Altice altera boxes da televisão para enfrentar falta de chips

Altice Labs está à procura de cerca de 100 engenheiros para os próximos meses e trabalha com quase todos os operadores no Brasil. Nova líder da telecom volta a afastar cenário de aumento de preços.

A Altice está a mudar as boxes do serviço de televisão e de internet para adaptar-se à falta de semicondutores. O trabalho está a ser conduzido pelo laboratório do grupo de telecomunicações, na cidade de Aveiro, que completou o sexto aniversário. Com 700 engenheiros a pensarem no futuro, o Altice Labs tem de resolver os problemas do presente para não deixar os consumidores à espera. O operador voltou ainda a afastar um cenário de subida de preços.

“Há um router que foi desenhado há dois anos mas, de repente, deixa de ser fornecido um determinado componente. Nós temos de redesenhar o equipamento para substituir esse componente, com um fim de vida muito mais rápido. Nós não podemos dizer que o equipamento já não pode ser fornecido porque este componente já não existe. À conta disso, teriam de estar alguns meses à espera”, explicou aos jornalistas o diretor-geral do Altice Labs, Alcino Lavrador.

Com tempos de entrega de semicondutores superiores a um ano, a situação levou mesmo a empresa a “criar novos produtos, com funcionalidades semelhantes mas com componentes mais recentes, para os quais não há falta de mercado”, acrescentou o mesmo responsável. As entregas de boxes para televisão já têm o calendário definido até aos próximos 18 meses, acrescentou o responsável.

Apesar do desafio, o laboratório de inovação tem conquistado novos clientes e fornece serviços que beneficiam mais de 300 milhões de consumidores em 60 países, que representam três quartos das receitas (73%). O Brasil é um dos principais mercados onde o Altice Labs está presente, fornecendo três dos quatro operadores locais, como Oi (que foi controlada pela Portugal Telecom), TIM e Telefónica.

As encomendas não param e a equipa de 700 engenheiros não chega para todos os pedidos. Por isso, o Altice Labs vai contratar mais 100 especialistas nos próximos meses, para ajudar a desenvolver routers de internet, extensores de wifi e outras soluções de rede.

A equipa do laboratório de Aveiro também vai apostar cada vez mais na área da saúde, conforme demonstrado no evento do sexto aniversário, onde foi possível assistir, por exemplo, a uma ecografia com recurso a óculos de realidade aumentada por parte do médico para não desviar o olhar da barriga de uma grávida.

Aumentos afastados

Também presente no aniversário, a nova líder da Altice Portugal, Ana Figueiredo, voltou a afastar um cenário de aumento de preços junto dos consumidores por conta da inflação.

“Estamos a monitorizar todos os impactos macroeconómicos que o contexto internacional possa ter nas nossas operações. Fazemos isso num cenário de grande volatilidade como em qualquer outro contexto. Não temos tido impacto junto dos nossos clientes e a qualidade do serviço não tem sido impactada. […] Se tivermos de tomarmos medidas, assim o faremos. Neste momento, não temos planos de alteração de preços”, referiu a executiva em declarações ao ECO à margem do evento.

No primeiro trimestre, os resultados da Altice Portugal melhoraram face ao período homólogo, suportados em mais clientes e menos custos. Mas a empresa investiu menos do que em 2021. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da dona da Meo melhorou 8,7% em termos homólogos, para 222 milhões de euros.

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Vodafone: “Não podemos comprometer-nos” a manter os preços

Operadoras sem planos para subir os preços dos pacotes de momento, mas nenhuma arrisca prometer não o vir a fazer com este aumento de custos. Vodafone é mais clara e diz mesmo que não se compromete.

A escalada dos preços da energia afeta todos os setores e o das telecomunicações não é exceção. Os equipamentos precisam de eletricidade para funcionar e os técnicos conduzem viaturas que bebem combustível. Neste momento, as três principais operadoras portuguesas dizem não ter planos para subir preços aos clientes, mas nenhuma arrisca prometer não ter de o vir a fazer.

A Vodafone diz ter conseguido absorver este aumento dos custos, castigando a margem do negócio. Mas a empresa é clara ao dizer que não pode garantir que não vai acabar por ter de subir as mensalidades aos clientes: “Não podemos comprometer-nos”, diz ao ECO fonte oficial da empresa.

“O nosso setor é fortemente impactado pelos preços da energia e do combustível”, explica fonte oficial da empresa, que dá como “exemplo”, precisamente, o “negócio fixo” e as “deslocações técnicas a casa dos clientes”. Mas a inflação também se faz sentir em áreas menos óbvias, como nos preços do ferro e do cobre, usados “na construção de torres de telecomunicações e expansão da fibra” ótica.

Neste tipo de situações, as empresas só têm duas hipóteses — absorver o aumento dos custos, refletindo-o negativamente nas margens, e/ou aumentar os preços dos produtos e serviços. Mas este período é particularmente sensível para as operadoras portuguesas, que se encontram a investir na expansão das novas redes 5G, o que não pode ser adiado porque existem obrigações de cobertura ambiciosas que têm de ser respeitadas.

Por isso, a Vodafone não afasta qualquer cenário: “A subida dos preços provocará, necessariamente, um aumento do investimento para garantir essa mesma cobertura, o que é difícil de acomodar nos planos que tínhamos. Estamos a fazer um esforço para que isto não se reflita nos preços — que, em Portugal, são dos mais baixos a nível europeu — mas não podemos comprometer-nos”, assume fonte oficial da empresa liderada por Mário Vaz, ao mesmo tempo que recorda que as obrigações de cobertura “exigem investimentos avultados, planeados com base nos preços antes do leilão de espetro”.

Estamos a fazer um esforço para que isto não se reflita nos preços — que, em Portugal, são dos mais baixos a nível europeu — mas não podemos comprometer-nos.

Fonte oficial da Vodafone

A Altice Portugal, dona da operadora Meo, tem repetido que a comissão executiva está a monitorizar a situação. Mas, para já, não vê necessidade de atualizar as mensalidades dos pacotes: “O contexto da inflação está a ser monitorizado pela equipa de gestão da Altice Portugal com o objetivo de mitigar efeitos na estrutura e na operação. De momento, não há qualquer plano para a alteração de preços”, promete fonte oficial.

É uma mensagem idêntica à da Nos, que diz: “Estamos a acompanhar de perto a situação e, apesar do impacto que o conflito está a ter nas cadeias de valor e custos de produção. De momento, não estão previstas atualizações”, disse fonte oficial da empresa.

Face à conjuntura desafiante, que não é exclusiva do mercado português, as empresas de telecomunicações em vários países da Europa têm explorado oportunidades de consolidação, o que lhes permite ganhar escala e arcabouço para enfrentar as adversidades. Em Espanha, Orange e MásMóvil avançaram para uma fusão e há rumores de que estes últimos, que detêm a Nowo, estarão interessados num movimento deste tipo também no mercado português.

A somar a isto, o presidente executivo do grupo Vodafone, Nick Read, disse há poucos dias que a empresa está em “conversações ativas” para explorar possíveis oportunidades de fusão num conjunto de países europeus. E Portugal está nessa lista.

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Setor português de telecomunicações é “passível de futuras consolidações”, diz Vodafone Portugal

Fonte oficial da operadora liderada por Mário Vaz diz que o número de empresas com licenças 5G em Portugal é "exagerado". Por isso, não descarta operações de consolidação em Portugal.

A era da rede móvel 5G em Portugal vai contar com os players do costume, mas duas novas empresas vão vender serviços aos clientes: a Nowo e a Digi (além da Meo, Nos e Vodafone). Neste contexto, têm havido conversações nos bastidores que podem originar operações de fusão e aquisição. E, numa declaração enviada ao ECO, fonte oficial da Vodafone deixa claro que o mercado português é “passível de futuras consolidações”.

“A Covid-19 e os esforços de investimento a que o setor está sujeito tornam inevitável a sua consolidação na Europa, onde há grande dispersão de operadores, ao contrário do que acontece nos EUA. O CEO do Grupo Vodafone, Nick Read, mencionou Portugal como um dos países onde o número de players no mercado resultante do leilão 5G se tornou exagerado e, por isso, passível de futuras consolidações”, respondeu a empresa a um conjunto de questões enviadas pelo ECO.

Mas Nick Read não disse apenas isso. Este mês, durante a conferência telefónica com analistas, o gestor garantiu que a Vodafone está em “conversações ativas” em “todos” os mercados que tinham sido mencionados anteriormente, como Espanha, Reino Unido, Itália e Portugal. Concretamente no país vizinho, essa consolidação já começou, com a Orange e a MásMóvil a anunciarem a fusão de ambas as empresas nesse mercado.

Não é claro com que empresas é que a Vodafone pode estar a estudar uma hipotética consolidação, mas a imprensa espanhola noticiou recentemente que a MásMóvil, que detém a Nowo em Portugal, estará à procura de uma saída do mercado português, depois de o leilão de frequências ter aberto a porta não a um, mas a dois “novos entrantes”, fragmentando o mercado.

É de recordar também que que, no ano passado, o fundador da Altice, Patrick Drahi, mandatou a butique de investimento Lazard para procurar possíveis compradores para o negócio em Portugal, onde se inclui a Meo. Mas nenhuma operação foi adiante, com as agências internacionais a garantirem que os valores das ofertas não corresponderam às expectativas do magnata.

“Centenas de milhar” com telemóveis 5G

Meo, Nos e Vodafone aceleraram o desenvolvimento das respetivas redes de quinta geração no início deste ano, depois do demorado leilão de licenças que ocupou grande parte de 2021. Mas a evolução do mercado está dependente de os potenciais clientes mudarem para telemóveis com esse tipo de conectividade.

O ECO questionou as três operadoras para aferir uma estimativa de quantos portugueses já terão equipamentos “preparados para 5G”. As empresas, que alargaram até 15 de setembro a disponibilização gratuita do 5G a todos os clientes interessados, não quiseram avançar números concretos, mas deixaram algumas pistas.

No caso da Meo, fonte oficial da Altice Portugal respondeu que “o número de clientes com terminais [telemóveis] 5G situa-se na ordem das centenas de milhar”. No caso da Vodafone, a empresa diz estimar que, “entre os clientes da Vodafone, a percentagem atual de dispositivos aptos para a rede 5G é de 10%.

Ora, contando que a empresa reportou ter cerca de 4,58 milhões de clientes do serviço móvel, o número de clientes móveis da Vodafone com equipamentos 5G poderá rondar os 457,8 mil.

No caso da Nos, a operadora enviou uma resposta à pergunta do ECO. Mas não avançou qualquer detalhe sobre a estimativa do número de clientes com 5G.

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Mais clientes e menos custos impulsionam resultados da Altice Portugal no primeiro trimestre

Os resultados da Altice Portugal no primeiro trimestre melhoraram face ao período homólogo, suportados em mais clientes e menos custos. Mas a empresa investiu menos do que em 2021.

O primeiro trimestre deste ano foi de crescimento para a Altice Portugal, depois da pressão dos confinamentos no mesmo período do ano passado. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da dona da Meo melhorou 8,7% em termos homólogos, para 222 milhões de euros, anunciou a empresa em comunicado.

A Altice Portugal justifica esta melhoria com o crescimento da base de subscritores, que deu gás às receitas, mas também com a “disciplina do controlo dos custos operacionais”.

“Ambos os segmentos, consumo e serviços empresariais, apresentaram um desempenho operacional sólido e na trajetória de crescimento, baseado na aposta num leque de serviços inovador, claramente diversificado, convergente e alavancado em elevados padrões de qualidade de serviço, segurança e robustez das redes e infraestruturas de telecomunicações”, acrescenta o grupo.

O crescimento do EBITDA resulta do crescimento constante da base de subscritores, que impulsionam a receita, e da disciplina de controlo dos custos operacionais.

Fonte oficial da Altice Portugal

As receitas da empresa liderada por Ana Figueiredo cresceram 11,5% entre janeiro e março, atingindo 612,5 milhões de euros, uma evolução assente “no crescimento dos negócio fixo e móvel, da base de clientes e do leque de serviços” prestados. Mas este trimestre ainda foi conduzido pelo anterior presidente executivo, Alexandre Fonseca.

No segmento de consumo, as receitas avançaram 2,7%, para 313,9 milhões. Neste período, a Altice Portugal conseguiu 215,3 mil no móvel, das quais mais 96,4 mil em modalidade pós-paga. Nos serviços fixos, registaram-se 32,3 mil adições líquidas, segundo a empresa. A Altice diz que conseguiu 14,1 mil novos clientes líquidos nos últimos 12 meses, o que explica com a “manutenção do ritmo de adições e da manutenção do churn em níveis recorde”.

Já em relação ao segmento dos serviços empresariais, as receitas “demonstraram um forte desempenho” e fixaram-se em 298,6 milhões de euros nos primeiros três meses de 2022. Trata-se de uma melhoria de 22,7%, mas que, excluindo o efeito da compra da Unisono em Espanha, o crescimento foi mais modesto, na ordem dos 5,2%.

“Esta evolução tem por base o sucesso na transição digital e a qualidade de serviço, mas também a inequívoca fiabilidade e cobertura das redes disponíveis na Altice Portugal. A tendência para a convergência total e o movimento de ‘pacotização’ de soluções inovadoras visaram ampliar a relação próxima com o cliente e melhorar a experiência de utilização completa dos serviços disponibilizados a cada um deles”, refere a Altice Portugal no comunicado.

Por fim, o investimento da empresa neste trimestre ascendeu a 102,9 milhões de euros. Apesar de a Altice não referir a evolução percentual face ao mesmo trimestre de 2021, nessa altura, a empresa tinha reportado um investimento total de 111,3 milhões de euros. Ou seja, no início deste ano, o investimento recuou 7,54%.

De acordo com a operadora, este investimento focou-se, sobretudo, no “reforço da capacidade na rede móvel”, numa altura em que a empresa está a expandir a sua cobertura de 5G. Além disso, a empresa investiu no alargamento da rede de fibra ótica, que cresceu em 65 mil novas casas passada, para um total de 6,1 milhões.

“O reforço da rede móvel impulsionou uma penetração de 4G para 99,8% no trimestre e a aposta na implementação da nova tecnologia 5G é fundamental para garantir a eficácia da estratégia da Altice Portugal”, remata a dona da Meo.

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Novos serviços Meo desentopem canos, penduram quadros e até dão banho ao cão

Meo Care é a mais recente novidade da Altice. São cinco pacotes de serviços - Casa, Animais, Saúde, Seniores e Tecnologia - que, através de uma mensalidade, ajudam nas coisas básicas lá de casa.

A Altice Portugal deu um passo decisivo na diversificação do portefólio da Meo, tendo lançado um conjunto de cinco categorias de serviços que vão desde o desentupimento de canos ao alojamento para animais de estimação.

Sob a égide da marca Meo Care, os consumidores podem agora subscrever pacotes de serviços básicos do quotidiano, mediante o pagamento de uma mensalidade na fatura do pacote de telecomunicações, ou a pedido através de uma linha telefónica.

Casa, Animais, Saúde, Seniores e Tecnologia são as cinco áreas abrangidas, cada uma com características e preços diferentes. A assinatura pressupõe, contudo, um período de fidelização de 12 meses e alguns limites no número de vezes que os serviços podem ser requisitados.

Por exemplo, o serviço Meo Care Casa custa 7,99 euros por mês e inclui coisas tão diversas como a reparação de eletrodomésticos, serviço de canalizador, reparação de vidros partidos ou até apoio para pendurar quadros e candeeiros. Os serviços são prestados por empresas parceiras.

No serviço Meo Care Animais, que custa 9,99 euros por mês, os clientes beneficiam de seis noites de alojamento para cães por ano, dois banhos ao domicílio para animais e uma visita anual ao veterinário.

Os mais idosos têm à disposição o Meo Care Seniores. A mensalidade de 14,99 euros inclui uma entrega mensal de medicamentos ao domicílio, enfermeiro e até cabeleireiro e manicure em casa.

No Meo Care Tecnologia, a empresa oferece sessões de apoio técnico remoto ou em casa, entre outras coisas, como uma “aplicação de apoio tecnológico com múltiplas funcionalidades”. Custa 8,99 euros mensais.

Por fim, no serviço Meo Care Saúde, a Altice Portugal associou-se à Multicare para oferecer um plano de saúde para toda a família, até cinco pessoas. O valor da mensalidade é 12,99 euros.

A Altice Portugal vai promover o Meo Care com uma campanha publicitária multimeiosAltice Portugal

Na casa dos clientes

Fundamentalmente, o Meo Care é a primeira novidade apresentada pela empresa desde que, no início deste mês, Ana Figueiredo substituiu Alexandre Fonseca na liderança da companhia. A gestora veio da República Dominicana para assumir os comandos de uma das maiores empresas portuguesas, enquanto Fonseca transitou para o cargo de chairman, ao mesmo tempo que assumiu funções de liderança na Altice a nível internacional.

Num evento na Loja Meo em Entrecampos — que outrora serviu de “sede” da antiga TMN –, a gestora sinalizou que a estratégia de diversificação de serviços é para continuar, sobretudo numa altura em que a empresa dá os primeiros passos no ecossistema 5G, a quinta geração de rede móvel. “[Queremos estar] mais próximos das famílias, mais dentro da casa dos nossos clientes, com tecnologia como meio para atingir um fim”, afirmou.

A mensagem foi subscrita por João Epifânio, administrador da Altice Portugal com o pelouro do consumo. Na mesma ocasião, o gestor, falando numa “oferta holística de serviços”, disse que a Meo “não é só um operador de comunicações”. “Olhamos para o negócio como negócio para casa e fora de casa”, acrescentou.

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Meo atenta à inflação, mas sem plano para subir preços “de momento”

Nova líder da Altice Portugal diz que a equipa de gestão da empresa está atenta ao cenário de subida da inflação, mas garantiu que, para já, não planeia atualizar as mensalidades dos clientes.

A comissão executiva da Altice Portugal está atenta à conjuntura de elevada inflação em Portugal. No entanto, para já, não tem planos para subir as mensalidades aos atuais clientes, garantiu a nova presidente executiva da empresa, Ana Figueiredo.

“É um contexto que, como equipa de gestão, temos de ir monitorizando. De momento não temos nenhum plano” para fazer uma atualização intercalar dos preços, disse a gestora esta quarta-feira numa conferência de imprensa em Lisboa.

Este ano, em janeiro, a Altice Portugal promoveu uma atualização de preços de pacotes de telecomunicações. Essa atualização ditou a subida das mensalidades em 50 cêntimos.

A taxa de inflação em Portugal atingiu 5,3% em março, fortemente influenciada pelo aumento dos preços da energia. Na Zona Euro alcançou os 7,5%, exacerbada pela invasão da Rússia à Ucrânia.

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Altice Portugal vê receitas anuais superarem pré-Covid com “angariação robusta” de clientes

Grupo da Meo obteve receitas de 2.314 milhões de euros, mais 9,1% do que em 2020 e acima dos 2.110 milhões alcançados em 2019, antes da pandemia. É reflexo do esforço de angariação de clientes.

O negócio da Altice Portugal melhorou em 2021 e as receitas superaram as obtidas em 2019, antes do impacto da pandemia. Na última prestação de contas de Alexandre Fonseca como CEO, a empresa desvendou aos investidores uma melhoria nos dois principais indicadores de desempenho financeiro que, tradicionalmente, divulga ao mercado.

O grupo que detém a Meo nunca publica o resultado líquido, mas indicou esta quinta-feira, num comunicado, que o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 2,3% face a 2020, fixando-se em 853 milhões de euros. Essa evolução está suportada no aumento das receitas, que registaram um crescimento anual de 9,1%, para 2.314 milhões de euros, acima até dos 2.110 milhões alcançados em 2019 (parte devido à aquisição da Unisono no ano passado).

Tanto o segmento de consumo como o empresarial contribuíram para o crescimento das receitas. Mas a Altice Portugal destaca alguns dos fatores mais decisivos: por um lado, a subida do EBITDA foi exacerbada por “um controlo efetivo dos custos operacionais”, além da melhoria das receitas. Por outro, a empresa diz ter levado a cabo um “robusto processo de angariação” de clientes em 2021 e aprimorou o “controlo dos desligamentos”.

Este é o último relatório anual da Altice Portugal com Alexandre Fonseca aos comandos. O presidente executivo vai ceder o lugar a Ana Figueiredo em 2 de abril, assumindo a posição de chairman e, sobretudo, a função de co-CEO da Altice Europe. Ana Figueiredo era CEO da Altice na República Dominicana.

Conferência de imprensa de apresentação da nova CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo - 18MAR221
Alexandre Fonseca entrega a presidência executiva da Altice Portugal a Ana Figueiredo em 2 de abrilHugo Amaral/ECO

Fibra já alcança seis milhões de casas

Em 2021, a Altice Portugal foi uma das empresas de telecomunicações a adquirir licenças para irradiar 5G, a quinta geração de rede móvel. Das três maiores operadoras portuguesas, acabaria por ser a última a disponibilizar a tecnologia aos clientes, o que fez já este ano, à meia-noite de 1 de janeiro. Todas estão a oferecer gratuitamente o 5G aos clientes até ao final deste mês.

No comunicado de resultados enviado à imprensa, não se encontra qualquer referência ao 5G (há, sim, uma menção ao 4G, a geração móvel anterior). A empresa opta por destacar as seis milhões de casas passadas com fibra ótica, marco atingido no final de 2021, ano em que alcançou mais 408 mil.

É uma tarefa que vai ganhando dificuldade à medida do tempo, dado que alguns dos territórios que ainda não estão servidos com fibra não são rentáveis para o investimento privado. No início do ano, o Governo encarregou a Anacom de promover uma consulta pública e está a desenhar um plano de investimento público em redes de comunicações eletrónicas recorrendo a fundos europeus, com base num levantamento das chamadas “zonas brancas”, as regiões sem cobertura, realizado pelo regulador.

“Neste trimestre, o segmento de consumo continuou a prosseguir a expansão do seu portefólio convergente, visando ofertas atrativas e de maior valor aportado à base de clientes, que possibilitaram uma melhor experiência”, indica a Altice Portugal na mesma nota.

As receitas deste segmento cresceram 4,3%, para 1.247,8 milhões de euros, desempenho “impulsionado pelos negócios fixo e móvel, que assistiram ao crescimento da base de clientes através do robusto processo de angariação, potenciado pelo binómio fibra/convergência, e pelo controlo dos desligamentos”, refere a empresa.

Em 2021, a Altice conseguiu aumentar a base de clientes únicos de consumo em 17,7 mil, “alavancados na manutenção do ritmo de adições brutas e da manutenção do churn [desligamentos] em patamar baixo”. No quarto trimestre, adicionou 94,6 mil clientes móveis, e 287 mil em pós-pago no conjunto de 2021. Já os serviços fixos registaram adições líquidas de 142,1 mil no ano completo.

Unisono ajuda negócio empresarial

No plano empresarial, a Altice Portugal admite que o crescimento alcançado reflete também o desempenho da Unisono, uma empresa espanhola de call centers e serviços empresariais adquirida em 2021 pela Intelcia, que também faz parte do grupo.

Nesse contexto, as receitas do segmento de serviços empresariais atingiram 1.065,9 milhões de euros no ano passado, uma subida anual de 15,2%, “refletindo também o desempenho da Unisono”. “Esta evolução é fruto do fomento da transição digital bem-sucedida, da fiabilidade e da cobertura das redes, mas também da segurança das plataformas e da qualidade de serviço”, ressalva o grupo que incorporou a antiga PT.

“Apesar da incerteza ainda presente, 2021 foi sem dúvida um período de recuperação em que a economia e a sociedade retomaram algum controlo sobre as contrariedades decorrentes da pandemia e em que se assistiu ao regresso do crescimento da atividade empresarial e do aumento da dinâmica de mercado, o que possibilitou a recuperação gradual da confiança pelo tecido empresarial, antecipando a melhoria das perspetivas económicas”, frisa a companhia.

Apesar da incerteza ainda presente, 2021 foi sem dúvida um período de recuperação em que a economia e a sociedade retomaram algum controlo sobre as contrariedades decorrentes da pandemia.

Fonte oficial da Altice Portugal

Investimento acelera no fim do ano

A Altice Portugal acelerou o investimento na reta final do ano, marcada pela conclusão do longo leilão de frequências do 5G, organizado pela Anacom, no qual a empresa se comprometeu a investir 125,229 milhões de euros na compra de licenças.

No conjunto do ano, o investimento aumentou 4,5% face a 2020, atingindo 487 milhões de euros. A evolução reflete “o compromisso da Altice Portugal com a expansão da rede de fibra”. A empresa sublinha ainda que “o investimento contínuo na rede móvel impulsionou uma penetração 4G de 99,8% no final do ano”.

“Estes indicadores refletem o sólido desempenho da Altice Portugal, na trajetória de reforço da liderança absoluta do mercado e do crescimento sustentado dos indicadores financeiros, da base de clientes, das quotas de mercado e da qualidade do serviço ao cliente”, conclui a companhia.

O ano acabou por ser positivo para o setor. No início do mês, a Nos NOS 0,27% , operadora concorrente, anunciou um aumento de 57% dos lucros anuais, para 144 milhões de euros. A Vodafone, que opera num ano fiscal diferente do ano civil, apresenta resultados do exercício do ano fiscal completo de 2022 em 17 de maio. Em novembro, com o primeiro semestre completo, as receitas da Vodafone Portugal tinham crescido 7,4%, com a empresa a destacar a “maior resiliência” do segmento móvel.

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Nova CEO do Meo diz que “principal desafio será continuar o legado”

Escolha da gestora "foi unânime" junto dos acionistas, frisou Alexandre Fonseca, o ainda CEO da dona do Meo, destacando que na decisão pesou "o seu "trabalho reconhecido e meritório".

“O principal desafio será continuar (o legado), adicionando capítulos de sucesso à história que temos na Altice Portugal”, diz Ana Figueiredo, a nova CEO da dona do Meo, na conferência de imprensa de apresentação da nova estrutura de liderança da Altice Europa e da Altice Portugal. Gestora terá “toda a autonomia para implementar a sua estratégia”, assegurou o atual CEO, Alexandre Fonseca.

Ana Figueiredo — a segunda mulher a assumir como CEO da dona do Meo, depois de Cláudia Goya — vem da operação do grupo na República Dominicana, onde atuava como CEO desde 2018. “Regressar a esta casa é regressar a uma casa”, diz a gestora. “Venho desta casa e cresci na Altice Portugal”, realça a nova CEO, que entrou em 2003 na então Portugal Telecom.

Garantir que a operadora mantém o pioneirismo ao nível de serviços é uma das missões, explicou, recordando que a engenharia portuguesa esteve presente na construção de rede da operação na República Dominicana.

A escolha da gestora “foi unânime” junto dos acionistas, frisou Alexandre Fonseca, o ainda CEO da dona do Meo até abril, destacando que na decisão pesou “o seu “trabalho reconhecido e meritório”. A gestora terá “toda a autonomia para implementar a sua estratégia”, reforçou.

Com mais de 18 anos de experiência profissional no setor das telecomunicações, Ana Figueiredo assume a 2 de abril a liderança da maior operadora de telecomunicações em Portugal num momento em que país se debate ainda com uma pandemia e, na Europa eclodiu a guerra na Ucrânia. Além disso, o grupo está a concluir um processo de reorganização, com a saída de cerca de 200 pessoas.

Face a este contexto, tem a estrutura operacional e de pessoas que precisa para entregar os objetivos? “É um contexto incerto, não sabemos quanto tempo irá demorar este conflito, que impactos económicos e financeiros poderá ter”, respondeu a responsável. “A estrutura, em seu devido tempo, se tiver de sofrer algum ajuste será (ajustada)”, apontou.

Regulador: “vou pedir reunião”

“Sempre procuramos a via do diálogo com os reguladores”, disse a gestora quando questionada sobre se tenciona pedir uma reunião com a Anacom, o regulador do setor com o qual a operadora tem mantido relações tensas em vários dossiês.

“Se me receberem terei todo o gosto em reunir”, rematou ainda, admitindo que irá mesmo pedir uma reunião com o regulador liderado por João Cadete de Matos.

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WannaCry? NotPetya? Estes foram alguns dos ciberataques mais mediáticos dos últimos anos em Portugal

Na semana em que a Vodafone assumiu ter sido alvo de um ato de sabotagem informática, que deixou milhões de portugueses sem comunicações, recorde alguns dos maiores ciberataques em Portugal.

A Vodafone junta-se esta semana à lista cada vez mais extensa de vítimas portuguesas de ciberataques mediáticos. Perto de quatro milhões de clientes ficaram sem comunicações eletrónicas.

A maioria dos incidentes de cibersegurança nem chega a ver a luz do dia, e as grandes empresas dizem-se alvo de centenas deles numa base diária. Mas 2022 tem sido pródigo em problemas deste tipo, com impacto no dia-a-dia de milhões de empresas e consumidores.

O ECO revisitou alguns dos ciberataques que chegaram às páginas dos jornais nacionais nos últimos anos, desde o pedido de resgate em bitcoins à Portugal Telecom ao susto que levou o Serviço Nacional de Saúde a desligar o cabo da internet. Recorde-os.

WannaCry, 12 de maio de 2017

O ataque mundial que ficou conhecido por WannaCry tem sido apontado por alguns especialistas como um ponto de viragem na forma de se olhar para a cibersegurança. Até então, o tema era tratado na maioria das organizações como um problema do departamento de TI — agora, é uma preocupação das administrações.

Em 12 de maio de 2017, um software malicioso propagou-se por computadores e sistemas por todo o planeta, chegando a Portugal. Com ele, os atacantes bloqueavam os dados dos utilizadores a cadeado, exigindo 300 bitcoins pela chave. Este tipo de ataque é conhecido por ransomware, o nome técnico dos sequestros de dados.

“Também pedem resgate de bitcoins à PT”, escreveu o ECO na altura. Nesse dia, a operadora que agora se chama Meo publicou no Twitter: “Confirmamos que a PT foi alvo de um ataque informático. Esta situação não tem impacto na segurança dos seus serviços Meo.”

Não foi a única vítima. O ataque prejudicou empresas como FedEx, Boeing e muitas outras. Mais tarde, veio a saber-se que os atacantes terão recorrido a uma vulnerabilidade desenvolvida pela National Security Agency (NSA) dos EUA, denominada EternalBlue, e com potencial para se espalhar por computadores com versões mais antigas do Windows. O caso suscitou um debate em torno dos riscos de grandes potências mundiais deixarem cair as suas ciberarmas nas mãos erradas.

EUA e Reino Unido acusaram a Coreia do Norte de estar por detrás do ciberataque. Estimativas indicam que o vírus informático terá infetado centenas de milhares de computadores em cerca de 150 países e gerado prejuízos de milhares de milhões de dólares.

NotPetya, 27 de junho de 2017

Ainda a economia mundial lambia as feridas do WannaCry quando emergiu outro ciberataque internacional, que acabou por ficar conhecido por NotPetya. O clima de receio era tal que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) optaram por desligar os correios eletrónicos e a internet no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a título preventivo.

Mondelez, Saint-Gobain, Merck e Maersk, a gigante dos contentores que é uma peça fundamental da engrenagem da globalização, foram algumas das empresas afetadas e que enfrentaram pesados prejuízos.

Na altura, o ECO escreveu que eram conhecidos casos de infeção por este vírus informático em Portugal: “O vírus atingiu as empresas do GrupoM Mindshare e MEC, parte do grupo internacional WPP. A Ogilvy Portugal, do mesmo conglomerado, terá instruções para desligar os sistemas.”

EDP, 13 de abril de 2020

Em plena primeira vaga da Covid-19, com meio mundo fechado em casa, a imprensa nacional noticiou que a EDP teria sido alvo de um ataque informático. “Piratas informáticos reclamam dez milhões de resgate à EDP”, escrevia o Jornal de Notícias.

A tese era a de que teria surgido na deep web, uma espécie de segunda camada da internet, um pedido de resgate à EDP por cerca de 10 TB de dados alegadamente roubados à empresa. Em consequência, os atacantes ameaçavam tornar esta informação pública.

Na altura, o ECO conseguiu confirmar que uma página na deep web alegava ter dados sensíveis da EDP, sendo pedido um resgate em bitcoins. Era ainda fornecido um canal de comunicação para eventual negociação.

Os supostos hackers apresentavam também uma amostra da informação alegadamente roubada à elétrica nacional. Mas não foi possível validar a sua autenticidade.

A EDP negou sempre ter sido vítima de ciberataque. E o facto é que, tanto quanto se sabe hoje em dia, não há indícios de que, tendo ocorrido, tenha tido um impacto material relevante na operação ou finanças da companhia.

Altice, 16 de abril de 2020

Dias depois da notícia sobre o alegado ataque à EDP, surgiam novas notícias sobre um novo ciberataque, desta vez à Altice.

A empresa que detém a Meo confirmou na altura ter sido “alvo do ataque”, mas assegurou que “as consequências deste foram praticamente nulas”.

Impresa, 2 de janeiro de 2022

Pulando até 2022, no rescaldo da passagem de ano, em 2 de janeiro, os sites da Impresa, incluindo os da SIC Notícias e do Expresso, foram alvo de um ciberataque de ransomware (o grupo nega que tenha sido pedido um resgate).

Foi o primeiro de uma série de ciberataques mediáticos no arranque deste ano. Durante cerca de uma semana, os sites da Impresa mantiveram-se indisponíveis, até regressarem em formato provisório.

O ciberataque foi reivindicado pelo autointitulado Lapsu$ Group, que também reivindicou a autoria de ataques mediáticos no Brasil.

Mais de um mês depois do incidente, os sites da Impresa continuam a funcionar em versões provisórias e o arquivo digital dos meios de comunicação social do grupo desapareceu.

Parlamento, 30 de janeiro de 2022

Semanas depois do ataque à Impresa, um grupo homónimo publicou num fórum o que alegava serem dados sensíveis da Assembleia da República, conseguidos num ciberataque, em pleno dia de eleições legislativas.

Não tardou até o Lapsu$ Group, no seu canal no Telegram, negar ser autor do ataque ao Parlamento, acusando o autor da publicação de roubo de identidade.

O site do Parlamento foi “desligado” na sequência destas alegações. Na altura, fonte oficial da Assembleia da República explicou que, “na sequência de um alegado ataque informático”, foi “tomada a decisão de impedir todos os acessos externos ao portal internet do Parlamento, de forma a permitir aos serviços informáticos e às autoridades competentes a análise exaustiva de toda a estrutura informática”.

A mesma fonte acrescentou que não houve “evidência de qualquer impedimento no funcionamento do portal”, tendo restabelecido os acessos. A Polícia Judiciária abriu uma investigação.

TAP, 1 de fevereiro de 2022

Em 1 de fevereiro, a conta oficial da TAP no Twitter começou a exibir um comportamento estranho, publicando uma série de mensagens com a palavra “awesome” (fantástico, em português).

Pouco depois, fonte oficial da companhia aérea confirmava que a sua conta tinha sido pirateada. “A TAP confirma que a sua conta oficial no Twitter foi alvo de um ataque informático. A companhia desenvolveu já todas as diligências necessárias para proteger a sua conta, que está de momento suspensa”, disse a empresa.

O incidente terá ficado circunscrito ao Twitter, sem impacto material na empresa. Entretanto, o grupo recuperou o controlo da conta na rede social.

Vodafone, 7 de fevereiro de 2022

Na noite de segunda-feira, por volta das 21h, os clientes do serviço móvel da Vodafone deram por si sem acesso à rede e impossibilitados de fazer chamadas, enviar mensagens e aceder à internet. Os serviços da Vodafone continuaram a enfrentar severas dificuldades técnicas madrugada dentro.

Esta terça-feira de manhã, a operadora divulgou um comunicado a dar conta de que tinha sido alvo de um ciberataque. Numa conferência de imprensa marcada de urgência poucas horas depois, o presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, revelou que a empresa esteve a trabalhar de forma “ininterrupta” toda a noite, classificando o incidente de “ato terrorista e criminoso”.

A empresa disse que o ataque foi dirigido às redes em Portugal, tendo apenas escapado a rede fixa de internet. Segundo Mário Vaz, o ciberataque foi feito de forma a “dificultar ao máximo” a reposição. Ao final do dia de terça-feira, os serviços da Vodafone continuavam a enfrentar algumas dificuldades, embora a operadora tenha conseguido repor alguns dos serviços aos seus quatro milhões de clientes.

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Patrick Drahi terá desistido de vender Altice Portugal

Reuters cita três fontes e garante que a Altice Europe já não está a tentar vender a Altice Portugal. Ofertas estavam abaixo dos 7 mil milhões pedidos por Patrick Drahi.

A Altice Europe terá desistido de vender a Altice Portugal, depois de as propostas dos interessados não terem correspondido às expectativas de Patrick Drahi. A notícia foi avançada pela Reuters, que cita três fontes familiarizadas com a decisão.

A oferta mais elevada era de pouco mais de seis mil milhões de euros, noticia a agência. No entanto, o magnata terá estabelecido um preço mínimo de sete mil milhões de euros, abaixo do qual não pretendia vender a dona da Meo, uma fasquia que nenhum dos interessados quis ultrapassar.

De acordo com a Reuters, o grupo estava a negociar em dezembro com os fundos EQT e CVC Capital Partners, que terão apresentado propostas não vinculativas pelo ativo nacional. Mas a proposta mais elevada, dos referidos seis mil milhões, já era vista como incluindo um prémio face à quota de mercado da empresa em Portugal, escreve a agência.

Porém, no final de 2021 ou início deste ano, as conversações terão sido canceladas pela Altice. Os interessados receberam uma mensagem a notificar que a potencial operação tinha sido abortada “na mesma forma informal com que foi lançada”, cita a agência. Uma das explicações avançadas para a diferença de expectativas será o facto de a Altice Portugal ter vendido parte da rede de fibra ótica e outras infraestruturas nos últimos anos, como as torres de telecomunicações.

A Altice tem vindo a negar estar a explorar a venda do negócio no país, mas o ECO confirmou que Patrick Draghi mandatou o banco de investimento Lazard para medir o pulso ao interesse no mercado. À Reuters, o grupo Altice reiterou esta sexta-feira que “não estava nem está à venda”.

O ECO contactou a Altice Portugal e encontra-se a aguardar resposta. Em meados de dezembro, Alexandre Fonseca, CEO, disse que a empresa “não está à venda”.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h49)

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Meo e Nos alegam que publicidade nas boxes de TV foi discutida previamente com AdC

Fonte oficial da Meo diz que o acordo com Nos, Vodafone e Accenture, que está na mira da AdC, tinha sido discutido previamente em 2019 e 2020 com a própria AdC. Nos assegura o mesmo.

A Meo e a Nos dizem que o acordo para a introdução de publicidade nas gravações automáticas das televisões foi discutido previamente com a própria Autoridade da Concorrência (AdC). A operadora da Altice Portugal diz mesmo ter recebido a notícia da acusação com “enorme surpresa”.

A AdC acusou formalmente a Meo, a Nos, a Vodafone e a Accenture de terem feito um acordo ilegal nos serviços de televisão paga. Em causa está a decisão no verão de 2020 de obrigar os clientes de TV a verem publicidade como “condição de acesso” às gravações das boxes.

“A Meo confirma que foi hoje [quarta-feira] notificada desta nota de ilicitude da AdC. A Meo irá analisar a nota de ilicitude recebida e responder à AdC dentro dos prazos estipulados, refutando todas as acusações infundadas que lhe são dirigidas, estando convicta de que nada existe de ilícito no projeto em causa”, disse ao ECO fonte oficial.

A empresa vai mais além e refere: “Em causa está um projeto que foi apresentado à AdC e discutido detalhadamente com aquela autoridade em várias sessões de trabalho presenciais ao longo de 2019 e 2020, sem que nos tenham chegado objeções, pelo que é com enorme surpresa que recebemos esta nota de ilicitude e que assistimos às declarações dessa mesma autoridade no sentido de a investigação ter tido origem em informação divulgada em agosto de 2020 pela comunicação social.”

A AdC disse na quarta-feira que a investigação ao acordo entre as operadoras, que teve o “suporte” técnico e operacional da Accenture, começou depois de informações divulgadas na comunicação social. Em causa, um artigo publicado pelo Expresso em agosto de 2020, a dar conta da novidade nas boxes das três fornecedoras de “pay TV“.

Fonte oficial da Meo conclui, indicando: “Continuamos convictos de que o projeto em causa não é ilícito, é pró-competitivo e também vantajoso para todos os envolvidos, incluindo para o consumidor.”

O regulador da concorrência tem opinião diferente. Em comunicado, a AdC indicou que o acordo viola a lei e visou “preservar a estrutura de mercado relativamente estável e equilibrada, da qual os operadores beneficiam”, esvaziando o incentivo a que os clientes mudem de operadora caso estejam insatisfeitos com a medida, pois as três principais estão a fazer o mesmo por igual.

Depois da publicação desta notícia, também a Nos veio garantir que o acordo era do conhecimento da AdC. “Este acordo era do total conhecimento da AdC antes sequer de o projeto ser lançado, tendo sido objeto de várias reuniões e discussões prévias sem que, em momento algum, aquela autoridade tenha sinalizado as ilegalidades que agora invoca”, refere fonte oficial.

“Contrariamente ao alegado por aquela autoridade, nada há de ilícito no acordo em questão, celebrado com outros operadores e com a consultora Accenture. Pelo contrário, o produto em causa é altamente inovador e traz enormes benefícios para o mercado da publicidade e para os consumidores”, defende ainda a empresa.

Segundo a Nos, “este acordo permite aos anunciantes portugueses acederem a uma alternativa nacional credível ao serviço de publicidade já hoje disponibilizado por grandes multinacionais digitais, como o Google ou a Meta [holding do Facebook], nos seus serviços de vídeo online. Ao mesmo tempo, garante aos canais de televisão um maior controlo sobre as receitas de publicidade que os seus conteúdos geram e assegura aos consumidores nacionais uma maior relevância da publicidade que visualizam”, conclui a operadora.

A Accenture também refutou a acusação da AdC na quarta-feira e tenciona contestar “veementemente” a nota de ilicitude do regulador.

(Notícia atualizada às 11h28 com reação da Nos)

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Patrick Drahi estuda voltar a pôr Sotheby’s na bolsa

O magnata francês que adquiriu a leiloeira em 2019 estará a estudar avançar com uma Oferta Pública Inicial (IPO) já no próximo ano, segundo a Bloomberg.

A Sotheby’s pode voltar à bolsa já no próximo ano. O multimilionário francês Patrick Drahi, conhecido por ter fundado a Altice, estará a planear uma Oferta Pública Inicial (IPO) envolvendo a leiloeira, negócio que adquiriu em 2019 por 3,7 mil milhões de dólares, incluindo a dívida.

A notícia foi avançada pela Bloomberg (acesso pago), que cita fontes familiarizadas com as intenções do magnata. Segundo a agência, Drahi tem mantido conversas preliminares com potenciais conselheiros acerca de um eventual IPO da Sotheby’s nos EUA já em 2022.

A Sotheby’s é uma das maiores e mais reputadas casas de leilões em todo o mundo, somando quase três séculos de história. A empresa lida com negócios envolvendo obras de arte raras, artefactos colecionáveis e imobiliário premium. Concorre diretamente com a Christie’s, que é detida por outro multimilionário francês, François Pinault.

Um eventual IPO faria a leiloeira regressar à bolsa, cerca de dois anos depois de Drahi ter adquirido a totalidade do capital. A operação lançaria ainda alguma luz sobre o opaco mundo da arte, sobretudo no período pós-pandemia que se têm assistido a sucessivos negócios recorde.

O nome de Patrick Drahi voltou às notícias esta semana por outro motivo: a Altice UK reforçou a posição na British Telecom para 18%, levando o Governo britânico a ameaçar intervir para proteger um ativo estratégico para o país. Além disso, a imprensa tem dado conta da possível venda da Altice Portugal, dona da Meo, ainda que Alexandre Fonseca, CEO, tenha garantido esta semana que “a Altice Portugal não está à venda”.

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