Portugal deverá sair do PDE este ano, mas especialistas alertam para riscos

  • Lusa
  • 23 Março 2017

O défice vai ficar abaixo de 3%, mas será que Portugal conseguirá sair do PDE? Os especialistas acreditam que haverá boas notícias, mas admitem riscos.

Portugal deverá sair do Procedimento por Défices Excessivos este ano, mas professores entrevistados pela Lusa admitem que existem pressões sobre o orçamento, como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que podem fazer derrapar as contas públicas.

Numa entrevista à Lusa dias antes de o Instituto Nacional de Estatística (INE) notificar a Comissão Europeia sobre o valor do défice orçamental de 2016, no âmbito do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) António Afonso disse que “o défice ficar abaixo de 3,0% parece mais ou menos pacífico”.

“Em termos de sair ou não do PDE, isso é necessário, mas depois também é necessário mostrar, em termos de previsões para 2017, que o défice se manterá abaixo de 3,0%. Aí, a previsão que a Comissão Europeia tem, de fevereiro de 2017, é que, de facto, esse défice continuará a ser abaixo de 3,0%. Por aí, se não houver mais nada, Portugal poderá sair do PDE“, afirmou o professor do ISEG.

Para que Bruxelas feche o PDE de Portugal, é preciso que a correção do défice seja considerada duradoura, o que implica que o défice de 2016 não ultrapasse 2,5% do PIB e que as previsões da Comissão Europeia conhecidas apenas em maio para os anos de 2017 e 2018 indiquem que o défice não exceda aquele limite.

Questionado sobre se existe o risco de Portugal regressar ao PDE no curto prazo, António Afonso disse que “é evidente que em 2017 podem acontecer coisas que não conhecemos hoje”, “pode haver operações que provoquem o aumento do défice ou da dívida”.

Questionado se um desses riscos pode ser a recapitalização da CGD, afirma: “Em termos de contabilidade, tal como ela é vista pelo Eurostat, isso pode ter alguma influência no défice orçamental, mas provavelmente em 2017. Depende da dimensão, de quando é que isso é feito e também da forma como, em termos contabilísticos, essa transação vier a ser contabilizada”, admitiu António Afonso.

Em Bruxelas, no dia em que a Comissão Europeia autorizou a recapitalização de 3.900 milhões de euros da CGD, e questionado sobre quando irá o impacto da injeção pública no banco ser inscrito no défice, o primeiro-ministro, António Costa, disse que “saber a que anos vão ser imputados este esforço de capitalização é uma questão que, em primeiro lugar, terá de ser respondida pelo INE e pelo Eurostat”.

Afirmando que o Governo aguarda a decisão de Bruxelas, António Costa recordou que “a Comissão Europeia já o ano passado transmitiu que, para efeitos de apreciação do PDE, não consideraria as despesas com o reforço da situação do sistema financeiro nessa avaliação”.

Também em entrevista à Lusa, a professora de finanças públicas da Universidade Católica de Lisboa Maria d’Oliveira Martins considerou que “a banca é um problema”.

“Temos uma banca mais sólida, é verdade, mas continua a ser um risco, ao qual o Estado vai ter de continuar a estar muito atento para não perder o pé”, considerou Maria d’Oliveira Martins.

“Saímos de uma situação frágil, mas não significa que estamos numa situação superavitária, nos continuamos a ter défices. Aliás, nós temos défice orçamental desde 1974, temos uma situação de défice crónico. Claro que estamos sempre em risco, sempre que haja uma pequena alteração, basta surgir uma nova crise económica que nos coloca em apuros”, disse.

Outro risco apontado pela professora da Católica é o aumento da despesa pública, através de juros e da despesa social: “Temos ainda um sistema social muito deficitário, muito débil, uma Segurança Social que tem muitos problemas por resolver e temos uma população que sai mais pobre da crise”, disse.

Nesse sentido, a professora defendeu que “isso vai obrigar a que o Estado olhe para as medidas sociais que são necessárias e provavelmente vai ter de ser arrojado, fazer algumas experimentações, e em alguns casos vai ter de procurar fazer mais com menos dinheiro”.

Ainda assim, Maria d’Oliveira Martins considera que Portugal encerra o PDE “com instrumentos muito interessantes”, como o Conselho de Finanças Públicas e a lei de compromissos e pagamentos em atraso.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Desde a divulgação de dados económicos nos dois lados do Atlântico, a declarações de candidatos em eleições europeias, passando por declarações de responsáveis da Fed, há muito a que estar atento.

Esta quinta-feira será marcada pela divulgação de dados económicos dos dois lados do Atlântico. Do lado de cá, será possível perceber como tem evoluído a confiança dos consumidores, ao mesmo tempo que o BCE revelará os dados mais recentes sobre o seu programa de refinanciamento de longo prazo à economia. Já nos Estados Unidos, os números sobre os pedidos iniciais de subsídio de desemprego e sobre o número de casas novas vendidas dão novas pistas sobre a evolução da maior economia do mundo.

Como vai a confiança na Europa?

O sentimento dos consumidores europeus tem dado provas de resiliência ao longo dos últimos meses. Esta quinta-feira será possível saber se essa resistência se mantém neste mês, já que serão divulgados os dados relativos à confiança dos consumidores da Zona Euro. A média das estimativas avançadas pela Bloomberg apontam para que este indicador se tenha situado em março nos -5,9 pontos, um valor que a confirmar-se supera os 6,2 pontos registados no mês anterior. Ou seja, uma melhoria. Num âmbito mais político, mas que também pode ter repercussões nos mercados o centro das atenções está em discussões para a formação do novo governo resultante das eleições holandesas. As presidenciais francesas e as legislativas germânicas também estarão em foco: O candidato presidencial francês, François Fillon, é entrevistado na televisão, enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, fala perante os membros do seu partido.

BCE revela novos dados sobre o programa de refinanciamento

O Banco Central Europeu (BCE) divulga nesta quinta-feira os dados relativos ao programa de operação de refinanciamento de longo prazo (LTRO) relativos à semana que termina a 23 de março. Estimativas da Bloomberg apontam para que nesse período, a entidade liderada por Mario Draghi tenha emprestado um total de 110 mil milhões de euros ao abrigo deste programa. Este valor compara com os 62,16 mil milhões de euros verificados na semana precedente. O BCE divulga ainda o seu boletim económico, um documento divulgado mensalmente onde são disponibilizadas informações sobre interesses do mercado monetário, perspetivas de crescimento ou tendências de poupança.

Ainda as eleições na Europa…

Pouco mais de uma semana depois das eleições, a nova câmara baixa do parlamento holandês reúne-se com o objetivo de dar os primeiros passos no sentido da formação de uma coligação governamental após a vitória do primeiro-ministro Mark Rutte. Já em França, onde se avizinham as eleições presidenciais, o candidato de centro-direita, François Fillon, concede uma entrevista televisiva onde deverá ser confrontado com as diversas polémicas em que se tem visto envolvido. Já mais a norte, a chanceler alemã, Angela Merkel discursa perante os membros do seu partido, a cerca de sete meses das legislativas germânicas que irão ditar ou não a sua permanência na liderança do motor da Europa.

Medir o pulso à economia dos EUA

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos revela os números sobre os pedidos iniciais de subsídio de desemprego relativos à semana terminada a 18 de março. Estimativas da Bloomberg antecipam que, nesse período, 240 mil pessoas tenham requisitado esse subsídio, um número inferior face aos 241 mil registados na semana precedente. Também será divulgado os números relativos à venda de casas novas, em março. Uma sondagem da Bloomberg aponta para que tenham sido vendidas 565 mil casas novas, neste mês, acima das 555 mil verificadas no mês anterior. A confirmarem-se esses números, será um sinal positivo para a maior economia do mundo.

Que novidades Janet Yellen pode dar?

A subida dos juros nos Estados Unidos e o ritmo a que deverão acontecer futuros incrementos do preço do dinheiro na maior economia têm centrado as atenções dos investidores. Depois de na última reunião a Fed ter decidido mais um aumento dos juros e ter dado mais sinais de que o ritmo de subida será lento, será importante perceber se o discurso se mantém. Esta quinta-feira será um bom dia para o perceber, já que a presidente da Reserva Federal norte-americana — Janet Yellen — dará um discurso no âmbito de uma conferência organizada pelo banco central norte-americano.

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Desemprego: Corte de 10% nos subsídios mínimos deve cair este ano

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 23 Março 2017

BE e PCP querem eliminação total do corte em 2018 mas PS prefere adiar debate para OE. Antes, só deve ficar garantido que, depois da redução, prestações não podem ficar abaixo do valor do IAS.

Ao contrário do que chegou a ser admitido, deve chegar ainda este ano a salvaguarda que impede o subsídio de desemprego de cair para valores abaixo do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) depois de aplicado o corte de 10% que abrange prestações pagas há mais de seis meses.

A iniciativa partiu do PS — através de uma recomendação ao Governo — mas o Bloco de Esquerda e o PCP querem ir mais longe, e propõem eliminar globalmente esta redução a partir de 2018, abrangendo assim todos os subsídios de desemprego e não apenas os de valor reduzido.

O tema é discutido no Parlamento esta quinta-feira. Em causa estão projetos distintos. O PS faz uma recomendação ao Governo, defendendo que o corte de 10% não deve determinar um subsídio de montante inferior ao Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, 421,32 euros em 2017; já o Bloco de Esquerda e o PCP avançam com projetos de lei para acabar com esta redução em todos os casos, propondo que a medida entre em vigor com o próximo Orçamento do Estado.

Tendo em conta que esta medida mais abrangente, com impactos orçamentais mais relevantes, é atirada para 2018, o PS prefere deixar a discussão para o próximo Orçamento do Estado. Por isso, não deverá acompanhar hoje os projetos dos partidos mais à esquerda.

Em janeiro, o ministro Vieira da Silva já tinha admitido, no Parlamento, que “o Governo tomará iniciativas nomeadamente tendo em conta a necessidade de dar resposta ao facto de existirem hoje pessoas que têm uma proteção no desemprego inferior ao IAS”.

O ECO explica-lhe como se calcula o subsídio e o que está em causa com as medidas propostas.

Como se calcula o valor do subsídio?

O subsídio de desemprego corresponde a 65% da remuneração de referência, mas há limites a ter em conta.

Para calcular a remuneração de referência é preciso somar todos os salários declarados à Segurança Social nos primeiros 12 meses dos últimos 14 antes do desemprego: por exemplo, quem perder o posto de trabalho em março de 2017, terá de somar os salários entre janeiro e dezembro de 2016, incluindo aqui, no máximo, um subsídio de férias e um de Natal devidos nesse período. O que resultar deste cálculo é depois dividido por 12. E o subsídio de desemprego mensal vai então corresponder a 65% deste valor.

Quais os limites máximos?

O subsídio de desemprego não pode ultrapassar 75% do valor líquido da remuneração de referência, que exclui descontos para a Segurança Social e IRS. Se o valor correspondente a 65% da remuneração de referência bruta, como calculado no ponto anterior, for superior a 75% da remuneração de referência líquida, então é este último cálculo que conta.

Há ainda um outro limite a ter em conta: o subsídio não pode exceder 1.053,3 euros (2,5 IAS), um teto que se aplica a quem pediu a prestação a partir de abril de 2012. Foi nesta altura, estava Portugal sob assistência financeira, que entrou em vigor um conjunto de mudanças neste regime.

E os limites mínimos?

Em regra, o subsídio de desemprego não pode ficar abaixo de 1 IAS — 421,32 euros este ano. Mas há exceções no caso de remunerações mais reduzidas — que se podem verificar no trabalho a tempo parcial, por exemplo. É possível receber o valor líquido da remuneração de referência quando esta fica aquém do IAS.

Há cortes?

Sim. Ao fim de seis meses de atribuição, os subsídios de desemprego têm uma redução de 10%. Todos incluindo os subsídios de valor mínimo — em regra, equivalente ao IAS — que, depois do corte, resvalam para um montante inferior a este limiar. A medida foi introduzida pelo anterior Governo, em abril de 2012, e os primeiros cortes começaram a ser aplicados em outubro daquele ano.

O Provedor de Justiça já tinha chamado a atenção para este assunto, recordando até a decisão do Tribunal Constitucional (TC) que, em 2013, chumbou uma outra medida — a introdução de taxas sobre o subsídio de desemprego e de doença — salientando que os limites inferiores destas prestações constituem um “mínimo de existência socialmente adequado”.

A redução de 10% vai ser agora discutida no Parlamento, através de uma recomendação do PS ao Governo — que incide nas prestações mais baixas — e de projetos de lei do BE e do PCP — que querem acabar com o corte em todos os subsídios a partir de 2018. Porém, os socialistas já disseram que preferem deixar a discussão da medida defendida pelo BE e PCP para o Orçamento do Estado, até tendo em conta que esta é atirada para o próximo ano.

O que defende o PS? O Governo deve salvaguardar que o corte de 10% do montante do subsídio de desemprego “não determina um montante inferior a 1 vez o valor do Indexante dos Apoios Sociais”. É este o sentido da recomendação que será discutida hoje. O Governo poderá, depois, legislar nesse sentido. Esta medida — menos abrangente do que os projetos do BE e PCP — pode entrar em vigor já este ano, sabe o ECO. O ministro Vieira da Silva já tinha dito que o facto de os subsídios poderem ficar abaixo do valor do IAS “contraria a natureza da própria legislação, a natureza da proteção social e é um efeito perverso negativo de outras alterações que foram produzidas”.

Além desta norma, o subsídio de desemprego pode ser influenciado atualmente por outra medida, desta vez em sentido contrário: a majoração de 10% para casais desempregados com filhos (aplicando-se também a famílias monoparentais).

É preciso ter em conta que estas regras não se aplicam ao subsídio social de desemprego, a prestação que é atribuída a agregados de rendimentos reduzidos que não descontaram tempo suficiente para aceder à prestação “principal” ou já a esgotaram.

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Estado quer 500 milhões com nova emissão de obrigações de retalho

Depois das emissões no mercado, o IGCP volta a apostar nas famílias para financiar a dívida pública. Vai arrancar a 27 de março com mais uma emissão de OTRV, mas desta vez só paga 1,9%.

Vem aí uma nova emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Os portugueses vão poder investir 500 milhões de euros nestas obrigações destinadas exclusivamente para o retalho, sendo a taxa oferecida aos pequenos investidores a mais baixa de todas as operações realizadas com este novo produto de financiamento do Estado. A taxa é de 1,9%.

As OTRV, nesta quarta emissão destes títulos, contam com “uma taxa de juro variável e igual à Euribor 6 meses acrescida de 1,90%, ocorrendo o reembolso do capital em 12 de abril de 2022″, refere a agência liderada por Cristina Casalinho no anúncio do lançamento de mais uma emissão feito no site do IGCP.

O prémio de 1,9% é o mais baixo das três emissões realizadas pelo IGCP no ano passado, o ano de estreia deste instrumento de financiamento de médio prazo destinado a pequenos aforradores. Compara com a taxa de 2% na emissão de novembro, com a de 2,05% em agosto, e a de 2,2%, em abril. Está, contudo, em linha com o mercado secundário da dívida portuguesa a cinco anos: 1,87%.

500 milhões, mas pode aumentar

Estas obrigações vão pagar juros, semestral e postecipadamente, em 12 de abril e 12 de outubro de cada ano. 12 de abril será a data de entrada destes títulos no mercado, sendo que quem pretender investir parte das poupanças nestes títulos de dívida pública terá de colocar uma oferta durante o prazo de subscrição: entre o dia 27 de março e 7 de abril 2017.

Esta nova emissão de OTRV mantém as características principais das três operações anteriores. Está disponível para montantes de investimento a partir de mil euros que podem ir até um máximo de um milhão de euros, sendo a subscrição realizada por múltiplos de mil euros. O IGCP pretende financiar-se em 500 milhões de euros, mas pode emitir mais.

A operação tem um “valor nominal global inicial de até 500 milhões de euros, o qual poderá ser aumentado, por opção do emitente, até ao dia 31 de março de 2017, inclusive, sendo que em caso de exercício desta opção será divulgada uma comunicação para o efeito até à referida data, inclusive”, refere.

Responder ao apetite

As emissões de OTRV têm sido sempre bastante concorridas. Os pequenos investidores mostraram grande apetite por estes títulos de dívida no ano passado, isto quando a remuneração dos produtos da banca afundou. Só com as três emissões realizadas em 2016, o Estado conseguiu 3.450 milhões de euros.

O elevado valor captado com estas obrigações permitiu que fossem captados quase sete mil milhões de euros em produtos financeiros colocados junto do retalho no ano passado, valor para o qual contribuíram os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM). Este ano, os CTPM continua a atrair milhões, já os certificados de aforro estão a perder dinheiro com o fim do prémio de 275 pontos base.

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Carlos Costa quer fiscalizar todos os produtos vendidos pelos bancos

  • ECO
  • 22 Março 2017

Medida consta de um documento datado de 28 de abril e integra a proposta apresentada a Mário Centeno pelo regulador.

O Banco de Portugal quer passar a fiscalizar todos os produtos vendidos pelos bancos. A intenção faz parte de uma proposta preparada pelo regulador e datada de 28 de abril de 2016, que terá sido apresentada ao ministro das Finanças, Mário Centeno, pela instituição liderada por Carlos Costa.

De acordo com uma notícia avançada esta noite pelo Jornal de Negócios (acesso pago), o governador do Banco de Portugal considera que o regulador deve passar a fiscalizar a venda de todos os produtos comercializados pelos bancos. A ideia terá sido apresentada a Mário Centeno, em resposta ao pedido de contributos para a reflexão sobre o modelo de supervisão financeira, feito há cerca de um ano pelo ministro das Finanças.

De acordo com o documento, citado pelo jornal, deve “a supervisão da relação de comercialização do produto [ser] efetuada pelo supervisor responsável pela instituição financeira que o comercializa, independentemente do tipo de produto”. A mesma lógica, adianta ainda o jornal, deverá aplicar-se à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), nos produtos à venda nas seguradoras, e também à CMVM no caso dos produtos comercializados pelas gestoras de fundos de investimento.

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Relações entre Portugal e UE vivem “um muito bom momento”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 22 Março 2017

As declarações foram feitas pelo presidente da República à saída da sede da Comissão Europeia, comentou os encontros mantidos esta quarta-feira em Bruxelas com as diversas instituições europeias.

O Presidente da República comentou que os encontros mantidos hoje em Bruxelas com as diversas instituições europeias mostraram que “o momento que se vive nas relações entre Portugal e a União Europeia é um muito bom momento”.

“Aqui se reafirmou durante todo o dia, com todas as instituições, e agora com uma reunião muito ampla, demorada e muito frutuosa com o presidente da Comissão e com a Comissão, que o momento que se vive nas relações entre Portugal e UE é um muito bom momento, e é muito bom reciprocamente”, disse aos jornalistas, acompanhado de Jean-Claude Juncker, à saída da sede do executivo comunitário.

Sublinhando diversas vezes que Portugal “é um membro empenhado da União” e que “a Comissão Europeia conhece bem Portugal e acompanha o que se passa em Portugal”, o chefe de Estado, que durante o dia já se reunira com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, reforçou que “não pode haver um relacionamento melhor entre a UE e Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou que no encontro com Juncker e, ao jantar, com vários membros do colégio, fez “uma apresentação da posição portuguesa”, sublinhando que o país considera a UE “fundamental” e “a opção europeia é uma opção fundamental do nosso país”.

O Presidente da República referiu que durante a reunião “falou-se de todos os domínios que são importantes para as relações entre a UE e Portugal: económico, financeiro, social, externo, colaboração com África, questões de energia, a presença portuguesa na estrutura de proteção civil a nível europeu, os problemas mais variados”.

“Foi de facto uma reunião muito interessante e muito proveitosa que mostrou que continuamos não só numa grande solidariedade como convergência, como é natural sendo Portugal um membro empenhado da União. Foi de facto uma noite muito frutuosa”, concluiu.

Durante a sua visita oficial de hoje à Bélgica, que coincidiu com o primeiro aniversário dos ataques terroristas que atingiram Bruxelas em 22 de março de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa depositou uma coroa de flores no monumento de homenagem às vítimas, inaugurado esta mesma manhã nas imediações das sedes das instituições europeias, foi recebido em audiência pelo Rei Filipe da Bélgica, e encontrou-se também com eurodeputados portugueses.

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Wall Street recupera da pior sessão do ano

Os investidores aproveitaram as perdas da sessão anterior para ir às compras ao mercado nesta quarta-feira. As tecnológicas puxaram pelos índices norte-americanos, enquanto a banca pressionou.

Wall Street retomou o rumo ascendente após a pior sessão do ano. As ações norte-americanas terminaram esta quarta-feira com sinal positivo, apesar dos receios em torno das perspetivas para as políticas pró-crescimento nos Estados Unidos.

O S&P 500 — índice que agrega as 500 maiores capitalizações bolsistas dos EUA — encerrou a sessão a valorizar 0,23%,para os 2.349,36 pontos, sentimento que foi acompanhado pelo Nasdaq, com o índice tecnológico a terminar com um ganho de 0,48%, para os 5.821,64 pontos, num dia em que as tecnológicas foram estrelas e os bancos desapontaram. Apenas o Dow Jones se destacou pela negativa, mas com uma quebra muito ligeira. O índice industrial fechou a perder 0,03%, para os 20.661,3 pontos.

Os ganhos registados em Wall Street na sessão desta quarta-feira representam um sinal de acalmia do sentimento dos investidores, um dia antes de o programa republicano de saúde que pretende substituir o Obamacare é votado no Congresso. Isto acontece também numa altura em que os legisladores temem que qualquer contratempo possa atrasar o decreto sobre o corte de impostos e o aumento de gastos previstos pela presidência de Donadl Trump, receios que conduziram as ações norte-americanas na sessão anterior para o pior registo do ano.

“Todos estavam à espera de um mergulho há tanto tempo que quando se assiste a algum tipo de tombo, não apenas das tecnológicas como também das grandes capitalizações, trata-se de uma oportunidade para comprar”, disse Mariann Montagne, gestora de carteiras de investimento da Gradient Investments LLC, citada pela Bloomberg, para justificar a recuperação registada nesta sessão.

Na sessão desta quarta-feira, destaque negativo para as ações da Sears. Os títulos da retalhista fecharam com uma desvalorização de 12%, para os 7,98 dólares, depois de terem chegado a tombar 16,5%, depois de esta ter reconhecido na terça-feira, no relatório e contas anual, que existe uma “dúvida substancial” quanto à capacidade de continuar a operar nos próximos meses.

A sessão foi marcada ainda pelo deslize das cotações do petróleo nos mercados internacionais, no dia em que o Brent cai abaixo da fasquia dos 50 dólares pela primeira vez em 2017. O barril de Brent deslizou 0,45%, para os 50,73 dólares, enquanto o do crude desvalorizou 0,17%, para os 48,16 dólares.

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Portugal Fashion: Oito milhões para apoiar a moda

Entre 2015 e 2017, o Portugal Fashion recebeu oito milhões de euros do programa operacional das empresas (o Compete) para alavancar um investimento de 15,97 milhões de euros.

Os modelos desfilam, um após o outro. Vestidos, sapatos, calças, casacos e acessórios ganham vida sob as luzes fortes da passerelle. Foram meses de trabalho que culminam neste ponto alto. É assim com todos os criadores e em todos os desfiles. O Portugal Fashion não é diferente. Hoje arranca a 40ª edição com a coleção outono/inverno de mulher, do ‘designer’ Pedro Pedro.

O desfile é a festa. Não basta. Há todo um trabalho posterior necessário ao sucesso comercial das marcas. E é aqui que os fundos comunitários desempenham um papel fundamental. Entre 2015 e 2017, o Portugal Fashion recebeu oito milhões de euros do programa operacional das empresas (o Compete) para alavancar um investimento de 15,97 milhões de euros. Um investimento que não é, na sua totalidade, elegível para obter financiamento comunitário (só 9,41 milhões são passíveis de obter apoios do Portugal 2020).

Segundo o presidente da ANJE, Adelino Costa Matos, “o Portugal Fashion é um bom exemplo de retorno e reprodutividade dos incentivos à economia”. “O investimento comunitário no Portugal Fashion é inteiramente justificado pelos resultados e pela missão ímpar deste projeto”, disse o responsável em declarações ao ECO.

Costa Matos considera que o evento contribuiu para “a mudança de paradigma da fileira ‘moda'”. “Com o apoio do evento, indústria e criadores evoluíram no sentido de uma aposta nos fatores críticos de competitividade, como a qualidade, a inovação, o design, a distribuição, entre outros”. E exemplifica: “Para se ter uma ideia, os criadores e marcas que habitualmente participam no Portugal Fashion representam uma faturação anual de cerca de 500 milhões de euros, montante que resulta em 65 a 70% de exportações. Refira-se ainda que estes criadores e marcas empregam cerca de 15 mil trabalhadores, para além dos postos de trabalho indiretos que ajudam a criar”.

Portugal Fashion. Kris Atomic

Muito do trabalho passa pelo aprofundamento das “sinergias com os setores do têxtil, do vestuário, do calçado e da joalharia; apoiou a internacionalização de vários criadores e marcas portugueses, o que envolveu a produção de desfiles mas também a organização de apresentações à imprensa, de visitas de agentes de compras e de encontros com possíveis financiadores; está presente nas principais semanas da moda internacionais (Londres, Milão, Nova Iorque e Paris); renovou o panorama da moda nacional possibilitando a participação no evento de mais de 40 jovens designers, a partir da plataforma Bloom; e dinamizou a sua vertente comercial com showrooms internacionais, através do projeto Next Step”.

Os apoios para este triénio estão a chegar ao fim, mas a ANJE promete “prosseguir as principais linhas de ação do projeto: promover sinergias entre indústria e criadores; aprofundar a estratégia de internacionalização; complementar os desfiles com showrooms; criar oportunidades de negócio para criadores e marcas; consolidar o made in Portugal como um fator de valor acrescentado; reforçar as relações com agentes de compras (nacionais e internacionais)”.

Modelo Nuno Janeiro no desfile de outubro de 2004.

Mas apesar desta linha de continuidade, Costa Matos garante que o Portugal Fashion “não deixará de inovar e reinventar-se”. Tudo para que o evento “crie cada vez maior valor com a sua missão de promoção da moda enquanto fenómeno económico, social e cultural”. “É também nossa intenção alargar as ações de internacionalização da moda portuguesa aos países emergentes, cujos mercados conhecem uma crescente apetência por artigos de vestuário de qualidade superior e com design“, acrescentou ainda o presidente da associação de jovens empresários.

E, neste capítulo da internacionalização, os responsáveis pelo Portugal Fashion querem que este “seja um veículo de promoção das grandes potencialidades e fatores diferenciadores do país”. “Ou seja, pretendemos reforçar a associação do evento ao made in Portugal, recorrendo à sua notabilidade institucional e à sua capacidade comunicacional para promover o que de melhor é feito no nosso país. Isto significa ir para além da fileira moda, passando a divulgar outras áreas de atividade, outros produtos, outras tecnologias, outras expressões criativas”, explicou Costa Matos.

Modelo Fiona, em desfile da Fátima Lopes, em outubro de 2004.

A introdução de novos fatores competitivos, como a indústria 4.0, os novos materiais, os têxteis inteligentes e interativos são outras apostas do Portugal Fashion.

 

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Quem tem 48 anos ou mais de descontos não vai ter cortes na pensão

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Março 2017

O Governo vai eliminar o fator de sustentabilidade que hoje se aplica às reformas antecipadas mas conta ajustar a redução de 0,5%. Quem tem mais de 60 anos de idade e 48 de descontos não tem cortes.

O Governo espera que o novo modelo de reformas antecipadas entre em vigor ainda este ano. Quando isso acontecer, quem tem 48 ou mais anos de contribuições não terá qualquer corte no valor da sua pensão, abandonando o mercado de trabalho a partir dos 60 anos de idade. Estes são os valores em estudo neste momento, anunciou esta quarta-feira o ministro Vieira da Silva.

Aliás, tal como agora, as reformas antecipadas serão apenas uma opção para quem já conte 60 anos de idade e 40 de descontos (além de regimes com regras específicas, como o que abrange desempregados). Quer isto dizer que aquele que era um regime transitório vai assim tornar-se definitivo. Mas atenção: as regras estão ser estudadas apenas para a Segurança Social, para “substituir um regime suspenso”. Poderá haver alguma convergência com a Caixa Geral de Aposentações (CGA), mas essa matéria não será para já.

“Uma pessoa que tenha uma carreira contributiva dessa dimensão já não terá nenhuma penalização”, afirmou Vieira da Silva, apontando para 60 anos de idade e 48 de descontos. Estes são “os valores que estão em estudo, salientou.

O que vai então mudar? No final da reunião de concertação social, o ministro do Trabalho começou por explicar que vai acabar a “dupla penalização” que existe atualmente, e que passa pelo aumento da idade da reforma, por um lado, e pelo fator de sustentabilidade, por outro, ambos influenciados pela esperança de vida. No novo regime, o fator de sustentabilidadeque retira 13,88% às pensões iniciadas este anodesaparece, mas a idade de reforma continuará a aumentar. Este ano, a idade de acesso à pensão é de 66 anos e três meses, aumentando um mês em 2018. Portanto, a única dimensão do fator de sustentabilidade que se mantém é a que “determina a evolução da idade legal da reforma”, explicou.

Além disso, será possível reduzir a idade de reforma se houver mais anos de descontos além de 40. Atualmente, a idade de acesso à pensão já desce quatro meses por cada ano acima dos 40 de contribuições aos 65 anos de idade, e com este limite. O ministro não quis concretizar o que vai mudar aqui mas garantiu que o novo regime vai “beneficiar” estas pessoas. Tal como agora, o objetivo é que estes trabalhadores não tenham penalizações se pedirem a pensão depois de atingirem essa “espécie de idade de reforma personalizada”. E mesmo que saiam antes, “a sua penalização é menor”, porque esta terá em conta o número de meses que faltam para aquela idade “personalizada”, mais baixa. Atualmente, o corte é de 0,5% por cada mês de antecipação mas este valor poderá vir a ser ajustado. Mais detalhes ficam para a próxima reunião de concertação social.

Por fim, se esta pessoa preferir continuar a trabalhar depois de atingir aquela idade, terá direito a bonificações no valor da pensão, que não deverão variar muito face ao regime atual.

De acordo com Vieira da Silva, haverá ainda uma norma excecional: o grupo específico dos trabalhadores que começaram a trabalhar antes dos 16 anos “terão uma bonificação” no valor da pensão, para que não tenham “uma penalização tão pesada se pretenderem sair mais cedo do mercado de trabalho”.

O sistema pretende ser “mais simples”, garante Vieira da Silva, que aponta ainda outros dois objetivos: defender a sustentabilidade da Segurança Social e favorecer as carreiras contributivas longas.

O Governo espera discutir o modelo de forma mais aprofundada na próxima reunião e conta ter as novas regras em vigor ainda este ano. Os funcionários públicos não serão abrangidos, pelo menos para já, por este regime.

O Bloco de Esquerda pedia uma compensação para os trabalhadores que passaram à reforma com regras mais gravosas mas o ministro afastou essa possibilidade. “Não está nas nossas prioridades neste momento”, adiantou.

(notícia atualizada às 19:50)

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BCE: Bancos que deixem Londres para Zona Euro têm de provar solidez

  • Lusa
  • 22 Março 2017

Alerta foi dado por uma responsável do Banco Central Europeu, em Frankfurt.

Os bancos britânicos que vão sair de Londres para outros centros financeiros europeus após o ‘Brexit’, saída do Reino Unido da União Europeia, devem provar a sua solidez, advertiu hoje uma responsável do Banco Central Europeu (BCE).

“Não nos importa que os bancos britânicos se mudem para Frankfurt, Dublin, Paris ou qualquer outro lugar da zona euro. O que nos importa é que sejam bancos seguros e sólidos“, declarou Sabine Lautenschläger em Frankfurt, de acordo com o texto divulgado pelo BCE.

Se o Reino Unido deixar o mercado único europeu, os bancos com sede no Reino Unido vão perder o passaporte financeiro que lhes permite oferecer os seus serviços a partir de Londres aos outros 27 países da UE.

Vários bancos já disseram que vão deslocar efetivos para outros países, como é o caso do HSBC, do suíço UBS ou dos norte-americanos JPMorgan e Goldman Sachs.

“Qualquer banco que se desloque para a zona euro tem de responder aos nossos padrões”, afirmou Sabine Lautenschläger. “Não vamos aceitar empresas vazias”, controladas à distância a partir de Londres, advertiu.

No entanto, o BCE, que supervisiona desde 2014 os bancos da Zona Euro, vai mostrar-se “conciliador em relação ao calendário” para deixar que os bancos se adaptem ao novo regime de supervisão.

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Atentado em Londres: tudo o que já se sabe

  • ECO
  • 22 Março 2017

Um atentado nas proximidades do Parlamento britânico e do Palácio de Westminster matou pelo menos cinco pessoas: um polícia, o atacante e três civis. Foi ativado o plano "Cobra".

O que se sabe até agora:

  1. Existiram dois incidentes perto do Parlamento britânico: um homem armado com uma faca feriu um polícia, que acabou por morrer, depois de ter atropelado várias pessoas na ponte de Westminster com uma carrinha.
  2. O alegado autor do atentado foi abatido pela polícia depois de um incidente “sério”. É a segunda vítima.
  3. Existem várias testemunhas que viram um carro a dirigir-se para um número de pessoas na ponte de Westminster, antes de se dirigir para as grades do Palácio de Westminster;
  4. Pelo menos 40 pessoas foram feridas, estando a ser tratadas; dois desses feridos graves acabaram por morrer. São a terceira e quarta vítimas confirmadas até ao momento.
  5. O Parlamento está fechado com os deputados dentro dos seus escritórios e na Câmara principal;
  6. A estação de metro de Westminster foi fechada a pedido da polícia. O tráfego no rio Tamisa também.
  7. Já é oficialmente um “atentado terrorista“, de acordo com a polícia.
  8. A polícia londrina afirma que há pelo menos 40 civis feridos mas que só se tratou da ação de um atacante.
  9. Um membro do parlamento inglês e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Tobias Ellwood, tentou reanimar o polícia que foi morto. Os seus esforços estão a ser louvados nos meios de comunicação e nas redes sociais.
  10. Theresa May foi retirada do Parlamento assim que o ataque foi conhecido, e seguiu para uma reunião com deputados. Foi ativado o plano “Cobra”, o segundo mais grave no Reino Unido.
  11. Oito feridos já foram levados para o Kings College Hospital London, avança a BBC. Dois estão em estado grave, os outros seis estão estáveis.
  12. O Parlamento britânico vai abrir amanhã à mesma hora, afirmou fonte do mesmo no Twitter.
  13. No Twitter, duas das hashtags mais populares no momento são #PrayForLondon e #WeAreNotAfraid. Seis dos dez assuntos mais falados são sobre o atentado de hoje.
  14. A identidade do suspeito do atentado já foi revelada por diversos meios de comunicação: chamava-se Abu Izzadeen e era um imã radical, nascido na zona leste de Londres, que incitava ao ódio contra os membros do Parlamento.

O ataque começou quando um carro foi conduzido sobre a ponte de Westminster atropelando e ferindo várias pessoas, incluindo três agentes da polícia”, afirmou Mark Rowley, comissário adjunto e diretor das forças antiterrorismo. “O carro depois bateu perto do Parlamento e pelo menos um homem armado com uma faca continuou o ataque e tentou entrar no Parlamento”.

Entre os feridos contam-se três estudantes franceses do Liceu Saint-Joseph de Concarneau, de 15 e 16 anos, confirmou o primeiro-ministro francês Bernard Cazeneuve pelo Twitter. Várias testemunhas dizem que havia um grupo de estudantes franceses na ponte, segundo o The Guardian.

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Roadshow da CGD: Interesse elevado mas preço também

Banco diz que recebeu "forte interesse" da parte de 120 investidores nos últimos três dias do roadshow em Lisboa, Paris e Londres. Ao ECO, uma fonte adiantou que mercado exige taxa superior a 10%.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já terminou o roadshow para a venda de 500 milhões de euros em obrigações junto de investidores privados internacionais, depois de apresentações em Lisboa, Londres e Paris. O objetivo é ‘abrir os livros’ ainda esta semana para uma colocação que, se fosse hoje, sairia acima dos 10%.

A operação de emissão de obrigações perpétuas Additional Tier 1 (AT1) é uma condição necessária para a concretização do aumento de capital do Estado em dinheiro fresco (2,5 mil milhões de euros), imposta pela Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp). Porquê? É o teste de mercado para assegurar que a capitalização pública não configura uma ajuda de Estado, agora de 500 milhões de euros e, no prazo de 18 meses, de mais 430 milhões.

De acordo com uma fonte do ECO que acompanhou o roadshow, os investidores estão resistentes a uma operação abaixo dos 10%, embora as próximas horas sejam decisivas para apuramento do preço final, até em função da procura que vier a surgir. “Se fosse hoje, seria entre 10% e 11%”, acrescenta a mesma fonte.

Entretanto, no comunicado enviado esta tarde à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco liderado por Paulo Macedo deu conta de “um forte interesse” dos 120 investidores institucionais com quem esteve reunido. Investidores estes que demonstraram “profundo conhecimento acerca da CGD e do setor financeiro português”.

A emissão da CGD está condicionada por vários fatores, uns externos e outros internos, adianta outra fonte de mercado. “Os investidores têm muito presente o que sucedeu aos obrigacionistas seniores do Novo Banco em dezembro de 2015 e o comunicado das últimas horas da Pimco e da BlackRock só piorou a situação”. Depois, há bancos espanhóis, como o Popular, a transacionar acima dos 10%. Além disto, “os investidores têm dúvidas sobre a capacidade de cumprimento do plano estratégico perante um acionista que é o Estado”. O ECO também sabe que jogaram neste processo as preocupações em Portugal com a redução de custos da Caixa: a resistência nacional ao encerramento de balcões estará a ser mal recebida pelos investidores. A mesma fonte garantiu que o banco não abrirá os livros enquanto não tiver “indicações de que há mercado”.

Ainda ontem, a DBRS emitiu uma nota a questionar as metas prometidas pela administração de Paulo Macedo. “Embora as iniciativas de redução de custos sejam necessárias para o banco regressar aos lucros sustentáveis, a DBRS acredita que mais iniciativas no lado das receitas serão também necessárias”, refere a agência canadiana, num comentário sobre o plano estratégico já anunciado. “A DBRS nota que o plano estratégico para 2017-2020 recentemente anunciado pela CGD apresenta desafios de execução. Alguns dos objetivos-chave do plano são ambiciosos, sobretudo em relação à significativa melhoria da qualidade dos ativos e o regresso do banco aos lucros em 2018”, enfatizam.

“A DBRS vê que a CGD deverá pagar um custo elevado com este instrumento AT 1, o que poderá pesar ainda mais no regresso da CGD aos lucros, particularmente considerando a fraca geração de resultados do banco e os prejuízos pelo sexto ano seguido”, frisa ainda a agência canadiana, que atribui ao banco público um rating BBB (low), com implicações negativas.

A CGD, note-se, vai colocar estes títulos perpétuos, com um trigger de 5,125%, através do Luxemburgo, para ser mais rápida, já que neste país o nível de exigência em termos de informação a prestar em operações deste tipo é muito menos apertado do que o exigidos pela CMVM.

(Atualizado com a correção de erro sobre o juro do cupão. Os 5,125% referem-se ao trigger das obrigações)

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