Enfermeiros estiveram em greve mais de 100 dias deste ano

  • ECO
  • 10 Outubro 2018

Guadalupe Simões, do SEP, recorda que os serviços mínimos estão sempre garantidos, de modo a que a greve não coloque em causa o acesso aos cuidados de saúde.

Começa esta quarta-feira mais uma greve de enfermeiros, que deverá durar seis dias e culminar numa manifestação, no dia 19, em frente do Ministério da Saúde. Desde o início deste ano — e sem contar ainda com esta nova paralisação — já são mais de 100 os dias afetados por algum tipo de greve nacional do setor.

De acordo com o jornal Público (acesso pago), são, de facto, vários dias com perturbações, no entanto Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), acredita que “apesar de tudo as pessoas percebem” os motivos que levam estes profissionais a contestar.

Quanto aos serviços mínimos, Guadalupe Simões recorda que estão sempre garantidos para que a greve não coloque em causa o acesso aos cuidados de saúde. “É verdade que há reprogramação de consultas e cirurgias mas isso também acontece noutras circunstâncias”, afirma, atribuindo ao Governo a responsabilidade da realização destas greves.

Em causa está a falta de propostas do Ministério da Saúde para responder às reivindicações relacionadas com a carreira e grelha salarial e o atraso no processo negocial, que se arrasta há mais de um ano. Razões que explicam a nova paralisação nacional.

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BCP volta a admitir possibilidade de OPA

  • ECO
  • 10 Outubro 2018

Avisos deixados pelo banco nos documentos oficiais anteriores estavam relacionados com "planos de capitalização e de reestruturação", terminados no ano passado.

O BCP voltou a assumir-se “opável”. Sem plano de reestruturação, o banco liderado por Miguel Maya volta a admitir a possibilidade de uma oferta pública de aquisição hostil, escreve esta quarta-feira o Jornal de Negócios (acesso condicionado), que teve acesso a uma circular sobre uma oferta de dívida onde se refere esse risco (que, embora usado regularmente em documentos emitidos por empresas cotadas e pelo próprio BCP, não constava dos últimos documentos do género emitidos pelo banco).

“À luz da atual tendência na Europa de consolidação no setor, o banco pode ser alvo de uma oferta de aquisição não solicitada. Se tal aquisição acontecer, poderão ocorrer alterações na atual estratégia, nos principais negócios, nas operações e nos recursos, que poderão ter um efeito substancialmente adverso na atividade, situação financeira e resultados do banco”, diz o BCP num documento oficial, datado de 21 de setembro.

A última vez que o BCP tinha referido tal risco foi em 2017, escreve ainda o jornal, e aí a “possibilidade de uma oferta hostil era pelo facto de a banca continuar ‘vulnerável'”, “em resultado da depressão dos seus indicadores económicos e financeiros” ou, ainda, “num contexto de consolidação do mercado bancário português”.

 

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta quarta-feira é dia de debate quinzenal e de Estado da União. IGCP volta hoje ao mercado e Miguel Barreto vai ser ouvido no Parlamento. Como anda o comércio internacional? INE responde.

A poucos dias da entrega do Orçamento do Estado para 2019, o Governo vai ao Parlamento para mais um debate quinzenal. Em São Bento também estará Miguel Barreto para ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Energia. O INE, por sua vez, divulga os dados relativos ao comércio mundial e o IGCP volta ao mercado. A reunião anual do FMI prossegue na Indonésia.

Em vésperas de OE, é dia de debate quinzenal

A cinco dias da entrega do Orçamento do Estado para o próximo ano, António Costa vai à Assembleia da República para mais um debate quinzenal, que desta vez tem como tema o emprego e a economia. O plenário desta quarta-feira ficará ainda marcado pelo debate sobre o Estado da União. Esta discussão que contará também com a presença do Governo terá como principal foco a construção da União Europeia.

Miguel Barreto ouvido no Parlamento

O antigo diretor-geral da Direção Geral de Energia e Geologia Miguel Barreto vai ser ouvido, esta quarta-feira, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Energia. Recorde-se que, em julho, Barreto foi constituído arguido por indícios de “tráfico de influências e participação económica em negócio”, nas investigações ao processo dos CMEC da EDP.

ICGP realiza leilão de obrigações do Tesouro

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública regressa ao mercado, esta quarta-feira, para uma emissão de obrigações do Tesouro a dez anos, com um montante indicativo entre 750 e 1.000 milhões de euros. Na última emissão comparável (realizada a 12 de setembro), o organismo liderado por Cristina Casalinho colocou 672 milhões de euros com uma taxa de juro de 1,854%. No mercado secundário, os juros a dez anos superaram a fasquia dos 2%.

Como anda o comércio internacional?

O Instituto Nacional de Estatística divulga, esta quarta-feira, os dados de agosto relativos ao comércio internacional. Em julho, as exportações portuguesas de bens ultrapassaram o ritmo de crescimento das importações: cresceram 13% que compara com o crescimento de 11% das importações. Tal acabou por resultar numa redução do défice da balança comercial. Em 2017, as exportações portuguesas aumentaram 10% e as importações subiram 13,1%.

Prosseguem reuniões anuais do FMI

Os Conselhos de Governadores do Grupo do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional voltam a reunir-se esta quarta-feira, na Indonésia. Durante o encontro, serão lançados os capítulos principais do Monitor Fiscal, relativos às contas públicas dos vários países, e o Relatório Global de Estabilidade Financeira. Recorde-se que, no primeiro dia desta reunião anual, o FMI reviu em baixa o crescimento económico mundial, apontando a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China como uma das principais justificações desse cenário.

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FMI mais pessimista que o Governo. Excedente orçamental só em 2022

De acordo com o FMI, Portugal só conseguirá um excedente orçamental em 2022, o que contraria as estimativas do Governo. Quanto à dívida pública, as perspetivas estão alinhadas com as de Mário Centeno.

Ao contrário do que tem sido estimado pelo Executivo de António Costa, Portugal só deverá conseguir um excedente orçamental em 2022, acredita o Fundo Monetário Internacional (FMI). No relatório Fiscal Monitor, o organismo liderado por Christine Lagarde prevê que, em 2021, Portugal conseguirá atingir o equilíbrio das suas contas (0% de défice), atingindo um excedente orçamental de 0,2% do produto interno bruto (PIB) no ano seguinte.

De acordo com o Programa de Estabilidade 2018-2022 apresentado pelo Governo em abril deste ano, Portugal deverá registar um défice de 0,2%, em 2019, passando a um excedente de 0,7% já em 2020, cenário também apoiado pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP). A entidade liderada por Teodora Cardoso estima, no entanto, que, nesse ano, se verificará um excedente orçamental mais modesto que o avançado pelo Governo, isto é, de 0,1%.

Excedente em 2020? FMI está menos otimista que o Governo

Fonte: FMI e MF

Nem todos estão, contudo, tão otimistas quanto o Governo e o CFP. No relatório do FMI sobre a condução da política orçamental, o organismo estima que, no próximo ano, Portugal registará um défice de 0,3%, que deverá ser seguido por um défice de 0,2% em 2020 e por um equilíbrio orçamental em 2021. Só em 2022, perspetiva assim o organismo, conseguirá Portugal atingir um excedente orçamental, que, estima, será de 0,2%.

FMI e Lisboa alinhados quanto à dívida pública

Se o FMI discorda do Governo no que diz respeito à data em que Portugal atingirá um excedente orçamental, no capítulo da dívida pública revela expectativas semelhantes às de Mário Centeno.

Segundo o Fiscal Monitor, em 2019, a dívida pública lusitana deverá recuar para 117,2% do PIB, o que fica em linha com o valor avançado pelo Executivo português.

FMI e Governo estão em linha quanto à redução da dívida pública em 2019

Fonte: FMI e MF

No Programa de Estabilidade, o Governo tinha estimado que a dívida deveria ficar os 118,4% do PIB. Esta terça-feira, esse valor acabou, contudo, por ser revisto para 117% do PIB.

Por outro lado, a diminuição da dívida pública perspetivada pelo FMI, nos anos seguintes, fica abaixo daquela estimada pelo Governo. Em 2020, o Executivo espera registar uma dívida pública equivalente a 114,9% do PIB, em 2021 a 107,3% do PIB e em 2022 a 102,0% do PIB. Já o organismo liderado por Christine Lagarde estima que, em 2020, a dívida pública portuguesa recuará para 115,1% do PIB, em 2021 para 109,6% do PIB e em 2022 para 105,8% do PIB.

Em comparação, no próximo ano, o FMI estima que a dívida pública alemã recue para 56% do PIB, a espanhola para 95,8% do PIB e a grega para 176,9% do PIB.

Receitas e despesas mantêm-se estáveis

De regresso à discórdia, ao contrário do que prevê o Governo português, o FMI acredita que a economia lusa abrandará no próximo ano, crescendo apenas 1,8%, valor que compara com os 2,3% esperados para este ano.

A par desta tendência, o organismo liderado por Lagarde estima que as receitas nacionais se mantenham mais ou menos estáveis (43,3% do PIB em 2019 e 43,2% do PIB em 2020, 2021 e 2022) enquanto que as despesas deverão sofrer um desagravamento contínuo: 43,6% do PIB em 2019, 43,5% do PIB em 2020, 43,3% do PIB em 2021 e 43,0% do PIB em 2022 e 2023.

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FMI pede travão no crédito. Elevado endividamento está a pôr em risco a estabilidade financeira

Christine Lagarde está preocupada com o elevado endividamento. Teme o impacto negativo que pode ter na estabilidade financeira global, pelo que pede mais ação dos reguladores.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com excesso de endividamento, tanto das empresas como das famílias. Teme o impacto negativo que tal pode ter na estabilidade financeira global. São receios que ganham ainda maior relevância num contexto de subida dos juros, alerta a entidade liderada por Christine Lagarde que pede políticas que permitam garantir a resiliência do setor financeiro.

A chamada de atenção surge no Relatório de Estabilidade Financeira Global divulgado pelo FMI nesta quarta-feira, onde o organismo internacional salienta que “os riscos de curto prazo à estabilidade financeira aumentaram de forma modesta, enquanto os riscos de médio prazo se mantêm elevados devido às persistentes vulnerabilidades financeiras associadas aos níveis de dívida altos e às avaliações esticadas dos ativos“.

Um dos riscos para o curto prazo apontados por aquele organismo prende-se com a “normalização das políticas monetárias mais rápida do que o antecipado“. Tal pode “conduzir a um aperto súbito das condições financeiras globais“, alerta.

Face a este cenário, a entidade liderada por Christine Lagarde diz que as “vulnerabilidades financeiras mantêm-se elevadas”, considerando o elevado endividamento como um “desafio-chave”.

“As políticas monetárias não convencionais implementadas desde a crise financeira global visaram aliviar as condições financeiras para suportar a recuperação económica. Perante um ambiente desses, a dívida total do setor não financeiro […] expandiu-se a um ritmo muito mais rápido do que a taxa de crescimento da economia”, explica o FMI, alertando que a “dívida mais alta tornou o setor não financeiro mais sensível a mudanças das taxas de juro“.

“Devedores com rácios de serviço da dívida esticados, provavelmente vão ter maior dificuldade em pagar as suas dívidas caso as taxas de juro subam ou os rendimentos caiam”, contextualiza o fundo com sede em Washington.

Este alerta surge num contexto marcado por sucessivos aumentos dos juros nos Estados Unidos e numa altura em que também se aproxima a altura de o Banco Central Europeu também começar a elevar as taxas de referência para a Zona Euro. Tudo aponta para que tal possam acontecer já no verão do próximo ano.

O FMI mostra um grau de preocupação com algumas economias desenvolvidas, sobretudo aquelas que estiveram mais expostas a subidas dos preços das casas — caso da Austrália, do Canadá e dos países nórdicos –, considerando que a alavancagem das famílias nesses países constitui uma “área chave de preocupação“.

Aceleração dos preços das casas

Portugal, não é um dos países referidos no relatório do FMI. Contudo, há cerca de um mês, o fundo tinha alertado para o elevado nível de endividamento das famílias portuguesas, alertando que num cenário de subida de juros estas estariam “vulneráveis” não só a “choques negativos de rendimentos” como a “picos de juros”.

Combinar políticas para travar riscos

Aos países com graus elevados de alavancagem do setor não financeiro, o FMI aconselha a combater esta realidade. Missão que considera deve ser feita através da combinação de políticas macroeconómicas e prudenciais. “As ferramentas macroprudenciais devem ser implantadas de forma proativa para corresponder aos riscos sistémicos, em conjugação com as políticas macroeconómicas”, diz o FMI. E acrescenta que “atendendo à subida dos níveis de endividamento, do aligeirar dos critérios de concessão e as avaliações esticadas do mercado imobiliário em vários países, é imperativo que os decisores políticos implementem ferramentas de políticas macroprudenciais de maneira oportuna e eficaz”.

"Atendendo à subida dos níveis de endividamento, do aligeirar dos critérios de concessão e as avaliações esticadas do mercado imobiliário em vários países, é imperativo que os decisores políticos implementem ferramentas de políticas macroprudenciais de maneira oportuna e eficaz.”

FMI

Neste âmbito, o FMI apela assim para que haja uma utilização mais ativa de ferramentas abrangentes, incluindo almofadas de capital contracíclicas por parte da banca. “Essas ferramentas podem ajudar a reduzir a exuberância e abrandar o crescimento do crédito no médio prazo e, ao mesmo tempo, aumentar a resiliência da banca em antecipação de um eventual aperto das condições financeiras”.

É também aconselhada a monitorização pelos reguladores do financiamento por parte dos bancos aos setores privados não financeiros “altamente endividados”. O FMI diz assim que a “recalibragem periódica de ferramentas que limitam o acesso das famílias ao crédito ou a exposição dos credores às famílias pode ser necessária para limitar efetivamente o acumular contínuo de endividamento pelas famílias.

"A recalibragem periódica de ferramentas que limitam o acesso das famílias ao crédito ou a exposição dos credores às famílias pode ser necessária para limitar efetivamente o acumular contínuo de endividamento pelas famílias.”

FMI

Em Portugal, já têm vindo a ser tomadas algumas medidas que visam travar a concessão de crédito às famílias que se encontra em máximos de 2010, com vista a evitar situações de sobreendividamento. Ainda no início do ano, o Banco de Portugal anunciou que iria criar um conjunto de três limites que deveriam ser respeitados pelos bancos na hora de dar crédito, revelando especial preocupação com o crédito à habitação.

A recomendação entrou em vigor no início de julho, mas em termos dos montantes dos empréstimos concedidos não é perceptível um eventual impacto. Ainda esta terça-feira, estatísticas divulgadas pelo Banco de Portugal mostram que em agosto o crédito às famílias voltou a acelerar para novos máximos de 2010. Também se têm sucedido as revisões em baixa dos spreads do crédito à habitação.

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PCP quer aumentos para todos os funcionários públicos. Jerónimo de Sousa diz que 50 milhões “é pouco”

O PCP diz que 50 milhões de euros é "pouco" para cobrir os aumentos da Função Pública. Jerónimo de Sousa defende também a subida de dez euros das pensões já em janeiro.

A poucos dias da entrega do Orçamento do Estado para 2019, o secretário-geral do PCP apela a que todos os funcionários públicos sejam abrangidos pelos aumentos salariais, mas avisa que a verba de 50 milhões de euros disponível para tal é “pouca”. Em entrevista à TVI, Jerónimo de Sousa aproveitou ainda para sublinhar que o aumento de dez euros das pensões deverá ser feito já em janeiro.

No próximo ano, deverão ser disponibilizados 50 milhões de euros para aumentar os salários da Função Pública, um montante que o ministro das Finanças e o primeiro-ministro já disseram não haver margem para ultrapassar. Na opinião do PCP, esse valor fica, contudo, aquém do necessário, exigindo-se a “reconsideração da verba” até porque, diz, o Governo já recuou, nos últimos anos, em outras matérias, que também tinha considerado “irredutíveis”.

Quanto à distribuição dessa verba pelos funcionários, o comunista apela a um “aumento geral” sem “discriminação” de todos os funcionários, atirando a discussão dos montantes em causa para as negociações com os sindicatos.

No que diz respeito às pensões, Jerónimo de Sousa faz questão de reforçar que o aumento de dez euros previsto para o próximo ano deverá ser posto em prática já em janeiro. “Cremos que isso é possível”, realça o deputado, explicando que, pelo contrário, a intenção do Governo é “distanciar no tempo” a subida referida.

Apesar de se dizer firme nas suas propostas, o secretário-geral comunista garante que “não há linhas vermelhas” e que o partido não vai para o debate com a “ideia do vai ou racha”.

Energia? Proposta do Governo é “nebulosa”

Sobre a prometida redução da fatura da luz, Jerónimo de Sousa mostra-se contra a proposta anunciada pelo Governo. Ao contrário do que tem sido pedido pela esquerda (isto é, através da diminuição do IVA), o Executivo de António Costa planeia fazer com que a conta da luz diminua através da introdução de uma taxa sobre as energias renováveis.

“A proposta do Governo é nebulosa”, reage o PCP. “Esta solução não vai permitir abaixamento nenhum”, acrescenta Jerónimo de Sousa, insistindo na redução do IVA como forma ideal para concretizar esse fim.

Por fim, em relação à meta de défice de 0,2% para o próximo ano, o secretário-geral comunista notou: “Consideramos que a redução do défice a mata-cavalos não é justificada”. Na opinião do deputado, o Governo submete-se “de forma mole” às exigências de Bruxelas, correndo mesmo o risco de ser “mais papista que o Papa”.

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Anacom quer garantir acesso à rede postal a outros operadores além dos CTT

  • Lusa
  • 9 Outubro 2018

"É necessário que a rede postal possa ter uma oferta que permita existir empresas que queiram desenvolver os seus negócios e poderem ter também ofertas competitivas", diz a Anacom.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) defendeu a existência de acessos à rede postal por outros operadores que não a empresa Correios de Portugal (CTT), considerando que um aumento da concorrência iria melhorar o serviço prestado.

“É necessário que a rede postal, que é gerida pelos CTT, possa ter uma oferta que permita existir empresas que queiram desenvolver os seus negócios no setor postal e poderem ter também ofertas competitivas”, disse em declarações à Lusa o presidente da Anacom, João Cadete de Matos.

Falando à margem de uma sessão comemorativa do Dia Mundial dos Correios, em Lisboa, o responsável acrescentou que este “é um tema que é importante em Portugal”, porque “havendo uma empresa que tem a gestão de toda a rede postal, é importante que as outras empresas que queiram competir possam ter acesso à rede postal”.

“É um assunto que a Anacom tem na sua agenda e sobre o qual terá de tomar decisões para que haja concorrência no setor, porque hoje essa concorrência não existe”, declarou.

A seu ver, tal oferta permitiria “otimizar a rede postal”, evitando a criação de estruturas paralelas.

“O que está em causa é que a empresa CTT detém a rede quer dos centros de distribuição postal quer dos carteiros, que é a rede final de distribuição do correio, e não faz sentido replicar essa rede”, sustentou.

Além disso, iria permitir “ofertas de alternativa”, fazendo com que os clientes beneficiem “da melhor qualidade de serviço”.

Como exemplo, João Cadete de Matos explicou que o processo é semelhante ao que aconteceu na área das telecomunicações.

“Não fez sentido replicar a rede de cobre para que houvesse empresas a competir e, portanto, a regulação teve de determinar que os operadores que queriam desenvolver a operação pudessem aceder à rede da empresa PT, que na altura era a empresa incumbente”, precisou.

Outro dos desafios elencados pelo responsável é o do comércio eletrónico, área que “está em grande expansão e isso é o contrabalanço à redução do tráfego de correio tradicional”. “É preciso que as empresas de correios prestem um serviço de qualidade e também aí há oportunidade de negócio”, realçou.

Questionado sobre a possibilidade de regular a operação de empresas como a Amazon, como aconteceu recentemente em Itália, João Cadete de Matos notou que isso aconteceria se aquela multinacional norte-americana fizesse distribuição no país, que hoje não faz.

Caso isso acontecesse, “com certeza que se lhe aplicará as regras europeias e teria de ser uma empresa considerada no setor postal e regulada” no país, adiantou.

Na sessão, o presidente dos CTT, Francisco de Lacerda, falou também sobre a presença da Amazon no mercado português, considerando que é uma companhia com a qual se “deve trabalhar”, desde logo pelos preços praticados. Porém, “não devemos ficar ‘amazonodependentes’”, realçou.

Já quanto aos novos acessos da rede postal, Francisco de Lacerda salientou que os CTT já têm “concorrentes”, alguns dos quais já estão a “conquistar alguma quota”.

Dados da Anacom revelam que no primeiro semestre deste ano o grupo CTT tinha uma quota de mercado de cerca de 91,2% do tráfego postal total, menos 1,6 pontos percentuais em relação ao período homólogo, e prestava 97,5% do serviço universal postal.

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Joana Marques Vidal defende audição pública da escolha para PGR

  • Lusa
  • 9 Outubro 2018

Audição no Parlamento "poderia dar ao processo de nomeação do PGR uma maior transparência, um conhecimento de qual é a conceção da pessoa indicada" para ocupar o cargo.

A Procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, admitiu que a audição pública no Parlamento da pessoa indicada para PGR poderia dar “uma maior transparência” ao processo de nomeação da figura máxima do Ministério Público.

Joana Marques Vidal, que termina o mandato de seis anos na sexta-feira, sendo substituída no cargo por Lucília Gago, falava sobre “O Futuro da Justiça em Portugal”, em conferência realizada pelo Grémio Literário de Lisboa.

Questionada sobre o sistema de nomeação do PGR consagrado na lei portuguesa, Joana Marques Vidal considerou que o atual modelo – que apelidou de dupla legitimação (Governo propõe e Presidente da República nomeia) – resulta do “equilíbrio” dessas duas legitimidades, o que confere alguma “legitimação à ação do Ministério Público (MP)”.

“Há outros modelos de nomeação do PGR, mas este parece-me equilibrado”, disse Joana Marques Vidal, observando, contudo, que há quem defenda que deveria haver nesse processo de nomeação do PGR “uma intervenção do Parlamento”, que poderia ser no próprio processo de nomeação ou na proposta dos nomes a indicar para o cargo.

Tendo em conta o atual modelo da dupla legitimação, Joana Marques Vidal admitiu que a intervenção do Parlamento se poderia consubstanciar na “audição pública da pessoa indicada”, por forma a saber “o que pensa sobre o cargo” e as atribuições do MP.

“Isto poderia dar ao processo de nomeação do PGR uma maior transparência, um conhecimento de qual é a conceção da pessoa indicada” para ocupar o cargo, comentou Joana Marques Vidal.

A ainda PGR alertou para os “fenómenos da criminalidade altamente organizada, sofisticada, transnacional e global”, que colocam “desafios enormes” a quem tem que enfrentar tais realidades.

Na sua perspetiva, um dos maiores desafios que se coloca nesse domínio é conciliar a reação e o combate a esses fenómenos criminais, incluindo o terrorismo, com o respeito e as garantias dos direitos fundamentais dos cidadãos, numa “contraposição entre a liberdade e a segurança”.

Joana Marques Vidal reconheceu que o combate à criminalidade mais complexa conduz, por vezes, a “soluções jurídicas” e à utilização de meios tecnológicos que são “extremamente invasivos” e que devem suscitar “algum sobressalto” a todos os cidadãos.

A título de exemplo, a PGR notou que, em nome dessa segurança contra os perigos da criminalidade organizada, todos os passageiros são minuciosamente revistados ou até despidos, sendo também instados a responder sobre o que levam na mala de viagem.

Falando do futuro da Justiça em Portugal, Joana Marques Vidal anteviu que os tribunais portugueses irão lidar de forma crescente com questões de natureza ético-deontológica, relacionadas com os avanços tecnológicos e com a criação de vida.

Em sua opinião, assuntos como as “barrigas de aluguer” e as duplas/triplas paternidades, que são hoje temas muito discutidos, são desafios que os tribunais portugueses vão ter de lidar num futuro próximo.

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PCP pede adiamento da audição do deputado do PS nomeado para a ERSE

  • ECO
  • 9 Outubro 2018

CDS pediu a presença do ministro da Economia no Parlamento para explicar a escolha de Carlos Pereira. PCP usa esse pedido como argumento para requerer o adiamento da audição.

Carlos Pereira foi o escolhido do Governo para vogal da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Mas a indigitação do deputado socialista está a causar polémica, tendo merecido críticas do lado do CDS. O PCP, por seu lado, veio pedir o adiamento da audição no Parlamento, prevista para esta quarta-feira.

Pedro Mota Soares pediu a presença do ministro da Economia que tem a tutela da energia no Parlamento para explicar a escolha de Carlos Pereira. Esse pedido está, segundo o Observador, a ser utilizado como argumento no requerimento apresentado pelos comunistas a pedir o adiamento da audição de Carlos Pereira.

Esse requerimento vai ser votado esta quarta-feira, adiantou ao jornal online, o presidente da comissão de Economia e Obras Públicas, Hélder Amaral. E se for aprovado, a audição do nome proposto para a ERSE deverá acontecer só depois da discussão do Orçamento do Estado.

O deputado socialista foi apontado para substituir Alexandre Santos, que já terminou o mandato. A equipa da ERSE é atualmente liderada por Cristina Portugal e te como vogais Mariana Oliveira. Ambas foram nomeadas já pelo Governo de António Costa, para um mandato de seis anos, não renovável.

Carlos Pereira, licenciado em Economia, obteve luz verde da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) — recebeu parecer de “adequado”, de acordo com informação avançada pelo Público.

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Quanto vale a língua portuguesa? 30 mil milhões por ano

  • Lusa
  • 9 Outubro 2018

Augusto Santos Silva diz que a estimativa sobre as atividades económicas cuja matéria-prima é o português levam a uma avaliação de "um número próximo de 17% do PIB".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, destacou hoje que a língua portuguesa representa, como “matéria para a atividade económica”, quase 17% do Produto Interno Bruto de Portugal, o equivalente a 30 mil milhões de euros por ano.

“A língua portuguesa é também de trabalho, é um valor económico de nós todos”, disse o governante, na inauguração da exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), no edifício Central Tejo, com a presença do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira.

Augusto Santos Silva lembrou que um estudo estimou “um conjunto de atividade económicas cuja matéria-prima é o português, que vai desde as artes literárias performativas até à indústria do cinema, da edição didática e pedagógica até ao mundo da televisão ao audiovisual”.

O ministro referiu que “a estimativa de todos estas atividades” em Portugal levam a “um número próximo de 17% do PIB, o que quer dizer que, a preços atuais, a língua, matéria para atividade económica, vale por ano pelo menos 30 mil milhões de euros”.

Porém, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, que aludiu à importância afirmou que a língua portuguesa “é das pessoas, depois da cultura, especificamente da literatura, e só depois é uma língua económica”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros acentuou também que “é uma língua de afirmação internacional e de comunicação internacional e é esta flexibilidade e polivalência que faz a sua força”.

“Se Fernando Pessoa pôde dizer que a língua portuguesa era a sua pátria e se Vergílio Ferreira pôde dizer que da língua portuguesa se via o mar, acho que nós todos — os portugueses, os brasileiros, os angolanos, os guineenses, os são-tomenses, os moçambicanos, os cabo-verdianos e os timorenses — podemos todos dizer que da língua portuguesa, que é a nossa língua comum, se vê hoje o futuro“, disse.

O ministro dos Negócios Externos do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, declarou que a língua portuguesa tem “relevância política e diplomática” na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP.

O membro do Governo de Michel Temer notou a importância do idioma na CPLP para “estreitar os laços de cooperação, de comunicação e buscando a aproximação de posições que os países têm sobre as grandes questões do mundo”.

A exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no Brasil, exibe-se parte do acervo desta mostra apresentada na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que percorreu países de África de língua portuguesa, como Cabo Verde, Angola e Moçambique.

A mostra faz um percurso pela presença da língua portuguesa no mundo, que representa atualmente cerca de 270 milhões de falantes nos cinco continentes, além de abordar o contacto com outros idiomas e a sua participação na formação cultural brasileira.

Esta exposição no MAAT transitará, com caráter permanente, para a Cidade Literária de Óbidos.

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Avaliações da extensão da concessão das barragens são “à prova de bala”

  • Lusa
  • 9 Outubro 2018

Governo fez o que "é feito em todo o mundo, e é entregue a duas entidades que só fazem aquilo – avaliação de ativos energéticos ou outros", diz Cartaxo.

Rui Cartaxo, que foi assessor do ministro da Economia Manuel Pinho, defendeu a opção pelas avaliações do Caixa BI e do Crédit Suisse à extensão da concessão das barragens à EDP, considerando que são “à prova de bala”.

“Queria ter duas opiniões autónomas, pois eu tinha à minha frente valorizações da EDP e da REN que estavam nos antípodas. Admito que se houvesse uma certa proximidade fazia-se um entorse à gramática e esquecia-se as avaliações independentes, mas não era essa a situação”, afirmou Rui Cartaxo, referindo a diferença de valores propostos pelas duas empresas para a extensão do domínio hídrico.

Em audição na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas aos produtores de eletricidade, Rui Cartaxo explicou a opção do executivo, já que “ter duas avaliações independentes [Caixa BI e do Crédit Suisse] é à prova de bala”.

“É o que é feito em todo o mundo, e é entregue a duas entidades que só fazem aquilo – avaliação de ativos energéticos ou outros. A minha tendência era para isso, porque o enquadramento legal apontava para aí”, acrescentou.

Além disso, contrapôs, “a REN não é uma empresa de avaliação financeira”.

Hoje de manhã, na mesma comissão de inquérito, a técnica da REN Maria de Lurdes Baía – que integrou a equipa de trabalho EDP/REN para a cessação dos contratos de aquisição de energia (CAE) – considerou que “na extensão do domínio hídrico houve uma subestimação de valores, no mínimo de 400 milhões de euros“, referindo-se ao prolongamento dos contratos de concessão das barragens à EDP, que custou à elétrica 704 milhões de euros, aquém do proposto pela REN e acima do calculado pela EDP.

Rui Cartaxo, que em 2010 assumiria a presidência executiva da REN, admitiu que “talvez houvesse alternativa [à concessão do domínio hídrico à EDP], mas houve uma opção política, que já vem de 95, foi reiterada em 2003 e 2004 e depois há a posição acordada da REN com a EDP e aí tornou-se explícito, escrito preto no branco, que os CAE só caem se a subconcessão for entregue à EDP”.

“Os CAE continuarem em vigor não era uma opção viável para o Estado, uma vez que incumpria a diretiva europeia. O Estado estava um bocadinho fragilizado”, acrescentou.

Em resposta aos deputados, Rui Cartaxo garantiu que “toda a equipa do ministério [da Economia] teve acesso a estas quatro avaliações e a decisão de qual das avaliações é uma decisão política, do Governo, por iniciativa do ministério. Veio a ser tomada por um despacho conjunto do Ministério da Economia e do Ambiente”.

Questionado sobre a existência de rendas excessivas na eletricidade, Rui Cartaxo defendeu que “o peso na conta da luz dos apoios às renováveis é muito mais relevante e significativo do que as eventuais rendas excessivas associadas aos CAE ou à transição dos CAE para os CMEC”.

“Mas não posso garantir, a pés juntos, que tenham sido financeiramente equivalentes os CAE e os CMEC”, concluiu.

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Revisão em baixa do crescimento global trava Wall Street. Tecnológicas escapam

O FMI reviu em baixa o crescimento da economia global, deixando os investidores receosos. Wall Street fechou, por isso, em terreno negativo. As novas ameaças de Trump à China também pressionaram.

A revisão em baixa do crescimento mundial divulgada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), mas também o agravamento das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, deixaram os investidores receosos. No fecho da primeira sessão da semana — depois do feriado — Wall Street encerrou em terreno negativo. Só as tecnológicas conseguiram escapar às perdas.

Na sessão desta terça-feira, o principal índice norte-americano, o S&P 500, recuou 0,08%. Igual tendência foi registada pelo industrial Dow Jones, que desvalorizou 0,21%. A contrariar, o tecnológico Nasdaq somou 0,30%.

Estes desempenhos ficam a dever-se à revisão em baixa do crescimento económico mundial, adiantada pelo FMI. No relatório divulgado esta terça-feira, o organismo de Christine Lagarde estima que a economia global crescerá 3,7% este ano, o que fica em linha com o valor registado no ano passado, mas abaixo dos 3,9% previstos em julho.

Já no que diz respeito aos Estados Unidos, o FMI estima que a sua economia cresça 2,9% em 2018, isto é, mantém-se a previsão de julho. Ainda assim, o organismo adianta que, em 2019, o crescimento da maior economia mundial deverá cair para 2,5% por causa da guerra comercial com a China.

E por falar em guerra comercial, o Presidente dos EUA voltou a ameaçar impor novas taxas aduaneiras sobre os artigos chineses, num total de 267 mil milhões de dólares (232,3 mil milhões de euros), avança a Reuters.

Em declarações aos jornalistas, Donald Trump garantiu que as potências em causa ainda não estão preparadas para chegar a um acordo e sublinhou que os norte-americanos estão “absolutamente prontos para retaliar” caso Pequim responda às tarifas impostas no mês passado.

Além disso, também a pesar sobre a praça norte-americana esteve o fraco desempenho dos títulos da transportadora aérea American Airlines . As ações da empresa fecharam com uma queda de 6,55% para 33,55 dólares, depois de a transportadora ter salientado que, no terceiro trimestre, os preços dos combustíveis estiveram mais altos do que se esperava.

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