Este é o Surface Laptop, o novo portátil da Microsoft

A Microsoft apresentou esta terça-feira um novo conceito de computador portátil próximo dos tablets Surface. Custa mil dólares e estará "brevemente disponível" em Portugal.

O Surface Laptop aproxima a gama Surface do conceito de computador portátil.Microsoft/DR

A Microsoft apresentou esta terça-feira o Surface Laptop, um computador portátil de 13,5 polegadas de ecrã que a empresa garante ter até 14,5 horas de autonomia. O conceito é uma aproximação entre o Surface e um computador portátil normal, ainda que o teclado esteja envolto pelo mesmo material que cobre os teclados do híbrido da marca. Lá fora, vai custar 999 dólares, com as pré-encomendas a abrirem esta quinta-feira. Em Portugal, estará “brevemente disponível”.

Apesar de computador portátil, o Surface Laptop inclui um ecrã tátil que suporta a caneta digital da marca. Foi desenvolvido a pensar nos estudantes, que precisam de um computador e não de um tablet, disse Panos Panay, o carismático chefe de hardware da Microsoft, no evento de lançamento, citado pela Business Insider.

O Surface Laptop será alimentado pelo Windows 10 S, uma recém-apresentada versão do sistema operativo da empresa norte-americana, que inclui melhorias no desempenho e na segurança. No entanto, não permitirá instalar aplicações que não estejam na loja do Windows, o que, segundo o jornal, poderá impedir a instalação de programas tão básicos como o Google Chrome. O sistema faz ainda uma melhor gestão da bateria dos computadores. Estará disponível em quatro cores, com versões com diferentes modelos de processador: um Intel i5 ou um i7, ambos de sétima (e última) geração.

A Business Insider nota que esta aposta da Microsoft surge como alternativa a modelos de outras marcas, como os novos MacBooks da Apple. Ao mesmo tempo, preenche um vazio que existia na gama de aparelhos vendidos pela Microsoft. O preço, mais baixo do que os 1.299 que custa um MacBook Pro, será ainda uma tentativa de aliciar potenciais clientes da marca da maçã.

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Governo diz que haverá condições “particulares” para precários entrarem nos quadros

  • Lusa
  • 2 Maio 2017

"Não posso garantir a perfeição de que todos os trabalhadores sejam integrados, mas esse é o nosso objetivo", afirmou o ministro Vieira da Silva.

O ministro do Trabalho disse hoje que, em “muitos casos”, mas não na generalidade, terá de haver concursos para a admissão de trabalhadores precários nos quadros do Estado, sendo que esses trabalhadores terão “condições particulares” de acesso.

“Tem de haver um processo legal e em muito casos, não na generalidade, terá de haver concursos. Obviamente são concursos em que estas pessoas terão condições que serão particulares”, afirmou Vieira da Silva à margem da apresentação do Relatório Anual sobre a Evolução da Negociação Coletiva em 2016 do Centro de Relações Laborais (CRL), em Lisboa.

Questionado pelos jornalistas sobre a portaria para a regularização de trabalhadores precários, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou que deverá ser publicada ainda esta semana e que esses trabalhadores vão poder começar a pedir a avaliação dos seus casos às comissões a partir de dia 11 de maio. Vieira da Silva garantiu que também os trabalhadores do Setor Empresarial do Estado podem pedir essa avaliação.

Questionado sobre quantos trabalhadores serão integrados nos quadros do Estado, o ministro assegurou que “todos os trabalhadores desempenhando funções que correspondam a necessidades permanentes do Estado terão oportunidade de ver corrigida a sua situação”.

“Não posso garantir a perfeição de que todos os trabalhadores sejam integrados, mas esse é o nosso objetivo”, disse Vieira da Silva.

Sobre o impacto da passagem aos quadros dos trabalhadores com vínculos precários, o ministro recusou que seja necessário um aumento da despesa pública. O ministro disse que, muitas vezes, com os contratos de prestação de serviços, o que o “Estado alcança não é um menor custo, é maior flexibilidade na contratação”, recusando que seja “inevitável que haja um aumento da despesa”.

No entanto, admitiu, esse aumento “poderá existir em alguns setores, noutros até poderá haver diminuição, porque muitas vezes paga-se mais por vínculos precários”.

O ministro Vieira da Silva disse ainda esperar que a Frente Comum participe nas comissões de avaliação bipartida (uma em cada ministério) com representantes dos ministros das Finanças e do Trabalho, outro do dirigente do serviço e ainda dos três sindicatos da Função Pública – uma questão que foi criticada pela Frente Comum.

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Governo italiano salva companhia aérea por 600 milhões de euros

O Executivo italiano reuniu de emergência e decidiu dar uma ajuda financeira a uma das principais companhias aéreas do país. Esta é uma solução a curto prazo.

O Governo italiano vai emprestar 600 milhões de euros à Alitalia, companhia aérea que desencadeou esta terça-feira um processo formal de falência. A informação foi avançada pelo ministro do Desenvolvimento Económico, Carlo Calenda, após uma reunião governamental curta e de urgência, revela a Bloomberg. O primeiro-ministro Paolo Gentiloni afirmou que o Governo “decidiu assegurar a continuidade” da empresa.

Este empréstimo é um bridge loan, ou seja, é um empréstimo de curta duração até que a empresa consiga ser financeiramente saudável outra vez. O Governo de Itália irá emprestar 600 milhões de euros pelo menos durante seis meses, segundo a Bloomberg, permitindo assim a continuação da operação da companhia aérea. Esta medida por parte de Paolo Gentiloni foi sendo antecipada ao longo do dia, ao abrigo da lei italiana.

Contudo, anteriormente, o Governo italiano tinha descartado a hipótese de canalizar mais dinheiro para recapitalizar a companhia. Citado pela agência, o ministro das Finanças, Pier Carlo Padoan, lembrou que a Alitalia é “uma empresa privada”, à responsabilidade dos acionistas e administradores. Com este empréstimo — o “máximo” possível, avisou Calenda — a empresa deverá ser vendida num futuro breve, mas não se exclui a hipótese de ser liquidada.

O Governo passa ainda a ter o direito de nomear três administradores para gerir a companhia aérea. A sua missão será afastar um cenário de nacionalização, elaborando um plano de negócios viável, durante os próximos seis meses, para que a empresa se salve da bancarrota e se torne atrativa para potenciais compradores.

A falência foi desencadeada esta terça-feira depois de os trabalhadores terem rejeitado os fundamentos de um plano de recapitalização de dois mil milhões de euros com o objetivo de salvar a empresa, que atravessa “uma séria situação económica e financeira”. Os acionistas aceitaram, por unanimidade, colocar a empresa sob administração especial, reconhecendo a impossibilidade de encontrarem alternativas.

A empresa chegou a liderar o mercado italiano, mas neste momento a principal companhia aérea é a Ryanair.

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Banco de Portugal pode dar mais dinheiro ao Estado? O caminho do PS e BE

O grupo de trabalho do PS/BE quer tirar ao Banco de Portugal a definição da política de provisões, passando-a para o acionista Estado. O objetivo é dar mais dividendos para ajudar as contas públicas.

Depois de retirar poderes ao Banco de Portugal, o Governo poderá vir a apertar a política de provisões do banco central português para que este dê mais dinheiro ao Estado. A proposta surgiu do grupo de trabalho sobre a sustentabilidade da dívida e conta com o apoio do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda no Parlamento, além de ter a concordância do Executivo. Os partidos querem que Carlos Costa faça menos provisões e distribua mais dividendos para ajudar a consolidação orçamental. As estimativas do grupo de trabalho apontam para um efeito favorável de cerca de 900 milhões de euros por ano a partir de 2018.

Na passada sexta-feira, na conferência de imprensa de apresentação das conclusões do grupo de trabalho, João Galamba considerou que é possível mudar a política de provisões e de dividendos sem fazer uma alteração legislativa (tal como o Governo fez no OE2017), mas o deputado socialista disse também que uma mudança na lei orgânica do Banco de Portugal (BdP) poderia ajudar a clarificar esse enquadramento legislativo. Essa foi uma das três propostas sobre as quais o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, revelou haver consenso com o Governo.

Na mesma conferência de imprensa, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, foi confrontado com o tema e disse estar disponível para alterar essa lei. “Não podemos aceitar que seja banal que o Banco de Portugal tenha uma política de provisões que seja contra cíclica, prejudicando as contas públicas”, respondeu. O discurso foi acompanhado por Galamba que disse que o BdP está “sobrecapitalizado de forma injustificada”, “uma matéria que nunca tinha sido tratada nem questionada”.

Um dia depois, Marcelo Rebelo de Sousa pronunciou-se sobre o tema, em declarações às televisões, defendendo ser positivo que o Banco de Portugal tenha “uma almofada”. Nessa ocasião o Presidente da República alertou que a previsão de uma situação de crescimento da economia europeia e de aumento de juros deve “levar o Banco de Portugal a ter uma almofada financeira que proteja [Portugal] contra esse aumento de juros”.

Quais seriam essas clarificações? O relatório dá algumas pistas sobre o que poderá ser uma alteração dos procedimentos e dos critérios para a constituição de provisões pelo BdP.

O que mudaria?

O principal argumento dos autores é o de que o banco central português não deu fundamentação suficiente para constituir as provisões adicionais (‘colocar de lado’ dinheiro para fazer face a riscos futuros) por causa do programa de compra de dívida pública (PSPP) do BCE. Por isso, o grupo de trabalho recomenda que no Relatório de Contas, “para efeitos de constituição de provisões para riscos gerais, o Banco de Portugal passe a estar obrigado a uma fundamentação detalhada”, referindo até a possibilidade de ter de pedir um parecer a um auditor externo.

Em termos práticos, o atual enquadramento legislativo sugere que a participação do acionista neste processo pode na prática ser nula.

Relatório do Grupo de Trabalho BE/PS/Governo

Sustentabilidade das dívidas externas e pública

Contudo, pretende-se ir mais longe. Na generalidade, esta medida propõe que seja retirada a decisão final sobre a política de provisões do Conselho de Administração do BdP, passando a estar do lado do Governo. “Dever-se-á ponderar a necessidade de alteração da Lei Orgânica do Banco de Portugal no sentido de o ministro das Finanças ter de dar uma autorização explícita (e não tácita) da política de provisões“, lê-se no documento. Acontece que com a atual lei orgânica pode ser ambígua em certos casos.

O grupo de trabalho considera que, “em termos práticos, o atual enquadramento legislativo sugere que a participação do acionista neste processo pode na prática ser nula”. O documento vai mais longe nessa apreciação: “O atual enquadramento legislativo e institucional para a apreciação das contas pelo acionista parece claramente insuficiente, dependente da vontade política dos agentes envolvidos, e deve ser revisto”.

Essa revisão, além de colocar do lado do Ministério das Finanças a autorização final da política de provisões (que tem impacto nos dividendos distribuídos ao Estado), passaria também por alterar outra norma. Em causa está a elaboração do Plano de Contas do Banco de Portugal — atualmente feito pela própria instituição — que o grupo de trabalho quer que seja uma proposta do ministro das Finanças.

Em suma, o grupo de trabalho propõe que a lei seja mudada para que fique mais clara. “Os artigos 5.º e 53.º da Lei Orgânica do Banco de Portugal devem ser revistos, com o objetivo de garantir que a criação de provisões, mantendo-se na esfera de decisão do Conselho de Administração, segue critérios mais objetivos”, concluem os autores.

Tiro ao alvo do Banco de Portugal

Ao longo do ponto que dedicam ao banco central português, os autores do relatório deixam várias críticas à política de provisões de Carlos Costa — uma “mera decisão” do Conselho de Administração do BdP — por esta ser “em favor do reforço dos fundos próprios do BdP, e em desfavor do Orçamento do Estado”. Os economistas argumentam que a independência financeira não fica comprometida se houver menos provisões no contexto atual.

O excesso de capital nos bancos centrais é orçamentalmente ineficiente.

Relatório do Grupo de Trabalho BE/PS/Governo

Sustentabilidade das dívidas externas e pública

“Se a subcapitalização de um banco central pode comprometer a sua independência, a sobrecapitalização tem exatamente o mesmo resultado“, afirmam os autores. Porquê? Os economistas argumentam que “o excesso de capital nos bancos centrais é orçamentalmente ineficiente e constitui um custo de oportunidade significativo para o Estado e para os contribuintes”. Considerando que as provisões vão além das necessidades do banco central, o ‘excesso’ corresponde a “recursos públicos, não são recursos do BdP”.

É neste campo de argumentação que os autores do relatório consideram que o Banco de Portugal “não deve ter independência, muito menos um grau tal de discricionariedade que se confunda com arbitrariedade, para determinar sem intervenção do acionista os recursos públicos que tem à sua disposição (redesenhando por essa via o mandato que se deve limitar a executar)”. Ou seja, os economistas querem um Conselho de Administração que execute as linhas definidas pelo Governo, ao invés de ter uma política própria.

O relatório diz ainda que o Banco de Portugal — “por ter sido dos bancos que mais provisionou em 2015” — “foi aquele que mais reduziu, por via orçamental, o impacto expansionista do PSPP”. Isto significa que os estímulos do Banco Central Europeu poderiam ter mais eficácia caso o BdP distribuísse mais dividendos e desse maior margem orçamental para, por exemplo, investimento público. O impacto negativo na receita do Estado da política de provisões em 2016 foi de 412 milhões de euros e o grupo de trabalho prevê que seja superior a 450 milhões em 2017 e 190 milhões em 2018.

Para o grupo de trabalho a fundamentação que definiu o nível de provisões dos últimos anos é insuficiente. No relatório do Conselho de Administração do Banco de Portugal relativo a 2015 defende que o programa de compra da dívida é uma “condicionante exógena e não evitável”. Mas os autores do relatório contra-argumentam: a compra da dívida pública é um “elemento constitutivo da política monetária” e, por isso, “o risco que cada banco nacional assume não pode ser considerado um fator exógeno à sua atividade, como é questionável que, no caso português, esse risco exista nos termos referidos pelo BdP”.

Um Banco de Portugal à alemã

Segundo o grupo de trabalho, é da responsabilidade dos bancos centrais decidirem a sua política de provisões dado que “não existe qualquer orientação do BCE relativa ao capital, reservas ou provisões dos Bancos Centrais Nacionais (BCN)”, recomendando apenas que “estes devem estar sempre suficientemente capitalizados”. No caso português, a lei orgânica limita a liberdade do BdP na constituição de reservas, mas deixa à consideração do Conselho de Administração a constituição de provisões para riscos gerais.

Para demonstrar que a atual política do BdP não é a acertada, o relatório faz comparações com outros países da zona euro em 2015. Os economistas argumentam que “os títulos da dívida pública detidos para efeito de política monetária não têm risco de câmbio, não têm risco do preço do ouro e não têm risco de taxa de juro”. Assim, “resta apenas o risco de crédito como fundamento possível para a constituição de provisões“. E, mesmo neste ponto, os economistas dizem não ser clara a relação dado que países com o mesmo rating (triplo A) tanto fizeram mais provisões (caso do Luxemburgo) como menos (caso da Alemanha).

O relatório destaca que a taxa de provisionamento média foi de 1,7%, menos de metade dos 4,2% de Portugal. A principal comparação traçada pelos economistas é com o alemão Bundesbank, cujo Estado se financia a uma taxa de juro negativa. O banco central alemão reforçou as suas provisões em 2016 por causa de essa taxa ser negativa, “o que pode implicar perdas significativas para o Bundesbank, pondo em risco o seu capital”.

Quadro do Relatório do Grupo de Trabalho PS/BE/Governo sobre a “Sustentabilidade das dívidas externa e pública”.Relatório do Grupo de Trabalho PS/BE/Governo

O grupo de trabalho argumenta que o caso do Banco de Portugal é exatamente o oposto. “Como os juros da dívida pública portuguesa são os mais elevados dos países elegíveis para o PSPP, não só o contributo dos juros para os resultados operacionais do banco é o mais elevado de todos, como o risco de taxa de juro é o mais baixo”, lê-se no relatório. Ou seja, de certa forma os economistas dizem que o BdP é dos que mais lucra com a dívida que compra e, por isso, tem a capacidade para distribuir mais dividendos, reforçando menos as provisões porque, afirmam, o risco é menor.

Mas há um risco, reconhecem os autores: “Existe apenas o risco de o juro recebido por esses ativos [dívida] ser inferior ao juro pago pelos depósitos que as instituições financeiras detêm junto do banco central”. E citam um relatório anual do Banco Central Europeu para desvalorizá-lo: “o risco de perdas desta natureza é muito reduzido, mesmo num cenário de subida significativa das taxas de juro”. De forma genérica, os economistas argumentam que o risco estimado pela administração do Banco de Portugal é exagerado e, por isso, Carlos Costa deverá aumentar os dividendos.

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Chinês C919 começa a voar esta semana

O primeiro avião de passageiros chinês enfrenta a derradeira prova esta sexta-feira: o voo inaugural. O C919 vai concorrer diretamente com o Boeing 737 e o Airbus A320.

O C919 tem o voo inaugural agendado para esta sexta-feia, 5 de maio.Comac/DR

O primeiro avião de passageiros de tamanho médio fabricado na China começa a voar já esta sexta-feira. O C919, desenvolvido pela empresa chinesa Comac, tem a descolagem inaugural agendada para 5 de maio. De acordo com o jornal espanhol El Economista, tem potencial para se intrometer num mercado amplamente liderado por duas grandes empresas: a norte-americana Boeing e a francesa Airbus.

Esta aeronave pode transportar entre 158 e 174 passageiros e tem autonomia até 5.555 quilómetros. Vai competir mais diretamente com os muito comuns Boeing 737 e Airbus A320 e concluiu recentemente a quarta ronda de testes. O próximo passo é o voo desta sexta-feira, indica o jornal, que será operado pela companhia aérea chinesa China Eastern.

O El Economista recorda também que os prazos de fabrico desta aeronave têm vindo a ser adiados consecutivamente, com o primeiro voo inicialmente para uma data ainda em 2016. Mas desde 2015, altura em que foi apresentado o primeiro protótipo, que os prazos têm sido sucessivamente ultrapassados pela Comac, alegadamente por atrasos no fabrico.

O primeiro voo do C919 surge poucas semanas depois de a China apresentar o primeiro porta-aviões construído inteiramente no país. O Shandong foi apresentado ao público no final de abril, embora só fique inteiramente operacional daqui a três anos. Ainda assim, é um marco importante para a China, tornando-a no no sétimo país a consegui fabricar um porta-aviões internamente.

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Têxtil: um setor que anda mais depressa do que o país

Paulo Vaz, diretor geral da ATP, diz que o setor - que esteve quase a bater o recorde de exportações - teve melhor desempenho do que o país. Vaz frisa ainda que é preciso que haja fusões e aquisições.

O setor têxtil que fechou 2016 a exportar 5.063 milhões de euros, aproximando-se do máximo histórico alcançado em 2001, e com um volume de negócios de 7.300 milhões de euros, está a viver um ciclo de transformação. A aposta em têxteis técnicos, em novas tecnologias e em produtos mais sofisticados e sobretudo uma maior exposição internacional mudaram a cara de um setor que já foi dado como perdido. Com o maior desafio a centrar-se no comércio eletrónico, o setor precisa de consolidar-se para ganhar dimensão, sobretudo em termos comerciais.

Quem o diz é Paulo Vaz, diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), que, em entrevista ao ECO, analisa ao detalhe o atual momento da indústria.

Para Paulo Vaz estes números do setor só foram possíveis porque “a indústria foi melhor que o próprio país”. “O setor surpreendeu positivamente porque teve um melhor desempenho do que o país”.

A indústria têxtil e vestuário representa 10% das exportações nacionais (3% das exportações de têxtil e vestuário da União Europeia); 20% do emprego da indústria transformadora nacional; 8% do volume de negócios na indústria transformadora nacional e 9% da produção da indústria transformadora nacional.

O diretor geral da ATP imputa esta boa performance “à reviravolta notável, à capacidade de renovação, e de resiliência das empresas e dos empresários”. Mas sobretudo afirma: “o setor viveu já este século a sua maior intervenção”.

E a comprovar o que diz, atira com aquelas que são as três maiores empresas do setor: “a TMG Automotive, a Farfetch e a Coindu, empresas que têm um perfil muito diferente do que era há uns anos atrás”. Para trás parecem ficar os anos do têxtil tradicional e começa a emergir — ou melhor já emergiu — a era dos têxteis técnicos.

Paulo Vaz dá mesmo o exemplo da PR Têxteis, uma têxtil que se dedica a fazer fatos de surf ou equipamentos para desporto como o triatlo. “São têxteis que exigem grande tecnicidade e completamente diferentes dos que se faziam há uns 20 ou 30 anos”.

Para trás ficam os anos em que a grande vantagem competitiva da indústria se fazia pelo preço. “Primeiro aproveitamos o facto de estarmos integrados num espaço comercial que era protegido, quer o acordo multifibras com a EFTA, quer com a União Europeia”. Mas o cenário alterou-se com a liberalização mundial do comércio”.

Paulo Vaz não tem dúvidas que a partir de 2001 “o setor teve o seu maior pico, quando atingiu os 5.073 milhões de euros em exportações, 8.300 milhões em volume de vendas e tinha ainda um grande contingente de pessoal ao seu serviço, ultrapassando as 200 mil pessoas. A partir daí foi sempre em queda”.

A primeira década do século foi muito difícil para o setor têxtil. À entrada da China para a OMC juntou-se, em 2004, o alargamento da União Europeia a Leste. Paulo Vaz diz que “entraram um conjunto de países com custos mais baixos e depois deu-se a liberalização em pleno e revelou-se um verdadeiro rolo compressor, a que se juntou ainda a crise económica e financeira global, que atingiu todos, inclusive Portugal e que culminou numa crise essencialmente de consumo”.

Retrato do setor em números

Dados INE; tratamento estatístico ATP. 26/01/2017.
2015 e 2016 – dados provisórios INE.

 

“2009 foi o nosso pior ano”, remata o diretor geral da ATP. Mas como diria Passos Coelho, as crises podem também ser momentos de oportunidade. E o setor dá a reviravolta.

Numa análise aos números constata-se que o volume de negócios da indústria que, em 2009, era de 5.355 milhões de euros cresceu progressivamente até atingir os 7.300 milhões de euros em 2016. Já em termos de exportação, a variação é também positiva, passando de 3.501 milhões de euros para os 5.063 milhões em 2016.

Os números tornam evidente a tendência de crescimento, com a produção por exemplo, a passar dos 5.163 milhões de euros em 2009 para os 6.200 milhões para 2016. Ao nível do emprego, por exemplo, em 2009 existiam 146.485 pessoas ao serviço da industria, tendo este número decaído até 2013 (124.147) para voltarem a crescer e chegarem a 2016 com 134 mil pessoas, segundo estimativas da ATP.

É notável a capacidade de renovação, de resiliência e de se reinventar dos empresários“. Paulo Vaz recorre à fábula do sapo que está na sopa quentinha, a que se vai juntando mais água quente, e o sapo vai-se deixando estar e deixa-se cozer. O setor, diz, estava quase como o sapo: “os nossos fatores de competitividade estavam a iludir-se e as decisões difíceis iam sendo adiadas: restruturação, redefinir objetivos, missões, intensificar a internacionalização, redefinir produto. As decisões iam sendo adiadas porque o dia-a-dia impunha-se e apesar de tudo iam surgindo encomendas”. Até que, prossegue, Paulo Vaz “a crise sacudiu as empresas e foi necessário investir em novas tecnologias, diversificar atividade, apostar em produtos mais tecnológicos”.

É nessa altura que as tradicionais empresas têxteis passam a trabalhar para setores diferentes como a medicina, o automóvel, a construção.

Os subsetores que melhor têm respondido “neste últimos tempos tem sido as malhas e vestuário, mas a maneira como estão analisadas as categorias ainda é muito antiquada. Uma das coisas que não se consegue detetar como está estruturado atualmente é o que são os têxteis de alta tecnicidade. Um têxtil técnico fácil de distinguir é a cordoaria de redes, mas tudo o que se veste hoje no desporto é altamente técnico“.

Entre os principais produtos vendidos ao exterior ao longo de 2016, destacam-se o vestuário de malha (42% do total da ITV), o vestuário de tecido com 20% e outros artigos têxteis confecionados com 13%.

Já os principais produtos importados foram o vestuário de tecido (26% do total da ITV), vestuário de malha (25%) e matérias-primas, incluindo fio e tecido de algodão (13%).

Internacionalizar

O grande salto acontece quando as empresas começam a olhar para novos mercados. Aqui, a ATP dá também uma ajuda, através da associação seletiva à moda. “Em 2002, quando começamos a realizar as primeiras feiras, envolvíamos 20 a 30 empresas e realizávamos sete feiras, hoje temos 85 feiras em 35 mercados”, sublinha Paulo Vaz.

Para além da mudança de mentalidade dos empresários, houve ainda o apoio dos incentivos de programas de incentivo do POE e do QREN.

Principais clientes em 2016

Com os olhos postos no exterior, as empresas acabaram por se voltar para os mesmo mercados de sempre.

Os principais clientes são, em 2016, a Espanha com uma quota de 35%, seguida por França com 12%, Alemanha com 9%, Reino Unido 8% e os Estados Unidos com 5%.

“No essencial os mercados são os mesmo, o que aconteceu foram mudanças de posicionamento e os próprios segmentos de mercado que são diferentes”.

Paulo Vaz recorda que “Itália foi substituída nos últimos dois anos pelo mercado dos Estados Unidos”.

O papel da Inditex

Espanha teve um papel fulcral durante a crise. Paulo Vaz fala numa relação estreita e virtuosa com o grupo Inditex. “Os modelos de ‘fat fashion’ de que o grupo Inditex é o principal representante não estão baseados tanto no preço como na rapidez”, assegura o diretor geral da ATP.

O facto de termos aqui uma indústria que está junto à fronteira com a Galiza onde está sediado o grupo Inditex, e onde podemos chegar em duas horas, foi determinante na mudança de modelo de negócio que começou a surgir. Estas cadeias desfizeram o conceito tradicional das coleções e passaram a oferecer 10,12, 13 coleções por ano. Ora isto só é possível quando conseguimos reduzir as séries e ter uma capacidade de resposta muito rápida, o ‘lead time’ que andava na casa das seis semanas reduziu-se em muitos casos para 2 a 3 semanas”.

Outra das coisas que a crise ensinou é que ter stocks é muito caro, e quem pode evitar os stocks é precisamente uma industria como a portuguesa, que consegue trabalhar com séries pequenas com grande valor acrescentado e com muita inovação tecnológica.

Luís Buchinho (Foto Ugo Camera)

 

Paulo Vaz não tem dúvidas: “isto calhou muito bem e ajudou muitas destas empresas a suportarem este período dificílimo”.

Conjuntura internacional

Para uma indústria tão exposta aos mercados internacionais, a conjuntura internacional pode ser um problema. Na Europa, o Brexit, associado às eleições em França e na própria Alemanha levantam sérias interrogações. A somar a isto há ainda a incerteza à volta da governação de Donald Trump, nos Estados Unidos.

Paulo Vaz diz que está mais tranquilo relativamente à Alemanha de onde acredita não vão surgir grandes surpresas. Já França poderá ser um problema. “Espero que haja algum bom senso, até porque França é dos grandes mercados da nossa industria“.

Também o Reino Unido levanta algumas interrogações a Paulo Vaz. “Tenho alguma preocupação com o Brexit, não tanto por aquilo que poderá ser o quadro das relações comerciais que a União Europeia estabelecerá com o Reino Unido, até porque acho que se houver juízo de ambos os lados pelo menos uma União Aduaneira existirá, mas o grande problema prende-se com a qualidade de vida do Reino Unido que temo venha a decair, o que terá efeitos imediatos no consumo”.

Já os Estados Unidos podem vir a revelar-se um problema para o setor, mas Paulo Vaz garante que “os efeitos podem não ser tão graves como à primeira vista poderíamos pensar”.

Para Paulo Vaz “a politica económica da administração Trump vai ser muito simples e elementar e, sobretudo, muito coerente com a campanha. Pela primeira vez vamos ter um político a cumprir com o que prometeu o que é assustador”.

O diretor geral da ATP adianta que “as grandes apostas da administração americana serão as infraestruturas e o armamento, o que vai acabar por ter reflexos no poder de compra da classe mais desfavorecida americana pelo que o consumo tenderá a aumentar”. Paulo Vaz adianta, no entanto, que apesar de o país apostar numa “reindustrialização, há indústria como a do têxtil que não é tão fácil de regressar porque as competências foram perdidas”. E Paulo Vaz socorre-se dos números. “Num primeiro momento, com a expectativa de Trump vencer as eleições, tivemos um recuo nas exportações de 6% para os Estados Unidos, mas no mês de janeiro, tivemos novamente um aumento”.

Para Paulo Vaz, “se o Reino Unido e os Estados Unidos tivessem tido um comportamento normal, a indústria teria batido o recorde ao nível das exportações”.

 

“made in Portugal”

A exportar 16% para fora da União Europeia, o setor teve contudo, a exemplo do que aconteceu um pouco em todos os setores de atividade, o revés do mercado angolano.

Paulo Vaz diz que “temos agora a expectativa do mercado mexicano, um mercado que pela sua dimensão e sobretudo por ser um mercado de livre comércio para onde se pode exportar a taxa zero e assume como muito atrativo”. Já sobre a Colômbia, onde o setor tem vindo a realizar várias feiras, Paulo Vaz adianta: “a Colômbia para nós não é um mercado espetacular, mas apostamos neste mercado porque serve como plataforma para a América Latina”. Hoje, adianta Paulo Vaz, “o ‘made in Portugal’ é uma etiqueta que acrescenta valor, e essa é de resto uma das coisas que mudou face ao passado. Deixamos de ser tomadores de encomendas e passamos a ser vendedores e nalguns casos até criamos marca”.

E o mercado nacional?

O setor do têxtil e vestuário exporta, como já foi referido, 5.063 milhões de euros e importa 3.912 milhões de euros. Deste montante das importações, apenas uma pequena parte são matérias -primas, o resto é produto acabado.

Para Paulo Vaz, “o setor nacional está em recuperação, exportamos cerca de 80% do que produzimos, mas não nos podemos esquecer que importamos quase 4 mil milhões de euros, e apenas uma pequena parte são matérias-primas para serem transformadas. O resto é vestuário e que vem sobretudo do nosso principal cliente que é também o nosso principal fornecedor: Espanha”.

Segundo dados disponibilizados pela ATP, os principais fornecedores em 2016 foram Espanha com 39%, Itália com 12%, França com 7% e China com 6%.

Paulo Vaz assegura que “Espanha coloca seguramente em Portugal muito perto de 1,3 mil milhões de euros de produto acabado, e estamos a falar de grandes marcas como as insígnias da Inditex, a Mango, a Desigual, o El Corte Inglês, a Carolina Herrera”.

“Há uma verdadeira armada de marcas que encontram em Portugal, normalmente o seu segundo mercado, e portanto como costumo dizer a Inditex é importante para nós porque lhes vendemos muito, mas Portugal é muito importante para a Inditex porque compra muito”. Mas isto, acrescenta: “não quer dizer que não haja também muitas marcas portuguesas, aliás se for a um centro comercial cerca de 20 a 30% das insígnias que lá estão são portuguesas e estão ao melhor nível das estrangeiras“.

Falta-nos uma Inditex?

“Nunca teremos uma Inditex, temos que ter essa consciência porque não temos massa crítica enquanto mercado. O grupo de Amancio Ortega desenvolveu-se e prosperou num mercado que tem quase 40 milhões de habitantes, a juntar a este facto Portugal nunca teve recursos necessários, nomeadamente ao nível financeiro”, refere Paulo Vaz.

O homem forte da ATP diz que “o sistema financeiro o que fez foi apostar em setores protegidos da economia e quando olhava para a industria era com taxas de juro elevadas”.

A era digital

Numa altura em que a digitalização e comércio eletrónico estão na ordem do dia, este afigura-se também como o maior desafio do têxtil e vestuário.

Paulo Vaz não tem dúvidas: “o futuro vai ser claramente digital, a geração que agora tem 30 anos e que está a entrar no mercado de trabalho estão ligados a smartphone, o mundo deles é digital e vão transportar isso para o ato de comprar, não quer dizer que as lojas vão desaparecer, mas vai ser diferente é a lógica omnicanal”.

Mas isto acrescenta: “até é bom porque vai reduzir os investimentos que eram muito avultados para expandir a rede de retalho, mas muitas empresas ainda não tomaram isto como prioridade”.

Criticas à CGD

O setor tem vivido ao longo dos anos sérios constrangimentos no acesso ao crédito decorrentes da baixa capitalização das empresas. O financiamento afigura-se mesmo como o principal problema do setor.

Se a CGD cumprisse o papel de ajuda à economia, numa lógica de banco público e se tivesse outro tipo de prioridades que não fosse depender da rentabilidades dos seus acionistas…”, atira Paulo Vaz para quem o banco de Fomento não tem também cumprido o seu papel.

“Continuamos todos à espera do Banco de Fomento, mas há ainda uma grande incógnita à volta desse assunto. O banco de Fomento quando foi criado era uma boa ideia, foi criado numa lógica de banco de grosso de modo a permitir que o dinheiro chegasse aos bancos a um custo mais baixo para que depois chegasse à economia com custos bonificados, tendo em conta que o país tinha dificuldade em se financiar. Mas essa janela de oportunidade que devia ter acontecido nos anos da troika perdeu-se”, garante o diretor geral da ATP.

De resto, Paulo Vaz adianta que não existem grandes alternativas num setor “que está todo ele muito descapitalizado, e que devia ter uma estrutura de capital mais sólida”.

O mercado de capitais não parece ser solução. “Falou-se muito do segundo mercado, mas nunca foi suficientemente atrativo e isto leva-nos a um problema que me parece ainda mais importante e que tem a ver com o facto das empresas, por não fazerem investimentos, não crescerem”.

O diretor geral da ATP diz mesmo que “este é um problema fulcral para o país, porque sem as empresas a crescerem não há — nem pode haver — crescimento económico para o país”. “Seria muito importante para o país que tivéssemos mais grupos económicos”, refere.

Para isso a consolidação no setor é importante. “Penso que há lugar a fusões e aquisições dentro do setor, diria mesmo que essa vertente faz parte do nosso eixo estratégico que é estimular as fusões e aquisições e os acordos entre empresas”.

Apesar do ponto de vista industrial, o “small is beautiful” ser bem visto, porque implica ser mais flexível, mais reativo, em termos comerciais as coisas são diferentes. “Quando queremos comprar ou vender, a dimensão faz toda a diferença, se não formos grandes ninguém nos recebe e isso é uma enorme peia para as empresas“, conclui.

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Lisboa fecha em grande com a Mota e os CTT na frente

  • Marta Santos Silva
  • 2 Maio 2017

O PSI-20 bateu máximos de mais um ano esta terça-feira, com a Pharol a corrigir, a Mota a disparar e os CTT a darem cartas. Quase deu para esquecer as perdas da Jerónimo Martins.

A bolsa de Lisboa fechou em alta esta terça-feira, com a maioria das cotadas a verde e algumas delas a disparar, como foi o caso da Mota-Engil, dos CTT, e também da correção da Pharol. Foi o suficiente para levar o índice de referência nacional PSI-20 a máximos de março de 2016.

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Sumol+Compal aprova dividendo de 8,5 cêntimos

  • Lusa
  • 2 Maio 2017

Os acionistas da Sumol+Compal aprovaram esta terça-feira a distribuição de um dividendo ilíquido de 8,5 cêntimos por ação.

Os acionistas da Sumol+Compal aprovaram hoje em assembleia-geral a distribuição de um dividendo ilíquido de 8,5 cêntimos por ação relativo ao exercício de 2016, que vai ser pago a partir de 24 de maio.

A fabricante de refrigerantes informou que na reunião magna foi aprovada por unanimidade a proposta para que, dos resultados de 5,3 milhões de euros, fossem aplicados 5,1 milhões de euros em dividendos e 166 mil euros em resultados retidos. As ações da Sumol+Compal vão ser negociadas em bolsa sem direito aos referidos dividendos a partir de 22 de maio.

De resto, segundo a informação divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), foram aprovados os órgãos sociais da companhia para o triénio 2017/19. António Eusébio continua na liderança do Conselho de Administração e Manuel Baptista Figueiredo mantém-se à frente do Conselho Fiscal. Já na Mesa da Assembleia Geral, Raquel Cuba Martins assume a presidência que pertencia a Maria Quartin Bastos.

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Dia em alta: PSI-20 fecha em máximos de mais de um ano

  • Marta Santos Silva
  • 2 Maio 2017

Os dividendos a dobrar da Mota e os resultados inesperadamente bons dos CTT fizeram o índice de referência nacional disparar esta terça-feira. Só a Jerónimo Martins mancha um pouco a fotografia.

O PSI-20 fechou em festa esta terça-feira, atingindo máximos de mais de um ano com a maior parte das cotadas no verde. A empurrar para cima com mais força estiveram os CTT e a Mota-Engil, com a Jerónimo Martins a ficar para trás, no vermelho, no dia a partir do qual negoceia sem dividendo.

O PSI-20 atingiu esta terça-feira os 5118,02 pontos, uma subida de 1,28% em relação à sessão anterior que levou o índice de referência nacional para máximos registados pela última vez em março do ano passado. A liderar na hora do fecho? A Pharol, que após ter caído 20% na semana passada começou a corrigir esta terça-feira subindo 16,95% para os 28 cêntimos.

Bolsa lisboeta em máximos de mais de um ano

Fonte: Bloomberg

Também de parabéns está a Mota-Engil, que subiu 9,21%, ao ter duplicado o valor do dividendo. Os CTT não se ficaram muito atrás: os seus resultados inesperadamente positivos na área das receitas com distribuição de correio postal empurraram a empresa para os 5,63 euros, uma subida de 7,46%.

Quem ficou pior na fotografia? A Jerónimo Martins que caiu 2,67% nesta sessão para os 16,20 euros — é o primeiro dia que a empresa negoceia sem dividendo para o investidor.

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Justiça dá razão aos taxistas. Uber pondera recorrer

  • ECO
  • 2 Maio 2017

A Justiça portuguesa deu razão aos taxistas no âmbito da providência cautelar contra a Uber. Mas a decisão abrange a empresa norte-americana ao invés da holandesa, a que opera em Portugal.

O Tribunal da Relação deu razão à associação de taxistas Antral no âmbito da providência cautelar contra a Uber. A decisão surge no âmbito do recurso interposto pela empresa de transporte que alega que a decisão judicial não se aplica à atividade a plataforma em Portugal, pois o processo envolve a Uber norte-americana e é a holandesa Uber BV que opera nas diversas cidades portuguesas.

A notícia foi avançada esta terça-feira pelo Jornal Económico, que recorda que a Justiça deu razão à Uber na primeira instância, por considerar que faltava fundamentação para a ação judicial da Antral. Desta vez, o tribunal decide a favor da associação de taxistas, uma das maiores do setor. O mesmo jornal refere que a os advogados da Uber estão a avaliar recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça, sendo que a decisão final do processo deverá surgir já depois da aprovação de regulamentação para o setor.

O Jornal Económico cita fonte da plataforma de transporte, que indicou que a decisão “evidencia ainda mais a necessidade de uma modernização regulatória”. “Iremos analisar em maior detalhe a sentença para avaliarmos próximos passos. Ao mesmo tempo, esperamos que a nova legislação proposta pelo Governo seja aprovada muito em breve pelo Parlamento, tal como é desejado pela grande maioria dos portugueses”, defende a empresa.

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BCE nunca comprou tão pouca dívida de Portugal

Banco central voltou a travar nas compras de dívida portuguesa em abril. Fixou um novo mínimo em aquisições de títulos para pouco mais de 500 milhões de euros, dando expressividade ao tapering.

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a travar a fundo nas compras de dívida portuguesa em abril, com as aquisições de obrigações nacionais a ficarem pela metade face à média histórica do programa de compra de ativos no setor público iniciado em dezembro de 2015.

A instituição liderada por Mario Draghi comprou apenas 526 milhões de euros em obrigações do Tesouro de Portugal no mês passado, um montante que compara com os 1.000 milhões de euros de dívida que o banco central tem comprado em média todos os meses desde o início do quantitative easing. As compras ficaram-se ainda por um terço daquilo que era o objetivo do BCE, nos 1.400 milhões, calculado com base na chave de capital de Portugal junto do banco central.

Este abrandamento vem acontecendo já nos últimos meses em função da menor disponibilidade de títulos de dívida nacionais no mercado e, agora, também da menor agressividade do BCE no mercado secundário, que desde o último mês passou ter como meta a aquisição mensal de 60 mil milhões de euros em obrigações da Zona Euro em vez dos 80 mil milhões.

No total, a instituição com sede em Frankfurt já acumula um total de mais de 27 mil milhões de euros em obrigações portuguesas.

No mês passado, o vice-presidente do BCE, o português Vítor Constâncio, associou esta redução no ritmo de compras no mercado nacional com as compras já efetuadas em 2010 e 2011, razão pela qual o banco central tem estado menos interventivo agora.

O programa de aquisição de dívida dos governos surgiu no final de 2015 como parte do plano do BCE para animar a economia do bloco da moeda única, num altura em que a taxa de inflação seguia perigosamente perto da linha de deflação.

Apesar de Mario Draghi já ter admitido que pode prolongar os estímulos, este plano menos convencional de a política monetária dar força à atividade económica tem o fim previsto para dezembro deste ano.

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Wall Street à espera de novidades da Fed e Apple

Bolsas norte-americanas iniciaram sessão em terreno ligeiramente positivo, com os investidores à espera das decisões do banco central norte-americano e dos resultados da toda-poderosa Apple.

Depois do máximo intradiário alcançado pela praça tecnológica Nasdaq esta segunda-feira, as bolsas norte-americanas abriram a sessão em zona mista, com os investidores à espera de dois momentos importantes desta semana: a reunião de dois dias da Reserva Federal norte-americana que se inicia esta terça-feira e termina amanhã e os resultados da Apple, previstos para serem divulgados após o fecho da bolsa.

O índice de referência mundial S&P 500 soma 0,17% para 2.392,20 pontos. Acompanham as outras duas principais bolsas norte-americanas: o industrial Dow Jones e o Nasdaq, que avançam 0,16% e 0,15%, respetivamente.

 

O banco central norte-americano inicia esta terça-feira o encontro onde vai decidir se mexe ou não nas taxas de juro. Os investidores não esperam grandes alterações no rumo da política monetária nos EUA quando a instituição liderada por Janet Yellen anunciar as decisões tomadas na reunião.

“Ninguém espera mudanças na política, mas a declaração de 500 palavras da Fed deverá deixar pistas sobre a direção do dólar”, referiu Hussein Sayed, estratego da FXTM. “Será que a Fed vai reconhecer o abrandamento económico e reduzir as expectativas para mais subidas em 2017? A Fed deverá deixar as respostas para esta questão, e com base nisso, os investidores vai reagir”, acrescentou.

Além da Fed, os investidores também vai estar atentos aos resultados empresariais. Hoje é a vez de a Apple reportar contas, devendo apresentar uma posição de liquidez que poderá superar a fasquia dos 250 mil milhões de dólares.

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