Salgado diz que bastava uma “palavrinha” para sair

O antigo presidente do BES, em declarações à SIC, diz que teria saído “na hora” do banco se o Governador Carlos Costa lhe tivesse dado uma “palavrinha que fosse”.

Foi junto do tribunal de Santarém, onde está a ser julgado o pedido de impugnação da multa de quatro milhões de euros que o Banco de Portugal aplicou ao ex-presidente do BES, que Ricardo Salgado falou à SIC.

O canal de televisão confrontou Salgado com o conteúdo da reportagem “Assalto ao Castelo” do jornalista Pedro Coelho. Na reportagem, o Governador do Banco de Portugal é acusado de ter tido acesso a informação que lhe teria permitido afastar Ricardo Salgado muito antes da derrocada do GES, no verão de 2014. Em causa, está um relatório feito por técnicos do Banco de Portugal, datado de 8 de novembro de 2013, que analisa a atuação de Ricardo Salgado e conclui haver indícios suficientes para retirar a idoneidade ao presidente do antigo Banco Espírito Santo.

Confrontado esta quarta-feira com o conteúdo da reportagem a SIC, Salgado começou por fazer uma avaliação estética: “Vi. Artisticamente achei lindo, umas fotografias lindíssimas, devo dizer que achei interessante ter referido o Castelo de Almourol que é uma referência histórica portuguesa”.

“Passei muitas vezes ao longo da minha vida junto ao castelo, mas não conhecia o Castelo de dentro, de maneira que passei a conhecer o castelo por dentro e é um espetáculo a beleza do castelo.”

As palavras de Ricardo Salgado estão carregadas de ironia, já que castelo na reportagem da SIC é o Banco de Portugal, descrito como “uma fortaleza protegida pelas muralhas do segredo”.

E sobre o conteúdo da reportagem?

“Acho que [a reportagem] tem coisas interessantes, mas o fundamental é a referência ao facto de o Governador ter podido dispensar-me da atividade bancária e nunca o ter feito.”

Acrescentou, em declarações à própria SIC, que “essa matéria já tinha sido muitíssimo debatida na comissão de inquérito e à qual não se acrescentou muito.”

A palavrinha que faltou, segundo a versão de Salgado

Questionado sobre se Carlos Costa deveria ter-lhe retirado a idoneidade mais cedo, Ricardo Salgado diz que “se o Governador me tivesse dado uma palavrinha que fosse, que eu deveria sair, pode ter a certeza que eu o faria na hora. Nunca tive uma palavra do Governador nesse sentido, a tal ponto que o Governador pediu para eu proceder à liderança — em relação à minha família — da transição para uma gestão mais profissional e foi isso que eu fiz”.

E Carlos Costa é inamovível?

Questionado ainda sobre a permanência de Carlos Costa no cargo de Governador, Salgado diz que “é uma decisão política, portanto temos de deixar os políticos decidirem. Além disso também há obviamente o Banco Central Europeu que tem uma palavra a dizer”:

Mas acha que é inamovível? Não há nada a fazer? “Não há nada impossível neste mundo”, disse o antigo homem forte do BES que agora está a braços com a justiça, não só por causa de questões relacionadas com o colapso do BES, mas também por causa da Operação Marquês que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates.

O deputado João Galamba, que fez parte da comissão de inquérito ao BES, já reagiu nas redes sociais.

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Vieira da Silva: Associação Montepio vai desenvolver “com competência” as suas responsabilidades

  • ECO
  • 15 Março 2017

O ministro afirmou que é preciso "analisar com mais cuidado essa questão dos capitais negativos", já que a Associação lhe parece ter capacidade de cumprir as suas responsabilidades.

O ministro da Segurança Social disse esta quarta-feira que acredita que a Associação Mutualista Montepio Geral “vai continuar” a desenvolver “com eficácia e competência” as suas responsabilidades e não vê razão para duvidar das afirmações da direção da associação.

O dia de terça-feira foi marcado pela notícia do jornal Público de que a Associação Mutualista tinha, no fim de 2015, capitais próprios negativos de 107,53 milhões de euros, o que significa que tinha um passivo (valor que deve) superior ao ativo (valor que possui), uma situação que configura ‘falência técnica’ do ponto de vista contabilístico.

O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou que é preciso “analisar com mais cuidado essa questão dos capitais negativos”, já que “aquilo que a Associação Mutualista tem apresentado nas suas contas é uma capacidade de cobrir as suas responsabilidades”.

“Isso foi ainda ontem afirmado pela direção dos corpos sociais da Associação e não vejo razão para por em causa essa afirmação”, disse Vieira da Silva, à margem de uma conferência, organizada pelo International Club of Portugal, onde foi o orador.

Além disso, acrescentou que “outra coisa são as dimensões contabilísticas que, segundo a opinião da Associação Mutualista e baseada nos indicadores que são do domínio público, não põem em causa a capacidade de cumprir os seus compromissos”.

Questionado sobre eventuais riscos, nomeadamente para as pessoas que têm produtos financeiros na Associação Mutualista, o ministro sublinhou que “esses produtos são avaliados no seu lançamento”.

“As contas da Associação Mutualista são acompanhadas, aliás são públicas, é uma estrutura democrática, onde concorrem várias sensibilidades, que estão representadas nos seus órgãos sociais e, por certo, exercem também um papel complementar de acompanhamento da situação da instituição. Não tenho nenhuma razão para estar aqui a lançar qualquer espécie de especulação acerca desse processo”, afirmou.

O ministro da Segurança Social reforçou que a Associação Mutualista é uma instituição com noção secular, com “profundo enraizamento” na sociedade portuguesa, e que coloca em famílias portuguesas serviços complementares de proteção social, “que são fiscalizados e acompanhados pelo Ministério do Trabalho”.

“É um trabalho de enorme relevância, que estou convencido que ela vai continuar a poder desenvolver com eficácia e competência. É essa a minha profunda convicção”, afirmou.

Vieira da Silva destacou também a “forte ligação” histórica entre a Associação e a Caixa Económica, mas voltou a frisar o processo de transformação em curso para a autonomia das duas instituições, um processo que “está a ser concluído” e que “vai ajudar a solidificar e a criar condições para que a instituição continue a desempenhar plenamente as suas funções”.

Sobre a eventual mudança do nome da Caixa Económica Montepio Geral, uma hipótese hoje admitida pelo presidente do banco, José Félix Morgado, numa entrevista ao Negócios, Vieira da Silva não quis fazer comentários, apenas afirmando que esse “é um problema interno” e não uma área da sua competência”.

“O caminho da autonomia das instituições já foi consagrado, têm administrações diferentes. Obviamente que são duas instituições que têm um vínculo profundo histórico e que não desaparecerá de um dia para o outro – e não me parece desejável que isso aconteça”, afirmou.

Já na terça-feira, Vieira da Silva tinha comentado a situação da Associação Mutualista Montepio Geral, dizendo que os seus produtos, avaliados pelo Governo, estão com “rácios confortáveis”.

Em conferência de imprensa, também na terça-feira, o presidente da Associação Mutualista, Tomás Correia, lamentou a notícia relativa à existência dos capitais próprios negativos de 107,53 milhões de euros e garantiu que não há risco de falência da associação.

Questionado pelos jornalistas sobre se a situação patrimonial negativa se mantinha no final de 2016, Tomás Correia respondeu que as contas consolidadas do ano passado não estavam fechadas, mas admitiu que a Associação Mutualista mantinha capitais próprios negativos no fim de dezembro passado, ainda que ressalvando que a instituição não está em causa por isso.

A Associação Mutualista Montepio Geral também divulgou na terça-feira que obteve lucros de 7,4 milhões de euros em 2016, contra o prejuízo de 393,1 milhões de euros registados em 2015.

Estas contas são as individuais da Associação Mutualista [não incluem os resultados das empresas que detém] e dão conta de que o ativo líquido da Associação Mutualista situou-se em 3.742 milhões de euros em dezembro de 2016, menos 3,2% face a 2015, e que os capitais próprios atingiam 615,5 milhões de euros, mas excluindo imparidades e provisões líquidas.

A Associação Mutualista Montepio Geral é liderada por Tomás Correia, que durante anos acumulou a liderança da Caixa Económica, da qual saiu no verão de 2015, quando o Banco de Portugal (BdP) forçou a separação da gestão.

Já o banco mutualista é desde então presidido por Félix Morgado e é conhecido que a relação entre os dois responsáveis não tem sido fácil.

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Eurodeputados vêm a Portugal investigar offshores

O Parlamento Europeu, no âmbito da comissão de inquérito aos Panama Papers, vem a Portugal investigar o apagão informático das offshores. Haverá um relatório sobre a missão.

Ana Gomes revelou ao ECO que os eurodeputados da comissão de inquérito dos Panama Papers vão estar em Portugal para investigar o apagão informático das offshores. Em causa estão os dez mil milhões de euros em transferências para paraísos fiscais entre 2012 e 2014 que não foram fiscalizadas pela Autoridade Tributária. Esta missão do Parlamento Europeu servirá para ouvir todas as partes envolvidas no caso. A visita a Lisboa poderá ser ainda antes do verão, sendo que os eurodeputados desta comissão vão na próxima semana aos EUA e depois à Suíça e ao Chipre.

A deputada socialista, que é vice-presidente da comissão PANA (sobre branqueamento de capitais, elisão e evasão fiscais), explicou que a decisão foi tomada na reunião de coordenadores desta segunda-feira e surge após um pedido mais abrangente da própria, mas também do pedido do eurodeputado centrista Nuno Melo. Esta terça-feira, o Expresso noticiou que o requerimento tinha sido aceite e que Rocha Andrade ia ser ouvido pelos eurodeputados. No entanto, com esta missão, tudo indica que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais será ouvido em Portugal.

“Na reunião de coordenadores, na segunda-feira, foi apreciado o programa de trabalhos e ficou decidido que em vez de estar a fazer uma audição com o secretário de Estado, fazia-se uma visita a Portugal para ouvir mais gente”, explicou a eurodeputada socialista ao ECO, revelando que entre os inquiridos estará o anterior responsável dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio.

Para Ana Gomes “é preciso ouvir mais entidades”, mas neste momento ainda não sabe quais uma vez que os eurodeputados estão a submeter propostas nesse âmbito. A data da missão será acertada em breve também com as autoridades nacionais, podendo ser ainda antes do verão. Certo é que haverá um relatório sobre essa visita (que constará do relatório final), tal como já foi feito no caso do Luxemburgo, Reino Unido e Malta, por exemplo. Neste tipo de missões existem também conferências de imprensa dos eurodeputados após os encontros com as entidades.

Esta missão resulta principalmente do pedido de Ana Gomes onde relata o que se descobriu até agora sobre o caso das offshores em Portugal. Mas esta missão pode ir mais longe, nomeadamente à Zona Franca da Madeira, sobre o qual a eurodeputada divulgou um relatório este mês. “Também existia uma sugestão de se focar na Madeira por causa do caso Football Leaks“, refere ao ECO, referindo-se ao Centro Internacional de Negócios da Madeira.

Os trabalhos da comissão de inquérito PANA começaram no ano passado, após a divulgação do Panama Papers no início de abril. Os trabalhos deveriam terminar em maio, mas a eurodeputada socialista está confiante de que vão ter mais seis meses, prolongado a comissão até ao fim do ano. O pedido de extensão já foi feito.

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Prisa garante que a TVI não vai ser vendida

  • Juliana Nogueira Santos
  • 15 Março 2017

O grupo que detém a Media Capital garantiu em comunicado que, para além da Santillana, não vai vender mais nenhum ativo.

A Prisa, empresa que detém a Media Capital, garantiu que a TVI não está à venda e o mesmo acontece com qualquer outro meio de comunicação do grupo Media Capital. Numa nota de imprensa que tinha como principal objetivo anunciar que o processo de venda da Santillana irá avançar, o grupo espanhol esclareceu que “não existe qualquer negociação para a venda de nenhum outro ativo.”

“Desmentem-se assim, redondamente, as falsas notícias publicadas por diversos meios digitais sobre eventuais desinvestimentos na Rádio Caracol da Colômbia e na Media Capital de Portugal”, pode ler-se também na nota de imprensa divulgada esta quarta-feira.

A notícia de alienação da Media Capital foi avançada pelo Expresso em novembro do ano passado, fazendo esta parte de um processo de reestruturação financeira do grupo espanhol. A Prisa afirma também que “os falsos rumores difundidos poderiam responder a uma operação com tendência a dificultar os planos de ação da empresa.”

A Media Capital registou um ano de 2016 lucrativo, com um resultado líquido de 19,1 milhões de euros, uma subida de 10% face ao exercício de 2015. As receitas com publicidade também aumentaram 4% face ao ano anterior.

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Bolsa em queda pela quinta sessão consecutiva

  • ECO
  • 15 Março 2017

Mais uma vez, a bolsa de Lisboa fechou no vermelho. A recuperação do petróleo animou as praças europeias, mas não foi suficiente para puxar pelo PSI-20.

A bolsa portuguesa fechou em queda pela quinta sessão consecutiva. Numa sessão em que apesar da apreensão em torno do resultado das eleições holandesas as praças europeias conseguiram valorizar, o PSI-20 encerrou em terreno negativo, pressionado pelos pesos pesados. Só a Galp Energia evitou uma queda mais expressiva à boleia da recuperação dos preços do petróleo.

 

Num dia em é conhecido se conhece quem vai sentar-se na cadeira de primeiro-ministro da Holanda, mas também se espera a confirmação da subida da taxa de juro nos EUA, as praças europeias registaram ganhos que chegaram, em alguns casos, a ser superiores a 1%. O Stoxx 600 somou 0,4%. O PSI-20, no entanto, desceu 0,12% para os 4.575,25 pontos.

Jerónimo Martins, Sonae e Nos marcaram a sessão, pela negativa. A dona do Pingo Doce perdeu 0,26%, já a queda da dona do Continente foi mais expressiva: cedeu 2,15% para os 0,73 euros, registando mesmo a queda mais acentuada entre as cotadas do índice principal da bolsa de Lisboa.

A Nos desceu 1,97% para os 4,83 euros, isto numa sessão em que a EDP perdeu. No dia em que Nuno Alves, administrador financeiro da empresa, revelou que pretende voltar ao mercado de dívida, antecipando a intenção de se financiar em dólares, a elétrica encerrou a cair 0,11% para os 2,83 euros. A EDP Renováveis subiu, assim como a Galp Energia.

Depois da forte queda na sessão anterior, o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, seguia a valorizar, para cotar nos 48,64 dólares. Também o Brent, em Londres, estava a subir para os 51,68 dólares por barril, o que permitiu à petrolífera nacional fechar a ganhar 0,18% para 13,54 euros, seguindo as congéneres europeias.

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Crédito ao consumo cai para mínimos de agosto

  • Marta Santos Silva
  • 15 Março 2017

A queda mais significativa deu-se no setor do crédito automóvel: o montante concedido em empréstimo caiu 20% nas diferentes modalidades deste tipo de crédito.

Os créditos concedidos aos consumidores caíram para mínimos de agosto de 2016 em fevereiro, com a principal queda a centrar-se na área do crédito automóvel. Em janeiro a concessão de crédito caiu 8,7% em relação ao mês anterior, uma queda movida principalmente pela queda na concessão de crédito automóvel, que caiu 20% nas diferentes modalidades.

Os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal mostram uma queda marcada na área do crédito automóvel, uma modalidade que, no ano de 2016, cresceu 27%. Na verdade, o ano passado foi recorde para o crédito ao consumo, que atingiu máximos desde sempre, com quase seis mil milhões de euros disponibilizados. Agora, o mês de janeiro de 2017 mostra-se mais mortiço, com uma queda de 12,8% em relação ao mês anterior, embora represente um aumento de 26% comparado com o mês homólogo.

Montante dos novos contratos de crédito aos consumidores

Em milhares de euros. Fonte: Banco de Portugal.

No total, em janeiro foram concedidos 494 milhões de euros em crédito aos consumidores. É uma queda substancial relativamente aos valores de dezembro e também aos de novembro, que tiveram um impulso especial com o período natalício para chegarem a um máximo nunca atingido na série registada desde 2013. Janeiro fica, assim, mais perto dos níveis registados em agosto do ano passado.

A queda que se registou em particular no setor automóvel pode estar relacionada com as promoções habituais no final do ano por parte das concessionárias para escoar os modelos, o que fez aumentar o número de pedidos e os montantes concedidos para este fim no final de 2016. Em janeiro, o montante concedido para compra de um automóvel usado (locação financeira ou ALD) caiu mesmo 44,2% em relação ao mês anterior.

No campo do crédito pessoal, o crédito com fins relacionados com a educação, a saúde, as energias renováveis e a locação financeira de equipamentos também caiu: foram concedidos três milhões de euros, menos 23,3% do que em dezembro. Os restantes créditos pessoais, para outros efeitos, caíram apenas 4,4%, para os 217 milhões de euros.

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APS prevê maior crescimento da produção de seguros

  • Lusa
  • 15 Março 2017

José Galamba de Oliveira diz que os dados relativos à produção de seguros em janeiro mostram uma tendência de crescimento. Diz que "esta dinâmica deve e tem que continuar".

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, revelou hoje que os dados relativos à produção de seguros em janeiro mostram uma tendência de crescimento e que a mesma se deve manter ao longo do ano.

“Os dados mais recentes, já de 2017, apontam para o crescimento da produção de seguros. Em janeiro o setor estava a crescer mais de 4% nos ramos ‘não vida’ e 5% no ramo ‘vida’. E esta dinâmica deve e tem que continuar“, afirmou o responsável durante o Fórum Seguros, promovido pelo Jornal Económico e a PwC, em Lisboa.

Galamba de Oliveira sublinhou que o setor segurador representa hoje cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) português, em termos da produção anual, empregando cerca de 11 mil profissionais e interagindo com uma rede de 22 mil mediadores.

“Este setor contribui de forma determinante para a estabilidade e financiamento da nossa economia”, destacou, apontando para a resiliência demonstrada durante os anos da crise.

Quanto às tendências que vão marcar o setor segurador no futuro próximo, o líder da APS apontou para cinco áreas principais: as novas tecnologias, o crescimento, a rentabilidade, a proteção social e a profissionalização.

No que toca à questão da proteção social, nas situações de velhice, invalidez, dependência ou doença, Galamba de Oliveira não tem dúvidas de que o setor segurador vai ter “um papel crescente”, devido às dificuldades cada vez maiores de o Estado assegurar o mesmo nível de proteção aos cidadãos.

“Esta inevitabilidade abre espaço de intervenção ao setor segurador em áreas como, por exemplo, a dos seguros de saúde, que têm natureza suplementar das garantias proporcionadas pelo Serviço Nacional de Saúde, ou como a dos seguros de reforma que complementam a pensão pública de Segurança Social”, assinalou.

Neste capítulo, Galamba de Oliveira realçou a importância de ser promovida uma cultura de poupança das famílias e das empresas, “para que os cidadãos possam ter um papel ativo na preparação da reforma por velhice, de modo a evitar que a sua qualidade de vida e o seu rendimento, no período da reforma, diminua significativamente“.

E destacou a iniciativa que está a ser preparada pela Comissão Europeia no sentido de lançar um produto normalizado, em toda a zona euro, de poupança para a reforma, o denominado ‘Personal Pension Product’ (PEPP).

Já à margem do evento, à Lusa, o presidente da APS destacou algumas vantagens deste produto, como o facto de um cidadão poder mudar de país dentro do espaço europeu e manter o mesmo plano de poupança.

“Apesar de ser um produto normalizado, a parte fiscal tem que ser adaptada a cada país”, já que há diferenças assinaláveis neste domínio entre os Estados-membros da União Europeia, vincou, aproveitando para defender que “é preciso incentivar a poupança com benefícios fiscais”.

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Entregar plano da CGD à CPI? Seria “quebra de confiança”

Este é um dos argumentos que o Ministério das Finanças invoca para não entregar o plano de capitalização de 2012. Mário Centeno fala de uma "quebra de confiança irreversível".

Mário Centeno defende que entregar aos deputados da comissão parlamentar de inquérito (CPI) o plano de capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) referente a 2012 e dos relatórios de auditoria da Caixa será uma “quebra de confiança irreversível”. O Ministério das Finanças fala mesmo em “consequências sistémicas de dimensão difícil de determinar”.

O Ministério das Finanças explica, num documento dos serviços jurídicos a que o ECO teve acesso, porque não quer entregar o plano de capitalização da CGD em 2012 à comissão parlamentar de inquérito que está a investigar a gestão do banco público. Mário Centeno fala de uma “quebra de confiança irreversível num negócio que assenta nesse pressuposto”. O ministério refere ainda que estes documentos contêm dados “relativos ao ‘segredo do negócio’ suscetíveis de distorcer a concorrência em claro prejuízo do banco em causa”.

"A divulgação pública dessa informação (…) implicaria uma quebra de confiança irreversível num negócio que assenta nesse pressuposto e a disponibilização aos concorrentes da Caixa Geral de Depósitos de dados relativos ao ‘segredo do negócio’ suscetíveis de distorcer a concorrência em claro prejuízo do banco em causa”

Ministério das Finanças

“Tais consequências só seriam conjeturáveis se o acesso a tal informação fosse condição necessária para a conclusão da tarefa da Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do Banco (e nos limites do princípio da proibição do excesso) Mas não é assim”, lê-se no documento.

Este é um dos argumentos invocados por Mário Centeno no recurso que será enviado ao Supremo Tribunal de Justiça depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado o levantamento do sigilo bancário sobre os documentos que foram pedidos pelos deputados da CPI. Mas este recurso ainda tem de ser validado pela Relação de Lisboa e que só depois chegará ao Supremo, o que, segundo apurou o ECO, ainda não aconteceu.

O ministério refere-se aos planos de capitalização do banco referentes a 2012. Foi neste ano que foi acordada uma injeção de capital de mais de 1,6 mil milhões de euros. Em causa também está o plano de negócio e de reestruturação que foram negociados com as autoridades europeias em 2013.

Divulgação terá “consequências sistémicas”

Mário Centeno considera que a divulgação destes documentos pode ter consequências sistémicas. “Trata-se de informações que contendem com interesses protegidos, cuja divulgação pode assumir consequências sistémicas de dimensão difícil de determinar“, de acordo com os documentos.

“Na verdade, os documentos cujo sigilo vem levantado pelo acórdão impugnado permitem aceder a informação essencial relativa a opções da CGD sobre os critérios de avaliação da situação de clientes, sobre dados pessoais de clientes (a que normalmente só se pode aceder com a respetiva autorização), sobre os critérios da determinação de imparidades em operações de crédito, sobre as análises internas que incidem sobre esse acervo de informação e que constituem o pressuposto do posicionamento assumido em cada momento no mercado bancário”, defende o Ministério das Finanças.

O Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários também recorreram para o Supremo Tribunal de Justiça da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa. São dois pedidos de recurso, mas o objetivo é o mesmo: travar a divulgação da lista de grandes devedores da CGD requerida no âmbito da comissão de inquérito parlamentar à recapitalização do banco liderado por Paulo Macedo.

(Notícia atualizada às 16h13 com mais informação)

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Após o apagão, Fisco pode gastar mais de 1 milhão em TIC até 2019

As Finanças autorizaram o Fisco a gastar mais de um milhão de euros em informática nos próximos 3 anos. Um alegado "erro informático" é uma das justificações dada para o apagão das offshores.

A Autoridade Tributária e Aduaneira está autorizada a gastar mais de um milhão de euros a contratar serviços informáticos. A autorização foi publicada esta quarta-feira em Diário da República e é assinada pelo secretário de Estado do Orçamento, João Leão. Assim, o Fisco vai poder “proceder à aquisição de diversos serviços de manutenção de infraestruturas de tecnologias de informação e comunicação (TIC), pelo período de três anos”, lê-se na portaria de extensão de encargos.

Segundo João Leão, estes serviços são “fundamentais para que o sistema de suporte ao negócio apresente uma equipa suficiente para fazer face às exigências legais, bem como contribuir para uma equilibrada equipa de recursos humanos, capazes de fazer face a todas os parâmetros de exigência no âmbito da administração de plataformas“. O valor total dos encargos é de 1.272.706 euros (sem IVA), que será repartido entre 2017, 2018 e 2019. Mas o valor pode vir a ser superior: “As importâncias fixadas para cada ano económico poderão ser acrescidas do saldo que se apurar na execução orçamental do ano anterior”, esclarece a portaria.

Nas últimas semanas, o sistema informático da Autoridade Tributária e Aduaneira tem sido alvo de observações por parte dos responsáveis do próprio fisco, mas também de governantes. Em causa está a polémica à volta de uma discrepância nos números identificados aquando da publicação das estatísticas por parte da Autoridade Tributária: existem dez mil milhões de euros em transferências para offshores respeitantes ao período de 2012- 2014 que não foram fiscalizadas pela AT.

Segundo Azevedo Pereira, ex-diretor da AT, a ferramenta de transferência de informação utilizada então “terá transferido apenas uma parte da informação”. As explicações foram dadas na comissão de Orçamento e Finanças e corroboradas posteriormente por Rocha Andrade, o atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: “Os números que tinham sido corretamente — pelo menos tanto quanto sabemos — reportados à Autoridade Tributária pelas instituições financeiras não tinham sido corretamente extraídos dos ficheiros na passagem desses ficheiros depositados no Portal das Finanças para o sistema central da Autoridade Tributária”, explicou aos deputados.

Segundo divulgou a SIC, o software em questão chama-se Informatica e é da empresa PowerCenter. O software em causa falhou, tal como tinha indicado Rocha Andrade, por não ter lido todas as linhas das declarações enviadas pelos bancos e, mesmo assim, ter dado o processo como bem-sucedido. Em resposta, a empresa disse ainda ser cedo para saber se foi um erro do software em si ou dos utilizadores do Fisco. A Informatica argumentou que o sistema mudou entretanto e existem várias versões. A multinacional norte-americana afirma ainda que está a colaborar com as autoridades portuguesas na investigação da Inspeção Geral das Finanças.

Acresce que o apagão aconteceu num período em que os Sistemas de Informação da Autoridade Tributária estavam sem responsável. Paulo Núncio nunca chegou a nomear ninguém para o cargo de subdiretor nessa área, apesar da abertura de um concurso pela Cresap e da apresentação de três nomes pelo órgão de recrutamento da Administração Pública. Na mesma comissão, o ex-diretor da AT, Brigas Afonso, afirmou ter pedido a Paulo Núncio para nomear alguém para a área, que estava a ser dirigida apenas informalmente por Graciosa Delgado. Só a 14 de junho de 2016 foi publicado em Diário da República o nome do atual responsável pela informática, Mário Campos, disse ao ECO fonte da Cresap.

No entanto, existe outra versão da história. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) entende que a falta de controlo por parte do Fisco de algumas transferências para offshores resultou de ação humana. A primeira transferência de grande valor nestas circunstâncias foi comunicada pouco tempo depois de Brigas Afonso assumir funções como diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), e durante o seu período de férias. “Não houve problema no sistema informático. Houve problema com as pessoas que manejaram o sistema informático”, afirmou ao ECO Paulo Ralha, acrescentando que a própria transferência de ficheiros “carece também de intervenção humana”. Porém, falta apurar se “foi com dolo ou não”.

O ECO contactou o Ministério das Finanças para perceber se a autorização dos encargos com serviços TIC está relacionada com o reforço da equipa de informática da AT, mas não obteve resposta até ao momento de publicação desta notícia.

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Montepio tem plano B para evitar aumentar capital

Félix Morgado já respondeu ao exame do Banco de Portugal que aponta falhas ao Montepio e tem quatro ações específicas que valem cerca de 150 milhões de euros nos rácios do banco.

O exame crítico do Banco de Portugal ao Montepio, já se sabe, tem em conta os números do banco a 31 de dezembro de 2015, alguns dos riscos já foram corrigidos em 2016, mas os avisos — e as exigências de capital consequentes — para este ano têm de ter resposta de José Félix Morgado. E segundo apurou o ECO, há quatro pontos essenciais na avaliação da supervisão aos quais o presidente do banco tem de dar resposta para beneficiar de uma majoração nas exigências de capital ainda a serem definidas pelo banco central. E que podem diminuir as novas metas para este ano em cerca de 150 milhões de euros.

A notificação para audição prévia do Montepio no âmbito do SREP (do inglês, Supervisory Review and Evaluation Process) chegou no dia 12 de janeiro deste ano, ainda assinada pelo anterior diretor do departamento, Carlos Albuquerque — agora de saída para a administração da CGD. E o banco respondeu no dia 31, ponto por ponto, às observações do regulador. Nomeadamente a exposição face ao acionista [Associação Mutualista], a avaliação de risco, o risco de crédito, a auditoria interna e as exposições estratégicas. Críticas duras e a expor, também, a relação de dependência excessiva e mútua entre a associação e o banco.

Até hoje, o Banco de Portugal não tinha ainda concluído o processo que, no ano passado, demorou cerca de dois meses entre a notificação prévia e a conclusão definitiva do relatório e imposição dos respetivos rácios de liquidez e capital. Curiosamente, em 2015, com reporte ao ano de 2014, esta notificação preliminar chegou em outubro e antes do final do ano já estava o processo concluído. Este ano, o processo está atrasado.

O Montepio ainda não sabe quais são os rácios que o Banco de Portugal vai exigir, particularmente os de capital, para 2017. Mas já sabe que em quatro pontos específicos poderá ter um benefício de 0,25 pontos base por cada um se os cumprir nos termos definidos pelo regulador, ou seja, no total, cerca de 150 milhões de euros. É o que está na carta-notificação recebida no início do ano. Quais são?

  1. Transformação do regime jurídico do banco em Sociedade Anónima.
  2. Desalavancagem da exposição aos bancos que tem em Moçambique (Banco Terra) e em Angola (Finibanco Angola).
  3. Cumprimento do plano de venda de imobiliário.
  4. Venda de ativos NPL (Non Performance Loans).

De acordo com fontes que conhecem o processo, José Félix Morgado está a trabalhar de forma intensa para garantir estas quatro operações e evitar a necessidade de um aumento de capital. Por todas as razões, desde logo a situação financeira do próprio acionista, a Associação Mutualista.

O presidente da Caixa Económica Montepio ainda não fechou os resultados de 2016, mas já é certo que vão melhorar face aos 243,3 milhões de euros de prejuízos em 2016. Nos primeiros nove meses, foram de 67,5 milhões de euros e, até ao final do ano, não terão aumentado de forma significativa. “Ficarão claramente abaixo dos 100 milhões”, revela uma fonte ao ECO. Em 2017, Morgado quer ter o Montepio a dar lucros.

A transformação em Sociedade Anónima está em curso, depois da mudança de estatutos da Caixa Económica e o processo deverá estar concluído em maio. Já a operação de redução de exposição ao risco em Angola e Moçambique, através da transferência dos bancos detidos pelo Montepio para uma holding — a ARISE, que terá outros ativos do Rabobank, do Norfund e do FMO — também deverá estar concluída este ano e isso permitirá evitar a consolidação das contas em Lisboa. Um processo, de resto, que é idêntico ao que foi seguido pelo BPI em Angola, por imposição do BCE.

As outras duas operações críticas para o Banco de Portugal são a venda de NPL e a redução da exposição ao crédito imobiliário. Neste segundo caso, o Montepio tinha em balanço, em 2014, mais de 1.700 milhões de euros de imobiliário e no passado as vendas superaram os 200 milhões de euros. No retalho, em vez da venda por grosso, que tem haircuts mais significativos. De acordo com os objetivos da administração do banco para os próximos três anos, as vendas de imobiliário deverão atingir, em média, os 230 milhões de euros por ano.

Já a venda de crédito NPL (Non Performance Loans), Félix Morgado está a trabalhar na alienação de um pacote de mil milhões de euros, em parceria com a JP Morgan, que deverá estar concluída em julho. O Montepio não vai, assim, esperar pela iniciativa do governo de criação de um veículo para a totalidade dos NPL da banca portuguesa.

O Montepio aguarda, agora, a fixação dos objetivos de rácio de capital total e Core Tier one para 2017. Nos primeiros nove meses de 2016, o banco registou um rácio, respetivamente, de 11,01% e de 10,43%, segundo os resultados apresentados publicamente.

A seguir, o Montepio deverá ser obrigado a fazer uma emissão de obrigações subordinadas, na sequência das exigências do Banco de Portugal e das que são decididas pelo BCE para os bancos que supervisiona. A gestão do banco não sabe ainda a data dessa emissão, mas admite que só venha a realizar-se em 2018.

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Turismo: Há “perspetivas muito interessantes”

  • Lusa
  • 15 Março 2017

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, descreve como “fantásticos” os números do crescimento das dormidas de turistas, em janeiro. E está otimista para este ano.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, caracterizou os números do crescimento das dormidas de turistas em janeiro como “fantásticos” e que “abrem perspetivas muito interessantes para 2017”.

“São números fantásticos, que mostram que o crescimento do Turismo continua a ser muito forte, abrem perspetivas muito interessantes para 2017”, comentou o governante à agência Lusa, notando estar a formar-se um padrão nas estatísticas de “um crescimento muito forte do Turismo na época baixa, baseado em novos mercados”.

Caldeira Cabral comentava que depois do “recorde de 2016, com 19 milhões de turistas”, se assistiu em janeiro a um novo crescimento de “dois dígitos, com as dormidas a aumentarem quase 13%, com as dormidas de estrangeiros a aumentarem 17,6% e com os proveitos de hotelaria a continuarem a crescer acima do número de visitantes: 18% em janeiro”.

O ministro notou que os “mercados tradicionais cresceram bem”, “mas houve um crescimento muito forte quer do Brasil, quer dos Estados Unidos”, referindo a aposta que tem sido feita de “atração e diversificação de mercados”.

Falando no primeiro dia da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre até domingo na FIL, o ministro aproveitou para destacar à Lusa o “otimismo que se vê” no local.

“Ainda agora nos estavam a dizer que é a melhor feira de sempre, que começou a recuperar e que está a afirmar-se de forma muito forte. O sentimento que está aqui é de otimismo, que está haver uma boa colaboração entre os privados e o setor público, que conseguem estes resultados fantásticos para Portugal”, disse.

O governante recordou ainda as 64 novas rotas aéreas em 2016 e a programação para este ano de 51, resultado de um “trabalho muito grande” e que faz com que rotas habituais de verão também se façam no inverno. O ministro acrescentou que as 64 novas rotas se dividiram entre os vários aeroportos nacionais.

“Há espaço para o crescimento do Turismo para todo o país, é isso que queremos: é que os turistas que já visitam Lisboa, o Porto e o Algarve possam visitar também outras partes do território. Descobrir outros aspetos em Portugal, o que já estão a fazer hoje e é isso que também dá mais sustentabilidade a este crescimento no Turismo”, argumentou.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou hoje que as dormidas na hotelaria aumentaram 12,6% em janeiro, face ao mesmo mês de 2016, principalmente devido aos residentes no estrangeiro, que contribuíram com uma subida de 17,6%.

A hotelaria registou 984,6 mil hóspedes e 2,4 milhões de dormidas em janeiro de 2017, o que equivale a acréscimos homólogos de 14% e 12,6% (mais 8,1% e 10,6% respetivamente em dezembro de 2016).

As dormidas do mercado interno aumentaram 2,4% (5,1% em dezembro de 2016), e as de mercados externos cresceram, então, 17,6% (14% em dezembro), segundo o INE.

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Programa de Estabilidade apresentado a 19 de abril

  • Lusa
  • 15 Março 2017

O Governo vai apresentar no dia 19 de abril o Programa de Estabilidade. O agendamento foi revelado por Duarte Pacheco.

O Governo apresentará no dia 19 de abril na Assembleia da República o Programa de Estabilidade, foi hoje decidido em conferência de líderes parlamentares.

O agendamento da apresentação do Programa de Estabilidade foi comunicado aos jornalistas pelo porta-voz da conferência de líderes, o secretário da mesa Duarte Pacheco.

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