Wall Street fecha em terreno positivo… mas por pouco

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Fevereiro 2017

Os ganhos foram curtos em véspera de fim-de-semana prolongado nos Estados Unidos. Os investidores aguardam sinais de políticas de Donald Trump.

Os mercados norte-americanos fecharam em terreno positivo, mas por pouco. O Dow Jones valorizou 0,02%, para 20.624,05 pontos, já o S&P 500, índice de referência dos EUA, ganhou 0,17%, para 2.351,16 pontos. Só o Nasdaq conseguiu avançar um pouco mais — 0,41%, para 5.838,58 pontos — isto antes de um fim de semana prolongado. Segunda-feira é o Dia dos Presidentes.

Ainda assim, Wall Street conseguiu resultados melhores hoje, depois de na quinta-feira dois dos três principais índices terem recuado, corrigindo da maior série de recordes consecutivos em 25 anos. Ganhos esses marcados pelos sinais de maior robustez da economia e pela antecipação de cortes nos impostos. Mas os investidores precisam agora de sinais concretos de Trump no que diz respeito à sua política.

“As pessoas estão a focar-se apenas na parte boa daquilo que eram as suas promessas de campanha” e “o que me deixa nervosa é que parece que o mercado está a ignorar o que poderia acontecer à imigração, ao comércio, à saúde — as implicações negativas que poderia advir de um governo protecionista”, salienta Lindsey Bell, da CFRA Research, à Reuters.

A política anti-imigração de Donald Trump continua a dar que falar. Hoje, a Associated Press diz que o presidente norte-americano estará a considerar pôr 100 mil oficiais da Guarda Nacional a combater a imigração ilegal no país. Mas o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, garantiu que não, falando em informações “irresponsáveis”. Ainda assim, Trump já prometeu para breve um novo decreto sobre o tema, que vai “proteger totalmente” o país.

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Cross Country completa gama. Veja os preços

A Volvo V90 Cross Country já chegou. Com esta versão com um look mais todo-o-terreno, fica completa a gama da fabricante sueca. Os preços arrancam nos 60 mil euros.

A Volvo completou o lançamento da gama 90. E fechou com “chave de ouro” ao lançar a V90 Cross Country, um misto de carrinha com um espírito de todo-o-terreno, mas com um interior luxuoso. O mais recente modelo desta gama já está à venda no mercado nacional com preços que começam nos 60 mil euros.

Depois de revelar a nova V90 Cross Country, a Volvo Car Portugal revela agora as versões que estarão em vigor. “Estará disponível em três motorizações distintas, duas a diesel e uma a gasolina, todas com tração AWD, sendo possível escolher entre transmissão manual de 6 velocidades ou automática de 8 velocidades, na motorização a diesel de 190 cv”, refere a marca.

Quanto a preços, variam entre os 60.304 euros da Cross Country D4, com motor a gasóleo de 190 cv, chegando aos 74.121 euros na versão mais potente a diesel, a Cross Country PRO D5. Mais cara só a versão PRO T6, a gasolina, com um potente motor de 320 cv que obrigará a desembolsar quase 78 mil euros, de acordo com a informação avançada pela Volvo.

Veja os preços:

  • Cross Country D4 – 190cv Manual – 6V 60.304€
  • Cross Country D4 – 190cv Geartronic – 8V 62.920€
  • Cross Country PRO D4 – 190cv Manual – 6V 64.486€
  • Cross Country PRO D4 – 190cv Geartronic – 8V 67.102€
  • Cross Country D5 – 235cv Geartronic – 8V 69.939€
  • Cross Country PRO D5 – 235cv Geartronic – 8V 74.121€
  • Cross Country T6 – 320cv Geartronic – 8V 73.697€
  • Cross Country PRO T6 – 320cv Geartronic – 8V 77.879€

A V90 Cross Country segue a linha da restante gama 90, mas aposta num design diferenciador. “As linhas exteriores da V90 Cross Country ilustram as capacidades dinâmicas e potentes do modelo, sendo também possível uma escolha entre pormenores mais robustos ou mais elegantes”, sublinha a marca.

Se as linhas exteriores dão um look mais todo-o-terreno, o que em Portugal tem atraído muitos consumidores, no interior está garantido o luxo. Dentro desta topo de gama da marca sueca reinam materiais de elevada qualidade aliados também à tecnologia. A Volvo nota que a Cross Country “conta com os benefícios de conectividade e entretenimento estreados nos novos S90 e V90”.

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BE: Polémica da CGD “ficou resolvida no ano passado”

Catarina Martins garantiu que PSD e CDS "ficaram sem nada para dizer ao país e estão entretidos" com os SMS de Mário Centeno e António Domingues. Já o PCP diz que nova comissão é um ataque à Caixa.

Catarina Martins demarcou-se esta sexta-feira da polémica em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD), defendendo que “o problema ficou resolvido no ano passado”. Numa conferência de imprensa, a líder do Bloco de Esquerda (BE) garantiu que “se houve a intenção — que houve — de criar uma exceção para a caixa, essa intenção foi derrotada no Parlamento e o BE não compactuou com faltas de transparência”.

“Nós não temos nenhuma dúvida. Houve um decreto-lei para excecionar a anterior administração da CGD de uma série de obrigações”, referiu, acusando depois o PSD e o CDS de estarem a alimentara polémica pois “ficaram sem nada para dizer ao país e estão entretidos com SMS”, disse, referindo-se às mensagens trocadas por telemóvel entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ex-administrador do banco, António Domingues.

“A polémica, tanto quanto consigo perceber, tem a ver com o facto de o anterior conselho de administração não querer entregar as declarações de rendimentos. É uma polémica que ficou resolvida no ano passado”, sublinhou.

Sobre a demissão de José Matos Correia da Comissão de Inquérito à CGD, Catarina Martins disse que é “mais uma de muitas coisas incompreensíveis que PSD e CDS têm feito”. “Essa comissão ainda não chegou ao fim. Não querem saber porque é que a Caixa foi recapitalizada, querem saber de outra coisa qualquer”, acusou a líder do BE.

Por último, sobre a notícia de que os sociais-democratas e os centristas estão a preparar uma nova comissão de inquérito de âmbito mais alargado, Catarina Martins referiu que “ainda não há documento nenhum escrito e não quero estar a dizer que a ideia do PSD e CDS não tem nenhum sentido”. Para já, a ideia é garantir a estabilidade do banco público: “Há uma nova administração e os critérios de transparência, tanto quanto sabemos, estão a ser cumpridos”, concluiu.

Esta sexta-feira, Carlos César, do PS, já tinha dito que os partidos da oposição “não descansam enquanto não matarem a CGD”. “Esta comissão deve continuar a trabalhar para produzir o seu relatório. Continuaremos a trabalhar até ao limite temporal no final de março, isto se o PSD e CDS não desistirem de saber o que queriam saber que era o que levou à recapitalização” da CGD, defendeu o presidente do PS.

PCP acusa PSD e CDS de quererem “destruir Caixa”

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, também acusou esta sexta-feira PSD e CDS-PP de apenas quererem atacar a CGD ao proporem uma nova comissão de inquérito e sublinhou que os problemas “legais e constitucionais” se mantêm quanto à divulgação de comunicações privadas.

Questionado se o PCP se oporá à constituição de uma nova comissão de inquérito sobre a Caixa, hoje anunciada por PSD e CDS-PP, o líder parlamentar comunista João Oliveira referiu que, pelas informações divulgadas, esta será de efeito potestativo (obrigatório). “A menos que o objeto não seja admissível, mas essa é uma decisão que não cabe ao PCP, cabe ao Presidente da Assembleia da República”, disse João Oliveira, acrescentando que, se a comissão for constituída, o PCP irá integrá-la.

Sem serem ainda conhecidos os termos em que a comissão de inquérito será proposta, o líder parlamentar do PCP acusou PSD e CDS-PP de quererem “utilizar a Caixa como tema de intervenção política com o objetivo de atacar a Caixa, procurando criar condições para a sua privatização e daí tirar dividendos políticos”. “Só assim é compreensível que antes de terminada a comissão de inquérito que propuseram potestativamente, já estejam a apresentar uma nova proposta para outra comissão de inquérito”, criticou.

Caso o objeto venha a incidir na divulgação e transcrição das mensagens trocadas entre o ministro das Finanças e o anterior presidente do banco público, João Oliveira salientou que “os problemas constitucionais e legais” que foram apontados pela esquerda parlamentar na atual comissão de inquérito se manterão. “A Constituição não foi alterada desde quarta-feira, as pretensões de PSD e CDS-PP são inconstitucionais e ilegais”, defendeu.

PSD e o CDS-PP anunciaram hoje que vão avançar com a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o envolvimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, na polémica da Caixa Geral de Depósitos, disseram à Lusa fontes dos dois partidos. As mesmas fontes adiantaram que a futura comissão averiguará o período desde a negociação para a nomeação da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), presidida por António Domingues, até à demissão do gestor, na sequência da controvérsia com a entrega das declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional.

A iniciativa surge após a esquerda parlamentar ter inviabilizado esta semana a análise da troca de comunicações entre o ministro das Finanças e António Domingues na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos que já está constituída. A nova comissão de inquérito, requerida com caráter potestativo (obrigatório), visa, segundo o PSD e o CDS-PP, “perceber a quem mentiu o ministro Mário Centeno”, adiantaram as mesmas fontes sem adiantarem mais explicações.

A constituição de uma nova comissão de inquérito surge um dia depois de o deputado do PSD José Matos Correia ter anunciado a demissão de presidente da comissão parlamentar de inquérito à CGD por considerar que os direitos das minorias parlamentares previstos não estavam a ser respeitados.

Na quinta-feira, o PSD disse que ia decidir a sua posição política relativa à comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD e o CDS referiu que iria ponderar sobre como devem decorrer os trabalhos, na sequência da demissão do presidente deste órgão parlamentar. A reunião de mesa e coordenadores da comissão de inquérito à gestão da CGD, que também se realizou na quinta-feira, foi inconclusiva, pelo que foi reagendado novo encontro para terça-feira.

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Política de melhoria dos rendimentos vai continuar

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2017

O primeiro-ministro salienta que "o primeiro passo do combate à pobreza é a melhoria do rendimento de cada família".

O primeiro-ministro prometeu hoje que o Governo vai dar seguimento à “estratégia de melhoria dos rendimentos das pessoas”, considerando ser o melhor caminho para o combate à pobreza.

Temos de prosseguir essa estratégia de melhoria dos rendimentos, com a melhoria das pensões, com a melhoria dos apoios sociais e, sobretudo, com a melhoria dos salários, desde logo do salário mínimo nacional”, disse António Costa.

Para o primeiro-ministro, “o primeiro passo do combate à pobreza é a melhoria do rendimento de cada família, para que tenha o rendimento necessário para não estar abaixo do limiar da pobreza”.

O chefe do Governo discursava na Escola Secundária de Freamunde, Paços de Ferreira, onde presidiu à cerimónia de apresentação do programa de reabilitação de bairros sociais.

O programa prevê intervenções em cerca de 8.500 casas, beneficiando mais de 25.000 pessoas, num investimento que pode atingir os 115 milhões de euros.

Antes da cerimónia, António Costa, acompanhado do presidente da Câmara de Paços de Ferreira, o socialista Humberto Brito, visitou o bairro social do Outeiro, em Freamunde, onde já estão a ser realizados melhoramentos.

Insistindo na necessidade de melhorar o rendimento pessoas, defendeu no seu discurso que, se tal for realizado, “as famílias podem viver melhor, podem investir mais na educação dos seus filhos, melhorar a qualidade da sua alimentação e também melhorar o conforto das suas habitações”.

Para António Costa, “o Governo pode-se orgulhar de reabrir as políticas públicas de habitação”. “É um pequeno passo, mas é com pequenos passos que nós iniciamos a caminhada“, afirmou, referindo-se também aos apoios que serão disponibilizados para que a classe média possa arrendar casas nos centros das cidades.

“É por isso que temos de ter um mercado de arrendamento dinâmico, mas não pode ser só para quem é rico, tem que ser acessível a todas as famílias e, sobretudo, às novas gerações. É prioritário esta nova geração de políticas de habitação e é essencial voltarmos a olhar para os bairros sociais”, afirmou.

Costa prosseguiu, afirmando que a solução não é deitar abaixo e fazer de novo, mas fazer os investimentos na recuperação dos edifícios.

“A boa solução não é deitar abaixo e fazer de novo. A boa solução é fazer os investimentos necessários para que eles recuperem a qualidade que já tiveram ou poderem passar a ter a qualidade que a vida hoje, no século XXI, exige que tenha”, frisou.

“Esta é uma grade oportunidade, que temos de aproveitar, de mobilização dos fundos comunitários” concluiu.

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Netflix é popular, mas poucos portugueses subscrevem

Um estudo da Anacom revela que apenas 2% dos portugueses com dez ou mais anos subscrevia o Netflix em Portugal no terceiro trimestre de 2016.

Serviços de streaming de filmes e séries como o Netflix, FoxPlay (da Fox) e Nplay (da Nos) estão em Portugal há já dois anos. No entanto, apesar de populares, são pouco utilizados pelos portugueses, revela um relatório publicado pela Anacom esta quinta-feira. Por exemplo, o inquérito apurou que, no terceiro trimestre de 2016, só 2% dos portugueses com dez ou mais anos subscrevia o Netflix, apesar da notoriedade do serviço. A penetração dos restantes serviços era inferior a 1% no período analisado.

No que toca ao Netflix, três em cada quatro utilizadores do serviço em Portugal recorreram às aplicações móveis, que é como quem diz, viram filmes e séries em dispositivos como o telemóvel ou o tablet. Já a “box do prestador de pay TV” foi usada por 31% dos subscritores, indica o estudo. Indo além destes serviços, o estudo permitiu apurar que, entre os” consumidores de internet no telemóvel, cerca de 80% acedia às redes sociais, 65% consultava mapas, 63% visualizava vídeos, 44% ouvia música, 29% jogava online, 19% acedia ao mobile banking e 10% via TV online”, indica a Anacom.

Portugal encontra-se abaixo da média dos 28 Estados-membros da União Europeia (UE) no que toca à visualização de conteúdos de vídeo a partir de serviços a pedido como os referidos acima. Segundo o estudo divulgado pelo regulador português das comunicações, só 9% dos portugueses com acesso à internet o fez, menos 12 pontos percentuais do que a média da UE. “Alargando ao total de indivíduos (16 a 74 anos), Portugal continuava na 22ª posição do ranking com uma penetração de 6%”, lê-se no documento.

Em contrapartida, o país está acima da média da UE no que diz respeito ao consumo de conteúdos online como música, imagens e jornais ou revistas — com exceção dos filmes e séries. “O acesso a música e filmes ou séries online tende a ser efetuado, sobretudo, através da partilha desses conteúdos em websites”, aponta o relatório. Quanto aos conteúdos preferidos? Foram principalmente os gratuitos e, depois, os que não têm anúncios.

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Só há mil cheques para carros elétricos

As candidaturas para receber o incentivo de 2.250 euros na compra de carros elétricos vão arrancar a 18 de fevereiro. Saiba como pode obter este apoio limitado aos primeiros mil carros.

Comprou, ou vai comprar, um carro elétrico? O apoio que já tinha sido anunciado vai finalmente começar a ser entregue. O Ministério do Ambiente, através do Fundo Ambiental, vai abrir a 18 de fevereiro as candidaturas para atribuir cheques no valor de 2.250 euros para carros totalmente elétricos. Só haverá, contudo, mil cheques.

Depois de alguns meses de indefinição quanto à forma como iria funcionar o novo apoio à compra de automóveis elétricos — depois de terminado o programa de incentivo ao abate –, o Governo marca agora o arranque do período em que os particulares que comprarem carros movidos a energia elétrica podem pedir o incentivo.

Prevê-se a atribuição de 2.250 euros a quem adquira um veículo ligeiro 100% elétrico, novo, sem matrícula, com data a partir de 1 de janeiro de 2017“, refere o Ministério do Ambiente em comunicado, notando que “o prazo limite para a apresentação de candidaturas e de todos os documentos obrigatórios é 30 de novembro, sob pena de exclusão ou não aceitação da candidatura”.

O incentivo de 2017 cessará assim que forem atribuídas as primeiras mil unidades de incentivo”. Ou seja, só há mil cheques para distribuir, o que irá perfazer um total de 2,25 milhões de euros, com o objetivo de “dar continuidade à implementação de medidas de aceleração do uso de energias de tração alternativas e ambientalmente mais favoráveis, dado o seu contributo para a melhoria da qualidade do ar, redução de ruído e desaceleração do processo de alterações climáticas”.

Como aceder? Saiba aqui

Se pretende comprar, ou já comprou um carro elétrico este ano, conheça a resposta às principais dúvidas sobre como aceder ao incentivo atribuído pelo Fundo Ambiental.

Quem pode aceder a este incentivo?

São elegíveis pessoas singulares, limitadas a um veículo cada, e pessoas coletivas, estando estas limitadas a um máximo de cinco veículos cada, sendo que tem de adquirir um veículo ligeiro 100% elétrico, novo, sem matrícula, com data a partir de 1 de janeiro de 2017.

Tem de entregar um carro em fim de vida?

Ao contrário do anterior incentivo à compra de automóveis elétricos, para concorrer não será necessário o abate de um veículo em fim de vida. Basta apresentar a candidatura para receber o incentivo.

Qual o valor do incentivo?

“Prevê-se a atribuição de 2.250 euros a quem adquira um veículo ligeiro 100% elétrico”, refere o Ministério do Ambiente.

O que é preciso fazer para ter este incentivo?

É preciso fazer uma candidatura. Terá de apresentar uma fatura proforma ou proposta de compra e venda do veículo a adquirir, em nome do beneficiário, em que conste o número do chassis ou, no caso de o veículo ser introduzido no consumo em regime de locação financeira, cópia da minuta de contrato em questão, assinada em nome do beneficiário e com duração mínima de 24 meses.

Que documentos são necessários?

Além da fatura proforma ou proposta de compra e venda do veículo, o beneficiário terá quatro meses (até ao final de novembro deste ano) para apresentar uma “certidão de não dívida do beneficiário perante a Autoridade Tributária e Aduaneira” e uma “certidão de não dívida do beneficiário perante a Segurança Social”.

Onde se pode fazer essa candidatura?

“A submissão do formulário de candidatura, bem como de todos os documentos relativos ao beneficiário e à operação, deverá ser efetuada através da aplicação disponibilizada no website do Fundo Ambiental (www.fundoambiental.pt)”, refere o Ministério do Ambiente.

Todos os proprietários vão ter direito a este incentivo?

Não. O “incentivo de 2017 cessará assim que forem atribuídas as primeiras mil unidades de incentivo”, nota o comunicado.

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Governo quer acelerar portarias de extensão

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Fevereiro 2017

Vieira da Silva diz que há margem para "simplificar" os critérios que atualmente vigoram na publicação destas portarias.

O Governo está disposto a acelerar o prazo de publicação de portarias de extensão, o que tem efeitos na abrangência de aumentos salariais e de outras condições negociadas entre patrões e associações sindicais.

No final da reunião de concertação social desta sexta-feira, o ministro do Trabalho disse que é possível “simplificar” os critérios que são hoje tidos em conta para a publicação destas portarias. No próximo encontro dos parceiros sociais, o Governo vai então apresentar “uma proposta de simplificação do processo” e de “redução dos tempos”, afirmou Vieira da Silva.

Os patrões já disseram que não querem mexidas no Código do Trabalho mas esta questão não deverá exigir esse tipo de mudanças. Vieira da Silva entende que, por isso, a medida não deverá passar pelo Parlamento. “Podemos entender uma intervenção legislativa que seja regulamentadora do Código do Trabalho sem o alterar e, aí, já não precisará de ter uma intervenção da Assembleia da República” embora o modelo ainda não esteja fechado, disse o ministro do Trabalho.

"Não estou a ver nenhuma necessidade de alterar a legislação laboral a esse nível.”

Vieira da Silva

Ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social

Atualmente, os critérios de emissão de portarias de extensão constam de uma resolução do Conselho de Ministros. “A solução que hoje existe é esdrúxula no sentido em que não é muito adequada porque há uma resolução do Conselho de Ministros, que é um instrumento com poder legislativo limitado, que se está a sobrepor a normas do Código do Trabalho, que é uma lei da Assembleia da República”, sublinhou o governante. A questão também tinha sido levantada pelas confederações sindicais, que já defenderam a revogação daquela resolução.

As portarias de extensão alargam a todo o setor as condições de trabalho negociadas em contratação coletiva, que podem abranger matérias tão diversas como a organização do tempo de trabalho ou os salários mínimos de cada categoria profissional. Num primeiro momento, os acordos que resultam da negociação coletiva abrangem apenas trabalhadores e empregadores filiados nas associações subscritoras — só com portarias de extensão estas condições são alargadas a todo o setor.

Para Vieira da Silva, estão em causa instrumentos que garantem “equidade” entre trabalhadores e defendem “as empresas de uma concorrência menos leal“. Sem portarias de extensão, há empresas que podem praticar condições inferiores às negociadas em contratação coletiva, nomeadamente tabelas salariais mais baixas — basta não estarem filiadas nas associações sindicais que subscrevem o acordo.

Além disso, a extensão potencia a negociação coletiva, frisou Vieira da Silva — a ausência destas portarias faz com que as entidades empregadoras tenham “menos apetência para negociar porque sabem que vão ser colocadas numa situação prolongada de desigualdade face a empresas que não subscreveram esse acordo coletivo”.

“É preciso que funcione bem e é preciso que seja rápido na sua emissão, ou seja, que os serviços públicos tenham a capacidade de rapidamente dar uma resposta quando as partes pedem a extensão para outras empresas, outros trabalhadores, dos acordos que fizeram”, afirmou o ministro, que acredita num entendimento entre parceiros sociais. Aliás, tanto confederações patronais como sindicais defenderam sempre a existência de portarias de extensão, opondo-se aos critérios apertados que começaram por ser introduzidos em 2012 (e depois alargados).

A CGTP diz que também é preciso reforçar a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e “essa é talvez a maior das dificuldades”, concluiu o ministro do Trabalho. “Mas também é possível mobilizar melhor”, acrescentou, indicando que, em tempos, o Ministério já teve mais de 100 portarias para emitir e chegou a fazê-lo “num prazo médio de 30 e poucos dias”. Simplificar a legislação permitirá uma aproximação a essas condições, rematou o governante, acrescentando que os critérios atuais, fixados pelo Executivo de Passos Coelho, dificultam os prazos.

Quanto mais rápida a emissão, “menos relevante” a retroatividade

Uma questão que divide patrões e sindicatos é a retroatividade de cláusulas pecuniárias, que abrangem, por exemplo, os aumentos dos salários mínimos negociados para cada categoria profissional. A resolução do Conselho de Ministros diz que, no máximo, estas normas só podem ser retroativas ao primeiro dia do mês da publicação da portaria de extensão. Mas há portarias que surgem muito depois de publicada a convenção coletiva cujas regras vão ser estendidas. Em alguns casos, o atraso chega a ser de dois anos, disse já a UGT.

Vieira da Silva admite que é um problema “muito importante” e acrescenta: “quanto mais curto é o período [de publicação], menos relevância tem o problema da retroatividade”. Enquanto as centrais sindicais exigem efeitos retroativos, os patrões contestam essa solução. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) afirmou hoje que a retroatividade “de vários meses” prejudica a tesouraria das empresas. Já Arménio Carlos, da CGTP garante que não aceita que as convenções coletivas entrem em vigor num determinado mês e, “por atraso das portarias de extensão, os salários que são alargados aos restantes trabalhadores de empresas que não são filiadas só entrem dois, três ou quatro meses depois em vigor”.

Questionado sobre se admite que exista retroatividade mesmo que a portaria seja publicada logo no mês seguinte à convenção que estende, Vieira da Silva respondeu: “não é posto em causa por ninguém a existência de uma retroatividade com essa dimensão”.

Para a UGT, o prazo que a central defende — de dois ou três para a emissão de portarias — resolvia “a questão da retroatividade” porque as “empresas podem perfeitamente suportar” o pagamento dos valores acumulados nesse período.

 

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Lisboa vai ter convento aberto à comunidade

  • ECO + SCML
  • 17 Fevereiro 2017

A Misericórdia de Lisboa vai reabilitar o Convento “Coleginho”, primeiro edifício a albergar a Companhia de Jesus.

O antigo Convento de Santo Antão-o-Velho, também conhecido como o “Coleginho”, foi o primeiro edifício a albergar a Companhia de Jesus, tendo sido um importante centro de produção e difusão de conhecimento científico no mundo português da 1ª modernidade. Referenciado antes do século XVI, e localizado num dos bairros históricos da cidade de Lisboa, a Mouraria, este edifício histórico faz parte do património da Misericórdia de Lisboa desde 2015, tendo uma área bruta de 2.606,53 m2.

O “Coleginho” será, por um lado, um lugar de diálogo cultural e religioso, que promove a aproximação das pessoas, designadamente através de atividades culturais e sociais, e, por outro, um espaço vocacionado para o turismo local cujas receitas assegurarão a sua sustentabilidade.

O edifício, com três pisos, tem três entradas com funções diferenciadas. A entrada principal, na Rua Marquês de Ponte de Lima, dá para o átrio, receção, bengaleiro e claustro, que vai albergar a exposição “Espaço Memória do Coleginho”. Daqui poderá também aceder-se a um cibercafé, a uma sala que antecede o Espaço Memória, a um auditório e a uma imponente escadaria.

Na ala norte do primeiro andar, existem uma biblioteca, uma sala de leitura e uma sala multimédia. Já na ala poente, haverá um espaço para workshops, outro para atividades polivalentes, um restaurante, cozinha e restantes serviços.

No segundo piso haverá um núcleo de residência temporária, com 13 quartos, assim como uma residência para as Escravas do Sagrado Coração de Jesus.

A recuperação deste edifício tem como objetivo devolver-lhe a autenticidade e a dignidade originais e insere-se no plano da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de reabilitar e rejuvenescer o património da cidade, possibilitando a utilização e o usufruto de espaços devolutos à comunidade.

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Novo Banco: Governo em negociações exclusivas com a Lone Star

  • ECO
  • 17 Fevereiro 2017

O Governo vai encetar negociações exclusivas com o fundo norte-americano com vista à venda do banco de transição. Vai seguir a recomendação do regulador após o Lone Star ter melhorado a oferta.

O Lone Star está cada vez mais perto de ficar com o Novo Banco. O Governo recebeu uma recomendação do supervisor do setor financeiro, o Banco de Portugal, para avançar para uma nova fase do processo com o fundo norte-americano. Depois de melhoradas as condições da oferta, António Costa e o fundo vão agora entrar em negociações exclusivas, revela o Expresso. A informação já foi confirmada pelo ECO.

A recomendação do supervisor não é vinculativa. Contudo, é um parecer positivo para que o Executivo aceite a proposta melhorada apresentada pelo fundo norte-americano com vista à compra do banco liderado por António Ramalho. Segundo o jornal, o Governo vai dar mais um passo neste processo depois dos sinais positivos dados pelo Lone Star que abrem espaço a um entendimento. Fora de jogo fica, assim, o consórcio Apollo/CenterBridge.

Desde a proposta inicial até agora, o Lone Star reviu as condições exigidas no âmbito deste processo. Se inicialmente pretendia que fossem dadas garantias estatais para eventuais perdas no “side bank”, agora essas foram deixadas cair, algo que agrada ao Governo já que essas garantias teriam implicações no défice.

O Lone Star dá mais um passo para a compra, mas não de 100% do Novo Banco. É provável que se assista a uma compra conjunta de ações do Novo Banco por parte do Estado e do Lone Star ao Fundo de Resolução, com a consequente capitalização em proporção do capital de cada um.

A maioria do capital terá de ser sempre de Lone Star, para o Novo Banco deixar de ser um “banco de transição”, e, neste contexto, o Governo está a negociar com o Eurostat uma solução que permita que o apuramento do impacto dessa operação no défice seja feito apenas quando se efetivar uma venda posterior da posição do Estado, revelaram ao ECO várias fontes conhecedoras do processo.

(Notícia atualizada às 19h00 com mais informação)

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Lesados da PT/Oi formam associação e avançam em tribunal contra bancos

  • ECO
  • 17 Fevereiro 2017

Cerca de 100 clientes que investiram em produtos relacionados com dívida da PT estão a criar uma associação de lesados e vão processar os bancos que serviram de intermediários financeiros.

Cerca de 100 clientes que investiram em produtos relacionados com dívida da PT estão a criar uma associação de lesados e vão processar os bancos que serviram de intermediários financeiros, tendo já feito uma queixa ao Provedor de Justiça.

Estes investidores, que estão já em fase de registo da Associação Lesados PT/Oi, puseram cerca de cinco milhões de euros em produtos estruturados complexos relacionados com dívida da antiga Portugal Telecom e que viriam a estar subjacentes à operadora brasileira Oi com a fusão entre as duas empresas.

No ano passado, com a insolvência da Oi (que está agora em tentativa de recuperação), estes produtos sofreram perdas consideráveis, na ordem dos 80% do montante investido, pelo que os clientes estão agora a avançar para tribunal contra os bancos que, enquanto intermediários financeiros, lhes venderam esses produtos, caso do Banco Best e do Barclays.

Queixam-se de que há irregularidades na venda dos produtos que podem fazer com que seja pedida a sua nulidade e que os bancos vendedores não lhes deram informação sobre a evolução da Portugal Telecom e as implicações que isso tinha para os seus investimentos.

“Nunca houve informação [aos clientes] de que a PT International Finance tivesse passado para o universo da Oi, o produto na sua essência deixou de existir. A nossa entidade de referência deixou de ser uma empresa do universo PT, que todos conhecíamos, que investimos porque acreditávamos na empresa e que estava em Portugal, e passou a ser uma empresa que não conhecíamos e exposta ao mercado brasileiro”, disse Francisco Mateus, o porta-voz deste movimento de clientes, à Lusa.

"Nunca houve informação [aos clientes] de que a PT International Finance tivesse passado para o universo da Oi, o produto na sua essência deixou de existir. A nossa entidade de referência deixou de ser uma empresa do universo PT, que todos conhecíamos, que investimos porque acreditávamos na empresa e que estava em Portugal, e passou a ser uma empresa que não conhecíamos e exposta ao mercado brasileiro.”

Francisco Mateus

Associação Lesados PT/Oi

Francisco Mateus afirmou que foi o pedido de recuperação judicial da operadora de telecomunicações brasileira Oi (a maior operadora de telefone fixo do Brasil e a quarta em rede móvel), que levou a perdas para estes investidores, já que foi considerado um “evento de crédito” pela Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA), com perdas para quem tinha produtos financeiros da empresa.

“Não fomos devidamente informados, ninguém sabia o que era um ‘evento de crédito’ até uma associação, a ISDA, ter considerado que era e fomos reembolsados em [apenas] 20%” do total investido, afirmou.

Ou seja, um cliente que investiu 100 mil euros nestes produtos recebeu apenas 20 mil. Há casos em que os clientes receberam ainda menos, pouco mais de 10%.

Estes clientes não excluem ainda a possibilidade de agirem também judicialmente contra ex-administradores da PT, como Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, e também de responsáveis da Oi, entre outros.

O ex-BES Investimento (atual Haitong Bank) foi um dos bancos que transformou obrigações da antiga Portugal Telecom em produtos estruturados complexos.

Três dos clientes que estão a constituir a associação já enviaram uma queixa ao Provedor de Justiça, a que a Lusa teve acesso, em que dão conta de todo o processo, como sentem que foram “omitidos” a “verdadeira natureza e riscos” dos produtos financeiros vendidos e pedem uma “profunda reforma no sistema de comercialização de produtos financeiros por parte das entidades com competência”.

Esta carta foi também reencaminhada para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e ainda reguladores internacionais.

Os processos relacionados com produtos financeiros decorrentes de dívida da Portugal Telecom têm motivado várias reclamações de clientes. Em agosto do ano passado, também foi noticiado pela Lusa que um grupo de investidores ia colocar em tribunal o Deutsche Bank precisamente porque argumentam ter sido lesados por este banco alemão no caso de produtos financeiros relacionados com dívida da antiga PT.

Em 01 de julho, a Associação Internacional de Swaps e Derivados decidiu que houve um evento de crédito na Oi/PT, devido à dívida da Portugal Telecom International Finance, que era garantida pela operadora brasileira Oi, o que implicou o reembolso antecipado dos produtos financeiros.

A Oi vendeu em 2015 a PT Portugal à empresa francesa Altice. A Pharol, antiga PT SGPS, detém cerca de 22% da operadora de telecomunicações brasileira Oi.

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Efeito BCE nos juros? Passou rápido

A taxa a dez anos baixou dos 4%, mas não se aguentou abaixo deste patamar. Os juros voltaram a agravar-se, mas a pressão na dívida não se fez sentir na bolsa. O PSI-20 teve a melhor semana do ano.

 

O Banco Central Europeu (BCE) afundou os juros da dívida portuguesa. Atirou a taxa a dez anos para baixo dos 4%, mas foi “sol de pouca dura”. Na última sessão da semana, os juros portugueses voltaram a agravar-se, acompanhando de resto a tendência dos restantes países do euro. Registou-se uma subida ligeira, mas o suficiente para levar a taxa aos 4,005%. Este agravamento nos juros não fez, contudo, mossa na bolsa. Em mais um dia de quedas na Europa, a praça portuguesa conseguiu valorizar, apoiada essencialmente na subida das ações do BCP.

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Polémica da Caixa: Feitiço virou-se contra o feiticeiro, dizem os juízes do Constitucional

  • Margarida Peixoto
  • 17 Fevereiro 2017

Afinal, a alteração ao Estatuto do Gestor Público que os ex-administradores da Caixa invocam ter tido como objetivo dispensar a entrega das declarações ao TC ainda reforçou essa obrigatoriedade.

Os juízes do Tribunal Constitucional analisaram a alteração do Estatuto do Gestor Público à lupa. Mas não encontraram “qualquer razão” para supor que o objetivo do Governo fosse dispensar a administração da Caixa Geral de Depósitos da entrega das declarações de rendimentos e património. Mais: a modificação feita pelo atual Executivo até contribui para reforçar a conclusão de que as declarações são devidas.

Ironia das ironias: António Domingues e a sua equipa invocaram como prova — de que o Governo os queria dispensar da entrega das declarações de rendimentos e património — a alteração introduzida ao Estatuto do Gestor Público. Mário Centeno, ministro das Finanças, está a ser acusado de ter permitido que fosse o escritório de advogados que trabalhava com António Domingues a desenhar aquela alteração à lei. Mas esta modificação teve, afinal, precisamente o resultado oposto, concluíram os juízes. Não só não serve esse propósito, como não se vislumbra como poderia ter servido e como ainda reforça a conclusão de que a entrega é obrigatória.

A análise resulta da leitura do acórdão do Tribunal Constitucional, publicado esta sexta-feira, que decide pela obrigatoriedade da entrega e determina que os gestores voltem a ser notificados para cumprir aquela obrigação legal.

Mas vamos por partes. Primeiro, importa compreender os argumentos invocados pelos oito gestores (entre os quais o próprio António Domingues) que confrontaram o Tribunal Constitucional.

Quais são os argumentos dos gestores?

António Domingues, ex-presidente da Caixa, entregou a sua declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional. Contudo, contestou a obrigatoriedade da entrega e pediu reserva da informação.Paula Nunes / ECO

Os gestores frisam que a obrigação de declarar rendimentos e património ao Tribunal Constitucional constitui uma restrição de “direitos, liberdades e garantias”, nomeadamente no que diz respeito à “reserva da intimidade da vida privada e familiar”. E notam que isso pode abrir a porta à utilização abusiva ou contrária à dignidade humana de informações relativas às pessoas e famílias.

Por isso, defendem, essa limitação dos “direitos, liberdades e garantias” só deve ser imposta quando haja uma norma legal que o obrigue “de forma precisa e inequívoca”.

Ora, é a partir daqui que toda a argumentação é construída: para os gestores, não há nenhuma norma precisa e inequívoca sobre o assunto. Até porque, defendem, a expressão “gestor público” que consta da Lei nº 4/83 — que estabelece o regime jurídico do controlo público da riqueza dos titulares de cargos políticos e equiparados — não se aplica aos gestores da Caixa porque estes “não são passíveis de qualificação como gestores públicos”.

"[Os gestores da Caixa] não são passíveis de qualificação como gestores públicos.”

Argumentação dos gestores da Caixa

Tribunal Constitucional - Acórdão nº 32/2017

Os administradores da Caixa argumentam que o conceito de gestor público é “tecnico-jurídico” e que é definido pelo Estatuto do Gestor Público (EGP). Ora, com a alteração que o Governo de António Costa introduziu ao EGP, os membros dos órgãos de administração da CGD deixaram de estar sujeitos a este Estatuto.

Do mesmo modo, a obrigação também não decorre do facto de serem “titulares de órgão de gestão de empresa participada pelo Estado” porque a CGD, argumentam, não é uma empresa participada pelo Estado, mas antes uma empresa pública.

Para corroborar todo o raciocínio, defendem que a alteração introduzida pelo Governo ao EGP “visou afastar a aplicação, aos membros dos órgãos de gestão das empresas públicas que sejam entidades públicas significativas, de qualquer estatuição dependente do preenchimento da factispécie conceptual do gestor público”. Traduzindo: teve como objetivo excecionar os gestores da Caixa da aplicação de tudo o que implica o Estatuto do Gestor Público. Se a leitura não for esta, defendem os gestores, estará a permitir “entrar pela janela aquilo a que se pretendeu fechar a porta”, avisam.

De caminho, aproveitam e rebatem desde já os argumentos que poderiam ser invocados para alegar uma inconstitucionalidade daquela alteração ao EGP. Segundo os gestores, esses argumentos poderiam ser o facto de esta disposição ter caráter individual, violar o princípio da igualdade e violar a reserva que é atribuída à Assembleia da República para definir as bases gerais das empresas públicas. Mas “nenhum deles teria cabimento”, lê-se no acórdão.

O que respondem os juízes?

A decisão dos juízes foi unânime. Só houve uma declaração de voto, mas para reforçar a conclusão do acórdão.Paula Nunes / ECO

Primeiro, fazem questão de notar que não tiveram em conta o que diz o Orçamento do Estado para 2017 sobre a matéria. Lembra-se quando o BE se juntou ao PSD e ao CDS para incluir uma norma no OE2017, que tornasse clara a obrigação da entrega das declarações de rendimento e património por parte dos gestores da Caixa? Os juízes ignoraram essa disposição porque ela só entrou em vigor depois da administração liderada por António Domingues ter abandonado as suas funções.

Ou seja, mesmo que o BE e a direita não tivessem incluído aquela norma no Orçamento, os gestores estariam sempre obrigados a apresentar as declarações.

"[A alteração ao EGP] não só não altera o conceito de gestor público (…) como na verdade pressupõe esse conceito: é justamente por serem gestores públicos (…) que os destinatários do n.º 2 têm de ser denotados por características ou predicados que os distinguem dentro da classe geral dos gestores públicos.”

Tribunal Constitucional

Acórdão nº 32/2017

Mas e a alteração ao EGP não exclui os gestores dessa obrigação? Não, concluem os juízes. Antes pelo contrário: “Tal argumento confunde o conceito de gestor público com o âmbito de aplicação do EGP”, explica o acórdão. Aquela alteração ao EGP “não só não altera o conceito de gestor público (…) como na verdade pressupõe esse conceito: é justamente por serem gestores públicos (…) que os destinatários do n.º 2 têm de ser denotados por características ou predicados que os distinguem dentro da classe geral dos gestores públicos”, frisam os juízes.

"Os notificados são gestores públicos nos termos do Estatuto do Gestor Público em vigor.”

Tribunal Constitucional

Acórdão nº 32/2017

E explicam que a alteração feita pelo Governo de António Costa significa “simplesmente o seguinte: há uma espécie de gestor público — diferenciada por características específicas dentro do género gestor público — a que não se aplica o EGP”. Ou seja, “os notificados são gestores públicos nos termos do EGP em vigor. Mas gestores públicos que o legislador de 2016 quis colocar fora do alcance do EGP”, conclui o acórdão.

"É irrelevante, para o efeitos de transparência da Lei nº 4/83, se aos indivíduos em questão se aplica ou não o Estatuto do Gestor Público.”

Tribunal Constitucional

Acórdão nº 32/ 2017

Mas modificar o âmbito de aplicação deste Estatuto é irrelevante para o caso: “É irrelevante, para o efeitos de transparência da Lei nº 4/83, se aos indivíduos em questão se aplica ou não o EGP”, diz o acórdão. Os juízes lembram que o objetivo daquela lei é amplo já que “a obrigação de declarar o património, as atividades e funções privadas e os interesses particulares dos titulares de cargos públicos deriva da vontade de moralizar e melhorar a transparência da vida pública.” Por isso, a lei foi modelada em função “do levantamento dos casos em que os interesses privados podem afetar a atuação dos homens públicos.

Os juízes defendem ainda que mesmo que o Governo tivesse tentado modificar o conceito de gestor público, “não se vê facilmente como semelhante conceito seria logicamente possível”. Isto porque ele teria de ser suficientemente abstrato para abranger todos os gestores públicos, mas ao mesmo tempo “não tão abstrato e extenso” que nele pudessem caber os gestores da Caixa.

"Acresce não haver qualquer razão para supor que o Decreto-Lei n.º 39/2016 procurou modificar este estado de coisas [isentar a gestão da Caixa da entrega de declarações].”

Tribunal Constitucional

Acórdão nº 32/2017

A isto acresce o facto de os juízes não terem encontrado “qualquer razão para supor” que o Governo quisesse mesmo eliminar a obrigação da entrega de declarações. “O que importa destacar (…) é que a finalidade da exceção à aplicação do EGP nada tem que ver com a sujeição dos administradores em questão aos deveres impostos pela Lei n.º 4/83”, decidem os juízes. E ainda sublinham que “manifestamente”, a alteração ao EGP foi “animada por outros desígnios”.

E o Ministério Público concorda com os juízes?

Sim. O acórdão do Palácio Ratton revela que o caso foi colocado perante o Ministério Público e dá conta do parecer do Procurador-geral Adjunto: “pronunciou-se no sentido de que os notificados devem ser considerados como gestores públicos.” Para o Ministério Público, a exceção atribuída pelo decreto-lei de Costa aos gestores da Caixa só vale para a aplicação dos Estatutos e não para a aplicação do regime jurídico do controlo público da riqueza dos titulares de cargos políticos.

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