Parceiros sociais discutem mudanças nas portarias de extensão

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 14 Fevereiro 2017

Discussão já estava prevista no acordo tripartido. Reunião está agendada para sexta-feira.

Os parceiros sociais começam a discutir esta semana mudanças nas portarias de extensão. Este é um dos temas previstos no acordo tripartido assumido no final do ano passado.

Agendada para sexta-feira, a reunião de concertação social tem como segundo ponto da ordem de trabalhos o “início de discussão sobre mudanças no enquadramento das portarias de extensão e o estabelecimento de prazos legais de emissão dos avisos e das portarias”. Antes disso, Governo, patrões e sindicatos devem discutir a calendarização das próximas reuniões.

As portarias de extensão alargam a todo um setor as condições de trabalho negociadas em convenções coletivas — num primeiro momento, estes acordos abrangem apenas os trabalhadores e as empresas filiadas nas associações que os subscrevem.

Durante o período de intervenção da troika, o Governo restringiu a emissão destas portarias, ao publicar em 2012 uma resolução de Conselho de Ministros com critérios apertados. A medida gerou fortes críticas tanto a patrões como a sindicatos e o executivo acabou por alargar os critérios de emissão de portarias de extensão no final de junho de 2014.

Porém, o atual Governo já indicou que vai voltar a tocar no assunto. O acordo tripartido assinado já este ano por todos os parceiros sociais à exceção da CGTP — promete apreciar, ainda durante o primeiro trimestre, “mudanças no enquadramento das portarias de extensão e o estabelecimento de prazos legais de emissão dos avisos e das portarias”.

No acordo tripartido, os parceiros subscritores também assumem o compromisso de transmitir às suas estruturas uma política de não denúncia das convenções coletivas durante 18 meses. Através da denúncia, os acordos podem caducar se as partes não chegarem a acordo durante o período de negociação. A CGTP já disse que quer eliminar a figura da caducidade, enquanto a UGT defende a introdução de critérios específicos. Entretanto, o ministro do Trabalho já disse estar contra o fim da caducidade.

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Finanças: Dados do PIB “confirmam solidez das estimativas” do OE2017

O Governo destaca o investimento como o motor da economia em 2016, ainda que, segundo o INE, não tenha havido uma redução do investimento no conjunto do ano.

Os últimos dados referentes à evolução do produto interno bruto (PIB), que revelaram um crescimento de 1,4% da economia portuguesa em 2016, “confirmam a solidez e o rigor das estimativas subjacentes ao Orçamento do Estado de 2017” e reforçam “a convicção do Governo nos pressupostos orçamentais e no crescimento em 2017”.

É desta forma que o Ministério das Finanças comenta os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que, segundo o Governo, “confirmam a aceleração da economia portuguesa” no ano passado.

"Este reforço do investimento é fundamental para a sustentabilidade do crescimento ao longo de 2017.”

Ministério das Finanças

O gabinete de Mário Centeno justifica o crescimento da economia com a “recuperação da procura interna”, dando destaque ao aumento do investimento. “Este reforço do investimento é fundamental para a sustentabilidade do crescimento ao longo de 2017“, refere o Ministério das Finanças, em nota enviada às redações.

Segundo o INE, contudo, não foi graças ao investimento que a economia cresceu no conjunto do ano. “O contributo da procura interna para a variação do PIB diminuiu, refletindo a redução do investimento e, em menor grau, a desaceleração do consumo privado”, explica o INE.

A recuperação do investimento deu-se, de facto, mas no final do ano. No último trimestre de 2016, o PIB cresceu 1,9% face ao mesmo período de 2015, um valor que fica acima da média europeia e que se justifica com o “aumento do contributo da procura interna” e com “uma recuperação do investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado”.

O Governo foca assim as atenções no investimento e recorda que, para este ano, “o aumento das intenções de investimento manifestadas pelas empresas no Inquérito de Conjuntura ao Investimento fazem antever a manutenção desta tendência”.

Centeno destaca, ainda, que “a estimativa de crescimento do PIB de 1,4% em 2016 supera a previsão divulgada pela Comissão Europeia de 1,3%“, ao mesmo tempo que o crescimento trimestral em cadeia “supera pelo segundo trimestre consecutivo a média da área do euro e, também, da União Europeia, retomando uma trajetória de convergência real há muito perdida”.

Mais uma vez, Portugal é um dos países que mais cresce no atual contexto europeu“, salienta o comunicado das Finanças.

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Nunca os portugueses colocaram tão pouco dinheiro nos depósitos

Em 2016, os portugueses aplicaram 68 mil milhões de euros em novos depósitos a prazo. Trata-se do valor mais baixo do histórico do Banco de Portugal que remonta a 2003. A culpa é dos juros baixos.

“A tradição já não é o que era”. A expressão encaixa na perfeição naquilo que está a acontecer com o produto de poupança preferido pelos portugueses. No ano passado, as aplicações em depósitos a prazo recuaram para o patamar mais baixo de sempre, tendo em conta o histórico disponibilizado pelo banco de Portugal que remonta ao início de 2003.

Dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, indicam que nos 12 meses do ano passado, os aforradores aplicaram um total de 68,1 mi milhões de euros em depósitos a prazo. Este montante representa um decréscimo de 6%, ou de cerca de 4,4 mil milhões de euros, face aos 72,4 mil milhões de euros que tinham sido depositados neste produto de poupança no ano anterior.

Novos depósitos em queda

O ano passado tratou-se do quinto consecutivo em que os portugueses encolheram os valores a aplicar em depósitos a prazo, perante um contexto em que o retorno deste produto é cada vez menos atrativo. A taxa de juro dos depósitos estabilizou em dezembro último no mínimo histórico médio de 0,34% fixado em outubro. Essas taxas contrastam com a remuneração máxima de 4,53% que era oferecida, em média, pelos bancos em outubro de 2011.

A descida dos indexantes que se encontram em mínimos históricos, mesmo com valores negativos, e o facto de os próprios bancos não terem necessidade de captar depósitos com vista a melhorar os seus rácios de capital, justifica essa quebra das remunerações e a diminuição da captação de quantias para os depósitos.

Por outro lado, os portugueses também estão a preferir canalizar as suas poupanças para outros produtos mais rentáveis, nomeadamente os disponibilizados pelo Estado. É o caso dos Certificados do Tesouro Poupança Mais que rendem, em média, 2,25% em termos brutos, ao fim de cinco anos de aplicação. Mas também as recentes emissões de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável que roubaram dinheiro aos depósitos, apesar do perfil de risco ser um pouco diferente. No ano passado, o Estado captou 3.484 milhões de euros em financiamento através de certificados.

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CGD: PSD vai pedir a António Domingues transcrição das mensagens que trocou com Centeno

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2017

PSD vai requerer a António Domingues a transcrição das mensagens escritas que trocou com o ministro das Finanças, para clarificar a “extensão da mentira de Mário Centeno” e o envolvimento do primeiro

O PSD vai requerer ao ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos António Domingues a transcrição das mensagens escritas que trocou com o ministro das Finanças, para clarificar a “extensão da mentira de Mário Centeno” e o envolvimento do primeiro-ministro.

Vamos hoje dar entrada de um requerimento [na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos] pedindo ao doutor António Domingues que faça a transcrição das mensagens escritas que terá trocado com o senhor ministro das Finanças apenas e só a propósito daquilo que a alteração ao estatuto do gestor público exclui, designadamente a questão da entrega das declarações de rendimentos, para que possa ficar claro de uma vez por todas a extensão da mentira do doutor Mário Centeno e para percebermos também o envolvimento do primeiro-ministro em toda esta matéria”, disse o deputado do PSD Hugo Soares, em declarações à Lusa.

Recusando o argumento que as mensagens de telemóvel trocadas entre António Domingues e Mário Centeno são particulares, Hugo Soares frisou que essas comunicações fazem parte da negociação que houve para a escolha de uma administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e até para “a alteração de um diploma legal com determinadas consequências”.

CDS: “Erros de perceção vão ficar muito claros nas audições”

O CDS também quer explicações. O deputado João Almeida refere, numa conferência de imprensa, que os “erros de perceção vão ficar muito claros nas audições” de António Domingues e Mário Centeno. O ministro das Finanças é ouvido amanhã, às 10h30, na comissão de Orçamento e Finanças. O deputado diz que é “importante saber se estes erros de perceção efetivamente existiram ou se não existiram, e se são mais do que erros de perceção. O país já percebeu que até chegarmos ao erros de perceção passamos um longo caminho que começou com certezas absolutas”.

O deputado centrista responsabiliza António Costa por continuar a reiterar a confiança no ministro das Finanças. Isto mostra, segundo o deputado, a “degradação das condições que o ministro das Finanças tem para o exercício do mandato. É mau para o Governo e é mau para o país. Porque nenhum país deve ter um ministro das Finanças fragilizado e essa responsabilidade é do próprio e de quem reitera a confiança” no seu trabalho. Ou seja, o primeiro-ministro.

Questionado sobre durante quanto tempo o CDS vai insistir com esta polémica, João Almeida esclarece que o partido “não insiste em polémica nenhuma, o CDS insiste em recuperar a verdade”, o que vai acontecer “até ao fim da comissão de inquérito e, eventualmente, posteriormente se se justificar”.

PCP garante que criticará Centeno este não exigiu declaração de rendimentos

O PCP, por seu turno, avisou que, caso o ministro das Finanças não tenha exigido a apresentação da declaração de rendimentos ao ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos António Domingues, terá de confrontar-se “com a posição e a crítica” dos comunistas.

Num comunicado intitulado “a propósito de aspetos suscitados sobre a intervenção do Ministro das Finanças”, os comunistas recordam que sempre se pronunciaram “pela exigência da apresentação de declaração de rendimentos por António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos”.

A ter existido uma outra atitude do Ministro das Finanças ela confronta-se com a posição e a crítica do PCP“, advertem.

O PCP considera que “a decisão sobre a manutenção em funções do ministro das Finanças cabe ao primeiro-ministro que entretanto já se pronunciou, em articulação com o Presidente da República, pela sua continuidade”.

“Para o PCP, face a sucessivas campanhas em parte animadas por erradas decisões adotadas pelo Governo, a questão central que continua a colocar-se é denunciar e pôr fim à operação que o PSD, o CDS e o grande capital desenvolvem contra a Caixa Geral de Depósitos visando a sua privatização”, refere o texto.

Neste processo, o PCP promete agir “como sempre”, com o objetivo de “assegurar o controlo público da CGD e a sua colocação ao serviço do desenvolvimento nacional e para garantir a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país”.

Bloco: Centeno tem “papel tragicamente irónico”

Já o Bloco de Esquerda, em reação à polémica da CGD em torno da anterior administração e da entrega ou não das declarações de rendimentos e património, disse que “não se pronuncia sobre as condições” dos ministros exercerem ou não as suas funções, focando-se antes em debater políticas com o Governo.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, definiu como “tragicamente irónico” o papel do ministro das Finanças, valorizando os dados “simpáticos” da economia mas realçando que a polémica sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) já devia estar encerrada.

Catarina Martins, que falava à margem de uma visita a uma escola em Lisboa, defendeu, contudo, que na segunda-feira não houve “nenhum facto novo” sobre a CGD, um dossiê que, lamentou, vem sendo “mal gerido”. De todo o modo, concretizou a líder bloquista, há que realçar que “foi derrotada qualquer visão” de fuga à “transparência” pelos gestores do banco público.

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CGD suspeita de encobrir contas de empresa municipal de Paços de Ferreira

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2017

A Caixa terá silenciado a falsificação das contas da empresa municipal, apesar de ter acesso às contas reais por ser credora de dois empréstimos da empresa.

A Caixa Geral de Depósitos emprestou 20 milhões de euros à empresa municipal de Paços de Ferreira PFR Invest, mas quando a empresa foi declarada insolvente e o banco tentou que o município pagasse o devido, não só a Câmara de Paços de Ferreira foi absolvida como a CGD vai ser investigada por ter compactuado com a falsificação de contas da empresa, segundo escreve esta terça-feira o Jornal de Notícias (acesso pago).

O JN conta que o caso começa em 2008, quando a PFR Invest pediu um empréstimo de 20 milhões à Caixa, e o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, entregou uma carta ao banco na qual garantia que o município transferiria para a empresa os fundos que lhe faltavam para equilibrar as suas finanças. No entanto, a PFR Invest falhou pagamentos a partir de 2010 e 2011, e o autarca que sucedeu Pedro Pinto, Humberto Brito, recusou-se a pagar a dívida da empresa.

A CGD procurou, em tribunal, que a Câmara fosse obrigada a saldar a dívida de 24,4 milhões de euros quando a PFR Invest foi declarada insolvente, em 2015. Mas o Tribunal de Lisboa decidiu que o município pacense não é responsável pelo empréstimo, estando essa responsabilidade do lado da empresa e do ex-autarca Pedro Pinto.

O tribunal considerou além disto que a CGD “silenciou a falsificação de contas e agiu ativamente com esta e o então presidente da Câmara, no sentido dessa falsificação de contas ser encoberta”. Isto porque a PFR Invest apresentou resultados positivos em 2010, 2011 e 2012, mas o tribunal decidiu que a CGD deveria saber que esses resultados não correspondiam à realidade, enquanto credora, e optou por ficar em silêncio. Assim, segundo o JN, é agora a Caixa que está sob investigação pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e Inspeção-Geral das Finanças.

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Juros abaixo de 4% com bom desempenho da economia

Taxa a dez anos regressa a um nível abaixo de 4%, depois de atingir máximos de quase dois anos. A divulgação dos dados da economia portuguesa ajudou a aliviar a perceção de risco dos investidores.

Em Dia de S. Valentim, Portugal deu uma prenda aos investidores ao apresentar um desempenho económico acima do esperado. A economia portuguesa cresceu 1,4% no conjunto de 2016, uma performance que supera tanto as expectativas dos economistas, que apontavam para um aumento de 1,3%, como a meta definida pelo Governo em outubro, que era de 1,2%. Depois de conhecidos os números, às 9h30, os juros da dívida portuguesa reforçaram a tendência baixista que levou a taxa a dez anos novamente abaixo dos 4%.

Neste momento, a yield associada às Obrigações do Tesouro a dez anos, a referência no mercado, cai mais de dois pontos base para 3,981%. Mas o comportamento de alívio estende-se a todos os prazos. A taxa a cinco anos cede mais de quatro pontos base para 1,991%. E, nas maturidades mais curtas, os juros mantinham-se em zona negativa, com a taxa a 12 meses nos -0,08%.

Segundo informou o INE, no último trimestre do ano, o crescimento homólogo foi de 1,9%, acelerando face ao valor que tinha sido registado no terceiro trimestre (1,6%), um desempenho que ficou acima da média tanto do euro (1,7%), como na União Europeia (1,8%). “Esta aceleração do PIB resultou do aumento do contributo da procura interna, observando-se uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado”, explicou o INE.

Juros em baixa com economia em alta

Este alívio acontece num altura de aperto dos mercados que, desde o início do ano, têm pressionado os juros portugueses para máximos desde março de 2014, com evidentes consequências para o financiamento do Estado. No último leilão de dívida, para se financiar a sete anos, o Tesouro português pagou o dobro do que havia pago apenas oito meses antes.

Portugal vai novamente aos mercados esta quarta-feira para tentar levantar entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros em títulos a três e 11 meses. Tudo aponta para uma baixa nos custos de financiamento de curto prazo na operação de amanhã, com os investidores a “pagarem” ao Governo para absorver Bilhetes do Tesouro portugueses, ao contrário do que tem acontecido no financiamento de longo prazo.

Entre os fatores que têm causado maior apreensão entre os investidores está a redução do ritmo de compras de dívida portuguesa por parte do Banco Central Europeu. Isso mesmo salientou Cristina Casalinho, presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, em entrevista ao Público (acesso pago) publicada esta segunda-feira. Sobre os juros acima de 4%, Casalinho reconheceu o impacto causado pelo BCE, mas considerou que “as taxas subirem um bocadinho não é necessariamente mau para se registar uma normalização e os investidores voltarem a sentir-se confortáveis com a dívida pública europeia”, mesmo que suba para “um nível mais alto do que aquilo de que gostaríamos”.

Mas além da autoridade monetária e da subida da taxa de inflação na zona euro, outros riscos específicos do país têm sido sinalizados pelos analistas. Um dos motivos de maior preocupação tem sido a banca, nomeadamente o Novo Banco e a Caixa Geral de Depósitos, dois dossiês que podem vir a ter impacto nas contas públicas.

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Toshiba com perdas de 3,2 mil milhões. Chairman demite-se

  • Marta Santos Silva
  • 14 Fevereiro 2017

A tecnológica japonesa vai ter de abater cerca de 5,6 mil milhões ao seu negócio nos Estados Unidos. O chairman Shigenori Shiga vai manter-se na empresa até junho.

O chairman da Toshiba demitiu-se no dia em que a empresa anunciou prejuízos de 3,2 mil milhões de euros no ano até março de 2017, e o abatimento que se espera ser de cerca de 5,6 mil milhões de euros no seu negócio nos EUA. O conglomerado japonês pedira inicialmente mais um mês aos reguladores do mercado para apresentar os seus resultados financeiros, mas acabou por optar por revelar o valor do prejuízo esta terça-feira.

Os títulos da Toshiba chegaram a cair 9% por entre a desorganização do dia: a empresa falhou o prazo para apresentação de resultados, depois pediu mais tempo, e acabou por anunciar as perdas. Desde o final de dezembro, quando os problemas profundos do negócio norte-americano da Toshiba começaram a tornar-se claros, as ações da empresa já perderam 50% do valor.

Esta terça-feira, o chairman Shigenori Shiga apresentou a sua demissão, embora a empresa tenha anunciado que o gestor vai manter-se na posição até junho. A demissão serve assim para “assumir responsabilidade pelas perdas”, mas o chairman não sai já para começar a delinear a estratégia de resolução, segundo a BBC.

O abatimento multimilionário nos EUA prende-se com um negócio da sua subsidiária Westinghouse Electric, que comprou uma empresa de serviços e construção da área do nuclear, a Chicago Bridge & Iron, em 2015. Saber-se-ia mais tarde que a subsidiária pagou um preço muito mais alto do que o valor real dos bens que adquiriu. A Toshiba também ainda está a recuperar após notícia, em 2015, de que os seus lucros estavam a ser exagerados há sete anos, o que levou o conglomerado a realizar uma restruturação profunda.

Agora, falta saber como o conglomerado vai procurar recuperar o seu equilíbrio financeiro e angariar fundos. “Os investidores querem saber o que vai acontecer às empresas do nuclear e dos chips, se as operações dos elevadores e algumas das subsidiárias listadas da Toshiba vão ser vendidas”, disse à Bloomberg o analista Masahiko Ishino, da Tokai Tokyo Securities. “Também é preciso saber porque é que houve o abatimento do nuclear”.

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Investigação ao Bankia põe em xeque supervisores. Já há demissões

O tribunal espanhol chamou os ex presidentes do Banco de Espanha e da CNVM a depor, bem como altos quadros dos dois organismos, que terão ignorado os alertas sobre a saúde do Bankia antes do IPO.

Mario Herrera, diretor-geral de supervisão, Pedro Comín, diretor-geral adjunto da mesma área, e Pedro González, responsável do departamento de inspeções. São os três responsáveis do Banco de Espanha que já caíram no seguimento da investigação ao IPO (oferta pública inicial na sigla inglesa) do Bankia, lançada pelo tribunal espanhol esta segunda-feira. Os três apresentaram a sua demissão, depois de saberem que estavam entre os investigados por alegadamente terem ignorado os problemas financeiros do banco espanhol aquando da dispersão em bolsa do seu capital em 2011.

Contudo, são sete no total os responsáveis dos reguladores da banca e da bolsa espanhola que estão a ser investigados, com o antigo governador do Banco de Espanha, Miguel Ángel Fernández Ordoñez, e o ex-presidente do supervisor da bolsa, Julio Seguro, a encabeçarem a lista. Entre os implicados nesse processo estão também o número dois da bolsa espanhola, Fernando Restoy, que foi, até ao início deste ano, vice-governador do Banco de Espanha.

O tribunal espanhol emitiu uma declaração onde afirma existir provas suficientes para indiciar os responsáveis dos reguladores no envolvimento com o IPO do Bankia, em 2011, um ano antes de este ter sido alvo de uma nacionalização. Os reguladores terão autorizado a dispersão em bolsa do capital do banco que resultou da união de sete cajas (caixas regionais) apesar dos alertas repetidos por parte das equipas de inspeção do banco central de que o grupo não seria viável, afirmou a Audiência Nacional (Procuradoria-Geral espanhola) numa declaração escrita disponibilizada esta segunda-feira. O tribunal não especificou possíveis acusações mas referiu emails internos onde os inspetores alertavam para os riscos associados às finanças do Bankia. Avisos que não terão sido valorizados pelos inspetores superiores.

Em 2011, o Bankia levantou mais de três mil milhões de euros através da venda em bolsa, onde estavam incluídos 1,85 mil milhões de euros por parte dos investidores de retalho, apenas um ano antes de quase ter colapsado e obrigado Espanha a ir buscar 41 mil milhões de euros ao fundo europeu de resgate para salvar o sistema financeiro espanhol. O resgate ao Bankia requereu mais de 22,4 mil milhões de euros em ajuda estatal.

A demissão dos responsáveis do Banco de Espanha foi anunciada esta segunda-feira num comunicado emitido pelo regulador, que não reagiu à decisão do tribunal espanhol. Já a CNMV, regulador do mercado de capitais espanhol, afirmou numa declaração escrita citada pela Bloomberg que a sua supervisão do IPO do Bankia foi levada a cabo de forma profissional e com cumprimento das regras deste tipo de processos.

Este caso poderá ser a primeira instância em que a regulação financeira espanhola é envolvida diretamente pelo seu falhanço na prevenção do escândalo do Bankia.

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Goldman Sachs: Instabilidade política na Grécia trava recuperação do setor bancário

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Fevereiro 2017

O banco de investimento afirma que, para que o setor bancário grego continue a recuperar, tem de se atingir uma estabilidade política e económica no país.

O Goldman Sachs manteve em baixa as perspetivas de lucro dos bancos gregos devido a uma combinação de fatores políticos que tem contribuído em larga escala não só para a instabilidade que se tem sentido no país, mas também para a subida dos juros da dívida soberana do país.

Numa análise publicada esta terça-feira intitulada “A política ensombra as perspetivas de recuperação dos bancos gregos”, o banco afirma exatamente isso: a recuperação do setor bancário tem sido prejudicado pelos atrasos na segunda avaliação, pela complexa situação política do país, pelo calendário eleitoral europeu e pela falta de consenso dos credores em relação à dívida.

Não é a primeira vez que há atrasos no programa de resgate e os bancos locais estão preparados para enfrentar a incerteza a curto prazo, mas uma escalada prolongada da tensão política pode romper com a ainda frágil recuperação do setor bancário.

Goldman Sachs

Banco de Investimento

O banco de investimento considera que todos os objetivos cumpridos até agora foram metas muito importantes, mas esta estabilidade tem de ser atingida se os bancos querem ver os depósitos a aumentar e ter acesso aos mercados para se financiarem.

Estes passos permitiriam ao setor bancário grego não só reduzir as despesas relativas a fundos de emergência, mas também normalizar as estruturas de financiamento. “Acreditamos que os bancos gregos terão de progredir na qualidade dos ativos para melhorar a liquidez e os depósitos”, remata o Goldman Sachs.

Estas previsões vêm numa altura em que, segundo avançado pelo Financial Times, o Governo grego se prepara para contratar a Rothchild, uma das empresas financeiras mais antigas do mundo, para aconselhar o país em todas as áreas que estejam ligadas à dívida soberana. A Rothchild vai substituir o banco de investimento Lazard que guiou a Grécia durante o primeiro programa de resgate.

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Óbidos, Vila de Livros

  • ECO + Via Verde
  • 14 Fevereiro 2017

E que tal comprar um livro numa igreja? Levar para casa uma história encantada e legumes frescos? Ou desfrutar de poesia numa adega? Tudo isto é possível num só local — em Óbidos, claro.

A história de Óbidos também se escreve nos livros, para além da que emana das ruas e dos edifícios. Não é à toa que lhe chamam Vila Literária. Ora espreite estas livrarias peculiares.

Livraria da Adega

Chegado à vila de Óbidos, bem antes de entrar no interior das muralhas, encontra um grande portão de onde provém o cheiro a pão acabado de fazer ou por onde espreita uma pequena loja de macarons.

É no interior deste pátio que fica a Livraria da Adega. Este espaço restaurado pela Câmara Municipal oferece uma boa coleção de livros, mas também um pequeno bar onde pode tomar um café ou beber um copo de vinho ou um chocolate quente, bons companheiros para uma leitura descansada.

A Livraria da Adega está apenas aberta de sexta a domingo, a partir das 11H00.

Livraria do Mercado Biológico

É livraria e mercado biológico. Entrando nas muralhas da vila de Óbidos e seguindo pela Rua Direita, entre lojas com pequenas bancas a promoverem a clássica ginjinha, a Livraria do Mercado Biológico marca presença naquele que foi o antigo refeitório da câmara.

Aqui, as frutas e legumes biológicos dividem o espaço com milhares de livros que se estendem pelas altas estantes que sobem até ao tecto.

Se procura exemplares de alfarrabista ou livros raros, este é o local para ir.

A Livraria do Mercado Biológico está aberta todos os dias das 10H00 às 19H00.

Livraria de Santiago

Percorra a Rua Direita até ao fim para achar a Livraria de Santiago. Escusa de procurar nas ruas adjacentes, está mesmo em frente dela. A Livraria de Santiago fica no interior da Igreja de São Tiago, um templo do século XII e um dos edifícios mais emblemáticos de Óbidos.

A antiga igreja deu lugar a uma livraria onde imperam os tons da madeiras das escadas e estantes e as cores das capas e lombadas dos livros que as ocupam.

Para além de vários recantos dedicados à leitura, não é raro poder assistir também aqui a projeções de filmes, debates, lançamentos de livros ou exposições.

A Livraria de Santiago está aberta todos os dias, das 10H00 às 19H00.

E já que está em Óbidos, inspire-se com este vídeo e parta à descoberta do Oeste.

Boa Viagem!

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Alemanha: inflação volta a subir em janeiro

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2017

Os preços no consumidor avançaram 1,9% em janeiro, comparando com o período homólogo.

A inflação continua a subir na maior economia europeia. De acordo com o Destatis, os preços no consumidor avançaram 1,9% em janeiro na Alemanha, comparando com o mesmo período de 2016. A última vez que a taxa de inflação atingiu este valor foi em julho de 2013, indica o gabinete de estatística alemão.

A taxa continua em crescimento, depois de dezembro ter marcado um aumento de 1,7%. Ainda assim, comparando com dezembro, o índice de preços no consumidor recuou 0,6% em janeiro. Um desempenho justificado pelo aumento dos preços do petróleo. O Destatis nota, num comunicado publicado esta terça-feira, que os preços da energia evoluíram 5,9% no primeiro mês do ano, comparando com o mesmo período de 2016.

A inflação de 1,9% aproxima-se assim da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), o que pode abrir caminho a um eventual aumento de juros. Recorde-se que a inflação crescente já levou vários economistas e responsáveis políticos a apelar a Mario Draghi para pôr um travão ao seu programa de estímulos de 2,3 mil milhões de euros que passa pela compra de obrigações. O programa deverá durar até ao final de 2017, mas é sempre possível ser prolongado.

Também hoje, o gabinete oficial de estatísticas apresentou dados da economia alemã, que “continuou o seu crescimento moderado no final de 2016”. O PIB avançou 0,4% nos últimos três meses do ano, face ao trimestre anterior, indicam os dados ajustados de sazonalidade. Um valor que fica abaixo da estimativa anterior, de 0,5%, nota a Bloomberg. O avanço contou com contributo positivo da procura interna mas também foi penalizado pela evolução do comércio internacional. No conjunto de 2016, a economia cresceu 1,9% ou, corrigida de sazonalidade, 1,8%.

O crescimento foi motivado sobretudo pela procura interna, já que o consumo público aumentou “significativamente” face ao terceiro trimestre, revelou o organismo de estatísticas alemão. Também o investimento na construção apresentou um desempenho robusto. A balança comercial pesou negativamente no crescimento já que as importações aumentaram mais do que as exportações.

Os economistas esperam que o crescimento alemão se mantenha robusto este ano, mas alertam para os riscos que a incerteza relativamente às relações comerciais com o Reino Unido e com os Estados Unidos podem representar. Entre os fatores de risco está também o crescente sentimento antieuropeu em vésperas de eleições na Alemanha, França e Holanda que pode afetar negativamente as despesas dos consumidores e o investimento das empresas.

A Comissão Europeia reviu em alta, esta segunda-feira, as previsões para o PIB alemão, que crescerá 1,6% em 2017. A maior economia da zona euro deverá ver o seu crescimento sustentado pelas melhorias no mercado de trabalho, nas exportações e também no setor da construção. A taxa de desemprego deverá ficar em 4,1% e a inflação em 1,9%, de acordo com Bruxelas.

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PIB supera expectativas e cresce 1,4% em 2016

  • Margarida Peixoto
  • 14 Fevereiro 2017

O PIB cresceu 1,4% no conjunto de 2016, revelou esta terça-feira o INE. Procura interna puxou pela economia. Nos últimos três meses do ano, o crescimento homólogo foi de 1,9%, acima da média do euro.

O PIB cresceu 1,4% no conjunto de 2016, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), na estimativa rápida deste indicador. O número supera tanto as expectativas da Comissão Europeia, como as dos economistas — que apontavam ambos para um aumento de 1,3% — como ainda a meta definida pelo Governo em outubro, que era de 1,2%.

Este crescimento representa, ainda assim, um abrandamento face aos 1,6% registados em 2015 e fica longe do primeiro objetivo do Executivo, que era de 1,8%. O INE explica que “o contributo da procura interna para a variação do PIB diminuiu, refletindo a redução do Investimento e, em menor grau, a desaceleração do consumo privado”. Como consequência, “a procura externa líquida apresentou um contributo significativamente menos negativo que em 2015”, frisa ainda o gabinete de estatísticas.

Fonte: INE

Este crescimento anual foi conseguido com uma evolução marcadamente mais positiva do segundo semestre, do que do primeiro. Tal como no terceiro trimestre, os valores dos últimos meses do ano passado surpreenderam pela positiva, reforçando o crescimento.

Consumo e Investimento puxam pelo segundo semestre

No último trimestre do ano, o crescimento homólogo foi de 1,9%, acelerando face ao valor que tinha sido registado no terceiro trimestre (1,6%). Este valor ficou acima da média tanto do euro (1,7%), como na União Europeia (1,8%), mostram os dados revelados também esta terça-feira, pelo Eurostat.

"Esta aceleração do PIB resultou do aumento do contributo da procura interna, observando-se uma recuperação do investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado.”

Estimativa rápida do 4º Trimestre

INE

“Esta aceleração do PIB resultou do aumento do contributo da procura interna, observando-se uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado”, explica o INE, referindo-se à evolução homóloga.

Como o consumo privado puxou mais pela economia neste trimestre, o organismo de estatísticas explica que as importações aceleraram e fizeram com que o contributo da procura externa líquida tenha sido “negativo”, ao contrário do que tinha acontecido no terceiro trimestre.

Em cadeia o crescimento foi de 0,6%, ligeiramente abaixo dos 0,8% registados no terceiro trimestre mas mais uma vez acima dos parceiros europeus. O euro cresceu 0,4% em termos trimestrais e a União Europeia avançou 0,5%, divulgou o gabinete de estatísticas de Bruxelas.

Também na análise trimestral foi possível verificar um contributo maior da procura interna nos últimos meses do ano, quando comparados com o período de julho a setembro. Mas aqui o motor foi sobretudo o investimento, em vez do consumo: “O contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB passou de negativo no 3º trimestre para positivo, traduzindo, principalmente, a evolução do Investimento”, lê-se no boletim do INE.

Seja como for, verificou-se “um forte aumento das importações totais” que fez com que também nesta ótica a procura externa líquida tenha dado um contributo negativo.

Na reação aos dados, Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, destacou “a perspetiva de que que está a haver uma aceleração do crescimento” e frisou que “as perspetivas para 2017 são melhores do que em 2016.” O ministro garantiu ainda que “as exportações voltaram a crescer” e defendeu que “isso está a resultar em mais confiança, mais crescimento, mais investimento.”

Espanha destaca-se pela positiva

No conjunto da zona euro, Espanha destacou-se pela positiva, com um crescimento de 3% no quarto trimestre, em termos homólogos. Em cadeia, a economia espanhola acelerou 0,7% nos últimos meses do ano passado.

França e Itália cresceram ambos 1,1%, também comparado com o último trimestre de 2015. Mas em cadeia as duas economias cresceram 0,4% e 0,2%, respetivamente. Já a Alemanha cresceu 1,8% em termos homólogos e 0,4% em cadeia.

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