Condições de operacionalidade dos voos para a Guiné-Bissau estão garantidas

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

Três anos depois, a TAP volta a voar para Guiné-Bissau. A companhia aérea diz que as condições de operacionalidade dos voos estão garantidas.

As condições de operacionalidade dos voos para a Guiné-Bissau estão garantidas, disse hoje à Lusa uma fonte oficial da transportadora aérea portuguesa TAP, que retoma agora a rota para o país africano.

“A suspensão da rota deveu-se a um incidente que pôs em causa a verificação das condições normais de operacionalidade, e é essa situação que se considera estar ultrapassada”, disse o porta-voz da TAP, António Monteiro.

O reinício das operações “tem a ver com a verificação de condições que levaram à suspensão da rota”, vincou o porta-voz da transportadora portuguesa, mas também com a gestão da frota de aviões da TAP.

“Há uma redução global da oferta, por isso há mais disponibilidade da frota e foi também isso que permitiu programar o reinício das operações”, que arrancam esta quinta-feira.

“A TAP está muito satisfeita por voltar a operar Bissau, voltando a servir todos os países africanos de língua portuguesa, reforçando a sua presença em África, continente que constitui um dos seus eixos estratégicos”, acrescentou.

Os voos vão realizar-se às quintas-feiras e sábados, no sentido Lisboa/Bissau, com partida às 21:50 e chegada às 02:00. No regresso, os voos irão partir de Bissau todas as sextas-feiras e domingos, pelas 02:50, chegando a Lisboa às 06:00.

A TAP deixou de voar para a Guiné-Bissau desde que no dia 10 de dezembro de 2013 uma tripulação da companhia portuguesa foi obrigada a transportar para Lisboa, a partir do aeroporto de Bissau, 74 passageiros nacionais da Síria, mas que viajavam com documentação que se revelara falsa.

A tripulação alegaria que foi forçada a transportar aqueles passageiros que acabariam por pedir asilo em Portugal.

O Governo português classificou como “ato semelhante ao terrorismo” o embarque forçado dos passageiros e exigiu explicações detalhadas às autoridades de então em Bissau.

A Guiné-Bissau era dirigida na altura daqueles acontecimentos por um governo de transição saído de um golpe militar.

Foi realizado um inquérito cujas conclusões não foram tornadas públicas, mas do processo não houve nenhuma diligência judicial na Guiné-Bissau.

Sem ter as devidas explicações e considerando que não existiam as condições de segurança, a TAP decidiu, a 11 de dezembro de 2013, pela suspensão das suas operações para a Guiné-Bissau evocando “grave quebra de segurança” no aeroporto internacional Osvaldo Vieira.

A ligação aérea entre Bissau e Lisboa, passando por Casablanca, em Marrocos, com uma escala de várias horas, passou a ser feita pela companhia Royal Air Maroc, com voos todos os dias com exceção das quartas e sextas-feiras.

Em novembro de 2014, a companhia privada portuguesa EuroAtlantic iniciou as suas operações regulares, ligando, com voos diretos, Lisboa e Bissau, inicialmente com um voo semanal e mais tarde aumentado para dois.

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Petróleo acelera. Brent já vai nos 52 dólares

O barril continua a valorizar depois do acordo para um corte na produção da matéria-prima por parte da OPEP. A cotação pode acentuar os ganhos, com os analistas a apontarem para os 60 dólares.

O petróleo está a acentuar os ganhos. Depois da forte subida registada após o anúncio de um acordo para a redução da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a matéria-prima passou os 50 dólares em Nova Iorque. Já vai em 52 em Londres. E pode chegar aos 60 dólares.

O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, chegou a disparar 10% na última sessão. Está a valorizar quase 1% nesta sessão, estando a cotar nos 49,88 dólares, enquanto em Londres o barril está já bem acima dos 52 dólares. O Brent avança 0,66% para 52,18 dólares, de acordo com os dados da Bloomberg.

Os três principais produtores do cartel — Arábia Saudita, Iraque e Irão — resolveram as diferenças em relação a este corte de produção. O cartel vai reduzir a produção em 1,2 milhões de barris por dia para 32,5 milhões por dia, confirmou um delegado da OPEP, citado pela Bloomberg, em Viena, na Áustria.

Apesar de haver sempre dúvidas quanto ao compromisso dos países quanto ao corte, os investidores estão a atribuir grande credibilidade ao compromisso assinado pelos membros da OPEP. E os analistas antecipam que se for cumprida, a diminuição da oferta tem potencial para puxar ainda mais pelos preços.

O Goldman Sachs vê o petróleo a superar os 60 dólares. O barril pode valorizar seis dólares face à estimativa do banco de investimento de 55 dólares para o WTI e 56,50 dólares para o Brent na primeira metade de 2017. Isto se o corte se verificar, e se este for acompanhado por uma redução da oferta de países externos à OPEP como a Rússia.

Travão à subida

Apesar das projeções iniciais serem de uma valorização da matéria-prima no curto prazo, são já vários os analistas que antecipam que esta tendência poderá inverter-se em meados do próximo ano.

O Morgan Stanley antecipa que a subida das cotações leve a aumento da produção nos EUA, por parte dos produtores de petróleo de xisto, o que poderá travar os preços. O próprio Goldman Sachs prevê que os preços do petróleo possam, pelo mesmo motivo, voltar aos 50 dólares depois de tocar nos 60 dólares.

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Desemprego na Zona Euro desce para níveis de 2009

A taxa de desemprego na Zona Euro baixou em outubro atingindo o valor mais baixo desde julho de 2009.

Com o final do ano a aproximar-se, os dados do Eurostat, divulgados esta quinta-feira, mostram uma melhoria nos números do empregos na Zona Euro: em outubro, a taxa de desemprego foi de 9,8%, chegando ao valor mais baixo de julho de 2009.

A taxa de desemprego continua a descer na Zona Euro. De setembro para outubro, o valor desceu 0,1 pontos percentuais. Se fizermos uma comparação homóloga é mais visível a tendência. Em outubro do ano passado o desemprego estava nos 10,6%.

Na União Europeia, que inclui os 28 Estados-membros, a taxa de desemprego também baixou ligeiramente de 8,4% em setembro para 8,3% em outubro. Este valor compara também com o ano de 2009: é o valor mais baixo desde fevereiro desse ano.

O Eurostat estima que existam 20.448 milhões de homens e mulheres sem emprego em outubro, dos quais 15.908 milhões são na Zona Euro. O número de desempregados, comparando outubro com setembro, baixou 190 mil na União Europeia e 178 mil na Zona Euro.

Esta terça-feira, o INE reviu a taxa de desemprego de setembro em ligeira alta para os 10,9%. A estimativa rápida para outubro indica que o desemprego desceu para os 10,8%.

Editado por Paulo Moutinho

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Depois de refugiado, qual será a palavra deste ano?

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

Inicia-se hoje em www.palavradoano.pt a votação. Os internautas têm dez palavras à escolha, podendo eleger a sua preferida até ao final do mês.

A votação ‘online’ para a escolha da Palavra do Ano, a partir de uma lista de dez vocábulos, inicia-se hoje em www.palavradoano.pt, anunciou a Porto Editora que lançou esta iniciativa em 2009.

“Bexit”, “campeão”, “empoderamento”, “gerigonça”, “Humanista”, “microcefalia”, “parentalidade”, “presidente”, “turismo” e “racismo” são as palavras à escolha dos cibernautas até “ao último minuto do dia 31 de dezembro”, disse à agência Lusa fonte da Porto Editora.

A palavra vencedora será conhecida “na primeira semana de janeiro” próximo, numa cerimónia pública.

“Brexit” é uma palavra que surgiu associada à saída do Reino Unido da União Europeia, em resultado do referendo realizado naquele país, em junho último, explicou a mesma fonte.

Pela primeira vez, Portugal tornou-se campeão europeu de futebol, em julho passado, ao vencer a França, em Paris, na final da 15.ª edição do campeonato da UEFA, “o que justificou a escolha do termo ‘campeão’”.

O termo “empoderamento” passou “a ser usado com maior frequência para designar formas de obter mais controlo sobre a própria vida, através da conquista de direitos civis, independência ou equidade de géneros”, explicou.

Quanto ao termo “geringonça”, tem origem numa reação do antigo líder do CDS-PP, Paulo Portas, à formação do atual Governo, liderado por António Costa, e passou a ser usado para designar a maioria de esquerda no parlamento (PS/Bloco de Esquerda/PCP e Partido Ecologista “Os Verdes”), que apoia o executivo.

“Humanista” foi, segundo a Porto Editora, “um dos adjetivos mais utilizados para qualificar António Guterres durante o processo de seleção que o levou ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas”, do qual tomará posse no dia 01 de janeiro próximo.

O termo “Microcefalia” tornou-se mais conhecido devido à pandemia registada este ano, em alguns Estados sul-americanos, principalmente no Brasil.

“O risco da ocorrência desta condição patológica durante a gravidez, surgiu associado ao vírus zica, transmitido pelo mosquito Aedes”, que aconteceu naquela região do globo.

“Tema frequente ao longo do ano” foi “parentalidade”, que “aborda o conjunto de atividades desenvolvidas pelos educadores com vista a um melhor desenvolvimento das crianças”.

“Presidente”, este cargo, “tornou-se muito frequente nas notícias”, desde que Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse como Presidente da República, no passado dia 19 de março, adianta a Porto Editora.

“Os excelentes resultados da indústria do turismo têm um impacto positivo na economia do país, mas esta realidade abriu o debate em termos de sustentabilidade e qualidade de vida nas grandes cidades”, e daí também a escolha do termo “turismo” para votação.

Finalmente, surge a palavra “racismo”, segundo a Porto Editora, porque, “de forma preocupantemente crescente, têm-se multiplicado atitudes e manifestações de racismo um pouco por todo o mundo, com particular incidência na Europa, mas também nos Estados Unidos”.

A escolha da Palavra do Ano iniciou-se em maio, em Portugal e, pela primeira vez, em Angola e Moçambique, acolhendo sugestões de cibernautas, nos três países, num processo que passa sobretudo pelo estudo da frequência e distribuição do uso das palavras, da monitorização da comunicação social e das redes sociais e, ainda, dos acessos e consultas aos dicionários digitais da Porto Editora.

A eleição da Palavra do Ano, na sua oitava edição, “já faz parte do calendário dos portugueses, tal a curiosidade que desperta e a participação crescente nas votações, na ordem das dezenas de milhares, apesar de se fazer exclusivamente ‘online’”, disse à Lusa fonte da editora.

No ano passado, segundo a Porto Editora, registou-se uma participação superior a 20.000 cibernautas.

As palavras eleitas nas edições anteriores foram “esmiuçar” (2009), “vuvuzela” (2010), “austeridade” (2011), “entroikado” (2012), “bombeiro” (2013), “corrupção” (2014) e “refugiado” (2015).

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Lisboa segue quedas das pares da Europa

A bolsa portuguesa arrancou em queda. Está a perder valor, tal como as congéneres, penalizada pelos títulos do setor energético. A Galp Energia impede uma queda mais acentuada.

Depois da forte subida na última sessão, a bolsa nacional está em queda. A praça portuguesa está a ser penalizada pelo comportamento negativo dos títulos do setor energético, isto num dia em que a Galp Energia volta a brilhar com o petróleo nos 50 dólares.

O PSI-20 segue a recuar 0,29% para 4.442, 16 pontos numa sessão que se prevê com menor liquidez devido ao feriado. A tendência nas restantes praças europeias é, de resto, semelhante, registando-se perdas ligeiras nos principais mercados.

Esta queda corrige parte dos fortes ganhos registados pela bolsa nacional. O PSI-20 somou quase 1% na última sessão, sendo que neste primeiro dia de dezembro a EDP e a EDP Renováveis estão a pesar no índice.

A elétrica liderada por António Mexia cai cerca de 0,8% para 2,70 euros, já a EDP Renováveis recua 0,32% para 5,987 euros. A Galp Energia, por seu lado, soma mais de 2%, mantendo o bom desempenho suportado pelo acordo na OPEP que levou o barril de petróleo a disparar.

A travar a bolsa nacional está ainda a Jerónimo Martins com uma desvalorização de praticamente 1% para 14,77 euros, já a Sonae cede 0,25% para 0,793 euros.

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Já está. RTP 3 e RTP Memória estão na TDT

Os canais públicos já estão disponíveis na TDT, nas posições 6 e 7 do serviço. A medida beneficia cerca de dois milhões de portugueses, mas está longe de ser consensual.

A partir desta quinta-feira, a RTP 3 e a RTP Memória juntam-se aos cinco canais de distribuição livre já disponíveis no serviço de Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal. Os dois canais públicos, já presentes no cabo e na internet, estão agora disponíveis nas posições 6 e 7, respetivamente.

Gonçalo Reis, presidente executivo da RTP, disse ao ECO que a medida beneficiou “dois milhões de cidadãos” e que o alargamento da oferta de canais na TDT foi possível graças a “uma convergência de vontades” entre Governo, Parlamento e gestão da empresa.

A entrada destes canais na TDT foi determinada em Conselho de Ministros em julho, numa resolução que o presidente da RTP classifica como “clara” e “objetiva”. O documento, no entanto, impede a exploração comercial dos canais, que só poderão transmitir publicidade institucional (autopromoções e promoção cultural).

A RTP 3 é um canal dedicado à informação, enquanto a RTP Memória transmite conteúdos clássicos do vasto acervo da empresa. Está também prevista a abertura de concurso público em 2017 para a entrada de mais dois canais, o que preencherá a total capacidade do sistema de TDT no país.

Porém, a transmissão livre da RTP 3 e da RTP Memória não é consensual, principalmente entre os operadores privados. Em setembro, Francisco Pedro Balsemão, presidente executivo da Impresa, dona da SIC, disse à Lusa que a estação de Carnaxide está “a estudar” formas de contestar a medida.

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Bancos são como qualquer outro proprietário imobiliário

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

Rocha Andrade espera "que [os bancos] não estejam a responsabilizar o Estado pelas políticas de crédito passadas".

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais defendeu que os bancos são “como qualquer outro proprietário” quanto ao adicional ao IMI, considerando que o património imobiliário que o setor herdou do crédito malparado “não é responsabilidade do Estado”.

Aquando da apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), os bancos mostraram-se preocupados com os encargos que vão ter de suportar com o adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), sobretudo devido aos imóveis que ‘herdaram’ por crédito malparado, admitindo que vão acabar por pagar grande parte da receita que o Governo conta arrecadar.

Espero que [os bancos] não estejam a responsabilizar o Estado pelas políticas de crédito passadas. Não é uma responsabilidade do Estado. O que eu posso dizer é isto: o setor bancário aqui é tratado como qualquer outro proprietário”, afirmou Fernando Rocha Andrade, em entrevista à agência Lusa.

O secretário de Estado desvalorizou assim as preocupações do setor, lembrando que “os impostos incidem sempre sobre alguém e alguém acaba por pagar impostos”.

No entanto, Rocha Andrade disse que a banca pode deduzir a totalidade do adicional ao IMI relativo aos imóveis afetos ao arrendamento, o que “acaba por criar um incentivo económico certo”.

Ainda sobre o adicional ao IMI, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais garantiu que a medida “é precisamente o elemento de progressividade na tributação do património” e que o Governo está “satisfeito com o desenho que ele acabou por ter”.

No Programa de Governo, o executivo tinha inscrito como objetivo a “revisão da tributação municipal do património, ponderando a introdução da progressividade no IMI”, um objetivo que Rocha Andrade diz ficar já alcançado.

Sobre a possibilidade de tributar também o património mobiliário, o secretário de Estado elencou as dificuldades que se colocam a esse tipo de tributação e defendeu que Portugal não deve avançar isoladamente, mas antes acompanhar as decisões tomadas a nível internacional.

“A dificuldade da tributação do património não imobiliário é a capacidade de esse património se deslocar, sobretudo os ativos financeiros passivos, que, num mundo como o de hoje, são ativos que normalmente respondem à hipótese de tributação com uma rápida deslocalização e facilidade de ocultação no estrangeiro”, argumentou.

No entanto, o governante admitiu que, “eventualmente, dentro de alguns anos”, poderá haver uma evolução “no sentido da tributação do património financeiro”, à medida que se forem criando “instrumentos multilaterais” de troca automática de informações que, por exemplo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tem estado a desenvolver.

“Mas, neste momento, não creio que existam condições para isso e é um domínio em que um país como Portugal, uma pequena economia aberta, não deve avançar sozinho”, concluiu.

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Estado já arrecadou 35 milhões com “perdão fiscal”

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

"São quase quatro dezenas de milhares de contribuintes e 170 mil processos de execução fiscal" que aderiram ao chamado "perdão fiscal".

O Estado arrecadou mais de 35 milhões de euros até ao final de novembro com o Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), que inclui o perdão de juros, ao qual aderiram quase 40 mil contribuintes.

Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, fez um balanço da adesão ao chamado ‘perdão fiscal’, que começou no início de novembro, adiantando que, até ao momento, “são quase quatro dezenas de milhares de contribuintes e 170 mil processos de execução fiscal”.

“Estamos a falar também de cerca de 300 milhões de euros”, correspondentes ao total da dívida abrangida por estas adesões, sendo que, de acordo com informação enviada à Lusa pelo Ministério das Finanças, já entraram nos cofres do Estado 35,5 milhões de euros com o PERES.

Com os dados que a Secretaria de Estado tem no momento, Rocha Andrade admitiu que, “a cumprirem-se em pagamento as adesões, a receita para este ano seria um pouco mais de 100 milhões de euros, uma vez que o programa ainda não acabou”, sendo possível aderir até 20 de dezembro.

O secretário de Estado reiterou ainda que objetivo com o programa “não era compor a receita deste ano”, uma crítica que tem sido feita pela oposição, preferindo destacar o número de processos de execução fiscal que estão a ser resolvidos.

Por outro lado, com 170 mil processos e uma dívida conjunta de 300 milhões de euros, o secretário de Estado considerou que o valor médio por dívida fiscal é “relativamente baixo, inferior a dois mil euros”.

Para o governante, isto significa que “o PERES foi, para muitos contribuintes de pequena dimensão, sejam famílias ou empresas, a possibilidade de porem as suas contas em ordem (…) e eliminar penhoras”.

O PERES é um regime de pagamento de dívidas ao Fisco e à Segurança Social que prevê a dispensa total dos juros de mora, dos juros compensatórios e das custas do processo de execução fiscal, se a dívida for paga na totalidade, ou a sua dispensa parcial, caso o pagamento da dívida ocorra em prestações (até 150).

Este regime aplica-se aos contribuintes que tenham dívidas fiscais e contributivas que não tenham sido pagas nos prazos normais, ou seja, até final de maio de 2016, no caso das dívidas ao Fisco, e até final de dezembro de 2015, no caso das dívidas à Segurança Social.

No entanto, o PERES não se aplica às dívidas apenas de juros de mora, juros compensatórios e/ou custas nem às contribuições extraordinárias setoriais (energética, bancária e farmacêutica).

Os contribuintes podem aderir ao programa até 20 de dezembro deste ano, devendo todos os pagamentos previstos na adesão (no mínimo 8% do capital total em dívida) ser efetuados até ao dia 30 de dezembro deste ano.

Há três anos, o então designado regime excecional e temporário de regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social permitiu um encaixe de 1.277 milhões de euros em receitas fiscais.

Agora, e tendo por base este programa do anterior executivo PSD/CDS-PP, o Governo prevê uma receita de 100 milhões de euros em cada um dos anos de vigência do PERES (que será de 11 anos).

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Rocha Andrade: “Não há consenso com a direita” no IRC

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

Rocha Andrade diz que as propostas do PSD e do CDS constituiriam sobretudo um alívio fiscal para os setores em Portugal que têm maiores rendimentos.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou que “não há um consenso com a direita” em matéria de IRC, defendendo que a escolha do Governo em reduzir a fatura fiscal das empresas que, de facto, investem “é melhor”.

Fernando Rocha Andrade disse, em entrevista à Lusa a propósito da aprovação do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) no parlamento, que “as propostas do PSD e do CDS constituiriam sobretudo um alívio fiscal para os setores em Portugal que têm maiores rendimentos”.

De acordo com o governante, se o objetivo da política fiscal for reduzir a taxa do IRC (Imposto sobre o Rendimento de pessoas Coletivas) e baixar a tributação dos rendimentos prediais e das mais-valias, “como eram propostas do PSD e do CDS”, então, “os principais beneficiários dessas escolhas são os contribuintes que estão nos escalões superiores de rendimentos”.

A nossa primeira prioridade foi acabar com a sobretaxa [de IRS] para o segundo escalão para 1,1 milhões de agregados que têm um rendimento anual total tributável entre os 7.000 e os 20.000 euros. Quando temos de fazer escolhas pensamos que a nossa escolha é melhor”, defendeu, reiterando que “aqui não há um consenso com a direita”.

A escolha defendida por Rocha Andrade passa por uma redução da fatura fiscal “dirigida às empresas que investem e não uma redução geral que tanto beneficiaria as empresas que investem como as que não investem”, até porque dessa forma, não há “nenhum estímulo ao investimento”.

Os exemplos apontados pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais foram a duplicação do montante de investimento elegível no âmbito do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento, dos cinco para os dez milhões de euros e a revisão do regime da remuneração convencional do capital social, que vai criar incentivos para reforçar a capitalização das empresas e simultaneamente reduzir a dependência de financiamento através de endividamento.

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Governo quer alterar escalões de IRS em 2018

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

Rocha Andrade diz que a reformulação dos escalões do IRS está no horizonte do Governo, mas alertou que "depende das possibilidades que existam de acomodar a perda de receita".

O Governo quer alterar os escalões do IRS no orçamento de 2018, o que dependerá da existência de “condições para acomodar a redução de receita”, e adianta que prefere não reduzir o valor da dedução fixa por filho.

Em entrevista à Lusa, a propósito da aprovação final global do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) no parlamento esta terça-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais começou por dizer que “a reformulação dos escalões não pode ser feita em neutralidade fiscal, ou seja, sem uma redução da receita fiscal”.

Fernando Rocha Andrade disse que esta reformulação dos escalões do IRS (Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares) está no horizonte do Governo, mas alertou que “depende das possibilidades que existam de acomodar uma perda de receita fiscal”, apontando o próximo ano como objetivo.

“A nossa esperança é que seja possível fazê-lo no orçamento para 2018, mas naturalmente as condições de acomodar essa redução da receita têm de ser avaliadas mais perto da elaboração desse Orçamento do Estado”, disse.

Questionado sobre se o objetivo é regressar aos oito escalões de IRS, o governante recordou que, na prática, o IRS já tem seis escalões, uma vez que “a taxa adicional de solidariedade é uma espécie de último escalão escondido”.

“Não está escrito em lado nenhum que ela é provisória, ela foi colocada fora dos escalões para dar uma ideia de provisoriedade ou se calhar para esconder um facto: é que a taxa marginal mais elevada do IRS, para quem tem maiores rendimentos, neste momento é 53%”, apontou.

Rocha Andrade defendeu ainda que, “para eliminar uma parte do aumento de impostos que constituiu a redução de número de escalões, não é necessário voltar ao número de escalões” anteriormente existentes (oito).

Para o governante, “há duas hipóteses” para alcançar aquele objetivo: criar “escalões intermédios” ou alterar as taxas dos escalões existentes.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais referiu que “a criação de um escalão intermédio provavelmente entre o primeiro e o segundo escalões seria onde mais se justificaria”, tendo em conta que a taxa marginal de 28% que incide sobre os rendimentos a partir dos 7.000 euros de rendimento anual tributável “é uma taxa marginal muito pesada”.

Atualmente, uma família com um rendimento tributável anual de até 7.035 euros (primeiro escalão) paga uma taxa de 14,5% em sede de IRS e a partir deste valor a taxa já sobe para os 28,5% para o montante de rendimentos entre os 7.035 e os 20.100 euros (segundo escalão).

No entanto, o mesmo objetivo de aliviar o aumento de impostos que decorreu da diminuição do número de escalões “pode ser feito com alterações às taxas dos escalões”, disse o governante, acrescentando que “esse é um estudo que tem de se fazer” e que “as várias hipóteses têm de ser contempladas”.

Mas uma hipótese para compensar parcialmente a perda de receita que a reformulação dos escalões irá acarretar seria, por exemplo, reduzir o valor da dedução fixa por filho (de 600 euros), e questionado sobre se esta opção está em cima da mesa, Rocha Andrade não deu garantias, mas disse que preferia não seguir este caminho.

Sublinhando que a dedução fixa por filho, tal como foi configurada no orçamento de 2016, permite assegurar que “a dimensão da família deve ser considerada no cálculo do imposto” e introduz “um efeito importante de progressividade”, o secretário de Estado considerou que esta foi “uma evolução positiva do IRS”.

Por isso, concluiu, “preferiria não baixar elementos do atual IRS que cumprem tão bem estas duas finalidades”.

Questionado sobre se admite que poderá ser criado algum novo imposto para compensar a perda de receita decorrente da alteração do número de escalões, o governante foi perentório: “Não antevejo nenhuma criação de nenhum imposto novo no orçamento para 2018”.

Relativamente às alterações introduzidas no OE2017 e que vão permitir que as despesas com as refeições e o transporte escolares sejam dedutíveis em IRS, Rocha Andrade estima que a medida custe “menos de 10 milhões de euros”.

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Governo muda regras dos apoios comunitários para agricultores

  • ECO
  • 30 Novembro 2016

Portaria assinada pelo ministro da Agricultura foi publicada esta quarta-feira em Diário da República.

O Governo alterou os critérios de elegibilidade, as obrigações dos beneficiários e as regras dos apoios a conceder a agricultores no âmbito dos fundos europeus. A mudança decorre da reprogramação do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PDR 2020), indica a portaria publicada esta quarta-feira, que entra em vigor amanhã.

Nos apoios à ação “Investimento na exploração agrícola”, prevê-se agora uma “subvenção não reembolsável para os investimentos elegíveis até 700 mil euros e subvenção reembolsável para a parte do investimento elegível que ultrapasse aquele valor, até ao valor de investimento máximo elegível de cinco milhões de euros, por beneficiário, no período de vigência do PDR2020″.

Até aqui, os apoios a esta ação abrangiam “subvenção não reembolsável até ao limite de dois milhões de euros de apoio por beneficiário e subvenção reembolsável no que exceder aquele montante de apoio não reembolsável, até um limite máximo de dois milhões de euros”.

As mudanças também afetam a ação “Investimento na transformação e comercialização de produtos agrícolas”, que passa a contar com subvenção não reembolsável para investimentos elegíveis até um milhão de euros e subvenção reembolsável para a parte do investimento elegível que ultrapasse aquele valor, “até ao valor de investimento máximo elegível de dez milhões de euros, por beneficiário, no período de vigência do PDR2020″, diz a portaria assinada por Capoulas Santos. Antes, era atribuída uma subvenção não reembolsável até três milhões de euros por beneficiário e subvenção reembolsável “no que exceder aquele montante”.

Os níveis de apoio a conceder constam de um anexo que também sofre várias mudanças.

A portaria elenca ainda um conjunto mais vasto de critérios que podem ser considerados para a seleção de candidaturas e os beneficiários passam a ser obrigados a “manter a situação relativa aos critérios de seleção nas condições definidas no aviso de abertura”. Esta obrigação vem juntar-se a outras que já existiam.

Mudam ainda as despesas elegíveis e não elegíveis. Por exemplo, na ação “Investimento na transformação e comercialização de produtos agrícolas”, não eram elegíveis as despesas com compra de terrenos e de prédios urbanos, “sem estarem completamente abandonados, com vista à sua reutilização na mesma atividade”. Agora, a redação aponta apenas para a “compra de terrenos e de prédios urbanos”.

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Petróleo salva o Dow Jones

  • Marta Santos Silva
  • 30 Novembro 2016

O índice industrial fechou a subir ligeiramente graças ao acordo na OPEP, após ter começado a sessão em recorde. As tecnológicas não tiveram tanta sorte.

A OPEP marcou as bolsas. O acordo para uma redução da produção impulsionou o índice Dow Jones para um máximo histórico na abertura da sessão. Mas, ao fechar, a história já era diferente: o Dow Jones valorizava apenas ligeiramente, enquanto o índice tecnológico Nasdaq fechou a cair.

Enquanto as petrolíferas passaram o dia em alta, o Dow Jones fechou a subir, mas pouco: apenas 0,01%, para 19.123 pontos. O S&P 500, que no início no dia também fora impulsionado pelas novidades vindas da OPEP, fechou em queda, a descer 0,26% para 2.199 pontos.

A Exxon Mobil e a Chevron estiveram entre as energéticas cuja subida, de 1,63% e 2,03% respetivamente, mais contribuiu para o desempenho positivo registado pelo Dow Jones.

Do lado das tecnológicas, o dia foi negativo. Tanto a Alphabet como o Facebook fecharam a cair, levando o Nasdaq a terminar em terreno negativo: caiu 1,05% para 5323,68 pontos. A Alphabet, empresa que detém a Google, caía 1,72% quando a bolsa fechou — menos do que o Facebook, que desvalorizava 2,03%, e o Ebay, que caía 2,46%.

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