Sindicato entrega hoje petição a presidente da AR contra encerramentos dos CTT

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2018

A partir das 15h00, além da entrega do documento, decorrerá uma manifestação/concentração de dirigentes e delegados sindicais, frente à Assembleia da República.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTC) entrega esta quarta-feira uma petição, com 8.600 assinaturas, ao presidente da Assembleia da República contra o encerramento de 22 estações, no âmbito de um plano de reestruturação da empresa.

De Ferro Rodrigues espera-se a mensagem de que a petição seja tratada de forma célere no Parlamento, segundo Victor Narciso, secretário-geral do SNTC, à agência Lusa. O mesmo dirigente precisou que mais de 80% das assinaturas foram recolhidas presencialmente “em todo o país” para “defender a prestação do serviço público e universal de correio com qualidade, lutar contra os despedimentos e o encerramento de Estações de Correio”.

A partir das 15h00, além da entrega do documento, decorrerá uma manifestação/concentração de dirigentes e delegados sindicais, que deverá juntar “80 a 90” pessoas frente à Assembleia da República, em Lisboa.

A 2 de janeiro, os CTT confirmaram o encerramento de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro de 2017 que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.

O encerramento destas 22 lojas “não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos […] clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente”, segundo a empresa. Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira, Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente, Socorro (Lisboa), Riba de Ave, Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde, Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate, Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Porto), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede, Aldeia de Paio Pires e Arco da Calheta (Madeira), de acordo com informação disponibilizada pela Comissão de Trabalhadores dos CTT.

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Metro de Lisboa vai reforçar linhas Amarela e Azul durante a manhã

  • ECO
  • 17 Janeiro 2018

As linhas Azul e Amarela do Metro de Lisboa vão ser reforçadas durante as manhãs, entre as 7h30 e as 9h30. Haverá ainda reforços durante as tardes de fim-de-semana.

As linhas Azul e Amarela do metro de Lisboa vão ser reforçadas com mais um comboio durante as manhãs dos dias úteis, entre as 7h30 e as 9h30. Este reforço faz parte do plano de atividades e orçamento do Metropolitano de Lisboa para este ano.

Esta medida pode ser acompanha por uma extensão durante as tarde dos fins de semana nestas duas linhas, incluindo a linha Vermelha, de acordo com a notícia avançada pelo Jornal Público (acesso condicionado). A empresa assegura que, aos sábados e domingos, nas linhas Vermelha, Azul e Verde, haverá comboios a circular com seis carruagens. Na linha Verde esse reforço é possível graças às obras que estão a decorrer na estação de Arroios, que está fehada.

Mas as alterações não ficam por aqui. Conforme adiantou o Jornal de Negócios (acesso condicionado), o Metropolitano de Lisboa pretende ainda aumentar a velocidade de circulação dos comboios de 45 km/h para 60 km/h, o que permitirá “aumentar a regularidade por via da redução do risco de atrasos na operação”. Estes reforços resultam da “necessidade de responder ao aumento da procura”, devido ao boom do turismo e da economia, explica a empresa no plano de atividades e orçamento para 2018.

No ano passado, o Metro de Lisboa transportou mais de 160 milhões de passageiros, o que representa um aumento de 12,7% face ao ano anterior, de acordo com os dados mais recentes da empresa.

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Excedentários que saíram por mútuo acordo recebem 24,3 mil euros

  • ECO
  • 17 Janeiro 2018

No seu conjunto, as compensações vão custar 2,54 milhões de euros. Processo deve ficar concluído ainda durante o mês de janeiro.

Os 104 funcionários públicos que estavam na requalificação e optaram por sair da Função Pública por mútuo acordo vão receber uma indemnização média de 24.386 euros. O processo deve ficar concluído ainda este mês, avança o Diário de Notícias, citando fonte oficial do Ministério das Finanças.

As novas regras para os trabalhadores considerados excedentários entraram em vigor no início de junho e os funcionários tiveram então 60 dias para dizer se queriam sair amigavelmente, regressar ao serviço, continuar em casa sem funções com corte salarial ou avançar para licença sem vencimento.

Em caso de saída por mútuo acordo, a lei prevê uma indemnização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço, até 30 anos. Estas regras são mais generosas do que as previstas no regime geral de saídas amigáveis da Administração Pública mas não estão acessíveis a todos. Para sair por mútuo acordo, os funcionários tinham de estar a pelo menos cinco ano da idade legal da reforma (66 anos e três meses em 2017).

No seu conjunto, as compensações vão custar 2,54 milhões de euros. O valor médio, de 24,3 mil euros, indica que a maior parte destas pessoas auferia remunerações em torno dos 810 euros, tendo em conta que a maioria teria pelo menos 30 anos de carreira.

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Bolsa abre na linha da água após quatro sessões em baixa

Lisboa com arranque tímido e com apenas seis cotadas a negociar em terreno positivo. Destaque para os CTT e para a EDP Renováveis. Mas sentimento nacional pode quebrar com menor apetite lá fora.

A bolsa de Lisboa abriu ligeiramente acima da linha de água, depois de quatro sessões em baixa. Meia dúzia de cotadas davam algum fulgor ao mercado nacional nos primeiros minutos. Mas o sentimento positivo no arranque é ainda muito tímido e pode quebrar face à evolução menos positiva lá fora.

O PSI-20, o principal índice português, avança ligeiros 0,04% para 5.626,06 pontos. Recupera um pouco do fôlego após quer encerrado no vermelho nas últimas quatro sessões. Dão alguma sustentação as ações da EDP Renováveis e dos CTT, com altas de 0,35% e 0,85%, respetivamente.

“A deterioração da envolvente externa deverá pesar sobre a abertura da bolsa nacional. Assim sendo, é natural que se assista a uma realização de mais‐valias nos títulos que mais se valorizaram desde o início do ano”, sublinham os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “Neste contexto, os CTT podem representar uma exceção. Na fase atual, a ação é mais influenciada por fatores e notícias específicas da empresa e não tanto pelo sentimento global dos mercados acionistas”, referem ainda.

Do lado negativo, as ações da Jerónimo Martins estão sob pressão vendedora nos primeiros minutos. Cedem 0,778% para 17,19 euros. Nos e Navigator também estão em baixa de 0,18% e 0,79%, respetivamente.

Na Galp, depois da notícia de um incêndio na plataforma no campo de Lula ter paralisado a produção nesta quarta-feira, as ações da petrolífera nacional encontram-se na corda bamba: sobem 0,03% para 16,1 euros.

No plano internacional, com a bolsa de Milão a liderar as perdas (-0,56%), as restantes principais praças seguiam em baixa entre 0,2% e 0,3%. Era o caso de Frankfurt, Paris, Madrid e Londres.

"A deterioração da envolvente externa deverá pesar sobre a abertura da bolsa nacional. Assim sendo, é natural que se assista a uma realização de mais‐valias nos títulos que mais se valorizaram desde o início do ano.”

Analista

Diário de Bolsa

(Notícia atualizada às 8h21)

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Montepio recusa fornecer informação para a avaliação pedida pela Santa Casa

  • ECO
  • 17 Janeiro 2018

Final do primeiro trimestre é a data indicada pelo Banco de Portugal para a Caixa Económica Montepio concretizar a separação da marca face à sua acionista, a Associação Mutualista.

A Associação Mutualista não facultou informação sobre a Caixa Económica Montepio aos analistas do Haitong, que ainda não realizaram a sua análise aprofundada (due dilligence) ao banco no âmbito da avaliação independente encomendada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O jornal Público (acesso pago) revela esta quarta-feira que o banco de investimento terá requerido à associação mutualista presidida por Tomás Correia diversos dados financeiros relacionados com algumas operações do Montepio para uma análise mais completa sobre a situação financeira do banco. O pedido foi recusado com o argumento de que as contas de 2017 ainda não estão fechadas e porque a gestão do banco liderada por Félix Morgado está de saída.

Adicionalmente, a associação mutualista argumentou que uma aquisição de 10% de uma empresa não tem de implicar a realização de uma due dilligence, considerando-se que a informação que se encontra hoje disponível publicamente é suficiente para fazer uma análise de risco adequada.

Fonte oficial da Associação Mutualista clarificou ao Público que “desmente categoricamente quando se afirma que ‘…não disponibilizou informação sobre a CEMG…'” e acrescentou que “não tem quaisquer comentários adicionais a fazer, obrigando-se a respeitar escrupulosamente os acordos contratuais de confidencialidade existentes entre as partes”.

A avaliação é crucial para a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio.

Separação da marca até final de março

O Montepio tem até final do primeiro trimestre de apresentar junto do Banco de Portugal medidas adicionais para finalizar a separação da marca face à sua acionista, a Associação Mutualista.

De acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), o supervisor admite que “determinou à Caixa Económica Montepio Geral a apresentação de um plano de ação que assegurasse a separação entre ambas as marcas, de modo a tornar publicamente percetível, de forma clara e inequívoca, as diferenças entre as duas instituições”.

Félix Morgado já apresentou um plano no passado e progressivamente tem vindo a implementar algumas medidas que visam responder às recomendações do Banco de Portugal. Entre outras medidas, em cima da mesa está a distinção das insígnias entre banco e dono — Montepio.

"O Banco de Portugal determinou à Caixa Económica Montepio Geral a apresentação de um plano de ação que assegurasse a separação entre ambas as marcas, de modo a tornar publicamente percetível, de forma clara e inequívoca, as diferenças entre as duas instituições.”

Banco de Portugal

Jornal de Negócios

Ainda assim, continua a ser pouco clara a distinção entre o que são os produtos mutualistas (que se referem ao acionista Associação Mutualista) e os produtos bancários (da Caixa Económica), acabando por criar confusão junto dos clientes do banco.

A supervisão da associação mutualista cabe ao Ministério da Segurança Social, a quem compete também supervisionar a sua atividade e produtos. Já o Banco de Portugal tem vindo a atuar junto do banco de forma a “acautelar, de forma preventiva, o risco de uma perceção incorreta da natureza dos produtos emitidos pela Associação Mutualista por parte dos clientes e do público em geral”.

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Rendas baixas: esquecer participação num ano anula para sempre desconto no IMI

  • ECO
  • 17 Janeiro 2018

Quem tem rendas mais baixas do que o IMI a pagar pode beneficiar de uma salvaguarda. Mas se o proprietário não fizer a participação prevista num determinado ano, perde esse direito nos anos futuros.

Os senhorios com rendas muito baixas têm direito a um desconto no IMI, mas se num determinado ano não participarem o valor às Finanças perdem esse direito nos anos futuros, noticia esta quarta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago).

Em causa está um benefício atribuído a quem tem rendas tão baixas que possam ficar aquém do IMI a suportar pelo imóvel. O benefício foi criado na altura da avaliação geral dos imóveis, que uniformizou pelos mesmos critérios o valor patrimonial de todos os imóveis (VPT) e que levou, em alguns casos, a aumentos substanciais deste valor, sobretudo em prédios mais antigos. Foi nesse sentido que foi criada uma cláusula de salvaguarda para prédios com rendas antigas, com o objetivo de que os proprietários não acabassem por pagar mais de IMI do que aquilo que recebiam em rendas.

Para isto, os senhorios tinham de participar as rendas às Finanças, apresentando um requerimento, cópia do contrato de arrendamento e recibos de rendas. A formalidade devia repetir-se nos anos seguintes, entre 1 de novembro e 15 de dezembro, de acordo com o Código do IMI.

E quem se esquece de fazer isto? De acordo com o jornal, vários contribuintes colocaram a questão e a Autoridade Tributária e Aduaneira, que emitiu uma Informação Vinculativa — esta indica que, se o proprietário não apresentou a declaração num ano, então nos seguintes não poderá ter acesso ao benefício.

Não é certo o número de pessoas que fazem esta participação para ter direito ao desconto. O Ministério das Finanças contabilizou 321 em 2016 e 205 em 2017, mas apenas por transmissão eletrónica de dados — porém, a participação também pode ser entregue em papel. No primeiro ano da entrega, em 2012, mais de nove mil proprietários fizeram a participação de rendas. Alguns contratos antigos podem já ter terminado, nota o Negócios mas, por outro lado, o período transitório que se aplica a rendas muito baixas foi prorrogado de cinco para dez anos.

O Jornal de Negócios recorda ainda que, até 31 de janeiro, os proprietários de imóveis que não emitam recibos de rendas através do Portal de Finanças têm de entregar a declaração anual ao fisco. O chamado Modelo 44 tem de ser apresentado por senhorios que não estão obrigados a passar recibos eletrónicos de renda ao longo do ano. É o caso de pessoas que, a 31 de dezembro do ano anterior, tinham 65 ou mais anos. Além disso, estão em causa proprietários que não estejam obrigados a possuir caixa postal eletrónica e que tenham rendimentos prediais que não ultrapassem 857,8 euros no ano anterior (ou que, não tendo tido rendimentos no ano anterior não prevejam no corrente ano ultrapassar esse mesmo valor), indica o jornal.

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Médicos ameaçam três dias de greve se Ministério da Saúde não der respostas

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2018

Médicos mostram cartão vermelho ao ministro e ameaçam com três dias de greve se as suas reivindicações não obtiverem resposta até março.

Organizações representantes dos médicos decidiram esta terça-feira que irão recorrer a uma greve de três dias caso o Ministério da Saúde não satisfaça o caderno reivindicativo destes profissionais até ao final de março.

A decisão foi transmitida aos jornalistas no final de uma reunião do Fórum Médico, que decorreu na sede da Ordem dos Médicos, por dirigentes do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

“O ministro da Saúde [Adalberto Campos Fernandes] está a faltar a um compromisso que está a conduzir a uma degradação do Serviço Nacional de Saúde e dos cuidados primários e hospitalares”, declarou o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

O ministro da Saúde [Adalberto Campos Fernandes] está a faltar a um compromisso que está a conduzir a uma degradação do Serviço Nacional de Saúde e dos cuidados primários e hospitalares.

Jorge Roque da Cunha

Secretário-geral do SIM

De acordo com o dirigente, a falta de respostas aos problemas apresentados pelas organizações representantes dos médicos, leva-os a “mostrar o cartão vermelho” ao Ministério da Saúde.

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5 coisas que vão marcar o dia

Vieira da Silva vai ao Parlamento explicar a hipótese de a Santa Casa entrar no capital do Montepio. Novos nomes para a Anacom também vão ser ouvidos na AR. Portugal volta ao mercado de dívida.

A ida do ministro Vieira da Silva ao Parlamento, para explicar a hipótese da entrada da Santa Casa no capital do Montepio, será um tema que vai marcar a agenda política e económica nesta quarta-feira. Nos mercados, Portugal regressa com o primeiro leilão de dívida do ano, um de três que o IGCP quer fazer neste trimestre. Há ainda resultados da banca internacional para conhecer, dados económicos dos EUA e os números da inflação na Zona Euro relativos a dezembro de 2017.

Vieira da Silva e nomes para a Anacom no Parlamento

O ministro Vieira da Silva vai esta quarta-feira, pelas 9h30, à Assembleia da República (AR), para “prestar todos os esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrar no capital do Montepio Geral”. A audição decorrerá no âmbito da Comissão de Trabalho e Segurança Social. Também na AR estarão os dois novos nomes para o conselho de administração da Anacom. Pelas 17h30 será ouvido João Monteiro Coelho, indigitado para vogal. Pelas 18h30 será ouvido Sandro Mendonça, igualmente indigitado para vogal do regulador.

IGCP realiza primeiro leilão de dívida do ano

O IGCP vai ao mercado esta quarta-feira para tentar levantar até 1.750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro com maturidades de seis e 12 meses, naquele que será o primeiro leilão de dívida deste ano. Este vai ser também o primeiro de três leilões de curto prazo que a agência pública tenciona realizar neste primeiro trimestre de 2018.

Eurostat atualiza dados da inflação

O Eurostat vai revelar esta quarta-feira o valor final da inflação nos países da Zona Euro no mês de dezembro do ano passado. Segundo a Reuters, estima-se que a inflação recue para 1,4% face aos 1,5% registados no mês anterior. O valor deverá ser anunciado por volta das 10h00, de acordo com informação recolhida pela agência.

Investidores esperam resultados anuais

O dia será de apresentação de resultados por parte de dois nomes de peso no setor da banca internacional. Esta quarta-feira, Wall Street espera novidades sobre as contas do Goldman Sachs e também do Bank of America, números que chegarão ao domínio público antes da abertura das bolsas. Também o grupo Alcoa irá divulgar resultados neste dia.

Reserva Federal publica Livro Bege

A Reserva Federal norte-americana vai divulgar esta quarta-feira o Livro Bege, um relatório publicado oito vezes por ano e que lança luz sobre o estado da maior economia do mundo. O documento é elaborado com base em informações recolhidas junto de economistas, analistas, académicos e empresários. Os investidores estarão atentos ao Livro Bege, que poderá ter dados que permitam antecipar eventuais alterações à política monetária dos Estados Unidos.

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Entrada da Santa Casa no Montepio pode acabar em Bruxelas

O potencial investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no banco Montepio levanta dúvidas no âmbito das regras das ajudas de Estado, garantem especialistas.

Uma potencial entrada da Santa Casa da Misericórdia no banco Montepio pode ter de passar pelo crivo de Bruxelas. Tratando-se de uma entidade tutelada pelo Estado, que faz parte do perímetro das Administrações Públicas, e que gere dinheiro de um exclusivo legal — os jogos sociais –, colocam-se dúvidas quanto ao cumprimento das regras das ajudas de Estado. Se a Santa Casa quiser avançar com o negócio, o Governo deve notificar a Comissão Europeia para que Bruxelas estude o dossiê e se pronuncie sobre a operação.

Em causa está a possibilidade de uma entrada por parte da Santa Casa (SCML) no capital da Caixa Económica Montepio Geral, até um limite de 10% do valor do banco — o que, assumindo que o banco vale os cerca de dois mil milhões de euros registados nas contas da Associação Mutualista, dona do Montepio, implica um investimento que pode ir até aos 200 milhões de euros.

Neste momento, esta hipótese está a ser estudada pelo Haitong e pelos auditores da Santa Casa. A ideia é ter o estudo concluído até ao final deste mês e, caso o investimento seja considerado atraente, avançar. Esta quarta-feira o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, que tutela a Santa Casa, vai ao Parlamento dar explicações sobre o caso aos deputados.

Mas a decisão pode não depender apenas da provedoria da Santa Casa e do Governo. Tudo indica que Bruxelas terá uma palavra a dizer.

“As receitas da Santa Casa são provenientes de um exclusivo legal. Portugal atribuiu o exclusivo com o pressuposto de aplicar as receitas nas atividades com fins sociais da Santa Casa,” explica o professor da Faculdade de Direito, especializado em Direito da Concorrência e da União Europeia, Miguel Moura e Silva, ao ECO. Por isso, “podemos argumentar que os recursos da Santa Casa são recursos públicos porque são receitas de que dispõe por ter proteção legal e que lhe são atribuídos para o desempenho de funções de natureza pública”, conclui.

Estamos numa área em que a dúvida sobre se é uma ajuda de Estado é uma dúvida fundada. Não estou a dizer que seja uma ajuda de Estado, mas a questão coloca-se.

Miguel Moura e Silva

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Além disso, “estamos também perante uma entidade com tutela estatal, em que há o poder, nem que seja por omissão, de dar orientações, por ação ou por omissão, à atuação da Santa Casa e à entrada no banco,” soma. E conclui: “Perante isto, estamos numa área em que a dúvida sobre se é uma ajuda de Estado é uma dúvida fundada. Não estou a dizer que seja uma ajuda de Estado, mas a questão coloca-se.”

“A injeção pode ser considerada uma ajuda de Estado”, corrobora uma fonte conhecedora dos processos em Bruxelas e que esteve à frente de uma instituição nacional, ouvida pelo ECO. E porquê? Porque “a natureza jurídica da SCML, a origem dos seus recursos financeiros e a sua atividade determinam que a participação tenha de ser avaliada à luz da concorrência e ajudas de Estado”, responde a mesma fonte. “No passado a questão nunca se colocou porque a SCML tinha participações financeiras e não uma participação no capital social”, explica. “E as que tinha eram anteriores a 1986, nomeadamente na Caixa Económica Açoreana, que faliu”, continua.

A questão sobre a possibilidade de o investimento colidir com as regras comunitárias para a concorrência foi já colocada pelo deputado do CDS Filipe Anacoreta Correia ao provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, durante a sua audição no Parlamento. Mas o responsável recusou a ideia, não se alongando nas explicações.

Como é que se define o que é uma ajuda de Estado?

Conforme ditam as regras comunitárias, os Estados-membros devem notificar a Comissão Europeia sempre que estejam perante um caso de ajuda de Estado. Depois, cabe a Bruxelas estudar o dossiê e concluir se é de facto uma ajuda de Estado e se, mesmo sendo, pode cair dentro de alguma das exceções previstas que são permitidas.

Mas quais são os critérios que determinam se uma determinada operação deve ser estudada no âmbito das regras da Concorrência? Há quatro princípios fundamentais:

  1. Quando há uma intervenção Estatal, ou através de recursos do Estado, que pode tomar uma variedade de formatos (por exemplo, subsídios, alívios nos juros ou nos impostos, garantias, participação estatal na totalidade ou em parte de uma empresa, ou providenciar bens e serviços em termos preferenciais, etc.);
  2. Quando a intervenção dá uma vantagem numa base seletiva, por exemplo para empresas específicas ou setores específicos, ou empresas localizadas em regiões específicas;
  3. Quando a concorrência tenha sido distorcida;
  4. Quando a intervenção possa afetar o comércio entre Estados-membros.

No caso da entrada da Santa Casa no capital do Montepio, o primeiro princípio levanta logo dúvidas. Conforme explicaram os especialistas ouvidos pelo ECO, os recursos da Santa Casa podem ser considerados públicos. Além disso, a Santa Casa faz parte do perímetro das Administrações Públicas, mostra a lista de entidades incluídas, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística.

As outras misericórdias não são investidores privados — os seus incentivos estão distorcidos face ao investidor em condições de mercado porque prosseguem finalidades sociais e existe uma relação de dependência, direta ou indireta, relativamente às receitas da Santa Casa.

Miguel Moura e Silva

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Caso Bruxelas conclua que este é um caso de ajuda de Estado, tem de avaliar se pode cair dentro das exceções autorizadas. Primeiro, “há que saber se um investidor, agindo em condições normais de uma economia de mercado, face às possibilidades de rentabilidade previsíveis, estaria disponível para fazer o mesmo investimento”, explica Miguel Moura e Silva. Aqui, o especialista defende que “é duvidoso, porque esta solução parece surgir precisamente porque o Estado não consegue encontrar um parceiro privado para o Montepio.”

O provedor Edmundo Martinho já disse que muitas instituições, quer misericórdias quer mutualistas, estão só à espera da SCML para entrar também no capital do banco, mas estes não são considerados investidores privados. “Os seus incentivos estão distorcidos face ao investidor em condições de mercado porque prosseguem finalidades sociais e existe uma relação de dependência, direta ou indireta, relativamente às receitas da Santa Casa,” esclarece o professor de Direito.

Depois, “há ainda que avaliar se essa ajuda de Estado distorce a concorrência. Tendo em conta que o Montepio é um banco representativo no mercado e o investimento é significativo, pode argumentar-se que sim,” diz o professor. Na sequência da investigação, a Comissão pode limitar a dimensão do investimento ou impor planos de reestruturação à entidade que recebe o capital.

O ECO questionou a Comissão Europeia sobre se a eventual entrada da Santa Casa no Montepio deveria ser avaliada por Bruxelas, à luz das regras da concorrência, mas não obteve comentários. Também questionou o Ministério das Finanças sobre se o Governo já notificou, ou pensa notificar, a Comissão sobre este caso, mas fonte oficial recusou quaisquer comentários.

Se o Executivo não notificar a Comissão, mas o caso for considerado pertinente, Bruxelas pode iniciar um procedimento por si mesma, ou reagir a uma queixa.

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Rui Rio vê “traços comuns” nos partidos do bloco central

Na primeira entrevista após a eleição para líder do PSD, Rui Rio afirmou que "há traços comuns" no PSD, CDS e PS. Objetivo é ganhar eleições com maioria, ou afastar a "extrema-esquerda" do poder.

O presidente eleito do PSD, Rui Rio, reiterou esta quarta-feira que acredita que existem “traços comuns” nos partidos do bloco central: “Entre o PSD, o CDS e o PS, eu acho que há traços comuns”, afirmou numa entrevista à RTP3, a primeira desde que foi eleito este fim de semana. O social-democrata defendeu que se o partido não for capaz de ganhar as eleições, deve procurar que “a dependência da governação não esteja na extrema-esquerda, mas no Parlamento como um todo”. Ainda assim, o “primeiro objetivo” é “ganhar as eleições legislativas com maioria absoluta” ou, caso não seja possível, “ganhar sem maioria absoluta”.

Sobre esta nova era no partido, o novo líder reconheceu a dificuldade de unir o PSD depois da fase que atravessou nos últimos meses. “Em qualquer lado, onde se entre e o ambiente não esteja já arejado e transparente, é sempre mais difícil”, afirmou. “O que me seduz, o combustível para este motor, é a vontade de conseguir fazer aquilo que a sociedade quer que seja feito”, apontou Rui Rui.

Aquele que deverá ser o próximo candidato social-democrata a primeiro-ministro negou ainda que vá mudar a sede nacional do PSD para o Porto. “O centro é Lisboa, o centro é a sede nacional”, disse. No entanto, reconheceu que tenciona exercer uma liderança mais descentralizada: “Há um território vasto de Bragança a Faro em que quero estar presente. Para mim, pode ser uma desvantagem em termos das dificuldades que possa ter. Para o partido, é uma enorme vantagem, porque não estou amarrado a nada. Não estou amarrado a interesse nenhum, nenhum, nenhum”, reforçou. E sublinhou: “Não é tudo centrado em Lisboa, mas também não é tudo centrado no Porto por eu ser do Porto.”

Rui Rio assumiu ainda, na entrevista à RTP, que pretende “construir” uma alternativa “com a sociedade toda” e “com o partido ligado à sociedade”. Para tal, recorrerá a “elementos do partido que não têm sido aproveitados”, como alguns jovens, assim como figuras independentes que possam ter “um contributo grande a dar”.

“Não sou do PSD. Sou do partido de Sá Carneiro”

Rui Rio assumiu ainda que se identifica mais com Sá Carneiro do que com Cavaco Silva, ainda que se reveja em algumas características de ambos. “Talvez [seja] mais parecido em personalidade com o Dr. Sá Carneiro e depois tenho para com o professor Cavaco Silva o raciocínio mais económico. Mas prefiro o Dr. Sá Carneiro. Eu não sou do PSD. Eu sou do partido do Dr. Sá Carneiro”, indicou, em resposta a uma questão colocada pela jornalista.

Confrontado com a alegada “desconfiança” em relação à comunicação social portuguesa, Rui Rio rejeitou a ideia, mas assumiu-se como “crítico”: “O que tenho em relação à comunicação social não é desconfiança. Eu sou crítico da comunicação social, não é desconfiança.” Sobre a maior exposição que terá a partir de agora, o ex-presidente da Câmara Municipal do Porto disse: “Isso é que pode necessitar da minha parte um maior ajustamento.”

“Mais até em Lisboa do que no resto do país, dizem que me conhecem. Dizem que sou uma figura nacional, outros dizem que ninguém me conhece, mas ganho as eleições e, no dia seguinte, há páginas e páginas de jornais sobre mim”, continuou Rui Rio. E afirmou: “Dizem que sou teimoso. Pelo contrário, até cedo com facilidade.”

Como o ECO já tinha noticiado, Rui Rio evitou fazer comentários sobre a manutenção de Hugo Soares na liderança parlamentar do PSD, tendo atirado uma decisão para depois do congresso do partido, agendado para 18 de fevereiro. E alertou: “Tudo o que possam ler relativamente a fontes bem informadas, fontes próximas ou fontes daqui e dali, não é verdade porque não falei com ninguém.” Chegou mesmo a afirmar: “Nem eu sou fonte de mim mesmo.”

Rui Rio ganhou a liderança do PSD no último sábado, após uma campanha de mais de três meses frente a Pedro Santana Lopes. Sobre a campanha, Rui Rio afirmou: “As campanhas eleitorais são decisivas para os graus de liberdade que teremos a seguir. Se prometemos tudo o que eleitorado quer ouvir, ficamos amarrados a isso e não podemos cumprir o serviço público. No sentido figurado é preciso namorar bem para que o casamento dê correto.”

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Petróleo mais barato pressiona fecho de Wall Street

Os preços do petróleo voltaram a cair, fator que pressionou as bolsas norte-americanas. Índices fecharam no vermelho, depois de abertura recorde. Criptomoedas continuam a afundar.

As bolsas norte-americanas abriram em máximos, mas o impulso não durou até ao final da sessão. Os três principais índices fecharam em terreno negativo e Wall Street acabou sob pressão do setor energético, num dia de quedas nos preços do petróleo. As bolsas tinham aberto a todo o gás devido às boas perspetivas para as empresas num contexto de corte nos impostos, uma medida trazida pela reforma fiscal do Presidente Trump.

A sessão encerrou com o S&P 500 a cair 0,35% para 2.776,53 pontos, de acordo com dados da Reuters. O tecnológico Nasdaq recuou 0,50% para 7.224,90 pontos. Já o Dow Jones, que foi notícia esta quarta-feira por ter superado o patamar dos 26.000 pontos, recuou 0,02% para 25.798,85 pontos. Uma das empresas mais pressionada foi a General Electric, cujas ações na bolsa caíram 3,30% para 18,14 dólares.

Segundo a agência, os mercados foram pressionados por uma queda na cotação dos metais e do petróleo. Em Nova Iorque, o contrato futuro de crude para entrega em fevereiro recua 0,81% para 63,78 dólares por barril, enquanto em Londres o preço derrapa 1,47% para 69,25 dólares. Neste contexto, as perdas no setor energético na bolsa chegaram a 1%, indica a Reuters.

“Baixos preços da energia estão a pressionar-nos ligeiramente”, disse à agência Tracie McMillion, do Wells Fargo Investment Institute. No entanto, a estratega acrescentou que os “investidores vão continuar a comprar ações à medida que forem vendo os retornos”. Esta quarta-feira, o Goldman Sachs e o Bank of America vão apresentar resultados aos investidores antes da abertura das bolsas norte-americanas.

A volatilidade foi sentida também num outro mercado bem diferente: o das criptomoedas. O dia está a ser de perdas significativas para as principais moedas virtuais. A bitcoin recua 20,25% para 10.971,78 dólares, enquanto o ethereum afunda 21,63% para 1.016,19 dólares. Os investidores estão receosos face à pressão regulatória que estes ativos descentralizados podem vir a enfrentar nos vários países, mas sobretudo na Coreia do Sul e na China, onde se encontra a maioria dos investidores.

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Governo desdobra comissões para acelerar integração de precários na Função Pública

Governo justifica ação com o volume de trabalho das comissões mais requisitadas. Ministério de Mário Centeno esteve reunido com representantes dos trabalhadores esta terça-feira.

O Ministério das Finanças reuniu-se esta terça-feira com os sindicatos de trabalhadores do Estado. Entre os pontos de agenda discutidos estiveram a saúde e segurança no trabalho, o descongelamento de carreiras e ainda o compromisso negocial para 2018. No entanto, a maior novidade da reunião esteve relacionada com o ponto extra na agenda do encontro: o PREVPAP, programa de regularização de precários.

Em comunicado, o Ministério das Finanças adianta que vai desdobrar as CAB (Comissões arbitrais bipartidárias), com o objetivo de acelerar os processos de integração dos trabalhadores precários que ainda estão pendentes. Algumas destas CAB têm previsto terminar os trabalhos em fevereiro mas há outras com maior número de processos, que estão mais atrasadas. Por isso, “as CAB com maior volume de trabalho estão a ser desdobradas, para acelerar a capacidade de resposta“, justifica o Ministério de Mário Centeno em comunicado enviado às redações.

De acordo com os dados oficiais, o número de requerimentos apresentados para regularização de precários na administração pública ascendeu a 31.583 e a CAB da Saúde é a que regista maior número de requerimentos (8.516), seguida pela da Educação (6.895), da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (5.981), do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (3.177) e da Administração Interna (1.624).

“O Governo recordou que da aplicação do artigo 16.º [Regime transitório de proteção] da Lei n.o 112/2017 de 29 de dezembro, decorre que os vínculos
laborais a regularizar, com pareceres homologados, existentes à data da entrada em vigor da lei são prorrogados até à conclusão dos correspondentes
procedimentos concursais e que os vínculos laborais que cessem pelo decurso do respetivo prazo de vigência antes e após a entrada em vigor da lei iniciam nova vigência até à conclusão dos correspondentes procedimentos concursais, cessando caso tenham entretanto um parecer desfavorável homologado”, acrescenta o comunicado.

Entre os temas em agenda

A Saúde e segurança no trabalho foi um dos primeiros temas em agenda no encontro entre o Ministério e os representantes dos trabalhadores do Estado. De acordo com o comunicado, “foi debatido o projeto de diploma entregue na reunião de dezembro e que conclui a transposição para a ordem jurídica interna da diretiva em matéria de Saúde e Segurança no Trabalho, estabelecendo as formas de aplicação do respetivo regime aos órgãos e serviços da administração pública.”

Outro assunto em cima da mesa nesta primeira reunião do ano para os protagonistas foi o descongelamento de carreiras, sendo feito um balanço das sessões de esclarecimento realizadas (235) e anunciada a “realização de mais sessões descentralizadas” e “direcionadas também para a administração local“. O terceiro ponto de discussão foi o compromisso negocial para 2018: “O Governo acredita que tendo os sindicatos como parceiros ativos num diálogo sistemático e responsável, será possível continuar um caminho colaborativo de confiança num futuro sustentável para a administração pública, com reflexos na valorização e na melhoria das condições de trabalho e na gestão dos seus trabalhadores e no serviço ao país”, acrescenta o comunicado.

De acordo com a informação avançada pelo Ministério das Finanças, a próxima reunião será em fevereiro, sendo a prioridade para este encontro a negociação de carreiras.

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