Negócio da Santa Casa da Misericórdia no Montepio é “pouco transparente”, acusa Assunção Cristas

  • ECO
  • 21 Dezembro 2017

A líder do CDS, na ausência de mais esclarecimentos, é "frontalmente contra" o negócio que diz ser "pouco transparente". Cristas alerta para o que estará a preparar a "grande família socialista".

Assunção Cristas critica o Governo pela entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital do banco Montepio. Para a presidente do CDS este é um negócio “pouco transparente” sobre o qual o Executivo não tem feito esclarecimentos. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), Cristas diz temer o que a “grande família socialista” possa estar a preparar neste negócio.

Cristas tem dúvidas e Costa não a esclarece — “as respostas são sempre vagas”, classifica. “O dinheiro dedicado às pessoas mais pobres ser alocado para um banco, quando a banca tem este histórico que acabámos por ver nos últimos anos?”, questiona a líder centrista, reprovando a entrada da SCML no Montepio por não ter existido um estudo. E deixa mais uma questão: “Dizem-nos que o Montepio está muito bem, que não precisa de dinheiro nenhum. Então porquê pôr lá a Santa Casa?”

A líder do CDS desconfia das relações entre o atual provedor da SCML, o Montepio e o Governo. “Isto é tudo elaborado com muita facilidade entre uns e outros”, considera, assinalando que se chegam a “soluções que não têm os reais interesses dos portugueses em primeiro lugar”. “Sem mais esclarecimentos, a nossa posição só pode ser frontalmente contra este negócio, que achamos pouco esclarecido, pouco transparente”, sintetiza a líder do CDS.

Na mesma entrevista, Assunção Cristas esclarece que não quer uma coligação pré-eleitoral com o PSD uma vez que “os momentos em que PSD e CDS estiveram separados” foram os que se registaram “melhores resultados”. E após as eleições? Aí, sim, o PSD é “o parceiro natural”. “Hoje os portugueses estão libertos do voto útil“, atira, argumentado que a atual solução governativa acabou com essa lógica.

Quanto à esquerda, Cristas antevê uma maior dificuldade do PCP e do BE em lidar com Mário Centeno, o novo presidente do Eurogrupo. “Agora vai ser mas difícil ter duas vozes, ou ter uma voz mais silenciosa“, remata.

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Manuel Champalimaud: “CTT têm de ser mais competitivos e ganhar eficiência”

  • ECO
  • 21 Dezembro 2017

Champalimaud, o maior acionista dos CTT, diz que a empresa tem de "ganhar mais eficiência" e que o "sacrifício será limitado", no que toca aos despedimentos. Vão sair mil funcionários até 2020.

A empresa dos correios apresentou o seu plano de reestruturação que implica centenas de despedimentos. Manuel Champalimaud, o maior acionista dos CTT, explica que a empresa tem de ser mais competitiva e mais eficiente, e ainda que o plano implicará um sacrifício limitado em termos de postos de trabalho.

Com o plano de reestruturação que pretende fazer face à quebra das receitas e dos lucros que se têm verificado nos últimos anos, a empresa de Francisco Lacerda espera poupar até 45 milhões de euros a partir de 2020. Para isso, vai avançar com uma redução do número de postos de trabalho.

Num depoimento enviado ao Público (acesso condicionado), o mais acionista dos CTT, Manuel Champalimaud, defende que a empresa tem de “acompanhar a evolução do mercado, ser mais competitiva e ganhar eficiência, reduzindo os custos nas áreas que estão em queda e investindo nas áreas de maior desenvolvimento”. Mas, ainda assim, explica que o “sacrifício será limitado” em termos de cortes dos postos de trabalho. São necessários para a “sustentabilidade da empresa”.

Sobre a eficiência dos serviços de correios, Champalimaud explica que, numa empresa com “cerca de 12 mil funcionários e milhões de entregas por mês é impossível que não se registem algumas queixas e atrasos” e que estes problemas se devem “ao funcionamento da máquina e não ao facto de os CTT serem geridos pelo Estado ou por privados”.

É neste sentido que, diz Champalimaud, caso o Governo decida “acabar com esta concessão, nessa altura entra a concorrência estrangeira, a marca depressa desaparecerá e o quadro de pessoal aí sim, será muito sacrificado”.

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Greve de volta à Autoeuropa. Trabalhadores propõem dois dias

  • ECO
  • 21 Dezembro 2017

Um grupo de trabalhadores da fabricante automóvel sugeriu nova paralisação entre o final de janeiro e o início de fevereiro.

Os trabalhadores da Autoeuropa não concordam com os horários impostos pela administração. Como tal, no plenário de trabalhadores que se prolongou até à madrugada de quarta-feira, foi apresentada uma proposta de greve de dois dias, a ter lugar nos próximos dois meses.

No plenário que ocorreu antes do turno da manhã de quarta-feira, a proposta de greve foi chumbada, avançou o Diário de Notícias (acesso pago). Contudo, à tarde, houve nova reunião na qual esta hipótese reuniu aprovação. Esta seria a segunda paragem no período de cinco meses.

Na mesma reunião foi avançada a proposta de um aumento salarial de 6,5%, traduzindo-se num mínimo de 50 euros, válido até setembro de 2008. Os trabalhadores requerem ainda que os operários com contrato a termo há mais de um ano a 1 de janeiro passem imediatamente a efetivos. Por fim, querem assegurar que não existirá um despedimento coletivo até dezembro de 2019. Todas as exigências foram enviadas à administração.

O horário imposto pela administração dá mais dinheiro mas menos descanso aos funcionários. A administração defende uma semana de trabalho de cinco dias que inclua os sábados, sendo estes pagos como trabalho extraordinário. Os responsáveis prometeram ainda quatro fins de semana completos de descanso e dois dias consecutivos de folga. O domingo mantém-se o “dia sagrado”, no qual ninguém é solicitado.

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Portugueses não gastavam tanto no Natal desde 2009

Quem o diz é o Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) , que diz que os portugueses estão 1% mais generosos do que na mesma época em 2016.

O consumo dos portugueses no Natal deverá ser, em média, de 377,4 euros, mais 1,1% que em 2016 e no valor mais alto desde 2009 quando o Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) lançou esta avaliação de gastos.

Com base num inquérito a 470 pessoas, notou-se uma subida de 1,1% em relação a 2016 (373,35 euros) quanto ao valor médio a gastar. Em 2009, o valor tinha sido de 490 euros, enquanto o valor médio mais baixo tinha sido de 253,52 euros em 2013.

Em 2014 foi primeira vez que subiu a intenção de aumentar o valor gasto nesta quadra. O inquérito concluiu que 38% dos inquiridos não recebe subsídio de Natal e dos que recebem 6,6% não planeia utilizar o dinheiro nas compras e 6,7% respondeu que o vai utilizar todo nos consumos habituais desta época festiva.

Os presentes preferidos

Quanto aos produtos, o estudo mostra que as crianças continuam como os principais destinatários dos presentes, já que nas famílias com filhos (53%) a resposta é unânime sobre fazer compras para os mais novos, que vão receber sobretudo brinquedos (45,3%), roupas ou sapatos (21,8%) e livros (10%).

No caso dos adolescentes (entre os 12 e os 18 anos), as escolhas serão sobretudo de roupa ou sapatos (31,2%), livros (15%) e acessórios (10,0%). Para os adultos, os presentes de Natal são roupa ou sapatos (35%), acessórios (21 %) e livros (13%). Mais de 70% dos inquiridos responderam comprar durante o mês de dezembro, verificando-se um aumento face ao ano anterior das pessoas que querem antecipar essa tarefa (de 16,5% em 2016 subiu para 25,3% em 2017).

As compras antes de dezembro, segundo o estudo, visam “encontrar melhores preços” (30%), “aproveitar promoções como ‘Black Friday’” (26%) ou “aproveitar promoções ocasionais” (22%).

As respostas têm revelado ainda a subida das intenções em fazer compras ‘online’, registando-se um aumento do número de portugueses que opta, simultaneamente, pelas compras nos centros comerciais e pela internet (2% em 2009 e 6,5% em 2017) ou ainda mesmo exclusivamente pela internet (1% em 2009 para 6% em 2017).

À mesa, o bacalhau é mais rei que o próprio bolo

À mesa no Natal continua a estar em destaque o bacalhau, com 63% das intenções de compra, os doces típicos da época (60,1%) e o bolo rei (56,8%). Em média para o bacalhau estão destinados 91 euros, um valor muito próximo de 2016. Em relação ao tipo do ‘fiel amigo’, 65% dos consumidores vai preferir o bacalhau seco inteiro e a compra será também feita em dezembro (50%), sendo que 35% opta por comprar em promoção.

O hipermercado é o local de compra selecionado pela maioria (65%), logo seguido do comércio tradicional (31%).

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Santana: Eventual entrada da Misericórdia no capital do Montepio não partiu da instituição

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2017

"À Santa Casa só podia ser uma entidade a propor [a ideia de entrar no capital do Montepio], a tutela da Santa Casa é o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social", diz Santana Lopes.

O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Santana Lopes, reiterou que a eventual entrada daquela entidade no capital do Montepio não partiu da instituição.

“Se as pessoas forem aos jornais de há meses atrás, verão declarações de membros do Governo e minhas, entrevistas a televisões, nas quais está lá claro. Eu pus no comunicado o que é que se passou e não vou voltar a repetir o que está no comunicado, a iniciativa não foi, de facto, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, disse.

De acordo com Santana Lopes, que falava aos jornalistas em Portalegre à margem de uma ação de campanha para a liderança do PSD, todo o processo partiu de outras entidades.

“O processo nasceu, julgo até também do Banco de Portugal, do Montepio, de conversas de um projeto talvez do Montepio. À Santa Casa só podia ser uma entidade a propor, a tutela da Santa Casa é o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social”, disse.

“O Governo fez aquilo que entendeu dever fazer. Eu tal, como disse no comunicado, que o assunto foi tratado com cortesia e com correção, falo verdade. Se as pessoas lerem o comunicado todo e não só as partes que mais lhes convêm, está lá tudo e nomeadamente de quem foi a iniciativa”, acrescentou.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, introduziu no debate a questão da eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio, questionando “a que título” o ministro do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade “solicitou à Santa Casa que investisse no capital” do banco.

O primeiro-ministro recuperou, a este propósito, um comunicado emitido na terça-feira pelo ex-provedor da Santa Casa e candidato à liderança do PSD, Pedro Santana Lopes.

Nesse comunicado, Santana Lopes lembra que, quando deixou funções, estava em curso uma auditoria e ainda nenhuma decisão tinha sido tomada.

“A auditoria continua, não está concluída e continua a não estar tomada qualquer decisão”, assegurou António Costa.

Sobre este tema, gerou-se uma discussão entre o líder parlamentar do PSD e o primeiro-ministro sobre quem tinha tomado a iniciativa de sugerir esta operação, depois de António Costa ter dito que a “manifestação de interesse” ao Governo sobre o Montepio teria partido da Santa Casa.

“Veio agora mudar o filme da história. É bom para sabermos quem está a mentir, se é a Santa Casa ou o primeiro-ministro”, acusou Hugo Soares.

O deputado do PSD criticou ainda uma expressão utilizada recentemente pelo primeiro-ministro, que se referiu a 2017 como “um ano saboroso”, perante funcionários portugueses de instituições em Bruxelas.

“Depois de todo este debate, ficou muito claro que este ano para os portugueses foi um ano bem penoso e a responsabilidade é sua”, acusou.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Rita Atalaia
  • 21 Dezembro 2017

A Sumol+Compal vai votar a saída de bolsa da empresa e Pierre Moscovici vai dar uma conferência onde deve abordar a reunião com Centeno. Lá fora, as atenções centram-se nas eleições na Catalunha.

Por cá, os acionistas da Sumol+Compal vão votar a saída da empresa da bolsa de Lisboa. No mesmo dia, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, realizará uma conferência de imprensa na qual deverá abordar a reunião que teve com Mário Centeno, pouco tempo antes de o ministro assumir a liderança do Eurogrupo. Ainda esta quinta-feira, o novo regime dos recibos verdes vai ser discutido e votado no Conselho de Ministros. Lá fora, o foco vira-se para as eleições na Catalunha e para os números sobre o crescimento da economia dos EUA.

Sumol+Compal decide a saída da bolsa

Os acionistas da Sumol+Compal vão votar a saída da empresa da bolsa de Lisboa esta quinta-feira, dia para o qual foi convocada uma assembleia geral para deliberar sobre a proposta de perda da qualidade de sociedade aberta apresentada pelos dois principais acionistas do grupo. Fonte próxima da Refrigor, acionista maioritária, disse ao ECO que a empresa entende que “com o baixo free float não se justifica a manutenção da Sumol+Compal na Euronext Lisbon”.

Sobre o que é que Moscovici e Centeno falaram?

O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, realiza esta quinta-feira uma conferência de imprensa onde deverá falar sobre o seu encontro com o ministro das Finanças português. Foi na quarta-feira que os dois responsáveis estiveram reunidos para discutirem as prioridades do Eurogrupo, pouco tempo antes de Centeno assumir a presidência da entidade, a 13 de janeiro. Na agenda de Moscovici esteve também uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, e outra com o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e com a vice-governadora, Elisa Ferreira.

Conselho de Ministros discute recibos verdes

Governo e Bloco de Esquerda chegaram a acordo quanto ao novo regime contributivo dos trabalhadores independentes. Um regime que prevê a descida da taxa contributiva dos recibos verdes, mas que não implica sempre uma redução do desconto a pagar. Já as entidades contratantes pagam mais. Os efeitos das mudanças serão sentidos a partir de 2019, mas a proposta ainda tem de passar pelo Conselho de Ministros desta quinta-feira.

Catalunha vai a eleições

Cerca de 5,2 milhões eleitores são esta quinta-feira chamados a votar na Catalunha. Isto depois de uma das campanhas eleitorais mais atípicas de sempre, com alguns candidatos presos e outros refugiados no estrangeiro. Mas que é também marcada por uma grande divisão do eleitorado. Há dois grupos, cada um com cerca de 46% das intenções de voto: um defende a unidade de Espanha e outro quer a independência da região autónoma.

Como vai a economia dos EUA?

O mercado vai conhecer os números para o crescimento da maior economia do mundo no terceiro trimestre. Isto depois de o indicador ter sido revisto em alta no trimestre anterior, graças às exportações e ao investimento. Nesse período, a subida do PIB foi de 1,4% em comparação com os 1,1% estimados em agosto. Se a economia continuar a acelerar, dará força a mais um aumento das taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA, que já conta com três subidas dos juros e indicou que quer mais aumentos no próximo ano.

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Lacerda: “Estado não paga nada aos CTT pela concessão”

  • Marta Santos Silva e Paula Nunes
  • 21 Dezembro 2017

O "custo líquido do serviço postal universal" fica nas contas da empresa, explicou Francisco Lacerda, presidente dos CTT, já que o Estado não compensa a empresa pela concessão.

Os CTT “não recebem” pelo contrato de concessão do serviço postal universal, revelou esta quarta-feira o presidente da empresa, Francisco Lacerda, entrevistado no ECO24. “O Estado não paga nada aos CTT por serem o concessionário do serviço universal”, explicou, questionado sobre quanto a empresa recebia e quais os custos.

Francisco Lacerda explicou que os CTT nada recebem do Estado por serem os concessionários do serviço postal universal.Paula Nunes/ECO

Os custos, esclareceu o presidente do Conselho de Administração da empresa, ficam nas contas dos CTT, ao contrário de outros países europeus onde o Estado central contribui para o serviço postal universal, seja em Espanha, onde os correios são públicos, seja na Bélgica, onde são privados, exemplificou.

Questionado sobre se os CTT tinham então interesse em manter a concessão do serviço universal, cujo contrato atual termina em 2020, Francisco Lacerda não hesitou: “Os CTT têm um histórico e muita honra em ser os concessionários do serviço universal”. Embora não possa dar já garantias sobre o que se vai passar em 2020, a intenção de manter a concessão é “o cenário base no qual” se trabalha na empresa.

O tema surgiu no contexto da criação de um grupo de trabalho para avaliar a qualidade do serviço providenciado pelos CTT, criado pelo Governo. Embora tenha descartado a nacionalização, o primeiro-ministro colocou esta quarta-feira a possibilidade de haver um resgate do contrato de concessão caso se verificasse que as condições do contrato não estavam a ser cumpridas.

Francisco Lacerda disse não temer tal resgate. “Uma análise desapaixonada e atenta vai mostrar que cumprimos as condições do serviço público”, afirmou.

Então e a penalização imposta pelo regulador do setor postal, a Anacom, devido a uma falha encontrada no serviço? Francisco Lacerda explicou que, embora os CTT tenham acatado a penalização, que significa uma diminuição do preço do serviço postal em 0,03% no próximo ano, o indicador em que foi encontrada a falha é um de 11, e um dos que tem menor ponderação: apenas 3%. “Estamos a falar de uma coisa que não está no cerne da questão”, concluiu.

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Ciclo de juros baixos atrasa rentabilidade do Banco CTT

  • Marta Santos Silva e Paula Nunes
  • 21 Dezembro 2017

O break even continua esperado para 2019, tal como foi anunciado aquando da criação do banco. Mas Francisco Lacerda assume que o prolongamento do período de juros baixos dificultou o arranque.

Francisco Lacerda revelou que o atual ciclo prolongado de juros baixos tem demorado o arranque do Banco CTT. Entrevistado no ECO24, o presidente dos CTT disse que o break even ainda é esperado para 2019, tal como previsto no anúncio inicial da criação da instituição bancária.

Francisco Lacerda, presidente dos CTT, explicou que a estrutura de custos do Banco CTT é mais baixa.Paula Nunes/ECO

Questionado sobre se os desenvolvimentos no banco correspondiam às suas expectativas, Francisco Lacerda disse: “O que se passa de facto é que um banco de retalho para particulares se rentabiliza captando depósitos e através do crescimento do crédito. O cenário hoje, comparado com a altura em que lançámos o banco, tem uma característica: o período de taxas de juro mais baixas prolongou-se”. Assim, explica, a rentabilização do crédito tem sido mais demorada.

No entanto, acrescentou, a gestão do banco tem procurado manter as receitas equilibradas com os custos. Embora o banco não tenha ainda dado lucros desde a sua criação em março de 2016, os custos são geridos de maneira a que o impacto “a nível líquido esteja perfeitamente alinhado” com as receitas. “Temos uma estrutura de custos estruturalmente mais baixa”, acrescentou o presidente dos CTT, porque as agências bancárias são um dos maiores custos para os bancos, mas os CTT podem usar as agências que já utilizam no seu negócio postal.

O break even é esperado para meados de 2019, a partir do terceiro ano, disse Francisco Lacerda. A data continua a mesma que a apontada na altura do anúncio do lançamento do banco, em finais de 2015. “Até hoje ainda não revimos esse dado que demos”, disse Francisco Lacerda.

Os clientes do Banco CTT, afirmou o responsável, são mais jovens do que os dos restantes bancos e têm muita facilidade com os meios digitais.

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Francisco Lacerda: “Não estamos a falar de um despedimento coletivo” nos CTT

Francisco Lacerda considera que a saída de cerca de mil funcionários até 2020 "não é um número impossível de gerir" e garante que não há necessidade de recorrer à figura do despedimento coletivo.

Não estamos a falar de despedimento, e muito menos de despedimento coletivo”. É desta forma perentória que Francisco Lacerda reage aos números avançados no plano de reestruturação dos CTT, que prevê a saída de mil pessoas até 2020. O presidente executivo, na sua primeira entrevista desde a apresentação do plano, sublinhou que não está em causa um “número impossível de gerir”.

No programa ECO24, transmitido pela TVI 24, Francisco Lacerda explicou que a empresa não vai apresentar nenhum plano de reestruturação dos CTT à Segurança Social para levar a cabo este nível de rescisões, tal como abordado esta quinta-feira no debate quinzenal, porque os trabalhadores “vão saindo naturalmente, ao longo dos três anos” previstos no plano. Em causa está, precisou, “gerir uma situação na continuidade”, “com respeito pelas pessoas”.

Ou seja, segundo Francisco Lacerda há cerca de 500 trabalhadores contratados a prazo, “num determinado ciclo para reforçar temporariamente”, explicou, cujos contratos em alguns casos poderão não ser renovados. Há ainda mais de 200 que estão próximos da idade da reforma e que podem manifestar vontade de sair naturalmente. Mas isto não quer dizer que não haverá rescisões por mútuo acordo: “Têm existido até aqui e (…) continuarão a existir”.

“Os CTT, no final de 2013, tinham cerca de 12 mil trabalhadores, na época da privatização, e continuam a ter”, disse Francisco Lacerda.

Francisco Lacerda não quis revelar quais as condições que vão ser oferecidas aos trabalhadores no caso das rescisões amigáveis. Explicou apenas que está um processo “neste momento, em curso, mais vocacionado para os serviços centrais”, que deverá ter cerca de 200 adesões, sendo que “140 já estão concretizadas”. O despedimento destes 200 trabalhadores resultará em poupanças de cinco a seis milhões de euros a partir de 2020, mas também irá custar 14 milhões de euros em indemnizações, de acordo com o comunicado revelado na terça-feira.

Contando com uma força de trabalho que ronda os 12.400 trabalhadores, Francisco Lacerda defende que é possível “funcionar com menos pessoas”. “Garantindo o serviço universal e os critérios de qualidade e aumentando a qualidade do serviço pensamos que a infraestrutura pode funcionar com menos pessoas. Porque haverá menos volumes, porque os volumes que nascem das encomendas não compensam na totalidade os volumes de cartas a menos e porque se espera uma automatização ainda maior dos centros de processamento e das outras atividades”, justifica.

Garantindo o serviço universal e dos critérios de qualidade e aumentando a qualidade do serviço pensamos que a infraestrutura pode funcionar com menos pessoas.

Francisco Lacerda

Presidente executivo dos CTT

É neste contexto que surge a saída de cerca de 800 trabalhadores principalmente do setor operacional, onde a empresa tem cerca de sete mil pessoas. “Estamos a desenhar uma infraestrutura diferente adaptada à realidade de hoje”, precisou.

Com estes despedimentos, os CTT esperam poupar até 31 milhões de euros, um impacto positivo que só irá fazer-se sentir no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 2020. Os custos imediatos com indemnizações deverão superar este valor, ascendendo a 39 milhões de euros entre 2018 e 2019, estima a empresa.

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Francisco Lacerda: Plano de reestruturação dos CTT teve de ser “antecipado um ou dois trimestres”

  • Marta Santos Silva
  • 21 Dezembro 2017

"A digitalização ultrapassa-nos a todos", afirmou Francisco Lacerda, assumindo que o Governo é um dos agentes que tem reduzido o volume de correio enviado, substituindo-o pelo email.

Francisco Lacerda, presidente dos CTT, afirmou que foi uma queda mais acelerada do volume de correio enviado ao longo de 2017 que levou à antecipação da apresentação do plano de reestruturação da empresa, em um ou dois trimestres.

Entrevistado no ECO24, programa emitido pela TVI24, Lacerda explicou que “o ritmo da queda [do correio] não foi sempre o mesmo”, tendo-se acelerado nos primeiros nove meses desde ano, de 3,7% entre 2014 e 2016 para 6,1% nos primeiros três quartos de 2017.

Francisco Lacerda explicou que a aceleração da quebra nos volumes de correio postal obrigou a antecipar a reestruturação.Paula Nunes/ECO

“É este acelerar que leva a uma pressão maior sobre as receitas”, explicou Francisco Lacerda, e foi por isso que o plano de reestruturação dos CTT, apresentado terça-feira, teve de ser antecipado: “Foi obrigatório antecipá-lo um ou dois trimestres”, disse.

Questionado sobre um possível papel do Governo na redução do volume do correio, com a crescente digitalização da comunicação com os cidadãos e contribuintes, Francisco Lacerda acabou por concordar. “Todas as empresas” estão a diminuir o volume de cartas que enviam, afirmou, e “o Governo está a tomar medidas na mesma direção, o que é natural”. Disse esperar, porém, que a evolução fosse gradual. Cada queda de 1% no volume de correio “são cinco milhões a menos” para os CTT, afirmou.

A ideia, explicou Francisco Lacerda, é que haja uma reinvenção “de toda a área de operações”, para se voltar mais para o digital. As receitas podem diminuir do lado do correio postal devido à digitalização, mas esta abre novas oportunidades: “O comércio eletrónico está em grande crescimento”, afirmou. Embora Portugal esteja atrás de Espanha no volume, e Espanha atrás dos países do centro da Europa, “não quer dizer que não vá no mesmo caminho”.

Recorde-se que no debate quinzenal desta quarta-feira, o próprio primeiro-ministro que sublinhou que hoje são escritas menos cartas e mais e-mails, o que significa que a empresa terá de se reinventar.

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EDP Renováveis ganha contratos para 218 MW eólicos no Brasil

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2017

A empresa garantiu contratos de aquisição de energia a 20 anos num leilão realizado no Brasil, sendo que se espera que a entrada em operação dos parques eólicos ocorra em janeiro de 2023.

A EDP Renováveis garantiu hoje contratos de aquisição de energia a 20 anos num leilão realizado no Brasil para produção de 218 megawatts (MW) de energia eólica.

Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis, subsidiária controlada em 82,6% pela EDP, através da EDP Renováveis Brasil, explica que a energia renovável será produzida por dois parques eólicos a instalar no Estado brasileiro do Rio Grande do Norte. Mais precisamente, segundo a EDP Renováveis, em Santa Rosa e no Mundo Novo, com uma capacidade registada de 121,8 MW e em Aventura, com uma capacidade registada de 97,1 MW, para venda de eletricidade no mercado regulado.

“O preço inicial atribuído aos contratos de longo prazo foi estabelecido em 99 reais MW/hora (25,27 euros MW/hora) e 97 reais MW/hora (24,8 euros MW/hora), respetivamente”, lê-se no comunicado. Ambas as tarifas estão indexadas à taxa de inflação brasileira, sendo que se espera que a entrada em operação dos parques eólicos ocorra em janeiro de 2023.

“Com este novo acordo, a EDP Renováveis já garantiu contratos de aquisição de energia para 482 MW de projetos de energia eólica no Brasil (atualmente em construção ou em desenvolvimento) para iniciar as operações em 2017, 2018 e 2023”, lê-se também no comunicado.

Através do “êxito alcançado” no leilão de hoje, a EDP Renováveis refere igualmente no comunicado que “reforçou a sua presença” no mercado brasileiro, caracterizado por “um perfil de baixo risco”.

Além disso, esclarece que o reforço da sua posição se fez através da execução de contratos de aquisição de energia de longo prazo e com “um recurso renovável favorável e fortes perspetivas de crescimento no médio e longo prazo”.

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Wall Street no vermelho não festeja lei fiscal de Trump

  • Marta Santos Silva
  • 20 Dezembro 2017

A bolsa de Nova Iorque caiu no dia em que a lei fiscal de Donald Trump foi finalmente aprovada. O S&P 500 foi pressionado em parte pelo tabaco e pelo imobiliário.

A bolsa norte-americana caiu ligeiramente esta quarta-feira, muito embora tenha sido finalmente aprovada a reforma fiscal que Donald Trump prometia desde o início do seu mandato. De acordo com os analistas, a falta de festa deve-se ao facto de ser um acontecimento altamente antecipado e que, portanto, já tinha sido tomado em conta pelos mercados.

O índice S&P 500 caiu 0,08%, pressionado em parte pelas ações das tabaqueiras e as empresas de imobiliário, segundo a Bloomberg, e ficou-se nos 2.679,25 pontos. O tecnológico Nasdaq caiu ainda menos, apenas 0,04%, ficando nos 6.960,96 pontos, e o industrial Dow Jones ressentiu-se mais: caiu 1,1% para os 24.726,65 pontos.

“Com a aprovação da reforma fiscal, pensar-se-ia que o mercado celebrasse isso”, disse à Bloomberg o gestor Kevin Caron, da Washington Crossing Advisors. “Mas na realidade muito disto já fez parte do drama ao longo do último ano em que se antecipou este momento. O mercado recebeu aquilo que já tinha estado a descontar”.

A reforma fiscal deverá ser assinada por Donald Trump ainda esta semana, após ter sido aprovada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes, separadamente. É a primeira grande vitória legislativa do Presidente dos Estados Unidos.

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