Nos: Fim do roaming “é positivo” para os consumidores
A Nos reconheceu que o regulamento europeu que ditou o fim do roaming "é positivo" para os consumidores, dizendo mesmo ser "inegável". Mas alertou que tem um "impacto financeiro claro" nas operadoras.
A Nos reconheceu esta quinta-feira que o fim do roaming na União Europeia (UE) “é positivo” para os consumidores, mas recordou que a medida tem “um impacto financeiro claro” nas operadoras portuguesas, numa economia tendencialmente importadora de turismo, ao invés de exportadora.
Num painel sobre regulação, inserido no congresso anual da APDC, Filipa Carvalho, diretora jurídica e de regulação da Nos, disse que “é inegável” que “o impacto para o consumidor [do fim do roaming na UE] é positivo”. “Foi a vontade europeia que se impôs”, indicou. Mas alertou: “O que sempre dissemos é que teria um impacto financeiro claro para Portugal. É bom para o consumidor, mas tem impacto para as empresas.”
O impacto financeiro foi um ponto de concordância entre a Nos, a Meo e a Vodafone num debate muito aceso em que a compra da TVI pela dona da Meo foi o tema central. As operadoras reiteraram as queixas de que Portugal, enquanto país do sul da Europa e importador de turismo, é prejudicado em relação aos do norte, pois são mais os turistas a usar as redes destas operadoras do que os portugueses em roaming lá fora.
Sobre o tema, Madalena Sutcliffe, diretora de legal e regulatory affairs da Vodafone Portugal, disse que o fim do roaming “é uma realidade” e que, apesar de tudo, a operadora conseguiu “acomodar” o aumento do tráfego este ano. Confessou, no entanto, existirem “desafios” ao nível do investimento na capacitação das redes, principalmente numa altura em que “os preços grossistas [tendem] a cair”.
Sónia Machado, responsável pela direção de regulação e jurídica da Meo, também reconheceu, por sua vez, existirem “desafios pela frente” neste campo, nomeadamente no “combate a utilizações indevidas” e na “utilização dos dados em roaming“. “Aqui estamos para, com mais investimentos, fazer frente a este tipo de situações”, afirmou.
5G? Ainda é “demasiado cedo”
Bruxelas quer começar a implementar a cobertura de rede de quinta geração até ao final da década, mas o prazo começa a causar desconforto às operadoras. Foi outro dos temas abordados por Filipa Carvalho, da Nos, que disse ser “demasiado cedo” para começar a trabalhar em concreto neste assunto.
“É um erro com três G’s. No 3G, pusemos o espetro à venda quando a tecnologia ainda nem estava disponível. O 4G ainda nem está explorado. E fala-se do 5G como se estivesse já aí ao virar da esquina, quando nem se sabe se os 700 [MHz] são o espetro mais indicado”, defendeu. Por fim, deixou uma nota: “É uma tentação que está aí à porta e deve ser vista com muita cautela.”
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