Maria Luís: Não publicar estatísticas de transferências para offshore “foi decisão errada”

A antiga ministra das Finanças garante que a decisão de deixar de publicar a estatísticas das transferências para paraísos fiscais, entre 2011 e 2015, foi tomada apenas por Paulo Núncio.

A decisão de deixar de publicar as estatísticas das transferências para paraísos fiscais “foi errada”, mas não impediu o escrutínio destas transferências. Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças durante o período em que decorreu o caso das offshore, foi chamada ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre estas decisões, que, diz, não foram tomadas por si.

Questionada pelo deputado Eurico Brilhante Dias sobre se a decisão de Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de não publicar estas estatísticas foi tomada com o seu conhecimento, Maria Luís de Albuquerque garante que não. “Não participava na generalidade das conversas entre o secretário de Estado e o diretor da Autoridade Tributária, porque não tinha de participar”, afirmou durante a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) que decorre esta tarde.

"Tivemos, desde o início, uma preocupação muito grande com o combate à fraude e à evasão fiscal, incluindo as transferências para os chamados paraísos fiscais.”

Maria Luís de Albuquerque

Antiga ministra das Finanças

“Essa decisão foi errada, eu não concordo com ela e o próprio secretário de Estado já disse que, olhando para trás, também não acha que tenha sido uma boa decisão. O que me preocupa é que essa decisão esteja a ser ligada a uma impossibilidade de verificação, porque nada tem a ver”, assegurou a antiga ministra. “Tivemos, desde o início, uma preocupação muito grande com o combate à fraude e à evasão fiscal, incluindo as transferências para os chamados paraísos fiscais”, acrescentou, relativamente à atuação do anterior Governo.

Entre 2011 e 2015, quando o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais era Paulo Núncio, a Autoridade Tributária não publicou as estatísticas com os valores das transferências para offshores. Neste período, houve 20 declarações de operações transfronteiriças, realizadas entre 2011 e 2014, no valor global de quase 10 mil milhões de euros, que não tiveram qualquer tratamento estatístico por parte da Autoridade Tributária.

A publicação dessas estatísticas eram feitas desde 2010, mas só voltaram a ser publicadas por decisão do atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade. A partir de agora, com a entrada em vigor de uma lei aprovada em março pela Assembleia da República, o valor total e o destino das transferências de dinheiro de Portugal para paraísos fiscais passam a ter de ser publicados anualmente, no site da Autoridade Tributária.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundos nacionais carregam carteiras com dívida portuguesa

Os gestores nacionais reforçaram em 35% a aposta em dívida portuguesa. No final de abril, estavam investidos 365 milhões de euros em obrigações lusas. Nas ações, o BCP é o eleito.

Os fundos de investimento nacionais detinham 365 milhões de euros em dívida pública nacional, no final de abril. Este valor representa um aumento de 35% desde o início do ano, sinalizando maior confiança dos gestores em relação a Portugal.

De acordo com os dados da CMVM, a dívida pública portuguesa representava no final do mês passado 3,2% do total de ativos nas carteiras dos fundos nacionais, um aumento da exposição ao país que acontecerá por duas vias: pela aquisição de obrigações do governo e também pela valorização dos títulos que detinham anteriormente. Os juros associados às obrigações a dez anos iniciaram o ano nos 3,7%, mas já negoceiam ao nível mais baixo desde novembro do ano passado.

Em sentido contrário, nos primeiros quatro meses, os gestores nacionais viram as suas carteiras com dívida pública estrangeira emagrecer 7%, detendo um total de 850 milhões de euros com títulos internacionais no final de abril.

E ações? BCP continua no topo das preferências

No mercado acionista nacional, os fundos portugueses geriam um total de ativos de 174,1 milhões de euros no final de abril, correspondendo a um crescimento ligeiro de 0,4% face a março.

O BCP foi o título que mais pesou nas carteiras dos fundos, representando 9,6% do total investido (16,7 milhões de euros), com uma subida mensal de 4,2% — o valor investido nas ações do banco liderado por Nuno Amado cresceu 75% em 2017. Em abril, as ações do banco acumularam uma valorização de 4,4%, depois do ganho mensal de 30% em março. No topo das preferências seguem-se a Galp (15,7 milhões de euros) e Sonae (14,9 milhões de euros).

Em termos internacionais, a principal aposta dos gestores portugueses mantinha-se: a norte-americana Apple continua a ser a preferida, embora o valor investido na fabricante dos iPhones tenha caído 9,4% em abril para os 20,9 milhões de euros. Entre as ações internacionais eleitas estão ainda a alemã Siemens e a norte-americana Johnson & Johnson.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Progressões: serviços têm mais tempo para enviar informação

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Maio 2017

Prazo inicial, 15 de maio, é agora estendido para dia 22. Governo assume que o processo de recolha é "complexo" e que seria "difícil" cumprir a data "sem comprometer a fiabilidade da informação".

Os serviços do Estado vão ter mais tempo para enviar a informação relevante para promoções e progressões na carreira. O prazo inicial — 15 de maio — foi estendido até dia 22, de acordo com um despacho publicado esta tarde em Diário da República, que justifica esta decisão com a complexidade do processo de recolha e registo.

O despacho hoje publicado, assinado pelo ministro das Finanças, vem assim alterar a indicação que tinha sido dada no início do mês, quando o Governo determinou que todos os organismos e serviços das administrações públicas — incluindo setor público empresarial, fundações públicas ou entidades intermunicipais, mas excluindo o subsetor regional — deviam remeter, até 15 de maio, “toda a informação relevante para efeitos de valorização remuneratória, designadamente através de promoções e progressões, relativa aos seus trabalhadores, com vista ao cálculo do impacto orçamental no âmbito do processo de elaboração da proposta de lei do orçamento do Estado para 2018″. Só a administração local tem mais tempo, uma vez que, neste caso, o prazo estende-se a até 31 de maio de 2017.

Porém, o processo de recolha “tem-se revelado complexo”, diz o despacho publicado esta terça-feira, que justifica assim o alargamento do prazo. “Todavia, para os restantes organismos, especialmente com maior número de trabalhadores, o processo de recolha e registo tem-se revelado
complexo, mostrando-se difícil assegurar o cumprimento do prazo inicialmente estipulado sem comprometer a fiabilidade da informação“, explica.

Nesse sentido, “o prazo de 15 de maio de 2017, estabelecido no ponto 2 do Despacho n.º 3746/2017, de 18 de abril, é prorrogado para o dia 22 de maio de 2017”, conclui.

Ao ECO, os dirigentes dos sindicatos da Administração Pública já tinham avisado que o prazo de recolha de informação era curto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Otimismo reina em Portugal, menos no PSI-20

A praça lisboeta caiu esta terça-feira quase 1%, o pior registo desde o início de março.

Os indicadores económicos e a atenção dada a Portugal internacionalmente nos últimos dias serviram para aumentar o otimismo do país. Contudo, o espírito positivo não chegou aos investidores: a praça lisboeta sofreu esta terça-feira a maior queda em dois meses e meio, recuando quase 1%. O BCP destacou-se nas quedas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo espera que diálogo entre Câmara Municipal de Almeida e CGD “dê frutos”

  • ECO
  • 16 Maio 2017

O Presidente da República recebeu o presidente da Câmara Municipal de Almeida e espera o diálogo com a Caixa Geral de Depósitos "dê frutos e decorra com serenidade democrática".

O encerramento da agência da Caixa Geral de Depósitos em Almeida continua matéria de discórdia. A reunião entre o Presidente da República e o autarca de Almeida antecedeu a reunião deste último com a Caixa Geral de Depósitos. A mensagem é de apaziguamento embora Marcelo queira ver “frutos” no final do encontro.

Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com o autarca António Baptista Ribeiro hoje em Matosinhos, para falar sobre o encerramento do balcão da CGD em Almeida, no distrito da Guarda, mas nenhum dos dois prestou declarações aos jornalistas no final.

Segundo uma nota da Presidência da República enviada à agência Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa “recebeu o presidente da Câmara de Almeida, que lhe explicou o ponto de vista do município e a disponibilidade para o diálogo com a CGD, diálogo que o Presidente da República espera que dê frutos e decorra com serenidade democrática”. O presidente da autarquia terá o papel de defender os interesses da população de Almeida, população que manifestou o seu descontentamento ao ocupar a agência num protesto pacífico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lloyds Bank de Horta Osório volta a ser 100% privado

O anúncio da saída do Tesouro britânico do capital do maior banco privado do Reino Unido deverá acontecer na próxima quarta-feira, segundo fontes da banca citadas pelo Financial Times.

O Lloyds Bank está prestes a regressar na totalidade para mãos de privados. O Tesouro britânico deverá anunciar nesta quarta-feira a retirada total da sua presença no capital do maior banco britânico. A informação está a ser divulgada pelo Financial Times e pela Sky News, com base em fontes da banca próximas do processo.

Esta informação surge depois de na semana passada, Horta Osório, CEO do Lloyds, ter afirmado que a instituição estava “a poucos dias” de passar totalmente para mãos privadas, no seguimento da redução de participação do Tesouro britânico. De acordo com o banqueiro português, o Tesouro britânico iria mesmo conseguir recuperar em excesso cerca de 500 milhões de libras (592 milhões de euros), face ao total da injeção pública.

Já em abril, Phillip Hammond, ministro das Finanças do Reino Unido, tinha afirmado que o Tesouro tinha conseguido recuperar as 20,3 mil milhões de libras injetadas na instituição, em 2009.

No seguimento desse resgate, os contribuintes britânicos chegaram a ter uma participação de 43% no maior banco privado do país. Atualmente, a posição pública no Lloyds estava na ordem dos 0,25% do capital, segundo avançou recentemente Norman Blackwell, chairman do banco, aos acionistas.

O Lloyds foi alvo de intervenção pública em outubro de 2008, tendo Horta Osório chegado à instituição em 2011. O Tesouro britânico começou a vender em 2013 gradualmente a sua participação no Banco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maria Luís: Banco de Portugal devia ter vendido Novo Banco em 2015

O regulador considerou que as propostas apresentadas pelo Novo Banco em 2015 não eram satisfatórias, mas a antiga ministra considera que era preferível aceitá-las do que adiar o processo de venda.

Maria Luís de Albuquerque lamenta que o Banco de Portugal tenha decidido não avançar com o primeiro processo de venda do Novo Banco, em 2015, ainda que o regulador tenha justificado que as condições oferecidas não eram satisfatórias e acarretavam fatores de incerteza. Para a antiga ministra das Finanças, que reconhece não ter tido acesso às propostas apresentadas em 2015, as condições pouco satisfatórias teriam sido preferíveis a um adiamento da venda.

“Nunca vi essas propostas que entraram em 2015. A autoridade de resolução [no caso, o Banco de Portugal] informou-me de que as propostas apresentadas não cumpriam as condições estabelecidas e que, portanto, não entrou em fases de negociação mais aprofundadas com nenhuma das entidades que apresentaram propostas”, começou por reconhecer Maria Luís Albuquerque, durante a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), que decorre esta tarde, em resposta à deputada Mariana Mortágua.

Mais tarde, já em resposta à deputada Cecília Meireles, voltou a falar sobre esse processo de venda. “Lamentei que o Banco de Portugal tenha entendido que não havia condições para prosseguir esse processo e disse que a minha opinião era que se deveria ter prosseguido e vendido naquela altura. Porque a experiência que temos é que, quando se espera para vender, há perdas”, afirmou. “Lamento que o Novo Banco não tenha sido vendido em 2015, o que não significa que não respeite a decisão“, ressalvou. “Ou se respeita a independência ou não se respeita a independência das instituições, e isso é algo que nosso Governo sempre teve como muito caro”, sublinhou.

Estas propostas a que Maria Luís de Albuquerque diz nunca ter tido acesso também nunca foram tornadas públicas. A 15 de setembro de 2015, o Banco de Portugal decidiu interromper o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco sem aceitar qualquer das três propostas vinculativas que tinham sido apresentadas. “Os termos e as condições das três propostas vinculativas não são satisfatórios” e “o processo foi condicionado por importantes fatores de incerteza”, justificou então o Banco de Portugal.

Na altura, vários meios de comunicação escreveram que o grupo chinês Anbang, que tinha apresentado a melhor proposta e chegou a estar em negociações exclusivas para comprar o Novo Banco, oferecia cerca de quatro mil milhões de euros (não sendo ainda claro se a proposta envolvia garantias púbicas). O preço era o critério mais importante e o oferecido pela Anbang era o mais elevado, mas as condições impostas por este grupo, ainda desconhecidas, levaram a que o Banco de Portugal rejeitasse a oferta.

Sobre o atual processo de venda, que levou à venda de 75% do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, a antiga ministra levanta dúvidas sobre a operação voluntária com os obrigacionistas, condição necessária para que a venda seja fechada. “Estranho que esse processo ainda esteja atrasado e receio que isso possa ser sinal de algum problema que não venha a ser resolvido. Esse processo devia ter sido prioridade absoluta de quem está a vender o banco”, salientou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maria Luís: Governo passou “para os contribuintes o custo da resolução do BES”

Maria Luís Albuquerque sublinha que o objetivo do anterior Governo era assegurar que os contribuintes nunca seria onerados com a resolução do Banco Espírito Santo (BES).

O retorno que o Estado vai receber pelo empréstimo que concedeu ao Fundo de Resolução para constituir o Novo Banco, depois de ter renegociado as condições deste empréstimo, “é muito inferior” ao montante que emprestou. Quem o defende é Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças, que está esta tarde a ser ouvida na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), sobre a situação do antigo Banco Espírito Santo (BES) e Novo Banco.

“Aquilo que se prevê receber dos bancos é muito inferior àquilo que pagámos”, disse a antiga ministra. “Podemos e devemos retirar os contribuintes desta equação o mais rapidamente possível”, acrescentou, explicando que, ainda que tenha sido o Estado a emprestar dinheiro ao Fundo de Resolução para que este pudesse capitalizar o Novo Banco, isso não impede o fundo de ir ao mercado para se financiar.

“O Fundo de Resolução tem possibilidade de se financiar não apenas junto do Tesouro, mas, também, junto dos mercados e dos bancos, que, aliás, foi o que fez em 2014. O facto de não poderem ser [impostas à banca] contribuições mais elevadas não impede que o fundo se financie junto dos bancos”, disse.

Sobre este empréstimo de 3,9 mil milhões de euros, que o Governo de Passos Coelho concedeu ao Fundo de Resolução em 2014, Maria Luís de Albuquerque que o objetivo foi “garantir que os contribuintes nunca receberiam menos do que aquilo que custa a dívida pública correspondente”. Ou seja, disse, o anterior Governo “nunca” permitiu que houvesse “um retorno inferior àquilo que o dinheiro custa à República”.

Recorde-se que, em março deste ano, o Governo renegociou as condições deste empréstimo, por considerar que as anteriores condições eram insustentáveis e colocavam em causa a sustentabilidade do sistema financeiro nacional. Os bancos têm agora até 2046 para pagar o empréstimo, com uma taxa de juro indexada ao custo da dívida soberana a cinco anos. É esta renegociação que Maria Luís de Albuquerque contesta. “O custo que está a ser cobrado ao sistema financeiro é inferior ao custo que o próprio Estado tem para se financiar”, diz. Dessa forma, considera, o que se fez “foi passar para os contribuintes o custo da resolução do BES”.

Costa “teria dado indicações à CGD para emprestar ao BES?”

Questionada pela deputada Inês Domingos, do PSD, sobre se o anterior Governo poderia ter tido uma atuação diferente aquando da queda do BES, Maria Luís Albuquerque traçou duas alternativas à resolução: “À data, uma não resolução do BES teria tido como consequência ou uma liquidação do banco, ou uma nacionalização, uma decisão que dependeria do Governo e que o Governo nunca defendeu, por todos os prejuízos associados. Já a liquidação teria tido consequências sérias sobre a confiança de todo o sistema financeiro”, disse.

Confrontada com as declarações de António Costa no final do ano passado, que disse que Passos Coelho “por sua responsabilidade, destruiu um banco como o BES”, Maria Luís Albuquerque deixa uma pergunta ao atual primeiro-ministro. “Tendo havido, na altura, um pedido de apoio do BES à Caixa Geral de Depósitos (CGD), a Caixa decidiu que não concederia tal empréstimo. O Governo, por seu lado, decidiu que nunca interviria. O que é legítimo perguntar é: se António Costa fosse Governo, teria dado ele indicações à CGD para emprestar dinheiro ao BES? Só no âmbito da recusa deste empréstimo é que a sua afirmação pode ser colocada”, considerou a antiga ministra.

A deputada do PSD considera ainda “incompreensível que o Estado não tenha vendido 100% do Novo Banco”. Recorde-se que o Estado vendeu 75% do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, mantendo uma participação de 25%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Negócio dos centros comerciais da Sonae lucra 15,9 milhões

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Maio 2017

Recuo de 4,2% justifica-se com alienações parciais realizadas em 2016, nomeadamente do AlgarveShopping e Estação Viana Shopping, e com a redução da participação no Sierra Portugal Fund.

A Sonae Sierra atingiu lucros de 15,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, abaixo dos 16,6 milhões registados no mesmo período de 2016.

Em comunicado, a empresa explica que este recuo de 4,2% “deveu-se, sobretudo, às alienações parciais realizadas em 2016 dos centros comerciais Loop5 (Alemanha), Luz del Tajo (Espanha), AlgarveShopping e Estação Viana Shopping (Portugal) e à redução da participação no Sierra Portugal Fund, em parte compensadas pela abertura do centro comercial ParkLake (Roménia) em setembro de 2016”.

A empresa dá ainda conta de que “prosseguiu com sucesso a sua estratégia de reciclagem de capital”. Aqui indica que o fundo Iberia Coop adquiriu o Albufeira Retail Park e o hipermercado Continente do AlgarveShopping e que o veículo de investimento imobiliário Socimi ORES “iniciou o processo de aquisição de ativos”.

Em Portugal, as vendas dos lojistas avançaram 3,9%, indica ainda o comunicado. Um valor superior ao registado em Espanha, com um aumento de 0,4%. Na Europa, as vendas cresceram 3,8%. E no conjunto do portefólio, subiram 4%.

O CEO da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, diz que “o aumento das vendas dos Lojistas, das rendas e das taxas de ocupação nos primeiros três meses do ano reflete uma gestão bem-sucedida e a qualidade dos centros comerciais da empresa”. E acrescenta que “os centros em desenvolvimento estão a progredir a bom ritmo e a estratégia de reciclagem de capital continua a impulsionar novas oportunidades de crescimento, incluindo as primeiras aquisições da Socimi ORES”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSI-20 regista maior queda desde março

Depois de começar a semana a subir, o PSI-20 caiu esta terça-feira registando a maior desvalorização desde 3 de março.

O otimismo reina atualmente em Portugal, menos na praça lisboeta. A economia portuguesa foi a sexta que mais cresceu na zona euro, mas nem os números surpreendentes desta segunda-feira animaram os investidores: o PSI-20 desvalorizou quase 1%, acompanhando a tendência das bolsas europeias. A principal praça europeia, o Stoxx 600, ficou praticamente inalterado.

Quase todas as cotadas portuguesas fecharam esta quarta-feira no vermelho. Foi o caso do BCP, dos CTT e da Mota Engil que corrigiram das valorizações significativas de ontem. O BCP deu uma queda de 3,58%, seguida pela desvalorização em 2,25% das ações dos CTT. Os títulos da Mota Engil caíram 0,61%.

O grupo EDP também penalizou a bolsa portuguesa, levando o PSI-20 para a pior sessão de praticamente dois meses e meio. As ações da EDP desvalorizaram 0,36% para os 3,08 euros e os títulos da EDP Renováveis caíram 0,49% para os 6,96 euros. O PSI-20 caiu 0,92% para os 5.195,57 pontos.

A Corticeira Amorim subiu 0,84%, depois de o BPI ter revisto em alta o preço-alvo para o final de 2017, de 10,20 euros para 11,60 euros, “reflexo da revisão do resultado por ação e de uma menor dívida líquida”, explicaram os analistas do banco esta terça-feira. Além da Corticeira, salvaram-se a Galp, a Jerónimo Martins, a Novabase e a REN.

As ações da Jerónimo Martins avançaram 0,23% para os 17,43 euros por título. A Galp valorizou 0,48% para os 14,57 euros por ação e a REN subiu 0,49% para os 2,90 euros por título.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump atira euro para máximos de meio ano

Polémica de partilha de informação entre Presidente americano e russos dá força ao euro. Moeda única já negoceia no nível mais elevado desde novembro do ano passado.

A partilha de informação confidencial entre Donald Trump e a Rússia está a atirar o euro para o valor mais alto desde as eleições norte-americanas, em novembro.

O euro ganha 1% para os 1,11 dólares, depois das notícias de que o Presidente norte-americano divulgou junto de dois oficiais russos informações que dizem respeito ao Estado Islâmico e estarão relacionadas com o uso de computadores portáteis em aviões de passageiros, segundo o Washington Post. Por causa do nervosismo dos investidores com esta nova polémica com Trump, a moeda norte-americana segue pressionada face às principais divisas mundiais.

A história entre Trump e a Rússia “está a condicionar o dólar perante a perspetiva de que Trump não estará disponível durante os próximos tempos para avançar com a reforma fiscal, o que esteve em parte na base da valorização do dólar”, referiu Adam Cole, estratego cambial da RBC Capital Markets.

Trump deixa euro nas alturas

Fonte: Bloomberg (valores em dólares)

Do lado da moeda única, o euro tem estado em alta sobretudo depois da vitória de Emmanuel Macron nas eleições Presidenciais francesas, que reforçou o otimismo dos investidores em torno do projeto europeu e de maior integração no bloco da zona euro.

De resto, outro fator que pode estar por detrás desta apreciação do euro terá a ver com o leilão de obrigações francesas num montante de 30 mil milhões de euros, uma operação que terá concorrido para o aumento a procura da moeda única.

"(A história entre Trump e a Rússia) está a condicionar o dólar perante a perspetiva de que Trump não estará disponível durante os próximos tempos para avançar com a reforma fiscal, o que esteve em parte na base da valorização do dólar.”

Adam Cole

Estratego cambial da RBC Capital Markets

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

E o prémio Inovação COTEC vai para… uma máquina disruptiva

  • Juliana Nogueira Santos
  • 16 Maio 2017

A ADIRA AM, vencedora do Prémio Inovação COTEC, é uma máquina de fabrico aditivo de peças metálicas de grande dimensão, que utiliza duas tecnologias de fabrico avançadas e disruptivas.

Depois de ter atingido um número recorde de candidaturas, o Prémio Produto Inovação COTEC-ANI 2017 foi entregue à ADIRA com o seu produto ADIRA AM, uma máquina de fabrico aditivo de peças metálicas de grande dimensão. Eram oito os finalistas deste galardão, que pretende premiar e divulgar publicamente produtos inovadores desenvolvidos por empresas que operem em Portugal.

A empresa de Vila Nova de Gaia produziu esta máquina inovadora que entrou no mercado com um conceito diferente. A ADIRA AM utiliza duas tecnologias de fabrico avançadas e disruptivas, integradas num mesmo sistema híbrido, “estabelecendo-se assim como um sistema único num setor de grande crescimento”.

Por sua vez, a menção honrosa foi para a Amorim & Irmãos com a tecnologia NDtech. Esta permite a deteção de um aroma a mofo nas rolhas de cortiça natural que não é detetável de outra forma, o que permite não só analisar 10 milhões de rolhas ao longo do ano, mas também possibilita a comercialização de rolhas com garantia TCA ND.

Rolhas com tecnologia NDtech da Amorim Cork.Amorim Cork

Além da categoria principal, o Prémio inclui a distinção “Born From Knowledge”, que se destina a produtos “nascidos do conhecimento”. Este galardão foi entregue à empresa Biosurfit pelo desenvolvimento da spinit-HbA1c, um teste POC para monitorizar diabetes medindo níveis HbA1c no sangue.

As distinções do Prémio Produto Inovação COTEC-ANI 2017 foram entregues esta terça-feira no 14.º Encontro Nacional de Inovação, em Matosinhos. Este contou com a presença do keynote speaker Roland Kupers, coautor do livro “The Essence of Scenarios – Learning from the Shell Experience” e Associate Fellow na Universidade de Oxford.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.