No C3 Aircross pode escolher tudo. Até a potência

Depois do C3, e procurando responder à crescente procura pelo segmento, a Citroen lançou o Aircross. É um modelo mas com “infinitas” personalizações. Até no motor.

No meio do Peugeot 2008, do Opel Crossland X, Hyundai Kauai, Seat Arona ou Nissan Juke, surge o C3 Aircross. É um C3 com esteroides que os clientes podem personalizar de uma ponta à outra – procurando evitar o tradicional “olha, um igual” –, de tal forma que até pode escolher a potência, seja a gasóleo ou gasolina. E a versão a gasolina até pode ser tentadora.

Esteticamente, o C3 Aircross convence. O “look” do C3 está lá, mas é um modelo bem mais musculado. É pequeno, mas tem uma aparência que “impõe respeito”… nos percursos citadinos – a posição de condução um pouco mais elevada é uma mais-valia. A dianteira chama logo à atenção com os grupos óticos bipartidos, o capot elevado, mas também a grelha “todo o terreno” na parte inferior do para-choques.

O aspeto sólido mantém-se nas laterais, com o fundo das portas abaulado a definir a silhueta que vemos na traseira, talvez a parte menos arrojada do C3 Aircross. A altura ao solo pronunciada (à luz da dimensão reduzida do modelo), bem como as proteções nas cavas das rodas e na parte inferior da carroçaria, pintadas de preto mate, são um “must”. Parece mais alto do que realmente é, permitindo entrar e sair do habitáculo sem esforço.

À la carte…

A Citroen garante 85 combinações de cores possíveis com oito cores de carroçaria e três cores de tejadilho à escolha, procurando garantir que cada C3 Aircross é (quase) único. Se isso não bastar, a marca francesa permite ainda que os clientes escolham as janelas laterais junto à secção traseira, a cor das barras de tejadilho, capas dos retrovisores, frisos das luzes e dos centros das rodas.

Cansado de tanta decisão antes de comprar? Ainda não acabou. No interior do C3 Aircross, a fabricante apresenta cinco opções: ambiente de séries, ambiente Metropolitan Grey, ambiente Urban Red, ambiente Hype Mistral e ambiente Hype Colorado, assegurando em todos algum arrojo, conforto e, claro, tecnologia quanto baste. De destacar o ecrã táctil de sete polegadas que permite comandar todas as funções do veículo, os sistemas de ajuda à condução (e são várias), a climatização… e o rádio.

… até debaixo do capot

O C3 Aircross está disponível apenas com dois motores, um a gasóleo e outra a gasolina, mas em cada um existe mais um leque de opções para que seja o carro que efetivamente quer. No caso do diesel, as honras cabem ao BlueHDi de 100 e 120 cv, mas na gasolina há muito mais. O 1.2 PureTech pode vir com 82, 110 ou 130 cv, sendo este último o mais potente da gama. E uma verdadeira surpresa assim que se “roda a chave”.

O “barulhinho” da gasolina está lá (mesmo com os esforços de insonorização). E o turbo também se faz notar, permitindo subir de regime rapidamente quando é, efetivamente, preciso. É despachado quanto baste, surpreendendo algumas vezes, mas não espere um “foguete” – nem é esse o objetivo deste modelo. A ideia de base é conforto, algo para o qual a suspensão em muito contribui.

A animação ao volante nem paga muito na hora de abastecer. A marca aponta para valores de 5,4 litros aos 100 km, mas a realidade é um pouco menos amiga. Ainda assim, consumos em torno do sete litros não assustam, assim como o valor da fatura para comprar este SUV de pequenas dimensões que procura destacar-se num segmento cada vez mais povoado. Os preços começam nos 15 mil euros, mas mesmo com este motor mais potente e muito equipamento, o valor final fica-se pelos 22 a 23 mil euros.

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Cinco coisas que pode fazer com o novo WhatsApp Business

A nova ferramenta do WhatsApp é direcionada para pequenas e médias empresas. Permitirá criar perfis profissionais e estabelecer contactos rápidos com os clientes.

Muito se especulou e, finalmente, aconteceu. O WhatsApp lançou uma nova versão da app para pequenas e médias empresas. Disponível na Play Store, esta nova ferramenta de negócios vai permitir às empresas criar perfis profissionais e responder rapidamente aos seus clientes, através da plataforma de chat.

O WhatsApp Business foi lançado a semana passada e está atualmente disponível na Indonésia, Itália, México, Reino Unido e Estados Unidos. A versão foi desenvolvida a pensar nos utilizadores que preferem não misturar a vida pessoal com a profissional e, por isso, evitam partilhar determinados conteúdos.

Brevemente estarão disponíveis novos recursos pensados diretamente para esse efeito mas, por agora, o ECO mostra-lhe cinco coisas que pode fazer com o novo WhatsApp Business:

  1. Criar um perfil profissional, acompanhado de informações sobre a empresa — atividades comerciais, email, website e localização;
  2. Preparar respostas automáticas para perguntas frequentes, evitando que responda individualmente, e sempre a mesma coisa;
  3. Receber estatísticas de leitura das suas mensagens;
  4. Autenticar o perfil da sua empresa, de forma a ganhar mais credibilidade, tal como acontece no Facebook ou no Twitter;
  5. Bloquear certas contas ou perfis comerciais, bem como denunciá-los por spam.

Atualmente, “no Brasil, 87% das PME’s que usam o WhatsApp acreditam que as ajuda na comunicação com os clientes e 81% das PME’s que usam o WhatsApp acreditam que as ajuda no crescimento dos seus negócios. A nossa expectativa é ajudar essas empresas a melhorar os seus serviços ao cliente e oferecer uma opção aos nossos utilizadores para que saibam que estão a falar com empresas reais e legítimas”, explicou Anne Yeh, gestora de comunicação do WhatsApp, à revista Exame.

Yeh adiantou ainda que o Brasil e a Índia são os mercados mais importantes para a empresa, no entanto, os seus utilizadores ainda não podem transferir o WhatsApp Business. Em breve, vai estar acessível ao resto do mundo, mas ainda não há uma data confirmada pela empresa.

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Reorganização das freguesias? Governo apresenta proposta “este semestre”

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2018

O Governo vai entregar “neste semestre” uma proposta ao parlamento para a reorganização territorial das freguesias.

O ministro da Administração Interna anunciou, em Viseu, que o Governo vai entregar “neste semestre” uma proposta ao parlamento para a reorganização territorial das freguesias, que permita a criação ou modificação destas autarquias locais.

“Aquilo que iremos fazer é uma lei-quadro que colocará cada coisa no seu plano e que dará a voz aos autarcas. É essa proposta que, neste semestre, apresentaremos na Assembleia da República para que se volte nesta matéria à normalidade democrática, isto é regras estáveis que definam como é que organizamos o território”, afirmou Eduardo Cabrita.

O governante, que falava no encerramento do XVI Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), acrescentou que “a questão decisiva não é mais freguesias ou menos freguesias, a questão decisiva é para que é que queremos as freguesias, para que poderes, para que competências, para que relação com as populações”.

“É da resposta a esta questão que decorrerá em cada concelho o modelo mais adequado de organização territorial”, frisou.

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Bancos internacionais equacionam bloquear compra de bitcoin

  • ECO
  • 28 Janeiro 2018

O Nordea proibiu os funcionários de negociarem moedas digitais. Em Portugal, o Santander bloqueou transferências para a Coinbase durante um período. Nos EUA, o Bank of America estuda medida parecida.

Os bancos internacionais estão a considerar um bloqueio à compra de bitcoin através de cartões de crédito. A notícia foi avançada pela Market Watch que ouviu de uma responsável do Bank of America que a instituição estava a mudar a sua política relacionada com as moedas digitais. O mesmo poderá acontecer no Citigroup. Neste momento existe um vazio legal nas criptomoedas enquanto os reguladores nacionais e internacionais discutem o que fazer.

Os alertas chegam de todo o lado. O líder da JP Morgan, por exemplo, classificou a bitcoin de uma “fraude”, mas logo a seguir arrependeu-se. Há dias o Nobel da Economia dizia ao ECO que o mercado que mais lhe parecia com uma bolha especulativa era o da bitcoin “e as irmãs”. São muitas, espalharam-se por um mercado que não para de crescer e que captou a atenção dos investidores particulares.

Mas também dos bancos. Primeiro porque este tipo de moedas digitais — cuja operação é descentralizada e, muitas das vezes, anónima uma vez que não está submetida às regras dos outros produtos financeiros — poderá estar a permitir a lavagem de elevadas quantias assim como o financiamento do terrorismo. O risco de uma bolha e estes problemas legais levam os bancos a refletir sobre se devem travar estas operações.

É isso que está a acontecer internacionalmente. Na Suécia, por exemplo, o banco Nordea decidiu proibir os seus funcionários de transacionarem moedas digitais uma vez que o risco de ilegalidade é demasiado elevado, alegando que neste momento existe pouca proteção nesse mercado. A decisão vai entrar em vigor a 28 de fevereiro e, apesar do banco permitir que quem já tenha bitcoin continue a mantê-la na sua carteira de ativos, o Nordea recomenda a venda.

Mas as restrições podem chegar aos clientes em breve. O Bank of America está a “rever as suas políticas” relacionadas com a bitcoin, ainda que não haja pormenores sobre o que está em cima da mesa. Já o Citigroup diz que “continuará a monitorizar o espaço envolvente” às criptomoedas. Em causa estará um travão à utilização de cartões de crédito para a compra de moedas digitais, alegando com o risco de fraude.

Em Portugal, até ao momento, só é conhecido um caso deste tipo: o Santander decidiu durante um período de tempo bloquear as transferência tendo como destino a Coinbase, a mais famosa das plataformas que negoceiam bitcoin. Pouco depois dessa decisão ser pública por causa das queixas dos clientes, o Totta decidiu voltar atrás e voltar a permitir as transferências para a Coinbase.

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50 Cent vendeu álbuns em bitcoin e agora está milionário

  • ECO
  • 28 Janeiro 2018

Rapper ganhou 700 moedas digitais com as vendas do seu quinto álbum. Com o boom da bitcoin, esses ganhos acabam de ultrapassar os sete milhões de dólares.

Um dos primeiros músicos a acreditar no potencial da bitcoin, o rapper 50 Cent, acaba de descobrir que as criptomoedas , que arrecadou, em 2014, com a venda do seu quinto álbum, valem atualmente uma fortuna. “Nada mau para um miúdo da periferia. Estou tão orgulhoso de mim”, confirmou o artista, na sua conta do Instagram.

Na ocasião do lançamento do “Animal Ambition”, o rapper recebeu 700 moedas digitais. Nos últimos quatro anos, 50 Cent não deu qualquer atenção ao ativo, até ter percebido recentemente o valor desse património.

Segundo o TechCrunch, à data do lançamento, uma bitcoin valia 657 dólares (531 euros), tendo o artista acumulado, nessa altura, 460 mil dólares (372,3 mil euros), com as vendas do seu álbum. Quase quatro anos depois, esse ganhos acabam de atingir os 7,8 milhões de dólares (cerca de 6,3 milhões de euros).

O rapper 50 Cent declarou insolvência, em 2015, e desde então tem estado a reestruturar as suas finanças.

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Afinal, o que muda nos preços da ADSE? Fizemos a radiografia

  • Marta Santos Silva
  • 28 Janeiro 2018

Os hospitais privados rejeitam as novas tabelas da ADSE, a direção do subsistema defende que a alteração é essencial para evitar abusos, os beneficiários ficam no meio. Mas quais são os números?

José Abraão não vê com surpresa a reação dos hospitais privados às novas tabelas propostas para os preços e pagamentos da ADSE às instituições com acordos de convenção. O dirigente do sindicato Fesap, que faz parte do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, diz ao ECO que considera “natural” que tenham surgido “reações com ameaças infundadas e injustificadas e até um apelo (…) no sentido de que médicos acabem com convenções”. No entanto, afirma, “há condições para se poder alterar as tabelas no sentido de melhorar para o lado dos prestadores e dos convencionados”.

Qual é, afinal de contas, o problema das novas tabelas? Desde logo, importa saber o que são. As tabelas de preços e regras da ADSE são distribuídas aos hospitais privados e médicos privados com instruções sobre os copagamentos dos beneficiários e o pagamento da ADSE por cada procedimento. Este ano, a ADSE liderada por Carlos Liberato Baptista propôs um conjunto de novas tabelas que introduzem reduções de preços de muitos atos clínicos e introduzem margens superiores de lucro em outros.

“Este documento da ADSE — de 250 páginas, entregue em papel e sem assinalar as alterações introduzidas — foi apresentado aos hospitais privados como um facto consumado no dia 18 de janeiro e constituiu uma surpresa”, afirmou a Associação Portuguesa da Hospitalização Privada. E continua: “A prestação de cuidados de saúde não pode ser instrumento para cortes cegos e administrativos de preços — neste caso com impacto de cerca de 42 milhões de euros — e, sobretudo, sem qualquer critério clínico subjacente.” Este sábado, a APHP viu validada uma providência cautelar que visa a suspensão de certas regras vigentes na ADSE, embora não diretamente as novas tabelas propostas.

Carlos Liberato Baptista já disse estar aberto para negociar, com cedências de parte a parte. Para José Abraão, é tudo “uma tempestade num copo de água”. Que mudanças foram, afinal, propostas?

? Quais são as mudanças?

O ECO foi comparar as tabelas atualmente em vigor com as propostas pelo Conselho Diretivo, que receberam parecer positivo do Conselho Geral e de Supervisão e que têm data de entrada em vigor estimada em 1 de março. Algumas coisas ficam na mesma, por exemplo os preços das consultas, que continuam ao mesmo custo para o beneficiário — 3,99 euros — após uma proposta inicial em que a direção propunha que os beneficiários passassem a pagar 5,00 euros por consulta, e que acabou por deixar cair.

As principais alterações acontecem para os prestadores de cuidados clínicos, que veem os preços tabelados dos atos e dos consumíveis descer ou sofrerem outras limitações. A tabela abaixo mostra algumas dessas alterações.

Fonte: Tabelas de preços e regras da ADSE, 2017, e proposta de Tabelas de preços e regras da ADSE para 2018.Infografia: Ana Raquel Moreira

O Conselho Geral de Supervisão da ADSE, no parecer que entregou ao Conselho Diretivo sobre a proposta de mudança de preços, louvou a descida de certos custos e a implementação de limites para outros, de forma a combater os “lucros excessivos dos grandes grupos privados da saúde”, nas palavras do economista Eugénio Rosa. O que muda, então?

No caso das cirurgias e do internamento, são introduzidos “preços compreensivos”, ou seja, o preço total dos procedimentos cirúrgicos ou do custo diário do internamento passa a ter um nível máximo. Na tabela atualmente em vigor, que seria substituída por esta, as cirurgias tinham uma faturação por item: tudo desde os algodões e pensos usados até ao aluguer da sala de operações tinha um custo separado que, tudo somado, poderia ascender a níveis muito altos. Para 350 tipos de cirurgia, a tabela de preços nova define limites.

As análises clínicas descerão de preços. Enquanto no SNS houve uma redução de preços de 3%, no caso das análises clínicas feitas com prestadores privados de serviços clínicos as análises desceriam 1,5%. O transporte de doentes também passa a ter um limite: é implementada a tabela de preços do Serviço Nacional de Saúde para este efeito. Anteriormente, a ADSE cobria 80% e o beneficiário 20% do preço independentemente do que ele fosse, havendo denúncias, segundo a ADSE, de preços faturados que excediam os cobrados ao SNS em duas ou três vezes.

? O caso dos medicamentos

O preço dos medicamentos e dos produtos medicamentosos é um dos que tem estado a ser mais falado. O presidente da ADSE, Carlos Liberato Batista, já mencionou várias vezes o exemplo, já conhecido, do paracetamol. Há casos em que um comprimido de paracetamol é faturado por 0,25 cêntimos e noutros por 10 euros”, disse. Ao Jornal Económico, referiu que vão ser reportadas à Procuradoria Geral da República várias situações fraudulentas, incluindo algumas relacionadas com medicamentos em certas entidades.

Com as novas tabelas, os hospitais passariam a só poder cobrar, no máximo, o preço de venda ao público (PVP) do medicamento, com uma margem de lucro nunca superior a 40%, e com um preço total que, por unidade, não pode ultrapassar os 50 euros por unidade.

O mesmo acontece com as próteses intraoperatórias, que só vão ser comparticipadas pela ADSE se mantiverem margens máximas de lucro que podem ir de 25%, para as mais baratas (de custo inferior a 500 euros) e de 5% para as mais caras (de custo superior a 10 mil euros).

? Que poder negocial tem a ADSE?

A ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, abrange grande parte dos trabalhadores do Estado e os seus filhos menores, assim como os pensionistas do Estado e, nalguns casos, os cônjuges e os filhos que continuem a estudar até aos 25 anos. Segundo o Conselho Geral e de Supervisão do subsistema, “o universo de beneficiários da ADSE corresponde a mais de metade da totalidade de pessoas com seguros de saúde em Portugal o que lhe confere um poder negocial que não pode ser negligenciado na celebração de novas convenções e na revisão das atuais”.

Estas convenções referem-se aos acordos com médicos e hospitais privados que determinam os preços pagos por atos clínicos. As tabelas que têm levantado polémica são essas mesmas. Se um beneficiário da ADSE preferir ou não tiver opção que não ir a um médico ou hospital sem acordo com a ADSE, deve recorrer ao regime livre. As tabelas de preços do regime livre não sofreram alteração: o beneficiário vai à consulta ou faz o procedimento e paga o seu valor total, recebendo posteriormente uma comparticipação da ADSE. No entanto, este regime costuma ser menos vantajoso para o doente.

A subsistência dos hospitais privados dependendo da ADSE será superior aos 40%, uma fatia muito significativa. Não faz sentido os privados dizerem que querem perder isso.

José Abraão

Dirigente da FESAP

O Conselho Geral e de Supervisão considerou ainda, no parecer relativo às novas tabelas, que “paralelamente ao definhamento do SNS devido à suborçamentação de que tem vindo a ser alvo, o setor privado lucrativo cresceu, principalmente nos grandes centros, a grande ritmo, patenteado na construção de grandes Hospitais/Clínicas, para cuja existência muito tem contribuído a ADSE, tal como o próprio SNS”.

José Abraão, o representante do sindicato FESAP que pertence a este conselho, disse que este poder negocial é fundamental. “Estamos perfeitamente convencidos de que no final será possível acomodar uma solução que não ponha em causa a sustentabilidade da ADSE e que vá corrigindo aquilo que eram desequilíbrios. A subsistência dos hospitais privados dependendo da ADSE será superior aos 40%, uma fatia muito significativa. Não faz sentido os privados dizerem que querem perder isso“, acrescentou.

No entanto, a relação é interdependente. O atual presidente do Conselho Económico e Social e ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, considerou ema entrevista ao programa ECO24 que baixar os preços sem falar antecipadamente com os prestadores era uma má decisão. Isto porque os prestadores de serviços através das convenções costumavam ser médicos particulares, mas agora são grandes hospitais e clínicas privadas na sua maioria. “São fortíssimos” na negociação, disse Correia de Campos.

? A ADSE arrisca-se a acabar?

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) está ciente da importância dos seus serviços para os beneficiários da ADSE, que recorrem a eles com frequência devido às convenções existentes. Assim, em declarações recentes do seu dirigente, Óscar Gaspar, tem sido possível entrever a hipótese de a APHP rescindir as convenções, o que seria um forte golpe à ADSE, podendo levar a que os funcionários públicos beneficiários, que para ela contribuem 3,5% do seu salário todos os meses, desistissem do subsistema por não verem nele vantagem sobre o Serviço Nacional de Saúde.

Questionado a possibilidade do fim da ADSE, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, rejeitou comentar o que considerou um “disparate”. À margem das XXI Jornadas de Infecciologia, citado pela Lusa, o ministro afirmou: “Francamente, parece-me que se trata de tática negocial. Só poderemos avaliar o que acontece no final de fevereiro e ver o que está em cima da mesa em termos de negociação”, disse. E ainda acrescentou: “Alguns agentes, incompreensivelmente, procuram fazer a negociação pelos jornais. Não é correto, não faz sentido, mas é um direito que lhes assiste”.

Óscar Gaspar, da APHP, disse à Lusa: “Estamos a procurar soluções que permitem que os beneficiários da ADSE continuem a poder ter acesso, nas mesmas condições, aos nossos hospitais”, sublinhou. Segundo Óscar Gaspar, “pode haver soluções que permitam, ainda que não no regime convencionado, que os mesmos beneficiários tenham acesso à rede”. Sobre estas declarações, João Proença, dirigente do Conselho Geral e de Supervisão não escolheu palavras delicadas. “É completamente ridículo”, afirmou, falar da possibilidade de uma alternativa aos regimes convencionado e livre.

Falta saber se as tabelas, tal como estão neste momento, serão publicadas. Neste momento, a publicação cabe ao Conselho Diretivo, liderado por Carlos Liberato Baptista. A entrada em vigor estava prevista para 1 de março.

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Bloco contraria PS. Quer aumentos na Função Pública em 2019

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2018

O Bloco de Esquerda respondeu a João Galamba que disse que "dificilmente" existirão aumentos salariais em 2019.

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu este domingo aumentos salariais na Função Pública em 2019, contrariando a posição do porta-voz do PS João Galamba, afirmando que não se trata da “opinião de um partido”.

Não é matéria de opinião, é uma matéria de facto. Há estagnação salarial em Portugal e temos responsabilidades de tomar medidas para a valorização dos salários, para que o crescimento económico esteja ao serviço de quem deve estar, de quem trabalha”, afirmou aos jornalistas, a meio de uma vista à feira da Galinheiras, em Lisboa.

Em entrevista à TSF, no sábado, o deputado e porta-voz socialista João Galamba admitiu que “dificilmente haverá aumentos para a função pública em 2019”, tese contrariada pela líder bloquista.

Todos os estudos provam, afirmou, que os salários em Portugal “estão tendencialmente estagnados”, os mais afetados foram os mais baixos e alertou para os efeitos positivos no aumento do salário mínimo nacional.

“Se não tivesse existido o acordo, em que o BE se empenhou, para a subida de 5% ao ano do salário mínimo, poderíamos estar a assistir a uma quebra salarial em Portugal”, explicou.

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CGTP: proposta do salário mínimo para 2019 vai “surpreender”

  • ECO
  • 28 Janeiro 2018

Arménio Carlos não vai apresentar já uma proposta, mas promete que vai "surpreender". Quanto à Autoeuropa, o dirigente da CGTP diz que ainda há margem para conseguir chegar a um acordo.

Em setembro, a CGTP vai apresentar a sua proposta para o aumento do salário mínimo em 2019. Em antecipação, Arménio Carlos sugere que o número vai “surpreender”. Este ano não houve consenso na concertação social neste tema, tendo o salário mínimo subido por decisão do Governo para 580 euros. Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o sindicalista refere haver espaço para um acordo na Autoeuropa.

“A nossa proposta nunca será de 600 euros”, diz Arménio Carlos, quando questionado sobre o valor avançado pela UGT de 612 euros para 2019, a quem deixa uma crítica: “Só quem anda distraído ou quer desviar as atenções é que em janeiro de 2018 está a falar do aumento do salário mínimo em janeiro de 2019“.

“Para nós a CGTP está mais preocupada a responder às questões do presente”, afirma o dirigente, assinalando que está a negociar, caso a caso, com as empresas os 600 euros que reivindicava. Ao mesmo tempo, a estrutural sindical apoia a agenda dos partidos à esquerda quanto às alterações na legislação laboral. “Venham as soluções e as votações [no Parlamento]”, pediu Arménio Carlos.

Para Vieira da Silva tem uma mensagem: “Tem de ser mais ousado”. Não só nos direitos dos trabalhadores, mas também na concertação social. Arménio Carlos acusa o Governo de fazer “o papel de refém” das confederações patronais por estar preocupado com um acordo, o que “acaba por pôr em causa a evolução do processo”. “Até agora não tem havido uma vontade deliberada do Governo para resolver em tempo útil os processos”, alerta o dirigente da CGTP.

Quanto ao impasse na Autoeuropa, Arménio Carlos afirma que os trabalhadores “não estão satisfeitos”, sugerindo que a empresa tem de voltar a reunir com a comissão de trabalhadores. Mas o dirigente não exclui “nenhum tipo de luta [sindical]”, referindo-se à possibilidade de haver uma nova greve. “Ouçam, esclareçam, procurem encontrar uma solução, se o fizerem as coisas resolvem-se”, conclui.

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Morreu o fundador da Ikea

Ingvar Kamprad morreu aos 91 anos.

Ingvar Kamprad, o fundador da Ikea.

Morreu o fundador da empresa sueca de móveis Ikea. A empresa fez o anúncio este domingo, após o sueco ter morrido no sábado. Ingvar Kamprad tinha 91 anos.

“O fundador da Ikea, e um dos maiores empreendedores do século XX, Ingvar Kamprad, morreu de forma pacífica, na sua casa em Smaland, na Suécia, a 27 de janeiro”, revelou a empresa em comunicado. A Ikea assinala que o seu fundador será “lembrado calorosamente” pelos trabalhadores.

Trabalhou até ao fim da sua vida, mantendo-se fiel ao seu próprio lema de que a maior parte das coisas está por fazer.

Ikea

O Ingvar Kamprad foi um grande empreendedor típico do sul da Suécia — trabalhador e teimoso, com muito calor“, descreve o comunicado, destacando que “trabalhou até ao fim da sua vida, mantendo-se fiel ao seu próprio lema de que a maior parte das coisas está por fazer”.

De acordo com a BBC, o fundador da multinacional sueca enfrentou problemas por causa das suas ligações nazi no passado. Posteriormente, Kamprad referiu-se a esse tempo da sua vida como o seu “maior erro”. Tendo nascido em 1926, o empresário fundou a Ikea apenas com 17 anos. A simplicidade acabaria por levar a empresa ao sucesso na Suécia e, posteriormente, a espalhar-se por todo o mundo.

Segundo a Reuters, foi em 1956 que o negócio despontou com as inovações apresentadas ao nível do mobiliário e da sua montagem. A empresa atualmente tem receitas na ordem dos 50 mil milhões de euros.

Kamprad foi criado na pequena vila de Agunnaryd, de acordo com a biografia disponível no site da Ikea. Antes de ser adulto, o empresário já vendia vários objetos aos seus vizinhos, nomeadamente fósforos. Só na década de 40 é que começa a avançar com inovações como a exploração das possibilidades do design, a publicidade, o uso do catálogo e do showroom como uma forma de chegar aos clientes.

É na década de 60 e 70 que o conceito da Ikea como conhecemos atualmente se forma. A empresa expande-se com a abertura de novas lojas. Nos anos 80, a Ikea dá o salto para outros mercados: Estados Unidos, Itália, França e Reino Unido são os primeiros. Na década de 90, a aposta da multinacional foi tornar a mobília adaptada às crianças.

Com a viragem do século, a empresa expande-se para ainda mais mercados onde se inclui a Rússia e o Japão. Em 2017, segundo os dados disponibilizados pela empresa no seu site, existiam 355 lojas espalhadas por todo o mundo. A Ikea emprega 149 mil pessoas, sendo que mais de metade são mulheres. A empresa passou a ser gerida por Jesper Brodin desde maio do ano passado.

Em Portugal, existem cinco lojas da cadeia sueca, em Alfragide e Loures (Lisboa), Braga, Matosinhos (Porto) e Loulé, no Algarve.

(Notícia atualizada às 11h51 com mais informação)

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Tribunal Constitucional espanhol suspende investidura à distância de Puigdemont

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2018

Os juízes espanhóis decidiram suspender “qualquer sessão de investidura que não seja presencial e que não atenda a três condições".

O Tribunal Constitucional de Espanha decidiu, por unanimidade, suspender a investidura à distância de Carles Puigdemont como presidente do governo regional da Catalunha. O tribunal determinou ainda que o discurso a pedir o apoio dos deputados só conta se for feito presencialmente no parlamento em Barcelona.

Esta é uma medida de precaução acordada em resposta ao recurso interposto na sexta-feira pelo Governo espanhol e que é acompanhado por um requerimento que adverte os membros do parlamento regional das responsabilidades, inclusive criminosas, que podem incorrer se desobedecerem a esta suspensão. A medida acordada, citada pela agência EFE, passa por suspender “qualquer sessão de investidura que não seja presencial e que não atenda a três condições”.

A primeira condição consiste em impedir o debate e a votação de investidura do deputado Carles Puigdemont como candidato a presidente da Generalitat (governo regional) que não seja de forma presencial, impedindo igualmente que este se faça representar por outro deputado.

Também não poderá realizar-se a investidura do candidato “sem uma pertinente autorização judicial, mesmo que este compareça pessoalmente na Câmara uma vez que sobre ele impende uma ordem judicial de busca e detenção”. Como terceira condição, os magistrados do Constitucional espanhol determinam que os membros do parlamento com ordem judicial de busca, captura e detenção não podem delegar o voto em outro parlamentar.

Os juízes do Constitucional declararam ainda “totalmente nulo e sem valor nem efeito qualquer ato, resolução ou acordo que contrarie as medidas cautelares adotadas na presente resolução”. O Tribunal Constitucional tem ainda de decidir sobre a admissibilidade do recurso, o que farão depois de ouvirem todas as partes e terem dissipado as dúvidas levantadas pelos deputados eleitos pelo movimento independentista Juntos pela Catalunha (JxCat) de Puigdemont sobre a sua admissibilidade, para o qual têm um prazo de dez dias.

Além disso, o tribunal admitiu que Puigdemont e os deputados do JxCat “possam defender seus direitos e interesses legítimos a título particular”. Carles Puigdemont, que se encontra na Bélgica desde finais de outubro do ano passado, pretendia proferir o seu discurso de investidura, na terça-feira, a partir do parlamento flamengo.

Puigdemont fugiu à justiça espanhola e chegou à Bélgica a 30 de outubro, juntamente com quatro conselheiros, depois de o governo espanhol os ter destituído, ao abrigo do artigo 155 da Constituição de Espanha que ilegalizou um referendo promovido pelos independentistas catalães.

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Empresa de fios de Famalicão sonha fazer o “verdadeiro fato” do Homem Aranha

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2018

A Inovafil representou um investimento inicial de 10 milhões de euros. Atualmente, com perto de 160 funcionários, gera um volume de negócios de 19 milhões de euros. Agora quer mais longe.

Uma empresa de Vila Nova de Famalicão dedicada ao desenvolvimento de fios têxteis “com performances inovadoras” tem como “sonho” fazer o “verdadeiro fato” do Homem Aranha, sendo já uma referência na área da inovação no setor têxtil.

Criada em 2015, a Inofavil vai apresentar este domingo, em Munique (Alemanha), na ISPO, a principal feira internacional dedicada à área do desporto e ‘outdoor’, as suas mais recentes joias: tecidos feitos com fios capazes de transformar a luz solar em energia térmica, fios com libertação de vitamina E, fios com capacidade de gestão de humidade e fios termorreguladores com capacidade de regular a temperatura corporal.

À agência Lusa, um dos responsáveis pela empresa, Rui Martins, explicou que um dos traços diferenciadores da Inovafil é a ligação com a Universidade do Minho. “O nosso sonho, aquilo que todos nesta área queremos é chegar ao ponto dos fatos dos super-heróis, são o expoente máximo do têxtil técnico, uma camada de tecido tão fininha e, no entanto, tão resistente. O Homem-Aranha tem um fatinho fininho que leva porrada, anda arrastado e não rasga. Além de que não parecer ter nem frio nem calor”, observou.

O Homem-Aranha tem um fatinho fininho que leva porrada, anda arrastado e não rasga. Além de que não parecer ter nem frio nem calor.

Rui Martins

Inofavil

É a esse ponto que a Inovafil sonha chegar: “Sermos capazes de fazer o verdadeiro fato do Homem-Aranha”, desejou. Deixando o mundo dos super-heróis, “a realidade” é que o desenvolvimento dos fios têxteis “já andou mais longe” da ficção. As novidades que a Inovafil leva a Munique são exemplo dessa aproximação.

“Vamos apresentar três novidades. Um ‘heat generator’, um tecido feito com fios que geram calor, que aquecem, um ‘skin care’, que liberta vitamina E e um tecido com fios termorreguladores, capazes de regular a temperatura corporal”, enumerou.

O fio ‘heat generator’ que a Inovafil desenvolveu “incorpora uma percentagem de uma fibra de carbono, revestida a acrílico que tem a capacidade de, exposta à luz do sol, armazenar calor e transformar esse calor em energia térmica, aquecendo quatro ou cinco graus mais do que a mesma composição sem aquela fibra”.

O ‘skin care’, descreveu o responsável, “faz uma libertação de vitamina E, tem uma substância que com o atrito da pele com a peça vai libertando aquela substância”, sendo que a empresa está já, em parceria com um instituto alemão, a estudar aplicação medicinal destes fios, nomeadamente na recuperação de queimaduras.

A terceira joia a levar a Munique é um termorregulador: “Incorporamos no fio fibras com uma parafina que muda de fase de estado, ou seja, no frio fica sólida, no calor fica líquida. Ou seja, acima de 28 graus ficam líquidas e são permeáveis, deixam sair o calor, arrefecem-nos. Abaixo de 28 graus ficam sólidas e não deixam sair o calor corporal, logo aquecem”, explicou.

A parceria com a Universidade do Minho permite-nos ligar os investigadores da academia ao nosso “know-how” e procurarmos tudo o que existe de novo.

Rui Martins

Inofavil

Criada para ser o braço inovador de um dos maiores comerciantes de fio em Portugal, a Mundifios, a Inovafil tem uma das suas mais-valias na parceria com a Universidade do Minho, através do Nidyarn – Núcleo de I&D para fios funcionais de elevado desempenho, em colaboração com o 2C2T – Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e a Fibrenamics, ambos da Universidade do Minho.

“A parceria com a Universidade do Minho permite-nos ligar os investigadores da academia ao nosso “know-how” e procurarmos tudo o que existe de novo, estarmos à frente naquilo que é a tecnologia desenvolvida na universidade. Por exemplo, as nanofibras. Com esta ligação estaremos privilegiados no acesso aos estudos e desenvolvimentos que estão a ser feitos”, referiu.

A Inovafil representou um investimento inicial de 10 milhões de euros. Atualmente, com perto de 160 funcionários, gera um volume de negócios de 19 milhões de euros, tendo uma produção de 1800 toneladas anuais e exporta “de forma direta” 20% daquilo que produz.

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Mário Centeno está a ser investigado pelo crime de recebimento indevido de vantagem

  • ECO
  • 28 Janeiro 2018

O ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo está a ser investigado pelo crime de recebimento indevido de vantagem. É o mesmo que afastou o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

O verão do ano passado foi marcado por uma remodelação governamental: saíram vários secretários de Estado — entre eles Rocha Andrade, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais — que seriam depois constituídos arguidos no caso das viagens pagas pela Galp ao Euro 2016. Em causa estava o crime por recebimento indevido de vantagem, o mesmo de que agora o ministro das Finanças é “suspeito”, avança o Expresso. A investigação foi noticiada este sábado após as buscas realizadas no Ministério das Finanças esta semana.

O crime por recebimento indevido de vantagem, segundo o semanário, constava dos mandados de busca que os inspetores da Polícia Judiciária e os magistrados da 9ª secção do DIAP de Lisboa — que investiga o crime económico — mostraram quando fizeram buscas no Ministério liderado por Mário Centeno. Este crime é punível com um máximo de cinco anos de prisão.

Este sábado, após o Correio da Manhã ter noticiado o caso, a Procuradoria-Geral da República esclareceu ao ECO que o inquérito do DIAP de Lisboa não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça. Além disso, o Ministério Público assinalou explicitamente que as buscas não foram ao gabinete de Mário Centeno.

“Confirma-se a realização de buscas para recolha de prova documental no âmbito de um inquérito em investigação no DIAP de Lisboa”, afirmou fonte oficial da Procuradoria-Geral da República este sábado, assinalando que “o inquérito não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça”. “As buscas foram no Ministério das Finanças, não no gabinete do Ministro”, concluiu. Contudo, o CM deste sábado garante que os investigadores examinaram os mails de Centeno.

No mesmo dia, o Público revelava que a investigação estava relacionada com a atribuição de isenção de IMI a um prédio da família de Luís Filipe Vieira. Esta isenção aconteceu uma semana depois de o ministro das Finanças, Mário Centeno,ter pedido ao presidente do Benfica para assistir a um jogo na tribuna presidencial — uma relação causal que o Governo já rejeitou. Ministério Público tinha dito que estava a avaliar, mas terá agora avançado com o inquérito.

O Governo também já confirmou a realização das buscas. Questionado pelo ECO, fonte oficial do Ministério das Finanças “confirma a realização de ações inspetivas na passada sexta feira e colabora de forma franca e totalmente disponível com qualquer investigação judicial, colocando à disposição das autoridades judiciárias todos os elementos solicitados”. “É esta a postura do Ministério das Finanças em todos os processos para os quais é chamado a colaborar, respeitando o segredo de justiça“, garantiu o gabinete de Mário Centeno.

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