BCE estima impacto positivo a curto prazo de reforma fiscal dos EUA
Para a zona euro, estima-se que a reforma "poderá aumentar a procura por bens e serviços", embora o efeito global se preveja bastante pequeno. É que haverá outros efeitos a ter em conta.
O impacto da reforma fiscal nos Estados Unidos da América sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país será positivo no curto prazo, mas os efeitos a longo prazo são “muito mais incertos, segundo o Banco Central Europeu (BCE).
Num artigo incluído no próximo boletim económico do BCE, divulgado pela agência EFE, é estimado que a reforma melhore o PIB real dos Estados Unidos da América entre 0,5% e 1,3% nos próximos três anos.
Contudo, referem os autores do artigo, os efeitos a longo prazo são “muito incertos” porque dependem de como a reforma tributária é financiada e o impacto de um maior défice nos custos da dívida soberana.
É que o aumento do défice fiscal poderá gerar maiores taxas de juros de longo prazo e aumentar o custo do capital, contrariando alguns dos efeitos positivos do lado da oferta.
Já na zona euro, o artigo estima que a reforma “poderá aumentar a procura por bens e serviços”, pelo aumento da procura dos EUA, embora o efeito global se preveja bastante pequeno. A zona euro também será afetada por mudanças na paisagem fiscal internacional, cujas consequências são muito incertas e complexas, devido à atratividade fiscal que os Estados Unidos ganham com esta reforma.
A reforma aumenta o risco de “uma concorrência fiscal em todo o mundo” e pode gerar uma erosão da base tributável nos países da União Europeia (UE), acrescenta o artigo.
A reforma fiscal dos EUA, em vigor desde 1 de janeiro de 2018, contempla uma redução do imposto sobre as empresas de 35% para 21% e uma deduções os impostos dos investimentos feitos. Há também reduções de impostos sobre o rendimento para os contribuintes individuais. A reforma também facilita o repatriamento de lucros conseguidos por empresas no estrangeiro.
A China já anunciou, no final de dezembro passado, um programa de benefícios fiscais em resposta à reforma fiscal norte-americana.
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