Bitcoin atinge novo recorde. Já vale mais de 11.000 dólares

Poucos dias depois de passar os 8.000 dólares, arrasou com o patamar dos 9.000, chegou aos 10.000 dólares e já ultrapassou os 11.000 dólares. Multiplicou por dez o seu valor desde o início do ano.

A bitcoin atingiu um novo recorde. Poucos dias depois de passar os 8.000 dólares, arrasou com o patamar dos 9.000 e esta quarta-feira de manhã chegou aos 10.000 dólares. Esta tarde a moeda virtual ultrapassou os 11.000 dólares. Já multiplicou mais de dez vezes de valor desde o início deste ano à boleia da euforia dos investidores com a divisa virtual, apesar dos vários alertas para uma bolha.

A divisa seguia a valorizar 4,8% para 10.421,92 dólares, mas chegou a ganhar um máximo de 9,64% para 10.903,47 dólares, valor que representa o novo máximo histórico da bitcoin. Após esta forte subida, a moeda elevou para mais de 930% o ganho acumulado desde o início do ano, ou seja, multiplicou por mais de dez vezes o seu valor. Depois desta valorização de manhã, à tarde a bitcoin continuou a valorizar, ultrapassando os 11.000 dólares.

À medida que vai somando recordes, a moeda conquista cada vez mais validade junto dos investidores. Há “um crescente apetite de vários investidores institucionais internacionais”, diz Thomas Gluscksmann, analista da Gatecoin, à Bloomberg. E com a divisa a passar dos 10.000 dólares, mais investidores sentir-se-ão tentados. “É muito provável que a barreira estratosférica dos 10.000 dólares traga mais investidores”, nota Gluscksmann.

A euforia não é partilhada por todos. Vários nomes do mundo dos investimentos têm vindo alertar para que a subida da bitcoin é uma bolha. “Isto é uma bolha”, diz Mike Novogratz, gestor de um fundo de cobertura de risco, à Bloomberg. “Vai ser a maior bolha das nossas vidas”, remata o especialista que, contudo, reconhece que a tecnologia sobre a qual assenta a bitcoin (a blockchain) tem o potencial para transformar os mercados financeiros.

(Atualizado às 15h31 com a valorização de tarde da bitcoin que a levou além dos 11.000 dólares)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Viagens do Governo vão bater recorde de despesa em 2018

  • ECO
  • 29 Novembro 2017

Com especial destaque para os ministérios da Justiça e do Planeamento, o Executivo planeia gastar mais com viagens e deslocações no próximo ano do que em qualquer Orçamento desde o de 2009.

O Orçamento do Estado para 2018 prevê um aumento para o nível mais alto dos últimos nove anos das despesas com deslocações e viagens dos membros da governação, escreve esta quarta-feira o Correio da Manhã (acesso pago). As deslocações, que incluem as da Presidência da República do Parlamento, vão custar mais de 89,2 milhões de euros. Este valor já não era tão alto desde 2009.

Os maiores aumentos registam-se no ministério da Justiça e no ministério do Planeamento e das Infraestruturas, onde a despesa será mais do que o dobro da do ano passado.

O Correio da Manhã destaca que o aumento dos encargos com deslocações começou logo em 2015 com a saída da troika. Passos Coelho, no seu último Orçamento do Estado, viu estas despesas alcançarem os 70 milhões de euros.

Em 2017, o Governo previa gastar 76,9 milhões de euros neste tipo de custos — deslocações e estadias dos membros do pessoal dos serviços integrados e dos serviços e fundos autónomos dos ministérios. Em 2018, esses gastos aumentam 12,3 milhões de euros, para atingir os 89,2 milhões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Kim já tem míssil capaz de chegar aos EUA. “Vamos tomar conta do assunto”, diz Trump

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

Projétil lançado, na terça-feira, pelo regime de Pyongyang é um novo modelo de míssil balístico intercontinental capaz de alcançar todo o território dos EUA. "Vamos tomar conta do assunto", diz Trump.

A televisão norte-coreana KCTV anunciou, esta quarta-feira, que o projétil lançado pelo regime de Pyongyang é um novo modelo de um míssil balístico intercontinental (ICBM), batizado de Hwasong-15, capaz de alcançar “todo o território dos Estados Unidos”. Em resposta, Donald Trump já garantiu que os norte-americanos “vão tomar conta do assunto”

Tal como é hábito, coube à veterana pivô Ri Chung-hee fazer o anúncio, em tom solene, do “bem-sucedido” lançamento que foi “autorizado e presenciado pessoalmente pelo líder” Kim Jong-un, o primeiro que o regime de Pyongyang leva a cabo após dois meses e meio.

O míssil foi disparado em direção a leste a partir da província de Pyongan do Sul, a cerca de 25 quilómetros da capital norte-coreana, Pyongyang, por volta das 03:17 (18:17 de terça-feira em Lisboa). O projétil percorreu cerca de 960 quilómetros, atingindo uma altitude de mais de 4.000 quilómetros, antes de se despenhar no Mar do Japão (denominado de Mar do Leste nas Coreias). Tal representa a máxima altitude alcançada até à data por um míssil norte-coreano e sinaliza um novo e perigoso avanço do programa norte-coreano.

Este é o terceiro míssil deste tipo disparado pela Coreia do Norte depois dos dois lançados no passado mês de julho. Fonte oficial japonesa disse que o projétil acabou por cair no mar do Japão, na Zona Económica exclusiva do país.

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou que o Presidente norte-americano foi informado do lançamento ainda quando o míssil estava no ar. Trump estava reunido com senadores republicanos quando ocorreu o lançamento. À imprensa, o empresário nova-iorquino não adiantou mais detalhes sobre as medidas que os Estados Unidos poderão adotar, mas estão previstas mais sanções internacionais contra Pyongyang.

Washington, Seul e Tóquio pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que pode realizar-se, esta quarta-feira, em Nova Iorque.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Menos dois alunos por turma custa 83,5 milhões de euros. Reduzir chumbos em 50% poupa 124 milhões

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

Um estudo encomendado pelo Ministério da Educação indica que a redução do número de alunos por turma teria um custo adicional, que seria compensado pela poupança conseguida com a redução de chumbos.

A redução de dois alunos por turma no ensino básico e secundário custaria cerca de 83,5 milhões de euros, compensados se os chumbos diminuírem 50%, poupando 124 milhões de euros ao Estado, aponta um estudo divulgado esta quarta-feira.

Os dados constam do estudo “A dimensão das turmas no sistema educativo português”, pedido pelo Ministério da Educação ao Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-IUL (CIES-IUL) e foi desenvolvido, entre dezembro de 2016 e julho de 2017, por uma equipa multidisciplinar, coordenada por Luís Capucha.

Para já, a redução de alunos está apenas a ser aplicada num grupo restrito de agrupamentos escolares, considerados Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), e deverá ser alargada em 2018-2019 – com base num acordo do Partido Ecologista Os Verdes alcançado nas negociações do Orçamento do Estado para 2018 – a todo o ensino básico, ainda que apenas nos anos de início de ciclo (1.º, 5.º e 7.º anos).

Nas conclusões, os investigadores apontam alguns cenários para a redução do número de alunos por turma, indicando que reduzir em dois alunos a dimensão das turmas teria um impacto financeiro de 28.888.029,90 euros, caso a opção se restrinja aos anos iniciais de ciclo (1.º ano, 5.º ano, 7.º ano e 10.º ano), ou de 83.458.260,50 euros, caso se estenda a toda a escolaridade obrigatória, que abrange o ensino básico e secundário.

Os cerca de 83,5 milhões de euros estimados referem-se a um impacto com efeitos em 2020-2021, ano letivo para o qual o estudo aponta uma poupança de 124 milhões de euros com a diminuição em 50% do número de retenções, no âmbito das metas traçadas para o Programa de Promoção do Sucesso Escolar.

“[…] os objetivos fixados pelo Programa de Promoção do Sucesso Escolar são seguramente atingíveis, pelo que é de esperar uma redução de 25% da retenção nos próximos dois anos, e de 50% até 2020. Isso permitirá poupanças de 62.000.000,00 euros nesses próximos dois anos, e de 124.000.000,00 euros até 2020”, lê-se nas conclusões do estudo.

Sobre os agrupamentos de escolas TEIP, onde a medida avançou este ano letivo em modo experimental, mas já com resultados positivos, segundo declarações recentes da tutela, o estudo indica que o custo de implementação nos primeiros anos de ciclo dos ciclos escolares nestes agrupamentos é de 3.888.530,14 euros.

Estender a medida a todos os anos de escolaridade nesses agrupamentos teria um custo estimado de 11.307.746,66 euros.

Turmas mais pequenas benéfico sobretudo nos 6º e 9º anos

Nas conclusões, os investigadores sustentam ainda os efeitos positivos para o sucesso escolar da redução do número de alunos por turma, tendo não só em conta estudos internacionais, nomeadamente os feitos a partir de dados da OCDE, como também uma análise aos resultados nos exames nacionais de português e matemática de 2014-2015, ano em que todos os alunos do 4.º, 6.º, 9.º e 12.º anos de escolaridade prestaram provas.

No que diz respeito aos dados nacionais, sobretudo aos resultados do 9.º e 12.º anos, foi possível confirmar o efeito negativo das turmas de maior dimensão, associadas a uma menor probabilidade de conclusão do ano e transição de ciclo.

Quanto ao contexto socioeconómico dos alunos, turmas mais pequenas são particularmente benéficas para os alunos do 6.º e 9.º anos oriundos de contextos mais desfavorecidos.

“Em conclusão, as turmas mais pequenas tendem a contribuir, segundo mostram os dados estatísticos, para melhorar os resultados em matemática e português e reduzir a retenção”, lê-se no documento.

Perante estas conclusões, os investigadores recomendam um regresso ao número de alunos por turma anterior às alterações introduzidas em 2013, ou seja, reduzir o máximo de 26 alunos no 1.º ciclo para 24, e de 30 para 28 nos restantes ciclos, mas que a medida seja inicialmente implementada de forma faseada, aplicando-se apenas aos primeiros anos de ciclo na escolaridade obrigatória em 2018-2019.

A exceção é o ensino secundário, para o qual o estudo desaconselha a imposição de limites legais, remetendo a definição do tamanho das turmas para a autonomia das escolas e sugerindo que se repense a forma de financiamento deste ciclo de ensino.

“Recomenda-se o estudo da exequibilidade de novos métodos de financiamento de todo o Ensino Secundário, nomeadamente usando procedimentos já utilizados em algumas modalidades como os cursos profissionais”, refere o estudo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Autoeuropa votam novo pré-acordo sobre horários de trabalho

  • ECO e Lusa
  • 29 Novembro 2017

Um referendo entre os trabalhadores da fábrica da Volkswagen decide se aceitam o pré-acordo com novos termos para trabalhar ao sábado e da laboração contínua. Mas a resposta pode não ser positiva.

Os trabalhadores da Autoeuropa vão pronunciar-se hoje em referendo sobre o pré-acordo para os novos horários laborais negociados entre a administração e a Comissão de Trabalhadores para responder à produção do modelo T-Roc. O pré-acordo assinado em 20 de novembro estabelece os termos do trabalho ao sábado e da laboração contínua (três turnos diários), que deverá ter início depois das férias de agosto de 2018.

Nos plenários realizados na semana passada, muitos trabalhadores contestaram os termos do novo pré-acordo, considerando insuficientes as alterações negociadas pela atual Comissão de Trabalhadores, eleita em outubro. Ao Jornal de Negócios, os representantes de dois sindicatos assinalaram que as pessoas se sentem enganadas e que o pré-acordo está em risco de voltar a ser reprovado. “O anterior pré-acordo era melhor sem dúvida alguma”, disse Isidoro Barradas, do sindicato Sindel. “Antes tínhamos sempre os domingos de descanso e agora não. E a compensação financeira é ainda mais baixa: 150 euros por mês a partir de agosto”.

No passado mês de julho, 74% dos trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram um outro pré-acordo sobre os novos horários que tinha sido negociado pela anterior Comissão de Trabalhadores, a que se seguiu uma greve histórica, em 30 de agosto, a primeira por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela do grupo Volkswagen. A anterior Comissão de Trabalhadores apresentou a demissão face à rejeição do pré-acordo no referendo realizado em 29 de julho.

Este novo pré-acordo estabelece ainda que entre a semana 5 (fevereiro) e a semana 33 (agosto) haverá um período transitório, que irá permitir a adaptação da fábrica ao modelo de laboração contínua. Durante este período transitório, a distribuição do horário semanal será de segunda-feira a sexta-feira e haverá um plano extraordinário de trabalho a prestar ao sábado.

O trabalho ao sábado (e a remuneração dos sábados, que deixam de ser pagos como trabalho extraordinário), a par da laboração contínua a partir de agosto de 2018, têm sido os principais motivos de contestação por parte dos trabalhadores da Autoeuropa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Anel de diamante rosa vendido por 27 milhões de euros

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

A pedra, de formato oval, colocada num anel de platina e rodeada de diamantes rosados mais pequenos, foi vendida na terça-feira durante uma licitação de pouco mais de três minutos.

A Christie’s vendeu, em Hong Kong, um anel com um diamante rosa incrustado de 14,93 quilates por 32 milhões de dólares (27 milhões de euros), tornando-o numa das mais caras joias arrematadas em leilão na Ásia.

A pedra, de formato oval, colocada num anel de platina e rodeada de diamantes rosados mais pequenos, foi vendida na terça-feira durante uma licitação de pouco mais de três minutos, de acordo com a leiloeira. A peça não alcançou o valor máximo de 42 milhões de dólares norte-americanos (35,4 milhões de euros) estimado inicialmente pela Christie’s.

Com os diamantes rosados a figurarem como as mais exclusivas e valiosas do mundo entre as pedras preciosas da sua classe, a Ásia converteu-se, nos últimos anos, um ponto-chave para o leilão de peças de grande valor, onde é elevada a procura por diamantes de qualidade.

Em abril, a leiloeira londrina Sotheby’s estabeleceu um recorde, em termos de valor, ao vender um diamante rosa de 59,6 quilates, denominado de “Estrela Rosa”, por 71,2 milhões de dólares (60 milhões de euros).

A pedra preciosa foi arrematada em leilão pela Chow Tai Fook Enterprises, consórcio de empresas de Hong Kong presente nos setores da hotelaria, casinos e imobiliário, que detém uma extensa rede de joalharias sob o mesmo nome com mais de 2.000 lojas em Hong Kong, em Macau, e na China.

A empresa adquiriu, em 2010, um diamante de 507 quilates por 35,3 milhões de dólares norte-americanos (29,8 milhões de euros), batendo o recorde do preço mais elevado alguma vez pago por um diamante em bruto, superado este ano pela “Estrela Rosa”.

Esta pedra bateu o recorde que pertencia anteriormente ao diamante “Oppenheimer Blue”, vendido por 57,5 milhões de dólares (48,5 milhões de euros) pela leiloeira Christie’s, em Genebra, em maio de 2016.

Um mês antes, a Sotheby’s Hong Kong estabeleceu um recorde na Ásia, ao vender por 32 milhões de dólares norte-americanos (27 milhões de euros) o maior diamante oval azul alguma vez visto num leilão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Federação abre a porta a preços do futebol como na Uber

O diretor da FPF afirmou que os consumidores vão assistir "ao nascimento de preços dinâmicos em futebol" nos próximos sete anos. O clube que o fizer "vai conquistar muito valor a médio prazo", disse.

Tiago Craveiro, diretor-geral da Federação Portuguesa de Futebol, abriu a porta à introdução de “preços dinâmicos” nos bilhetes para ir ver jogos de futebol.JOSE COELHO/LUSA

E se os preços dos bilhetes no futebol fossem como as tarifas dinâmicas da Uber, em que “comprar bilhete agora” fosse diferente de comprar “daqui a dez minutos”? Esta terça-feira, a porta à introdução de “preços dinâmicos” para ir “ver a bola” foi aberta. Precisamente por Tiago Craveiro, o diretor-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Num painel sobre o futuro da modalidade, que decorreu na Cidade do Futebol em Lisboa, Tiago Craveiro afirmou: “Eu gostava de adivinhar quem é o primeiro clube, seleção, que vai aplicar preços dinâmicos. Acredito que, nos próximos sete anos, assistiremos ao nascimento de preços dinâmicos em futebol, como se aplica na hotelaria e na aviação. Comprar um bilhete agora será diferente do valor daqui a dez minutos num qualquer site.”

E detalhou: “Isso tem um algoritmo por trás. Pressupõe conhecimento dos clientes e, portanto, quem será o primeiro a lançar preços dinâmicos para assistir a futebol ao vivo em Portugal? Quem o fizer estará a arriscar, mas vai conquistar muito valor a médio prazo.” O mote foi assim lançado.

Acredito que, nos próximos sete anos, assistiremos ao nascimento de preços dinâmicos em futebol, como se aplica na hotelaria e na aviação. Quem o fizer estará a arriscar, mas vai conquistar muito valor a médio prazo.

Tiago Craveiro

Diretor-geral da Federação Portuguesa de Futebol

Num modelo dinâmico, os preços são ditados consoante a lei da oferta e da procura. Ou seja, os preços não são fixos: podem variar dependendo do número de bilhetes disponíveis face ao número de adeptos potenciais compradores. Em teoria, os preços poderão aumentar à medida que a hora do jogo se aproxima ou que a lotação do estádio se vai esgotando.

No limite, a introdução de algoritmos na definição de preços poderá mesmo ditar que estes se ajustem de forma segmentada, tendo em conta, por exemplo, a classe financeira do comprador ou quanto é que este está disposto a pagar. São, contudo, meras hipóteses com base naquilo que já existe no mercado.

Em Portugal, a aplicação de transporte Uber é, talvez, o caso mais flagrante: através das tarifas dinâmicas, a empresa é capaz de aumentar os preços consoante o número de motoristas disponíveis. Em horas mais movimentadas, os valores podem quase duplicar. No caso dos bilhetes na aviação comercial, as companhias aéreas definem os preços consoante a proximidade do dia do voo, ou o número de lugares disponíveis no avião.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Novembro 2017

Quarta-feira é dia de conhecer os dados do desemprego nacional no mês de outubro e de saber como está o sentimento económico na zona euro.

Quarta-feira é dia de conhecer os dados do desemprego nacional no mês de outubro e de saber como está o sentimento económico na zona euro. Nos Estados Unidos, o Livre Bege da Fed vai revelar como avança a economia norte-americana e o relatório semanal do Departamento de Energia dá a conhecer as reservas de crude.

INE divulga desemprego de outubro

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta quarta-feira as estimativas mensais de emprego e desemprego relativas ao mês de outubro. No terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego caiu para 8,5%, sendo preciso recuar até ao final de 2008 para encontrar um valor mais baixo. Para além dos dados do desemprego, o INE divulga também os Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores, feitos no mês de novembro.

Comissão Europeia divulga indicador de sentimento económico

A Comissão Europeia divulga os indicadores de sentimento económico e de clima de negócios relativos a novembro. No mês de outubro, o sentimento económico na zona euro atingiu os níveis mais altos desde outubro de 2000, resultado da melhoria da confiança nos setores da indústria, retalho e construção.

Trabalhadores da Autoeuropa vão às urnas

A administração da Autoeuropa assinou no passado dia 20 de novembro o pré-acordo que estabelece os termos do trabalho ao sábado e da laboração contínua — três turnos diários –, que deverá ter início depois das férias de agosto de 2018. Esta quarta-feira, este pré-acordo é referendado, com muitos dos trabalhadores a contestarem os termos. Em causa está o aumento da carga horária necessária para a produção do T-Roc.

O que diz o penúltimo Livro Bege de Yellen?

Janet Yellen irá abandonar a liderança da Reserva Federal norte-americana em fevereiro, mas antes terá de apresentar dois Livros Beges, um deles relativo à reunião de 1 de novembro. Nesta, a taxa de juro diretora manteve-se inalterada, contudo, o ritmo de evolução da atividade económica nos Estados Unidos permitiu à Fed admitir que poderá aumentar de forma gradual a taxa de juro diretora num futuro próximo. O próximo presidente da Fed, Jerome Powell, já se manifestou a favor de um aumento da taxa, embora “não se possa prever o futuro”.

Inventários de crude dos EUA continuam a pressionar preço do petróleo

O Departamento de Energia dos Estados Unidos divulga o relatório semanal dos inventários de crude, numa altura em que os preços da matéria-prima estão sob pressão pelo excesso de oferta. Na última sessão, o petróleo esteve em queda, deixando perceber a incerteza em torno dos resultados da reunião da OPEP que terá lugar esta quinta-feira. Discutir-se-á a manutenção ou aprofundamento dos cortes, a partir de março do próximo ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eurogrupo: Centeno ainda não decidiu se vai a jogo. Porquê?

  • Margarida Peixoto
  • 29 Novembro 2017

Liderar o Eurogrupo não teria só vantagens para o ministro português. E também ainda não é certo que Centeno tenha o apoio unido dos socialistas europeus.

Mário Centeno, ministro das Finanças, tem dois dias para ponderar se avança com uma candidatura à presidência do Eurogrupo.Paula Nunes / ECO

A 48 horas de terminar o prazo de entrega de uma candidatura formal à presidência do Eurogrupo, o Governo português ainda não decidiu se Mário Centeno vai a jogo. Ao que o ECO apurou, a questão passa por pesar dois fatores considerados fundamentais: primeiro, tem Mário Centeno condições para conciliar a tarefa doméstica com a liderança de um dos grupos chave à escala europeia? E segundo, o ministro português reúne, pelo menos, o apoio unido dos socialistas europeus?

Se Mário Centeno quiser concorrer ao lugar de Jeröen Dijsselblöem tem de se manifestar por escrito até dia 30 deste mês, quinta-feira. Uma candidatura vitoriosa tem consequências políticas e de substância significativas. Mas uma derrota também. Por isso, os prós e os contras têm de ser cuidadosamente colocados dos dois lados da balança.

Há desde logo uma questão interna. Liderar o Eurogrupo é “entrar no inner circle da União Europeia”, lembra Viriato Soromenho Marques, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. E isso vem com uma responsabilidade pesada. “A atenção do ministro à política financeira do nosso país não poderia continuar a ser a mesma, não é possível”, defende o politólogo, para quem uma remodelação governamental seria, nesse caso, altamente expectável. “Teria de ser nomeado mais um secretário de Estado para a equipa das Finanças, para fortalecer”, sugere.

A atenção do ministro à política financeira do nosso país não poderia continuar a ser a mesma, não é possível.

Viriato Soromenho Marques

Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Além disso, uma eventual vitória teria potencial para “aumentar o atrito no Parlamento com os dois parceiros que apoiam o Governo, BE e PCP”, adianta. “Os partidos de esquerda exigiriam que Centeno não fosse o Dijsselblöem número dois”, garante, recordando contudo que, ao mesmo tempo, o presidente do Eurogupo tem de ser o porta-voz das regras orçamentais comunitárias.

O ministro das Finanças português seria ainda o alvo preferencial das críticas à lentidão da reforma europeia e do aprofundamento da união monetária. “Com o ritmo da Europa devagar, devagarinho,” concentrar essas críticas não será um papel simpático de desempenhar, conclui, notando que no curto prazo vê mais o “ónus do que as vantagens” de uma eventual vitória. Depois, no longo prazo, o lugar poderia trazer benefícios: ganhos de credibilidade, seria estar “no tabuleiro certo” e ter poder de influência nas decisões europeias, explica.

O eleitorado de esquerda é desconfiado da ortodoxia fiscal da União Europeia. Já o eleitorado à direita acharia curioso.

António Costa Pinto

Investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e professor do ISCTE

E para o eleitorado? Centeno ficaria beneficiado com uma vitória? “O eleitorado de esquerda é desconfiado da ortodoxia fiscal da União Europeia”, diz António Costa Pinto, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e professor do ISCTE. “Já o eleitorado à direita acharia curioso”, soma, argumentando que “para um governo PS apoiado pelos partidos à sua esquerda ser eleito presidente do Eurogrupo representaria um ponto de demarcação em relação à natural imagem que a oposição de centro direita lhe tende a atribuir”.

Costa Pinto conclui por isso que, em termos de imagem política Centeno tem mais a ganhar do que a perder numa eventual candidatura à liderança do Eurogrupo. “Perder tem consequências muito pequenas, não estamos a falar de uma organização como as Nações Unidas”, defende. “Estar na short list dos potenciais vencedores já é um ganho simbólico”, concorda Soromenho Marques, ressalvando, ainda assim, que seria importante assegurar apoios suficientes para garantir, pelo menos, uma derrota honrosa.

Que apoios tem Centeno?

Para dar o passo de entrar oficialmente na corrida à liderança do Eurogrupo, Centeno não precisa de ter a garantia prévia de que vai ganhar mas, tal como os restantes ministros das Finanças, o governante português só quer avançar se sentir conforto suficiente de que terá pelo menos uma candidatura forte.

Desde logo, a decisão final só deverá ser tomada depois de haver uma discussão ao nível do Partido Socialista Europeu. No que depender de Portugal, só fará sentido avançar se houver a perceção de que pelo menos os socialistas estão unidos em torno do mesmo candidato. E esta união ainda não está garantida: apesar das notícias que deram conta de um afastamento de Pier Carlo Padoan da corrida, o ECO sabe que o governante italiano continua a fazer contactos.

Por um lado, há a convicção de que a candidatura de Padoan tem a dificuldade de representar a entrega de mais um cargo de topo para Itália — já tem Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu. Mas por outro lado, Padoan é dos ministros mais respeitados. Ainda esta segunda-feira, em entrevista à TSF, o comissário Pierre Moscovici trouxe o nome de Padoan para a ribalta.

Quem quer que se torne presidente, gostaria que em princípio fosse apenas para um curto período, até ao momento que tenhamos uma nova comissão, o mais tardar.

Pierre Moscovici

Comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros

“Gostaria de poder trabalhar com o Mário, [mas também com] Pier Carlo [Padoan] ou com quem quer que seja o presidente do Eurogrupo”, disse o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros. E ainda sublinhou: “Quem quer que se torne presidente, gostaria que em princípio fosse apenas para um curto período, até ao momento que tenhamos uma nova comissão, o mais tardar.” Outro dos pontos negativos que tem sido apontado a uma eventual candidatura de Padoan é que Itália vai a eleições em 2018, o que poderia colocar Padoan a prazo no cargo. Mas este facto não parece ser um problema aos olhos de Moscovici.

Entre os socialistas, a corrida parece ser entre Padoan e Centeno — ao que o ECO apurou, França simpatiza com a candidatura portuguesa mas a Alemanha ainda não está decidida e tem poder de influência suficiente para virar o barco, seja a favor de Itália, seja de um candidato não socialista.

Até porque as restantes famílias políticas também estão a fazer o seu trabalho de casa: na semana passada, a Reuters dava como certo o apoio do Partido Popular Europeu ao austríaco Joerg Schelling, desde que se mantenha no cargo de ministro das Finanças, no novo governo que está a ser formado.

O ministro das Finanças do Luxemburgo, o liberal Pierre Gramegna, também está disponível e a ministra letã, Dana Reizniece-Ozola tem igualmente sido referida como potencial candidata.

Esta quarta e quinta-feira os primeiros-ministros europeus terão uma nova oportunidade para fazer contactos: está agendada a 5.ª Cimeira da União Africana-UE, em Abidjã, na Costa do Marfim. Certo é que até ao final do dia 30, Centeno tem de estar decidido. Os nomes dos candidatos oficiais serão tornados públicos no dia seguinte, 1 de dezembro, e a eleição está marcada para a reunião do Eurogrupo de dia 4 de dezembro, a próxima segunda-feira.

O ECO contactou o Ministério das Finanças sobre uma potencial candidatura à liderança do Eurogrupo, mas o Governo não quer comentar, para já, o assunto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal foi e continua a ser uma aposta ganha

  • ECO
  • 28 Novembro 2017

Evento promovido pela SRS Advogados e AICEP em Londres levou investidores estrangeiros a partilharem experiências com potenciais interessados em Portugal

Portugal foi uma boa aposta para investir quando era um destino menos popular ou durante a crise financeira, e pode ter um grande potencial no futuro. Foi esta a mensagem que diretores de três multinacionais com negócios em Portugal transmitiram a uma audiência de empreendedores e representantes de instituições financeiras no Reino Unido.

Convidados pela SRS Advogados para falar sob o tema “Brexit: Why not Portugal?” (Porque não Portugal?) – num debate que se realizou terça-feira à noite na capital inglesa – e para partilhar a sua experiência no país com potenciais investidores, os testemunhos foram positivos.

“Olhando para trás, tivemos sorte em vir para Portugal porque em 2013-14 país estava numa grande mudança. Fomos mais corajosos do que outros concorrentes para analisar e tomar uma decisão informada. Desde então, temos vindo a crescer com economia”, observou o diretor geral do grupo Fosun em Portugal, Lingjiang Xu.

A aquisição da seguradora Fidelidade, seguida pela compra do grupo Espírito Santo Saúde, a participação na REN e, mais recentemente, a entrada no BCP como acionista maioritário demonstrou que a Fosun é “um investidor estratégico, com visão a longo prazo, ao contrário de investidores financeiros”.

Nas autoridades portuguesas, encontraram simpatia e boa recetividade, mas o responsável chinês não esconde que “a perspetiva é usar o país como base para exportar para outros mercados”.

As palavras foram de encontro à apresentação feita por Pedro Rebelo de Sousa, fundador da SRS, que fez questão de falar do acesso não só ao mercado europeu de 500 milhões de consumidores, mas também ao espaço lusófono, que compreende 260 milhões de habitantes.

“Portugal é uma plataforma. Claro que podem ir diretamente, mas para alguns países faz sentido passar por Portugal porque o sistema financeiro e a estrutura seguradora em países como Angola ainda é conduzida por Portugal, em termos de tecnologia, recursos humanos e financiamento”, exemplificou.

O advogado lembrou que a China investiu 100 mil milhões de euros nos últimos 5 anos em vários países, dos quais 10 mil milhões em Portugal, mas que há fluxos de outros países a chegarem a Portugal.

“Todos os dias vemos investidores chegarem, pessoas que mudaram escritórios de família de Miami ou do Luxemburgo”, revelou.

O país está atualmente na mira dos fundos de investimento, gestores e grandes investidores individuais e, perante a instabilidade política internacional nos EUA, Espanha ou Alemanha, Rebelo de Sousa considera ser ainda mais pertinente colocar a questão “Porque não Portugal?” para além do contexto do Brexit.

Para Guy Mercier, Diretor de Estratégia e Serviços Multifuncionais do grupo Solvay, a escolha foi feita muito ainda antes da crise do euro, do Brexit ou da chegada de Donald Trump à Casa Branca.

Em 2005, foi o responsável pela instalação em Carnaxide do centro europeu de serviços partilhados nas áreas de Finança, Compras e Recursos Humanos do grupo belga de produtos químicos.

Na altura, visitou Dublin, Praga e muitas outras cidades mais populares para este tipo de operações, incluindo em países mais remotos na Ásia e Europa de Leste, mas acabou por eleger como finalistas Barcelona, Milão e Praga, além de Lisboa.

Aplicou os critérios de atratividade e competitividade, a capital portuguesa era aquela que oferecia o melhor equilíbrio: qualidade de recursos humanos, mas a baixo custo.

Pessoalmente, confessou, num testemunho gravado em vídeo, precisava também de uma localização com qualidade de vida, onde a esposa fosse feliz, o que serviria também para outros executivos.

Passados 10 anos, está convencido de que foi a opção certa, até porque vê muitas multinacionais a deslocalizarem serviços de volta para países europeus ou para os EUA.

“Foi uma boa oportunidade, mas não foi a mais óbvia”, admitiu.

Também Tarun Sharma, partner da sociedade de investimentos Cabot Square Capital, encontrou em Portugal um destino de investimento improvável, mas gratificante.

Até então centrada em negócios no Reino Unido, em 2014 adquiriu a BPN Crédito e transformou-a na 321 Crédito, empresa com 9,3% de quota do mercado de financiamento para a compra de automóveis.

Desde então, o contacto com reguladores e autoridades tem sido rápido e fácil, o que torna o país atrativo para operar para os homens de negócios.

Uma coisa é certa, acrescentou Sharma: “Há cinco anos que faço a viagem entre Londres e Lisboa e o número de ‘fatos escuros’ aumentou no voo das seis da manhã”.

William Smithson, partner da SRS, confirmou que “nos últimos anos, o Investimento Estrangeiro Direto explodiu” e que a sociedade está a trabalhar em três grandes contratos com multinacionais nos setores financeiros e da energia.

EUA e Israel têm sido alguns dos grandes investidores dos anos mais recentes, sobretudo em tecnologia, mas a Grande Ásia, que inclui Austrália e Índia, poderão ser os próximos clientes.

O escritório que a sociedade de advogados abriu em Singapura pretende ser uma plataforma para todos os países da região e dar visibilidade a Portugal.

A jogada já está a resultar, afirmou, com investimentos a chegar para os setores da hotelaria e produção de vinho e interesse de investidores que tinham um interesse inicial no Reino Unido.

“O Brexit está a ter algum impacto e Portugal está a ‘voar’, mesmo sem fazer publicidade”, garante.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS defende que alterações à legislação bancária protegerão clientes e trabalhadores dos bancos

  • Lusa
  • 28 Novembro 2017

Em causa está a proteção dos clientes e dos trabalhadores dos bancos. Propostas baixam à especialidade.

O PS defendeu esta terça-feira, no Parlamento, que as suas propostas de alteração à legislação do setor bancário irão aumentar a proteção dos clientes, mas também dos trabalhadores bancários, sobretudo face a práticas comerciais agressivas.

Segundo o deputado socialista João Galamba, as propostas resultam da análise às conclusões de cinco comissões de inquérito a resoluções de bancos – BES, Banif e BPN – e de contributos de diversas entidades, como associações de lesados bancários, sindicatos bancários ou a Associação Portuguesa de Bancos.

“O objetivo nuclear é introduzir legislação de proteção de clientes e trabalhadores do setor bancário e financeiro, em relação a práticas comerciais agressivas que implicam a adoção de riscos”, afirmou Galamba.

O objetivo nuclear é introduzir legislação de proteção de clientes e trabalhadores do setor bancário e financeiro, em relação a práticas comerciais agressivas que implicam a adoção de riscos.

João Galamba

Deputado PS

O deputado do PS disse que há propostas de alteração que visam “garantir uma separação clara” entre a instituição financeira que vende instrumentos financeiros (como títulos de dívida ou ações) e os grupos que têm relações com essa entidade e que podem ter interesse na colocação de determinados produtos.

Este pacote de propostas deu entrada no Parlamento em meados de outubro, mas devido ao debate do Orçamento do Estado para 2018 só agora começaram a ser discutidas.

Pelo PSD, a deputada Inês Domingos, considerou que há propostas em que o partido não se revê, mas outras em que admite que “são possíveis melhorias” e, após essas melhorias, a aprovação. A deputada social-democrata criticou, contudo, o facto de as propostas serem “desgarradas”, “feitas ad-hoc, sem estrutura”, considerando que o “debate da supervisão financeira tem de ser feito de forma série e consistente”.

Já Cecília Meireles, do CDS-PP, considerou que estas propostas não terão o impacto necessário. “O PS apresenta um conjunto de medidas que, com algumas exceções, não aquecem nem arrefecem, nada muda no essencial e ninguém se incomoda muito com as mudanças efetuadas. É mesmo só isto que o PS vai apresentar em termos de regulação bancária e supervisão financeira”, questionou, acrescentando que o partido está há meses à espera que propostas suas sigam o processo legislativo no parlamento.

O objetivo nuclear é introduzir legislação de proteção de clientes e trabalhadores do setor bancário e financeiro, em relação a práticas comerciais agressivas que implicam a adoção de riscos.

Cecília Meireles

Deputada do CDS

Mariana Mortágua disse que o Bloco de Esquerda não se oporá às propostas e que algumas vão até ao encontro diplomas que já propôs, mas vincando que as soluções do BE era mais eficazes. A deputada acrescentou que as propostas do PS vão sobretudo no sentido da “autofiscalizarão dos bancos” e considerou que não há regulação interna que “impeça bancos de agir de acordo com seus interesses, como no BES, BPP e BPN”, referindo que nenhuma proposta resolve o essencial, que é “a própria natureza e propriedade do sistema bancário”.

Pelo PCP, Miguel Tiago também considerou que estas propostas não vão ao fundo do problema: “A importância da banca não é compatível com ser coutada de grupos económicos. Moeda, banca são bens públicos que não podem ser geridos aos interesses dos grupos privados, pela raposa no galinheiro”. Sobre as propostas do PS, afirmou que os comunistas estão disponíveis para “trabalhar em cada uma destas propostas”, mas que também esperam que os socialistas estejam disponíveis para aprovar a proposta do PCP que pretende que o Banco de Portugal faça, pelos seus próprios meios, auditorias aos bancos a cada dois anos, não confiando na informação dos auditores pagos pelos bancos.

Em relação às críticas de estas propostas não serem suficientes, João Galamba explicou que o objetivo é que sejam cirúrgicas e que não é sério acusar o PS de não querer fazer mais, quando a “reforma do setor financeiro está a acontecer em debate público”.

Entre as dez propostas, que seguirão agora para a discussão na especialidade, estão várias que se adequam à revisão da Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF II), que entra em vigor em 2018: a obrigação do trabalhador que vende produtos financeiros assegurar que esses se adequam ao perfil de investidor que os compra; a adequação entre depósitos e produtos de crédito e os clientes que esses produtos visam; o reforço da informação prestada pelo intermediário financeiro aos clientes; a formação e certificação dos trabalhadores que vendem produtos financeiros; a comunicação ao regulador (CMVM) da venda de títulos de dívida a investidores não profissionais (ou não qualificados); a reorganização interna dos intermediários financeiros (por exemplo, um banco que vende ações ou títulos de dívida).

O PS quer ainda que os bancos divulguem como informação pública os códigos de conduta em que baseiam a sua relação com os clientes e há ainda um projeto sobre a supervisão do Banco de Portugal, que visa dar ao banco central poderes de encerrar filiais ou sucursais de bancos em países fora da União Europeia sempre que considere que não têm condições que permitam a sua supervisão.

Pretende também o PS que seja mais limitada a concessão de crédito dos bancos aos seus próprios acionistas, propondo que os montantes concedidos “a pessoa que direta ou indiretamente detenha uma participação qualificada” não possam ir, no total, além de “2% dos fundos próprios da instituição”. Esta proposta é semelhante a uma do CDS-PP aprovada em abril, no parlamento, na generalidade.

Atualmente, a legislação prevê que os bancos possam conceder créditos (incluindo a prestação de garantias) a acionistas qualificados até 10% dos fundos próprios.

As propostas do PS passam por alterações ao Código de Valores Mobiliários e ao Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As “perplexidades e desmotivações” dos empresários, segundo Marcelo

  • Lusa
  • 28 Novembro 2017

Marcelo Rebelo de Sousa admite que a estabilidade política da geringonça tem um preço, as "perplexidades e desmotivações" dos empresários "com sinais adversos ao investimento".

O Presidente da República afirmou esta terça-feira que tem ouvido de empresários e gestores “perplexidades e desmotivações” com “sinais adversos ao investimento empresarial”, que, no seu entender, “tem sido o preço” da estabilidade da atual solução governativa. Marcelo Rebelo de Sousa, que falava no encerramento do 1.º Congresso dos Gestores Portugueses, na Culturgest, em Lisboa, considerou que, no plano fiscal, se tem “olhado menos para estímulos empresariais” e prometeu fazer tudo “para que o processo político ajude decisivamente à competitividade”.

O chefe de Estado defendeu uma “reforçada aposta em exportações e investimento, que o mesmo é dizer produtividade e competitividade, que são condições básicas de crescimento, emprego e coesão social” e pediu que se evitem “aventuras em termos de compromissos plurianuais, projetados para além da legislatura”.

“Neste caminho, tenho ouvido algumas vezes a preocupação de empresários e de gestores com o que, a seu ver, são sinais adversos ao investimento empresarial, quer nos impostos, quer nos custos de produção, que acabariam por introduzir ruído e alimentar perplexidades e, sobretudo, desmotivações, não necessariamente compensadas pela subida de rendimentos e consumo, e mesmo pela expansão do turismo ou do investimento externo em certas áreas sensíveis”, declarou.

Segundo o chefe de Estado, “o ruído, as perplexidades, as desmotivações” que lhe têm sido manifestadas “decorrem de decisões ou medidas inseparáveis do equilíbrio político-institucional vigente”. “Ou seja, tem sido o preço de uma estabilidade que se tem revelado mais duradoura do que muitos haviam pensado e que o veredito eleitoral local revelou traduzir, para já, a expressão do pulsar político na sociedade portuguesa”, acrescentou, referindo-se às eleições autárquicas de 01 de outubro, em que o PS foi o partido mais votado e com mais autarcas eleitos.

Nesta intervenção, de cerca de quinze minutos, o Presidente da República traçou objetivos para a economia e a sociedade portuguesa: “Garantir estabilidade política, social, laboral, fiscal, credibilidade das instituições, equilíbrio financeiro, criação de condições para crescimento e emprego e redução sustentada da dívida pública e privada externa, sempre preocupados com a competitividade, que não podemos comprometer ignorando o universo que nos rodeia”.

Na sua opinião, “Portugal tem disposto de sensível estabilidade política, social e laboral nos últimos anos”. No entanto, “quanto à estabilidade fiscal, ela tem sido menos marcada, porque tem conhecido passos favoráveis na reposição de rendimentos mais deprimidos ou sacrificados pela crise, mas olhado menos para estímulos empresariais”.
“Realista que sou, não ignoro as dificuldades a vencer e os riscos a enfrentar. Otimista que também sou, sobretudo porque conheço a indomável vontade dos portugueses, tudo farei para que o processo político ajude decisivamente à competitividade, ao crescimento e, portanto, ao sucesso económico”, afirmou, no final do discurso.
Contudo, observou, o sucesso económico “só vale a pena se for social, isto é, se se projetar na vida concreta de todos e de cada um dos portugueses”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.