientes para que privilegiem a utilização dos canais digitais em detrimento dos canais presenciais”, apontam.

As telecoms concluem, indicando que, “dependendo da evolução” da pandemia do novo coronavírus, “estão ainda a articular medidas de reforço que possam contribuir para que o isolamento social permita, numa fase posterior, o mais rápido regresso à normalidade”.

Com Europa em teletrabalho, Netflix reduz qualidade

Milhões de cidadãos estão em modo teletrabalho na União Europeia, isolados nas respetivas casas, pelo que as redes de comunicações registam mais tráfego do que o habitual. A Comissão Europeia está atenta a esta questão, na pessoa de Thierry Breton, o comissário europeu para o mercado único.

Esta quinta-feira, Breton escreveu no Twitter que esteve à conversa por telefone com o líder da Netflix, Reed Hastings, sensibilizando-o para esta problemática. Considerando que as infraestruturas de telecomunicações “podem estar no limite”, o comissário recomendou todos os cidadãos a reduzirem a qualidade dos streamings de filmes e séries para o nível inferior, de forma a poupar largura de banda.

Ao final desta quinta-feira, a maior plataforma de streaming de conteúdos do mundo deu o braço a torcer, anunciando que vai baixar a qualidade do serviço na Europa por um período de 30 dias, de acordo com a BBC.

“Na sequência das conversações entre o comissário Thierry Breton e Reed Hastings, e tendo em conta os desafios extraordinários levantados pelo coronavírus, a Netflix decidiu começar a reduzir os bitrates em todos os streamings na Europa por 30 dias”, informou fonte oficial da empresa norte-americana.

Em linhas gerais, num streaming na internet, o bitrate influencia quão nítidos e fluidos são os vídeos. Ora, depois destas informações, também a Google adotou uma decisão semelhante para o serviço de vídeos YouTube.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h34)

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Portugueses em teletrabalho dão picos de tráfego às operadoras. Meo admite reforço da rede

Numa altura em que milhões de portugueses estão em quarentena, as operadoras portuguesas registam picos de tráfego nas suas redes. Meo e Vodafone monitorizam e a Meo admite reforçar a infraestrutura.

As operadoras de telecomunicações portuguesas estão a observar picos de tráfego nas suas redes, num momento em que milhões de portugueses se encontram em isolamento e trabalham a partir de casa para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Altice Portugal e Vodafone assumiram ao ECO que verificam estes aumentos, pelo que procuram possíveis otimizações com base nos padrões de consumo ou mesmo o reforço da infraestrutura.

“Face ao cenário atual da saúde pública, que impôs um conjunto de medidas de isolamento e teletrabalho, a Altice Portugal tem vindo a registar um aumento muito significativo de tráfego na rede fixa de internet e em especial na utilização de OTT [serviços over-the-top, de que é exemplo o WhatsApp]”, disse fonte oficial da Altice Portugal.

Em contrapartida, “o tráfego de dados móveis não regista um crescimento tão assinalável”. Isto explica-se pelo facto de muitos aparelhos estarem, sobretudo, ligados às redes fixas domésticas por Wi-Fi, ao invés de ligados à rede móvel da operadora.

Perante esta carga maior, a dona da Meo está a monitorizar a sua rede e admite um reforço no caso de ser decretado o estado de emergência na quarta-feira: “Com vista a minimizar o impacto na vida dos portugueses, a Altice Portugal encontra-se a acompanhar a evolução da situação, em estreita cooperação com as autoridades, trabalhando na otimização, robustez e melhoria da rede, especialmente no caso de ser decretado o estado de emergência”, salientou a mesma fonte.

Situação semelhante vive a Vodafone. Fonte oficial da operadora disse ao ECO, na segunda-feira, que se registou “uma subida no tráfego das redes” devido ao facto de muitos portugueses estarem em modo de teletrabalho. No entanto, frisou que “ainda é muito prematuro fazer estimativas”, pelo que está a monitorizar a rede para “perceber o padrão de consumo de comunicações dos portugueses daqui para a frente”, otimizando a rede em conformidade.

A operadora disse ainda que “tem em vigor um plano de continuidade de negócio com o objetivo de garantir que, independentemente das circunstâncias, a empresa consegue entregar um serviço de qualidade aos seus clientes”. “Nesse sentido, a rede da Vodafone está, ‘por defeito’, dimensionada para suportar picos de utilização”, explicou. Assim, concluiu que, no que toca à pandemia do Covid-19, a Vodafone “reforçou a monitorização das suas redes, adotando medidas de otimização das mesmas consoante a evolução da situação, de forma a garantir a melhor performance possível do seu serviço”.

Já depois da publicação desta notícia, fonte oficial da Nos declarou ao ECO que a “prioridade” é “manter Portugal ligado e a comunicar”. “A Nos registou, naturalmente, um aumento no consumo de tráfego, embora não seja ainda possível partilhar o detalhe dessa informação”, reconheceu. Dito isto, a Nos garantiu que “tem já implementadas várias medidas, entre as quais se inclui reforço da monitorização das suas redes e implementação de medidas de otimização, com o objetivo de assegurar a continuidade do seu negócio e, consequentemente, de todos aqueles que dela dependem”, frisou.

Ainda assim, perante o atual contexto, a operadora aproveitou para apelar ao cumprimento das recomendações que forem indicadas. A empresa reforçou, assim, o “apelo a todos os portugueses” para “adotarem as boas práticas de utilização de redes de comunicações, que sejam divulgadas pelo Governo e pela própria Nos”.

Situações como a atual são exemplificativas do quão críticas para a economia se tornaram as redes de comunicações em todo o mundo. E não é impensável um cenário em que estas não tenham a capacidade suficiente para “aguentar” tanto tráfego em simultâneo. Esta segunda-feira, o The New York Times abordou a temática e deu exemplos de situações em que alguns clientes nos EUA estão a enfrentar problemas nas ligações devido à elevada quantidade de utilizadores ligados em simultâneo.

Esta é uma das razões que tem levado ao desenvolvimento da rede 5G, incluindo em Portugal. Uma tecnologia que promete não só acelerar o acesso à internet mas, também, permitir uma maior largura de banda e quantidade de dispositivos conectados em simultâneo.

(Notícia atualizada às 15h47 com reação da Nos)

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Meo lidera pacotes e Nos as receitas. Mas Vodafone foi a única que cresceu

  • Lusa
  • 17 Março 2020

Em 2019, a Meo foi líder em subscritores de pacotes de comunicações, enquanto a Nos venceu nas receitas. Contudo, a Vodafone foi a única das três que aumentou a base de subscritores face a 2018.

As receitas de serviços de comunicações eletrónicas em pacote subiram 4,9% no ano passado, face a 2018, para 1,66 mil milhões de euros, divulgou a Anacom. O número de subscritores das ofertas de serviços de telecomunicações em pacotes subiu 4,8% em 2019, para “cerca de 4,1 milhões, mais 186 mil utilizadores do que ano anterior”.

“Esta evolução deve-se, sobretudo, ao aumento do número de utilizadores com pacotes 4P [oferta de quatro serviços] e 5P [cinco serviços]”, adianta o regulador em comunicado, salientando que, “apesar deste aumento, o crescimento do número de subscritores de pacotes está em desaceleração desde 2015”.

Em 2019, “as receitas dos serviços em pacote atingiram 1,66 mil milhões de euros em 2019, mais 4,9% do que no ano anterior”, sendo que os pacotes 4P e 5P “representaram 62,9% do total das receitas”. No ano passado, a receita mensal por subscritor de pacote foi de 34,81 euros (excluindo IVA), “mais 0,9% do que no ano anterior”.

A Anacom refere que as ofertas “quadruple/quintuple play (4/5P) de pacotes de serviços de comunicações eletrónicas foram as mais utilizadas em 2019, atingindo 2,02 milhões de subscritores (49,7% do total de utilizadores), traduzindo um crescimento face ao ano anterior de 12,5%, correspondente a 225 mil novos subscritores”.

O pacote triple play (3P) — com três de serviços — foi a oferta que ficou em segundo lugar, “com 1,62 milhões de subscritores (39,8% do total), que cresceram muito ligeiramente e a taxas significativamente inferiores às de anos anteriores”. Segundo o regulador, a evolução do 3P esteve, “em parte, associada à migração para pacotes com maior número de serviços (4/5P)”. Por sua vez, a oferta dupla (2P) registou uma quebra de 8,6% no ano passado, mantendo a tendência de queda, ascendendo a 424 mil subscritores.

No final de 2019, a Meo, do grupo Altice Portugal, era “o prestador com maior quota de subscritores de serviços em pacote (40,4%), seguindo-se o grupo Nos (37,1%), a Vodafone (18,6%) e o grupo Nowo/Onitelecom (3,8%)”. Relativamente “ao ano anterior, a Vodafone foi o único destes operadores que aumentou a sua quota de subscritores, em 0,8 pontos percentuais”, acrescenta a Anacom.

No ano passado, a Nos foi a operadora “com maior quota de receitas de serviços em pacote (42,2%), seguindo-se a Meo (40,7%), a Vodafone (14,2%) e o Ggrupo Nowo/Onitelecom (2,8%)”.

A Anacom aponta que face a 2018, “a Vodafone e o grupo NOS aumentaram as suas quotas de receitas, em 1,3 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente, por contrapartida da redução verificada na Meo, de 1,1 pontos percentuais, e no grupo Nowo/Onitelecom, de 0,6 pontos percentuais”.

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