MB Way vai alargar transferências. Podem ir até aos 15 mil euros

A SIBS vai incorporar no MB Way a nova solução de transferências imediatas lançada recentemente pelo Banco de Portugal. Valor das transferências com MB Way poderá assim crescer no limite 20 vezes.

Pouco mais de três anos após o seu surgimento, o MB Way prepara-se para alargar a oferta de serviços. A ferramenta da SIBS vai incorporar a solução de “transferências imediatas” lançada recentemente pelo Banco de Portugal, o que no limite irá permitir multiplicar por vinte o montante máximo das transferências que esta já permite. Ou seja, ir até aos 15.000 euros.

Sem adiantar uma data para tal, a entidade responsável pela gestão da rede Multibanco, confirmou ao ECO a intenção de incorporar esta recente funcionalidade no MB Way. “As Instant Payments serão incorporadas no MB Way, não substituindo as atuais transferências, mas sim permitindo um alargamento do serviço“, adiantou a SIBS, acrescentando que tal “trará vantagens para o MB Way“.

A entidade liderada por Madalena Tomé explica que “esta incorporação será feita em alinhamento com as atualizações previstas tanto para a Instant Payments Solution como para o MB Way”.

As Instant Payments serão incorporadas no MB Way, não substituindo as atuais transferências, mas sim permitindo um alargamento do serviço.

SIBS

Para além de compras online e físicas nos locais aderentes, gerar cartões virtuais MB NET, fazer levantamentos de dinheiro no multibanco através do smartphone, tablet ou PC, a app do MB Way também permite a transferências automáticas entre contas bancárias aderentes.

Através desta aplicação, apesar de os valores estipulados poderem variar de banco para banco, no limite é possível transferir entre contas quase instantaneamente até 750 euros por operação. O valor global de operações recebidas e enviadas não pode, contudo, exceder 2.500 euros, nem é possível realizar mais do que 20 transferências por mês. Tal como explica a SIBS, trata-se de “um serviço sobretudo direcionado para o segmento particular”.

Aquilo que está previsto agora pela SIBS é acrescentar a este tipo de transferências, a solução de “transferências imediatas” lançadas pelo Banco de Portugal a 18 de setembro e que permite encurtar para apenas dez segundos o tempo necessário para que o dinheiro passe de uma conta para a outra. Ou seja, um modelo de funcionamento muito próximo daquilo que o MB Way já permite.

A principal diferença reside no montante máximo das transferências que no caso das “transferências imediatas” é bastante superior. Cada transferência pode ir até aos 15.000 euros. Não há ainda limite no número de operações permitidas.

Tratam-se assim de mais-valias face às atuais características das transferências permitidas pelo MB Way, já que no limite poderá multiplicar por 20 os valores permitidos em cada operação. Contudo, a SIBS não adianta se pretende estabelecer um teto próprio para as “transferências imediatas”. É que as respetivas regras permitem que os prestadores de serviços de pagamento definam um valor limite inferior, “por motivos comerciais e de gestão de risco”, segundo explicou o Banco de Portugal aquando do seu lançamento.

900 mil utilizadores e 3,5 milhões de transferências até agosto

De acordo com a SIBS, o MB Way tem atualmente 900 mil utilizadores que efetuam cerca de dois milhões de operações por mês, sendo que a empresa liderada por Madalena Tomé antecipa que a incorporação das “transferências imediatas” trará vantagens para a ferramenta nesse âmbito.

A gestora do Multibanco adianta ainda que até ao momento, o MB Way conta com mais de cinco milhões de transferências realizadas. Desse total, 3,5 milhões foram levadas a cabo nos primeiros oito meses deste ano. “Representa um crescimento de 12 vezes face ao período homólogo”, diz a SIBS.

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5 coisas que vão marcar o dia

Combustíveis mais baratos. Dados do Banco de Portugal sobre o endividamento da economia e sobre os produtos do Estado. Eurostat avalia défices excessivos.

Boas notícias para os automobilistas portugueses. Os combustíveis ficaram mais baratos, com o gasóleo a registar a maior queda desde fevereiro. Esta manhã o Banco de Portugal revela dados sobre o endividamento da economia e sobre as aplicações em produtos de poupança do Estado. Também o Eurostat divulgará a sua avaliação que faz os reportes dos défices excessivos.

Combustíveis mais baratos

Uma boa notícia para arrancar a semana: os combustíveis estão mais baratos. O litro do gasóleo está dois cêntimos mais baratos, registando a maior queda desde fevereiro. Já a gasolina custa menos 1,5 cêntimos por litro.

Eurostat avalia défices

O Eurostat publica a avaliação que faz dos reportes dos défices excessivos apresentados pelos Estados membros. Será a segunda notificação do ano. No primeiro reporte, Portugal apontava para uma meta do défice de 1,1% do PIB para 2018, mas veio a rever em baixa esse objetivo para 0,7% quando o Governo apresentou o Plano de Estabilidade e Crescimento. O Executivo confirmou essa meta novamente no Orçamento do Estado para 2019.

Estamos mais endividados?

O Banco de Portugal atualiza as estatísticas do endividamento do setor não financeiro relativo ao mês de agosto. No mês anterior, a dívida da economia nacional totalizava os 722 mil milhões de euros, representando cerca de 367,2% do PIB.

Como evoluíram as aplicações nos produtos do Estado?

O banco central revela ainda os dados relativos ao investimento das famílias nos produtos de poupança do Estado. Em agosto, foram aplicados 164 milhões de euros, com os certificados do Tesouro a sustentarem o crescimento das aplicações. Para o próximo ano, o Governo espera que os certificados venham a dar um contributo negativo em 1.000 milhões para o financiamento do Estado, compensados na mesma medida pelas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável.

Arranca semana digital

Até dia 26 de outubro, a Associação Economia Digital (ACEPI) vai percorrer o país num roadshow sobre o “Portugal Digital 2017-2025”, promovendo várias apresentações em universidades para dar a conhecer as tendências digitais mais recentes e os resultados do Estudo Economia Digital em Portugal – Edição 2018.

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Lisboa quer cobrar 165 “taxas e taxinhas” em 2019. Menos 12% do que quando Medina se tornou presidente

Desde que Medina assumiu a câmara, o número de taxas cobradas recuou 12%. Para 2019, o executivo municipal prevê arrecadar praticamente 100 milhões de euros.

(Correção: O ECO errou. Na notícia publicada segunda-feira com o título “Lisboa quer cobrar 165 “taxas e taxinhas” em 2019. Quase o dobro de quando Medina se tornou presidente” houve uma falha na contagem das taxas cobradas em 2015. Nesse ano, a autarquia cobrava 188 taxas e não 85 como escreveu o ECO. Este erro levou a uma análise que é falsa. Em quatro anos, o número de taxas cobradas recuou em 12%. O ECO republica a notícia mas com os números certos. O título da notícia corrigida é “Lisboa quer cobrar 165 “taxas e taxinhas” em 2019. Menos 12% do que quando Medina se tornou presidente”. Aos leitores, ao presidente Fernando Medina e à Câmara de Municipal de Lisboa pedimos as nossas sinceras desculpas).

O executivo municipal de Lisboa, liderado por Fernando Medina, quer cobrar 165 taxas no próximo ano em troca da prestação de serviços pela autarquia. Na capital, o número de taxas previsto para 2019 encolhe em 23 face ao que era pago em 2015, quando Fernando Medina assumiu a presidência do município na sequência da saída de António Costa. Ainda assim com menos taxas, Lisboa espera mais receita.

A tabela de taxas municipais faz parte da proposta de Orçamento que o executivo de Fernando Medina apresentou segunda-feira, 15 de outubro, a que o ECO teve acesso. A proposta de Orçamento vai ser discutida no final do mês em reunião de câmara, necessitando depois do aval da Assembleia Municipal de Lisboa.

Fotomontagem – ECO

Para 2019, o executivo prevê que as taxas, multas e outras penalidades rendam 98,6 milhões de euros. Um “aumento em 29,3 milhões de euros (+42,2%), essencialmente explicado pelo aumento da Taxa Municipal Turística em mais um euro, que se traduz num acréscimo de 22 milhões de euros previsto na receita, e pela expectativa da receita gerada pelas taxas urbanísticas e realização de infraestruturas de mais 6,9 milhões de euros, face ao momento de grande incremento nos investimentos de reabilitação e requalificação na cidade”.

Em 2018, a câmara aplica 166 taxas com uma previsão de receita associada de 69 milhões de euros (-10,3% que no ano anterior).

O acréscimo na receita não começou agora, embora o número de taxas cobradas seja menor. O ECO revisitou o Orçamento de Lisboa para 2015 — ainda apresentado por António Costa, mas executado por Fernando Medina, que assumiu o comando da autarquia em abril. Esse ano foi ainda marcado por uma mudança: foi criada a Taxa Municipal Turística que no próximo ano será agravada.

A lista completa de 2015 continha a cobrança de 188 taxas. Juntamente com as multas e outras penalidades, o município esperava arrecadar 59,7 milhões de euros.

Em quatro anos, Lisboa terá menos 23 taxas, que renderão aos cofres municipais mais 65% em receita. A importância desta fonte de receita para o Orçamento municipal pode ser constatada pelo aumento do peso das taxas no total de receita. Em 2015, este indicador era igual a 8,5%. Para 2019, está previsto que pese 9,3%.

O debate sobre a importância das taxas nas receitas municipais de Lisboa teve em 2014 um momento alto quando, durante o debate do Orçamento do Estado para 2015, o então ministro da Economia, António Pires de Lima, desafiou o PS, de uma forma pouco habitual, a resistir à criação de “taxas e taxinhas” em Lisboa. Foi aqui que nasceu a expressão muitas vezes usada quando se quer dar uma imagem da variedade de taxas que são cobradas.

Quem paga taxas e que taxas são cobradas?

Uma taxa distingue-se de um imposto pelo facto de ela financiar a prestação de um serviço, ao passo que a cobrança de um imposto gera uma receita que não está diretamente relacionada com uma despesa da autarquia.

As 165 taxas são cobradas por serviços prestados a pessoas que residem na cidade, empresas e turistas que a visitam. Da lista faz parte, por exemplo, a cobrança de 36,05 euros por certidões, atestados e termos de autenticação. Mas só pelas primeiras quatro folhas. A partir da quinta folha, a câmara leva mais 2,05 euros.

Um pedido de informação prévia nos casos de licenciamento da ocupação e utilização do espaço público e da publicidade custa 159,25 euros cada um e a utilização de uma capela por 24 horas paga uma taxa de 76,45 euros. No âmbito das licenças especiais de ruído, a autarquia cobra 20,80 euros por dia quando o evento dura mais de quatro horas, uma taxa que acresce à de fiscalização, no valor de 83,15 euros por dia.

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Como é que a inteligência artificial pode ajudar na igualdade de género no trabalho?

Igualdade de género pode dar muitos milhões às economias. E a inteligência artificial pode ser a chave para ajudar as empresas a alcançarem esse objetivo.

Nos Estados Unidos da América, a igualdade de género no local de trabalho, que inclui a remuneração igual para ambos os sexos e a representação igual em todos os níveis das organizações, poderia ser um fator valorizador para a economia do país. Na próxima década, a igualdade poderia adicionar entre 2,1 e 4,3 biliões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com a Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês).

O problema, segundo as estimativas sugeridas pelo U.S. Congress Joint Economic Committee, é que seriam precisos 40 anos para alcançar essa meta, o que, para Katica Roy, é demasiado tempo.

Katica Roy é a CEO da Pipeline Equity e quer ver acelerar todo o processo, rumo à igualdade. Como? Através da inteligência artificial (IA). Foi com esse propósito que fundou a Pipeline, uma empresa de software que usa a IA para ajudar outras empresas a aumentarem os seus resultados financeiros, através de medidas que promovem a igualdade de género.

A maneira como tudo isto funciona está relacionada com os momento em que, numa empresa, é preciso analisar desempenhos, contratar, promover ou decidir salários. É aqui que entra em ação a Pipeline, que faz uma análise dos dados internos da força de trabalho da empresa e, seguidamente, faz algumas recomendações, sempre com o intuito de ajudar a combater a lacuna ao nível da igualdade.

A base de clientes da Pipeline já conta com grandes empresas, como a cadeia americana de restaurantes Red Robin, mas também regista empresas de menor dimensão, como, por exemplo, a SendGrid. Em comum, todas têm o investimento que estão a fazer para alcançar a igualdade de género em contexto laboral.

O retorno, contudo, “não é mágico”, diz Roy. “Não acontece durante a noite”, em média leva cerca de três anos para que uma empresa veja retorno, em virtude da adoção das recomendações. Embora a CEO da Pipeline não tenha divulgado número exatos, avançou que, atualmente, as empresas que integram a sua base de clientes aceitam cerca de 30% das recomendações da plataforma.

Quanto ao pagamento igual entre sexos, que é um fator de grande peso, Roy reforça que há ainda outros aspetos de grande relevância. “A questão principal é a igualdade de oportunidades”, uma condição determinante para que as mulheres possam progredir nas suas carreiras profissionais.

Serviços públicos e tecnologia. Aqui é onde há mais mulheres CEOs

A FactSet analisou a composição do conselho de administração e da liderança das empresas do índice Russell 3000 e concluiu que a percentagem de empresas sem qualquer mulher no conselho desceu para 18%. Conselhos exclusivamente femininos existem em apenas 14 empresas e com uma representação igualitária em termos de género a FactSet apurou 22 empresas.

No ano passado, apenas 143 empresas no Russell 3000 tinham uma CEO mulher e, agora, o número subiu para as 151. As empresas de serviços públicos e as do setor de tecnológico são aquelas onde a probabilidade de encontrar uma CEO mulher é mais elevada, 11,1% e 2,4%, respetivamente.

De todas as empresas do Russell 300, a Travelzoo é a que tem maior número de mulheres no seu conselho de administração, cerca de 80%. Trata-se de uma agência de viagens, que publica na internet, não só, ofertas de viagens, mas também de entretenimento e empresas locais, como restaurantes e spas.

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UGT desafia António Costa a cumprir expectativas dos professores

  • Lusa
  • 21 Outubro 2018

Carlos Silva, secretário-geral da UGT, desafiou o primeiro-ministro, António Costa, a cumprir a promessa da contagem integral do tempo de carreira dos professores.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, desafiou este domingo o primeiro-ministro a cumprir as expectativas criadas aos professores, no sentido da contagem integral do tempo de carreira, defendendo que o Governo deve fazer investimentos públicos sem tirar dinheiro aos docentes. “António Costa olha para os trabalhadores, olha para as expectativas e cumpre-as. É isso que se faz em política”, afirmou. O líder da UGT falava em Aveiro, durante o encerramento do 12.º congresso da Federação Nacional da Educação (FNE), que reelegeu João Dias da Silva para mais um mandato de quatro anos.

No seu discurso, Carlos Silva disse que, neste momento, “há um clamor intenso” em Portugal, almejando por um conjunto de expectativas que foram criadas pelo Governo que está em funções, dizendo que “não deixava cair os professores”. “Onde é que estão aqueles que defenderam que não deixavam cair os professores? Onde é que estão? Esses, porventura, por calendário político-partidário, talvez tenham deixado cair os professores, mas nós não os deixamos cair”, garantiu.

Para Carlos Silva, o Governo deve continuar a fazer investimentos públicos, mas sem tirar dinheiro aos professores. “Eu não sou daqueles que, para não pagarem, iria construir uma estrada. Quando fizerem a estrada de Viseu a Coimbra façam-na, mas façam-na com o dinheiro do Orçamento do Estado e com os impostos que continuam a pesar na carga fiscal de todos os portugueses. Não vão retirá-lo aos professores, às suas carreiras e ao seu futuro”, observou.

O líder da UGT disse ainda estar atualmente “muito mais disponível” para a luta na rua, nas empresas e nas escolas, do que estava há cinco anos. “Quando nós esperávamos que o Governo do meu partido, do PS, apoiado à esquerda parlamentar desse e conseguisse construir mais alternativas, mais expectativas para os trabalhadores deste país, eis exatamente o contrário”, afirmou.

Aproveitou ainda a oportunidade para apelar à participação na greve da Administração Pública que está convocada para o dia 26, sublinhando que “há muito tempo que todas as organizações sindicais não estavam unidas, imbuídas do mesmo espírito de unidade”. “Temos de estar todos na rua, remos de dar um sinal ao país, temos de dizer que não desistimos. Temos que dizer os trabalhadores em primeiro lugar, e depois a política, e depois o FMI [Fundo Monetário Internacional], e depois a Comissão Europeia e depois o dinheiro. Primeiro, as pessoas. É para isso que nós cá estamos”, afirmou.

Na mesma ocasião, o recém-eleito secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, alertou para uma “nova tentativa de atropelo” à Lei da greve com o anúncio pelo Ministério da Educação da “ilegalidade e ilegitimidade” da greve à componente não letiva prevista para se iniciar a 15 de outubro. “Vamos também combater em tribunal. Vai ter a mesma resposta. Não ficará sem resposta este ataque ao direito de exercício da greve”, garantiu, deixando o compromisso de combater quaisquer limitações ao exercício dos direitos sindicais.

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iPhones com reconhecimento facial exigem cuidados redobrados à polícia

Após cinco tentativas de utilizar o Face ID, o iPhone bloqueia e pede o código por dígitos. A polícia, se precisar de apreender um telemóvel, deve ter cuidado para não bloquear o aparelho.

Com o desenvolvimento da tecnologia, os telemóveis foram-se tornando cada vez mais pessoais. Existem várias ferramentas para impedir o acesso de estranhos ao dispositivo, desde uma palavra-passe simples ao reconhecimento facial. Mas e quando quem quer aceder ao telemóvel é a polícia, em busca de possíveis provas de um crime?

Olhar para o ecrã do iPhone é o suficiente para desbloquear o dispositivo, nos modelos mais recentes. Mas se o telemóvel vir a “cara errada” cinco vezes seguidas, bloqueia. Esta funcionalidade tem trazido alguns desafios às autoridades norte-americanas, que depois podem não conseguir autorização para desbloquear o aparelho. Para evitar esse obstáculo, a polícia foi aconselhada a não olhar diretamente para os iPhones dos suspeitos, lê-se na Engadget (acesso livre/conteúdo em inglês).

A origem do problema das autoridades é que a palavra-passe, pedida quando o reconhecimento facial bloqueia, não pode ser obtida através de um mandado, na grande maioria dos casos. A quinta emenda da Constituição norte-americana prevê o direito do cidadão a não se auto incriminar através de um “testemunho”, o que abrange o código do telemóvel.

O reconhecimento facial é mais facilmente contemplado num mandado do que as palavras-passe, daí a recomendação dada pela empresa forense Elcomsoft, de manter disponível a opção de desbloquear com Face ID.

O bloqueio depois do reconhecimento facial falhar chegou a acontecer a um dos membros da Apple, durante o evento de apresentação dos novos modelos do iPhone, no ano passado. A Elcomsoft chama ainda a atenção para a identificação através do toque, com as impressões digitais, que expira em algumas situações. Por exemplo no caso de, se depois de seis dias em que a palavra-passe não é introduzida, o Touch ID não for usado para desbloquear o telemóvel em oito horas.

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Uma estreia de luxo, um mês quase sem brilho da Farfetch em Wall Street

Faz um mês que a Farfetch entrou para a bolsa de Nova Iorque. Depois de uma estreia de arromba, com os títulos a dispararem 40%, a empresa fundada por José Neves volta aos 20 dólares.

A Farfetch está de parabéns. Faz um mês que a plataforma digital de luxo entrou em bolsa, numa estreia que se pode considerar colossal. Disparou mais de 40% no primeiro dia de negociação em Wall Street. E entre alguns altos e baixos que se seguiram, o saldo deste primeiro mês no mercado acionista acaba por ser apenas marginalmente positivo. As ações estão quase outra vez ao preço da oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa).

Foi a 21 de setembro que Farfetch se estreou na bolsa de Nova Iorque. Nesse dia, as suas ações entraram com um valor unitário de 20 dólares e “saíram” a valer 28,45 dólares. Numa única sessão, o respetivo valor de mercado engordou perto de 2.500 milhões de dólares até aos 8.332 milhões — nas rondas de financiamento antes da entrada em bolsa a avaliação não ia além dos 1.500 milhões.

Um mês de Farfetch em bolsa

Foi um dia feliz para José Neves que, à Reuters, explicou a base do negócio criado há uma década em Guimarães. A indústria da roupa de luxo “escolhe os seus caminhos e canais com muito cuidado”, embora cada vez mais seja possível ver as vantagens de apelar, por exemplo, aos clientes millennials, “que pensam com o digital em primeiro lugar. Estes clientes estão online e não no mundo offline”, disse na ocasião o português.

Entretanto, o entusiasmo continuou a alimentar o preço das ações que atingiram no terceiro dia de negociação o máximo histórico de 32,3999 dólares. Graças a esse otimismo dos investidores, por pouco a Farfetch não bateu a fasquia dos dez mil milhões de dólares de capitalização bolsista.

A partir daí o entusiasmo em torno do título esmoreceu um pouco, com a empresa a ser penalizada pelo contexto negativo vivido nos mercados internacionais, que a levou a baixar do preço do IPO. Ainda assim, o balanço global deste primeiro mês é positivo. Atualmente, as ações da empresa de José Neves têm um valor unitário de 21 dólares. Ou seja, estão apenas 5% acima do preço de entrada. Essa cotação avalia a Farfetch em 6.150 milhões de dólares.

Apesar do comportamento recente ser negativo — deslizou quase 10% na última sessão em Wall Street — tudo aponta para um rumo positivo no futuro. Que o digam os bancos de investimento que iniciaram a cobertura dos títulos da plataforma de venda de artigos de luxo. Vários desses bancos atribuem avaliações às ações da Farfetch acima da atual cotação em bolsa. O Wells Fargo, o UBS, o Credit Suisse, Cowen, JPMorgan e o Deutsche Bank recomendam “comprar” os títulos da empresa criada há dez anos por José Neves.

Ike Boruchow, analista do Wells Fargo, referiu numa nota de research que o negócio da Farfetch parece bem posicionado, já que o mercado online transforma o espaço do luxo, referindo que rivais como a Amazon ou o Ebay não estão talhados para servir o consumidor moderno de alto nível.

A empresa “oferece uma oportunidade para embarcar numa história de crescimento do mercado eletrónico que está num estágio inicial, com uma pista incrivelmente longa à frente”, disse o mesmo analista, que iniciou a cobertura do título com um preço-alvo de 30 dólares.

Apenas o Goldman Sachs não segue as recomendações de “comprar” dos pares. Atribui uma recomendação de “neutral”, a um preço-alvo de 24 dólares. Ou seja, acima da cotação atual, mas tendo implícito um potencial de valorização bem menos expressivo do que aquele que é conferido por outros bancos.

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Máximo dos Santos considera que venda do Novo Banco ajudou Portugal a sair do “lixo”

  • ECO
  • 21 Outubro 2018

Máximo dos Santos diz que a venda do Novo Banco ao Lone Star foi "certamente" um fator importante para que as agências de rating voltassem a considerar a dívida portuguesa como de qualidade.

A venda do Novo Banco ao fundo Lone Star foi um fator que “certamente” ajudou a dívida portuguesa a sair do “lixo”. A observação é de Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal (BdP) e presidente do Fundo de Resolução, que detém uma participação na instituição que nasceu da queda do antigo Banco Espírito Santo.

Numa entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, Máximo dos Santos deixa a nota: “Temos de ter em conta que se [a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star] não tivesse acontecido, estas subidas de rating da República e um olhar bastante mais positivo do conjunto do nosso sistema financeiro certamente não se verificariam, porque teríamos aqui um elefante na sala que estava sem solução”, afirma.

Numa altura em que se espera uma nova injeção do Fundo de Resolução no Novo Banco, ao abrigo do mecanismo de capital contingente, no valor de quase 800 milhões de euros, Máximo dos Santos reconhece serem “valores elevados”. Contudo, lembra que “as contas fazem-se no fim”, porque a participação do Fundo de Resolução ainda vai ser vendida.

“As contas finais da operação só podem considerar-se no momento em que a participação do Fundo de Resolução for também ela vendida, porque, naturalmente, essa participação vai ter um valor, e quanto melhor nessa data estiver o banco maior será o valor dessa participação. Isso significará que a estas contribuições teremos depois de deduzir o valor do encaixe que o Fundo de Resolução terá”, diz, na entrevista publicada este domingo.

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Bruxelas tem um programa Erasmus para PME. E vai ser reforçado

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 21 Outubro 2018

Durante o período fora do país, o trabalhador continua a receber o seu salário e a deslocação e estadia são financiadas pelo programa da União Europeia.

A Comissão Europeia vai alargar em 2019 o projeto europeu de mobilidade para as pequenas e médias empresas. A prazo, podem estar reunidas as condições para criar um programa de mobilidade alargado para os profissionais das PME, idêntico ao Erasmus para estudantes.

O projeto-piloto de mobilidade — MobiliseSME — prevê o envio de trabalhadores qualificados, gestores ou empresários de PME para uma empresa do mesmo setor noutro país europeu entre 15 dias e dois meses. Durante esse período, o trabalhador continua a receber o seu salário e a deslocação e estadia são financiadas pelo programa da União Europeia.

O projeto testou o interesse das PME e a viabilidade de um programa alargado de mobilidade transfronteiras. Entre 2016 e 2017, registou um êxito crescente junto de pequenas e médias empresas europeias. No final do teste tinham participado 59 empresas representando 23 setores de 16 Estados-membros da UE.

O objetivo da Comissão e da Confederação Europeia das Pequenas e Médias Empresas — autora do projeto — é reforçar o programa no próximo ano. O executivo comunitário pretende aumentar o número de participantes para 250 em 2019.

A prazo, pode tornar-se num embrião de um verdadeiro programa Erasmus alargado, idêntico ao que já existe estudantes ou para jovens empreendedores. Até lá, a Comissão pretende avançar de forma faseada enquanto vai observando as necessidades das PME. Mas Bruxelas garante que os resultados são animadores.

“Ainda estamos na fase de testes do programa e portanto numa abordagem passo a passo para testar as necessidades do mercado e a metodologia. Para já, não lhe chamaria um ‘Erasmus‘ mas é definitivamente uma iniciativa de sucesso que trouxe vários resultados bons, mas um passo de cada vez”, explica ao ECO Christian Wigand, porta-voz da Comissão Europeia para o Emprego e Assuntos Sociais.

Adquirir novas competências e estimular a economia

À semelhança do programa de mobilidade para estudantes Erasmus, pretende-se que os profissionais partilhem conhecimentos e experiências e adquiram novas competências. Permite ainda obter ideias novas sobre produtos, serviços e organização e praticar outros idiomas. O MobiliseSME também pode estimular a economia e as exportações a partir da relação que as empresas envolvidas estabelecem.

“O MobiliseSME não tem como objetivo principal o aumento das exportações mas pode ter esse efeito lateral. Graças à troca, duas PME podem decidir fazer negócios. Abrimos espaços de cooperação. Então cada companhia retira vantagens”, afirma Stefan Moritz da Confederação Europeia das PME, em Bruxelas.

A Confederação é um dos principais defensores da criação de um Erasmus para as PME, que constituem a espinha dorsal da economia europeia e do mercado interno: cerca de 23 milhões de pequenas e médias empresas empregam 90 milhões de pessoas na Europa.

Os promotores do projeto garantem que as empresas — a de origem e a anfitriã –, bem como o trabalhador beneficiário são ganhadores. Segundo o estudo que avaliou os primeiros resultados, o índice de satisfação ronda os 95%. Para além disso, a esmagadora maioria das empresas admite que os negócios transfronteiras vão prosperar e 75% acreditam poder introduzir novos produtos e serviços no mercado.

Mas a fase piloto permitiu igualmente detetar vários desafios que o projeto ainda enfrenta. A maioria das empresas participantes tem menos de cinco empregados ou é unipessoal pelo que seria desejável que outras de maior dimensão participem.

Por outro lado, nem todos os setores de atividade se candidatam por igual. Apesar de não haver um setor claramente dominante, as empresas da área das tecnologias da comunicação e da informação, do marketing, dos serviços de consultoria e contabilidade aparecem como as mais prometedoras em termos de participação.

Um reequilíbrio do ponto de vista geográfico também parece necessário já que os países que mais participaram na primeira fase do projeto foram sobretudo a Alemanha, Espanha, Hungria e Estónia. Os resultados demonstram ainda que é necessário fazer mais para informar as empresas da existência do projeto através, por exemplo, de uma rede europeia de associações locais com ligações às PME e de uma plataforma online que facilite a informação e comunicação.

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Ginjinha portuguesa entra no Texas, New Hampshire e Tennesse. Fundador espera multiplicar as receitas

  • Lusa
  • 21 Outubro 2018

A marca de ginjinha portuguesa Ginja9 vai chegar a mais 161 lojas nos EUA. A empresa fundada por Alexander Dias prevê multiplicar as receitas da empresa no ano que vem.

A marca de ginjinha portuguesa Ginja9 estará em mais de 100 lojas norte-americanas “nas próximas semanas”, disse à Lusa o fundador Alexander Dias, que fechou contratos para a entrada no Texas, New Hampshire e Tennessee. O licor vindo de Óbidos estará nas 28 lojas da cadeia Total Wine e em mais de 30 outras lojas no Texas, “um dos quatro grandes mercados de álcool nos Estados Unidos” além da Califórnia, Nova Iorque e Flórida.

A marca arrancou no final de 2016 em Los Angeles, Califórnia, onde está disponível em cerca de 30 lojas e é presença assídua nas festas e salões portugueses por todo o Estado. O objetivo agora é “entrar na Total Wine e na BevMo na Califórnia”, o que representará um salto adicional de 161 lojas e “pode acontecer até ao final do ano”.

Alexander Dias está também a negociar a expansão para o Estado do Massachussets, com o distribuidor português Sarmento’s Imports, depois de ter chegado ao Tennessee via Lipman Brothers e ao New Hampshire, “um Estado muito pequeno, mas com uma boa quantidade de portugueses”, através da Horizon Beverage.

A entrada nos novos mercados permitirá à Ginja9 dar um salto significativo na faturação anual, que atualmente se situa em torno dos 100 mil dólares. No próximo ano, a estimativa é que as receitas engordem para 600 mil a um milhões de dólares. O empresário luso-americano está a preparar a primeira ronda de financiamento, que deverá situar-se entre os 250 e 300 mil dólares, para suportar o investimento necessário em marketing, merchandising e equipas nos novos mercados.

A firma de investimento REDangels, sediada em Aveiro, mostrou interesse no negócio e irá decidir em novembro se apoia a startup californiana. A ginjinha é importada de Portugal com produto da Licóbidos, “o único produtor português de ginja de Óbidos que é autossuficiente”, explicou Alexander Dias. “É tudo ginja portuguesa, o que garante sempre a qualidade do produto”, disse, já que o clima da região leva a que o fruto cresça “mais doce que o normal”. O licor é comercializado em garrafa individual ou em caixas com copos de chocolate provenientes da Bélgica.

O interesse na ginjinha por parte dos consumidores norte-americanos disparou nos últimos anos devido à maior exposição turística de Portugal e ao trabalho de divulgação da bebida por parte do Turismo de Lisboa, frisou o empresário. “Com a vaga de turismo que temos tido nos últimos anos tornou-se impressionante”, referiu o luso-americano, indicando que há “milhares de publicações” com a etiqueta “#ginjinha” nas redes sociais. O próximo passo será tentar entrar em bares e restaurantes, “porque aí é que se consegue criar um movimento em relação à bebida”, uma vez que os consumidores provam o cocktail “e querem reproduzir a mesma coisa em casa”. Para já, o restaurante português Adega, em São José, criou um cocktail com uísque, vermute e Ginja9 denominado “Lisboeta”.

A Ginja9 será uma das empresas a estar presente em novembro num evento organizado pela PortugalFoods em Nova Iorque, com o objetivo de promover produtos portugueses para importadores, distribuidores e retalhistas. A marca foi desenhada especificamente para o mercado norte-americano, com a assinatura “Crafted by hand, made with love” [trabalhada à mão, feita com amor]. O 9 foi incluído no nome porque “significa paz e amor em numerologia”.

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V60. Uma “mini” 90, sem descer de nível

A Volvo atacou o mercado pelo topo, com a V90. Foi bem-sucedida. E a V60? É uma "mini" V90 que de mini acaba por não ter muito. Mas de estilo tem muito.

Carrinha? Mas quem é que compra uma? Vivemos num mercado dominado pelos SUV, automóveis mais encorpados, mais altos, que têm aquele look de offroad, mas que se ficam pela road (estrada, em português). Representam uma “fatia” cada vez maior das vendas de todos os fabricantes. A Volvo não é exceção. E é forte a aposta, mas a marca sueca, detida pelos chineses, não esquece o que a notabilizou: as station de grandes dimensões, mas sempre elegantes.

Em vez de começar por baixo, a Volvo fez exatamente o inverso. Atacou o mercado pelo topo, com a V90 (que entretanto derivou na cross country, e na edição especial cross country Ocean Race), e foi bem-sucedida. Era preciso, no entanto, descer um nível na gama, sem descer de nível. Um desafio? Certamente, mas bastava seguir o exemplo de cima. E foi o que aconteceu com a nova “coqueluche” da marca, a V60. É uma “mini” V90 que de mini acaba por não ter muito. Mas de estilo tem muito.

As linhas são cópia à escala da “irmã” mais “velha”, apenas um pouco mais condensadas. E resultam ainda melhor nesta carrinha de gama média que dá não um, mas vários passos à frente da antecessora. Brilha pela forma como “assenta” no asfalto graças às linhas vincadas na lateral que seguem, de resto, os traços rasgados da parte dianteira que não deixam ninguém indiferente. Nem quem a vê passar, nem quem vai à frente dela. A culpa é dos LED em formato de Martelo de Thor.

Diesel, sim. Mas há “bombas” a gasolina

Não são, contudo, muitos os automóveis que se mantêm à frente da V60 na estrada. Nas versões diesel, aquelas que deverão continuar a ter um maior peso nas vendas no mercado nacional, as potências já impõem respeito. A D3 traz 150 cv, mas a D4 sobe a fasquia para os 190 cv (e o preço que facilmente chega aos 60 mil euros). A D4 é despachada quanto baste, tendo em conta o tamanho da carrinha que puxa.

Há muita força, bem gerida pela caixa automática de oito velocidades. E muitíssimo bem segura por uma suspensão que faz um equilíbrio perfeito entre precisão e conforto. Precisão nas curvas, mesmo quando se exagera um pouquinho no pedal do acelerador (excessos adicionais ficam a cargo de toda a tecnologia que vem pré-carregada), e conforto na forma como filtra para os ocupantes quaisquer deslocações laterais mais exigentes.

A base em que a V60 assenta é de uma estabilidade impressionante, o que de resto já se tinha percebido pela V90. Mas também tinha de ser assim, ou não fosse esta carrinha receber motorizações a gasolina que prometem ser um caso sério para aquelas famílias mais apressadas. O T5 traz 250, o T6 chega aos 310 cv. Mas com os híbridos, o T6 e o T8 já estamos a falar de potências que roçam o patamar dos 400 cv.

Vai tudo atrás (literalmente)

A V60 vem com muita potência, mas está muito bem disfarçada. O look mais desportivo pode levantar o véu, mas praticamente todas as marcas procuram passar essa mensagem com estas station — ajudam a atrair quem, de outra forma, optaria por um SUV. Mas mesmo no interior são raros os vislumbres de que o pedal direito traz um ronronar que faz delícias. Não fosse a personalização do conta-quilómetros, que permite colocar os manómetros no modo Sport, quase não se daria por essa faceta.

As linhas fortes do exterior são importadas para o interior que se revela sempre bastante sóbrio, mas de grande qualidade. Percebe-se isso quando se põe as mãos no volante, ou quando se passa o dedo pelo ecrã tátil colocado na vertical. Mas também quando encaixamos nos generosos bancos, desde os dos passageiros da dianteira até aos três lugares (são mesmo três lugares) na traseira. Espaço não falta — a V60 é grande por fora, mas todos os centímetros foram bem explorados por dentro –, nem para quem viaja, nem para toda a bagagem. São 529 litros escondidos na mala elétrica que ostenta com orgulho uma assinatura de luzes que distinguem a Volvo a quilómetros.

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Marco António Costa alerta Rui Rio: “Tem de fazer pela vida”

  • ECO
  • 21 Outubro 2018

O dirigente do PSD, Marco António Costa, considera que Rui Rio merece "uma oportunidade" de disputar as legislativas, mas alerta que o presidente "tem de fazer pela vida".

Marco António Costa, dirigente do PSD e presidente da Comissão de Defesa Nacional.Paula Nunes/ECO 16 de fevereiro, 2018

Marco António Costa, dirigente do PSD, considerou que o presidente do partido “tem de fazer pela vida”, embora também mereça “uma oportunidade”. De qualquer forma, por agora, “há um dever de criar as condições para haver uma unidade estratégica” com vista a disputar as europeias e as legislativas. E só depois, dependendo dos resultados, é que deverão ser tiradas as devidas ilações, defendeu.

Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, o dirigente do PSD abordou não só estas questões internas do partido como também a polémica em torno do material militar roubado em Tancos e das circunstâncias em torno do seu reaparecimento. Questionado sobre a prestação do PSD nesta matéria, Marco António Costa fez uma autocrítica: “Não foi feliz, numa fase, a forma como nós fizemos oposição”. Mas garantiu que “se estão a corrigir as coisas”.

Acho que o Dr. Rui Rio e a liderança do PSD têm de receber de todos nós uma oportunidade, mas ele também tem de fazer pela vida.

Marco António Costa

Dirigente do PSD

Atuação do Governo no dossiê de Tancos tem sido “desastrosa”

Já a atuação do Governo neste plano tem sido “desastrosa”, na visão do social-democrata, que também é presidente da Comissão de Defesa Nacional — e não só na parte política como também na parte institucional. “Hoje o Governo está a tentar fazer uma coisa muito hábil, que é afastar todas as pessoas que tiveram contacto com Tancos. Chama-se a isto isolar o problema, fazer um cordão sanitário em volta de Tancos sob o ponto de vista político. Sai ministro, secretário de Estado, chefe do Estado Maior do Exército, escolhe-se para CEME [chefe do Estado-Maior do Exército] uma pessoa que estava na GNR”, apontou.

Numa altura em que o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, está debaixo de fogo, existindo dúvidas sobre se sabia ou não do encobrimento de uma alegada operação clandestina da Polícia Judiciária Militar para recuperar o armamento furtado, Marco António Costa preferiu não tirar conclusões. “Pela posição que ocupo não devo fazer juízos de intenção. A ideia que existe é que os temas graves que um chefe de gabinete sabe, dificilmente esconde ao seu titular da pasta. Mas pode acontecer e eu não posso afirmar que o senhor ministro sabia.”

Quanto à comissão de inquérito para apurar as circunstâncias do roubo de material militar em Tancos, Marco António Costa disse que a mesma “não pode ter uma missão de olhar para Tancos”. “Deve partir de Tancos e olhar para as falhas que o sistema revelou sob o ponto de vista de reação e institucional, e propor alterações”, recomendou o dirigente do PSD.

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