Teixeira Duarte passa de prejuízos a lucros de sete milhões no terceiro trimestre

A melhoria é justificada pelo aumento da atividade em Portugal e pelas vendas de ativos realizadas ao longo deste ano.

A Teixeira Duarte registou lucros de 7,1 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, depois dos prejuízos de 11,1 milhões que tinha registado em igual período do ano passado. A melhoria é justificada pelo aumento da atividade em Portugal e pelas vendas de ativos realizadas ao longo deste ano.

Os resultados foram comunicados, esta sexta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No terceiro trimestre, a construtora alcançou um EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 110 milhões de euros, o que representa uma quebra homóloga de 10%. A empresa conseguiu reduzir os custos para 597 milhões, embora os proveitos também tenham caído, em 8%, para 707 milhões.

O volume de negócios ultrapassou os 635,5 milhões de euros, o que reflete uma diminuição de 14% face a 2017. Em Portugal, a evolução da atividade foi positiva, com o o volume de negócios a aumentar em 45%, para mais de 161 milhões de euros. O país representa agora 25% do volume de negócios total da Teixeira Duarte, contra os 18% que representava no ano passado.

Foram as quebras de atividade em Angola (-27%) — que, ainda assim, continua a ser o principal mercado da construtora –, Brasil (-37%) e Moçambique (-58%) que levaram a que o volume de negócios diminuísse.

Já a dívida líquida recuou em quase 12%, totalizando 753 milhões de euros.

A impulsionar os resultados estiveram as vendas de ativos. As vendas do Lagoas Park, da gestora do Hospital de Cascais e de 7,5% da Lusoponte “fazem com que o grupo Teixeira Duarte tenha até ao terceiro trimestre deste ano contratado um valor global de alienação de ativos de cerca de 450 milhões de euros dos anunciados 500 milhões de euros previstos alienar”, refere a construtora, em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não foi possível chegar a acordo” com os estivadores do Porto de Setúbal

Ao terceiro dia de negociações no Ministério do Mar, a Operestiva, empresa que opera o Porto de Setúbal, anunciou que "não foi possível chegar a um acordo".

Após três dias de negociações no Ministério do Mar, a Operestiva anunciou que “não foi possível chegar a um acordo”. Num comunicado enviado às redações, a empresa disse ainda que esta falha se deveu à “intransigência dos representantes sindicais quanto ao Porto de Leixões e Sines”. Já o Ministério do Mar acusa os representantes do sindicato dos estivadores de utilizarem os trabalhadores “como moeda de troca para uma luta de poder sindical”.

“Mais de um ano depois do início das primeiras negociações com os representantes sindicais do Porto de Setúbal, não foi possível chegar a acordo por razões às quais somos totalmente alheios“, refere o documento enviado pela Operestiva.

Durante este último ano, a empresa sublinha que sempre se disponibilizou para “participar ativamente numa alteração profunda das relações laborais no Porto de Setúbal”, tendo inclusive aberto “vagas para um quadro permanente de colaboradores”. Mas, como referiu, “nestes últimos dias não se discutiram condições remuneratórias — que são bastante acima da média nacional”.

Assim, não tendo sido alcançado um acordo, a Operestiva afirma que “o único obstáculo a essa conclusão foi a intransigência dos representantes sindicais quanto ao Porto de Leixões e de Sines”, circunstancias às quais “a Operestiva e o Porto de Setúbal são totalmente alheios e que prejudicam gravemente todos os trabalhadores do Porto de Setúbal”.

Por sua vez, o Ministério do Mar acusa os representantes do sindicato dos estivadores de utilizarem os trabalhadores “como moeda de troca para uma luta de poder sindical”. Em comunicado, o ministério diz que “a precariedade no Porto de Setúbal podia ter acabado hoje”, realçando que “essa era a vontade explícita deste Governo e de todas as partes sentadas à mesa das negociações”.

Elencando o que foi alcançando “neste três dias” de reuniões entre as partes, o Governo defende que “não havia razão nenhuma para que os trabalhadores não tivessem a sua situação regularizada já hoje e pudessem passar um Natal mais descansado”. “E não foi possível porque os seus representantes em vez de discutirem a situação dos seus trabalhadores de Setúbal preferiram discutir a situação nos portos de Leixões e Sines. Em vez de resolverem o conflito de Setúbal insistem em criar conflitos em portos onde não existem conflitos e onde não têm uma representação significativa”, declarou”.

Para a próxima semana, a Operestiva antecipa uma “quebra de 70% na carga movimentada” e denuncia uma “fuga consistente de clientes para outros portos, nomeadamente espanhóis”. Neste sentido, vai proceder a uma “avaliação da [sua] viabilidade económica”, estando “todos os direitos dos trabalhadores salvaguardados”.

Na sequência da paralisação dos estivadores do Porto de Setúbal desde o dia 5 de novembro, o que afetou o escoamento de automóveis da Autoeuropa, o Ministério do Mar avançou com negociações com as partes envolvidas — o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística e os operadores portuários. Os trabalhadores exigem um contrato coletivo de trabalho. Paralelamente arrancou outra greve dos estivadores afetos ao SEAL, que se vai prolongar até janeiro de 2019, em defesa da liberdade de filiação sindical. Esta última abrange os portos de Lisboa, Setúbal, Sines, Figueira da Foz, Leixões, Caniçal (Madeira), Ponta Delgada e Praia da Vitória (Açores).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco acumula prejuízos de 420 milhões até setembro

O Novo Banco registou prejuízos de 419,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, em linha com os resultados líquidos negativos obtidos no mesmo período do ano passado.

O Novo Banco registou prejuízos de 419,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, em linha com os resultados negativos obtidos no mesmo período do ano passado. Imparidades para ativos problemáticos como o crédito continuam a pressionar as contas do banco liderado por António Ramalho.

O banco diz que excluindo efeitos extraordinários teria registado prejuízos de quase 148 milhões de euros.

Acabaram por agravar assim as contas do banco três fatores: -81,8 milhões de euros do efeito negativo das ofertas de aquisição e de troca de dívida, -31 milhões de euros de anulação de prejuízos fiscais reportáveis e -159 milhões de reavaliação de imóveis (relacionada com a venda da carteira de imóveis).

Em relação à parte operacional da instituição, o Novo Banco viu a margem financeira (diferença entre juros recebidos nos empréstimos e juros pagos nos depósitos) aumentar mais de 5% para 300,7 milhões de euros, enquanto o produto bancário comercial cresceu 3,9% para 537,2 milhões de euros.

No que toca ao crédito a clientes, a instituição que é detida em 75% pelo Lone Star e 25% pelo Fundo de Resolução viu a stock cair em 1,5 mil milhões de euros em termos homólogos. O banco justifica esta queda com a venda de crédito malparado na casa dos 1,1 mil milhões de euros.

Aliás, no capítulo do crédito não produtivo, o Novo Banco diz que o rácio de malparado caiu para 27,7%, menos quatro pontos percentuais face a setembro de 2017. Por sua vez, o rácio de cobertura por imparidade aumentou para 63,5%. Isto acontece numa altura em que se prepara para fechar a venda de duas carteiras destes ativos tóxicos: uma de 1.700 milhões (Projeto Nata) e outra de 400 milhões (Albatros).

O banco diz que as imparidades ascenderam a 456,2 milhões de euros, que comparam com o registo de 563,2 milhões no período homólogo. A imparidade para crédito totalizou 232,6 milhões, enquanto as outras provisões, no valor de 208,4 milhões, incluem o impacto relativo à assinatura do contrato-promessa para a venda de uma carteira de ativos imobiliários (Projeto Viriato).

Quanto aos depósitos, o Novo Banco observa um aumento de 13% para 29,5 mil milhões, dos quais 1,8 mil milhões de euros dizem respeito à operação de troca de obrigações por depósitos que o banco levou a cabo no verão de 2017.

A 30 de setembro, o banco apresentava um rácio de capital CET1 de 13,5% e um rácio de capital total de 15,2%. “O Novo Banco cumpre todos os rácios de capital exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE) no âmbito do Processo de Análise e Avaliação pelo Supervisor (SREP – Supervisory Reviewand Evaluation Process)”, garante António Ramalho.

(Notícia atualizada às 18h29)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas apresentou novo rascunho do orçamento da UE para 2019

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

Neste novo rascunho, os compromissos (valor máximo de pagamentos futuros a que a UE se pode comprometer) ascendem aos 165 mil milhões de euros, enquanto os pagamentos se situam nos 148 mil milhões.

A Comissão Europeia apresentou esta sexta-feira uma nova proposta de orçamento comunitário para 2019, depois de, na semana passada, as negociações entre o Conselho e o Parlamento Europeu (PE) sobre a proposta inicial terem terminado sem acordo.

Neste novo rascunho, os compromissos (valor máximo de pagamentos futuros a que a União Europeia se pode comprometer) ascendem aos 165 mil milhões de euros, enquanto os pagamentos se situam nos 148 mil milhões, uma alteração que, de acordo com o executivo comunitário, reflete “as negociações que decorreram entre o Conselho e o PE durante o período de conciliação”.

“Com esta nova proposta, a Comissão procura uma ponte entre as posições do PE e do Conselho, de modo a que a União Europeia seja capaz de continuar a investir no crescimento interno e no emprego, na investigação e inovação, nos estudantes e nos jovens, as prioridades da Comissão Juncker, também em 2019”, pode ler-se em comunicado do executivo comunitário.

Na nota, o comissário europeu Günther Oettinger, responsável pela pasta do Orçamento, defende que é “do interesse de todos os europeus que as instituições europeias alcancem rapidamente um acordo sobre o orçamento para 2019. Em 19 de novembro de 2018, o Conselho e o Parlamento Europeu (PE) terminaram as negociações sobre o orçamento da União Europeia (UE) para 2019 sem terem chegado a acordo.

Os dois ramos da autoridade orçamental chegaram à conclusão de que não estavam em condições de superar as suas divergências até à meia-noite – o prazo legal fixado nos Tratados. “O Conselho lamenta que não tenha sido possível chegar hoje a acordo sobre o orçamento da UE para 2019”, afirmou na altura Hartwig Löger, ministro federal das Finanças da Áustria e principal negociador do Conselho da UE para o orçamento comunitário para 2019.

“Ao longo do processo de conciliação, o Conselho esforçou-se muito por encontrar uma solução que dotasse a União de meios para enfrentar os desafios que se avizinham. Mas continuo confiante de que chegaremos a acordo sobre o orçamento do próximo ano antes do final deste ano”, disse então. Embora o Conselho tenha apresentado uma proposta que iria além da proposta inicial da Comissão, o Parlamento preferia usar fundos não utilizados de anos anteriores relacionados com projetos de investigação. O Conselho, no entanto, receava que tal criasse um precedente com consequências desconhecidas no futuro.

O Parlamento também defendia uma menor contribuição do orçamento da UE (estavam previstos dois mil milhões de euros) para o financiamento do Mecanismo em Favor dos Refugiados na Turquia. A Comissão, através do seu comissário do Orçamento, apresentou hoje um novo projeto, que será novamente analisado em trílogo na terça-feira. Se, no início do próximo ano, o orçamento da UE ainda não tiver sido definitivamente aprovado, aplica-se o sistema de duodécimos provisórios, o que significa que se poderá gastar por mês um máximo de um duodécimo das dotações inscritas no orçamento do exercício anterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Idade pessoal da reforma pode ficar abaixo dos 65 anos

Vieira da Silva apresentou, esta sexta-feira, aos parceiros sociais as novas regras das pensões antecipadas e anunciou a introdução do conceito de "idade pessoal" de acesso à reforma.

Orçamento do Estado aprovado, Vieira da Silva rumou, esta sexta-feira, à Concertação Social para apresentar aos parceiros as novas regras das pensões antecipadas. Entre essas medidas, está a introdução do conceito de “idade pessoal de acesso à reforma”, que permitirá, em alguns casos, a antecipação para ainda antes dos 65 anos.

“[Introduz-se] o conceito de idade pessoal de acesso à pensão de velhice em função da carreira, a qual resulta em concreto na redução da idade normal de acesso à pensão em vigor, em quatro meses por cada ano de carreira acima dos 40 anos, sem a limitação, até agora imposta na lei, de 65 anos”, explicou o Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Deste modo, uma pessoa com 46 anos de contribuições poderá, por exemplo, reformar-se aos 64 anos e quatro meses. Da mesma forma, uma pessoa com 47 anos de descontos poderá reformar-se aos 64 anos.

À saída da reunião com os parceiros, Vieira da Silva notou que tal medida torna o sistema “mais transparente”, o que o ministro disse considerar “um passo significativo”. O governante admitiu, contudo, que o número de pessoas abrangidas por esta nova regra será “muito menor” face ao regime de flexibilização das muito longas carreiras contributivas, que já está em vigor e abrange o mesmo segmento populacional.

Recorde-se que, desde outubro de 2017, quem se reforma aos 60 anos de idade com, pelo menos, 48 de descontos está isento de todos os cortes implicados nessa antecipação. O mesmo passou a acontecer, em outubro deste ano, a quem aos 60 anos se reforma com 46 anos de descontos.

Travão às reformas antecipadas? Governo reavalia em 2023

Outra das explicações trazidas pelo Governo à Concertação Social foi a de que tanto o atual regime como aquele que entrará em vigor no próximo serão reavaliados “no prazo de cinco anos”. “É um tempo que consideramos necessário. Dá-nos a garantia de estudarmos como é o sistema vai evoluir”, explicou o ministro à saída da reunião, atirando a discussão sobre a norma travão anunciada a 17 de outubro para o futuro.

Dois dias depois da proposta de Orçamento do Estado para 2019 ter cruzado as portas de São Bento, Vieira da Silva colocou em cima da mesa um eventual travão às reformas antecipadas para todos aqueles que não cumpram os critérios do novo regime de flexibilização, ou seja, que aos 60 anos não tenham, pelo menos, 40 de contribuições.

O anúncio caiu como uma bomba junto de ambas as alas parlamentares, valendo ao Executivo de António Costa duras críticas. A esquerda chegou a deixar claro que essa medida não contava com o seu apoio, considerando-a uma “retirada de direitos”.

Em resposta, o ministro do Trabalho esclareceu que esse travão não estava incluído no Orçamento para o próximo ano e atirou essa discussão para “futuras iniciativas legislativas”.

Esta sexta-feira, Vieira da Silva sublinhou que essa tomada de posição não representou “um recuo” em relação ao que tinha sido anunciado a 17 de outubro, já que, assinalou o governante, “sempre foi dito que seria criada uma solução que não seria de rotura imediata”. Por isso, “ficou claro que irá coexistir com este novo sistema o que está hoje em vigor”, garantiu.

De notar que, ao abrigo do novo regime referido, quem se reformar, em janeiro, com 63 anos e que aos 60 já contasse com 40 de descontos não sofrerá o corte de 14,5% por via do fator de sustentabilidade. Em outubro, essa “isenção” alarga-se para quem se reformar aos 60 anos com 40 de contribuições.

Além de incluir os beneficiários da Segurança Social, esse regime deverá ser estendido, até ao final do primeiro semestre do próximo ano, ao “regime convergente” — isto é, aos pensionistas do Estado — avaliando-se ainda a compatibilização “com regimes específicos de acesso às pensões”. A propósito, à saída da reunião com os parceiros sociais, o ministro notou ainda que será avaliada a possibilidade de alargar este novo regime aos desempregados de longa duração.

CGTP insiste nos 40 anos de descontos como referência

À saída da mesma reunião, Arménio Carlos, da Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP), aproveitou para insistir que o que deve “contar” são os anos de contribuições, defendendo, assim, a antecipação da reforma sem cortes aos 40 anos de carreira contributiva (mesmo que tal não aconteça aos 60 anos de idade).

O líder sindical enfatizou, no entanto, que o ministro já deixou claro que tal seria insustentável. “O Governo tem te apresentar dados e contas”, defendeu, nesse mesmo sentido, Carlos Silva, da União Geral de Trabalhadores (UGT). O representante sublinhou ainda que a queda do corte de 14,5% para quem tem 60 anos e 40 de descontos deve acontecer não em outubro, como está planeado, mas em janeiro.

Quanto à reavaliação dos regimes “no prazo de cinco anos” anunciada pelo Governo, Arménio Carlos diz que tal “faz parte da estratégia” do Executivo no sentido de dar “pequeninos passos face às reivindicações”.

Do outro lado da mesa, João Vieira Lopes, da Confederação de Comércio e Serviços (CCP), considerou “positiva” e “ponderada” a proposta trazida pelo Governo à reunião, embora se admita “preocupado” com a sustentabilidade do sistema. Ainda assim, Vieira Lopes deixa um voto de confiança a Vieira da Silva: “Damos o benefício da dúvida ao Governo”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas pede “prudência” à banca na atribuição de crédito à habitação

São vários os alertas da Comissão Europeia nas conclusões da nona avaliação pós-programa a Portugal. Entre eles, Bruxelas pede "prudência" à banca na concessão de crédito, face ao boom do imobiliário.

A expansão do setor imobiliário em Portugal não passa despercebida à Comissão Europeia, que alertou a banca para a importância de manter “critérios prudentes na concessão de crédito”. Este é um dos avisos incluídos no relatório da nona avaliação pós-programa a Portugal, com Bruxelas a apontar também que a “melhoria da eficiência do sistema judicial” seria uma ajuda aos bancos para reduzirem mais rapidamente o crédito malparado.

“Face ao cenário da forte expansão do setor imobiliário e da elevada dívida do setor privado, será importante garantir que os bancos mantêm critérios prudentes na concessão de crédito”, lê-se nas conclusões da nona avaliação, feita numa missão que decorreu em Lisboa esta semana. A Comissão Europeia acrescenta também que “uma redução mais rápida do crédito malparado seria facilitada por mais medidas para melhorar a eficiência do sistema judicial”.

Os bancos portugueses continuaram a limpar os seus balanços, mas ainda existem vulnerabilidades no setor bancário que precisam de ser encaradas.

Comissão Europeia

Em termos económicos, Bruxelas nota que a tendência de expansão da economia continuou em 2018, mas “a um ritmo mais moderado do que em 2017 face ao desaceleramento das exportações e do investimento”. “Projeta-se que o crescimento económico se vá moderando ao longo dos próximos dois anos, refletindo perspetivas mais fracas dos principais parceiros comerciais portugueses, assim como o baixo potencial de crescimento que assenta na rigidez estrutural da economia portuguesa”, indica o documento.

Ainda assim, Bruxelas vê o peso das exportações no PIB a aumentar, mas alerta que o rácio ainda elevado entre o nível da dívida pública e o PIB nacional faz com que “o país fique vulnerável a choques, particularmente num contexto de aumento dos riscos económicos ao nível global”. “Políticas fiscais prudentes são essenciais para reforçar a sustentabilidade das contas públicas”, frisa a nona avaliação.

Espera-se que o peso das exportações no PIB continue a aumentar, embora em menor velocidade, devido à conjuntura externa e ao crescimento moderado do turismo.

Comissão Europeia

Numa lógica de melhoria da competitividade do país, Bruxelas refere que o país necessita de remover “barreiras ao investimento”, “aumentar a produtividade” e de melhorar o ecossistema empresarial. Como? “No mercado laboral, esforços continuados para melhorar a educação e as capacidades, assim como a eficácia e a adequação das políticas laborais, são essenciais para acelerar a produtividade”, garante a Comissão.

Por fim, Bruxelas avisa que “a dívida pública e privada, que está a recuar mas ainda é elevada, pede esforços redobrados para atrair investimento estrangeiro direto através de uma melhoria das condições para as empresas, menor burocracia administrativa e reformas do mercado de produtos e serviços que melhoram a resiliência”. A próxima avaliação pós-programa da Comissão Europeia a Portugal deverá decorrer na primavera de 2019.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h47)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Grupo de lesados do BES acusa tribunais portugueses de só fazerem “o que o BdP manda”

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

"Muitos gastaram cinco, seis, sete mil euros em custas e perderam os processos porque os tribunais portugueses só fazem o que o Banco de Portugal [BdP] manda", disseram os lesados.

Dezena e meia de lesados do antigo Banco Espírito Santo (BES) manifestou-se esta sexta-feira frente ao Palácio da Justiça, no Porto, acusando os tribunais portugueses de não lhes darem razão porque “só fazem o que o Banco de Portugal manda”.

Em declarações à agência Lusa, um dos porta-vozes do grupo de lesados do papel comercial e lesados emigrantes do BES afirmou que “muitos gastaram cinco, seis, sete mil euros em custas [judiciais] e perderam os processos porque os tribunais portugueses só fazem o que o Banco de Portugal [BdP] manda e dizem que [a resolução do BES] foi uma decisão para bem do sistema financeiro”.

“Lamentamos que a justiça portuguesa saiba que fomos roubados, e que foram constituídas provisões para pagar aos clientes de retalho, que depois foram desviadas para pagar aos institucionais, e nada faça”, sustentou António Silva.

Concentrados em frente ao Palácio da Justiça entre as 11h00 e as 16h30, os lesados voltaram a protestar “contra a corrupção e a falta de justiça, de responsabilidade, de ética e de moral pela não devolução das poupanças aos clientes de retalho, como fora assumido pelo Novo Banco”. “Continuamos a denunciar o roubo descarado das nossas poupanças, dentro de um banco centenário e que eram fruto de uma vida de trabalho”, sustentam, salientando que “a corrupção levou também ao roubo das provisões” que, “na vigência do contrato, diziam ser a garantia de devolução” das suas poupanças.

Afirmando que a “burla” de que foram vítimas “há mais de quatro anos tem causado muitos danos irreversíveis a muitas famílias”, António Silva diz que “já morreram mais de 100 lesados” sem nunca chegarem a receber os valores reclamados. “Ouvimos o Governo falar em lutar contra a corrupção. Pois somos grandes vítimas da corrupção, a quem o PS antes de estar no Governo prometeu justiça, mas que até hoje não cumpriu”, acusam.

O grupo de lesados que se manifestou sustenta ter “o direito a exigir do Novo Banco o mesmo tratamento que tiveram os grandes os clientes institucionais”, que dizem ter recebido “o dinheiro da provisão” que lhes estava destinado. Este grupo colocou-se à margem das negociações levadas a cabo pela Associação dos Enganados e Indignados do Papel Comercial (AIEPC) para devolução aos lesados de parte do valor investido, exigindo a devolução da totalidade do dinheiro que perderam em aplicações que lhes garantiram ser “garantidas”.

O BES, tal como era conhecido, acabou em agosto de 2014, deixando milhares de pessoas lesadas devido a investimentos feitos no banco ou em empresas do Grupo Espírito Santo. O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), sem licença bancária.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsa de Lisboa regista melhor semana desde fevereiro

O índice nacional fechou a melhor semana desde fevereiro, mas novembro foi o quarto mês consecutivo de perdas para a bolsa de Lisboa.

A bolsa de Lisboa registou aquela que foi a melhor semana desde fevereiro, ao fechar a última sessão deste mês com uma valorização residual. No entanto, o PSI-20 recua há quatro meses consecutivos.

Num dia morno para a Europa, no qual o Stoxx 600 recuou 0,3%, mas em que as principais bolsas europeias registaram ganhos ligeiros, o PSI-20 fechou com uma subida de 0,18%, para 4.914,14 pontos. Esta foi a melhor semana para o índice nacional desde fevereiro, na qual valorizou 2,37%. Em contrapartida, novembro é já o quarto mês consecutivo de perdas para a bolsa de Lisboa.

A contribuírem positivamente para o desempenho do índice português estiveram as empresas do setor da banca e da energia. Por um lado, o BCP fechou a sessão com ganhos de 0,24%, para 24,81 cêntimos. Por outro, a Galp Energia e a EDP avançaram, respetivamente, 0,52% e 0,55%. O maior contributo foi dado pela EDP Renováveis, que valorizou 0,59%, para 7,70 euros.

Em contrapartida, o índice foi pressionado pela queda das ações da Corticeira Amorim, que perderam 0,95% do seu valor. Os CTT e a Jerónimo Martins, que recuaram 0,17% e 0,47%, respetivamente, também pressionaram o desempenho do PSI-20.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sindicatos da função pública voltam à negociação com o Governo a 7 de dezembro

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) recebeu esta sexta-feira uma convocatória do Ministério das Finanças para uma reunião no dia 7.

As estruturas sindicais da função pública vão voltar às negociações com o Governo no dia 7 de dezembro, após um mês e meio de interregno, na esperança de ainda discutir aumentos salariais, apesar de o Orçamento do Estado estar aprovado.

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, disse à agência Lusa que receberam esta sexta-feira uma convocatória do Ministério das Finanças para uma reunião no dia 7 para discutir questões relacionadas com a formação profissional e políticas de admissão na administração pública, entre outras matérias.

O ministério ficou de enviar no início da próxima semana documentação sobre as matérias a discutir, disse a mesma fonte. “Esperamos que na próxima reunião nos sejam dadas a conhecer as propostas de aumentos salariais e o conjunto de propostas aprovadas, no âmbito do Orçamento do Estado (OE) para 2019, que dizem respeito à administração pública, mas não foram negociadas com os sindicatos”, disse José Abraão. O sindicalista considerou positivo o regresso à negociação, apesar de o OE já estar aprovado.

A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Maria Helena Rodrigues, declarou à Lusa que vai para a reunião de dia 7 de dezembro com alguma expectativa, mas considerou o comportamento do Governo estranho. “Nós esperávamos que tivesse havido em tempo útil um processo negocial das matérias com repercussão orçamental. Agora já não há processo negocial. O comportamento do Governo é muito estranho, mas vamos ver o que dá a reunião”, referiu.

A sindicalista criticou o facto de a maioria das matérias respeitantes aos trabalhadores da administração pública ter sido decidida no parlamento em vez de resultar de uma negociação entre empregador e trabalhadores. “Não é razoável que os trabalhadores da administração não possam negociar com o seu empregador as condições de trabalho e remuneratórias para o próximo ano”, considerou.

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, ficou dececionada com o facto de os aumentos salariais não fazerem parte da ordem de trabalhos da reunião convocada pelo Ministério das Finanças. “É uma vergonha que os aumentos salariais não estejam previstos na agenda para a reunião da próxima semana, mas nós pretendemos discuti-los”, garantiu.

O. A última reunião negocial entre as estruturas sindicais da função pública e o Ministério das Finanças decorreu em 12 de outubro. . As três estruturas sindicais reivindicam aumentos salariais entre os 3% e os 4%.

(Notícia atualizada às 18h19 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ponte 25 de Abril condicionada. Reabertura incerta

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

Duas vias da ponte no sentido Lisboa-Almada estão cortadas devido a um derrame de areia. A saída para a margem sul está “muito condicionada” e não há hora prevista para voltar à normalidade.

Duas vias da ponte 25 de Abril, no sentido Lisboa — Almada, antes da entrada para o tabuleiro, estão suprimidas devido ao derrame de areia por parte de um camião, provocando congestionamento no trânsito, disse à Lusa fonte policial.

De acordo com fonte da Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa, o incidente aconteceu cerca das 12h30 e as autoridades “ainda estão a limpar a areia do local”, não se prevendo hora para reabertura das vias.

Segundo a mesma fonte, a saída de Lisboa para a margem sul está “muito condicionada”, não se prevendo alteração dado tratar-se “de sexta-feira e já se estar perto da hora de ponta”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Soflusa novamente em greve pela progressão de carreira

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

Os trabalhadores da área comercial da Soflusa realizaram esta sexta-feira uma nova greve, que regista uma adesão de 90%. Em causa estão as progressões na carreira.

Os trabalhadores da área comercial da Soflusa, empresa responsável pelas ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa, continuam a lutar pela progressão de carreira e realizaram esta sexta-feira uma nova greve, que regista uma adesão de 90%, informou fonte sindical.

“A greve realiza-se pelos mesmos motivos. Não houve desenvolvimentos desde a última reunião que tivemos com o conselho de administração no dia 21 de novembro. Não chegámos a acordo”, revelou à agência Lusa Carlos Costa, da Fectrans — Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações. Por este motivo, segundo o responsável, o assunto em discussão continua a ser o “regulamento de carreiras” e a “atribuição de um escalão equiparado ao valor que se pretendia para os agentes comerciais”.

A paralisação acontece durante todo o dia de hoje e regista uma “adesão de 90%”, estando a Soflusa a funcionar com os “serviços mínimos”, de acordo com o sindicalista. Na área comercial desta empresa trabalham cerca de 20 a 25 pessoas e a greve motivou o “atraso de algumas partidas e saídas das embarcações”, avançou Carlos Costa.

Desde o final de outubro, quando foram convocados dois dias de greve, que os trabalhadores da área comercial reivindicam a valorização da carreira, a formação em novas aplicações a nível de bilheteira e a contratação de novos trabalhadores.

Segundo Carlos Costa, a “divergência” com um dos sindicatos que não é subscritor do pré-aviso de greve, acabou por dificultar as negociações com a empresa. “A negociação ficou por definir devido à discussão por parte de uma das organizações sindicais, que já não está em desacordo, mas agora a empresa receia que alguma das partes possa arranjar situações que prejudiquem as negociações no futuro”, explicou.

Na próxima segunda-feira, os sindicatos voltam a reunir-se com a administração e Carlos Costa tem a esperança que seja possível chegar a um acordo. “Vamos pensar positivo que, na próxima reunião de discussão do regulamento de carreiras, tudo se poderá resolver”, referiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Anacom nega que redução dos preços da TDT promova a “degradação” do serviço

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

"Não há nenhuma razão para qualquer preocupação quanto ao cumprimento das obrigações” de serviço da TDT, disse a Anacom, depois da acusação da Altice.

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) refutou esta sexta-feira a acusação da Altice de que a redução pelo regulador dos preços na Televisão Digital Terrestre (TDT) promove “a degradação” daquele serviço, garantindo não haver “razão para qualquer preocupação”.

Esta decisão que a Anacom tomou decorreu apenas de aplicar uma determinação prevista na lei, que a obrigava a fazer a verificação se o preço praticado pela empresa que gere a transmissão da TDT, e que é pago pelos operadores de televisão, estava ajustado aos custos de funcionamento”, afirmou João Cadete de Matos numa conferência de imprensa, no Porto.

Segundo explicou, “essa análise foi feita, foi feita uma consulta pública a todos os interessados, e, na sequência dessa consulta, foi tomada a decisão que a Anacom anunciou de redução dos preços, tudo com total transparência e cumprindo integralmente o que está na lei”. Neste contexto, assegurou Cadete de Matos, “não há nenhuma razão para qualquer preocupação quanto ao cumprimento das obrigações” de serviço da TDT.

Pelo contrário, sustentou, “aquilo que está perspetivado é, no final do próximo ano, iniciar um processo de alteração das frequências que são utilizadas para a TDT, que decorrem da preparação para a introdução do 5G em Portugal, e com essa mudança temos a perspetiva de que o novo sistema de frequências nos permita melhorar a qualidade de transmissão do sinal da TDT”.

A Anacom anunciou na terça-feira que aprovou “determinar à Meo a aplicação do preço anual do serviço de transporte e difusão do sinal de TDT de 885,1 mil euros por Mbps [Megabits por segundo], a que corresponde uma redução de 15,16% nos preços anuais por Mbps que a Meo cobra aos operadores de televisão (RTP, SIC e TVI) pela prestação do serviço de TDT”.

Em comunicado, a Altice, que detém a Meo, manifestou “a sua total oposição” à decisão, que considera “injusta, infundada e com impacto negativo para o futuro da TDT em Portugal”, acusando o regulador de “atuar de forma imponderada e promover o declínio e a degradação da TDT”. A empresa diz também que a redução do preço significa que será confrontada com o “agravamento dos prejuízos em que vem incorrendo com a TDT” e que está a analisar todas as formas de reação que tem ao seu dispor e não deixará de agir em defesa dos seus direitos e na prossecução dos seus legítimos interesses.

Altice responde de volta: “Preços praticados estão abaixo dos preços apresentados no concurso”

Após as declarações da Anacom, a Altice voltou a responder, afirmando que “é falsa a declaração feita pelo presidente da Anacom” ao referir que “os preços atualmente em vigor (…) ultrapassam o limite do preço apresentado na proposta que venceu o concurso público”. Em comunicado enviado às redação, a operadora “volta a esclarecer que os preços praticados estão abaixo dos preços apresentados no concurso”.

“Mais, os preços praticados com os operadores de televisão são mesmo bastante inferiores aos preços que a Altice Portugal incluiu na proposta vencedora do concurso público para atribuição da licença para o MUX A, preços estes que foram acordados com os operadores por canal, em função do número de emissores e anexados à proposta que incluiu na proposta vencedora do concurso público em 2008″, continuou.

A Altice diz-se preocupada com o “impacto negativo que esta decisão poderá vir a para o futuro da TDT em Portugal, a sua eventual degradação e continuidade, assim como o impacto para os cidadãos que são utilizadores desta plataforma, cabendo ao Regulador e ao Governo travar este caminho desde já”.

Depois de a Anacom ter anunciado esta sexta-feira um investimento de três milhões de euros na modernização dos seus centros de controlo do espetro do Porto e Lisboa e nas instalações dos Açores e da Madeira, a Altice afirma que reagiu com “estranheza” a esta notícia, que falava ainda num acréscimo de recursos humanos”, uma vez que “o regulador já tem um quadro de pessoal que ultrapassa as quatro centenas de funcionários, com um custo à volta dos 23 milhões de euros, sendo que os seus rendimentos líquidos têm sido alcançados através do aumento continuado das taxas pagas pelos operadores”.

“A persistir nesta atitude, o regulador deverá ainda explicar aos autarcas de todo o nosso território, num futuro próximo, porque é que o operador pode ter de suspender o rumo de investimento que tem vindo a fazer no país e porque razão deixará de fazer reajustes extracontratuais e gratuitos, tantas vezes solicitados pelos presidentes de Câmara, situações a que muito temos acudido de norte a sul do país, aumentando cobertura e por consequência qualidade de serviço”, rematou a Altice.

(Notícia atualizada às 20h47 com reação da Altice)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.