BE congratula-se por Governo ter “abandonado a ideia” do crédito fiscal

  • Lusa
  • 18 Abril 2017

A líder do Bloco entende que "o que responde às necessidades do país é mais escalões de IRS" e diz que o Executivo desistiu do crédito fiscal.

A líder do BE congratulou-se hoje pelo “abandono da ideia” do crédito fiscal, sublinhando que o Governo percebeu que o que “responde às necessidades” do país é o aumento do número de escalões de IRS.

Ainda bem que o Governo abandonou a ideia do crédito fiscal e percebeu que o que responde às necessidades do país é mais escalões de IRS, essa é a forma justa, nós precisamos de justiça fiscal e não de medidas simbólicas”, afirmou Catarina Martins, em Braga, à margem de uma visita ao Mosteiro de Tibães.

A líder bloquista comentava uma notícia divulgada pelo Público onde é referido que o Governo liderado por António Costa terá desistido da ideia de aplicar 200 milhões de euros num crédito fiscal para os mais pobres e destinar aquela verba para fazer face ao impacto de uma eventual alteração nos escalões do IRS.

Segunda-feira, no final de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa que durou mais de uma hora, a coordenadora do BE voltou a insistir na prioridade da revisão dos escalões de IRS no próximo Orçamento, de forma a aumentar a progressividade fiscal.

“A posição conjunta assinada com o PS em novembro de 2015 previa o aumento da progressividade de IRS”, afirmou Catarina Martins, que calculou em dois mil milhões de euros o custo de regressar ao modelo de imposto anterior à revisão feita pelo ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar.

“Não nos parece que seja possível o Governo encontrar essa margem orçamental num único Orçamento do Estado, faltando apenas dois orçamentos até ao final da legislatura esse caminho tem de ser iniciado em 2018”, insistiu.

Confrontada ainda com as previsões do Fundo Monetário Europeu e do Conselho de Finanças Públicas para a Economia portuguesa, Catarina Martins não quis comentar, explicando que as previsões daquelas entidades em regra não são acertadas.

“Perdoar-me-ão mas eu não tenho o mínimo interesse em comentar diferenças de décimas em previsões de entidades que tiveram falhanços rotundos na maior parte das previsões que fizeram até agora”, apontou.

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Assunção Cristas: “O défice não é tudo, não vale tudo”

A líder do CDS e candidata à Câmara Municipal de Lisboa reiterou que é importante cumprir a meta do défice, mas que isso deve ser feito "com crescimento sustentável da economia portuguesa".

Assunção Cristas insistiu esta terça-feira que o défice de 2% alcançado em 2016 foi conseguido com recurso a “impostos indiretos”. A líder do CDS-PP e candidata à Câmara Municipal de Lisboa falava aos jornalistas à saída de uma reunião com o Presidente da República, para discutir o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas.

Cristas disse que o défice “foi alcançado com austeridade”, destacando a “manutenção de uma elevada carga fiscal” através de impostos “que nos vão saindo do bolso sem percebermos o que está a acontecer”, bem como o “corte da despesa pública”. “Sentimos, de facto, uma degradação muito grande da qualidade” dos serviços, defendeu.

“Falta dinheiro para tudo. Temos recebido muitas queixas, temos visto essa falta gigante de verbas e de investimento público”, acrescentou Assunção Cristas, fazendo referência à regra das cativações que classificou como “cegas”. “Temos um Governo que deixa ficar muito para trás e depois vai apagando os fogos, vai às situações de emergência, mas não controla”, referiu.

Para Assunção Cristas, é importante cumprir as metas, nomeadamente a do défice, “mas com crescimento sustentável da economia portuguesa”: “O défice não é tudo, não vale tudo. É preciso olhar para a qualidade desse défice”, reiterou.

A candidata autárquica tem feito referências ao trabalho no terreno levado a cabo nos últimos meses, chegando mesmo a dizer, nesta conferência de imprensa, que se depender da candidatura do CDS à Câmara da capital, “não haverá uma pessoa sem-abrigo em Lisboa”.

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Teodora: “Descongelamento das carreiras da função pública é absolutamente necessário”

  • Margarida Peixoto
  • 18 Abril 2017

A presidente do Conselho das Finanças Públicas explicou esta terça-feira que o Programa de Estabilidade prevê medidas adequadas, mas peca pela falta de detalhe.

“O Programa de Estabilidade prevê o descongelamento gradual das carreiras — é uma ideia importante e absolutamente necessária“, defendeu esta terça-feira a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, na audição na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República.

A presidente do CFP reconheceu que “não há qualquer hipótese de a Administração Pública funcionar em condições, se as pessoas que entram não tiverem qualquer perspetiva de carreira”. Contudo, frisou que falta ir mais longe no objetivo de promover uma administração pública forte.

Este é, aliás, apenas um dos exemplos de questões que deveriam ser aprofundadas pelo Governo para dar mais credibilidade ao Programa de Estabilidade.

Ou seja, sublinhou Teodora Cardoso, o CFP “saúda o compromisso de consolidação orçamental” inscrito no documento, “que reconhece a correção duradoura dos desequilíbrios da economia portuguesa como condição necessária”, mas defende que é necessário “o aprofundamento de um conjunto de questões muito importantes, seja no equilíbrio orçamental seja estrutural“.

No parecer sobre o cenário macroeconómico apresentado pelo Governo no Programa de Estabilidade, o Conselho das Finanças Públicas alertou para riscos no horizonte temporal de 2018 a 2021. Só para 2017 é que o Conselho considerou as projeções “prováveis” e até “prudentes.”

Ainda sobre a questão da gestão dos recursos humanos da Administração Pública, Teodora Cardoso defende que seria importante ir mais longe do que simplesmente enunciar a regra de redução de efetivos — dois por um, apenas uma entrada por cada duas saídas de funcionários. “Para quem anda nisto há muitos anos, este rácio sempre foi o objetivo e raramente, se é que alguma vez, se cumpriu. O simples enunciado do rácio não basta: será necessário haver medidas mais específicas que garantam a sua exequibilidade”, argumentou a presidente do CFP.

Mas há outros pontos em que o Programa deveria ir mais longe, como por exemplo na definição das medidas de política fiscal. É preciso, diz Teodora Cardoso, explicar como é que a política fiscal vai promover o crescimento através do investimento e das exportações. “Este é um programa muito estrutural, mas não se pode medir os resultados apenas pelo PIB crescer mais ou menos num determinado ano”, sublinhou.

Outra falha apontada pelo CFP é o facto de o cenário macroeconómico do Governo antecipar um crescimento contido do consumo privado, apesar de haver uma melhoria no mercado de trabalho e um aumento dos rendimentos das famílias.

“Não andamos a fazer intrigas políticas”

Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, e Paulo Sá, deputado do PCP, fizeram duras críticas ao Conselho das Finanças Públicas e à sua própria existência. Os dois partidos são contra a existência de uma entidade com estas características por considerarem que ir além da análise técnica — o papel atribuído, em primeira instância, à Unidade Técnica de Apoio Orçamental — implica assumir uma posição ideológica sobre a política orçamental.

Mariana Mortágua defendeu que o debate sobre as opções orçamentais não se deve fazer com o CFP, mas antes entre partidos, e Paulo Sá disse mesmo que o Conselho é alegadamente independente e ideologicamente neutral, mas que na prática acaba por defender apenas a política da União Europeia. E acusou o CFP de ter defendido “entusiasticamente” as políticas de austeridade entre 2011 e 2015.

“Não andamos a fazer intrigas políticas nem a negociar com partidos. O que fazemos, publicamos”, respondeu Teodora Cardoso, aludindo aos relatórios que o CFP tem vindo a produzir e desafiando Paulo Sá a identificar nos documentos as tais defesas “entusiastas” da austeridade. Teodora Cardoso garantiu que essa não foi a postura do CFP e que aquilo que o Conselho sempre afirmou foi que um país com um défice externo de 12% que perde o acesso ao financiamento não tem outra solução no curto prazo se não resolver esse desequilíbrio. Aliás, defendeu a responsável, “o CFP sempre disse que a Administração Pública não se pode resolver nem com cortes nem com aumentos horizontais” de remunerações.

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Scorpio: A próxima Xbox vai ser “um monstro”

Já são conhecidos os atributos da próxima consola da Microsoft, e estão a deixar os fãs ansiosos pelo lançamento da nova Xbox daqui a uns meses. Nome de código? Projeto Scorpio.

Lá mais para o final do ano, espera-se que a Microsoft lance uma nova Xbox. A consola de jogos é aguardada com grande expectativa… e não é para menos: as características técnicas, confirmadas há dias pela marca, estão a deixar os fãs em polvorosa. O facto é que o produto ainda nem tem nome comercial. A consola é conhecida apenas por Project Scorpio, o nome de código atribuído internamente pela Microsoft. Certo é que, de acordo com a imprensa especializada, vai ter tanto de consola como de computador de gama alta.

A Xbox Scorpio, chamemos-lhe assim, vai contar com 12 GB de memória RAM de última geração (GDDR), processador de oito núcleos a 2,3 GHz e placa gráfica de elevada performance. Conta ainda com um disco rígido com 1 TB de espaço de armazenamento. Não percebeu patavina? Basta dizer que as características da nova Xbox são superiores às de qualquer outra consola no mercado. Aliás, o grande pormenor aqui é que esta autêntica super-estação de gaming vai permitir desfrutar de gráficos com qualidade 4K mesmo em jogos sem essa tecnologia ou em televisores que ainda não suportem UHD (ultra HD) — claro que, se suportarem, melhor.

O vídeo acima foi divulgado pela Microsoft não há muito tempo, destacando algumas das características desta nova consola. Um dos intervenientes diz mesmo que a Xbox Scorpio “é um monstro”. Ou seja, o hype está em níveis máximos, com os fãs muito entusiasmados com as novidades que aí vêm… mas também preocupados com um pequeno/gande pormenor: o preço.

Aproveitemos, por isso, a súmula do jornal espanhol El Economista. Atualmente, a PlayStation 4 Pro, a consola topo de gama da concorrente Sony, custa cerca de 400 euros. No entanto, a chegada da Xbox Scorpio, alegadamente com o dobro da performance, poderá calcar-lhe o preço, arrastando-o para o patamar dos 300 ou 350 euros. A Microsoft ainda não falou em preços, mas seria prudente, de acordo com o mesmo jornal, apostar num preço próximo dos 400 ou 450 euros.

No entanto, a marca poderá ter a fasquia bem mais alta, dada a qualidade dos atributos com que está a desenvolver o novo aparelho. Ainda segundo o El Economista, Phil Spencer, responsável máximo pelo departamento da Xbox, já terá dito que a Xbox Scorpio vai ter um custo premium, seja lá o que isso for. Mais pormenores serão conhecidos na próxima edição da feira de jogos E3, que vai decorrer de 13 a 15 de junho em Los Angeles, nos Estados Unidos.

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Verdes: Programa de Estabilidade não nos vai guiar nem limitar debate orçamental

  • Lusa
  • 18 Abril 2017

Heloísa Apolónia, líder dos Verdes, desvaloriza o debate sobre o Programa de Estabilidade. Sobre a revisão dos escalões do IRS, diz que "em 2018 é tempo de dar resposta".

A deputada do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) Heloísa Apolónia desvalorizou hoje o debate sobre o Programa de Estabilidade, afirmando que esse documento não vai guiar o seu partido, nem limitar o próximo debate orçamental.

Quanto à futura revisão dos escalões do IRS no sentido de uma maior progressividade, Heloísa Apolónia defendeu que “em 2018 é tempo de dar resposta” a esta questão, mas disse que está por discutir “a forma como se vai materializar”, se faseada ou não.

A deputada do PEV falava aos jornalistas no Palácio de Belém, no final de uma reunião de cerca de uma hora com o Presidente da República sobre o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas, que vão ser debatidos no parlamento na quarta-feira.

Heloísa Apolónia criticou em especial o Programa de Estabilidade, considerando que constitui “um obstáculo” ao combate à pobreza e, por outro lado, revela “uma obsessão em relação ao défice”, na qual “Os Verdes” não se reveem.

Contudo, afirmou que o PEV não tenciona levar o documento do Governo a votos e não se sente condicionado por ele: “Este documento não nos vai guiar no nosso exercício parlamentar, este documento não nos vai limitar”.

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Trambolhão em Londres arrasta bolsa lisboeta

A marcação de eleições antecipadas no Reino Unido para junho pesou no sentimento dos investidores. Em Lisboa foram sobretudo as energéticas que ditaram a queda de quase 1% do PSI-20.

A bolsa nacional retomou a negociação após a pausa da Páscoa com um sentimento amargo. O PSI-20 terminou a sessão desta terça-feira a perder perto de 1%, com a maioria dos títulos que o compõem no vermelho. O índice bolsista nacional acompanhou as perdas registadas na Europa, num dia em que trambolhão da bolsa de Londres ditou o sentimento nos mercados acionistas europeus. Tudo por culpa da primeira-ministra britânica, Teresa May, que marcou eleições antecipadas para junho deste ano e lançou a incerteza no mercado.

O PSI-20 fechou a sessão a perder 0,72%, para os 4.927,06 pontos, seguindo o deslize de 2,46% do índice de referência da bolsa de Londres, num dia em que o benchmark das ações europeias — o Stoxx 600 — recuou em torno de 1%.

O índice bolsista nacional foi pressionado pela queda dos títulos do setor energético, num dia em que apenas três das suas cotadas conheceram ganhos: o BCP (+0,34%, para 17,85 cêntimos), o a Mota-Engil (+0,57%, para os 2,30 euros) e as unidades de participação do Montepio Geral (+1,22%, para os 41 cêntimos).

As cotadas do universo EDP e a Galp Energia acabaram por pesar no sentimento da praça lisboeta. As ações da EDP recuaram 0,98%, para os 3,13 euros, enquanto as da sua participada EDP Renováveis deslizaram 0,24%, para os 6,94 euros. Já os títulos da petrolífera perderam 0,27%, para os 14,53 euros. A Galp Energia aumentou a produção de petróleo e as vendas de energia de gás e eletricidade no primeiro trimestre. Mas isto não foi suficiente para animar as ações, que acabaram por acompanhar o rumo das cotações do petróleo nos mercados internacionais. O “ouro negro” chegou a desvalorizar mais de 1% na sessão desta terça-feira.

A queda das ações da Jerónimo Martins também pesou no sentimento que se viveu a praça lisboeta. As ações da retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos recuaram 1,26%, para os 16,51 euros.

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PCP: Fasear redução do IRS é “objetivo pouco ambicioso”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Abril 2017

Jerónimo de Sousa diz que "em termos da reposição de alguma justiça fiscal", ainda falta devolver "três quartos" do "saque fiscal".

O PCP entende que a redução faseada do IRS é um “objetivo pouco ambicioso” e salienta que ainda é preciso devolver “três quartos” do “saque fiscal”. E avisa que é essa luta que será travada.

“É um objetivo pouco ambicioso” até porque “em termos da reposição de alguma justiça fiscal, portanto em relação ao saque fiscal, só foi devolvido um quarto, resta a devolução de três quartos“, afirmou esta terça-feira Jerónimo de Sousa, depois de ser recebido em Belém. “É essa a luta que vamos travar”, acrescentou.

O líder do PCP reagia assim à proposta do Bloco de Esquerda, que ontem defendeu, também depois do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, que será necessário mais do que um Orçamento do Estado para introduzir mudanças no IRS, já que a medida custa dois mil milhões de euros. De acordo com o Público, o Governo admite este faseamento.

O CDS quer forçar uma votação do Plano de Estabilidade e do Programa Nacional de Reformas, mas o PCP critica esta estratégia. Também o Bloco de Esquerda referiu ontem que vai tomar a mesma decisão de 2016 e não vai querer votar o programa que é “da exclusividade responsabilidade do Governo”.

Hoje, Jerónimo de Sousa criticou a posição do CDS, salientando que o partido está de acordo” com as “imposições da União Europeia” e com o “espartilho” que está “refletido no chamado Plano de Estabilidade” e que “apenas procura a chicana política”. E salientou que se “os portugueses fizerem um exercício de memória lembrar-se-ão que já viram este filme no ano passado”.

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Dombrovskis: Há “apoio alargado” para que sejam criados bancos maus

  • Rita Atalaia
  • 18 Abril 2017

O vice-presidente da Comissão Europeia garante que há apoio suficiente para a criação de um banco mau que resolva o malparado dos países. António Costa já disse que a solução não passa por aqui.

O vice-presidente da Comissão Europeia defende que há um “apoio alargado” à criação de bancos maus nos países mais castigados pelo malparado. Valdis Dombrovskis diz que as chamadas empresas nacionais de gestão de ativos já funcionam em alguns Estados-membros e que se deve aproveitar a sua experiência. Apesar de defender que a União Europeia e os países podem unir esforços, o responsável europeu mantém o que já foi dito pelo Banco Central Europeu: cabe a cada um apresentar soluções para este problema que pesa no balanço dos bancos.

“Há um apoio alargado para desenvolver um plano sobre a criação de uma empresa nacional de gestão de ativos.” Ou seja, a criação de um banco mau, como aconteceu durante a crise financeira na Irlanda. É isto que defende o vice-presidente da Comissão Europeia na última conferência de imprensa do Ecofin realizado em Valeta, Malta. “Partilhamos a visão de que os rácios elevados de crédito malparado em vários Estados-membros estão a pesar no desempenho do setor bancário europeu e a ter implicações negativas para o crescimento económico.”

Apesar de a União Europeia e os Estados-membros poderem unir esforços para combaterem este entrave à rentabilidade dos bancos, o responsável europeu volta a salientar o que já foi dito por Mario Draghi: o problema do crédito malparado tem de ser resolvido por cada país. “O nível e a estrutura dos NPL (crédito malparado) difere de país para país e os instrumentos de política para resolver os NPL são da competência dos Estados-membros”, afirma.

Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, já deixou claro que não vai nascer um banco “mau” para resolver este problema que existe no sistema financeiro nacional. António Costa disse, na altura, que o país precisa de uma instituição especializada em recuperação de crédito que valorize os ativos e que “não os faça serem tratados como lixo”.

Outra solução, defende Dombrovskis, pode ser um mercado secundário para os NPL. É preciso “explorar mais iniciativas que facilitem o desenvolvimento de um mercado secundário para os NPL”, salienta. “Dados comparáveis e de elevada qualidade sobre os NPL são indispensáveis para que isto aconteça porque os investidores precisam de saber o que estão a comprar.” Por isso é que, como primeiro passo, “pedimos à Autoridade Bancária Europeia para investigar a possibilidade de criar linhas de orientação padronizadas dos dados sobre NPL”.

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“Ataque” da OPEP aos EUA vai subir preços em 10 dólares

  • ECO
  • 18 Abril 2017

Apesar do preço do crude ter atingido mínimos de mais de uma semana, o Citigroup aposta numa subida de 10 dólares até ao final do ano. OPEP só terá que estender o prazo de corte na oferta.

O aumento de produção de petróleo nos EUA é uma “nuvem negra sobre o mercado”, sendo responsável por um travão nos preços. O barril está a negociar em mínimos de uma semana, isto apesar dos cortes de produção seguidos à risca pelos países que fazem parte do cartel responsável por 40% do petróleo mundial. A OPEP irá retaliar, acredita o Citigroup, apostando num aumento de 10 dólares no preço do barril até ao final do ano.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado norte-americano, estava a cotar nos 52,82 dólares. Em Londres, mercado que serve de referência para Portugal, o Brent estava a cotar nos 54,79 dólares (com uma valorização de 0,16%), recuperando dos mínimos de mais de uma semana registados nas últimas sessões.

Os preços do petróleo têm-se mantido sob pressão devido ao crescimento da oferta da matéria-prima nos EUA. Um aumento que está a travar os intentos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que tem cumprido com os cortes de produção anunciados para acabar com o excesso de petróleo no mercado e, assim, puxar pelas cotações.

O Citigroup acredita que perante a resiliência dos produtores de petróleo norte-americanos, a OPEP irá agir. Ou seja, o cartel acabará por anunciar que o corte vai ser prolongado, o que vai levar a uma subida expressiva dos preços. O banco de investimento norte-americano prevê que no final do quarto trimestre o preço do barril se fixe numa média de 62 dólares no WTI e de 65 dólares no Brent. Ou seja, 10 dólares acima dos níveis atuais.

Tanto o Citigroup como o Goldman Sachs acreditam que este ano é “claramente o mais saudável para o setor [petrolífero] desde o início da década”, na sequência do acordo dos países da OPEP para cortar a produção. Na ótica destes bancos de investimento, o setor recuperará facilmente com uma simples extensão do acordo até ao final do ano.

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Reforma contabilística do Estado avançou, mas ainda há trabalho a fazer

  • Lusa
  • 18 Abril 2017

O Tribunal de Contas congratula-se com os avanços do Executivo na reforma contabilística do Estado, mas deixa recomendações e alertas. Ainda há mais trabalho a fazer.

O Tribunal de Contas (TdC) congratulou-se esta terça-feira pelos avanços feitos pelo Governo para a implementação do novo sistema de normalização contabilística no Estado (SNC-AP), mas sinaliza que há mais trabalho a fazer.

O relatório intercalar de auditoria à implementação do novo sistema hoje divulgado, com data de 30 de março, inclui cinco recomendações do Tribunal de Contas ao Governo e diversos alertas ao longo do documento para assegurar o cumprimento do novo calendário definido pela tutela para a sua implementação.

O documento, no entanto, é anterior à portaria publicada em Diário da República a 05 de abril, na qual o Governo concretiza um plano de ação “para a disseminação e implementação gradual e consistente do Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) durante 2017”. Numa nota hoje enviada que acompanha o relatório, o TdC “congratula-se com o facto de algumas das recomendações formuladas” terem sido acolhidas na recente Portaria n.º 128/2017.

O documento contou com o exercício do contraditório do ministro das Finanças, no qual Mário Centeno reconhece a necessidade de melhorar o planeamento e controlo do processo de transição para o SNC-AP. O TdC considera que continua a ser necessário “tomar medidas pertinentes e em tempo oportuno” que assegurem o cumprimento do novo calendário.

Recorde-se que a aplicação do SNC-AP e a concretização de uma reforma da contabilidade pública estava prevista para arrancar em janeiro de 2017, mas em dezembro foi adiada um ano, encontrando-se atualmente em aplicação piloto por um conjunto de entidades representativas dos diferentes setores das administrações públicas.

O Tribunal recomenda, nomeadamente, no relatório a definição de “objetivos e metas intermédias e da gestão de riscos inerentes, bem como a definição dos meios (recursos humanos, organizativos e suporte informativo) que permitam o cumprimento das metas fixadas nos diplomas legais, tendo em vista a produção de demonstrações orçamentais e financeiras individuais e consolidadas.”

Sinaliza ainda a necessidade de revisão e atualização do sistema de controlo interno da administração financeira do Estado, bem como o alargamento a outras entidades de pequena dimensão da possibilidade da função de contabilista público ser exercida por um contabilista certificado.

"A concretização dos objetivos de curto e médio prazo apresenta risco elevado de descontrolo de custos, pela ausência de planeamento adequado (…)”

Tribunal de Contas

A equipa de auditoria do TdC sinaliza ainda o facto de continuarem por rever “diplomas relativos à arquitetura financeira do Estado” e que “continua a não haver uma estimativa global dos custos de transição para o SNC-AP”.

“A concretização dos objetivos de curto e médio prazo apresenta risco elevado de descontrolo de custos, pela ausência de planeamento adequado: ausência de sequenciação das etapas e respetiva afetação de recursos podem conduzir a reformulações sucessivas dos processos e respetivos sistemas de suporte”, lê-se no documento.

Já em julho do ano passado, o TdC considerou que a implementação do SNC-AP carecia “de um plano estratégico de implementação”. Para os juízes do organismo, o sucesso da implementação do sistema, intimamente ligado à reforma do processo orçamental, carece de um plano estratégico de implementação, “que inclua uma correta programação e sequenciação das fases de implementação, num horizonte temporal exequível, com estruturas técnicas de acompanhamento para auxiliar as entidades e uniformizar tratamentos contabilísticos”.

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Três dos maiores destinos de exportação travam crescimento em 2018

  • Margarida Peixoto
  • 18 Abril 2017

Espanha, Alemanha e Reino Unido vão travar o crescimento no próximo ano. França escapa a este movimento, tal como o Brasil e Angola, antecipa o FMI.

Três dos principais destinos das exportações portuguesas deverão travar o crescimento no próximo ano. O World Economic Outlook, publicado esta terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), antecipa um abrandamento da atividade económica para Espanha, Alemanha e Reino Unido. Juntos pesam 42% nas exportações nacionais.

De acordo com o FMI, a economia mundial deverá crescer 3,5% este ano e acelerar para 3,6% no próximo. O relatório explica que deverá, finalmente, chegar “a muito esperada retoma cíclica do investimento, da indústria e do comércio” e dá conta de expectativas mais robustas para a procura global. Isto, conjugado com restrições combinadas à oferta de petróleo, permitiu aumentar o preço das matérias-primas e dar algum alívio aos países exportadores, bem como suportar a inflação.

Ainda assim, a instituição liderada por Christine Lagarde avisa que os riscos são descendentes e que faltam reformas estruturais para promover o crescimento de forma mais sustentada. “Problemas estruturais — tais como baixo crescimento da produtividade e elevadas desigualdades de rendimentos — vão provavelmente persistir.”

Neste enquadramento, alguns dos países cujo desempenho é mais importante para os empresários de Portugal deverão ver a sua atividade económica abrandar. Mas nem tudo são más notícias: o crescimento da economia francesa (que representa 13% das exportações nacionais) vai acelerar, bem como o do Brasil e de Angola. Veja o mapa.

Crescimento económico previsto para 2018

Fonte: FMI

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IRS: Ainda pode corrigir algumas despesas

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Abril 2017

Quando preencher a declaração de IRS, pode declarar despesas relativas a saúde, formação e educação, lares e imóveis para habitação permanente no anexo H, substituindo os valores apurados pela AT.

Ainda pode alterar, na sua declaração de IRS, o valor de um conjunto de despesas apuradas pelo Fisco. Se os gastos com saúde, formação e educação, imóveis para habitação permanente e lares não batem certo com as suas faturas, pode corrigir a informação no anexo H. Mas atenção, ao corrigir um dos montantes, tem de declarar todos.

Se optar por alterar os valores, a informação que introduzir vai substituir os dados comunicados à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Deve então inscrever todas as despesas do agregado, por titular, mesmo aquelas cujo valor não muda face aos comunicados à AT. Assinalando o campo 01 no quadro 6C, “os valores considerados pela AT no cálculo das deduções à coleta relativas às despesas e encargos em questão são, exclusivamente, os deste quadro, pelo que dele devem constar os totais das despesas de saúde, formação e educação, encargos com imóveis destinados a habitação permanente e encargos com lares, suportados por todos os membros do agregado familiar“, indicam as instruções de preenchimento do anexo H.

Os valores que a AT apresenta são aqueles que foram comunicados através de faturas (e-fatura) ou de declarações acessórias. Se o contribuinte mudar os montantes, terá de os comprovar na parte que exceda o valor comunicado à AT, se a questão for levantada pelo Fisco. A obrigação mantém-se por quatro anos.

Que tipo de despesas são dedutíveis nestes casos? No caso de gastos com educação, saúde e lares, podem ser deduzidas despesas isentas de IVA ou sujeitas à taxa reduzida. Os gastos de saúde com IVA normal devem ser justificados através de receita médica. Também podem constar prémios de seguros de saúde ou refeições escolares.

No âmbito das despesas com habitação permanente, contam as rendas pagas ao abrigo do Regime do Arrendamento Urbano (RAU) ou Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU). No caso de contratos celebrados até 2011, também são abrangidos juros de dívidas com aquisição ou beneficiação de habitação própria e permanente e rendas por contrato de locação financeira. Saiba qual o limite das deduções aqui.

Refeições escolares têm de ser introduzidas manualmente

O Orçamento do Estado para 2017 veio permitir que os gastos com refeitórios escolares possam ser aceites como despesas de educação. Através de uma norma transitória, ficam abrangidos os alunos inscritos em qualquer grau de ensino em 2016, independentemente da entidade que presta o serviço e da taxa de IVA aplicada.

Para que estes gastos possam ser considerados despesas de educação, é preciso declarar o valor em causa no anexo H. E neste caso também é preciso declarar os totais das despesas referentes a saúde, educação, imóveis e lares, de todos os elementos do agregado. Os procedimentos constam de uma portaria publicada em fevereiro.

E se estas faturas surgirem como despesa de restauração? As Finanças garantem que o contribuinte não será prejudicado se for fiscalizado, mesmo que as faturas sejam enquadradas no benefício fiscal do IVA e, ao mesmo tempo, na dedução relativa a despesas de educação, noticiou já o Jornal de Negócios.

Outras despesas não comunicadas

É também no anexo H que o contribuinte deve declarar rendimentos total ou parcialmente isentos (como remunerações do pessoal das missões diplomáticas) e deduções à coleta que não sejam diretamente apuradas pela AT (pensões de alimentos, benefícios fiscais e despesas relativas a pessoas com deficiência). É aqui que devem ser declarados, por exemplo, os PPR e os donativos, bem como os encargos com a recuperação de imóveis localizados em áreas de reabilitação urbana ou de imóveis arrendados passíveis de atualização faseada de rendas ao abrigo do NRAU.

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