Passe único para Lisboa e Porto: 30 euros para deslocações dentro do município e 40 euros entre concelhos

Os passes de Lisboa e do Porto vão custar, no máximo, 40 euros. As crianças até aos 12 anos poderão viajar gratuitamente e as famílias terão uma despesa máxima de 80 euros com passes.

O Orçamento do Estado para 2019 (OE 2019) traz uma novidade nos passes sociais de Lisboa e do Porto. No próximo ano será introduzido um passe único de transporte nas duas áreas metropolitanas, que custará, no máximo, 40 euros mensais e que permitirá que as crianças até aos 12 anos viajem gratuitamente.

O utilizador passa a desembolsar 30 euros mensais para andar de transportes públicos dentro do município e 40 euros para as deslocações entre os concelhos, sendo que todos os operadores de transportes — quer sejam públicos ou privados — vão adotar este passe único.

A redução significa, também, que, a partir do próximo ano, as famílias portuguesas vão passar a gastar, no máximo, 80 euros por mês em passes para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a Área Metropolitana do Porto (AMP). Com esta medida, cada família deverá pagar, no máximo, o correspondente a uma despesa de dois passes, tenha o agregado familiar o número de membros que tiver. Ou seja, um agregado em que quatro pessoas, por exemplo, tenham passe, apenas duas pagarão o título de transporte.

A medida vai abranger 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira. No entanto, a redução vai ser sentida, com maior peso, pelas pessoas que se deslocam de concelhos mais distantes para trabalhar em Lisboa, como é o caso de Setúbal, em que um passe combinado pode ultrapassar os 120 euros.

Já na área metropolitana do Porto (AMP), Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa do Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia são os 17 concelhos contemplados.

A medida para os transportes urbanos já tinha sido anunciada por António Costa, no início do mês, numa entrevista à TVI. Na altura, o primeiro-ministro classificou-a como “uma inovação radical em matéria de transportes”, justificando que o objetivo é atrair mais utentes para os transportes públicos e, consequentemente, reduzir o tráfego automóvel nestes centros urbanos.

“Isso será decisivo para diminuir o grau da nossa economia, mas também em relação ao rendimento disponível das famílias”, disse Costa durante a entrevista.

Vamos agora a contas

O objetivo é aliviar as despesas das famílias com os títulos de transportes públicos. Mas, quanto custará o passe único ao Estado? De acordo com o Orçamento do Estado para o próximo ano, “será lançado o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), que consistirá num apoio de 83 milhões de euros às Autoridades de Transportes das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e Comunidades Intermunicipais”.

Recorde-se que os autarcas das duas áreas metropolitanas em causa pediam uma comparticipação total ao Estado de 90 milhões de euros, 64 milhões em Lisboa e 26 milhões no Porto.

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Imposto sobre o crédito ao consumo agrava-se em 60%

O Governo quer agravar novamente o Imposto do Selo sobre o crédito ao consumo. A proposta de OE 2019 prevê um agravamento de 60% no imposto pela utilização do crédito.

O Governo quer voltar a penalizar o crédito ao consumo. Nesse sentido, prevê um novo aumento do Imposto do Selo que se aplica nos contratos dos empréstimos com esse fim. O agravamento do imposto chega aos 60%.

De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2019, o crédito ao consumo é penalizado por duas vias. À semelhança dos três anteriores orçamentos, o executivo de António Costa pretende manter o agravamento de 50% do Imposto do Selo que está nos 4%.

Mas para além disso, a proposta do Orçamento para o próximo ano pretende aumentar também as taxas de Imposto do Selo pela utilização do crédito. O agravamento é de 60% face aos valores atualmente em vigor. E é o maior aumento desde que aplicou esta taxa sobre este tipo de financiamentos.

Taxa do Imposto do Selo sobre a utilização

Assim, segundo a proposta, os créditos inferiores a um ano passarão a ser alvo de uma taxa de Imposto do Selo de 0,128% face aos atuais 0,08%. Nos empréstimos com prazos iguais ou superiores a um ano, a taxa sobe dos atuais 1% para 1,6%. No crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável (onde se incluem os cartões de crédito) a taxa aumenta de 0,08% para 1,6%.

Este novo agravamento do imposto acontece num período marcado pelo acentuado aumento dos níveis de concessão de crédito ao consumo. Os últimos dados disponíveis indicam que nos primeiros oito meses deste ano, os bancos e as financeiras disponibilizaram perto de cinco mil milhões de euros em empréstimos com esse fim.

Coincide também com os alertas que têm vindo a surgir relativamente aos excessivos níveis de concessão que se tem registado. Ainda recentemente, Mourinho Félix, secretário de Estado das Finanças alertou para a necessidade de as autoridades vigiarem de perto a evolução do crédito no sentido de serem evitados os excessos do passado.

“É fundamental uma vigilância na evolução de crédito à economia. O crédito a particulares, em especial o crédito ao consumo, deve ser ser seguido com muita atenção para evitar que seja concessionado de forma imprudente”, disse este membro do Governo no final de setembro.

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Governo não atualiza escalões de IRS. Contribuintes podem vir a pagar mais imposto

Governo não atualizou os escalões de IRS de acordo com a taxa de inflação. Os contribuintes que tiverem um aumento de rendimentos podem pagar mais impostos por saltarem de escalão.

O Governo decidiu no Orçamento do Estado para 2019 não atualizar os escalões de IRS de acordo com a taxa de inflação. Assim os contribuintes que virem os seus salários serem atualizados no próximo ano e que venham a saltar de escalão, terão um agravamento de impostos.

“O agravamento de impostos poderá ocorrer por os contribuintes saltarem de escalão, por se manter o nível dos escalões de 2018, que não são atualizados à taxa de inflação como tem vindo a ser hábito”, disse ao ECO o fiscalista da EY, João Pancadas.

As empresas que por norma atualizam os salários dos seus funcionários de acordo com a taxa de inflação (1,3% de acordo com a proposta de Orçamento do Estado) aumentam os rendimentos dos seus funcionários e como os vários escalões não mexem, aqueles cujos rendimentos estavam na franja dos escalões podem saltar. Na conferência de imprensa desta terça-feira, na qual a equipa das Finanças explicou o Orçamento, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, desvalorizou este esse feito, preferindo sublinhar que as famílias de rendimentos mais baixos vão ter um alívio de mil milhões de euros, fruto das alterações ao nível do IRS.

Essas alterações decorrem das mudanças introduzidas o ano passado em termos dos escalões que não forem totalmente refletidos nas tabelas de retenção na fonte ao longo de 2018. “Destacam-se o efeito pleno da eliminação da sobretaxa do IRS e da alteração dos escalões do IRS“, lê-se no relatório do Orçamento.

Ou seja, para a generalidade dos portugueses o imposto volta a baixar, em 2019, devido ao desagravamento que ficou estabelecido com o OE2018. De acordo com o Programa de Estabilidade apresentado em abril, as alterações aos escalões do IRS terão um impacto de 155 milhões de euros no próximo ano, um valor confirmado nesta proposta de OE, que se somam aos 230 milhões de euros previstos para 2018.

O Governo está a contar com um aumento da receita em sede de IRS — 12.950 milhões de euros — “o que corresponde a um aumento de 0,9% face à estimativa para 2018“. O Executivo explica esta evolução com a “trajetória de crescimento do emprego e do salário médio verificada nos últimos anos em Portugal, bem como do objetivo de reposição de rendimentos preconizado nos últimos três orçamentos”, isto apesar da “influência negativa na receita do final da sobretaxa e da reestruturação dos escalões”. De acordo com a proposta de Orçamento entregue esta segunda-feira no Parlamento, o fim da sobretaxa representa uma redução de 144 milhões de euros nas receitas para os cofres do Estado.

Por outro lado, haverá ainda um alívio ao nível do IRS para as famílias de rendimentos mais baixos decorrente da atualização do mínimo de existência (valor de rendimento livre de IRS) que, de acordo com a lei, passou a ser atualizado em linha com o novo Indexante de Apoios Sociais. “Na sequência da alteração da fórmula de cálculo do mínimo de existência, consagrada no Orçamento do Estado para 2018, haverá este ano um novo aumento do valor do mínimo de existência, atualizado em função do Indexante dos Apoios Sociais (IAS)”, pode ler-se no documento entregue no Parlamento.

Recorde-se que o primeiro-ministro referiu em entrevista à TVI que o Orçamento elevará a fasquia do “mínimo de existência social”, o que permitirá a mais famílias estarem isentas de IRS em 2019.

(Notícia atualizada terça-feira às 12h25 com as declarações de António Mendonça Mendes)

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Centeno não abre mão das cativações no último OE

Em equipa que ganha não se mexe e em estratégia que resulta também não. O Governo quer baixar o défice para quase zero e, por isso, não levanta o pé do travão das cativações.

O ministro das Finanças não está disposto a abdicar das cativações na despesa prevista para 2019 apesar de este ser o último Orçamento do Estado antes das legislativas. Mário Centeno manteve a norma travão que foi incluída pela primeira vez este ano, o que significa um congelamento do valor das cativações face a 2018, impedindo uma nova descida.

“As cativações iniciais resultantes da presente lei e do decreto-lei de execução orçamental para 2019 são inferiores, no seu conjunto, a 90% do valor global dos correspondentes cativos iniciais aprovados em 2017“, diz uma a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2019 a que o ECO teve acesso.

Ao manter o ano de 2017 como o ano de referência para o teto das cativações, Mário Centeno está a travar uma descida neste valor. Isto porque o ano de 2018 já beneficiou desta regra e, portanto, o limite máximo das cativações já era o equivalente a 90% do valor de 2017.

Segundo números da Direção-Geral do Orçamento, publicados no boletim de execução orçamental, aquele referencial de 2017 ascende a 1.304 milhões de euros. É com este travão que os serviços públicos arrancaram a execução orçamental do presente ano. E é com este mesmo montante de despesa congelada que os serviços deverão iniciar 2019.

Além disso, o ministro mantém a regra que obriga os serviços a concretizar a cobrança de receitas próprias previstas no Orçamento para poderem assumir mais despesa.

Tal como previsto no Orçamento deste ano, o Serviço Nacional de Saúde e a Educação ficam excluídos das cativações.

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Governo pede autorização ao Parlamento para se endividar até 10 mil milhões de euros

No OE para 2019 o Governo compromete-se com um défice quase nulo, mas pede ao Parlamento autorização para se endividar até 10 mil milhões de euros.

O Governo pede ao Parlamento autorização para se endividar até 10 mil milhões de euros apesar de propor uma meta de défice de 0,2% para 2019.

“Para fazer face às necessidades de financiamento decorrentes da execução do Orçamento do Estado, incluindo os serviços e fundos dotados de autonomia administrativa e financeira, o Governo fica autorizado a aumentar o endividamento líquido global direto até ao montante máximo de 10.000.000.000” de euros, diz a proposta de lei do Orçamento do Estado que o ministro das Finanças entregou esta segunda-feira no Parlamento e a que o ECO teve acesso.

Quando este teto é ultrapassado o Governo é obrigado a voltar à Assembleia e apresentar um Orçamento Retificativo. Com um limite nos 10 mil milhões de euros parece ser pouco provável que isso venha a acontecer.

Este valor de necessidades de financiamento serve também de referência para o IGCP ir ao mercado endividar-se em nome da República Portuguesa.

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Dupla penalização das longas carreiras acaba mesmo em 2019

Em 2019 será eliminado o fator de sustentabilidade para os reformados com 63 anos de idade e que aos 60 tinham 40 anos de descontos e depois, em outubro, para os que têm 60 anos e 40 de descontos.

Está confirmado: tanto a segunda como a terceira fases do regime de acesso às pensões das longas carreiras contributivas serão concretizadas em 2019. No Orçamento do Estado para o próximo ano, está prevista, já em janeiro, a eliminação do fator de sustentabilidade para quem se reformar aos 63 anos de idade, mas que aos 60 já tinha 40 de descontos. O mesmo alívio do corte que, atualmente, tira 14,5% às prestações em causa chegará depois, em outubro, para quem se reformar com 60 anos de idade e 40 de descontos.

De acordo com as contas divulgadas pelo Bloco de Esquerda, esta medida terá um custo de 182,6 milhões de euros: 66,6 milhões no que diz respeito às reformas de janeiro e 116 milhões no que diz respeito às mudanças de outubro. Cerca de 44 mil pensionistas serão abrangidos por estas alterações.

Deste modo, estas pensões antecipadas passarão agora apenas a ser sujeitas a um corte de 6% por cada ano que falte para a idade legal, isto porque, no próximo ano, chega ao fim a dupla penalização.

Inicialmente, o líder parlamentar comunista tinha avançado que a segunda fase do regime (reformados com 63 anos ou mais que aos 60 anos tinham 40 anos de descontos) era a única que teria lugar em 2019, atirando a terceira para 2020. O Bloco de Esquerda conseguiu, contudo, convencer o Governo a aplicar ambas as etapas antes do fim da legislatura.

Recorde-se que foi em outubro de 2017 que o Executivo de António Costa colocou, pela primeira vez, em marcha este processo. Na ocasião, o Governo eliminou o fator de sustentabilidade para quem se reformasse com, pelo menos, 60 anos de idade e 48 de descontos e para quem tivesse começado a trabalhar com 14 anos (ou antes) e que reunisse 46 anos de contribuições. Ao todo, seriam cerca de 15 mil os novos pensionistas nestas condições em dois anos, estimava o Governo, apontando para um custo de 49 milhões de euros por cada ano completo.

Na altura, previa-se ainda que a segunda fase (aquela que entra agora em vigor em janeiro do próximo ano) seria implementada em janeiro de 2018 e a terceira em janeiro de 2019. Este plano caiu, no entanto, por terra. Em 2018, o Executivo aprovou uma solução intermédia (aliviou os pensionistas com 46 anos de contribuições que tinham começado a trabalhar aos 16 anos) e adiou a implementação das restantes fases.

O fator de sustentabilidade foi criado pelo ministro Vieira da Silva, no Governo de José Sócrates, tendo começado a ser aplicado em 2008. Nesse ano, o corte era de 4,78%, mas foi crescendo a partir daí: foi em 2014 que se deu o maior salto, de 4,78% em 2013 para 12,34% em 2014.

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“Bombas” das empresas vão passar a ser taxadas a 37,5%

O Governo quer aumentar os impostos sobre os gastos com carros das empresas. Os mais baratos sofrem o maior aumento da tributação autónoma, mas nos mais caros a taxa sobe até 37,5%.

Ter carro da empresa vai sair mais caro… para as empresas. As taxas de tributação autónoma sobre os gastos com viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos das empresas vão subir com o Orçamento do Estado para 2019. Incidirá sobre tanto os carros mais baratos como os mais caros, sendo que no caso das “bombas” a taxa vai chegar aos 37,5%.

O documento entregue na Assembleia da República nesta segunda-feira prevê que para as viaturas com um custo inferior a 25 mil euros, as mais populares entre as pequenas e médias empresas, a taxa passe de 10% para 15%. Ou seja, um aumento na ordem dos 50%.

Já para as viaturas com um custo de aquisição seja igual ou superior a 25 mil euros e inferior a 35 mil euros, não ocorre qualquer alteração. As empresas vão continuar a pagar uma taxa de 27,5%, mas o mesmo não acontece nos automóveis mais caros, as chamadas “bombas”.

No caso dos carros mais valiosos adquiridos pelas empresas, ou seja modelos que para estas têm preços acima de 35 mil euros (são ainda mais caros para os particulares), há um agravamento de menor dimensão. É na ordem de 7%, mas que coloca a respetiva taxa nos 37,5%. Atualmente, este tipo de viaturas é tributado a uma taxa autónoma de 35%.

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Governo empurrou ISP para o OE, mas o adicional mantém-se

Depois de muita contestação, o ISP não vai mexer. O Governo empurrou para o Orçamento do Estado a discussão sobre o adicional que pesa sobre os combustíveis. Mas o adicional mantém-se.

A fiscalidade sobre os combustíveis é elevada, o que explica, em grande medida, os preços altos pagos pelos portugueses por cada litro nos postos de abastecimento. O adicional ao ISP tem sido alvo de críticas. E chegou mesmo ao Parlamento, levando o Governo a empurrar para o Orçamento do Estado a discussão sobre este extra. Na proposta entregue na Assembleia da República, o adicional continua.

O Parlamento chegou a aprovar o fim do adicional ao Imposto Sobre produtos Petrolíferos (ISP), mas na votação na especialidade este extra acabou por ser chumbado. Nessa altura, o Executivo de António Costa lembrou que a eliminação do adicional ao ISP, criado quando os preços do petróleo estavam em mínimos, teria de ter compensação para não afetar as contas públicas. A discussão perdeu fôlego nos meses que se seguiram, apesar de os preços nos postos continuarem a acelerar com o barril nos 80 dólares.

Entregue a proposta de OE na Assembleia da República, o adicional mantém-se. Não desaparece, não sobe, nem desce. “Mantém-se em vigor em 2019 o adicional às taxas do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos, no montante de 0,007 euros por litro para a gasolina e no montante de 0,0035 euros por litro para o gasóleo rodoviário e o gasóleo colorido e marcado”, refere a proposta.

Assim, e apesar de tanta contestação por parte dos partidos da direita, especialmente do CDS, mas também da esquerda, com o PCP e o Bloco de Esquerda, não há alívio à vista para os automobilistas portugueses, que vão continuar a pagar dos combustíveis mais caros entre os países europeus.

Menos biocombustíveis

Ao mesmo tempo que o adicional ao ISP se mantém, o Governo avança com uma medida contrária aquilo que estava previsto no que respeita à incorporação dos biocombustíveis nos produtos comercializados nos postos de abastecimento nacionais. Em vez de continuar a aumentar, vai diminuir.

De acordo com a proposta de OE, o Governo pretende que a meta de incorporação de biocombustíveis seja reduzida para 7% em 2019, isto quando este ano estava em 7,5%. No próximo ano, de acordo com o plano aprovado há quase uma década, a taxa de incorporação deveria ser de 10%.

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Centeno diz que este Orçamento “prossegue o caminho do rigor das contas públicas”

O Orçamento do Estado já cruzou as portas de São Bento e chegou às mãos de Ferro Rodrigues. Documento foi entregue por Mário Centeno e Pedro Nuno Santos.

O Orçamento do Estado para o próximo ano já chegou às mãos do Presidente da Assembleia da República. Foi o ministro das Finanças, Mário Centeno, acompanhado pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, a entregar o documento (que veio numa pen encarnada) que guiará as contas de 2019 no Parlamento, esta segunda-feira.

 

O Orçamento chegou às 23h49, depois do atraso nas negociações com o Bloco de Esquerda e com o PCP. Assim, apesar de já ter cruzado as portas de São Bento esta terça, o plano só será apresentado na quarta-feira, pelas 08h30, no Salão Nobre do Ministério das Finanças.

“Hoje é um dia histórico. Apresentamos o quarto orçamento da legislatura, [que] prossegue o caminho do rigor das contas públicas“, disse Mário Centeno, à saída da curta reunião com Ferro Rodrigues.

O governante lembrou que, no próximo ano, está previsto um défice orçamental de 0,2%, que “permite sustentar a descida da dívida pública”. Além disso, Centeno aproveitou para destacar os investimentos nos transportes, na cultura e na habitação. Quanto à Função Pública, o ministro notou que no Orçamento consta “uma longa lista” de medidas de valorização destes funcionários. Mas não desvendou se haverá aumentos salariais.

Mário Centeno concluiu, afirmando que este Orçamento permite cumprir o “contrato de confiança dos portugueses” e continuar o caminho de convergência com a “área Euro”.

Antes da chegada do ministro das Finanças ao Parlamento, o primeiro-ministro já tinha publicado uma fotografia no Instagram a assinar a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2019, na qual refere que prosseguirá uma estratégia orçamental de continuidade.

“Assinei esta noite a proposta do Orçamento do Estado para 2019. Este será um bom Orçamento para prosseguirmos o caminho seguido até aqui, de mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade”, escreveu António Costa na legenda da fotografia.

Recorde-se que entre as medidas mais emblemáticas do Orçamento em causa, está a redução de 5% da fatura da eletricidade através de uma solução combinada que passa pela redução do IVA da potência contratada, pelo alargamento da Contribuição Extraordinária Sobre o Setor da Energia (CESE) às energias renováveis e pelo abatimento no défice tarifário.

O documento inclui também o aumento extraordinário de dez euros das pensões, já em janeiro — o que difere do que tem sido contemplado nos Orçamentos anteriores da geringonça — e a subida dos salários da Função Pública.

Entre os apoios sociais, destaque para o alargamento dos manuais escolares gratuitos para todo o ensino obrigatório e para a criação do passe único.

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Morreu Paul Allen, cofundador da Microsoft

O cofundador da Microsoft, Paul Allen, morreu esta segunda-feira, vítima de cancro. Tinha lutado contra o mesmo problema há nove anos... e vencido.

Morreu esta segunda-feira o cofundador da Microsoft, Paul Allen. Tinha 65 anos e morreu em Seattle (EUA), vítima de cancro. A notícia foi avançada pela CNBC, que cita fonte da família. A irmã do tecnólogo, Jody Allen, destaca que foi “uma pessoa notável a todos os níveis”.

Allen revelou no início deste mês que estava a ser alvo de tratamento de um linfoma. Não era a primeira vez que lutava contra esta doença. Nove anos antes, fora-lhe diagnosticado o mesmo problema, mas tinha conseguido vencer o cancro. Nessa altura, a doença levou-o a deixar o cargo de presidente executivo da Microsoft, empresa que fundou com Bill Gates em 1975.

Era um dos homens mais ricos do mundo, surgindo em 44.º lugar no top das maiores fortunas pessoais, elaborado pela Forbes.

“Enquanto muitos conheceram Paul Allen como tecnólogo e filantropo, para nós, foi um irmão e tio muito amado, e um amigo excecional. A família e os amigos foram abençoados pela sua inteligência, calor, generosidade e profunda preocupação”, disse a irmã, Jody Allen, num comunicado citado pela CNBC.

Satya Nadella, atual presidente executivo da Microsoft, já reagiu. “Enquanto cofundador da Microsoft, na sua forma discreta e persistente, criou produtos mágicos, experiências e instituições, e, desse modo, mudou o mundo”, afirmou o gestor, num comunicado.

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Subida dos juros penaliza Wall Street. Bolsas recuam

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

A subida repentina das taxas de juro nos EUA, as tensões geopolíticas com a Arábia Saudita e a guerra comercial levaram as bolsas norte-americanas a fecharem a sessão em terreno negativo.

A bolsa nova-iorquina encerrou esta segunda-feira em baixa, após uma sessão hesitante, entre a subida de juros, geopolítica e guerra comercial, com os investidores incapazes de fazerem os índices recuperarem, depois dos fortes abalos que sofreram nas sessões anteriores.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,35%, para os 25.250,55 pontos, com as maiores perdas a serem apresentadas pelo tecnológico Nasdaq, ao desvalorizar 0,88%, para os 7.430,74. No meio, em termos de perdas, o alargado S&P500 recuou 0,59%, para as 2.750,79 unidades.

Fragilizados pela subida repentina das taxas de juro nos Estados Unidos da América (EUA) e apesar de uma nítida recuperação na sexta-feira, os índices de Wall Street registaram na semana passada a sua mais forte queda semanal desde março, com o Dow Jones a largar 4,19% e o Nasdaq 3,74%.

Esta segunda-feira, outros fatores negativos estiveram também a pesar no mercado, como a persistência de tensões comerciais entre Washington e Pequim, ou a subida das tensões geopolíticas entre os EUA e a Arábia Saudita, depois do desaparecimento na Turquia do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

A publicação de um indicador dececionante sobre as vendas no comércio retalhista nos EUA, que subiram menos do que esperado em setembro, também influenciou, considerou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities. Mas, sobretudo, os investidores estão à procura “de ver até onde o mercado pode descer antes de recuperar”, na sua leitura.

Já para Alan Skrainka, da Cornerstone Wealth Managament, a baixa dos índices resultou de “uma correção técnica”. Os investidores estão particularmente sensíveis ao facto de o S&P500 se ter mantido hoje abaixo da média dos últimos 200 dias. Para estes dois analistas, a tendência pode inverter-se muito depressa, à medida que as empresas forem divulgando os seus resultados.

Os investidores em Wall Street continuam, porém, abalados pela recente subida das taxas de juro, que pode perturbar o crédito imobiliário e o consumo, bem como as despesas de investimento das empresas e, por ricochete, reduzir o crescimento mundial. A este respeito, vão escrutinar na quarta-feira a publicação das atas da última reunião da comissão de política monetária do banco central norte-americano, em busca de qualquer sinal sobre as futuras decisões da Reserva Federal.

O mercado obrigacionista apresentava alguma distensão, com a taxa de juro dos títulos do Tesouro a 30 anos a situar-se, às 21h20 de Lisboa, em 3,154%, depois dos 3,161% com que fechou as transações na sexta-feira. Já a taxa destes títulos a 30 anos manteve-se nos 3,335%.

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Norte “não deve ter vergonha” de seguir exemplo do Alto Minho

  • Lusa
  • 15 Outubro 2018

"O Norte tem de perceber que cinco quadros comunitários depois é preciso mudar alguma coisa para deixar de ser, depois de todo este dinheiro, a região mais pobre do país", diz Miguel Alves.

O presidente do Conselho Regional do Norte, Miguel Alves, disse esta segunda-feira que o Norte “não deve ter vergonha de olhar para o Alto Minho como um farol de atuação” na execução dos fundos comunitários na última década.

“O Norte não deve ter vergonha de olhar para o trabalho que o Alto Minho fez nestes últimos dez anos, porque o Alto Minho sinaliza alguns caminhos importantes”, afirmou o socialista Miguel Alves, também presidente da Câmara de Caminha, no distrito de Viana do Castelo.

Miguel Alves que falava em Vila nova de Cerveira, no encerramento do seminário “Alto Minho 2030: Balanço 2014-2020 & Novos Desafios”, para assinalar os dez anos da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, referiu que após cinco quadros comunitários de apoio executados o “Norte continua a ser a região mais pobre do país “.

Há um fosso a superar e um caminho estrutural que é preciso fazer e que tem demorado a ser feito“, defendeu o presidente do Conselho Regional do Norte, órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), acrescentando que, “nessa matéria, o Alto Minho é um farol de referência”.

“O Norte tem de perceber que cinco quadros comunitários depois, o sexto a avançar dentro de dois ou três anos, é preciso mudar alguma coisa para deixar de ser, depois de todo este dinheiro, a região mais pobre do país e uma das mais pobres da Europa”, salientou o presidente do Conselho Regional do Norte, no final de um dia inteiro de debate sobre a estratégia que o Alto Minho pretende implementar até 2030.

Miguel Alves disse que no próximo quadro comunitário de apoio a região Norte “não pode fazer o mesmo com mais força, não pode fazer o mesmo com mais barulho ou mesmo com mais luzes”, considerando que “não se pode limitar a ficar numa postura de reclamar relativamente às injustiças que acontecem”.

“Há dois desafios para corporizar essa mudança, o Plano Nacional de Investimentos, que está a ser fechado e no qual o Norte tem uma palavra a dizer, e o próximo quadro comunitário, que terá menos dinheiro e obrigará mais exigência“, sustentou.

Como “exemplos” da atuação do Alto Minho, Miguel Alves apontou “o modo como tem trabalhado a execução orçamental dos fundos comunitários, cerca de 512 milhões de euros até final de junho de 2018, e a capacidade de congregar municípios e encontrar consensos”.

Apontou ainda “a capacidade de intervenção em temas essenciais, não se deixando ficar nas covas relativamente a nenhum tema, nem no quadro comunitário anterior, nem atual, na reprogramação dos fundos ou no próximo”.

Também presente na sessão de encerramento, o presidente da CIM do Alto Minho, estrutura que agrega os dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, defendeu que no próximo quadro comunitário de apoio os municípios da região terão de aprofundar a cooperação.

José Maria Costa, que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo, adiantou que no próximo quadro comunitário de apoio terá de ser feito “um trabalho mais profundo em áreas como a mobilidade e uma nova abordagem, mais integrada e participada na qualidade de vida das pessoas, ao nível da saúde e dos equipamentos sociais”.

“São os novos desafios que temos pela frente, associados à inovação”, sustentou José Maria Costa, defendendo a necessidade de a região “atrair cada vez mais talentos”.

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