Trabalhadoras da antiga Triumph vão ao Conselho de Ministros entregar ‘lingerie’

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2018

As trabalhadoras da antiga Triumph vão deslocar-se na quinta-feira à Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, apelar ao Governo que intervenha para evitar o encerramento da fábrica.

As trabalhadoras da antiga Triumph vão deslocar-se na quinta-feira à Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, para entregar simbolicamente uma peça de ‘lingerie’ e apelar ao Governo que intervenha para evitar o encerramento da fábrica.

A iniciativa, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul, vai decorrer a partir das 11h30 e contará com uma ação paralela na Baixa de Lisboa, segundo disse à agência Lusa a sindicalista Mónica Antunes. “Esta será mais uma forma de luta destas trabalhadoras porque o protesto não pode ser sempre aqui, à porta da fábrica. Vamos distribuir panfletos para a Rua Augusta e vamos ao Conselho de Ministros pedir uma resposta”, explicou.

"Esta será mais uma forma de luta destas trabalhadoras porque o protesto não pode ser sempre aqui, à porta da fábrica. Vamos distribuir panfletos para a Rua Augusta e vamos ao Conselho de Ministros pedir uma resposta.”

Mónica Antunes

Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul

A sindicalista referiu que as trabalhadoras vão levar consigo uma peça de ‘lingerie’ para entregar aos ministros e que esperam poder ser recebidas.

A fábrica da antiga Triumph (de roupa interior feminina), sediada na freguesia de Sacavém, concelho de Loures, foi adquirida no início de 2017 pela TGI-Gramax e emprega atualmente 463 trabalhadores. No entanto, em novembro, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que iria ocorrer um processo de reestruturação, que previa o despedimento de 150 pessoas.

No dia 5 de janeiro, depois de tomarem conhecimento de que a administração tinha iniciado um processo de insolvência, os trabalhadores iniciaram uma vigília, que ainda se mantém, à porta das instalações para impedir a saída de material à fábrica.

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Além de casas, imobiliárias vão “vender” crédito para as comprar

As mediadoras imobiliárias vão passar também a poder atuar como intermediários na concessão de crédito à habitação. E vão ter de dizer com que bancos estão a trabalhar.

O caminho de quem está à procura de casa vai dar muitas vezes à entrada de uma imobiliária. Agora também vai passar a poder acontecer o mesmo a quem quer fazer um crédito à habitação. Para além de venderem casas, as mediadoras imobiliárias passaram também a poder atuar como intermediários na concessão de crédito à habitação. E vão ter de dizer com que bancos estão a trabalhar.

Em causa está o novo regime de acesso à intermediação de crédito, diploma que foi publicado em julho e que entrou em vigor a 1 de janeiro deste ano. Este diploma criou três categorias de intermediários de crédito — vinculados, independentes e a título acessório –, tendo o legislador decidido incluir as mediadoras imobiliárias nesta última classificação.

A classificação de intermediário de crédito a título acessório é atribuída a instituições que têm em vista a venda de bens ou serviços por si oferecidos mas que, acessoriamente, podem intermediar operações de concessão de crédito. Nesta denominação passaram a ser incluídos, para além das imobiliárias, os stands de venda de automóveis ou as grandes cadeias de retalho como a Fnac ou o Ikea, por exemplo.

As imobiliárias passam assim a prestar serviços muito semelhantes aos que é possível encontrar num stand de venda de carros, já que muitos têm por detrás uma financeira. Ou seja, quem decida comprar uma casa através de uma imobiliária e que pretenda recorrer ao crédito à habitação, vai poder encontrar uma resposta global apenas através da imobiliária.

Com a entrada em vigor desta nova legislação, as imobiliárias veem assim o legislador reconhecer algo que estas já faziam há muito tempo de uma forma informal. “Há cerca de dez anos que as imobiliárias já atuavam como ‘encaminhadoras de crédito’, tendo protocolos com os bancos, beneficiando de melhores condições por exemplo nos spreads. Agora a partir de início de janeiro passaram a poder ser considerados intermediários de crédito”, explica Luís Lima, presidente da associação das imobiliárias APEMIP ao ECO.

Mas há regras a cumprir

Contudo, regras a cumprir nesse processo. Para além das imobiliárias, todas as entidades que pretendam atuar como intermediários de crédito têm de ver o Banco de Portugal dar a respetiva autorização, o que pode ser feito através do preenchimento de um formulário disponível no Portal do Cliente Bancário e a entrega de documentos que permitam avaliar se estas entidades cumprem o conjunto de requisitos gerais e específicos para a atividade: como idoneidade, por exemplo, e competências técnicas. Esta autorização tem de ser pedida à entidade liderada por Carlos Costa até ao final de 2018.

Mas há mais. Para exercerem a atividade como intermediários de crédito vinculado ou a título acessório, todas as entidades também têm de publicitar, de uma forma visível, os bancos para os quais estão a fazer um serviço de intermediação de crédito. Nomeadamente, através de um cartaz em que é dada conta dessa informação, para maior transparência da sua atividade perante o cliente.

Além disso, as entidades destas duas categorias apenas podem cobrar comissões pelos serviços como intermediários de crédito à instituição financeira com a qual têm um vínculo, e não ao cliente. Opostamente, os intermediários de crédito independentes apenas podem realizar este tipo de cobrança aos respetivos clientes.

Mais ferramentas em tempos de “vacas gordas” na venda de casas

As imobiliárias veem-se assim munidas de mais uma ferramenta de trabalho numa altura de forte crescimento das vendas de casas, mas também da concessão de crédito à habitação.

Os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, mostram que nos primeiros nove meses de 2017 foram vendidos perto de 111 mil imóveis em Portugal, 20% acima do verificado no mesmo período do ano anterior. O recurso ao crédito à habitação tem alimentado este crescendo de vendas. Nos primeiros 11 meses de 2017, os bancos disponibilizaram 7.441 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa. Um aumento de 44%, em termos homólogos, que já faz de 2017 um recorde da década.

Um crescimento da concessão que tem sido alimentado também com a ajuda de campanhas de captação de clientes agressivas por parte dos bancos e que têm suscitado receios de um eventual facilitismo neste tipo de concessão.

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Lisboa respira de alívio após quatro sessões em queda

As ações do BCP recuperaram significativamente esta quarta-feira, um contributo decisivo para o PSI-20 ficar acima da linha de água depois de quatro sessões em terreno negativo.

A sessão desta quarta-feira meteu um ponto final num período de queda da bolsa lisboeta. O PSI-20 ficou acima da linha de água graças à valorização das ações do BCP, e também da Jerónimo Martins e da Galp. Em terreno negativo continuam os CTT cujas ações voltaram a cair.

O PSI-20 valorizou 0,09% esta quarta-feira para os 5.618,69 pontos. Esta foi a primeira sessão em terreno positivo após quatro sessões seguidas a desvalorizar. A bolsa lisboeta destoou da tendência negativa da maior parte das praças europeias, incluindo o Stoxx 600 que caiu 0,13%. Na Europa, as empresas de media e telecomunicações, tal como a Altice, sofreram quedas significativas.

O principal índice português respirou de alívio graças ao BCP. As ações do banco valorizaram 1,14% para os 29,24 cêntimos por título, após cinco sessões em queda. Além do BCP, os títulos da EDP Renováveis, da Galp Energia e da Jerónimo Martins valorizaram na sessão desta quarta-feira.

Os ganhos do BCP da Jerónimo Martins e da Galp foram os principais responsáveis por esta overperformance da bolsa portuguesa face às demais praças europeias“, referem os analistas do BPI no comentário de fecho.

Do lado negativo destacam-se as ações dos CTT e da EDP. Os Correios de Portugal desvalorizaram 0,85% para os 3,49 euros. “Os CTT voltaram a perder terreno, numa altura em que a empresa continua a ser um dos alvos das atenções, com vários artigos a apontarem para a deterioração da qualidade do serviço postal nos últimos anos”, assinala o comentário de fecho do BPI.

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Rui Rio reúne-se na quinta-feira à tarde com Passos Coelho

  • Lusa e ECO
  • 17 Janeiro 2018

O encontro entre Rui Rio e Pedro Passos Coelho está marcado para as 15h00 de quinta-feira, na sede nacional do PSD, em Lisboa.

O presidente eleito do PSD, Rui Rio, reúne-se na quinta-feira à tarde com o ainda líder dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho. De acordo com uma nota enviada à imprensa pela estrutura de Rui Rio, o encontro está marcado para as 15h00, na sede nacional do PSD, em Lisboa.

O presidente eleito do PSD, Rui Rio, recordou na terça-feira que Passos Coelho é o líder do partido até 18 de fevereiro, admitindo que irá falar com o líder da bancada parlamentar, Hugo Soares, mas “com calma e sem precipitações”.

Num excerto de uma entrevista que Rui Rio deu à RTP, Rui Rio fez questão de lembrar que “Passos Coelho tem toda a liberdade e todo o direito para decidir o que ele quiser até ao dia 18 de fevereiro”, data do congresso do partido e quando termina a sua liderança. Questionado sobre a continuidade de Hugo Soares como líder da bancada parlamentar, o presidente eleito do PSD disse apenas: “vamos falar. Com certeza que vamos falar. Com calma. Sem precipitações”.

Foi no sábado passado que Rui Rio foi eleito presidente do PSD, o maior partido da oposição em Portugal. O candidato levou a melhor face ao ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes. No discurso de vitória, foi ao ex-primeiro-ministro que deixou um agradecimento pela sua “generosidade” e “empenho”. Ao mesmo tempo que tentou unificar, Rio deixou palavras duras para dentro do partido: “O PSD não foi fundado para ser um grupo de amigos”, afirmou, recusando ceder a “interesses individuais”.

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Altice “não consegue compreender” conclusões do relatório da Anacom sobre a TDT

Não demorou a resposta da Altice à Anacom. Recusa qualquer conflito de interesse com o facto de a Meo ser um operador de televisão concorrente à TDT que ela própria opera.

A Altice recusa os conflitos de interesse identificados pela Anacom quanto ao facto de a Meo ser a operadora da Televisão Digital Terrestre (TDT) e, ao mesmo tempo, ser um operador de TV por cabo e satélite concorrente à TDT. Diz que ganhou o concurso público em 2008 com uma proposta “transparente, não discriminatória e idónea” e sublinha que “em algum momento lhe tenham sido assinaladas quaisquer reservas, nomeadamente quanto a potenciais conflitos de interesse”. A informação faz parte de um comunicado enviado esta quarta-feira às redações.

O grupo afirma que “não consegue compreender as conclusões deste relatório” e escuda-se num outro relatório da Anacom, que versava sobre a qualidade do serviço de TDT, que concluiu que “a qualidade do sinal da TDT no ano de 2016 foi muito boa, com valores de disponibilidade de serviço próximos dos 100% e nível de estabilidade de serviço quase sempre elevada”, cita a empresa. O relatório, explica a Altice, foi elaborado com dados da própria “rede de monitorização nacional de sondas” da Anacom.

Desta forma, “a Altice cumpre e sempre cumpriu as obrigações que lhe foram determinadas em sede de qualidade de serviço TDT, nomeadamente as que decorreram do concurso público e as que lhe vierem a ser determinadas posteriormente pela Anacom e pelo Governo”, garante a dona da Meo. E acrescenta: “Cabe ao Governo decidir sobre os canais disponibilizados através da TDT, determinando quais devem ser incluídos na oferta TDT. A Altice sempre tem estado totalmente disponível e acessível neste âmbito, como aconteceu recentemente no âmbito do processo de inclusão de dois novos canais há cerca de um ano.”

A diversidade das ofertas e os reduzidos preços praticados têm permitido que os portugueses optem pelos serviços que consideram que melhor se adaptam às suas necessidades e anseios.

Altice Portugal

Fonte oficial

O estudo da Anacom, publicado esta quarta-feira, conclui que “não parece possível que o atual detentor do direito de utilização das frequências tenha qualquer incentivo para o alargamento da oferta”, e sublinha que “deve ser ainda analisada e equacionada a implicação, em termos de conflitos de interesse, da Meo (…) ser a mesma (ou estar inserida no mesmo grupo de empresas) que um operador concorrente à TDT”.

Na resposta à Anacom, a Altice “reafirma o seu emprenho no cumprimento de todas as obrigações” e defende que “Portugal é um país muito desenvolvido, no que respeita a infraestruturas e tecnologia, o que lhe permite oferecer serviços muito diversificados e de alta qualidade”. “A diversidade das ofertas e os reduzidos preços praticados têm permitido que os portugueses optem pelos serviços que consideram que melhor se adaptam às suas necessidades e anseios”, conclui a dona da operadora Meo.

(Notícia atualizada às 16h46 com mais informação)

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Governo vai estar “atento” a “alternativas aos recibos verdes”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Janeiro 2018

PCP quer saber se o novo regime contributivo não vai acabar por traduzir-se em "prejuízo" para alguns trabalhadores independentes, apesar da "boa vontade" sobre a matéria.

O PCP teme que o novo regime contributivo dos trabalhadores independentes acabe por causar prejuízo a alguns recibos verdes, mas o Governo garante que vai estar atento às “alternativas” que possam vir a ser encontradas pelos empregadores.

Na comissão parlamentar do trabalho, a deputada Rita Rato abordou a situação de um “conjunto de tradutores” que, perante a nova legislação, foram convidados “a constituir-se como sociedades unipessoais”. O PCP teme por isso que as novas regras do regime contributivo dos trabalhadores independentes possa acabar em “prejuízo” para estas pessoas, “independentemente da boa vontade”. E destacou a diferença entre verdadeiros trabalhadores independentes e falsos recibos verdes.

Em resposta, Vieira da Silva indicou que, “naturalmente”, é preciso estar preparado para “a preferência por parte de alguns empregadores por relações de trabalho menos formais”. E acrescentou: “Portanto, vão surgir alternativas aos recibos verdes para diminuir a responsabilidade das empresas, temos que estar atentos a elas”, quer do ponto de vista “legislativo, quer do da fiscalização da forma mais adequada possível”.

O novo regime contributivo dos trabalhadores independentes vem tornar mais abrangente o conceito de “entidade contratante” — se até aqui, estas são as empresas responsáveis por 80% ou mais do valor anual da atividade do trabalhador independente, com o novo regime passam a ser as responsáveis por mais de 50%. E também serão chamadas a pagar mais, já que a taxa de 5% sobre o total dos serviços sobe para 7% (no caso de dependência económica entre 50 e 80%) ou para 10% (quando a dependência económica é superior a 80%).

Vieira da Silva diz que a legislação tem sido mais eficaz a identificar e a converter recibos verdes em contrato de trabalho, mas adianta que a informação “é contraditória” no que toca à “incidência dos falsos recibos verdes”. Por um lado, “alguma informação” trabalhada pelo Governo “apontava para a existência de um número significativo de trabalhadores com quase só um contratante ou com muitos poucos contratantes”, o que indicia falsos recibos verdes mas, por outro lado, os dados publicados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam noutro sentido.

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Vieira da Silva: “Objetivo não é fazer um casamento forçado entre a Misericórdia e o Montepio”

  • Margarida Peixoto e Cristina Oliveira da Silva
  • 17 Janeiro 2018

Vieira da Silva garantiu que não há pressão para a Santa Casa entrar no capital do Montepio. O ministro adiantou que a Comissão ainda não foi notificada no âmbito das ajudas de Estado.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, garantiu esta quarta-feira que o Governo não fez qualquer pressão sobre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para esta investir no capital do banco Montepio. “O objetivo não é fazer um casamento forçado entre a Misericórdia e o Montepio”, frisou, no final da audição desta manhã, na Comissão do Trabalho e de Orçamento e Finanças, onde falou sobre o caso Montepio e ao abrigo do regimento.

Em declarações aos jornalistas, o ministro argumentou que o objetivo “é favorecer a criação de um movimento de reforço num banco que é um banco de origem social e que tem uma vocação particular para intervir nas áreas da economia social.”

A potencial operação ainda está em estudo, mas o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, já disse que gostaria de ter uma decisão fechada até ao final de janeiro. Vieira da Silva foi, contudo, mais cauteloso. “Do ponto de vista de uma decisão que se traduza em factos concretos, tenho muitas dúvidas. Ainda estão a decorrer processos, tanto quanto sei, não acompanho pessoalmente, mas estão a decorrer processos de avaliação”, explicou o ministro. Vieira da Silva admite que a Santa Casa possa decidir alguma orientação nesse prazo, mas a conclusão do processo não lhe parece possível.

Comissão Europeia ainda não foi notificada

O ministro do Trabalho e da Segurança Social adiantou que o Governo ainda não notificou a Comissão Europeia para avaliar o caso no âmbito das ajudas de Estado. “Essa questão só se colocará se vier a tornar-se necessária”, explicou o ministro. “Julgo que dependerá da dimensão da participação que venha a existir, se vier a existir”, justificou. Vieira da Silva assegurou que o assunto já foi “refletido” mas que “não há nenhuma decisão tomada, portanto não foi feito nenhum pedido”.

Em causa está a possibilidade de o investimento da Santa Casa no Montepio ser considerado uma ajuda de Estado, já que os recursos da Santa Casa resultam de um exclusivo legal dos jogos sociais, que pode ser equiparado a uma concessão. Além disso, a Santa Casa tem tutela pública.

Ainda em respostas aos jornalistas, o ministro confirmou que o Código Mutualista está relacionado com a lei de bases da Segurança Social na medida em que as associações mutualistas “trabalham em áreas de resposta a contingências ou eventualidades da vida dos cidadãos.”

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Advogados escreveram a Marcelo, presidente da Caixa de Previdência responde

António Faustino explica as contas da Caixa de Previdência dos 35 mil advogados e solicitadores. E recusa a acusação de que a instituição não protege os profissionais na doença ou na maternidade.

O presidente da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores explica-se ao ECO, depois das críticas de que foi alvo por mais de 600 advogados na carta aberta enviada a Marcelo Rebelo de Sousa. E anuncia ainda que advogados e solicitadores terão um seguro de saúde a partir do segundo trimestre deste ano.

António Faustino, eleito em dezembro do ano passado, sublinha que “a par dos benefícios previstos nesta sede, a CPAS oferece, anual e gratuitamente, aos beneficiários um seguro de acidentes pessoais e um seguro de assistência médica permanente (que representa um custo anual de cerca de 340 mil euros)”, explica o advogado. Adiantando ainda que está “em desenvolvimento um procedimento, que se prevê venha a ser concluído no início do segundo trimestre de 2018, relativo à contratação de um seguro de saúde, também gratuito, para todos os beneficiários cumpridores da respetiva obrigação contributiva”.

Esta é a resposta – dada em exclusivo ao ECO – do responsável pela Caixa de Previdência de cerca de 35 mil beneficiários – depois da carta aberta assinada por 600 subscritores e enviada ao Chefe de Estado, primeiro-ministro António Costa, ministra da Justiça Francisca Van Dunem, ministro do Trabalho Vieira de Silva e ao bastonário da Ordem dos Advogados Guilherme de Figueiredo.

Carta enviada na terça-feira e que reflete a insatisfação de uma classe (neste caso advogados) que lida com as ‘novas’ regras da CPAS – em vigor há quase dois anos e aprovadas no mandato Paula Teixeira da Cruz – que obrigam qualquer destes profissionais, independentemente do que ganhe, a pagar no mínimo 243 euros de contribuição mensal para terem direito a uma reforma no futuro.

O presidente da CPAS, António Faustino, garantiu que em dezembro que enviou ao Ministério da Justiça um conjunto de alterações mas a verdade é que, para já, está tudo ainda na gaveta. Contactado pelo ECO, fonte do gabinete de Francisca Van Dunem garantiu que essas propostas e o resultado de um grupo de trabalho constituído há um ano, em que estão ainda presentes membros do gabinete de Vieira da Silva, estão ainda a ser estudadas.

Atualmente, os 243,60 euros são a contribuição mínima exigida a quem tem mais de quatro anos de profissão. “Um montante que não tem praticamente qualquer contrapartida”, queixam-se os signatários da carta. “Ao contrário dos restantes cidadãos, os advogados não recebem subsídio se estiverem de baixa. Não recebem subsídio parental, se tiverem filhos. Numa situação de baixa normal não só não têm qualquer assistência digna como é obrigatório cumprir com o referido pagamento, apesar das dificuldades”.

Ao ECO, António Faustino responde: “importa frisar que a proteção na doença dos advogados e dos solicitadores é assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde em igualdade de circunstâncias com todos os demais cidadãos, lamentando-se, profundamente, o aproveitamento e a exploração, que se quis mediática, do caso concreto de uma advogada que se encontra acometida por uma doença grave, situação que, naturalmente, merece toda a solidariedade”. A carta inclui um testemunho de uma advogada há 15 anos, numa pequena cidade do interior, que “devido à doença há quase um ano que não consigo trabalhar. A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores não me atribui qualquer subsídio quando estou doente mas exige-me que pague 243,60 euros por mês para assegurar a minha reforma. Que provavelmente nem chegarei a receber”.

"Importa frisar que a proteção na doença dos advogados e dos solicitadores é assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde em igualdade de circunstâncias com todos os demais cidadãos, lamentando-se, profundamente, o aproveitamento e a exploração, que se quis mediática, do caso concreto de uma advogada que se encontra acometida por uma doença grave, situação que, naturalmente, merece toda a solidariedade.”

António Faustino

“Circunstancialmente surgem por parte de alguns beneficiários (habitualmente os mesmos) posições públicas no sentido de criticar aspetos relativos ao regime da CPAS tendo como corolário a sua integração no regime Geral de Segurança Social”. O ECO contactou o Ministério da Justiça e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para saber se esta hipótese dos advogados e solicitadores passarem ao regime geral da Segurança Social, mas não obteve resposta.

“Para o efeito têm sido veiculadas informações manifestamente deturpadoras dos factos que conduzem a esse posicionamento. Com efeito, não obstante desde 1947 a CPAS ser essencialmente uma Caixa de Reforma, tem previsto um leque vasto de benefícios que corporizam a sua vertente assistencial”, explica António Faustino.

E concretiza: “subsídio de nascimento, subsídio de maternidade, comparticipação nas despesas de internamento hospitalar (por maternidade e por doença) dos seus beneficiários e do seu agregado familiar, subsídio de assistência ( em situações de carência económica dos requerentes), assistência médica e medicamentos e
subsídio de funeral”, sublinha ao ECO.

Segundo o relatório anual da CPAS, os benefícios atribuídos da instituição, no âmbito da vertente assistencial representam, cerca de 2,6 milhões de euros por ano (média dos últimos seis anos), num universo de cerca de três mil beneficiários requerentes.

“Ao contrário dos restantes cidadãos, os advogados não recebem subsídio se estiverem de baixa. Não recebem subsídio parental, se tiverem filhos. Numa situação de baixa normal não só não têm qualquer assistência digna como é obrigatório cumprir com o referido pagamento, apesar das dificuldades.”, diz a carta. “O regulamento da Caixa de Previdência presume que um advogado com mais de quatro anos de profissão recebe em média dois salários mínimos mensais, ou seja, 1160 euros. Isto não é verdade”, asseguram, exigindo que a questão seja discutida ainda no pacto para a justiça que os agentes do setor entregaram recentemente ao Presidente da República. O grupo dos 600 advogados admite que estas novas regras estão feridas de uma inconstitucionalidade “flagrante, por violação dos princípios da igualdade, da proporcionalidade e da capacidade contributiva”.

O presidente da CPAS explica ainda que “com efeito, nas situações de impossibilidade de trabalho, por motivo de doença, existem mecanismos que permitem o não pagamento de contribuições à CPAS, bastando para o efeito que o beneficiário requeira a suspensão da sua inscrição na respetiva Ordem profissional durante o período em que não esteja em condições de exercer a sua profissão”. E salienta que a suspensão, assim como o levantamento da inscrição junto da Ordem dos Advogados ou da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, depende, exclusivamente, da decisão dos próprios advogados ou solicitadores, não sendo sequer sindicável pela CPAS.

António Faustino concluiu ainda que “por outro lado, nas situações de doença que impliquem incapacidade total para o exercício da profissão, a CPAS prevê a atribuição de um subsídio de invalidez (desde que tenha preenchido o prazo de garantia correspondente a 10 anos de inscrição)”.

E chama de argumento falacioso o facto da CPAS não conceder “baixas médicas” nem “subsídios de desemprego”.

“É importante que se tenha presente que no âmbito do Regime Geral de Segurança Social as chamadas “baixas médicas” e “subsídios de desemprego” foram criados para os trabalhadores por conta de outrem e não para os trabalhadores independentes”. diz. “Apenas nos últimos anos o legislador tem vindo a abrir aos trabalhadores independentes, sempre com as necessárias e devidas adaptações, o escopo de protecção social que os referidos benefícios encerram, contudo, as condições de atribuição deste tipo de benefícios a estes trabalhadores é ainda diversa e mais apertada”, explica o também advogado.

E usa o argumento de que as profissões cuja atividade determinam o enquadramento na CPAS – “a advocacia e a solicitadoria são eminentemente profissões liberais e é enquanto advogados e solicitadores em exercício liberal da atividade que alguns ora exortam esses benefícios como justificação dos fins que prosseguem e que no final, atenta a natureza dos mesmos, a mais não conduzem que à integração da CPAS no Regime Geral de Segurança Social”. Por isso, diz o líder da CPAS, que “não é, assim, legítimo nem correto comparar realidades que não são comparáveis”.

António Faustino diz respeitar “o esforço que parte dos beneficiários possa fazer para o pagamento das suas contribuições (o que seguramente acontecerá também com outros trabalhadores)” mas sublinha que “um facto que muitas vezes acaba por ser esquecido, é que as contribuições suportadas pelos beneficiários destinam-se, essencialmente, a prover à sua futura reforma e a uma vida condigna na velhice ou no infortúnio”.

 

 

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Bancos na mira. Wall Street abre a ganhar

O Bank of America surpreende nos resultados e os investidores respondem. O industrial Dow Jones volta a aproximar-se da fasquia dos 26.000 pontos.

Na época de apresentação de resultados, é o Bank of America a dar os melhores sinais aos investidores, apesar dos resultados menos animadores do Goldman Sachs. O índice das cotadas industriais, o Dow Jones, ganha destaque em Nova Iorque ao aproximar-se da fasquia dos 26.000 pontos.

O Industrial Dow Jones arrancou a valorizar na ordem dos 0,50% para os 25920,54 pontos, reaproximando-se da fasquia dos 26.000 pontos — acima da qual esteve a negociar, pela primeira vez, durante a sessão anterior. O tecnológico Nasdaq segue a ganhar 0,29% para os 7248,68 pontos, tal como o agregador S&P, que atinge assim os 2781,59 pontos, uma subida de 0,21%.

Os resultados do Bank of America ajudaram ao otimismo dos investidores, sinalizando a saúde do sistema financeiro ao superar as expectativas dos analistas. Já o Goldman Sachs deu sinais opostos, com um trambolhão de 50% receitas do negócio da dívida — o valor mais baixo desde a crise financeira. A contrabalançar, estiveram os números da área de banca de investimento, que cresceram 44% dentro do banco.

Entre os melhores desempenhos da bolsa americana está ainda a IBM, que valoriza 2,34% após o Barclays ter revisto em alta a classificação dos títulos desta empresa: passaram de underweight a overweight.

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Católica estima défice de 1,5% e crescimento de 2,7% em 2017

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2018

A Universidade Católica estima que o défice orçamental de 2017 deverá ser de 1,5% do PIB, acima da estimativa do Governo, e que a economia tenha crescido 2,7%, o valor mais elevado desde 2000.

A Universidade Católica estima que o défice orçamental de 2017 deverá ser de 1,5% do PIB, acima da estimativa do Governo, e que a economia tenha crescido 2,7% no conjunto do ano passado.

Na Síntese da Folha Trimestral de Conjuntura divulgada hoje, o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica calcula que “o défice público de 2017 deverá ter sido de aproximadamente 1,5% do PIB”, embora admita que o Governo está “convicto de que esse défice será inferior a 1,3% do PIB”.

Recorde-se que, com a apresentação do OE2018, em outubro, o Governo reviu em baixa a estimativa do défice para 2017, de 1,5% para 1,4% do PIB, mas já veio admitir que ficará abaixo desse valor, com o primeiro-ministro, António Costa, a esperar que ronde os 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Os economistas da Católica preveem que a economia portuguesa tenha crescido 2,7% no conjunto do ano passado, “o melhor registo desde o ano 2000”, quando o crescimento do PIB atingiu 3,8%, ficando também acima da estimativa do Governo de 2,2% inscrita no OE2018.

Os agregados que mais contribuíram para este crescimento anual foram, segundo o NECEP, o investimento (com um contributo de 1,5 pontos percentuais), especialmente na componente de máquinas e equipamentos, e as exportações (com um contributo de 3,2 pontos percentuais), com foco nos fornecimentos industriais e material de transporte, bem como na componente dos serviços, que inclui o turismo.

No que diz respeito apenas ao quarto trimestre de 2017, o NECEP estima que a economia tenha crescido 0,7% face ao trimestre anterior e 2,4% em termos homólogos. Entre julho e setembro, o PIB avançou 0,5% em cadeia e 2,5% em termos homólogos.

Para 2018, o NECEP estima que o crescimento económico abrande ligeiramente, ao crescer 2,4%, esperando que as “variáveis mais dinâmicas” sejam novamente as exportações e o investimento, “embora este último se mantenha cerca de 23% abaixo do nível registado em 2010”. Além disso, consideram, a recente melhoria do rating de Portugal por parte de duas agências de notação financeira “poderá contribuir não apenas para a redução sustentada das taxas de juro da dívida pública, mas também suportar uma recuperação mais rápida do investimento”.

“Esta projeção reflete a continuação da recuperação económica, embora sem o efeito base favorável que beneficiou o ano de 2017. A política orçamental tem um pequeno contributo positivo como resultado do cálculo de um agravamento do défice estrutural na sequência da aprovação do OE2018”, lê-se na Síntese da Folha Trimestral de Conjuntura do NECEP divulgada hoje.

Desta forma, consideram, “a economia portuguesa continua a sua recuperação cíclica iniciada no primeiro trimestre de 2013″, contando com um ambiente externo que “continua favorável” (com o PIB da zona euro a crescer 2,4% em 2017 e 2,3% este ano), o que “permitirá manter a balança corrente e de capital com saldo positivo, contribuindo para a redução do endividamento externo”.

O NECEP estima que a economia abrande mais um pouco em 2020, crescendo 2,2%, e apresenta uma primeira estimativa para 2020, que é de 2%, admitindo uma “enorme incerteza em torno deste valor”.

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Ministro das Finanças alemão: “Presidência de Centeno produzirá efeitos positivos”

Peter Altmaier confia na presidência portuguesa do Eurogrupo, garantindo o apoio da Alemanha. Contudo, o ministro das Finanças interino avisa que é preciso reduzir os riscos antes de os partilhar.

Jean-Claude Juncker com Peter Altmaier, ministro das Finanças alemão.© European Union , 2018 / EC - Audiovisual Service

Na sua primeira visita oficial enquanto presidente do Eurogrupo, Mário Centeno deslocou-se a Berlim para discutir o futuro da Zona Euro com o ministro alemão das Finanças, Peter Altmaier, que deixou palavras de apoio ao ministro português. Altmaier começou por eleger Portugal como uma história de sucesso e foi claro ao dizer que “a presidência de Centeno no Eurogrupo produzirá efeitos positivos”. Na próxima segunda-feira, Mário Centeno dirige pela primeira vez uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas.

É preciso reduzir os riscos antes de partilhar os riscos.

Peter Altmaier

Ministro das Finanças alemão

Peter Altmaier vê 2018 como um ano de recomeço para a Zona Euro, garantindo que a Alemanha quer contribuir para o avançar na União Económica e Monetária, mas também na União Bancária — uma posição que consta do acordo entre a CDU e o SPD para formar Governo. “A Zona Euro está melhor do que nunca“, defendeu o ministro alemão que sucedeu ao polémico Wolfgang Schäuble, uma herança que Altmaier diz querer dar continuidade. No entanto, o atual ministro referiu que foi um “erro” dividir o norte e o sul da Europa, assinalando que “a questão é se há ou não sucesso” nas políticas.

Numa conferência de imprensa após o encontro em Berlim, ambos deixaram sinais de concordância, mas sempre com a ressalva de que nada está decidido e que ainda existirá muita discussão nos próximos meses. No entanto, há uma certeza para os alemães: “É preciso reduzir os riscos antes de partilhar os riscos”, afirmou Peter Altmaier, assinalando que é preciso garantir a “estabilidade” e a “prosperidade” dos Estados-membros. Mário Centeno concordou: “Temos de continuar a implementar medidas que reduzam o risco”.

Quanto a prazos parece não haver acordo. Apesar de Centeno querer acelerar a implementação das medidas — “é preciso entregar resultados”, disse na conferência –, até junho (mês em que se vai realizar uma cimeira) só deverá conseguir ter uma “sequência” das reformas para que estas “façam sentido” para todos os países. “Precisamos de ambição como de pragmatismo”, defendeu Mário Centeno, argumentando que existe “uma oportunidade única nos próximos meses que temos de aproveitar”.

O problema não se coloca apenas com a complexidade dos temas e a necessidade de acordo entre os Estados-membros, mas também com os atrasos na solução governativa na Alemanha. O próprio ministro das Finanças alemão admitiu essa possibilidade, evitando comprometer-se com prazos para os avanços. E há temas que nem serão discutidos pelo Eurogrupo: é o caso de um eventual ministro das Finanças para a Zona Euro, uma decisão que para Altmaier terá de ser decidida pelo Conselho Europeu onde estão sentados todos os chefes de Governo da União Europeia.

 

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Secretário de Estado vai ao Parlamento explicar anulação de dívida à Brisa

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2018

Fisco desistiu de cobrar 125 milhões de euros à Brisa, em 2016. António Mendonça Mendes vai, por isso, ao Parlamento explicar anulação da dívida, a pedido do Bloco de Esquerda.

Os deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa aprovaram, esta quarta-feira, por unanimidade a audição do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais sobre a anulação de uma dívida fiscal à Brisa.

O requerimento para a audição de António Mendonça Mendes tinha sido apresentado pelo Bloco de Esquerda, depois de o Negócios ter noticiado no início deste mês que o fisco tinha desistido de cobrar 125 milhões de euros à empresa.

A audição do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais insere-se “no âmbito da anulação de dívida fiscal à Brisa e da eficácia da Unidade dos Grandes Contribuintes da Autoridade Tributária”, de acordo com o requerimento.

De acordo com o Negócios, “o Fisco desistiu de cobrar 125 milhões de euros à Brisa em IRC pela venda da brasileira CCR, tendo anulado a inspeção que lhe deu origem. A decisão foi tomada em 2016 e pesa mais de metade das anulações feitas nesse ano, gerando críticas do Tribunal de Contas à eficácia da Unidade dos Grandes Contribuintes”.

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