Mercados passam ao lado do resultado das eleições alemãs

As bolsas europeias seguem entre ganhos e perdas ligeiras, enquanto os juros aliviam. Só o euro recua, mas pode nem relacionar-se com as eleições na Alemanha.

O resultado das eleições legislativas na Alemanha que ditou a maioria ao partido de Angela Merkel, mas obriga a uma coligação para formar Governo não parece estar a preocupar os investidores. As principais bolsas do Velho Continente oscilam entre ganhos e perdas ligeiras, parecendo assim desvalorizar eventuais dificuldades que a atual chanceler alemã venha a ter para conseguir formar Governo. O mesmo acontece com os juros soberanos. Só o euro desliza.

Após um arranque de sessão marcado por perdas, mas ligeiras, para a maioria dos principais índices bolsistas europeus, alguns já provam ganhos. É o que acontece com o Stoxx 600 que avança 0,13%, para os 383,72 pontos, com apenas cinco dos seus 19 setores a seguirem no vermelho. A própria bolsa de Frankfurt também segue em terreno positivo, com o DAX a valorizar 0,12%, para os 12.607,24 pontos. No mesmo sentido segue o PSI-20, que após um arranque negativo inverteu de rumo e já conhece ganhos. O índice de referência da bolsa nacional soma 0,11%, para os 5.316,12 pontos.

Um pouco mais a sul, o francês CAC segue em contraciclo, mas sofrendo perdas modestas. O índice bolsista parisiense recua 0,07%, para os 5.277,85 pontos. O desempenho mais negativo na Europa, é protagonizado pelo espanhol IBEX que recua 0,55%, para os 10.248,2 pontos, numa altura em que Espanha está mergulhada na instabilidade a escassos dias de se realizar o referendo à independência na Catalunha.

Já no que respeita ao euro, é onde se nota uma maior pressão negativa. A moeda única da zona euro recua 0,37%, para os 1,1906 dólares, após duas sessões consecutivas de subidas. Contudo, os especialistas não parecem estar a relacionar a perda de fôlego da moeda única com o resultado eleitoral na Alemanha.

"O impacto é limitado já que o resultado das eleições alemãs são, para já, mais uma questão de política doméstica do que uma tendência europeia, e o euro irá ser mais sensível a qualquer mudança de direção por parte da política do Banco Central Europeu.”

Viraj Patel

Analista do ING

O impacto é limitado já que o resultado das eleições alemãs são, para já, mais uma questão de política doméstica do que uma tendência europeia, e o euro irá ser mais sensível a qualquer mudança de direção por parte da política do Banco Central Europeu”, afirmou Viraj Patel, estratega do mercado cambial do ING, citado pela Bloomberg.

Já Michael Strobaek, responsável pela estratégia de investimentos do Credit Suisse, defendeu numa nota enviada a clientes, que o resultado das eleições germânicas não representa uma mudança de jogo para os mercados, salientando que até pode ser positivo para as ações alemãs.

"Com as eleições na Alemanha, França e holandesas agora completadas, o risco político relacionado com os partidos eurocéticos — uma das maiores preocupações de 2017 — está agora claramente aliviado.”

Peter Wilmshurst

Analista da Franklin Templeton

Os mercados poderão estar mesmo a respirar de algum alívio, já que as eleições alemãs fecham o ciclo eleitoral de 2017 que mais fazia temer os investidores. “Com as eleições na Alemanha, França e holandesas agora completadas, o risco político relacionado com os partidos eurocéticos — uma das maiores preocupações de 2017 — está agora claramente aliviado”, afirmou Peter Wilmshurst, que gere um fundo de ações globais da Franklin Templeton, citado pela Bloomberg.

Já no mercado da dívida, os juros alemães beneficiam de um alívio, com a taxa a dez anos a recuar 1,6 pontos base, para os 0,43%. O mesmo acontece com a dívida nacional, com a yield no mesmo prazo a descer ligeiramente — menos de um ponto base, para os 2,43%.

Mas nem todos parecem partilhar dessas opiniões positivas. Klaus Wohlrabe, é uma dessas pessoas. O economista-chefe do instituto económico Ifo, diz que o resultado das eleições alemãs pode provocar a incerteza nos negócios. “Neste momento, as pessoas estão perplexas”, afirmou Klaus Wohrabe, citado pela Reuters, acrescentando que a designada “coligação da Jamaica” entre os Conservadores da chanceler alemã com os Democratas Livres e os Verdes seria difícil de alcançar. Wohrabe diz não ser de excluir a possibilidade de se terem de realizar novas eleições, em resultado da dificuldade de formar governo. “Tal incerteza pode certamente espalhar-se”, afirma.

Os dados divulgados esta segunda-feira revelam que a confiança empresarial na Alemanha baixou em setembro pelo segundo mês consecutivo e depois de três recordes seguidos, atingindo agora 115,2 pontos, de acordo com dados do Ifo, citados pela Lusa. As expectativas dos empresários também recuaram.

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Revista de imprensa internacional

Em França, Macron perdeu as eleições para o Senado. No Japão, o atual Governo prepara-se para marcar eleições antecipadas. Nos EUA, Trump renovou o decreto anti-imigração.

A interferência russa nas eleições norte-americanas continua a ser discutida do outro lado do Atlântico. Desta vez foi revelado que o Facebook sabia da atividade dos hackers meses antes das eleições se realizarem. O Presidente eleito, Donald Trump, decidiu expandir o seu decreto anti-imigração à Venezuela e à Coreia do Norte. Já o seu embaixador no Reino Unido pediu aos britânicos para investirem mais em defesa.

Politico

Macron perde eleições para o Senado

O resultado já era esperado, mas não deixa de ser um percalço no percurso do atual Presidente francês que, assim, terá maior dificuldade em aplicar as suas reformas. Os republicanos venceram tal como previsto: os senadores são escolhidos pelos presidentes de câmara e nas últimas eleições locais o Partido Republicano tinha ganho a maioria. O Senado renovou 171 dos seus 348 lugares.

Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Washington Post

Facebook identificou hackers russos meses antes das eleições

Fontes próximas da rede social revelaram ao jornal norte-americano que a empresa sabia da criação de contas russas falsas meses antes das eleições. A estratégia do grupo de hackers, alegadamente contratados pelo Governo russo, passava por comprar “fake news” — ao todo terão gasto 100 mil dólares em anúncios de caráter político. O Facebook terá contactado o FBI quando descobriu, mas — após uma análise — as autoridades norte-americanas concluíram que o grupo tinha como objetivo lucrar e não influenciar as eleições. Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Reuters

Primeiro-ministro japonês prepara-se para dissolver Parlamento

Shinzo Abe planeia dissolver a câmara baixa do Parlamento em breve, segundo um deputado do Partido Liberal Democrata. O objetivo do atual primeiro-ministro japonês é consolidar o seu apoio parlamentar numa altura em que a oposição japonesa está enfraquecida e o perigo eminente dos testes nucleares da Coreia do Norte tem agitado as águas políticas. A sessão extraordinária do Parlamento irá acontecer esta terça-feira.

Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Bloomberg

Casa Branca inclui Venezuela e Coreia do Norte na lei anti-imigração

A ordem executiva, que tem encontrado oposição nos tribunais, estava prestes a terminar. Na renovação, Donald Trump decidiu incluir a Venezuela e a Coreia do Norte aos seis países muçulmanos que já proibia — o Sudão foi retirado da lista. Continuam, por isso, proibidos de viajar para os EUA os cidadãos do Irão, Líbia, Somália, Síria e Iémen. Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Telegraph

EUA pressionam Reino Unido a gastar mais em defesa

O embaixador norte-americano Woody Johnson assinalou que o Reino Unido deveria estar a gastar mais de 2% do seu PIB em defesa, nomeadamente com a NATO. Em entrevista ao Telegraph, Woody Johnson afirmou que os britânicos devem decidir se “o mínimo” investimento em defesa é “suficiente”. “Os Estados Unidos gastam mais do dobro e ainda pode vir a gastar mais”, argumentou. Esta é uma das prioridades da Casa Branca: fazer com que os países cumpram os 2% a que estão obrigados pela NATO.

Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em inglês / Acesso parcial)

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Novo Presidente de Angola toma posse com crescimento mais baixo da década

  • ECO e Lusa
  • 25 Setembro 2017

Angola deverá ter fechado 2016 com crescimento nulo. Economistas pedem diversificação económica e medidas que melhorem o investimento e o clima de negócios.

O novo Presidente de Angola toma posse terça-feira num contexto de abrandamento económico para valores que rondam os 2%, crise de liquidez e de dificuldades financeiras num dos maiores produtores de petróleo subsaariana.

João Lourenço recebe das mãos de José Eduardo dos Santos um país que é o maior produtor de petróleo na África subsaariana, a par da Nigéria, mas que deve ter fechado 2016 com um crescimento nulo ou até em recessão. O Fundo Monetário Internacional prevê que Angola cresça 1,3% este ano e acelere para 1,5% no próximo. Já o Banco Mundial é mais pessimista colocando a perspetiva de crescimento este ano em 1,2% seguida de um abrandamento em 2018 para 0,9%.

João Lourenço toma posse esta terça-feira e não é expectável que introduza grandes mudanças na política económica do país.MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

No último verão, várias agências de notação financeira desceram o rating de Angola, afundando-o ainda mais em território especulativo, ou ‘lixo’, como normalmente é conhecido. A Moody’s coloca a notação de Angola em B1, com outlook negativo, a Standard & Poor’s atribui B- com perspetiva estável e a Fitch coloca o rating de Angola em B com outlook negativo.

Mas apesar deste cenário, não é expectável uma grande alteração na política económica do país. “A eleição de João Lourenço nas eleições de agosto vai fazer com que o atual status quo económico se mantenha firme nos próximos trimestres, o que significa que as reformas necessárias para atrair investimento estrangeiro farão poucos progressos”, escreve a consultora BMI Research.

"A eleição de João Lourenço nas eleições de agosto vai fazer com que o atual status quo económico se mantenha firme nos próximos trimestres, o que significa que as reformas necessárias para atrair investimento estrangeiro farão poucos progressos.”

BMI Research

Numa nota de análise sobre o mandato do novo Chefe de Estado, a consultora do grupo Fitch — a única instituição que prevê um crescimento acima de 4% para 2018 em Angola — considera que “apesar de ter feito campanha com a promessa de diversificar a economia, há pouca margem para o novo presidente alterar os padrões da economia”.

É por isso, aliás, que só para 2018 esta consultora prevê uma subida mais robusta na economia de Angola: “Não antecipamos uma subida significativa no investimento, o que poderia acelerar o crescimento do PIB; apesar de um aumento na produção de petróleo ir fazer o PIB aumentar para 4% em 2018, face à estimativa de 2% este ano, acreditamos que isto é, em última análise, insustentável” devido à falta de reformas estruturais.

Na análise ao novo mandato de João Lourenço, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da BMI acrescentam que depois de 2018, Angola, apresentada como um “petro-estado”, deverá abrandar o crescimento para 2,4%.

Os analistas dizem que José Eduardo dos Santos, “mesmo abandonando oficialmente o poder, vai manter um grande poder de influência enquanto líder do partido no poder e através dos seus filhos, que são líderes da maior empresa de petróleos do país e do fundo soberano de cinco mil milhões de dólares”.

Sem poder para mudar as coisas, a BMI Research prevê João Lourenço permita que “a Sonangol continue uma instituição opaca e ineficiente”.

Já o economista-chefe da consultora Eaglestone considera que o novo Presidente de Angola terá de melhorar as condições de vida dos cidadãos, “senão poderá ter uma surpresa desagradável como perder a maioria ou até as próximas eleições”.

Em declarações à Lusa a propósito da tomada de posse de João Lourenço, o economista salientou que a melhoria do ambiente de negócios, da confiança dos investidores externos e das condições de vida da população deverão ser as principais prioridades do sucessor do histórico Presidente angolano. “As pessoas que agora começam a votar são muito jovens e daqui a cinco anos provavelmente a maioria já terá nascido com Angola em paz”, disse Tiago Dionísio, acrescentando que José Eduardo dos Santos “é reconhecido, valorizado e apoiado por ter trazido e mantido a paz no país”.

A questão, apontou, é que “a classe política está consciente que os problemas de boa parte da população são outros, já não são a questão da paz, são antes as desigualdades, a fraqueza dos serviços públicos, e tem de haver uma preocupação política com estas questões, senão poderão ter uma surpresa desagradável como poder a maioria ou até as eleições”, dentro de cinco anos.

"A classe política está consciente que os problemas de boa parte da população são outros, já não são a questão da paz, são antes as desigualdades, a fraqueza dos serviços públicos, e tem de haver uma preocupação política com estas questões, senão poderão ter uma surpresa desagradável como poder a maioria ou até as eleições.”

Tiago Dionísio

Economista-chefe da consultora Eaglestone

Questionado sobre o país que João Lourenço vai receber de José Eduardo dos Santos, Tiago Dionísio assumiu estar “preocupado com as perspetivas de crescimento em Angola”. O segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana cresceu acima de 8% durante a última década, “mas no ano passado teve um crescimento zero ou até uma recessão, e as perspetivas para este e para os próximos anos apresentam estimativas de 1 a 1,5%”.

Sobre a melhor forma de acelerar esse crescimento, insuficiente para impedir o PIB per capita de descer, o economista-chefe da Eaglestone disse que “para além da diversificação económica, falada há anos, os esforços devem concentrar-se na introdução de medidas que melhorem o investimento privado doméstico e internacional”.

O petróleo, admitiu, vai continuar a ser o grande motor do crescimento angolano, mas “há setores com um potencial brutal, como os serviços, o retalho e a agricultura”, que pode ser aproveitada tendo em conta a necessidade da China e da Índia de alimentar uma população a crescer, e “isso é algo que as autoridades angolanas podiam explorar”.

Sobre o novo estilo de João Lourenço e quais as diferenças com o seu antecessor, Tiago Dionísio admitiu que “existe uma enorme expectativa” e considerou que “a escolha da equipa e o próximo Governo vão ditar muito do que o novo Presidente quer para o país”.

Deverá haver, concluiu, “alguma preocupação em melhorar a transparência e as condições para o investimento privado em Angola e que o país consiga arrepiar caminho na diversificação”, tornando-o menos suscetível à volatilidade dos preços das matérias-primas, até porque “o petróleo não vai chegar aos 100 dólares nos próximos anos”.

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Direção-Geral do Orçamento divulga hoje execução orçamental até agosto

  • Lusa
  • 25 Setembro 2017

Até julho, as Administrações Públicas registaram, em contas públicas, um défice de 3.762,7 milhões de euros, o que se traduziu numa melhoria homóloga de 1.153,1 milhões de euros.

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) divulga esta segunda-feira a síntese da execução orçamental em contas públicas até agosto, sendo que, em contabilidade nacional, o Governo estima reduzir o défice para 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

Até julho, as Administrações Públicas registaram, em contas públicas, um défice de 3.762,7 milhões de euros, o que se traduziu numa melhoria de 1.153,1 milhões de euros face ao registado em igual período de 2016 (-4.915,8 milhões de euros).

Esta melhoria, segundo explicou a DGO, resultou do aumento da receita (3,2%) e do acréscimo ligeiro de despesa (0,5%), tendo o saldo primário (que exclui os encargos com a dívida pública) sido excedentário em 1.725,9 milhões de euros, 1.376,9 milhões de euros acima do verificado em igual período do ano anterior.

O aumento da receita (1.391,3 milhões de euros, face ao período homólogo) reflete, essencialmente, “a evolução positiva da receita fiscal, destacando-se, nos impostos diretos, o esbatimento do efeito do diferente perfil intra-anual dos reembolsos de IRS que se havia feito sentir, em particular, no mês anterior”.

Já para a subida da despesa face ao período homólogo (238,2 milhões de euros) contribuíram, principalmente, o crescimento dos juros e outros encargos (4,2%), entre eles o pagamento de juros relativos a contratos de ‘swaps’, por parte do Metro do Porto, a evolução das aquisições de bens e serviços (3,6%), em especial no programa orçamental saúde (4,3%), assim como o forte crescimento do investimento excluindo Parcerias Público-Privadas (28,8%).

“Em sentido inverso, destaca-se a contração das transferências correntes, maioritariamente justificada por, em 2017, apenas metade das prestações relativas ao 13.º mês ser objeto de pagamento por duodécimos”, explicou a DGO.

Por sua vez, a receita fiscal líquida do subsetor Estado registou, até julho, um crescimento de 950,2 milhões de euros (mais 4,4%) face ao período homólogo, “invertendo a trajetória dos meses recentes, em virtude da diminuição do desfasamento temporal dos reembolsos de IRS antecipados para os meses de abril a junho”.

Em termos homólogos, acrescenta a entidade liderada por Manuela Proença, a taxa de variação da receita situa-se acima da prevista para o conjunto do ano (3%), destacando-se o crescimento do IRC (mais 18,8%) e do IVA (mais 4,9%).

Os números divulgados pela DGO são apresentados em contabilidade pública, ou seja, têm em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, e a meta do défice fixada é apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em contas nacionais, a ótica dos compromissos, que é a que conta para Bruxelas.

Em 2016, o défice orçamental em contas nacionais ficou nos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e, para este ano, a estimativa do Governo apresentada no Programa de Estabilidade aponta para uma redução do défice para os 1,5% do PIB até dezembro.

No primeiro semestre, o INE divulgou que o défice das administrações públicas foi de 1,9%, abaixo dos 3,1% registados no período homólogo, mas acima da meta para o conjunto do ano.

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“Slots” dos aeroportos vão deixar de ser geridos pela ANA

  • ECO
  • 25 Setembro 2017

Uma queixa da Comissão Europeia está a forçar o Governo a retirar à ANA a gestão das faixas horárias. O Executivo vai abrir um concurso público para atribuir a tarefa a uma entidade independente.

A justiça europeia deu razão à Comissão Europeia, que se queixou por Portugal ter deixado a gestão dos “slots” nas mãos da Aeroportos de Portugal (ANA), agora detida pelos franceses da Vinci. Para não ser alvo de multas, o Governo já está a agir: segundo o Jornal de Negócios desta segunda-feira, o Executivo vai abrir um concurso à gestão das faixas horárias dos aeroportos portugueses.

Em causa está a Divisão de Coordenação Nacional de Slots, estrutura criada dentro da ANA, enquanto esta era detida pelo Estado. Com a privatização da empresa, o controlo da gestão das faixas horárias passou a ser feito pelos franceses da Vinci. No entendimento de Bruxelas, o coordenador do processo de atribuição de “slots” deve ser independente e, por isso, estar separado de qualquer parte interessada.

Segundo o Jornal de Negócios, os aeroportos coordenados são o de Lisboa, Porto, Madeira e Faro. A solução do Executivo português passa por entregar a gestão das faixas horárias a uma “associação de direito privado sem fins lucrativos”, onde possivelmente os vários interessados — incluindo as transportadoras aéreas — poderão estar presentes.

Neste momento discute-se a solução do Montijo, numa altura em que a ANA está preocupada com o esgotamento da capacidade do Aeroporto de Lisboa já não próximo ano. Em julho, o presidente executivo da ANA estimava que o aeroporto de Lisboa possa perder este ano até 2,5 milhões de passageiros devido às limitações da infraestrutura, que está a 10% de esgotar a capacidade de uso de ‘slots’.

A ANA foi vendida por mais de três mil milhões de euros ao grupo francês Vinci em 2012, no âmbito do programa de privatizações do anterior Governo e durante o resgate da ‘troika’.

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Bolsa de Lisboa arranca no vermelho. BCP e energia pressionam

O PSI-20 arrancou a semana em queda, condicionado pelo resultado das eleições na Alemanha. O BCP, bem como as cotadas do universo EDP e a Jerónimo Martins são as que mais condicionam o índice.

A praça bolsista lisboeta arrancou a semana com o pé esquerdo, com o PSI-20 a registar perdas ligeiras. O resultado das eleições legislativas na Alemanha que ditou uma nova maioria, mas muito mais curta ao partido de Angela Merkel, está a condicional a negociação bolsista tanto em Lisboa como no resto da Europa.

O PSI-20 abriu a sessão a desvalorizar 0,05%, para os 5.307,67 pontos, com o BCP, as cotadas do universo EDP e a Jerónimo Martins a ditarem o rumo do índice bolsista nacional. No resto da Europa, o arranque da semana também é marcado por perdas, que são transversais à generalidade dos índices. O Dax alemão abriu a perder 0,15%, para os 12.573,35 pontos, um dia depois de as legislativas germânicas terem ditado uma vitória de Angela Merkel, mas com uma minoria que irá obrigar a uma coligação para cumprir o quarto mandato, sendo que Martin Schulz vai agora fazer parte da oposição. O euro também segue no vermelho. A moeda única desliza 0,29%, para os 1,1917 dólares.

“Tal como esperado, o partido da Chanceler Merkel, a CDU-CSU, ganhou as eleições com quase 33% dos votos. Todavia, a tarefa da Chanceler no período pós-eleições será bastante árdua”, diz o BPI no diário de bolsa desta segunda-feira.

Por cá, as ações do banco liderado por Nuno Amado arrancaram a perder 0,48%, para os 23,01 cêntimos, isto no dia em que é noticiado que os bancos portugueses poderão ter direito de preferência na compra de ativos problemáticos do Novo Banco. Segundo o Negócios (acesso pago), a proposta feita pelas instituições financeiras terá sido bem aceite pelo Banco de Portugal.

Por sua vez a EDP e a EDP Renováveis deslizam 0,22% e 0,43%, respetivamente, para os 3,19 e 7,169 euros. O recuo das ações d EDP acontece no mesmo dia em que o jornal espanhol Cinco Días noticia que a China Three Gorges está reticente em relação a uma eventual fusão entre a elétrica portuguesa e a Gas Natural. Já a Jerónimo Martins perde 0,45%, para os 16,45 euros por ação.

Nota positiva para as ações da Galp Energia que avançam 0,27%, para os 14,94 euros, seguindo em contraciclo com as cotações do petróleo nos mercados internacionais. No meso sentido, segue o CTT, cujos títulos valorizam 0,24%, para os 5,06 euros.

(Notícia atualizada às 8h30 com mais informação)

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Parecer chumbou entrega das barragens à EDP sem concurso público

  • ECO
  • 25 Setembro 2017

Um parecer negativo do Instituto da Água foi ignorado em 2006. Em causa estava a extensão do prazo de explorações das barragens da EDP sem a abertura de um concurso público.

O instituto que tutelava os recursos hídricos criticou as alterações feitas pelo então ministro da Economia, Manuel Pinho, ao projeto-lei que dava à EDP a gestão de 27 barragens em Portugal. O parecer, divulgado esta segunda-feira pelo Público, continha vários alertas, nomeadamente um que dizia que o diploma fazia uma transmissão ilegal de direitos de utilização sem concurso.

O parecer do extinto Instituto da Água (INAG) foi entregue ao Ministério do Ambiente e tinha como alvo as alterações introduzidas pelo Ministério da Economia. “Constata-se que as propostas de alteração remetidas pelo MEI [Ministério da Economia e Inovação] violam frontal e grosseiramente o disposto numa Lei de Bases [a Lei da Água]“, conclui o texto de 2006.

A interpretação do INAG era de que a Lei da Água exige que a “utilização privativa dos RH [recursos hídricos] do domínio público obriga a processo concursal”. E, por isso, o parecer aponta para uma “subordinação” da tutela do Ambiente à da Economia. O projeto de Pinho entregava a concessão à REN que, por sua vez, subconcessionava à EDP.

O Instituto da Água criticou este modelo de subconcessão por não estar prevista na lei. O Público aponta ainda que o parecer criticava a atribuição indevida de isenções. Contudo, o parecer não foi considerado e o decreto-lei avançou meses depois, numa altura em que António Mexia já era CEO da EDP.

Pelo menos desde junho que a EDP e a REN estão a ser investigadas pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção ativa e passiva e participação económica em negócio. Também desde esse mês que a Comissão Europeia está a avaliar a entrega das barragens à EDP sem concurso.

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Bancos poderão ter direitos de preferência na compra de ativos do Novo Banco

  • ECO
  • 25 Setembro 2017

Os bancos pediram ao Banco de Portugal preferência sobre a compra de ativos problemáticos do Novo Banco. O objetivo é minimizarem as suas perdas no Fundo de resolução.

Os bancos portugueses poderão ficar com direito de preferência na compra dos ativos problemáticos do Novo Banco. A proposta apresentada pela banca ao Banco de Portugal, segundo avança o Jornal de Negócios (acesso pago) terá sido bem recebida pela entidade liderada por Carlos Costa apesar de ainda não haver uma decisão tomada.

De acordo com o jornal, a proposta foi discutida em contactos estabelecidos entre a Associação Portuguesa de Bancos (APB) e o Banco de Portugal sobre a venda do Novo Banco à Lone Star e o mecanismo de capital contingente destinado a cobrir as perdas resultantes dos ativos problemáticos que pode obrigar o Fundo de Resolução a injetar até 3.890 milhões de euros na instituição.

A ideia será os bancos ficarem com direito de preferência na compra dos ativos do Novo Banco que estão abrangidos pelo mecanismo de capital contingente. Por imposição de Bruxelas, 75% desta carteira tem de ser alienada num prazo de cinco anos. Tendo em conta que os bancos vão ter de assumir as perdas geradas por esses ativos, pela via da sua participação no Fundo de Resolução, estes querem ter prioridade numa eventual compra desse património.

Consoante o valor a que conseguissem alienar esses ativos, esta seria uma forma de os bancos conseguirem minimizarem as suas perdas associadas à sua participação no Fundo de resolução. De salientar que os bancos, em particular o BCP, têm criticado este sistema de proteção de ativos por implicar um aumento das responsabilidades do Fundo de Resolução que o sistema bancário vai ter de financiar ao longo das próximas décadas.

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Migrantes qualificados atenuam pressões no mercado de trabalho global

  • Lusa
  • 25 Setembro 2017

Relatório da Hays refere que se mantém a escassez de competências, numa altura em que as empresas continuam à procura de profissionais qualificados para cargos e de setores especializados.

O crescente número de migrantes qualificados em vários países, desde 2016, contribuiu para reduzir ligeiramente as pressões sobre o mercado de trabalho a nível global, indicou o grupo de recrutamento Hays num relatório divulgado esta segunda-feira.

Contudo, apesar da ligeira melhoria, o documento refere que se mantém a escassez de competências, numa altura em que as empresas continuam à procura de profissionais qualificados para uma série de cargos e de setores especializados.

Foram estas as principais conclusões da 6.ª edição do Hays Global Skills Index, um estudo intitulado “Dinâmicas Regionais do Mercado de Trabalho Global: Qualificações com Procura e a Mão-de-Obra de Amanhã”, realizado em colaboração com o Oxford Economics e elaborado com base numa análise dos mercados de trabalho em 33 economias globais, entre as quais Portugal.

“Depois de um período de incerteza global (…), identificamos sinais de um cenário mais positivo para as empresas em todo o mundo (…): o nosso relatório aponta para um ligeiro atenuamento em alguns dos principais elementos de pressão que influenciavam os mercados de trabalho, [mas] mesmo com este desagravamento das pressões, a falta de competências continua a ser um problema persistente que requer a máxima atenção das empresas, governos e instituições de ensino”, disse o diretor executivo da Hays, Alistair Cox, citado em comunicado.

De acordo com o estudo, “o fluxo de migrantes qualificados contribuiu para uma ligeira redução na média do Índice Geral deste ano: o resultado, em 33 países, baixou marginalmente de 5,4 para 5,3, registando a primeira redução anual no Índice Geral desde a sua criação, em 2012”.

Em Portugal, a redução na média do Índice Geral foi um pouco mais expressiva, baixando de 5,7 em 2016 para 5,4 em 2017, precisou a Hays.

Segundo a diretora-geral da Hays Portugal, Paula Baptista, “após vários anos de instabilidade, a economia portuguesa parece ter finalmente entrado num ciclo positivo e isso tem tido reflexos em inúmeras oportunidades de crescimento para o mercado de trabalho”.

"Após vários anos de instabilidade, a economia portuguesa parece ter finalmente entrado num ciclo positivo e isso tem tido reflexos em inúmeras oportunidades de crescimento para o mercado de trabalho.”

Paula Baptista

Diretora-geral da Hays Portugal

“Portugal tem provado ser um destino de eleição para investimento estrangeiro e para a abertura de vários centros de serviços partilhados, o que tem colocado alguma pressão salarial nas funções ou competências altamente procuradas”, sustentou a responsável, citada em comunicado.

A escassez de talento continua a ser um grande problema para Portugal, mas está a começar a ser respondida através do sistema educativo que começa a fazer um esforço para adaptar a sua oferta académica às necessidades do mercado de trabalho”, acrescentou.

Os dados das Nações Unidas indicam que 244 milhões de pessoas, ou 3,3% da população mundial, vivem atualmente num país que não é o seu país de origem. Os dados do Hays Global Skills Index mostram ainda que na União Europeia, em 2016, a proporção de pessoas nascidas noutros países e com formação superior era de 29% – uma subida de três pontos percentuais em relação a 2011.

O estudo sublinha que “o fluxo de trabalhadores parece estar a contrariar o problema que muitos países vivem atualmente: o envelhecimento da população”. “Com exceção da Índia, a população ativa em todos os países do Índice deverá diminuir em cerca de um milhão de pessoas em 2017, à medida que a sua população envelhece, [mas] dado o crescimento dos ritmos de participação em 25 dos 33 países do Índice, e o aumento do número de migrantes e da sua especialização em comparação com o passado, a oferta de trabalhadores irá aumentar em 1,1 milhões”, estima-se no relatório.

Alistair Cox defende que, “com a esperada diminuição da população ativa em todos os países, é vital que os governos aproveitem a migração qualificada”. “A prosperidade e o crescimento dependem das pessoas e, sem as competências certas, as empresas e consequentemente as sociedades podem ficar mais debilitadas e não florescer – a migração especializada apresenta-se como uma resposta importante e necessária para esta lacuna global de competências”, vincou.

O estudo da Hays atribui igualmente à digitalização um papel importante no combate à falta de competências, “uma vez que permite que estes migrantes especializados trabalhem com maior flexibilidade, mais eficientemente e remotamente”, e aponta a existência de “uma procura crescente de novos cargos neste cenário em constante evolução”.

“Numa altura em que a oferta de trabalhadores especializados se mantém estável, as empresas terão tempo para se concentrar mais na adaptação da sua força de trabalho a um cenário marcado por um panorama tecnológico em rápido desenvolvimento”, indica a Hays, acrescentando que “o aumento da tecnologia e da automatização no local de trabalho irá fomentar uma maior comunicação e mais flexibilidade na forma como se trabalha, bem como o aumento de procura de novos empregos, mas irá ainda substituir algumas das funções atuais”.

Os empregadores deverão dar prioridade à formação e à educação para se assegurarem que os seus colaboradores têm as competências necessárias para enfrentarem as alterações tecnológicas e para garantirem que as suas competências se mantêm relevantes”, frisa-se no documento.

Além de Portugal, os países analisados neste Índice Geral foram: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Colômbia, Chile, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Malásia, México, Nova Zelândia, Polónia, Reino Unido, República Checa, Rússia, Singapura, Suécia e Suíça, e ainda a região administrativa especial chinesa de Hong Kong.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Governo atualiza dados da execução orçamental até agosto. No plano internacional, destaque para a reação dos investidores após o domingo eleitoral na Alemanha. BCE também fala.

Em Portugal, a Direção-Geral do Orçamento atualiza a execução orçamental até agosto. Mas o foco do dia vai estar sobretudo lá fora, depois de conhecidos os resultados das eleições na Alemanha. Angela Merkel fala esta segunda-feira. Assim como vários responsáveis do Banco Central Europeu (BCE), desde Mario Draghi até Vítor Constâncio e Yves Mersch. Este último discursa em Lisboa.

Como evoluiu a execução orçamental até agosto?

A Direção-Geral do Orçamento publica a síntese de execução orçamental relativa a agosto. Os dados são conhecidos depois de na passada sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística ter revelado que Portugal fechou o primeiro trimestre do ano com um défice de 1,6%.

Merkel fala após eleições

Angela Merkel realiza ao início da tarde uma conferência de imprensa para comentar os resultados das eleições na Alemanha deste domingo. A sessão de hoje nos mercados deverá ser influenciada pelo ato eleitoral na maior economia da Zona Euro.

BCE presente em Bruxelas, Frankfurt e… Lisboa

Numa altura em que todas as atenções estão centradas no Banco Central Europeu (BCE), sobretudo por causa da retirada dos estímulos monetários na Zona Euro, os investidores vão ter a oportunidade de ouvir em discurso direto vários responsáveis da autoridade monetária. Vítor Constâncio fala esta manhã em Frankfurt, no âmbito da segunda conferência anual do BCE. Em Lisboa, Yves Mersch discursa numa conferência organizada pelo Banco de Portugal sobre gestão de risco dos bancos centrais. À tarde é a vez Mario Draghi falar no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Regressam as negociações do Brexit

A saída do Reino Unido da União Europeia volta à mesa das negociações entre europeus e britânicos esta segunda-feira. Michel Barnier é quem lidera a equipa da UE e tem encontro agendado com David Davis, o negociador indicado por Theresa May, em Bruxelas.

Eleições à vista no Japão?

Do outro lado do mundo, Shinzo Abe deverá realizar um encontro com os jornalistas para anunciar eleições antecipadas no Japão. Abe acredita que a sua posição face aos testes nucleares da Coreia do Norte poderá dar vantagem eleitoral face à oposição.

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Autárquicas: Com a economia a crescer, há candidatos que vão ganhar à boleia de António Costa

  • ECO
  • 24 Setembro 2017

Marques Mendes diz que está a haver uma nacionalização das eleições que é boa para o PS. Com a economia a acelerar, há candidatos a subir nas sondagens, podendo ganhar à boleia de António Costa.

Quando falta apenas uma semana para as eleições autárquicas, há boas notícias para o país: a economia está a acelerar enquanto o défice está a descer. São argumentos que estão a ser utilizados na campanha, assistindo-se a uma “nacionalização das eleições” que, diz Marques Mendes, poderá levar a que candidatos do PS ganhem câmaras à boleia de António Costa.

“Uma novidade nesta campanha é a nacionalização das eleições. Há uma preponderância de temas de caráter nacional”, diz Marques Mendes no espaço de comentário semanal na SIC. “António Costa tem vantagem em fazer isto porque a economia está em alta. Não é bom para os outros partidos. Para o PSD é uma desvantagem. Teria vantagem em pegar nos temas locais”, refere.

Marques Mendes diz mesmo que “há sondagens que se conhecem, e outras que não se conhecem ainda, que mostram que nos últimos dias os candidatos do PS subiram quatro e cinco pontos percentuais. Alguns candidatos vão ganhar à boleia de António Costa”. O “risco do PS é de, apesar disso, perder algumas câmaras porque tem muitas câmaras com divisões internas”.

Já o PSD “tem uma vantagem: teve um péssimo resultado há quatro anos. Pode ganhar mais câmaras, diminuindo o fosso” para o PS. O risco é não ganhar nos grandes centros, de ficar abaixo de 20%, por exemplo em Lisboa, Porto, Oeiras ou Matosinhos”. Em Lisboa, por exemplo, Assunção Cristas, do CDS, não tem risco. O CDS teve 7% nas últimas autárquicas, resultado que a líder do partido deverá conseguir superar no dia 1 de outubro.

 

Economia brilha. Défice de 1,5% é “serviço mínimo”

Esta visão de Marques Mendes sobre as autárquicas resulta dos bons resultados que estão a ser conseguidos pelo Executivo de António Costa no país. A economia está a crescer a um ritmo mais acelerado ao mesmo tempo que o défice encolhe, mas deveria cair ainda mais, defende o comentador.

“Tinha dito em agosto que o PIB do segundo trimestre ia estar na casa dos 3%. Estava certo. É uma boa notícia”, refere. Já o “défice de 1,9% [no primeiro semestre] não é grande obra. O défice devia ser inferior. Se o Governo cumprir [a meta de 1,5% no total do ano] é bom, mas é serviço mínimo”, diz.

Tancos faz mossa? Investigação pode ficar em “águas de bacalhau”

Há bons dados na economia que puxam por António Costa, mas há ministros deste Governo que não têm vivido dias fáceis. É o caso de Azeredo Lopes, criticado por um relatório que o próprio diz ter sido “fabricado” sobre a sua atuação no caso do roubo de material militar em Tancos.

Marques Mendes diz que é um “relatório curioso porque é de pai incógnito. Todos desmentiram”. “Isto ainda vai dar muito que falar sobre a paternidade. Resulta de guerras internas nas forças armadas”, diz, salientando, no entanto, que “está a dar-se importância ao que não interessa nada”. Sobre Tancos “a bronca é de que a investigação ficar em águas de bacalhau por não haver provas. Sobre isto ninguém fala”.

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Relatório sobre Tancos foi “fabricado” com “objetivos políticos”, diz Azeredo Lopes

  • Lusa
  • 24 Setembro 2017

O ministro da Defesa diz que "é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações".

O ministro da Defesa admitiu que o noticiado relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido fabricado e que possam existir “objetivos políticos” na sua divulgação.

“Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações”, afirmou à Lusa José Azeredo Lopes, um dia depois de o relatório ter sido noticiado pelo semanário Expresso.

O ministro considera ainda “muito peculiar” como “é que aparentemente o PSD parecia conhecer este documento falsamente apresentado como sendo das ‘secretas’” e não exclui que existam objetivos políticos na sua divulgação.

Questionado pela Lusa sobre se tem suspeitas, o ministro da Defesa disse recusar “lançar insinuações”, “ao contrário do que tem feito a oposição”.

Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações.

Azeredo Lopes

Ministro da Defesa

“É importante saber de quem é a autoria do documento, com que intenção foi elaborado e com que objetivos, aparentemente políticos, foi divulgado como sendo das ‘secretas’”, afirmou o ministro, depois de ter sido criticado pelos líderes dos partidos da oposição, Pedro Passos Coelho, do PSD, e Assunção Cristas, do CDS-PP, durante o fim de semana.

Após o primeiro-ministro, António Costa, ter dito, no sábado, que o relatório com críticas ao Governo não é de qualquer entidade oficial, e de “ser claro que cabe às autoridades judiciárias” a investigação sobre o furto das armas, “só por má-fé” pode continuar a dizer-se que “o ministro não consegue saber o que se passou em Tancos”, concluiu.

“Como cidadão e como ministro da Defesa”, Azeredo Lopes disse, por duas vezes nas declarações à Lusa, que “é importante saber quem, com que motivação, fabricou um documento apresentando-o falsamente como sendo das ‘secretas’”.

Quanto ao furto de armamento do paiol da base de Tancos, o ministro disse ser importante que os cidadãos saibam que “o que havia para fazer, do ponto de vista do Governo, para evitar, tanto quanto possível, ocorrências de situações do género está a ser feito ou já foi feito”.

E acrescentou que as investigações seguem o seu curso, tendo em conta a separação de poderes, sendo da responsabilidade das autoridades judiciárias.

O semanário Expresso divulgou no sábado um relatório, que atribuiu aos serviços de informações militares, com cenários “muito prováveis” de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à atuação do ministro da Defesa Nacional, na sequência do caso conhecido em 29 de junho.

O primeiro-ministro reiterou no sábado à noite desconhecer o relatório noticiado pelo Expresso sobre o furto de armas em Tancos, sublinhando que o documento não pertence a “nenhum organismo oficial” do Estado.

O Estado-Maior-General das Forças Armadas já “desmentiu a autenticidade desse documento, tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações, disse António Costa.

“Receio muito que estejamos a falar sobre algo fabricado e não sobre um documento autêntico. Um documento autêntico já sabemos que não é”, acrescentou António Costa, à margem de uma ação da campanha eleitoral do PS no Algarve.

Numa nota divulgada posteriormente na sua página da Internet, o Expresso reiterou que “o documento existe e é verdadeiro” e que “foi elaborado, tal como se escreveu, para conhecimento da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária e do Serviço de Informações de Segurança (SIS)”.

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