Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 28 Março 2017

Na véspera do arranque do Brexit, Merkel põe as garras de fora e, do outro lado do Atlântico, Trump arranha o clima. Na bolsa espanhola, há uma nova estrela.

Na véspera do dia do arranque oficial do Brexit, a chanceler alemã Angela Merkel assume uma posição ainda mais dura e frontal, apoiada por ministros e aliados europeus. Nos Estados Unidos, a Administração Trump continua a dar que falar, pelas piores razões, com Devin Nunes, da comissão dos serviços de informações, a receber indignação e ordens de afastamento da investigação do FBI e Trump a minar ainda mais o Acordo de Paris sobre o clima. Leia as seis notícias que marcam a atualidade mundial esta segunda-feira.

The New York Times

Democratas pedem afastamento de Devin Nunes da investigação do FBI

Alguns membros de topo da bancada dos democratas estão a pedir a Devin Nunes, presidente da comissão dos serviços de informações do Congresso, que se afaste da investigação corrente entre as ligações do Presidente Donald Trump, de membros da sua campanha presidencial e do Governo russo. O pedido vem no seguimento da revelação de que Nunes se terá reunido na Casa Branca com a fonte que lhe comunicou que Donald Trump teria estado sob “escutas acidentais”. Agora, os democratas exigem o seu afastamento. Leia a notícia completa no The New York Times (conteúdo em inglês / acesso livre).

The Financial Times

Angela Merkel assume uma posição mais dura sobre o Brexit

A chanceler alemã Angela Merkel, que tinha começado por se mostrar branda no que ao Brexit diz respeito, está a pôr as garras de fora, apoiada por vários dos seus ministros e aliados mais próximos. Na véspera do dia em que o Artigo 50 é ativado e se dá oficialmente início ao processo de abandono do Reino Unido da União Europeia, o Financial Times recorda a frase de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças, que veio defender que não há “interesse em punir o Reino Unido”, mas que “também não temos interesse em pôr a União da Europa em perigo por causa do Reino Unido”. Leia a notícia completa no The Financial Times (conteúdo em inglês / acesso restrito).

The Guardian

Trump vai assinar uma série de medidas que vão contra o Acordo de Paris sobre proteção ambiental

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar uma série de ordens e medidas esta terça-feira que vão suspender, rescindir e rever várias normas foram essenciais aos esforços de Obama para combater o aquecimento global. Essas medidas passarão, entre outras, pela revisão dos planos de utilização de combustíveis fósseis, que restringem as emissões de gases de estufa em centrais que trabalhem com o carvão como principal combustível. De recordar que Trump considerou o aquecimento global uma “mentira” e que criticou as regras impostas às centrais e outras estações operativas como “um fardo desnecessário” imposto aos trabalhadores norte-americanos e à indústria petrolífera do país. Leia a notícia completa no The Guardian (conteúdo em inglês / acesso livre).

Expansión

Rajoy anuncia investimento de 3,9 milhões de euros da rede Rodalies

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou esta terça-feira um investimento de 3,9 milhões de euros da rede de comboios Rodalies, que opera na zona da Catalunha, até 2025. Além desta decisão, ainda virão outras em relação ao Corredor Mediterráneo, a linha ferroviária que corre ao longo da costa leste de Espanha. Rajoy defendeu que a Rodalies “será uma prioridade, tal como o Corredor Mediterráneo” e afirmou que o Governo nunca deixou de investir nesta obra porque se reflete na “modernização da economia espanhola”, lê-se no Expansión. Leia a notícia completa no Expansión (conteúdo em espanhol / acesso livre).

CincoDías

Neinor entra amanhã no Ibex 35 com ofertas de quatro vezes superiores às ações disponíveis

A promotora de pisos espanhola, que entra amanhã em bolsa, teve um excesso de procura da parte dos investidores que superou 4,3 vezes o número inicial de ações disponíveis. As petições excederam em 3.300 milhões de euros o valor inicial apresentado e vieram, na maior parte, de investidores internacionais, principalmente do Reino Unido, EUA, França, Itália e Países Baixos, embora entre eles se encontrem também alguns compradores espanhóis. No entanto, o excesso de procura não levou ao aumento do preço das ações, o que agradou aos investidores.
Leia a notícia completa no CincoDías (conteúdo em espanhol / acesso livre).

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Brexit sem impacto imediato: mercados já absorveram notícia

  • Lusa
  • 28 Março 2017

Gestora de ativos Schroders espera que a ativação do artigo 50º pelo Reino Unido tenha pouco impacto económico no curto prazo. Os mercados já tinham absorvido este evento antes de ele se concretizar.

A ativação do artigo 50º deverá ter pouco impacto imediato na economia britânica porque os mercados já tiveram tempo para reagir desde o resultado do referendo, há nove meses. Esta é a opinião do economista Azad Zangana, da gestora de ativos financeiros Schroders.

O impacto económico do Brexit a mais longo prazo é difícil de avaliar, sendo apenas certo que as previsões mais pessimistas ainda não se concretizaram. Antes do referendo, existia quase um consenso de que o voto para a saída da UE seria catastrófico e a desvalorização da libra — iniciada a 24 de junho de 2016 e que já soma uma queda de 12% — parecia ser apenas o início de uma fatalidade. Mas as estimativas oficiais mais recentes são de um crescimento económico de dois por cento, maior do que os 1,4% estimados no ano passado pelo governo.

Mesmo assim, o ministro das Finanças, Philip Hammond, vincou durante a apresentação do orçamento para 2017, no início de março, que iria continuar uma política de contenção da despesa pública, até porque não sabe como vai continuar a reagir a economia. “Agora que vamos começar as negociações para sair da União Europeia, este orçamento mostra o nosso plano para preparar o Reino Unido para um futuro melhor. Garante uma plataforma forte e estável para essas negociações”, vincou.

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Like & Dislike: O processo de BESificação do Montepio

A Associação não só não cumpre as obrigações impostas pelo Banco de Portugal, como ainda faz alarde em não as cumprir.

Numa entrevista recente ao jornal Público, o governador do Banco de Portugal foi confrontado com a seguinte pergunta: não o preocupa que haja produtos da associação mutualista que são vendidos aos balcões da Caixa Económica Montepio Geral?

A resposta de Carlos Costa não foi propriamente reconfortante: “Os produtos não são supervisionados por nós. Em qualquer caso, no sentido de separar as entidades, nós requeremos a separação de marcas.”

A exigência de separação das marcas é para que ninguém compre gato por lebre. Ainda há dias a Deco alertava para o facto de haver quem esteja a comprar produtos com rendibilidades acima de 1% “e às vezes até pensam que é um depósito”.

Por isso é que o Banco de Portugal veio exigir que ao gato chamem gato, e à lebre chamem lebre.

Isto é uma forma de evitar que um cliente ou um associado compre um produto mutualista da Associação presidida por Tomás Correia, muitos dos quais dizem ter capital garantido, a pensar que está a fazer um depósito bancário da Caixa Económica com uma remuneração mais simpática.

Tratando-se de um produto mutualista, não existe qualquer garantia exterior (tal como o Fundo de Garantia de Depósitos) que assegure o reembolso das quantias aplicadas em caso de dificuldades da Associação Mutualista. A proteção é estritamente interna e dependente da respetiva solvência.

Ainda este fim de semana, fonte do Banco de Portugal dizia ao Expresso que existe muita confusão por parte dos clientes, sendo por isso necessária uma clara separação entre as duas entidades. “Por isso, é fundamental a mudança de marca”, explicava.

Hoje, em declarações ao Jornal de Negócios, uma fonte da Associação Mutualista vem dizer que não. “É algo que não está em cima da mesa. E se algum dia vier a estar, tratando-se de um assunto de natureza estratégica, teria de ser aprovado em assembleia-geral”.

Ou seja, a Associação diz que vai continuar a vender nos seus balcões um animal de quatro patas, e que vai continuar a chamar-lhe de gato. Mesmo que alguns possam ter umas orelhas compridas e umas pernas mais longas.

Resumindo, a Associação Mutualista não só não acata a recomendação do Banco de Portugal, como ainda faz questão de o vir dizer publicamente. São episódios que nos fazem lembrar outros de má memória, quando Carlos Costa tentava fazer um ring fencing entre o BES e o grupo GES e era olimpicamente ignorado por Ricardo Salgado.

Perante a resposta que a Associação dá hoje ao Jornal de Negócios, o Banco de Portugal vai continuar a fazer a sua supervisão ao estilo do gato (ou lebre) escondido com o rabo de fora, ou vai obrigar o banco a cumprir a sua determinação para que o processo de ring fencing desta vez seja eficaz?

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Mexia: “É um bom negócio para os acionistas das duas empresas”

António Mexia, presidente da EDP, diz que OPA sobre a Renováveis surge num 'timing' adequado, representando um "bom negócio para os acionistas das duas empresas".

Os analistas têm opinião diferente, mas António Mexia considera que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da EDP sobre a EDP Renováveis “é um bom negócio para os acionistas das duas empresas” e surge num “timing adequado” para a elétrica nacional. Operação deverá ficar concluída até final do terceiro trimestre.

A EDP anunciou esta segunda-feira o lançamento de uma oferta para adquirir as ações que ainda não detém na sua subsidiária de energias limpas. Paga uma contrapartida de 6,80 euros por ação, o que representa um prémio de 10,5% face à média diária dos últimos seis meses. Ao mesmo tempo, anunciava a venda da espanhola Naturgas por 2.591 milhões de euros, que servirá para financiar a OPA e abater a dívida do grupo.

Mas se os analistas consideram que proposta da EDP é baixa, António Mexia está convencido de que se trata de um bom negócio para os acionistas da EDP Renováveis.

“Está alinhado com o mercado”, referiu esta terça-feira o presidente da EDP em conference call com os analistas. “Acreditamos que é um bom negócio para os acionistas das duas empresas. Faz sentido para os acionistas de ambas as empresas”, declarou Mexia, sem adiantar muitos pormenores sobre a proposta de aquisição da EDP Renováveis devido a questões regulatórias. Não avançou com cenários hipotéticos para os acionistas no caso de a EDP conseguir mais de 90% dos direitos de voto da EDP Renováveis.

Mexia considerou que o timing da operação é adequado, apesar de os analistas assumirem alguma surpresa com o momento adotado pela EDP para avançar sobre a sua subsidiária. O gestor português fala em “oportunidade interessante” para a recomposição do portefólio da empresa portuguesa. “No curto prazo, permite cristalizar o valor dos ativos. A médio prazo, reforça os objetivos do nosso plano estratégico. E melhora a posição da EDP no setor das utilities a longo prazo”, argumentou.

Sobre a venda da Naturgas, por um valor acima do que o mercado esperava, Mexia recebeu os “parabéns” dos analistas, a quem frisou tratar-se uma “boa venda”, incluindo do ponto de vista do momento da operação. Em relação à Portgas, cujas negociações estão já na fase final, haverá uma decisão final “muito em breve”.

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PGR arresta herdade de Henrique Granadeiro

  • ECO
  • 28 Março 2017

A Herdade do Vale do Rico Homem, detida maioritariamente pelo antigo presidente da PT, foi arrestada esta segunda-feira pela Justiça. Suspeitas recaem sobre negócio que envolve o "saco azul" do GES.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) arrestou a Herdade do Vale do Rico Homem, propriedade detida por uma empresa da qual Henrique Granadeiro é o maior acionista, avançou o jornal Observador. A informação foi posteriormente confirmada à RTP: “(…) Confirma-se a realização de um arresto no âmbito das investigações relacionadas com o designado Universo Espírito Santo”, disse a PGR à estação pública.

Em causa, a alegada aquisição de 30% dessa sociedade, chamada “Margar”, pela sociedade offshore Espírito Santo Enterprises (ESE), vulgarmente conhecida por “saco azul” do grupo liderado por Ricardo Salgado. Segundo o Observador, quer Salgado quer o antigo presidente da PT terão reconhecido essa operação nos autos da Operação Marquês.

A Herdade do Vale do Rico Homem está localizada em Évora e tem mais de 800 hectares, parte deles dedicados à exploração vitivinícola. À RTP, Henrique Granadeiro disse ainda não ter sido notificado do arresto que, segundo o jornal digital, surge na sequência da suspeita de que o dinheiro utilizado pela ESE para aquisição de parte da herdade provieram de origens ilícitas. A medida terá sido desencadeada pelo procurador José Ranito, com cobertura do juiz Carlos Alexandre.

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Dividendos baralham as contas da OPA

A OPA é de 6,80 euros, mas a EDP pode acabar por pagar menos pela EDP Renováveis. Como? Basta que o processo se atrase e a empresa de energias verdes pague o dividendo que propôs.

A EDP lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis. A contrapartida é de 6,80 euros, mas o valor final poderá acabar por ser mais baixo caso a empresa liderada por Manso Neto distribua, como está previsto, parte dos lucros registados no ano passado sob a forma de dividendos.

“A contrapartida oferecida é de 6,80 euros por ação, deduzido de qualquer montante (ilíquido) que venha a ser atribuído a cada ação, seja a título de dividendos, de adiantamento sobre lucros de exercício ou de distribuição de reservas”, refere a EDP no comunicado enviado à CMVM.

A EDP refere que será feita a “dedução a partir do momento em que o direito ao montante em questão tenha sido destacado das ações e se esse momento ocorrer antes da liquidação financeira da oferta”, sendo que de acordo com a estimativa da própria empresa tal deverá acontecer no segundo ou terceiro trimestres.

Ora, a EDP Renováveis é uma das cotadas da bolsa portuguesa que paga dividendos. Entrou em bolsa em 2008, mas só começou a remunerar os acionistas em 2013, com base nas contas de 2012. Começou com 3,16 cêntimos, subiu para quatro cêntimos, valor que pagou por duas vezes, e depois aumentou para cinco cêntimos. E é esse o valor que vai pagar este ano.

"A contrapartida oferecida é de 6,80 euros por ação, deduzido de qualquer montante (ilíquido) que venha a ser atribuído a cada ação, seja a título de dividendos, de adiantamento sobre lucros de exercício ou de distribuição de reservas.”

EDP

A EDP Renováveis registou uma forte quebra nos resultados líquidos do último ano. Encolheram em 66%, essencialmente devido a efeitos não recorrentes positivos em 2015 e negativos em 2016. Apesar disso, a empresa liderada por Manso Neto manteve a intenção de distribuir um dividendo de cinco cêntimos por ação. Caso seja pago antes do fim da OPA, a contrapartida cai para 6,75 euros.

Dividendos não apagam perdas da OPV

A EDP Renováveis foi colocada no mercado em 2008. Na altura, a EDP vendeu 25% do capital da empresa de energias renováveis através de uma Oferta Pública de Venda (OPV). Nessa operação, as ações foram vendidas a 8,00 euros. Muitos pequenos investidores participaram na operação, sendo que quem manteve os títulos e vender na OPA, perde dinheiro.

Quem ainda mantém os títulos da OPV poderá perder 15% do investimento realizado caso decida participar na operação proposta pela EDP, isto sem considerar os dividendos entretanto recebidos. Mas mesmo tendo em conta os 16,16 cêntimos auferidos por estes investidores, vender na OPA resultará numa perda de 13% do investimento.

Este é um cenário bastante distinto para aqueles investidores que aproveitaram para comprar ações da EDP Renováveis quando estas atingiram o mínimo histórico de 2,314 euros no verão de 2012.

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Banca teme ainda mais exposição ao Novo Banco

  • ECO
  • 28 Março 2017

A solução de manter 25% do Novo Banco na esfera do Fundo de Resolução não agrada ao setor da banca, que teme um aumento da exposição à instituição concorrente.

A alienação do Novo Banco está já na reta final e, ainda esta semana, deverá ser oficialmente anunciada a venda do banco de transição ao Lone Star. No entanto, no sistema financeiro, há um desconforto evidente se a solução do Governo passar por deixar 25% da instituição no Fundo de Resolução, avança o Público esta terça-feira (acesso pago), citando “vários gestores de bancos e acionistas”.

De acordo com o jornal, a banca teme um aumento da exposição ao Novo Banco, onde, se for essa a solução escolhida, o Fundo de Resolução, do qual fazem parte todos os bancos, ficará acionista sem poder de controlo nem quaisquer contrapartidas. Segundo o Público, estará decidido que é mesmo isso que vai acontecer e tanto o Governo como o Banco de Portugal têm poder para o fazer, independentemente da posição tomada pelo setor.

Desde a queda do Banco Espírito Santo no verão quente de 2014 que o Novo Banco já custou 3,9 mil milhões de euros ao setor. Ora, se o Fundo de Resolução mantiver uma participação qualificada na instituição, é natural que essa fatura aumente. O certo é que Bruxelas já deu luz verde a que o Estado ou o Fundo de Resolução mantenham essa fatia de 25% do Novo Banco. Recorde-se que a diluição do risco com uma garantia estatal era condição do Lone Star para adquirir o banco.

Ainda assim, o Banco Central Europeu e a DGComp impedem o Estado de manter direitos de voto ou qualquer tipo de controlo na gestão do Novo Banco após a aquisição, uma autêntica vitória para o Lone Star, como explica o mesmo jornal: o Estado participa no risco, mas nem sequer pode ter uma participação nos temas mais sensíveis como o da constituição de imparidades.

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EDP: Naturgas não dá diversificação, EDP Renováveis dá potencial

OPA à EDP Renováveis, venda da Naturgas. Duas operações feitas em simultâneo que marcam a recomposição do negócio, "reforçando as metas estratégicas da EDP para 2020".

A Naturgas vai ser vendida por 2.500 milhões de euros, um valor bem acima do mercado. Um negócio que, diz a EDP, não oferecia grande diversificação geográfica, ao contrário da EDP Renováveis, empresa sobre a qual a elétrica lançou uma OPA, ao mesmo tempo que vendeu as operações de gás em Espanha. E, além disso, traz potencial ao negócio da EDP que defende que esta recomposição vem reforçar as metas definidas para 2020.

A EDP chegou a acordo para a venda da Naturgas a um consórcio “forte e credível”. Vai obter 2.500 milhões de euros com a operação, um preço que tem implícita uma avaliação de 15,7 vezes o EBITDA da rede de gás, sendo o mais elevado das últimas transações do género. E fica “50% acima a média das avaliações do mercado”.

Vende, assim, “um negócio maduro”, “eficiente”, mas que não é o negócio principal da EDP (que vai manter o fornecimento do gás depois da venda da rede). E “não oferece diversificação geográfica”, refere a empresa liderada por António Mexia que no âmbito desta recomposição da carteira pretende aumentar a exposição à EDP Renováveis através de uma OPA.

A elétrica oferece 6,80 euros por ação, o equivalente a cerca de 1.300 milhões de euros. É um negócio “core” que “traz potencial para maior cooperação com as operação da EDP em Portugal, Espanha e Brasil”, refere a elétrica. Mas que também vai simplificar a história de investimento da EDP que, salienta, espera ter concluída a OPA no segundo ou terceiro trimestre deste ano.

Com esta mudança na carteira de ativos, a EDP vai conseguir, ainda assim, obter um valor significativo para prosseguir com a redução da dívida. Isto ao mesmo tempo que “preserva o seu perfil de baixo risco”. A meta de redução do rácio entre a dívida e o EBITDA é reiterada, devendo ser de três vezes em 2020.

Ao mesmo tempo que consegue reduzir o endividamento, e acreditando no potencial da EDP Renováveis, a EDP defende, na apresentação feita aos investidores perante estas duas operações, que será capaz de criar mais valor para os acionistas. A empresa liderada por António Mexia aponta para uma “melhoria dos lucros de 2019 em diante”.

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Crimes económicos: PGR quer criar “super equipas”

  • ECO
  • 28 Março 2017

A Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, quer criar "super equipas" para investigar crimes económicos e financeiros.

A Procuradora-Geral da República pretende criar “super equipas” de magistrados, de áreas diferentes, que trabalhem em conjunto na investigação de crimes económicos e financeiros. Em causa estão crimes de corrupção, lavagem de dinheiro ou fraude fiscal, avança o Diário de Notícias esta segunda feira.

Joana Marques Vidal avançou ao Diário de Notícias que “um dos aspetos é justamente a necessidade de criação de equipas que, tendo um coordenador, integrem vários magistrados de diversas jurisdições”. Fonte oficial do gabinete da PGR avançou ainda que o objetivo é acabar com a ideia de que, para cada inquérito, basta apenas um magistrado do MP.

Um dos aspetos é justamente a necessidade de criação de equipas que, tendo um coordenador, integrem vários magistrados de diversas jurisdições.

Gabinete da PGR

Por exemplo, na investigação de um crime de corrupção, na área da contratação pública, com esta nova arquitetura seriam conjugados os esforços de magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) mas também dos tribunais Administrativos e Fiscais ou do Tribunal de Contas.

Na nova forma de lidar com a criminalidade económica e financeira, a ideia de Joana Marques Vidal é a de que os magistrados escolhidos para as super equipas, que se ocupam dos mega processos, também tenham “experiência na fase subsequente do processo, pós inquérito e até à fase de julgamento”, “de forma a permitir a análise da prova e dos indícios recolhidos na perspetiva da intervenção especializada, integrada, coordenada e articulada”, explica a nota do gabinete de imprensa da PGR enviada ao Diário de Notícias.

Joana Marques Vidal já tinha manifestado em púbico a sua vontade de alterar “a forma de abordagem da investigação criminal por parte do Ministério Público” relativamente à criminalidade económica e financeira. No seminário “Justiça Igual para Todos”, na Fundação Calouste Gulbenkian, há duas semanas, a PGR explicou que têm sido feitos “alguns ensaios”, mas que agora é necessário aprofundar essas experiências.

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EDP Renováveis: Preço magro numa OPA inesperada

Não deixam orientação de venda em relação à OPA sobre a EDP Renováveis, mas os analistas apostam na "compra" da EDP que lançou ontem uma oferta inesperada e a um "preço magro".

Para os analistas, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da EDP sobre a EDP Renováveis oferece um “preço magro” aos minoritários e surge num timing inesperado. Sem qualquer orientação quanto à venda ou não na OPA, tanto BPI como Haitong sugerem comprar ações da EDP EDP 0,00% porque está a aproveitar o “poder de fogo” conferido pela venda da espanhola Naturgas numa altura em que os títulos da sua subsidiária de energias limpas negoceiam num nível ainda “depressivo”.

A elétrica liderada por António Mexia oferece uma contrapartida de 6,8 euros por cada ação que ainda não detém na EDP Renováveis. Isto representa um prémio de 8,5% face à cotação de fecho desta segunda-feira e de 10% face à cotação média dos últimos seis meses. É um preço baixo face àquilo que estimam os analistas.

“Estamos um pouco surpreendidos com o timing da oferta, mas acreditamos que a EDP EDP 0,00% está a tentar tirar partido da combinação de ter algum poder de fogo com a venda da Naturgas perante um preço ainda depressivo da ação da EDP Renováveis depois do impacto de algumas preocupações em torno do mercado dos EUA com as eleições presidenciais”, referem os analistas do Haitong, numa opinião partilhada pelo BPI Research.

"Estamos um pouco surpreendidos com o ‘timing’ da oferta, mas acreditamos que a EDP está a tentar tirar partido da combinação de ter algum poder de fogo com a venda da Naturgas perante um preço ainda depressivo da ação da EDP Renováveis depois do impacto de algumas preocupações em torno do mercado dos EUA com as eleições presidenciais.”

BPI Research

Nota de análise

Trata-se de um “prémio magro para os minoritários da EDP Renováveis”, diz o BPI, aludindo ao facto de a contrapartida oferecida pela EDP representar um desconto de 10% face ao preço-alvo que atribui aos títulos da cotada liderada por Manso Neto. “A EDP está a tirar partido do falhanço do mercado em reconhecer o potencial altista da EDP Renováveis EDPR 0,00% e o recente mau desempenho que se seguiu aos receios de mudanças significativas na política de energias limpas nos EUA”, argumenta a equipa de analistas daquele banco.

Para o CaixaBI, é um negócio win-win para a EDP: “As transações anunciadas são positivas para a EDP na medida em que a venda da Naturgas é realizada a uma valorização muito atrativa enquanto os minoritários da EDP Renováveis serão adquiridos a um valor abaixo da nossa avaliação”.

EDP Renováveis dispara

Tanto as ações da EDP Renováveis como da EDP estão sob forte pressão compradora na bolsa de Lisboa. Disparam 9,78% para 6,88 euros (e já está acima do preço da OPA) e 4,67% para 3,07 euros, respetivamente.

“Venda da Naturgas faz sentido”

Haitong e BPI Research recomendam “comprar” EDP. Atribuem preços-alvos de 3,4 euros e 3,25 euros. E um dos fatores que reforçam a aposta destas duas casas de investimento está a venda da empresa de distribuição de gás natural em Espanha, a Naturgas, por 2.591 milhões de euros.

“A alienação da Naturgas foi realizada a um preço muito bom”, adianta o Haitong, que avaliava a empresa em 2.112 milhões de euros.

Faz sentido financeiramente devido às avaliações em máximos de sempre dos ativos regulados com o interesse continuado de grandes fundos de pensões e de infraestruturas”, acrescenta o BPI, salientando ainda fraca oportunidade de crescimento que representava a Naturgas em detrimento da EDP Renováveis.

“Embora a Naturgas seja um ativo de elevada qualidades que providencia cash-flows estáveis, oferece um crescimento limitado, e por isso parece um movimento sensato realocar capital na unidade de elevado crescimento EDP Renováveis“, argumentam os analistas do BPI.

Governo: “É muito positivo” a EDP preferir investir em Portugal

O secretário de Estado da Energia considerou “muito positivo” a EDP preferir investir em Portugal face a outros países da União Europeia ao lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre a EDP Renováveis.

“Vejo que uma empresa como a EDP entende que é preferível fazer investimentos em Portugal do que noutro país na União Europeia, isso é muito positivo e significa que estamos a criar grandes condições para que as empresas invistam mais no nosso país”, disse Jorge Seguro Sanches, em declarações à agência Lusa, à margem de uma conferência que decorre hoje na Assembleia da República, em Lisboa.

“O que aconteceu foi muito claro, a empresa em concreto vendeu ativos em Espanha para comprar uma empresa que tem uma grande intervenção em Portugal, o que significa que há confiança no setor, na forma como está estabelecida a regulação em Portugal e como o Governo está a atuar”, acrescentou Jorge Seguro Sanches.

O governante sublinhou ainda que o investimento anunciado mostra que “as empresas têm todas as condições para desenvolver o seu trabalho” no país.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Governo quer rentabilizar imobiliário público

  • ECO
  • 28 Março 2017

Decreto-lei para conhecer a verdadeira dimensão do património imobiliário do Estado deverá ser discutido pelo Governo em breve. Outro dos objetivos é rentabilizar o património.

Em breve, o Governo deverá discutir em Conselho de Ministros um decreto-lei para permitir apurar a verdadeira dimensão do património imobiliário estatal. A notícia é avançada esta terça-feira pelo Público (acesso pago), que refere que a avaliação geral de imóveis, concluída em 2013, não abrangeu a totalidade do imobiliário público, mais propriamente aquele que pertence ao domínio privado do Estado.

O decreto-lei, a que o jornal teve acesso, estará a ser preparado pela ministra da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, no sentido de abrir caminho para a execução de uma das medidas previstas no programa Simplex: a criação do Portal do Imobiliário Público. A ideia é agrupar, num único local, todos os imóveis do Estado que estejam disponíveis para rentabilização ou para a instalação de serviços.

Existe património público cuja descrição ou inscrição está desatualizada ou incorreta no registo predial. Assim, o documento irá criar um regime de exceção para permitir, num prazo de cinco anos, que os registos destes imóveis sejam atualizados. O procedimento poderá ser desencadeado sempre que suscitarem dúvidas sobre as características do imóvel, ou quando não existir documento de registo comprovativo.

Para além de conhecer a verdadeira dimensão do património imobiliário público, outro dos objetivos do Governo passará por, posteriormente, o rentabilizar. Para tal, o Executivo vai recorrer ao Fundo Nacional para a Reabilitação do Edificado (FNRE), criado em setembro de 2016 e que tem como uma das principais finalidades apoiar as entidades públicas a garantir a continuidade das políticas de habitação e regeneração dos centros urbanos.

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OPA da EDP leva bolsa a máximos do verão

A OPA da EDP sobre a EDP Renováveis está a puxar pelas ações das duas cotadas. E também pela bolsa, que está a negociar em máximos desde o verão.

A EDP lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis em que oferece 6,80 euros por cada ação, valor que será pago com o encaixe obtido com a venda da Naturgas. Uma OPA, e uma venda de ativos, que está a fazer disparar as ações das energéticas, levando a bolsa nacional a máximos desde o verão.

Enquanto a EDP Renováveis sobe quase 10%, superando mesmo o valor da OPA proposta pela casa mãe, que já detém 77,5% do capital da empresa de energias verdes, a EDP ganha mais de 4%, tendo chegado a subir 5%. Uma forte valorização por parte de uma das cotadas com maior peso no índice nacional, o que está a puxar pelo PSI-20.

O PSI-20 está a destacar-se entre os principais índices europeus aos valorizar mais de 2% enquanto o Stoxx 600 ganha ligeiros 0,33%. Esta valorização está a levar o índice português para os 4.820,94 pontos, tendo chegado a cotar nos 4.828,34 pontos, atingindo assim um máximo desde meados de agosto.

Esta forte valorização, a segunda mais expressiva da bolsa nacional este ano, está a permitir uma subida de 100 pontos no valor do índice que, assim, eleva para mais de 3% a subida acumulada este ano. Apesar do desempenho, a praça nacional continua com um saldo positivo aquém das restantes praças europeias que registam ganhos em torno dos 3%. A bolsa espanhola soma mais de 10%.

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