Governo afasta adjunto que foi à China com despesas pagas pela Huawei

  • ECO
  • 10 Agosto 2017

Nuno Barreto pagou as viagens de avião para a China, mas quem pagou a estadia, incluindo alojamento e refeições, foi a Huawei. Colocou o lugar à disposição e foi exonerado.

Nuno Barreto, o adjunto do secretário de Estado das Comunidades que viajou à China com estadia paga pela Huawei, foi a primeira baixa do Governo na sequência do caso Huaweigate. O Observador avançou esta quinta-feira que o Ministério dos Negócios Estrangeiros afastou Nuno Barreto dado que o valor das despesas pagas pela Huawei foi superior a 150 euros, o máximo permitido pelo Código de Conduta aprovado recentemente.

O adjunto do secretário de Estado viajou à China em janeiro de 2017, já depois de ter sido aprovado um Código de Conduta que proíbe governantes e membros de gabinetes de aceitarem ofertas superiores a 150 euros. “Se o adjunto em causa tiver desrespeitado o limite aí fixado, estar-se-á perante um caso de violação de deveres, incompatível com a continuidade do exercício de funções”, disse ao Observador fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mais tarde, a exoneração foi confirmada: “Tendo o adjunto Nuno Miguel Jorge Barroso de Almeida Barreto colocado o seu lugar à disposição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, foi o mesmo exonerado, nesta data, das suas funções”.

Nuno Barreto pagou as viagens de avião, mas a estadia, incluindo alojamento e refeições, nos vários dias em que esteve na China foi paga pela Huawei, numa valor que deverá ultrapassar os 150 euros. O secretário de Estado das Comunidades tinha pedido durante esta quinta-feira “a informação necessária para determinar se houve ou não” violação do Código de Conduta, aguardando ainda essa informação, segundo o Observador.

Além de Nuno Barreto, também Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Sérgio Azevedo, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Ângelo Pereira, vereador do PSD na Câmara de Oeiras, e Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, estão envolvidos no caso do Huaweigate.

(Atualizado às 21h40 com confirmação da exoneração)

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Costa rejeita receber trabalhadores da PT. “A luta continua”

  • Lusa
  • 10 Agosto 2017

Uma reunião entre representantes dos funcionários da PT e a presidente executiva, Cláudia Goya, está agendada para 6 de setembro, a fim de abordarem a estratégia para a empresa e seus trabalhadores.

Perto de 40 trabalhadores e sindicalistas da PT/Meo protestaram esta quinta-feira junto ao Conselho de Ministros, em Lisboa, contra a transferência compulsiva para outras empresas e prometeram mais “luta”, após o primeiro-ministro não os ter recebido.

[António Costa] entendeu que não tinha condições para interromper o Conselho de Ministros para vir falar com os representantes dos trabalhadores. Lamentamos. A PT, pela dimensão, merecia essa atenção. A luta continua, daqui a uma semana cá estaremos“, disse o coordenador da comissão de trabalhadores PT/Meo, Francisco Gonçalves. Uma comitiva das Estruturas de Representação Coletiva dos Trabalhadores (ERCT) da PT/Meo, que junta comissão de trabalhadores e uma dezena de sindicatos, entregou na secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros um documento sobre a situação da operadora de telecomunicações, alertando também para cerca de 1.400 rescisões contratuais em dois anos.

O mesmo dirigente reiterou o apelo para a intervenção do Governo socialista e da Assembleia da República para solucionar o problema e afirmou que, se não houver boas notícias em setembro, uma vez que agora se está em pleno período de férias, as formas de ação vão endurecer, admitindo todas as hipóteses, incluindo nova greve e manifestação. Mais de 2.000 funcionários e ativistas da operadora de telecomunicações adquirida pela multinacional francesa Altice marcharam, em dia de greve, há menos de um mês (21 de julho), entre a sede da PT, nas Picoas, e a residência oficial do chefe de Governo, em São Bento, mas foram apenas recebidos por um assessor de António Costa para os assuntos financeiros.

Além dos cerca de 300 trabalhadores que ficaram sem funções, está em causa a mudança de mais de 150 funcionários para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos francês, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento. O executivo socialista tem defendido a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para averiguar da legalidade da situação, mas aquela entidade, segundo representantes sindicais que com ela se reuniram na quarta-feira, terá reconhecido constrangimentos para atuar em concreto sem que a legislação seja alterada.

A Altice, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência (AdC).

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Guerra aberta: Facebook ataca vídeo e YouTube atira ao chat

A rede social vai produzir e distribuir vídeo próprios. A plataforma de vídeo quer os seus utilizadores a falar entre si. Até onde vai a guerra entre Facebook e Google?

A guerra entre Facebook e Google já é antiga, mas a partir de agora, cada empresa tem o pé mais fincado no campo de batalha da adversária. Enquanto a rede social vai apostar na produção e disponibilização de vídeos — a ferramenta Watch –, a plataforma de vídeos vai permitir a partilha direta de mensagens e links entre utilizadores, sem parar a reprodução ou sair da aplicação.

Do lado da rede social, Mark Zuckerberg quer redefinir os serões dos facebookers: agora, com a funcionalidade Watch, os utilizadores poderão assistir aos mesmos vídeos que os seus amigos e partilhar reações. Os conteúdos variam desde vídeos ao vivo até à emissão de jogos da Liga de Basebol. Para já, a Watch vai ser testada nos EUA e só depois chegará ao restante público.

“Os comentários e reações a um vídeo são frequentemente uma parte da experiência de assistir a um vídeo tão relevante como o vídeo em si”, afirma o Facebook em comunicado, baseando na experiência do vídeo ao vivo. Neste sentido, a experiência da Watch dá prevalência à interação — não só entre os utilizadores mas também entre estes e quem produz os vídeos. Os vídeos poderão ser vistos ao vivo ou já gravados, mas serão emitidos em séries de episódios subjacentes a um tema.

Um exemplo será a série de episódios que terá Gabby Bernstein, uma autora de bestseller, que irá utilizar os seus vídeos (um misto de gravações e ao vivo) para responder a questões dos fãs. Também está planeado um programa de culinária, com pequenos chefes. A Liga de Basebol vai também emitir um jogo por semana no Facebook.

DR Facebook

Para que os utilizadores não percam nenhum episódio, poderão consultar um arquivo — a Watchlist. Para explorar novos conteúdos, existirá uma secção na qual o Facebook dará sugestões de acordo com o que “Os amigos estão a ver”, “Os mais falados” e até “O que está a fazer as pessoas rirem”, sendo esta última secção baseada nas reações aos vídeos.

“Aprendemos que as pessoas gostam de descobrir vídeos no feed de notícias, mas que também querem um espaço dedicado ao vídeo”, diz o Facebook em comunicado. Numa altura em que Zuckerberg quer reduzir a dependência das receitas do Facebook, esta nova aposta não deixa cair a “galinha dos ovos de ouro”. A Watch vai estar disponível em várias plataformas: telemóvel, computador e portátil, e ainda nas aplicações de TV do grupo Facebook.

Quer partilhar um vídeo? Não saia do YouTube

E se antes, para partilhar um vídeo do YouTube com os seus amigos, era preciso parar a reprodução do mesmo e utilizar uma segunda aplicação — por exemplo o Facebook Messenger –, a partir de agora a plataforma de vídeo não quer que o utilizador saia e disponibiliza um serviço de partilha direta com os contactos. Este já estava a ser testado no Canadá, mas o sucesso do mesmo fez com que fosse expandido a todos os países.

Ainda que a atualização não tenha chegado ao nosso país, como apurou o ECO através das aplicações móveis em ambiente Android e iOS, esta estará para breve. Para além de reencaminhar os vídeos para um ou mais contactos, é possível responder em tempo real, ou mesmo enviar uma mensagem direta a qualquer utilizador da plataforma, sem vídeo anexado.

Não é certo que esta ferramenta substitua os métodos antigos de partilha, visto que o utilizador apenas poderá partilhar com os seus contactos dentro da plataforma: por exemplo, se um amigo não tiver conta no YouTube, a partilha não terá sucesso. Ainda assim, esta assume-se como uma farpa atirada pela Google à sua rival Facebook, avisando-a que não é só nas suas aplicações que as partilhas diretas funcionam.

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OPEP revê em alta previsões de procura. Petróleo em Nova Iorque passa dos 50 dólares

O aumento da procura não vai, contudo, ser suficiente para fazer face ao crescimento da produção que continua a ocorrer.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu em alta as previsões para o aumento da procura de petróleo neste ano e no próximo, graças à aceleração do consumo de combustíveis e a uma presumível quebra da produção dos produtores concorrentes da OPEP. A revisão em alta está a impulsionar os preços do petróleo, que, em Nova Iorque, já ultrapassa os 50 dólares por barril.

No relatório mensal divulgado esta quinta-feira, o cartel estima agora que a procura cresça a um ritmo de 1,37 milhões de barris por dia. Já em 2018, a procura deverá aumentar em 1,28 milhões de barris por dia.

À boleia das novas previsões, o petróleo segue a valorizar nos mercados internacionais. O Brent, negociado em Londres, está a subir 1,01%, para 53,23 dólares por barril. O WTI, negociado em Nova Iorque, avança 0,93%, para 50,02 dólares por barril.

Apesar da revisão em alta da procura, a OPEP reconhece que os cortes de produção acordados no final do ano passado não estão a ser cumpridos por todos os membros do cartel. É o caso da Líbia e da Nigéria, que estão isentas destes cortes e, por isso, têm continuado a aumentar a produção. No mês passado, a Líbia aumentou a produção para os níveis mais elevados deste ano. Também a Nigéria tem vindo a aumentar a produção.

Assim, aponta o relatório da OPEP, o aumento da procura não vai ser suficiente para fazer face ao crescimento da produção que continua a ocorrer. Em julho, os 14 membro da OPEP produziram, no seu conjunto, 32,87 milhões de barris de petróleo por dia.

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Partidos cortam orçamentos para as autárquicas. PS gasta mais

  • ECO
  • 10 Agosto 2017

O PS cortou um quarto ao orçamento de 2013 e mesmo assim é o partido que vai gastar mais na corrida aos municípios. Conheça os orçamentos dos partidos para as autárquicas.

As autárquicas são as eleições que custam mais dinheiro ao Estado, mas este ano o Ministério da Administração Interna vai ter menos para gastar do que em 2013. E não são só os cofres do Estado que apertam o cinto. A maior parte dos partidos também gasta menos do que da última vez que os municípios foram às urnas, com algumas exceções: o Bloco, por exemplo, vai à luta em mais municípios e por isso planeia gastar mais.

  • PS gasta menos seis milhões do que em 2013

O Partido Socialista decidiu cortar 28,4% ao seu orçamento para 2013, segundo informação enviada ao jornal Público. A redução do orçamento para as candidaturas deixa a despesa deste ano nos 14,7 milhões de euros, sem que tenha diminuído significativamente o número de autarquias — 297 — a que o partido concorre. É o maior orçamento destas autárquicas, mesmo com a redução.

  • PSD corta 70% na despesa em relação a 2013

O PSD, por sua vez, anunciou um corte de 20% nas suas contas para as autárquicas. Este ano, os social-democratas vão gastar 8,8 milhões de euros, segundo o partido anunciou na sua newsletter. São menos dois milhões do que em 2013. Há cerca de 70 mil candidatos nas listas do PSD para as eleições autárquicas.

  • CDU com 40 mil candidatos e menos 25% no orçamento

A CDU concorre em quase todos os municípios, com 40 mil candidatos nas suas listas, mas assinala que vai cortar o seu orçamento em relação às eleições anteriores. A coligação que junta o Partido Comunista Português e o partido ecologista Os Verdes tenciona gastar menos 25,6% do que em 2013: 7,2 milhões de euros. Mas ao Público garantiram mesmo que o valor que efetivamente será gasto será “sempre inferior” a esse orçamento, como dizem já ter acontecido nas eleições anteriores.

  • Bloco aumenta orçamento para concorrer a mais municípios

O Bloco de Esquerda avança em mais municípios e, por isso, aumenta ligeiramente o orçamento. De 119 câmaras em 2013, o BE concorre agora a 131, e por isso o orçamento previsto sobre de um milhão em 2013 para 1,3 milhões este ano — uma mudança pequena, que deixa o seu orçamento entre os mais pequenos.

  • PAN tem olho num vereador em Lisboa

O PAN, que teve o seu primeiro eleito para o Parlamento nas últimas legislativas, vai a votos em 32 municípios e 26 freguesias. A maioria dos seus candidatos são mulheres e, com o orçamento mais baixo do partidos presentes na Assembleia da República, tenciona eleger o seu primeiro vereador em Lisboa, com a candidata Inês de Sousa Real.

  • CDS-PP concorre em 266 concelhos mas não diz ainda quanto gasta

Dos partidos com assento na AR, o CDS-PP é o único que ainda não divulgou o seu orçamento para as autárquicas, embora tenha aumentado o número de concelhos em que vai a votos, para 266. Terminou anteontem o prazo para os partidos submeterem os seus planos e orçamentos à Entidade de Contas do Tribunal de Contas, mas fonte da Entidade disse ao ECO não haver ainda data específica para os divulgar publicamente, embora essa divulgação deva estar para breve.

Até o Estado vai poupar

Em 2017, o Estado vai gastar menos dinheiro do que em 2013, mas as eleições autárquicas vão continuar a sair mais caras do que as presidenciais ou as legislativas. De acordo com o Diário de Notícias, as eleições autárquicas deste ano vão custar 45,9 milhões de euros, o que dividido pelos quase 36 mil eleitos que vão sair do plebiscito resulta num custo de 1.276 euros por eleito. Em 2013, os custos foram mais elevados: 62 milhões de euros, com um pagamento superior nas subvenções nas candidaturas e também maiores custos operacionais.

As autárquicas custam mais do que o dobro das legislativas (as legislativas de 2015 custaram 17,3 milhões, assinala o jornal). No quadro orçamental do Ministério da Administração Interna, está orçamentada ainda uma verba este ano para uma campanha intitulada “Saiba onde vai votar”, que inclui publicidade em autocarros e no Metro, e também nas televisões, rádios e jornais.

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Dezenas de trabalhadores da PT protestam para Costa os receber

  • Lusa
  • 10 Agosto 2017

Os trabalhadores querem ser recebidos pelo primeiro-ministro para discutirem a transferência de funcionários da PT para outras empresas do grupo Altice.

Perto de quatro dezenas de trabalhadores e sindicalistas da PT/Meo estão a protestar, esta quinta-feira, junto à Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, para serem recebidos pelo primeiro-ministro devido à situação de transferência compulsiva de funcionários para outras empresas.

A concentração de pessoas, bandeiras e tarjas conta com um sistema de som para diversos discursos de dirigentes das Estruturas de Representação Coletiva dos Trabalhadores (ERCT), juntando comissão de trabalhadores e perto de uma dezena de sindicatos, além do deputado do BE Heitor de Sousa, e ocupa uma das faixas de rodagem da rua Possidónio da Silva.

Pelas 11:30, uma delegação de quatro elementos das ERCT foi, entretanto, entregar um documento sobre a situação da empresa à secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros, onde decorre a reunião do executivo socialista, desde as 9:30.

Mais de 2.000 funcionários e ativistas da operadora de telecomunicações adquirida pela multinacional francesa Altice marcharam, em dia de greve, há menos de um mês (21 de julho), entre a sede da PT, nas Picoas, e a residência oficial do chefe de Governo, em São Bento, mas foram apenas recebidos por um assessor de António Costa para os assuntos financeiros.

Além dos trabalhadores que ficaram sem funções, está em causa a mudança de mais de 150 funcionários para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos gaulês, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento.

O executivo socialista tem defendido a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para averiguar da legalidade da situação, mas aquela entidade, segundo representantes sindicais que com ela se reuniram quarta-feira, terá reconhecido constrangimentos para atuar em concreto sem que a legislação seja alterada.

Uma reunião entre representantes dos funcionários da PT e a nova administradora executiva (CEO), Carla Goya, está agendada para 6 de setembro, a fim de abordarem a estratégia para a empresa e seus trabalhadores.

A Altice, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência (AdC).

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Pyongyang abala bolsas. Investidores procuram refúgio

Os mercados acionistas continuam a ser penalizados pelo escalar das tensões geopolíticas entre a Coreia do Norte e os EUA. Enquanto as bolsas caem, as moedas valorizaram. O ouro brilha.

As bolsas continuam em queda. Os mercados acionistas europeus estão a acentuar a tendência negativa, penalizados pela crescente tensão entre a Coreia do Norte e os EUA. Os receios com o nuclear estão a afastar os investidores dos ativos de risco, levando-os a procurarem refúgio nas moedas, mas também no ouro que está cada vez mais perto dos 1.300 dólares por onça.

As principais praças bolsistas do Velho Continente dão seguimento às perdas das pares asiáticas, com o Stoxx Europe 600 a recuar pela segunda sessão consecutiva, até mínimos de abril. O índice que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas europeias recua 0,44%, para os 378,15 pontos. A praça lisboeta acompanha o sentimento dos pares europeus, com o PSI-20 a registar perdas próximas das verificadas no resto da Europa. O índice bolsista luso desvaloriza 0,34%, para os 5.234,25 pontos, com a maioria dos seus títulos no vermelho. Entre os títulos que mais pesam estão a Jerónimo Martins, o BCP e a EDP.

Ao mesmo tempo que os investidores preferem dar um passo atrás nos mercados acionistas, estão a procurar refúgio junto dos ativos considerados como portos mais seguros em ambientes de instabilidade como aquele que se vive atualmente. O ouro é um dos espelhos mais visíveis da aposta em ativos refúgio. As cotações do metal amarelo valorizam 0,29%, com o preço da onça a estar cada vez mais próxima da fasquia dos 1.300 dólares. O ouro está a cotar nos 1.281,03 dólares por onça, ou seja, em máximos da primeira metade de junho.

Também o dólar soma e segue, à conta do seu perfil de moeda refúgio. O índice Bloomberg Dollar Spot que compara o dólar face a um cabaz de moedas avança pela quinta sessão consecutiva, o maior ciclo de ganhos desde março deste ano. A divisa norte-americana acelera 0,36% face à moeda única, estando a negociar nos 0,8535 euros.

"A situação na Coreia do norte ainda é instável e os investidores estão a controlar o risco e a fazer mais-valias após os recentes ganhos.”

Sam Chi Yung

South China Financial Holdings

“A situação na Coreia do norte ainda é instável e os investidores estão a controlar o risco e a fazer mais-valias após os recentes ganhos” afirmou à Bloomberg Sam Chi Yung, estratega da South China Financial Holdings, para justificar o quadro atual dos mercados. No saldo das ameaças entre a Coreia do Norte e os EUA, sobressai o aviso de “fogo e fúria” lançado por Donald Trump e o plano detalhado da Coreia do Norte de disparar quatro mísseis balísticos de médio alcance, em meados de agosto, tendo como alvo o território norte-americano de Guam.

A subida das cotações do petróleo que se regista nesta sessão também poderá não ser alheia a estes receios, já que esta matéria-prima também é muito sensível a ambientes de instabilidade geopolítica. O barril de Brent valoriza 1,02%, para os 53,24 dólares, no mercado londrino.

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Como a hiperinflação na Venezuela está a ajudar a Bitcoin

  • Marta Santos Silva
  • 10 Agosto 2017

Os venezuelanos estão a ser empurrados para o uso das criptomoedas locais para tentar proteger o seu dinheiro da desvalorização e das restrições de Maduro. A Bitcoin atinge recordes.

Entre as restrições de Nicolás Maduro para a compra de divisas e a hiperinflação que já ultrapassou os 100% este ano, os venezuelanos estão à procura de maneiras de salvaguardar as suas poupanças. Uma solução tem sido, claramente, as criptomoedas. O jornal espanhol Cinco Días destaca que, há um ano, o valor de transações semanais com Bitcoin na Venezuela era de 11.674 euros, enquanto agora roça o milhão e meio — é um crescimento de mais de 12.000%.

A Bitcoin acaba por ser um ativo mais seguro para os venezuelanos do que a moeda nacional, numa altura em que Maduro limita a compra de dólares ou euros, e mesmo de bens como o ouro, e em que alguns bens alimentares básicos já custam mais do que um salário mínimo venezuelano. A hiperinflação no país sul-americano tem dado uma ajuda à criptomoeda Bitcoin, que “parece ser a única opção disponível para as pessoas no país”, segundo o jornalista Gustavo López, do site especializado Diario Bitcoin.

Na semana passada, destaca Gustavo López, registou-se um novo recorde semanal nas transações da startup LocalBitcoins no país. “Quase 11 milhões de bolívares foram trocados na plataforma, quando o volume da semana anterior era de cerca de 8,8 milhões de bolívares”, continua o jornalista. “É um crescimento notável”.

A startup finlandesa LocalBitcoins surgiu em 2014 para facilitar a troca de bitcoins por moedas locais. Os utilizadores podem colocar anúncios no site da startup para comprar e vender bitcoins em várias moedas, e podem mesmo encontrar-se em pessoa para realizar a troca caso seja necessário.

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Inflação estabiliza em julho. Está em mínimos do ano

A inflação fixou-se em Portugal nos 0,9%, em julho, em linha com o registado no mês anterior.

O mês de julho foi marcado por uma estabilização dos preços, em Portugal. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, o índice de preços ao consumidor fixou-se nos 0,9% naquele mês. A inflação mantém-se assim em mínimos do ano. A quebra dos preços no vestuário e calçado ajudou a compensar o agravamentos de preços que se verificou nos segmentos de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, mas também de lazer, recreação e cultura.

A estabilização dos preços abaixo da fasquia dos 1% ocorre depois de a inflação ter chegado a atingir os 2% em abril, graças à Páscoa e ao turismo. Desde aí, tem-se vindo a verificar uma desaceleração consecutiva dos níveis de preços ao consumidor que foi particularmente forte em junho, com a inflação a travar de 1,5% em maio para 0,9% em junho.

No que respeita aos dados de julho, o índice harmonizado dos preços ao consumidor, que é usado para comparar a inflação entre os diferentes países europeus, a taxa fixou-se nos 1%, em linha com a taxa homóloga registada no mês anterior. O INE assinala, contudo, que esta taxa é inferior, em 0,3 pontos percentuais, face à estimativa do Eurostat para o total da Zona Euro, mas com a diferença entre as duas estimativas a manter-se estável.

O INE destaca, por classes de despesas, a quebra dos preços nas classes de vestuário e calçado que recuaram 2,5%, em julho, numa comparação homóloga. No mês anterior, a taxa já tinha também recuado, mas 1,6%. De salientar que essas diminuições coincidem com o período dos saldos. O instituto de estatísticas nacional destaca ainda a desaceleração dos preços nos transportes, com os preços a subirem 1,1%, abaixo da taxa de 1,5% registada em junho.

Em sentido contrário, o INE destaca o papel dos aumentos das taxas de inflação homóloga nas classes de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis. Mas também os do lazer, recreação e cultura. Nestes dois segmentos, a inflação acelerou 0,5% e 2,5%, respetivamente. Esses valores comparam face a junho, com uma quebra de preços de 0,2% no primeiro segmento, e um aumento de 2,1% no segundo segmento.

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Trabalhadores da PT que a Altice quer transferir começam a rescindir

  • ECO
  • 10 Agosto 2017

Dos 155 trabalhadores da PT que a Altice quer transferir para outras empresas do grupo, 26 já rescindiram os contratos de trabalho.

Há cada vez mais trabalhadores da PT Portugal que estão a rescindir os contratos para não serem transferidos para outras empresas do grupo Altice. À TSF, a Comissão de trabalhadores diz que 26 dos 155 trabalhadores da PT que a Altice quer transferir para outras empresas já rescindiram os contratos.

“Dos 155 trabalhadores transmitidos, e pensamos que a intenção da empresa não é ficar por aqui, 26 já rescindiram o seu contrato de trabalho porque não quiseram ser tratados como mercadoria e ser transferidos para uma empresa sem ter uma palavra a dizer neste processo”, diz à TSF Francisco Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores da PT.

Em causa estão 155 funcionários da PT que a Altice, grupo francês que detém a empresa portuguesa de telecomunicações, quer transferir para outras empresas do grupo, como a Tnord, a Sudtel, a Windprovit ou a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento.

O Governo tem defendido que é a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) que tem de avaliar a legalidade desta situação. A ACT, por seu lado, aponta que não consegue atuar sem que a legislação seja alterada. É neste contexto que trabalhadores e sindicalistas da PT pretendem reunir-se, esta manhã, com o primeiro-ministro, durante o Conselho de Ministros.

A Comissão de Trabalhadores da empresa pede que o Governo assuma as suas responsabilidades e altere a lei “no sentido de proteger os direitos dos trabalhadores”. “O primeiro-ministro tem de tornar público o que está disponível a fazer para defender o trabalho com direitos”, diz ainda Francisco Gonçalves à TSF.

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Produção de automóveis já está a derrapar… no acumulado do ano

A produção de automóveis voltou a cair no último mês. Uma quebra que atirou a produção acumulada no ano para terreno negativo. Cai 0,7%.

Estão a sair menos automóveis das fábricas nacionais. A produção encolheu em julho, uma quebra que atirou a produção acumulada no ano para terreno negativo, de acordo com os dados da ACAP. A quebra nos ligeiros foi determinante para a redução a nível global.

“Em julho saíram das fábricas de automóveis nacionais 12.314 veículos automóveis ligeiros e pesados, menos 13,5% do que no mesmo mês de 2016”, refere a ACAP. “O resultado negativo observado no mês de julho se deveu à queda registada na produção de automóveis ligeiros de passageiros, já que os veículos comerciais apresentaram um comportamento positivo”, nota.

Esta queda arrastou a variação homóloga acumulada no período de janeiro a julho do corrente ano para a zona vermelha, embora aquela tenha registado uma diminuição de apenas 0,7%“, refere. “A produção acumulada nos primeiros sete meses de 2017 totalizou 93.704 unidades”.

Do total de automóveis produzidos no mercado nacional, 96,4% “tiveram como destino o mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a balança comercial portuguesa”. “A Europa continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional – com 84,2% – com a Alemanha (18,8%), Espanha (14,9%), Reino Unido (11,3%) e França (10,7%) no topo do ranking”, remata. A China pesa 10,3% nas exportações dos automóveis produzidos em Portugal.

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Sindicatos discordam de Marcelo no veto à Carris

  • Lusa
  • 10 Agosto 2017

Sindicatos acusam o presidente da República de "poucos afetos com a opção de defender o direito público de transporte" e de uma análise que não se centra na constitucionalidade da proposta.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) considerou que o veto presidencial sobre a municipalização da Carris demonstra que o Presidente da República “é de poucos afetos com a opção de defender o direito público de transporte”.

“O motivo do veto, que não se centra em qualquer análise de inconstitucionalidade, é o da impossibilidade da Câmara Municipal de Lisboa poder vir a entregar a Carris e suas empresas a privados, conforme propôs o PCP e a maioria da Assembleia da República aprovou, o que demonstra que o Presidente da República tem uma opção política com a qual a FECTRANS não concorda”, declarou a federação dos sindicatos de transportes, em comunicado.

Na quarta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou o diploma que introduzia alterações ao decreto sobre a transferência da Carris para a Câmara de Lisboa, considerando abusivo que se proíba qualquer concessão futura da empresa. Para a FECTRANS, a decisão de vetar o diploma que introduzia alterações à municipalização da Carris prova que Marcelo Rebelo de Sousa “é de pouco afetos com a opção de defender o direito público de transporte no quadro de empresas públicas que sirvam os interesses do país e dos utentes”.

Neste sentido, a federação dos sindicatos de transportes sublinhou que “tudo fará” para ajudar a que a Assembleia da República reconfirme o conteúdo da lei que foi vetada pelo Presidente da República. “Que a opção que consideramos errada de municipalização da Carris seja melhorada e que garanta agora e no futuro o controlo público da empresa e que assim se garanta um verdadeiro serviço público que a cidade e a região metropolitana precisam”, defendeu a FECTRANS.

Numa nota divulgada na quarta-feira, no site da Presidência da República, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou que “o presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris mesmo que tal possa vir a corresponder um dia à vontade da autarquia local”. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “vedar taxativamente” uma concessão futura “representa uma politicamente excessiva intervenção da Assembleia da República num espaço de decisão concreta da Administração Pública – em particular do poder local, condicionando, de forma drástica, a futura opção da própria autarquia local”.

Sublinhando que a Assembleia da República deve “ter a oportunidade de ponderar de novo a matéria”, o Presidente da República nota que o legislador não deve intervir “de forma casuística” em decisões concretas da administração pública, “que têm de atender a razões de natureza económica, financeira e social mutáveis” e em que “ela está em melhores condições para ajuizar, até por se encontrar mais próxima dos problemas a resolver”.

“Mesmo que essa indesejável intervenção legislativa possa não ser qualificada de inconstitucional – e, por isso, não suscitar a correspondente fiscalização –, pode ser politicamente contraproducente, e, por isso, excessiva e censurável”, refere ainda o Presidente da República. O diploma que agora foi vetado teve origem numa apreciação parlamentar pedida pelo PCP que introduzia alterações ao decreto que levou à municipalização da Carris, mas não o revogava.

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