Conselho das Finanças Públicas mantém défice de 0,5% para 2018 apesar de número mau do primeiro semestre

O CFP está mais optimista do que o Governo quanto à meta do défice deste ano e partilha a mesma previsão que o Executivo sobre a dívida pública. Défice do primeiro semestre não assustou técnicos.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) mantém a previsão de défice para este ano em 0,5% do PIB, mesmo depois de terem sido conhecidos os dados referentes ao primeiro semestre que dão conta de um défice de 1,9% do PIB. A instituição liderada por Teodora Cardoso está mais otimista que o Governo que tem como objetivo um défice de 0,7% para este ano.

“Em termos prospetivos para o conjunto do ano, não considerando alterações nos mecanismos de gestão financeira pública, o CFP mantém a estimativa para o défice de 0,5% do PIB avançada em setembro“, diz a instituição no relatório sobre Evolução orçamental até ao final do segundo trimestre de 2018, publicado esta quinta-feira.

A 20 de dezembro, o CFP tinha avançado com a estimativa de défice de 0,5% do PIB para o conjunto do ano. Um dia depois, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou os dados referentes ao primeiro semestre. Até junho, o défice tinha ficado em 1,9% do PIB. Sinalizando que o esforço que o esforço que o Governo tem de fazer implicaria uma redução de 1,2 pontos percentuais no défice.

No entanto, no relatório publicado hoje pelo CFP, a instituição explica que o esforço para atingir a meta fixada pelo Executivo em abril não é tão grande como parece. É que as medidas não recorrentes tiveram um peso significativo no défice registado no primeiro semestre.

“No primeiro semestre de 2018 o défice das Administrações Públicas ascendeu a 1.865 milhões de euros, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) gerado no período. Mais de metade deste valor (938 milhões de euros; ou seja 1% do PIB) resultou do efeito de medidas temporárias e não recorrentes ocorridas sobretudo no segundo trimestre, respeitantes ao impacto integral da operação de recapitalização do Novo Banco, aos pagamentos extraordinários por decisões judiciais referentes ao Município de Lisboa e a parte da despesa extraordinária relativa aos incêndios florestais de 2017.”

O CFP lembra ainda que, “acrescentando aos efeitos destas medidas a despesa com a compensação a subscritores de dívida emitida por entidades do Grupo Espírito Santo comercializada aos balcões do Banco Espírito Santo (“lesados do BES”), calcula-se um impacto líquido negativo no saldo do primeiro semestre de 1.059 milhões de euros (1,1% do PIB).

Além disso, o CFP exclui da comparação homóloga o impacto orçamental da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ocorrida em 2017, “o défice orçamental no primeiro semestre deste ano foi marginalmente inferior ao verificado no mesmo período do ano anterior em termos nominais, resultando numa redução de 0,1 pontos percentuais devida ao crescimento do Produto”.

Assim, a redução a fazer não é de 1,2 pontos. Tendo em conta que os efeitos referidos se irão manter inalterados até ao final do ano, “esta diferença reduz-se para 0,6 p.p. do PIB numa base anual”.

Além disso, o CFP acredita num segundo semestre melhor. “Há diversos fatores que contribuem para a expectativa de um saldo orçamental melhor na segunda metade do ano do que no primeiro semestre, nomeadamente um crescimento mais robusto das contribuições sociais efetivas e uma evolução mais favorável dos impostos diretos face ao previsto pelo Ministério das Finanças, conjugado com um aumento das prestações sociais em dinheiro inferior ao esperado pelo executivo”.

Do lado da dívida, o CFP indica que, para o Ministério das Finanças atingir a nova estimativa para a meta do rácio da dívida pública em 2018 — de 121,2% do PIB, menos um ponto percentual do que a estimativa avançada em abril no âmbito do Programa de Estabilidade –, no segundo semestre tem de se verificar “uma redução do rácio da dívida de 3,7 pontos percentuais do PIB (cerca de 1.850 milhões de euros)”.

A instituição liderada por Teodora Cardoso considera que a sua estimativa para a redução do rácio da dívida pública em 2018 (de 3,4 pontos percentuais do PIB) está em linha com a nova estimativa de redução daquele rácio avançada pelo Ministério das Finanças (3,5 pontos percentuais).

(Notícia atualizada)

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Pacote da habitação em risco. Votação no Parlamento reagendada para terça-feira

As novas votações das propostas sobre a habitação serão feitas na terça-feira de manhã, prolongando-se, caso seja necessário, para quarta-feira.

O Partido Socialista (PS) pediu, na passada noite, o adiamento das votações das propostas sobre habitação, que deveriam iniciar-se esta quinta-feira à tarde. Entre as medidas está, por exemplo, o programa de renda acessível e a criação de novos benefícios fiscais para os senhorios que escolham fazer contratos de arrendamento de longa duração. A notícia foi avançada pelo Diário de Notícias e confirmada pelo ECO.

Helena Roseta, presidente da Assembleia Municipal, deputada independente do PS e coordenadora do Grupo de Trabalho da Habitação, confirmou o adiamento e avançou que as votações — votação indiciária — serão feitas na terça-feira de manhã, 16 de outubro, prolongando-se, caso seja necessário, para quarta-feira, já depois da entrada do Orçamento do Estado no Parlamento.

O deputado do Bloco de Esquerda e presidente da comissão com este dossiê, Pedro Soares, confirmou ao ECO que a ratificação em comissão está prevista para 23 de outubro e a votação final, para 26 do mesmo mês, tudo para evitar uma paralisação do processo na sequência da discussão e votação do Orçamento do Estado para 2019.

O pedido de adiamento pelo Partido Socialista surge “por não haver aprovação”, explica Helena Roseta. O PCP já avisou que não votaria favoravelmente no tema dos benefícios fiscais aos senhorios e o voto do Bloco de Esquerda também não está assegurado.

“Estão pendentes 11 diplomas de trabalho. Hoje vai ser feita uma reunião do Grupo de Trabalho”, esclareceu a deputada, acrescentando que esta questão deve ser tratada com a “urgência” que merece.

Questionada sobre a entrega de novas propostas de alteração ao diploma, Helena Roseta revelou que o PS e o Bloco de Esquerda já apresentaram as suas. A proposta do PS tem a ver com a inclusão de certos critérios de prioridade no Programa de Arrendamento Acessível, “em função do rendimento, idade e condição de saúde, dando prioridade às pessoas com rendimentos mais baixos”, explica.

(Última atualização às 12h15)

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Vai poder provar 700 vinhos do Alentejo em Lisboa a partir de sábado

  • Lusa
  • 11 Outubro 2018

O evento vai contar com 75 produtores e especialistas do setor. Esta é a 10.ª edição de "Vinhos do Alentejo em Lisboa", que tem como objetivo divulgar e promover os vinhos da região.

Cerca de 700 vinhos do Alentejo vão estar em prova, a partir de sábado e até segunda-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, num evento com 75 produtores e especialistas do setor, divulgaram esta quinta-feira os promotores.

Segundo a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), o evento “Vinhos do Alentejo em Lisboa”, que pretende divulgar e promover os vinhos da região, celebra este ano a 10.ª edição com um novo formato, os dois primeiros dias são dedicados a consumidores e a segunda-feira é destinada a profissionais.

Promovida pela CVRA, a iniciativa inclui provas de vinhos comentadas, orientadas por especialistas, conversas sobre o vinho, gastronomia e animação musical, no sábado, com o dj Pedro Simões.

Uma “novidade” desta edição do evento é o registo eletrónico de vinhos provados, através do copo que os visitantes recebem com a aquisição do bilhete de entrada, sendo posteriormente enviada aos visitantes, por e-mail, a informação dos vinhos que provaram.

A CVRA pretende destinar uma percentagem das receitas do valor das entradas a uma causa social, tendo sido criada a campanha “Um copo de Alentejo, Uma Árvore”, em parceria com a associação Plantar Uma Árvore, que se destina a contribuir para “ajudar a reflorestar Portugal”. De acordo com os promotores, a edição de 2017 contou com a presença de cerca de dez mil visitantes.

Também em Lisboa, a CVRA está a promover, até sábado, a segunda edição da “Rota dos Petiscos e Vinhos do Alentejo”.

A iniciativa, que começou no dia 29 de setembro, conta com a adesão de 14 restaurantes de Lisboa que aceitaram apresentar um petisco, acompanhado por um copo de vinho do Alentejo, selecionado por cada um dos restaurantes, pelo valor de 4,5 euros.

Com oito sub-regiões vitivinícolas (Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, Moura, Évora e Granja/Amareleja), o Alentejo, que possui cerca de 22 mil hectares de vinha, exporta os seus vinhos para todo o mundo, sendo o Brasil, Angola, Estados Unidos, Suíça e China alguns dos principais mercados.

Os vinhos do Alentejo englobam um total de mais de 260 produtores.

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BMW vai assumir controlo de filial na China. Paga 3,6 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 11 Outubro 2018

A BMW vai passar a ter 75% da 'joint-venture' que detém com uma firma chinesa. O acordo entra em vigor em 2022, quando são eliminadas as restrições de Pequim aos fabricantes estrangeiros.

A fabricante alemã de automóveis BMW informou esta quinta-feira que vai pagar 3.600 milhões de euros para assumir controlo da sua ‘joint-venture’ na China, após Pequim anunciar que vai eliminar os limites de propriedade no setor automóvel.

A BMW vai passar a ter 75% da filial BMW Brilliance Automotive, que detém em conjunto com firma chinesa Brilliance Auto Group. A BMW detém atualmente 50% da ‘joint-venture’.

A medida “reforça o compromisso da BMW” com a China e permitirá ao fabricante “aumentar os seus lucros” no maior mercado automóvel do mundo e acelerar a deslocação da sua cadeia de produção para o país asiático.

Segundo o comunicado, a BMW espera aumentar a capacidade de produção das suas fábricas em Shenyang, cidade do nordeste da China, onde investirá mais de 2.600 milhões de euros, e “expandirá a produção de modelos adicionais, incluindo veículos movidos a novas energias”.

“Começaremos uma nova era”, afirmou na quarta-feira o presidente executivo da empresa alemã, Harald Krueger, num discurso em Shenyang. “A China está rapidamente a converter-se numa importante base de desenvolvimento e produção, incluindo de veículos movidos a novas energias”, disse.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que teve uma reunião no mesmo dia com Krueger, em Pequim, afirmou que o novo projeto de cooperação entre a BMW e a China indica que as novas medidas de abertura adotadas por Pequim se “estão a traduzir em ações concretas”.

“No futuro, estas medidas serão ainda mais fortes, e a China continuará a ser um destino importante para o investimento estrangeiro a longo prazo”, afirmou Li, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

O acordo entra em vigor em 2022, ano em que Pequim eliminará totalmente as restrições aos fabricantes estrangeiros, que apenas podem deter 50% nos negócios no setor, sendo obrigados a unirem-se a empresas chinesas.

Este ano, a China vai já eliminar o limite de 50% no fabrico de veículos especiais e automóveis elétricos e híbridos, em 2020, alargará aquela medida aos comerciais e, em 2022, aos de passageiros.

Os limites de propriedade no setor automóvel foram estabelecidos nos anos 1980, visando a transferência de ‘know-how’ para as firmas chinesas.

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FC Porto anuncia prejuízos de 28,4 milhões na época em que se sagrou campeão

SAD portista voltou a ter prejuízos na temporada em que se sagrou campeão nacional. Resultado líquido foi negativo em 28,4 milhões de euros na época 2017-2018.

O FC Porto registou prejuízos de 28,44 milhões de euros na temporada passada, quando conquistou o campeonato nacional, aumentando para 63 milhões de euros os prejuízos acumulados em apenas duas épocas. A SAD portista salienta, ainda assim, que houve uma melhoria nas contas da sociedade e que a evolução cumpre o acordo com a UEFA em relação ao equilíbrio das suas finanças.

A SAD do FC Porto obteve “um resultado líquido consolidado negativo em 28,44 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 6,87 milhões face ao exercício homólogo”, informa a sociedade liderada por Pinto da Costa em comunicado enviado esta quinta-feira ao mercado. “Este resultado, apesar de negativo, segue a tendência que a sociedade se comprometeu a seguir e respeita o compromisso assumido com a UEFA para o equilíbrio nas suas contas de exploração”, acrescenta ainda.

A temporada passada devolveu o título de campeão nacional aos portistas, algo que tinha escapado nas quatro épocas anteriores para os rivais do Benfica. Apesar do sucesso dentro de campo, as contas não deixaram de sair do “vermelho”.

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De acordo com a demonstração de resultados, a SAD azul-e-branca mostra uma subida das receitas em quase 7% para 105,8 milhões de euros, isto sem contar com o dinheiro recebido com transferências de jogadores (faturou 50 milhões com vendas de passes de atletas). Mas as despesas da sociedade aumentaram ainda mais, em quase 10% para 133,7 milhões de euros, o que faz com que a sociedade tenha obtido um resultado operacional negativo em 28 milhões de euros.

Do lado das receitas, as provas da UEFA continuam a ser a principal fonte de rendimentos para o FC Porto, atingindo os 30,9 milhões de euros (em linha com a época anterior). Já os direitos televisivos e publicidade renderam 23 milhões cada rubrica.

Já os custos com pessoal representaram 60% das despesas da SAD, com os gastos com salários a totalizarem os 78,8 milhões de euros. Tratou-se de um aumento de 7,6% face à temporada transata, “na sequência do pagamento de prémios atribuídos ao plantel e equipa técnica pela conquista do campeonato“.

Plantel e marca estão subvalorizados

Com estes resultados negativos, a SAD portista agravou a sua situação financeira de forma considerável. O capital próprio, que já estava negativo em 9,1 milhões de euros, agravou-se ainda mais para 38 milhões de euros, colocando a sociedade numa situação de falência técnica.

Ainda assim, os responsáveis azuis-e-brancos sublinham que o capital próprio da SAD se encontra subvalorizado, o plantel e o direito de utilização da marca “FC Porto” estão contabilisticamente registados bem abaixo do seu valor de mercado.

A SAD do FC Porto fechou junho deste ano com um passivo de 464 milhões de euros, aumentando em 76,6 milhões de euros no espaço de um ano. Este crescimento reflete em parte o empréstimo obrigacionista que a sociedade emitiu em junho passado, no valor de 35 milhões de euros.

No comunicado, os portistas frisam, ainda assim, que se registou uma “melhoria significativa na capacidade da SAD fazer face aos compromissos de curto prazo, dado o maior equilíbrio no indicador de liquidez corrente da sociedade”.

(Notícia atualizada às 10h43)

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João Proença integra lista de Ribeiro Mendes às eleições da Associação Mutualista

Antigo líder da UGT candidata-se ao cargo de presidente da Assembleia Geral da Associação Mutualista Montepio pela lista "União e Confiança" encabeçada por Fernando Ribeiro Mendes.

João Proença, antigo secretário-geral da UGT, é o cabeça de lista da candidatura de Fernando Ribeiro Mendes para o cargo de presidente da mesa da Assembleia Geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) nas eleições que vão ter lugar em dezembro.

A candidatura “União e Confiança” anunciou esta quinta-feira mais dois nomes que vão concorrer às próximas eleições na maior mutualista do país: além de João Proença, foi desvendado ainda o nome de João Carvalho das Neves, professor catedrático no ISEG, para ser eleito para cargo de presidente do Conselho Fiscal da instituição.

Ribeiro Mendes, administrador dissidente da atual gestão liderada por Tomás Correia e até ao momento o único candidato à liderança da AMMG, oficializou a sua candidatura na semana passada em Lisboa, tendo anunciado na altura que João Costa Pinto, antigo vice-presidente do Banco de Portugal, também integrava a sua lista para liderar o conselho geral da instituição.

“A experiência, a dedicação e o profissionalismo demonstrados ao longo da sua vida profissional pelos cabeças de lista que agora integram a “União e Confiança” comprovam a abrangência da nossa lista e a convergência de vontades em inverter o estado em que se encontra a AMMG”, referiu Ribeiro Mendes num comunicado distribuído pelas redações.

Ex-secretário da estrutura sindical UGT, João Proença é atualmente presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado. Foi um dos subscritores do designado Manifesto Anti-Tomás Correia.

As eleições para a AMMG, que conta com mais de 620 mil associados, terão lugar no próximo dia 7 de dezembro. As listas derrotadas nas anteriores eleições, que pretendiam avançar com apenas uma solução única alternativa contra Tomás Correia, também deverão apresentar candidatura às eleições, segundo apurou o ECO. Já o atual presidente tem mantido tabu em relação a uma recandidatura.

Os candidatos têm até final do mês para formalizar as suas candidaturas aos órgãos sociais da AMMG.

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Como preparar a reforma além da parte financeira?

Com o aumento médio da esperança média de vida estão os portugueses preparados para uma reforma mais longa? Além da parte financeira há outras dimensões que não devem ser esquecidas.

O aumento da esperança média de vida da população, associada a cada vez menos nascimentos, tem conduzido a uma inversão da pirâmide etária nas sociedades atuais. Temos mais reformados durante um período cada vez mais longo, e que tem levado a que a sustentabilidade da Segurança Social seja um tema na ordem do dia. Ainda assim, o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não tem dúvidas de que este é o melhor sistema.

“O sistema público de repartição é o mais adequado para o financiamento do sistema nacional de pensões. A sua transformação num outro modelo não é exequível ou aconselhável, o que não significa que não devam ir sendo feitos ajustamentos que, aliás, têm sido feitos por exemplo a nível da diversificação das fontes de financiamento”, afirmou José António Vieira da Silva, em declarações ao ECO.

Para o ministro, “há duas dimensões fundamentais que devem ser garantidas: estabilidade do sistema, ou seja, não estar permanentemente a pôr em causa qual é o valor da reforma do ano seguinte, e a segunda é melhorar aquilo que está por trás da Segurança Social, que é a economia”. Assim, Vieira da Silva não tem dúvidas de que “é muito importante que as pessoas possam ter uma participação ativa na melhoria das suas condições de vida, que vá para além de toda a carreira contributiva, reforçando aquela que será a sua proteção na velhice através de outros mecanismos de poupança”. E terá sido por isso que, há dez anos, foram criados os certificados de reforma. Ou seja, um produto que tem como objetivo constituir um complemento de reforma.

Uma nova abordagem

No entanto, olhar para a reforma é mais do que olhar para um complemento financeiro que nos permita garantir os mesmos valores de rendimentos no futuro. Estes anos são cada vez mais encarados por muitas pessoas como uma segunda oportunidade, oferecendo a possibilidade de pôr em prática muitos planos que não conseguiram cumprir durante a sua vida ativa, seja o de criar um novo negócio ou dar uma volta ao mundo.

Para Vieira da Silva, quando pensamos na idade da reforma é necessário ter atenção a três dimensões: “O prolongamento da carreira profissional, a possibilidade de acumular a reforma com uma vida profissional ainda que parcial ou a participação em diversas atividades que têm em Portugal uma elevada dimensão, seja a economia social seja as atividades de voluntariado”, das quais destaca as “Universidades Sénior”. Deste modo, pode dizer-se que é também essencial que cada indivíduo prepare a sua reforma a vários níveis, além do financeiro.

Já para João Duque, economista e professor no ISEG, devem ser preservadas algumas capacidades como o corpo, a mente, as funções sociais, pois “perder o contacto social é muito grave” e, ainda, a capacidade de “manter um nível adequado de atuais conhecimentos na área em que se quer desenvolver uma atividade, que pode ser a cozinha, vinicultura, a arte, a ciência, o que for”, e por fim, “um bom planeamento financeiro apoiado em conselhos de especialistas independentes”.

O professor do ISEG dá como exemplo “os países nórdicos e o Reino Unido” como aqueles que se destacam em matérias de apoio à população na reforma. Já Vieira da Silva alerta para o facto de ser “preciso ter em conta as especificidades sociais, económicas, até histórias, de cada sociedade”, concluiu o ministro.

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Alterações ao arrendamento vão a votos. Saiba tudo o que pode mudar

Em cima da mesa estão 24 iniciativas, que irão trazer várias mudanças ao regime do arrendamento urbano. Incentivos fiscais e alterações aos contratos farão parte das novidades.

Depois de meses de discussão e audição de várias entidades do setor, o Parlamento vai votar na especialidade as alterações ao arrendamento. Em cima da mesa estão 24 iniciativas, entre projetos de lei e projetos de resolução de todos os partidos com assento parlamentar, e ainda com as propostas de lei do Governo. Por cima destas, há ainda várias propostas de alteração a cada um dos projetos.

Há, em resumo, três grandes áreas em debate: fiscalidade, alterações ao regime de arrendamento urbano e introdução de novas políticas públicas. As maiores mudanças deverão chegar na parte fiscal, já que todas as partes querem introduzir benefícios fiscais para incentivar o arrendamento de longa duração e a preços mais baixos do que os praticados no mercado. Mas deverá também haver grandes alterações na relação entre senhorios e inquilinos: os contratos de arrendamento deverão voltar a ter um prazo mínimo e a denúncia de contratos passará a ser mais difícil.

Contratos mais longos e rendas mais baixas dão desconto no IRS

As propostas para a área fiscal serão, porventura, as de mais difícil aprovação, já que todos os partidos apresentaram propostas e cada um defende valores diferentes. Na prática, o que se quer é incentivar os contratos de arrendamento de longa duração. A forma como se pretende lá chegar difere muito:

  • O Governo propõe que os proprietários que celebrem contratos de arrendamento com prazo superior a dez anos e inferior a 20 anos estejam sujeitos a uma taxa de IRS de 14% sobre os rendimentos prediais; já os que celebrem contratos com prazo superior a 20 anos beneficiarão de uma taxa de IRS de 10% sobre os rendimentos obtidos com as rendas. Em qualquer um dos casos, haverá um valor máximo da renda que poderá ser praticada pelo senhorio; contudo, esse limite não é conhecido e, se a proposta for aprovada, será definido em portaria a aprovar posteriormente pelo Governo.
  • Na proposta de alteração que fez ao projeto do Governo, o PS sugere a introdução de um novo escalão, bem como um limite diferente ao valor da renda: uma taxa de 24% para contratos com prazo entre os cinco e os dez anos, cujo valor da renda anual não exceda 4% do valor patrimonial tributário do imóvel. Os socialistas propõem que se mantenham os dois escalões seguintes propostos pelo Governo, com taxas de 14% e 10%; nestes dois casos, o limite às rendas continuaria a ser definido por portaria a aprovar posteriormente.
  • O Bloco de Esquerda também propõe benefícios fiscais, mas com condições mais apertadas. Os bloquistas propõem que os rendimentos relativos a contratos de arrendamento de duração indeterminada sejam tributados com uma taxa de 14,5%, mas apenas quando o valor anual da renda não exceda 4% do valor patrimonial tributário do imóvel. Nos casos em que a renda exceda este valor, mas em que os contratos sejam de duração indeterminada, propõem uma taxa de 23%.
  • O CDS-PP quer mais escalões de tributação. Os contratos com prazo entre um e cinco anos beneficiam de taxa de 23%; 15% para os contratos com prazo entre cinco e oito anos; e 12% para os contratos de duração igual ou superior a oito anos. Os democratas cristãos não impõem, contudo, qualquer limite ao valor das rendas. Assumindo que será aprovada uma proposta do PS para que os contratos de arrendamento tenham um prazo mínimo, esta proposta do CDS implicaria que todos os rendimentos prediais passariam a ser tributados à taxa autónoma de, no máximo, 23%, independentemente da renda praticada.
  • O PSD, por seu lado, defende um faseamento. Propõem que os rendimentos prediais decorrentes de novos contratos de arrendamento com uma duração mínima de dois anos, ou as suas renovações, sejam tributados à taxa de 26% em 2019 e 2020; 24% em 2021 e 2022; 21% em 2023 e 2025; 18% em 2025 e 2026; 14% em 2027 e anos seguintes. Já no caso dos contratos com a duração de, pelo menos, cinco anos, propõem uma taxa de 21% em 2019 e 2020 e de 14% em 2021 e nos anos seguintes. Os sociais democratas têm outras duas propostas de lei na área da fiscalidade: uma para alargar a possibilidade de dedução de encargos com imóveis para jovens até 30 anos; e outra para eliminar o Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI).

A Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais já apresentou os cálculos relativos aos custos que terá cada uma destas propostas. A proposta do Governo terá uma despesa fiscal associada a rondar os 54 milhões de euros, um valor semelhante ao da proposta do Bloco de Esquerda, que deverá resultar numa perda de receita fiscal de 57 milhões de euros. A proposta do CDS-PP, calcula o Governo, implica perdas na ordem dos 364 milhões de euros.

Contratos deverão voltar a ter prazo mínimo

No âmbito das alterações ao regime do arrendamento urbano, as mudanças mais significativas serão as que vêm reforçar os direitos dos inquilinos. O maior leque de alterações consta da proposta de lei apresentada pelo Governo para a introdução de medidas “destinadas a corrigir situações de desequilíbrio na posição dos arrendatários e dos senhorios”. A aprovação não é garantida: foram apresentadas várias propostas de alteração por parte do PS, do PCP e do CDS-PP.

A proposta do Governo é extensa e traz várias alterações ao regime do arrendamento urbano:

  • A proposta prevê que, na falta de um contrato escrito por razão que não seja imputável ao inquilino, considera-se que o contrato está celebrado por duração indeterminada, caso fique demonstrada a utilização da casa e o pagamento mensal da renda por parte do inquilino, pelo período mínimo de um ano.
  • No caso de denúncia de contratos de duração indeterminada por parte do senhorio, esta só será possível em caso de necessidade de habitação pelo próprio, tal como já prevê a atual lei, ou — e esta é a novidade — para demolição ou realização de obras de remodelação ou restauro profundos que obriguem à desocupação da casa e não deem origem a uma casa com características equivalentes às que existiam antes das obras. A denúncia só poderá ser feita com comunicação ao inquilino com uma antecedência de, no mínimo, cinco anos (aumentando o prazo, que atualmente é de dois anos).
  • O senhorio fica ainda impedido de despejar inquilinos que vivam no locado há mais de 25 anos e que tenham 65 ou mais anos ou grau de deficiência igual ou superior a 60%, excetuando os casos em que precise da casa para habitação própria ou vá ser demolida ou alvo de obras profundas.
  • Em todos os casos, seja qual for a situação do inquilino, a suspensão do contrato de arrendamento para realização de obras passa a só ser possível se o custo da obra corresponder a, pelo menos, 25% do valor de mercado da casa, e não a 25% do seu valor patrimonial tributário, como estava definido anteriormente.
  • A proposta define ainda a atribuição de um subsídio de renda aos inquilinos com contratos de arrendamento anteriores a 1990, que se encontrem em processo de atualização de renda. O montante do subsídio é igual à diferença entre o valor da nova renda e o valor da renda que o inquilino consegue pagar, com base no rendimento anual do seu agregado familiar.

Nas propostas de alteração que apresentou ao projeto do Governo, o PS avança com várias alternativas:

  • Os socialistas querem que os contratos de arrendamento voltem a ter um prazo mínimo, de um ano, mantendo o prazo máximo de 30 anos. Ficam excluídos do prazo mínimo os contratos para habitação não permanente ou para fins especiais transitórios, como os contratos para fins turísticos ou por motivos profissionais.
  • Ao mesmo tempo, propõem os contratos de arrendamento para habitação com prazo certo passem a renovar-se automaticamente por períodos de igual duração ao prazo inicial, ou por três anos, caso o prazo inicial seja inferior. Para além disso, nos três primeiros anos após o início do contrato, e independentemente do prazo estipulado, o senhorio não pode opor-se à renovação.
  • O PS quer ainda alargar a proteção de idosos e deficientes, impedindo o despejo destes inquilinos se viverem no locado há mais de 20 anos (quando o Governo propõe que seja há mais de 25 anos).

Também o CDS-PP e o PCP apresentaram propostas de alteração ao projeto do Governo:

  • O CDS-PP propõe que o senhorio possa cessar os contratos de arrendamento caso haja dois meses de atraso no pagamento de rendas (atualmente, este prazo é de três meses). Por outro lado, quer diminuir os prazos impostos para a comunicação, por parte do inquilino, de que não pretende renovar o contrato.
  • Os comunistas pretendem também que, no caso de não existir um contrato por escrito, se considere que o mesmo é de duração indeterminada, mas propõem maior proteção para o inquilino: este terá apenas de provar, através de recibo de renda, que paga rendas há mais de três meses. O PCP propõe ainda que, no silêncio de ambas as partes, os contratos consideram-se celebrados por um prazo de dez anos, renovável automaticamente por igual período. Propõem ainda que a denúncia de um contrato de duração indeterminada, para habitação do senhorio, só seja possível mediante o pagamento do montante equivalente a três anos de renda. Querem ainda extinguir o Balcão Nacional do Arrendamento.

O Bloco não apresentou qualquer proposta de alteração a esta proposta do Governo, já que tem o seu próprio projeto de lei neste âmbito:

  • Os bloquistas propõem que seja recuperada a anterior legislação, que determinava um prazo mínimo de cinco anos para os contratos de arrendamento.
  • No caso das denúncias de contratos de duração indeterminada, essas só poderão ser feitas com um prazo de antecedência de cinco anos, e desde que decorridos, pelo menos, outros cinco anos desde a celebração do contrato.
  • Tal como o PCP, propõem a extinção do Balcão Nacional de Arrendamento.
  • Apresentam ainda uma proposta de lei à parte, para estabelecer a punição contraordenacional por assédio no arrendamento. Propõem impor coimas para esta prática, bem como a proibição de denúncia do contrato por cinco anos aos senhorios que incorram esta prática.

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) também apresentou uma proposta para revogar o atual regime do arrendamento urbano. A proposta deverá, contudo, ser chumbada, tal como já uma proposta com o mesmo objetivo apresentada pelo PCP

Por fim, o PAN apresenta uma proposta para assegurar a igualdade de acesso ao arrendamento por quem possui animais de companhia.

Rendas acessíveis e seguro de renda avançam

No âmbito das políticas públicas, a implementação de um programa de arrendamento acessível será a medida de maior dimensão. A proposta é do Governo:

  • O Executivo propõe que os proprietários que coloquem as casas no programa de arrendamento acessível fiquem isentos da tributação sobre os rendimentos prediais.
  • Para poder entrar neste programa, o senhorio fica sujeito a limites máximos de renda. O valor da renda não poderá ultrapassar 80% do valor de referência do preço de renda dessa habitação, tendo em conta a área, a qualidade do alojamento, a certificação energética, a localização e o valor mediano das rendas por metro quadrado, dado divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Será ainda definido, em portaria a publicar posteriormente pelo Governo, um limite geral de preço de renda por tipologia.
  • O senhorio fica também obrigado a celebrar contratos com o prazo mínimo de três anos, renovável anualmente até aos cinco anos.
  • Já os inquilinos ficam sujeitos a uma taxa de esforço, isto é, só poderão candidatar-se a casas cuja renda não ultrapasse 35% do rendimento médio mensal do agregado habitacional, nem fique 10% abaixo desse rendimento.

O Bloco de Esquerda apresentou algumas propostas de alteração a este programa do Governo:

  • Os bloquistas querem que o limite de uma renda considerada acessível corresponda a 60% (e não a 80%, como propõe o Governo) do valor de referência dessa habitação.
  • Querem ainda que os contratos de arredamento no âmbito desse programa tenham um prazo mínimo de cinco anos, ao fim dos quais o contrato é renovável por prazos mínimos de dois anos.
  • Por fim, propõem que, caso o inquilino não consiga cumprir os critérios da taxa de esforço a que está sujeito, por motivos de insuficiência económica, e se não estiver em nenhum programa de renda apoiada, receba um subsídio para cobrir a diferença entre o valor da renda e o limite que lhe permite cumprir a taxa de esforço.

O Governo está também a preparar a figura dos seguros de rendas. Serão criados três tipos de seguros, segundo a secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho: um que protege os proprietários em casos de incumprimentos; outro para proteger os inquilinos em caso de perda inesperada de rendimentos; e o terceiro para o caso de danos nos imóveis.

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BES mau exige 90 milhões de euros ao Goldman Sachs International

  • ECO
  • 11 Outubro 2018

De acordo com a contestação, o GSI não devolveu os 104 milhões de dólares exigidos porque o pedido não cumpre os requisitos legais, considera a contestação.

A comissão liquidatária do Banco Espírito Santo (BES) pretende que Goldman Sachs International devolva os juros e as comissões pagas na montagem do financiamento ao banco. Em causa estão 100 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 90 milhões de euros, escreve esta quinta-feira o Jornal de Negócios [acesso condicionado].

Os responsáveis por acompanhar os últimos dias do BES consideram que o montante tem de ser distribuído por todos os credores e não ficar apenas na entidade presidida pelo português Durão Barroso. A Goldman já contestou.

Os advogados da Goldman Sachs International (GSI) pediram dados adicionais para estudarem o caso, mas já decidiram, uma vez que a contestação deu entrada no Tribunal do Comércio de Lisboa no início de outubro. O grupo financeiro multinacional não devolveu os 104 milhões de dólares exigidos porque o pedido não cumpre os requisitos legais, considera a contestação.

Foi no dia 4 de julho que os liquidatários do BES (César Brito, Miguel Alçada e Joana Martins) notificaram a GSI com uma declaração: considera extinta a obrigação de pagamento de juros e da comissão ao abrigo do acordo de financiamento celebrado entre o banco internacional e o BES, a 30 de julho de 2014, que foi concretizado através do veículo designado Oak Finance.

Nessa notificação, os liquidatários do BES instam a GSI a devolver cerca de uma centena de milhões de dólares ao BES mau, “correspondente à soma das parcelas” de 50 milhões de dólares (47 milhões de euros), “alegadamente devida a título de juros” pagos à Oak Finance, e de 54 milhões de dólares (44 milhões de euros), “alegadamente devida a título de comissões” pagos à GSI.

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Navigator dispara 8% com redução da taxa Trump. Papeleira contraria maré negra em Lisboa

Papeleira nacional anunciou que os EUA vão aplicar uma taxa 1,75% sobre as vendas naquele mercado, em vez de uma taxa de 37% como chegaram a admitir. Terá um impacto de apenas dois milhões no lucro.

Dia negro na bolsa portuguesa mas não para todas as cotadas nacionais. Que o diga a Navigator, que vê os seus títulos dispararem quase 8% após ter anunciado que, afinal, a taxa anti-dumping que as autoridades americanas vão aplicar (37%) sobre as vendas de papel naquele mercado será apenas de 1,75%.

As ações da papeleira portuguesa somam 7,90% para 4,208 euros. Estão a contrair o sentimento de aversão ao risco que se verifica um pouco por todos os mercados internacionais e ao qual o PSI-20 também não escapa: o índice cede mais de 1% para 4.984,28 pontos com quase todas as cotadas abaixo da linha de água.

Mais de 1,3 milhões de ações da Navigator já tinham trocado de mãos em duas horas de negociação em Lisboa, com o nível de liquidez já acima da média diária dos últimos 12 meses (713 mil títulos por sessão), fornecendo uma ideia do apetite comprador dos investidores por estes títulos.

Este desempenho está também a impulsionar as ações da Semapa, que detém 70% da Navigator e ainda os cimentos Secil: os títulos da holding avançam 3,86% para 16,68 euros.

Papéis da Navigator voam na bolsa

A impulsionar a cotada liderada por Diogo da Silveira está a decisão do Departamento do Comércio americano de aplicar uma taxa de apenas 1,75% sobre as vendas de papel da Navigator no mercado dos EUA, bem abaixo da taxa e 37,35% que as autoridades chegaram a pensar impor. Com isto, melhoram-se as perspetivas para o lucro da empresa portuguesa: em vez de um impacto negativo de 45 milhões, a taxa deverá retirar apenas dois milhões aos resultados líquidos do ano em curso, estima a Navigator.

“São notícias positivas para Navigator”, refere o BPI CaixaBank numa nota de research desta quinta-feira. “Considerando que a tarifa foi revista consideravelmente, tendo um impacto de 0,5% na nossa estimativa para o EBITDA, vemos um potencial de subida de 7% na nossa avaliação para a Navigator. Reforçamos a nossa posição positiva sobre o título”, acrescenta o banco de investimento. O BPI atribui um preço-alvo de 5,20 euros, com recomendação “Compra”.

Em causa estava uma taxa anti-dumping de 37,34% que as autoridades norte-americanas queriam impor de forma retroativa sobre as vendas de papel da Navigator no período entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017, valor este que foi revisto para 1,75%, após a empresa ter “invocado a existência de erros administrativos na decisão” anterior.

Na sessão de quarta-feira, os títulos da Navigator haviam tombado mais de 7%, recuperando dessas perdas no dia de hoje.

(Notícia atualizada às 9h21)

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Governo anuncia 50 milhões de euros para empresários portugueses regressados da Venezuela

  • ECO
  • 11 Outubro 2018

Emprego e crédito a empresários foram as principais medidas levadas pelo secretário de Estado das Comunidades aos portugueses e lusodescendentes na Venezuela.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, deverá anunciar esta quinta-feira uma linha de crédito de 50 milhões de euros para financiar empresários portugueses e lusodescendentes que queiram sair da Venezuela e regressar a Portugal. O anúncio será feito em Caracas, naquele que é último dia da visita oficial de Carneiro, que se iniciou no passado sábado.

De acordo com o jornal Público (acesso livre), a linha de crédito, lançada pelo Ministério da Economia, pode atingir os 75 mil euros por empresário. Terá um juro máximo de 3% e disponibilizará empréstimos a dez anos, aos quais acrescem mais três anos de carência.

O secretário de Estado das Comunidades vai, ainda, anunciar o lançamento de uma plataforma digital do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Lefponline – Regresso da Venezuela, que disponibiliza cerca de 18 mil postos de trabalho em Portugal, destinados aos portugueses e lusodescendentes que queiram regressar ao país.

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“A prioridade é a redução da fatura energética”, defende António Saraiva

  • ECO
  • 11 Outubro 2018

Entre reduzir o IRC ou reduzir a fatura energética, António Saraiva, presidente da CIP, diz que escolheria baixar os encargos das empresas com a energia.

António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), considera o aumento da fatura energética um dos grandes problemas atuais. Por isso, mais importante que reduzir o Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), é reduzir a fatura energética, defende em entrevista ao jornal Público (acesso condicionado).

“As empresas que viram os seus contratos terminar e estão a negociar novos contratos, estão a sofrer aumentos brutais da fatura energética, estamos a falar de 25% a 30% de aumento o que é, para algumas, fatal para a sua sobrevivência.

O Governo tem de olhar para este problema e perceber que é incomportável para o tecido empresarial português. Da mesma maneira que Espanha tomou medidas, Portugal tem que as tomar e, por isso, reunimos de urgência com o secretário de Estado da Energia [Seguro Sanches] e com o conselho de administração da ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] e temos reunião pedida ao ministro das Finanças”, disse.

A resolução desta questão tem de passar, “forçosamente”, pela fiscalidade. António Saraiva considera que, “no quadro de uma regulação europeia que nos obriga a determinadas regras, os governos e os países têm de ser imaginativos”. “Se outros o fazem por que é que Portugal não o faz também? Às vezes somos demasiado bons alunos. Hoje as empresas concorrem por vários aspetos e quando comparamos a fatura energética, comparamos mal. A energia, como costumo dizer, não é cara, nem é barata; é competitiva ou não é competitiva. E para Portugal, neste momento, não é competitiva”, acrescentou.

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