Malparado em mínimos de quase cinco anos

Os bancos tinham em carteira 15.392 milhões de euros de crédito vencido, em julho. Trata-se de um mínimo de dezembro de 2012. O recuo deveu-se à quebra do malparado nas empresas.

O montante do crédito malparado detido pela banca nacional caiu para um novo mínimo. Dados divulgados pelo Banco de Portugal, nesta terça-feira, indicam que, no final de julho, os empréstimos de cobrança duvidosa ascendiam a 15.392 milhões de euros. Este valor é o mais baixo em quase cinco anos.

Seria necessário recuar até dezembro de 2012, para ver um nível do crédito malparado mais baixo, período em que este ascendia a 15.053 milhões de euros. O peso do malparado no total dos empréstimos também caiu, mas para mínimos de junho de 2014. Em julho deste ano, representava 8,1% face ao total de 190.041 milhões de empréstimos à economia existentes.

A maior parte da responsabilidade pela quebra do bolo total dos empréstimos de cobrança duvidosa, em julho, recai sobre as empresas. Nesse mês, os empréstimos das empresas nessa situação ascendiam a 10.533 milhões de euros. Ou seja, menos 85 milhões de euros face ao que se verificava no mês anterior. Em resultado dessa diminuição, o malparado viu o seu peso encolher para 14,04% face ao total de empréstimos às empresas. Ou seja, o nível mais baixo desde setembro de 2014.

Malparado em queda

Fonte: Bloomberg | Valores em milhões de euros

No caso dos particulares, pelo contrário, registou-se um aumento do malparado. Os empréstimos nestas circunstâncias aumentaram em 28 milhões de euros, em julho, entre as famílias, para um total de 4.859 milhões de euros. Nessa ocasião, o malparado passou a representar 4,225 do total de financiamento às famílias.

Entre os particulares, a habitação continua a apresentar o maior volume de malparado. Este segmento é responsável por 2.000 milhões de euros de empréstimos nessa situação, em linha com os 2.001 milhões que se registavam em junho. De todo o dinheiro emprestado para a compra de casa, 2,24% respeita a crédito vencido, a fasquia mais baixa desde setembro de 2013.

No consumo, o malparado ascendia a 708 milhões, acima dos 702 milhões verificados em junho. Ou seja, 5,53% de todo o financiamento concedido com esse fim. Já na categoria de outros fins, totalizava 2.051 milhões, acima dos 2.028 registados em junho. No total de crédito ao consumo, os empréstimos nessa situação pesam 56,8%.

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Mecachrome Aeronáutica pronta a descolar em Évora

  • Lusa e ECO
  • 12 Setembro 2017

A unidade da Mecachrome Aeronáutica em Évora já está em atividade desde março, mas é em outubro que fica totalmente operacional. Com ela, sobem também os empregos.

A Mecachrome Aeronáutica, produtora de peças metálicas para a indústria aeronáutica, vai inaugurar, a 13 de outubro, a sua fábrica de Évora, que está a laborar “desde o final de março”, revelou esta segunda-feira o diretor da unidade.

“Em outubro, já vamos ter todas as máquinas instaladas e as 16 referências de peças quase a 100% qualificadas para a produção” avança à Lusa Christian Santos, diretor da fábrica. O grupo francês Mecachrome, liderado pelo português Júlio de Sousa e que detém a portuguesa Mecachrome Aeronáutica, também anunciou a cerimónia de inauguração para o dia 13 de outubro. A empresa, detentora de outra unidade industrial em Portugal, em Setúbal, investiu cerca de 30 milhões de euros na fábrica em Évora, construída no Parque de Indústria Aeronáutica (PIAE) da cidade.

A fábrica já emprega “perto de 65 funcionários” e o processo de recrutamento continua em curso, afirmou Christian Santos, que disse esperar terminar o ano com “70 a 80” pessoas a trabalhar na unidade. A meta, até 2020, segundo o diretor, é chegar aos “cerca de 250 a 300” trabalhadores.

A unidade, que cumpriu o prazo definido por Christian Santos de começar a laborar “até ao final do primeiro trimestre” deste ano, fabrica peças de metal para motores de aviões, estando previsto, ainda para este ano, o arranque da 2.ª fase de produção, com o fabrico de peças para a estrutura de aviões. Com uma área de quase 22 mil metros quadrados, o projeto abrange duas fases de construção: a atual, já concluída, com 13.500 metros quadrados, e uma segunda etapa, em que a fábrica será ampliada para mais 9.300 metros quadrados.

A unidade de Évora trabalha exclusivamente para a indústria aeronáutica, para vários clientes, como a Airbus ou a Safran, mas o grupo Mecachrome está igualmente especializado na produção de peças de alta precisão para as indústrias espacial e automóvel. Na unidade alentejana, está previsto ser instalado um processo produtivo criogénico – à base de azoto líquido – que é “único no mundo”, concebido pelo grupo Mecachrome em França, realçou o diretor, em entrevista à Lusa, em janeiro.

A Mecachrome Aeronáutica beneficiou de incentivos financeiros atribuídos pelo Estado português, que o considerou “um importante projeto”, capaz de dar “um forte contributo para o desenvolvimento do ‘cluster’ aeronáutico português” e para “a projeção da competitividade” do país. No total, o Governo investiu 54,8 milhões de euros que se distribuíram por este projeto da Mecachrome e as empresas Hikma Farmacêutica, Toyota Caetano e Royal Óbidos.

No Parque de Indústria Aeronáutica de Évora estão já instaladas diversas outras fábricas de empresas deste setor, nomeadamente duas da construtora brasileira Embraer.

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Águas de Portugal fecha empréstimo de 420 milhões do BEI

  • ECO
  • 12 Setembro 2017

Banco europeu vai ajudar a financiar investimentos em infraestruturas de água e saneamento.

Román Escolano, vice-Presidente do BEI, e João Nuno Mendes, presidente do conselho de administração da Águas de Portugal, assinaram esta terça-feira a primeira tranche do empréstimo de 220 milhões de euros.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) aprovou a concessão de um empréstimo de 420 milhões euros à Águas de Portugal (AdP) para financiar investimentos em infraestruturas de água e saneamento e o contrato relativo à primeira tranche — 220 milhões — foi assinado esta terça-feira em Lisboa.

A notícia é avançada por um comunicado conjunto da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento, que revela ainda que a operação conta com a garantia do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, que operacionaliza o Plano de Investimento para a Europa, mais conhecido por Plano Juncker.

Este empréstimo é concedido em “condições vantajosas”, tanto ao nível da duração do empréstimo como das respetivas taxas de juro e visa “promover a melhoria da qualidade, eficiência e sustentabilidade dos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais em Portugal, ao apoiar a construção e renovação das respetivas infraestruturas em todo o território continental português”. Uma reconstrução que até já estão no terreno, como por exemplo, as estações de tratamento de águas residuais de Faro-Olhão, a ETAR de Portimão ou as estações de tratamento de águas no Cartaxo e em Beja.

Com este investimento — assegurado em 48% pelo BEI e 13% por fundos comunitários — a Águas de Portugal, presidida por João Nuno Mendes, promete criar mais de 7.400 postos de trabalho durante a fase de implementação. Durante os próximos quatro anos, este financiamento do BEI vai contribuir para “a execução de um grande programa de investimento, com mais de mil intervenções nas redes de abastecimento de água”, que aumentará a qualidade e a cobertura do serviço em Portugal”. Os investimentos também vão aumentar o volume de águas residuais tratadas. A expectativa é melhorar os serviços de abastecimento de água a mais de oito milhões de pessoas.

As condições da segunda tranche do empréstimo — 200 milhões — ainda estão a ser negociadas, sublinha o comunicado da Comissão Europeia, mas o montante “poderá ser facultado através de uma estrutura alternativa, sem recurso ao Grupo AdP”, explica a mesma nota enviada às redações. Em causa pode estar um “um instrumento inovador de financiamento para os municípios, que não estava disponível até à data”.

Segundo o Jornal de Negócios (acesso pago) esta segunda tranche vai permitir aos municípios saldar a quase totalidade da dívida que têm junto da Águas de Portugal. Apesar de o processo ter de ser negociado “caso a caso” — uma negociação que deverá ser lançada no próximo ano — o objetivo é de que as câmaras que cheguem a acordo com o BEI para aceder ao empréstimo se comprometam a pagar o que devem à AdP. A dívida vencida das autarquias, junto da empresa, fixa-se em 230 milhões de euros. Ora, esta tranche do empréstimo do BEI é de 200 milhões.

 

Artigo atualizado

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Yupido só tem 35.000 euros em cash. O resto são plataformas

  • ECO
  • 12 Setembro 2017

Afinal, a Yupido só terá 35.000 euros de capital em dinheiro. Tudo o resto, que perfaz 28,8 mil milhões de euros, é resultado de duas plataformas: um software de gestão e uma plataforma de media.

Afinal, a Yupido só tem 35.000 euros em dinheiro — tudo o resto é software ou plataformas. Dos 28,8 mil milhões de euros de capital registados pela empresa, um valor que lhe dá o estatuto de empresa com o maior capital social em Portugal, nem mesmo os 243 milhões de euros iniciais eram dinheiro a sério. Segundo o Observador, resultou da avaliação de outro “ativo intangível”, um “software de gestão para empresas que funciona em multiplataforma”, de acordo com o relatório do revisor oficial de contas que avaliou esse ativo.

O único capital em cash da empresa, de acordo com o jornal, foram 35.000 euros: 10.000 euros avançados por Cláudia Alves (vice-chairman), outros 10.000 euros avançados por Torcato Jorge (chairman), e 15.000 euros avançados por Filipe Besugo (diretor criativo). Nesta primeira fase da Yupido, quando foi constituída a sociedade em 2015, só dois dos fundadores entraram ainda com o tal ativo intangível: 70,86% do software era detido por Cláudia Alves e 29,13% era propriedade de Torcato Jorge.

No início de 2016, segundo o relatório de contas do ano passado a que o ECO teve acesso, os 243 milhões de euros estavam inscritos na rubrica de depósitos à ordem. Há pelo menos quatro entidades a debruçarem-se sobre a Yupido: o Ministério Público, a CMVM, a Polícia Judiciária e Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Esta última estará a analisar os relatórios elaborados por António Alves da Silva, o ROC que assinou os dois relatórios que deram à Yupido uma avaliação multimilionária.

Como o ECO avançou em exclusivo, a Yupido viria a realizar, no início de 2016, um aumento de capital superior a 11.000%, que colocava a companhia com um capital social de 28,8 mil milhões de euros, duas vezes a Galp Energia e valor de mercado. Esse aumento resultou da incorporação de outro ativo intangível, uma “plataforma digital inovadora” de media, como apurou o ECO em documentos ligados à empresa. Essa plataforma, por sua vez, era detida em 69% por Cláudia Alves, 30% por Torcato Jorge e 1% por Filipe Besugo.

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OPEP reduz produção em agosto e confia no fim do excesso de oferta

  • Lusa
  • 12 Setembro 2017

A OPEP afirmou que reduziu a produção de petróleo em agosto pela primeira vez desde março e que o aumento dos preços mostra que o excesso de oferta está a desaparecer.

A OPEP afirmou esta terça-feira que reduziu a produção de petróleo em agosto pela primeira vez desde março e que o aumento dos preços mostra que o excesso de oferta está a desaparecer.

No relatório mensal sobre a situação do mercado petrolífero, hoje divulgado em Viena, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirma que em agosto a oferta mundial de petróleo desceu 0,4% e que a dos 14 sócios da organização atingiu uma média de 32,75 milhões de barris por dia.

Este número da produção da OPEP, obtida a partir de fontes secundárias e não de dados oficiais de cada um dos 14 sócios, pressupõe um decréscimo de 3% face a julho.

A produção da OPEP registou subidas mensais da produção entre março e julho, apesar do acordo de redução da produção realizado em dezembro último e renovado em maio, com outros grandes produtores para reduzir o excesso de oferta que há dois anos pressionava para baixo os preços do petróleo.

O Irão e a Líbia, dois dos países que ficaram fora do acordo de redução da produção, reduziram as extrações em agosto, especialmente o segundo, que registou um decréscimo de 10% face a julho.

Mas não foi só a OPEP que reduziu a oferta em agosto porque, segundo os dados do grupo com sede em Viena, a produção mundial de petróleo desceu 0,4% para um total de 96,75 milhões de barris por dia.

No relatório, a OPEP sublinha que os preços do petróleo subiram em agosto perante “sinais de um reequilíbrio no mercado e uma maior redução das reservas nos Estados Unidos”.

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Mota-Engil assina contrato de 320 milhões para recolha de lixo na Costa do Marfim

Empresa portuguesa fechou contrato de sete anos no país africano. Fica responsável pela recolha de lixo na capital.

A Mota-Engil chegou a acordo com o Ministério da Saúde, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Costa do Marfim e assinou dois contratos no valor de 320 milhões de euros, informou a empresa, em comunicado à CMVM.

De acordo com o documento, a Mota-Engil, através da Mota-Engil África, fica responsável pela “Limpeza urbana, recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos na capital Abidjan, por um período de sete anos”.

“O conjunto das duas operações envolverá cerca de 280 viaturas e 2.000 colaboradores, servindo cerca de 4,6 milhões de habitantes e, prevê-se, incluirá a recolha de mais de oito milhões de toneladas de resíduos urbanos”, informa ainda a empresa portuguesa.

O arranque da operação da empresa na Costa do Marfim faz com que a empresa esteja presente em oito países. A área de recolha e tratamento de resíduos passa a fornecer serviço a 18,5 milhões de habitantes.

Rápido crescimento de relações bilaterais

O Presidente português considerou hoje que “a estabilização política notável” da Costa do Marfim e o crescimento das economias marfinense e portuguesa permitiram um rápido fortalecimento das relações bilaterais, com “um salto ainda mais espetacular” no plano económico.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “a possibilidade de colaboração nos domínios mais diversos em matéria económica e a instalação na Costa do Marfim de empresas portuguesas nesses domínios faz augurar um futuro próximo excecional“.

O Chefe de Estado português falava na Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, que hoje recebeu, no início da sua visita a Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por afirmar que “não pode ser melhor o panorama das relações entre os dois países”. No plano multilateral, Portugal e a Costa do Marfim estão “de acordo no domínio das alterações climáticas” e também “quanto a problemas fundamentais no domínio da África Ocidental”, incluindo “no Golfo da Guiné”, referiu o Presidente da República.

“Não podemos, por outro lado, deixar de felicitar a estabilização política notável e o crescimento económico igualmente notável daquele país que é, à sua maneira, já considerado como um poder regional. Essa vitalidade tem permitido, em dois anos, ligada também ao regresso ao crescimento económico em Portugal, o desenvolvimento de relações bilaterais a ritmo que ultrapassou as expectativas”, disse.

O Presidente português destacou o relacionamento bilateral “na educação, com mais de dois mil estudantes falando e estudando português na Universidade Felix Houphouet Boigny”, e “nos domínios da saúde, da administração interna, da defesa, do acordo sobre dupla tributação, da preparação de um acordo sobre matéria de investimento”.

“Mas, onde esse salto é ainda mais espetacular é no domínio económico”, considerou. Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que “só de janeiro a março deste ano houve um crescimento de 146% de exportações portuguesas para a Costa do Marfim”.

“A abertura de carreiras regulares da TAP permite abrir novos mundos no contacto empresarial, de que é um exemplo feliz o fórum realizado amanhã [quarta-feira], com centenas de empresários dos dois países”, acrescentou.

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O que os enfermeiros pedem a Adalberto. Os milhões em causa

  • Margarida Peixoto
  • 12 Setembro 2017

A proposta dos enfermeiros que está em negociação com o Governo prevê aumentos de cerca de 400 euros para os especialistas. O custo mínimo é, em números redondos, de 45 milhões.

Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, reúne-se esta terça-feira com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, enquanto as outras estruturas sindicais fazem greve.Paula Nunes / ECO

Enquanto os enfermeiros mobilizados pelos sindicatos afetos à UGT cumprem mais um dia de protesto e greve nacional, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, prepara-se para a reunião marcada para as 15 horas desta terça-feira, com o sindicato afeto à CGTP. E se de um lado o protesto sobe de tom, com José Correia Azevedo a ameaçar um novo protesto caso o Executivo marque falta aos enfermeiros que aderiram ao que está em curso, do outro parece começar a desenhar-se um entendimento.

“Esperamos que amanhã o Governo assuma a valorização salarial dos enfermeiros especialistas em duas posições,” diz Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o que não está em greve, ao ECO. Esta esperança corresponde a um desejo — ainda não foram dadas garantias — mas é um desejo fundado, já que “na reunião de 1 de agosto foi assumido que seria feita a revalorização salarial dos enfermeiros,” explica.

Esperamos que amanhã o Governo assuma a valorização salarial dos enfermeiros especialistas em duas posições.

Guadalupe Simões

Dirigente do SEP

A proposta do sindicato que mantém as negociações com o Executivo não passa pela definição de um valor de entrada na carreira de especialista igual para todos — os tais 2.488,78 euros pretendidos pelos sindicatos que estão em greve. Conforme explicou Guadalupe Simões, o que o SEP pretende é antes uma nova norma: todos os enfermeiros especialistas veem a sua remuneração subir duas posições, face àquela em que se encontram, assim que concluem a especialidade.

Por exemplo: o atual valor de entrada da carreira de enfermeiro — que não distingue os especialistas dos restantes — é de 1.201,48 euros. Se o Governo aceitar a proposta do SEP, um enfermeiro especialista nesta posição passa para um salário de 1.613,42 euros, ou seja, é colocado duas posições acima.

A dirigente do SEP explicou ao ECO que a grande maioria os enfermeiros se encontra atualmente em posições remuneratórias entre os 1.200 euros e os 1.600 euros. “Há um número muito reduzido de enfermeiros especialistas que está na última posição remuneratória da anterior carreira de especialista, com um salário em torno dos dois mil euros,” adiantou, mas mesmo estes têm ainda margem para progredir dentro da atual tabela salarial, já que a última posição corresponde a um salário de 2.900,72 euros.

Quanto custa esta proposta?

O sindicato não fez as contas ao custo desta medida e, contactado, ainda não foi possível obter resposta por parte do Ministério da Saúde. Mas assumindo que a proposta do SEP tem implícito um aumento em torno de 400 euros mensais para cada enfermeiro especialista, e que há cerca de 8.000 enfermeiros a desempenhar funções de especialista — de acordo com dados revelados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) — haverá um custo mínimo de 45 milhões de euros por ano, em números redondos.

Se a medida abranger todos os enfermeiros com título de especialista a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde, independentemente de estarem, ou não, a desempenhar essas funções, o custo sobe. Estes dados não são conhecidos, sabe-se apenas que a 31 de dezembro de 2016 estavam reconhecidos pela Ordem dos Enfermeiros 15.696 profissionais, o que limita os custos da medida a cerca de 88 milhões de euros.

Seja como for, qualquer acordo com o ministro Adalberto Campos Fernandes tem de ser concertado com o ministro das Finanças, Mário Centeno, que está a fechar o Orçamento do Estado para 2018, com data prevista de entrega na Assembleia da República a 13 de outubro (o prazo termina a dia 15).

Mas mesmo assumindo este valor mais elevado, o custo fica muito aquém do valor estimado pela ACSS para a proposta apresentada pelos sindicatos que estão em greve (126 milhões de euros), o que melhora as perspetivas de se chegar a um entendimento.

Mas como é que isto começou?

A atual carreira dos enfermeiros só tem tuas categorias: enfermeiro e enfermeiro principal. Mas até 2009, tinha categoria de especialista — daí que haja alguns enfermeiros ainda a serem remunerados como tal.

A reorganização do Serviço Nacional de Saúde e a necessidade de reduzir a despesa limitou muito a abertura de concursos para enfermeiros especialistas.

Guadalupe Simões

Dirigente do SEP

O que aconteceu foi que de 2002 em diante os constrangimentos orçamentais começaram a fazer-se sentir de forma muito acentuada. “A reorganização do Serviço Nacional de Saúde e a necessidade de reduzir a despesa limitou muito a abertura de concursos para enfermeiros especialistas,” lembra Guadalupe Simões. Daí que na revisão da carreira, em 2009, todos os sindicatos tenham aprovado a eliminação dessa categoria. “A expectativa era que fosse introduzida uma norma segundo a qual a partir do momento em que os enfermeiros se especializassem subiam automaticamente duas posições remuneratórias,” explica a sindicalista.

Mas em 2010, quando a grelha salarial foi negociada, o Governo não aceitou o automatismo — e nenhum sindicato deu aval àquele diploma. Desde então, os sindicatos dos enfermeiros têm feito propostas mas não têm conseguido chegar a acordo.

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Contorna o fracasso: mais vale prevenir do que falhar

FailProof Business Academy junta-se à Câmara de Lisboa e ao Made of Lisboa para uma série de conversas sobre antecipação e prevenção do fracasso.

Costuma dizer-se que vale mais prevenir do que remediar. E talvez seja a pensar nisso que a FailProof Business Academy, a Câmara Municipal de Lisboa e o Made of Lisboa lançam esta semana o “Contorna o fracasso”, um ciclo de seminários que tem como objetivo ajudar os empreendedores a antecipar e a prevenir o falhanço dos seus projetos.

A ideia surge com base em números: 58% das empresas portuguesas fecham antes de cumprirem cinco anos e, ainda que esta realidade seja “aceite por muitos”, isso acontece “com resignação e um conformismo” que chocou a organização. Por isso, as três entidades decidiram criar conferências para falar do assunto e dar apoio a empreendedores que tenham dúvidas ou acidentes de percurso durante o caminho da ideia à prática e, sobretudo, no dia-a-dia que vem a seguir.

Além de mais de metade dos empreendedores verem as suas empresas a acabar, 70% dos inquiridos no Estudo Global de Empreendedorismo 2015, da Amway, admite o medo de falhar como um obstáculo à concretização dos objetivos. Por isso, depois das Fuck up Nights, o evento internacional onde os empreendedores falam sobre as suas histórias de fracasso, a FailProof decidiu criar mais um evento dedicado ao falhanço.

"O fracasso não é fatal, mas não aprender com ele pode ser. ”

FailProof

“Empreender é como viajar no espaço numa zona de asteroides. Sem um mapa de localização as probabilidade estão contra nós, mas se tivermos informação privilegiada de quem já passou pela experiência, o risco que corremos é muito menor”, explica a FailProof em comunicado.

O calendário dos primeiros encontros já está agendado: a 20 de setembro, fala-se de falhar na Techtris House – Enter, no Cais do Sodré, em Lisboa. Seguem-se o Impact Hub, a 26 de setembro, Startup Lisboa (28 de setembro), Centro Inovação da Mouraria (11 de outubro), Labs Lisboa (17 de outubro) e IES Social Business School (19 de outubro).

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Crédito da casa cresce 41% face ao ano passado

Em julho deste ano, os bancos disponibilizaram 683 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa. Este valor compara com os 485 milhões registados em igual período do ano passado.

O crédito à habitação continua a ser o principal motor do crescimento dos empréstimos às famílias. Segundo o Banco de Portugal, em julho, os bancos concederam 683 milhões de euros em novos empréstimos com essa finalidade. Este montante corresponde a um aumento de 41% face ao valor registado no mesmo mês do ano passado.

Tradicionalmente um período em que muitos portugueses se encontram de férias, em julho, a concessão de crédito para a compra de casa sofreu uma quebra comparativamente com o mês anterior. A diminuição foi na ordem dos 71 milhões de euros, face aos 754 milhões que se tinham verificado em junho e que sinalizaram na ocasião um recorde desde 2010.

Crédito da casa em trajetória ascendente

Fonte: Banco de Portugal | Valores em milhões de euros

Mas fazendo uma comparação homóloga, os 683 milhões de euros de credito à habitação disponibilizados em julho deste ano, representam um aumento de 41% face aos 485 milhões de euros concedidos em igual período do ano passado. Revela ainda uma aceleração face à subida homóloga de 21% que se tinha verificado na concessão de crédito há um ano.

Estes dados atestam assim que o apetite dos portugueses para comprar casa com recurso ao financiamento bancário se mantém forte. A habitação foi, aliás, o principal motor do aumento de 23% verificado em julho na concessão de crédito às famílias, assumindo uma comparação homóloga. No total, os bancos emprestaram nesse mês 1.173 milhões de euros às famílias, o que compara com os 954 milhões disponibilizados em julho do ano passado.

Na finalidade de crédito ao consumo também se observou um crescimento homólogo no bolo das novas operações de financiamento. Foi de 9,7%, para um total de 328 milhões de euros, em julho. Em igual período de 2016, os empréstimos com esse fim tinham totalizado 299 milhões de euros.

Já na categoria de outros créditos foi registado uma diminuição de 4,7%, fixando-se num total de 162 milhões de euros, em julho. No mesmo mês do ano passado, os bancos tinham disponibilizado um total de 170 milhões de euros com essa finalidade.

Nas empresas, contrariamente à tendência dos últimos anos, observou-se em julho um crescimento do montante de empréstimos concedidos. Foi na ordem dos 2,9%, com os bancos a disponibilizarem em julho 2.553 milhões de euros com essa finalidade. Em julho de 2016, as empresas foram buscar 2.81 milhões de euros à banca.

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Lei que abre caminho à soberania catalã suspensa pelo Tribunal Constitucional

  • Lusa
  • 12 Setembro 2017

O Governo espanhol fez um pedido de inconstitucionalidade relativo à lei que considera o “maior ataque concebível” à democracia. Fica suspensa para análise do Tribunal Constitucional.

O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu esta terça-feira a lei regional que prevê a transição da Catalunha para um Estado soberano, enquanto aprecia a constitucionalidade dessa norma, segundo a imprensa espanhola.

O pedido de inconstitucionalidade apresentado pelo Governo espanhol contra a “lei da transição” aprovada pelo parlamento catalão, que pretende converter a Catalunha numa república, considera que a norma é “a maior afronta e ameaça” às normas espanholas de convivência democrática e o “maior ataque concebível” aos valores democráticos. A chamada “lei da transição”, que, segundo o Governo espanhol, “implica a rutura total e absoluta com a ordem constitucional estabelecida”, foi aprovada na semana passada com os votos dos deputados regionais separatistas, maioritários.

O Ministério Público da Catalunha convocou esta terça-feira os responsáveis máximos pelos vários corpos policiais da região – Guardía Civil, Polícia Nacional e Mossos d’Esquadra (polícia regional) – para os informar da sua obrigação legal de impedir a realização da consulta popular. Centenas de milhares de pessoas manifestaram na segunda-feira em Barcelona o seu apoio à causa da independência da Catalunha e o direito à realização de um referendo de autodeterminação, proibido pelas instituições espanholas.

O Tribunal Constitucional espanhol já tinha suspendido na semana passada uma outra lei, aprovada também pelo parlamento da Catalunha, que permitia a realização, em 1 outubro, de um referendo independentista nesta comunidade autónoma. Os Governos de Espanha e da Catalunha estão numa “batalha” jurídica para impedir ou permitir a realização do referendo, mas ainda é pouco clara a forma como vai evoluir a situação a partir deste momento.

Os independentistas defendem que cabe apenas aos catalães a decisão sobre a permanência da região em Espanha, enquanto Madrid se apoia na Constituição do país para insistir que a decisão sobre uma eventual divisão do país tem de ser tomada pela totalidade dos espanhóis. Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.

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Banca portuguesa mais dependente. BCE aumenta financiamento

É o segundo mês consecutivo que o Banco Central Europeu aumenta o financiamento à banca nacional. Um sinal de que a banca portuguesa está mais dependente do banco central.

A confirmar a tendência de julho, o Banco Central Europeu voltou a aumentar o montante cedido aos bancos portugueses. Em agosto, estes foram presenteados com 23,59 mil milhões de euros. A dependência do banco central é desta forma reforçada.

A instituição presidida por Mario Draghi foi mais generosa com a banca portuguesa em agosto do que no mês anterior: 0,42% mais generosa, para precisar. No mês de julho, o BCE concedeu aos bancos nacionais 23,49 mil milhões de euros, a primeira subida desde o mês de abril, a partir do qual se tinham registado quebras sucessivas no financiamento.

Desde março de 2017 que o BCE não cedia um montante tão elevado. O financiamento à banca nacional atingiu o maior pico em 2012, quando o Banco Central concedeu a quantia de 60,5 mil milhões de euros.

A cedência de liquidez tem vindo a cair desde meados de 2013, quando os valores superavam os 50 mil milhões. E, em novembro do ano passado, tocaram um mínimo de 22,2 mil milhões.

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Londres, Madrid, Paris. Os destinos mais populares dos aeroportos nacionais

  • ECO
  • 12 Setembro 2017

Lisboa, por seu lado, está entre os principais destinos de aeroportos como o de Madrid, Paris e Bruxelas.

Londres, Madrid e Paris são as rotas mais importantes dos aeroportos de Faro, Lisboa e Porto. Os dados, referentes a 2015, foram divulgados esta terça-feira pelo Eurostat e dão conta de que a grande maioria dos passageiros dos aeroportos nacionais é proveniente dos países da União Europeia.

O principal destino dos passageiros que partem de Lisboa é o aeroporto de Barajas, em Madrid. Seguem-se Paris-Orly, Madeira, Londres Heathrow e Bruxelas. Lisboa, por seu lado, também está entre os principais destinos de alguns dos maiores aeroportos europeus — é a quinta principal rota no aeroporto de Madrid, a quinta em Paris-Orly e a quarta em Bruxelas, por exemplo.

Ao todo, mais de 2,2 milhões de passageiros voaram, em 2015, de Lisboa para os cinco principais destinos do aeroporto da Portela. Entre estes passageiros, 12,3% eram portugueses, 63% eram provenientes da União Europeia e os restantes vinham de fora da União Europeia.

o principal destino dos passageiros que partem do Porto é o aeroporto de Paris-Orly. Seguem-se Lisboa, Genebra, Madrid e Barcelona. Feitas as contas, perto de 1,4 milhões de passageiros voaram do Porto para estes cinco destinos, dos quais 16% eram portugueses, 71,5% provenientes de países da União Europeia e 12,5% de países fora da União Europeia.

Por fim, no aeroporto de Faro, o principal destino era, de longe, Londres Gatwick, seguido de Manchester, Dublin, Bristol e Amesterdão. Em 2015, pouco mais de um milhão de passageiros voaram de Faro para estes destinos, dos quais a esmagadora maioria proveniente de países da União Europeia. Só 5,4% eram portugueses e 1,7% provinham de países fora da União Europeia.

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