Financiamento especializado aumenta 13% no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 11 Junho 2018

Esta aceleração expressiva deveu-se sobretudo à atividade internacional (importação e exportação), que perfez 1,1 mil milhões de euro e atingiu um crescimento homólogo de 21,3%.

Os produtos de financiamento especializado aumentaram 13% no primeiro trimestre de 2018 devido sobretudo à atividade internacional, divulgou esta segunda-feira a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF).

“Neste período, o setor do Factoring (operação financeira feita por bancos ou sociedades, que permite às empresas com problemas de liquidez adiantar os recebimentos dos seus clientes) manteve índices positivos, com as associadas da ALF a tomarem cerca de 5,8 mil milhões de euros em faturas, o que representa um aumento de 13%, em relação ao valor registado no período homólogo do ano passado”, afirma a ALF em comunicado.

Esta aceleração expressiva deveu-se sobretudo à atividade internacional (importação e exportação), que perfez 1,1 mil milhões de euros e atingiu um crescimento homólogo de 21,3%, explica a associação.

Também o ‘Factoring Doméstico’ cresceu, totalizando uma produção de 2,6 mil milhões de euros, bem como o ‘Confirming’ (instrumento através do qual a instituição de Factoring efetua o pagamento aos fornecedores do seu cliente, podendo também assumir a forma de adiantamento), que avançou 23,9%, para um valor total estimado de créditos tomados de 2 mil milhões de euros.

Para a ALF, “estes dados mostram que, no primeiro trimestre de 2018, a taxa de penetração do ‘Factoring’ atingiu uns expressivos 11,7% do Produto Interno Bruto (PIB)”.

O setor do ‘Leasing’ também subiu, com destaque na ‘Locação Mobiliária’, que “fica marcada por um aumento estimado de 15%, correspondendo a um valor de produção de 465 milhões de euros, destacando-se o segmento das viaturas (com 10.655 novos contratos) e dos equipamentos (com 2.203 novos negócios)”.

A produção da Locação Financeira Imobiliária observou um aumento de 4%, atingindo um valor de mais de 191 milhões de euros, acrescenta a associação.

“Quanto ao ‘Renting’, as associadas da ALF fecharam o primeiro trimestre com um total de 7.016 viaturas novas adquiridas, o que corresponde a uma produção de 140 milhões de euros, mais 2% do que em igual período do ano passado. Já a frota gerida pelas Rentings ascende às 106.132 viaturas, o que corresponde a um crescimento de 7% e um valor contabilístico de quase 1,6 mil milhões de euros”, segundo a associação.

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Thierry Ligonnière é o novo CEO da ANA – Aeroportos de Portugal

A concessionária dos aeroportos nacionais nomeou um novo CEO, passando Carlos Lacerda a ocupar o cargo de vice-presidente da SAP.

A gestora dos aeroportos nacionais, ANA – Aeroportos de Portugal, vai receber Thierry Ligonnière como novo CEO, substituindo Carlos Lacerda. O novo líder administrativo já estava na empresa há mais de quatro anos, para a qual entrou como chief operating officer, de acordo com o Jornal de Negócios.

José Luís Arnaut, presidente não executivo da ANA, classifica esta nomeação como uma “solução natural”. “Está connosco há quatro anos, conhece a operação como ninguém e tem sido o interlocutor do processo de negociação do Montijo. Sinto-me contente com esta solução de continuidade e a nomeação de portugueses para a comissão executiva. Com Carlos Lacerda correu tudo bem e a prova disso é que continuará ligado a nós“, disse, em declarações ao Negócios.

A francesa Vinci, que comprou a ANA em dezembro de 2012, sublinha que Thierry Ligonnière, também diretor da Vinci para a América da Sul, “tem um conhecimento profundo da companhia, do seu potencial e dos desafios que tem pela frente” e refere ainda o “caminho profissional verdadeiramente internacional que começou no México e passou por França antes de chegar a Portugal”.

Licenciado em engenharia civil pela Ecole Spéciale des Travaux Publics, du Bâtiment et d’Industrie de Paris, e mestre em Administração de Empresas, vem assim substituir Carlos Lacerda, que estava no cargo desde março do ano passado. Por sua vez, este vai tornar-se vice-presidente da SAP.

Para além desta operações, foram nomeados mais dois membros da comissão executiva, escreve o Negócios. Francisco Pita vai passar a chief comercial officer. O lugar que, até agora, era ocupado por Thierry Ligonnière, vai ser desempenhado por Chloé Lapeyre, antiga diretora-geral do aeroporto de Phnom Penh.

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Alunos de TI com emprego garantido e salário de mil euros

  • ECO
  • 11 Junho 2018

A escassez de mão-de-obra está a pressionar as remunerações e mil euros é "praticamente o salário mínimo" na área. É cada vez mais difícil recrutar jovens especializados em tecnologias de informação.

As faculdades portuguesas não respondem à crescente procura por jovens especializados em Tecnologias de Informação (TI). A escassez de mão-de-obra está a pressionar as remunerações e mil euros é “praticamente o salário mínimo” na área. A notícia está em destaque esta segunda-feira no Diário de Notícias.

“A escassez de mão-de-obra está a gerar uma grande pressão salarial”, indica Victor Pessanha, manager na Hays, citado pelo DN. E Paulo Ayres, manager de TI na Spring Professional Portugal, acrescenta: “Mil euros é praticamente o salário mínimo a pagar na área”.

O jornal aponta para o exemplo da Sonae, que tinha dez vagas de emprego para tecnologias de informação, oferecia 1.000 euros por mês mais subsídios e não conseguiu preencher as ofertas. O grupo promove, desde 1986, o Programa Contacto, que visa captar talentos com diferentes formações. Oferecia um estágio de nove meses aos jovens selecionados e uma remuneração de 1000 euros, a que acresce subsídio de almoço e benefícios de colaborador.” A procura de perfis tecnológicos tem ganho uma relevância cada vez maior na Sonae. É uma necessidade transversal a todo o mercado de trabalho, o que levanta uma guerra de talento, onde a oferta e a procura estão desequilibradas”, justifica Ana Vicente, talent manager da Sonae.

As consultoras de recrutamento contactadas pelo jornal têm dificuldade em quantificar as necessidades do mercado de trabalho, mas Andreia Pereira, senior manager da Michael Page, garante que, neste momento, são “as empresas que concorrem pelos candidatos e não o contrário”.

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BCP volta aos ganhos e valoriza 2%. Lisboa regressa a terreno positivo em sintonia com as praças europeias

A bolsa nacional abriu a subir 0,20%, com o banco liderado por Nuno Amado a subir mais de 2%. Destaque ainda para as cotadas do setor energético.

A bolsa nacional arrancou a semana em terreno positivo, recuperando da queda da última sessão. A contribuir para este desempenho do PSI-20 estiveram os títulos do BCP, que sobem mais de 2%. Na Europa, as principais praças mostram um sentimento de confiança por parte dos investidores, um dia antes da cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

O PSI-20 abriu a subir 0,20% para 5.626,65 pontos, com 11 cotadas em terreno positivo, quatro em terreno negativo e três inalteradas. A contribuir para o desempenho do principal índice bolsista nacional estiveram os títulos do BCP, que sobem 2% para 0,27 euros, recuperando da queda da última sessão. Na semana passada, o banco liderado por Nuno Amado valorizou 13% em sete sessões.

Ainda nos ganhos, destaque para a EDP, que abriu a subir 0,15% para 3,38 euros, dois dias depois da decisão do Conselho de Administração Executivo da energética, que considerou que a oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) não reflete o valor da empresa nem incorpora um prémio de controlo da gestão. Por sua vez, a EDP Renováveis acompanha e valoriza uns ligeiros 0,06% para 8,15 euros.

Os títulos da Galp Energia também abriram em terreno positivo, subindo 0,19% para 16,12 euros, dois dias depois de Paula Amorim ter revelado, em entrevista ao Expresso (acesso pago), que existem vários interessados na compra da petrolífera. “Há muita gente a querer comprar. Temos vários contactos, e não lhes posso falar de identidades, porque as solicitações vêm de vários bancos”, disse a filha do empresário Américo Amorim.

Nas quedas, destaque para os títulos dos CTT, que caem 0,85% para 2,79 euros, e para as papeleiras, que invertem os máximos históricos conseguidos na última sessão. A Navigator recua 0,34% para 5,88 euros, assim como a Altri que desvaloriza 2,60% para 8,61 euros.

Nas restantes praças europeias o sentimento é positivo. O Stoxx 600 avança 0,51% para 387,08 pontos, assim como o espanhol Ibex-35 que sobe 1,29% para 9.871,9 pontos. Paira, assim, uma onda de confiança entre os investidores, depois do encontro do G7 no Canadá, e um dia antes da cimeira que vai reunir Donald Trump e Kim Jon-un, em Singapura.

(Notícia atualizada às 8h33 com novas cotações)

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Estado sem data para sair da Galp

  • ECO
  • 11 Junho 2018

O presidente da Parpública garante que privatização da Galp não determina data para o Estado sair do capital e disse que vai vender 630 mil metros quadrados de área de construção ligados à Margueira.

O Estado é o segundo maior acionista da Galp, desde 2017, e não tem data para sair, revelou em entrevista ao Público (acesso condicionado) Miguel Cruz. O presidente da Parpública explica que a privatização “não determina uma data para a conclusão do processo” de alienação do Estado.

Com 7,48% das ações da Galp, a Parpública, a holding que agrega várias participações e ativos imobiliários do Estado é “o segundo maior acionista como decorre do processo de privatização que foi lançado”, explicou Miguel Cruz. “Atingida a maturidade do empréstimo obrigacionista convertível [em títulos da empresa] em setembro do ano passado, as ações estão na Parpública”, acrescentou o responsável. E quanto às orientações estratégica que o acionista Estado tem para a empresa dominada pela Amorim Energia, Miguel Cruz apenas frisa que “o exercício de privatização” “não determina uma data para a conclusão do processo”. “Nesse sentido, neste momento a Parpública é acionista da Galp”, conclui o antigo presidente do IAPMEI, sem querer “fazer mais nenhum comentário sobre o que é que se passará de seguida numa sociedade que é cotada na bolsa” e que, segundo Paula Amorim, chairman da Galp tem muitos interessado em comprá-la,.

Recorde-se que na entrevista de vida que deu ao Expresso (acesso pago) este fim de semana, Paula Amorim revelou que “há muita gente a querer comprar”, recusando, porém, avançar nomes. “Temos vários contactos, e não lhes posso falar de identidades, porque as solicitações vêm de vários bancos, que também fazem a sua especulação”, acrescentou

Por outro lado, Miguel Cruz revelou que o Estado vai colocar à venda os terrenos da ex-Lisnave, no início do próximo ano. Segundo o presidente da Parpública, os terrenos em Almada incluem um só lote de 630 mil metros quadrados, que estão neste momento em “fase de avaliação”.

A atividade imobiliária tem tido um bom impulso, o ano passado foi um ano interessante, 2016 já o tinha sido. Desse ponto de vista, sim, obviamente que a atividade da Parpública através das suas empresas tem beneficiado daquilo que é o contexto“, começou por dizer o presidente da Parpública, adiantando que a venda dos terrenos onde funcionaram os estaleiros da Lisnave vão ser colocados à venda no primeiro trimestre do próximo ano.

“Os terrenos da Margueira, com destaque para 2017, passaram por processos de regularizações administrativas e de licenças. Esse processo está, no essencial, concluído. Entrámos agora na fase de avaliação dos terrenos, e elaboração do caderno de encargos, que deve estar concluída até ao final do ano. O objetivo é de lançar o processo de alienação no primeiro trimestre de 2019. Estamos a falar de 630 mil metros quadrados de área de construção prevista”, disse.

Questionado sobre o valor da venda, Miguel Cruz disse ter “uma ideia”, mas não quis adiantar números. Mas, revelou que “o objetivo é vender os terrenos como um todo, e não em parcelas” e que os mesmos têm recebido “várias visitas”. Relativamente ao processo de venda, o presidente espera que este esteja concluído “o mais rapidamente possível, cumpridos os procedimentos legais”. “Neste momento o mais importante é dar início tão rapidamente quanto possível ao processo“, completou.

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Hoje nas notícias: Lisnave, TI e Fisco

  • ECO
  • 11 Junho 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

São 630 mil metros quadrados na margem sul do Tejo, que vão ser colocados à venda no primeiro trimestre do ano. Os terrenos da antiga Lisnave poderão dar uma boa ajuda para abater o défice. Já no âmbito do emprego, a escassez de mão-de-obra na área das Tecnologias de Informação está a gerar pressão salarial. Veja as notícias que marcam o dia.

Terrenos da antiga Lisnave vão ser colocados à venda no início de 2019

Os 630 mil metros quadrados de terreno onde funcionaram os estaleiros da Lisnave, em Almada, vão ser colocados à venda no primeiro trimestre de 2019. A informação foi dada pelo presidente da Parpública, Miguel Cruz, que indica ainda que, neste momento, decorre a fase “de avaliação dos terrenos e elaboração do caderno de encargos, que deve estar concluída até ao final do ano”. Veja a entrevista no Público [acesso condicionado].

Alunos de TI com emprego garantido e salário de mil euros

As tecnologias de informação estão no auge e as faculdades portuguesas não respondem à procura. E já há empresas estrangeiras a contratar em Portugal profissionais mais qualificados. De acordo com Victor Pessanha, da Hays, “a escassez de mão-de-obra está a gerar uma grande pressão salarial”. E “mil euros é praticamente o salário mínimo a pagar na área”, acrescenta Paulo Ayres, da Spring Professional Portugal. Leia mais no Diário de Notícias.

Fisco não dá dados de proprietários para pedidos de limpeza de matas

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) entende que não pode permitir o acesso aos dados das matrizes prediais por parte de quem não seja proprietário, na ausência de um “interesse direto, pessoal e legítimo”. Portanto, um proprietário que queira saber quem são os donos dos imóveis vizinhos não poderá contar com essa informação que pode ser indispensável para apresentar uma proposta de compra ou para alertar para a eventual falta de limpeza. Veja a notícia no Jornal de Negócios.

Franceses da Vinci nomeiam novo CEO para a ANA

Thierry Ligonnière vai substituir Carlos Lacerda como CEO da ANA – Aeroportos de Portugal. Ligonnière, até agora chief operating officer da concessionária dos aeroportos nacionais, é uma “solução natural” para José Luís Arnaut, presidente não executivo da ANA. Lacerda regressa à SAP, onde vai ocupar o cargo de vice-presidente. Leia a notícia no Jornal de Negócios.

A loucura dos preços das casas em cada bairro de Lisboa

Beato, Marvila, Campolide e Benfica são os únicos bairros onde o risco de bolha imobiliária não entrou. As casas no centro de Lisboa valem hoje várias vezes o seu peso em ouro, uma tendência para manter, mas há um lado negro: gente sem casa, ocupação de imóveis vazios e despejos. A notícia é do jornal i, que fala sobre a loucura dos preços das casas em cada bairro. Veja mais no i.

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Diferença de preço nos combustíveis entre Portugal e Espanha agravou-se desde 2017

  • Lusa
  • 11 Junho 2018

Segundo dados da Comissão Europeia, na semana de 4 de junho, o preço do gasóleo era em média 14 cêntimos por litro mais alto em Portugal, mas na gasolina 95 dispara para 25 cêntimos por litro.

A diferença de preços nos combustíveis rodoviários entre Portugal e Espanha acentuou-se desde 2017, com a carga fiscal e as metas de incorporação de biocombustível mais pesadas a elevar o custo no mercado português, segundo a Autoridade da Concorrência.

Na análise ao setor “Fair Play – Com concorrência todos ganhamos”, divulgado na quinta-feira, conclui-se que “incluindo os impostos e os biocombustíveis, a competitividade dos combustíveis rodoviários em Portugal desce significativamente, sobretudo face a Espanha”.

Segundo dados da Comissão Europeia, na semana de 4 de junho, o preço do gasóleo era em média 14 cêntimos por litro mais alto em Portugal, diferença que disparava para 25 cêntimos por litro na gasolina 95 (a mais vendida).

Nessa semana, o litro do gasóleo custava em média 1,38 euros nos postos portugueses, e 1,24 euros/litro nos espanhóis, quando, antes de impostos e taxas, o diferencial era no sentido oposto – em Portugal custava 0,652 euros/litro e em Espanha 0,659 euros/litro.

No caso da gasolina 95, o diferencial de preços agrava-se para cerca de 25 cêntimos dos dois lados da fronteira (1,59 e 1,34 euros por litro, respetivamente), quando o valor, antes de aplicados os impostos e taxas, era igual, de 0,64 euros/litro).

Mais de metade do preço de venda dos combustíveis em Portugal resulta de taxas e de impostos, representando o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) – aumentado em 2016 – 44,3% do preço da gasolina e 36,8% do preço final do gasóleo.

Segundo a Concorrência, os custos de política fiscal aumentaram 56% no gasóleo e 26% na gasolina desde 2004, data da liberalização do setor dos combustíveis.

Numa análise à formação do preço dos combustíveis, feita em 22 de fevereiro, a carga fiscal representava 63% do preço de venda ao público da gasolina e 56% do preço do gasóleo.

Em 2016, o Governo aumentou o ISP em seis cêntimos por litro para corrigir a perda de receita fiscal resultante da diminuição da cotação internacional do petróleo, e comprometeu-se a fazer uma revisão trimestral do valor do imposto em função da variação do preço base dos produtos petrolíferos, o que levou a pequenas reduções do ISP ao longo desse ano. No entanto, em 2017, o Governo deixou de rever o valor do imposto, apesar da subida do preço do petróleo.

Segundo a análise da Concorrência, “os preços médios dos combustíveis rodoviários em Portugal foram consistentemente mais competitivos que os preços médios praticados em Espanha a partir de 2013, na gasolina 95 e, a partir de 2014, no gasóleo rodoviário”, mas, acrescenta, “esse desempenho foi, contudo, interrompido no terceiro trimestre de 2015”.

Além da carga fiscal mais pesada do que em Espanha, em Portugal a meta de incorporação de biocombustível, em percentagem de teor energético, é de 7,5%, uma das mais elevadas comparativamente a outros Estados-membros, incluindo Espanha.

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Preço da OPA da CTG é baixo, diz a EDP. Mas porquê?

A China Three Gorges ofereceu 3,26 euros por cada ação. A EDP reagiu, de imediato, dizendo que era um preço baixo. E, agora, apesar de reconhecer o mérito da operação, reitera a crítica.

A China Three Gorges (CTG) já era a maior acionista, mas decidiu que quer mandar na elétrica portuguesa. Para isso, avançou com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital da EDP, embora admita que será bem-sucedida se ficar com 50% mais uma ação da empresa liderada por António Mexia. A meta não está longe, mas o valor da contrapartida pode ser um obstáculo. Oferece 3,26 euros por cada ação.

Assim que lançou a OPA, os investidores reagiram, atirando a cotação das ações para valores bem acima da contrapartida. E é assim que se mantêm, sendo este um reflexo da oposição dos acionistas ao valor oferecido, tal como acontece com a gestão. Logo após a OPA, a administração veio afirmar que o preço era baixo. Agora, na resposta oficial à OPA, esse argumento ganha força.

"O Conselho de Administração Executivo considera que o preço oferecido não reflete adequadamente o valor da EDP.”

“O Conselho de Administração Executivo considera que o preço oferecido não reflete adequadamente o valor da EDP”. É com esta frase que a administração liderada por António Mexia reitera a sua posição perante os 3,26 euros que os chineses pretendem pagar por cada ação da empresa, um valor que atribui à cotada nacional um valor de mercado de 11,9 mil milhões de euros. Mas porquê?

Conheça os quatro argumentos de Mexia

Prémio? “Significativamente abaixo” de outras OPA

O Conselho de Administração considera que a contrapartida da CTG “subavalia a EDP tendo em conta os prémios pagos em ofertas públicas precedentes em dinheiro para aquisição de controlo”.

Na resposta à OPA, António Mexia diz que “o prémio implícito no preço oferecido encontra-se significativamente abaixo do que é a prática em transações em dinheiro no setor europeu das utilities, no mercado ibérico e mais genericamente no mercado europeu, em casos em que o oferente adquire controlo”.

"No conjunto das ofertas públicas de aquisição que envolvem a aquisição de controlo consideradas pelo Conselho de Administração Executivo para os efeitos do presente relatório indicam que os respetivos acionistas receberam um prémio médio sobre o preço ‘spot’ que varia entre 32% e 40%.”

A OPA chinesa a 3,26 euros tem implícito “um prémio de 4,8% em relação ao preço de fecho da ação da EDP na data do anúncio preliminar (3,11 euros) e a um prémio de 10,8% e 7,9% sobre o preço médio ponderado pelo volume das ações nos seis e 12 meses, respetivamente, anteriores ao anúncio da oferta.

No “conjunto das ofertas públicas de aquisição que envolvem a aquisição de controlo consideradas pelo Conselho de Administração Executivo para os efeitos do presente relatório indicam que os respetivos acionistas receberam um prémio médio sobre o preço ‘spot’ que varia entre 32% e 40%, e um prémio sobre o preço médio ponderado pelo volume dos últimos 6 meses que varia entre 36% e 45%”.

“Mesmo considerando ofertas públicas bem-sucedidas lançadas por acionistas com uma participação minoritária significativa e com o intuito de adquirir controlo, o prémio médio varia entre 27% e 33%, sobre o preço ‘spot’ e o preço médio ponderado dos últimos seis meses, respetivamente”, remata.

Múltiplos inferiores à média em OPA no setor

Além do prémio baixo, a OPA da CTG tem “implícito um múltiplo inferior à média paga em transações precedentes relevantes”, considera o Conselho de Administração.

O múltiplo de EBITDA implícito na oferta “encontra-se abaixo da média paga em transações precedentes relevantes para aquisição de controlo no setor europeu das utilities, tanto para a empresa como um todo como para a ‘soma das suas partes’”.

Na resposta à OPA, António Mexia diz que a “oferta é equivalente a um múltiplo de 9,3 vezes o EV/EBITDA de 2017, o qual se encontra significativamente abaixo da média dos múltiplos pagos em transações precedentes na Europa de 10,6-10,7 vezes.

Múltiplos alinhados com empresas idênticas, mas…

Os múltiplos utilizados pela CTG ficam aquém dos de outras OPA no setor das utilities, mas a administração reconhece que até estão “relativamente alinhados com os múltiplos de mercado de empresas comparáveis da EDP, tanto para a empresa como um todo como para a ‘soma das suas partes'”.

Que empresas são essas? “O Conselho de Administração Executivo considera que o conjunto mais relevante de empresas cotadas comparáveis à EDP são as seguintes utilities europeias verticalmente integradas: Enel (a qual inclui a Endesa como subsidiária), Engie, E.ON, Gas Natural, Iberdrola, Innogy, Orsted e SSE.

“A oferta da CTG, de 3,26 euros por ação, implica múltiplos que se encontram relativamente alinhados com os múltiplos de mercado das empresas comparáveis da EDP”, acrescenta, salientando que pressupõe um EV/EBITDA estimado para 2019 de 9,0 vezes contra 8,9 vezes para as suas comparáveis; um rácio entre cotação e lucros estimados para 2019 de 13,7 vezes contra 14,3 vezes para as suas comparáveis; e uma rentabilidade do dividendo de 5,8% contra 5,1% das suas comparáveis”.

O problema está no facto de a CTG não estar a comprar uma posição qualquer. Está a comprar o controlo da EDP, diz a administração. “Para aquisição de controlo, deveria ser oferecido um prémio em relação aos múltiplos de mercado”, remata.

Comprar em 2018 por… menos do que em 2011

Por último, a administração da elétrica olha para… trás. A CTG é a maioria acionista da elétrica nacional, tendo comprado uma participação de 21,35% no capital da EDP no âmbito do processo de privatização da empresa em 2011. Nessa altura, pagou mais do que pretende pagar agora nesta OPA.

"A oferta da CTG de dezembro de 2011 para aquisição de uma participação minoritária (de 21,35%) incorporava um prémio de 54% sobre o preço ‘spot’, enquanto que a atual oferta, apesar de ser para aquisição de controlo, apenas incorpora um prémio de 4,8% sobre o preço ‘spot’.”

“A contrapartida da oferta de 3,26 euros encontra-se abaixo do preço da privatização de 3,45 euros por ação oferecido pela CTG em 2011 por uma participação minoritária no capital da EDP”, refere a administração da elétrica.

A oferta da CTG de dezembro de 2011 para aquisição de uma participação minoritária (de 21,35%) incorporava um prémio de 54% sobre o preço ‘spot’ e um prémio de 48% sobre o preço médio ponderado dos últimos seis meses, enquanto que a atual oferta, apesar de ser para aquisição de controlo, apenas incorpora um prémio de 4,8% sobre o preço ‘spot’ e um prémio de 10,8% sobre o preço médio ponderado dos últimos seis meses”.

O preço é mais baixo, o prémio é em menor numa operação em que está em causa o controlo da empresa. Isto tudo, num contexto que é bem mais favorável do que era em 2011.

“As condições de mercado e a confiança dos investidores em Portugal melhoraram significativamente desde 2011”, diz a administração, salientando que o “risco soberano diminuiu significativamente, conforme refletido na yield das obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos, a qual decresceu de valores acima de 13% em 2011 para valores inferiores a 2% em maio de 2018″. Isto ao mesmo tempo que “o crescimento anual do PIB aumentou significativamente, de -1,8% em 2011 para +2,6% em 2017”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Rita Atalaia
  • 11 Junho 2018

As ações da EDP vão estar em foco depois de a administração ter dito que o preço da OPA da CTG é baixo. Isto no mesmo dia em que Lisboa recebe o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade.

A EDP já reagiu à OPA lançada pela China Three Gorges, considerando que o preço é baixo. Uma decisão que poderá ter impacto nas ações da elétrica nesta primeira sessão da semana, dia em que os investidores reagirão também ao resultado da reunião do G7 em que se intensificou a tensão entre os EUA e os restantes países. Há também uma conferência sobre o futuro do Mecanismo Europeu de Estabilidade e prosseguem as celebrações do 10 de junho, agora nos EUA.

EDP volta a dizer que a contrapartida da OPA da CTG é baixa

O Conselho de Administração Executivo da EDP considera que a oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) pela totalidade da capital da empresa a 3,26 euros por ação não reflete o valor da empresa, nem incorpora um prémio de controlo da gestão. A EDP quer mais, assim como os investidores. Na bolsa, as ações da elétrica continuam a negociar acima do valor proposto desde o anúncio da OPA. Será importante estar atento a como reagem os títulos agora que os acionistas contam com a argumentação da gestão para um valor superior.

Centeno e Regling discutem Mecanismo Europeu de Estabilidade

A Fundação Calouste Gulbenkian realiza esta segunda-feira uma conferência sobre o “Futuro do Mecanismo Europeu de Estabilidade”. Este evento vai contar com a participação do presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, mas também com Mário Centeno, ministro das Finanças de Portugal, enquanto presidente do Eurogrupo.

Investidores atentos à guerra comercial

Os sete países mais ricos do mundo estiveram reunidos durante o fim de semana num encontro tenso, marcado pela guerra comercial entre os EUA e os restantes membros do G7. No relatório final, ficou expresso o compromisso de se fazer “um esforço” para “reduzir” as barreiras tributárias e não tributárias, como forma de promover um comércio mais livre e aberto. No entanto, Donald Trump, presidente dos EUA, chumbou o comunicado, uma decisão que poderá ter impacto nos mercados financeiros neste arranque de semana.

Gasolina e gasóleo voltam a descer

Os preços dos combustíveis vão voltar a baixar a partir desta segunda-feira, depois de já terem registado uma ligeira redução na semana passada. Tanto a gasolina como o gasóleo vão ficar dois cêntimos por litro mais baratos, segundo dados de fonte oficial do setor energético avançados ao ECO. Este alívio começou a sentir-se depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e a Rússia terem anunciado que estão preparadas para aumentar a produção.

António Costa comemora Dia de Portugal nos EUA

As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (10 de junho), arrancaram em Ponta Delgada no domingo. E continuam esta segunda-feira em território norte-americano. Para além de Boston, onde se assinalou o dia, o Presidente da República e primeiro-ministro vão deslocar-se ao Estado da Califórnia e a Newark onde manterá encontros com a comunidade portuguesa. Na mesma deslocação estão previstos vários encontros de caráter económico e político.

 

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Ministro garante que Itália não planeia abandonar o euro

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

O ministro da Economia de Itália garantiu este domingo que não está "em discussão" nenhum plano para que Itália abandone a zona euro.

O novo Governo de direita italiano negou estar a traçar planos para que Itália abandone a zona euro, garantiu o ministro da Economia em entrevista, na qual rejeita a forte reação dos mercados à coligação eurocética no poder. Segundo a Associated Press (AP), para o ministro da Economia de Itália, Giovanni Tria, estas reações “são questões normais que acompanham a transição política”.

Em entrevista ao diário italiano Corriere dela Sera, Tria disse que a posição do Governo italiano é “clara e unânime”, afirmando que “nenhum plano para deixar a zona euro está a ser discutido”. Giovanni Tria, um professor de economia política que foi uma escolha de última hora para o cargo, foi mais longe na defesa de que o compromisso de Itália com a união monetária é firme. “Não só não queremos sair da zona euro”, como o Governo está determinado em contrariar ações que possam colocar a manutenção de Itália no euro “em discussão”.

A nomeação inicial do Governo para a pasta da Economia, de Paolo Savona, de 81 anos, economista defensor da saída do euro e que afirmava ter um plano para esse efeito, foi rejeitada pelo Presidente da República italiano. O Presidente Sergio Mattarella apontou receios de que apoiar um plano como esse contribuísse para agitar ainda mais os mercados financeiros, que já estavam agitados depois da eleição de março, que deixou o país num impasse para a formação de um executivo.

Depois de esta recusa do Presidente italiano, o primeiro-ministro Giuseppe Conte recusou formar Governo, tendo depois reconsiderado e aceitado liderar um executivo de coligação do Movimento Cinco Estrelas (M5S, populista) e da Liga (extrema-direita). Só a 1 de junho o novo executivo tomou posse, três meses depois de umas eleições legislativas que levaram a demoradas negociações partidárias para se encontrar um Governo.

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Marcelo fez um “discurso de circunstância”, diz Jerónimo de Sousa

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

O líder do PCP considerou que o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, proferido este domingo, foi um "discurso de circunstância". Não abordou "questões em concreto". Já o CDS destaca "coerência".

O PCP classificou de “discurso de circunstância” a intervenção do Presidente da República deste domingo, na cerimónia oficial do 10 de Junho, lamentando que Marcelo Rebelo de Sousa não tenha abordado “preocupações centrais” do país.

“Foi um discurso muito geral, sem abordar questões em concreto. Um discurso de circunstância”, afirmou o dirigente do PCP nos Açores, Vítor Silva, que representou o secretario-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que não esteve presente nas cerimónias oficiais na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, nos Açores.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente regional do PCP registou como “positivo” o facto de o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas ter sido celebrado nos Açores, mas afirmou que, no seu discurso, o Presidente da República, “não referiu questões mais concretas” que o PCP “gostaria” que fossem abordadas.

“Existem preocupações que consideramos centrais no momento atual, nomeadamente aquilo que são as imposições da União Europeia e que põem em causa a própria soberania nacional”, apontou, referindo-se também aos “cortes nos rendimentos e à situação social que se vive no país”.CDS-PP destaca coerência do discurso do Presidente da República

Este ano, as comemorações oficiais do 10 de Junho iniciaram-se nos Açores e vão prosseguir a partir do final da tarde em Boston e Providence, nos Estados Unidos da América.

CDS destaca coerência do Presidente

Em contrapartida, o deputado do CDS-PP Telmo Correia considerou que o Presidente da República foi “coerente” com o que tem dito, reagindo ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do 10 de Junho, em Ponta Delgada.

“Só temos de sublinhar que o Presidente da República é coerente com aquilo que sempre tem dito e tem defendido. É uma questão que a nós não nos diz diretamente respeito. Nós fazemos o nosso papel enquanto partido da oposição e partido crítico deste modelo de governação”, adiantou, em declarações à Lusa.

Telmo Correia falava, em Ponta Delgada, numa reação ao discurso do chefe de Estado nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em que disse que Portugal preferia a “paciência dos acordos, mesmo se difíceis”, à “volúpia das roturas, mesmo se tentadoras”. Este ano, as comemorações do Dia de Portugal iniciaram-se nos Açores e prosseguem ao final da tarde em Boston e Providence, nos Estados Unidos da América.

Para Telmo Correia, que representou o CDS-PP na cerimónia, foi “muito relevante e muito importante” que as comemorações se tenham realizado nos Açores. “O nosso peso e a nossa importância europeia tem muito a ver com a nossa dimensão atlântica e, portanto, fazer nos Açores, que são grande parte da nossa dimensão atlântica e da nossa projeção atlântica, seguido, ainda por cima, junto da comunidade portuguesa, à semelhança do que foi feito no ano passado no Brasil, parece-nos da maior relevância”, salientou.

O deputado centrista defendeu ainda que Portugal tem de reforçar a sua posição europeia e a sua força nas negociações, dando como exemplo, a distribuição de fundos para o país e a afetação de verbas à Política Agrícola Comum.

(Notícia atualizada às 17h59 com a posição do CDS)

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Mais de 80% dos investidores no imobiliário comercial são estrangeiros. Mas quem são? E como se financiam?

  • Rita Atalaia
  • 10 Junho 2018

Os preços no mercado imobiliário comercial estão a subir. E graças à aposta de fundos estrangeiros. Mas como é que estes investidores se financiam? O Banco de Portugal quer mais transparência.

Não são só os imóveis destinados para a habitação que estão a ficar mais caros. Também os comerciais, como os escritórios e as lojas, têm vindo a valorizar de forma expressiva. Foi depois de 2013 que uma queda acentuada deu lugar a uma recuperação significativa dos preços, mas também dos negócios neste mercado. Quem investe? Fundos, especialmente os internacionais. Mas não se sabe como se financiam, alerta o Banco de Portugal. É uma incógnita que suscita dúvidas quanto à estabilidade destes investimentos.

Há cinco anos que o mercado imobiliário comercial está numa rota de recuperação, com os valores dos negócios realizados nos últimos três a ficar na casa dos milhares de milhões de euros. De acordo com os dados do relatório de estabilidade financeira, no ano passado o valor das transações neste segmento chegou quase aos dois mil milhões de euros.

Durante este período, assistiu-se a um “aumento acentuado da participação de investidores estrangeiros”, nomeadamente fundos de pensões, fundos de investimento e ainda os chamados Real Estate Investment Trust (REITs), explica o Banco de Portugal. No ano passado, “cerca de 80% do investimento no mercado imobiliário comercial foi efetuado por não residentes, maioritariamente fundos”, nota.

São investidores institucionais que estão a apostar no segmento comercial português, mas Carlos Costa reconhece que não sabe a origem do financiamento destes. “Não se dispõe de informação sobre a estrutura de financiamento destes investidores”, nem se “sabe a relevância da alavancagem para estes fundos”, notou o Banco de Portugal na apresentação do relatório. Quanto mais endividado for o investidor, maior a volatilidade da sua aposta.

"Em termos dos investidores presentes no mercado imobiliário comercial, importa distinguir entre investidores de longo prazo, como os fundos de pensões, e investidores mais sensíveis às condições financeiras e económicas globais, como os REITs.”

Banco de Portugal

Enquanto uns são investidores de médio a longo prazo, os outros (os REITs) apostam mais no imediato e são mais vulneráveis a eventos geopolíticos e económicos. “Em termos dos investidores presentes no mercado imobiliário comercial, importa distinguir entre investidores de longo prazo, como os fundos de pensões, e investidores mais sensíveis às condições financeiras e económicas globais, como os REITs”, alerta o regulador.

“De facto, a presença dos primeiros [fundos de pensões, que procuram rentabilizar poupanças para a reforma de muitos investidores] poderá contribuir para mitigar os efeitos sobre o mercado de um potencial comportamento mais volátil dos outros investidores. No entanto, alterações significativas no quadro regulamentar que afetem as expectativas de rendibilidade futura dos investidores deste mercado poderão ter um efeito amplificador sobre os preços, dadas as características do mercado português em termos de dimensão e de liquidez”, explica o Banco de Portugal, receando um eventual impacto no sistema financeiro nacional.

Os fundos de investimento têm o maior peso neste segmento, representando a grande parte dos investimentos dos não residentes. São o produto mais popular, mas começam a sentir a concorrência dos REITs, veículos que se dedicam exclusivamente a ativos imobiliários, acabando por funcionar como sociedades de investimento cotadas em bolsa. Atualmente existem em vários países, incluindo Espanha — as SOCIMI –, e por cá são uma medida reclamada há muito tempo pela indústria imobiliária e financeira.

Portugal à espera do sucesso dos REITs

O Governo prometeu em 2017 a chegada dos REITs a Portugal, mas o processo ficou congelado. Remeteu para depois da conclusão da reforma da supervisão financeira a abertura de portas a estes veículos que poderão, de acordo com o setor, atrair um investimento entre os dez mil e os 15 mil milhões de euros para o país.

"A CMVM considera que que os REIT – Real Estate Investment Trusts, são um instrumento importante de diversificação de fontes de financiamento e de dinamização e competitividade do mercado de capitais.”

Gabriela Figueiredo Dias

Presidente da CMVM

Ficou assim nas mãos da CMVM a disponibilização deste produto financeiro, sendo que o regulador do mercado já veio dizer que está aberto a estes veículos de investimento que têm feito furor em Espanha. Gabriela Figueiredo Dias notou, em declarações recentes ao ECO, que “tem colaborado e continuará a fazê-lo com todos os interessados com esse objetivo”.

“A CMVM considera que que os REIT – Real Estate Investment Trusts, são um instrumento importante de diversificação de fontes de financiamento e de dinamização e competitividade do mercado de capitais, e é favorável à introdução de um quadro regulatório adequado que dê as necessárias garantias para a proteção do mercado e dos investidores”, afirmou a CMVM.

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