Galeria Uffizi testa algoritmo para combater filas de espera

Quando o sistema for definitivamente implementado, cada visitante vai receber à chegada uma espécie de senha com um horário, com margem de erro de apenas 15 minutos.

O turismo de massas tem transformado a maneira como se visita o mundo. Quem viaja já sabe que tem à sua espera, além da invasão de paus de selfie, filas intermináveis nos museus. Em Florença, a Galeria Uffizi, a mais visitada de Itália — 3,4 milhões por ano –, é quase tão famosa pelas obras de Sandro Botticelli e Leonardo da Vinci como pelas filas.

Agora, o museu está a desenvolver um sistema baseado em Big Data que pretende evitar a longa espera e gerar um “turismo sustentável”, avança o El País (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Desenvolvido por uma equipa da Universidade de L’Aquila, o sistema promete redistribuir os visitantes, aumentar a qualidade da visita e melhorar a visibilidade da cidade internacionalmente. Além disso, quer também melhorar a segurança, uma vez que “uma fila é, lamentavelmente, um objetivo terrorista claríssimo”, refere Erike Schmidt, o primeiro diretor estrangeiro da galeria.

Quando assumiu o cargo, Schmidt encontrou um museu com filas de espera — que duram, em média, duas horas e meia — e com salas totalmente cheias de gente, onde as obras de arte quase passavam despercebidas. A primeira medida que adotou para acabar com esse problema foi a implementação de um sistema variável de preços, que não podia ser o mesmo em época alta e época baixa.

Posteriormente, Schmidt procedeu à reordenação da coleção de arte, fazendo algumas reformas de maneira a regular o fluxo de visitantes que, muitas vezes, enchem completamente as salas onde estão A Primavera, de Botticelli, ou a Vénus, de Urbino.

Mas ainda faltava um algoritmo que ajudasse a fornecer algumas informações, como, por exemplo, o tempo médio de visita, a capacidade das salas de exposição, a época do ano e a comparação histórica e social. Testado no passado domingo, o truque matemático baseia a sua previsão de espera na metodologia, no impacto de determinadas exposições temporárias e no perfil dos visitantes.

Esta é, ainda, uma versão experimental, posta à prova com os mais de sete mil visitantes do passado domingo, mas assim que o sistema esteja a funcionar definitivamente, segundo Schmidt, não haverá mais filas de espera. Cada visitante vai receber, à chegada ao museu, uma espécie de senha com um horário, com margem de erro de apenas 15 minutos. Essa “marcação” permite que o visitante aproveite o tempo até à hora da senha, momento no qual deverá entrar no centro de arte.

Só este fim de semana o Palácio Pitti aumentou cerca de 22% o número de visitas. “A gestão de filas é uma ciência exata, baseada nas estatísticas, na estrutura de gestão, na informática… Mas também é uma ciência social, que não tem a ver com moléculas, mas sim com grupos de pessoas que se comportam de maneira diferente, em função da envolvente”, explicou o diretor. “Conseguimos trabalhar para ter um modelo estatístico preditivo muito preciso, mas haverá casos nos quais ainda não pensámos”, acrescentou.

“Pensa-se que o turismo de massas é superficial, mas não é assim”

Para que não se voltem a formar longas filas de espera, a precisão horária é fundamental. Para isso, a Galeria Uffizi analisou o comportamento dos visitantes, tanto dentro como fora do edifício, e observou as estratégias que estes adotam quando iniciam a visita e a maneira como se agrupam.

"A grande maioria [dos visitantes] passa entre duas a três horas [na galeria] e isso é um dado muito reconfortante.”

Erike Schmidt

Todos os dias passam pela galeria italiana grupos que fazem a visita em 40 minutos ou menos: entram, tiram uma fotografia e saem. No entanto, a contrastar, também há quem passe mais de quatro horas no museu, apesar de este grupo representar apenas 3% dos visitantes. “A grande maioria passa entre duas a três horas e isso é um dado muito reconfortante. Normalmente, pensa-se que o turismo de massas é superficial, mas não é assim”, refere Schmidt.

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“É difícil resolver problemas do SNS com 201 milhões de euros”

  • Lusa
  • 21 Outubro 2018

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, criticou a proposta de OE, afirmando que a dotação de 201 milhões de euros para o SNS não chega para "resolver os problemas do SNS".

O bastonário da Ordem dos Médicos disse que, com a proposta de Orçamento do Estado para 2019, “é difícil” que a ministra da Saúde “ou qualquer outro ministro consiga resolver os principais problemas” do Serviço Nacional de Saúde.

“É difícil fazer isto com 201 milhões de euros que é o que está atribuído ao Serviço Nacional de Saúde [SNS]. (…) Este ano de 2018, em princípio, vai ser 4,8% do PIB. Em 2019, provavelmente, o valor ainda vai ser mais baixo. E, portanto, é difícil que esta ministra da Saúde ou qualquer outro ministro consiga resolver os principais problemas que neste momento se colocam aos portugueses e ao país na área da saúde”, afirmou Miguel Guimarães.

À margem do discurso de encerramento da cerimónia de entrega do Prémio de Mérito da Competência em Gestão dos Serviços de Saúde, atribuído ao clínico José Guimarães dos Santos, no Porto, Miguel Guimarães lembrou que “só médicos, faltam 5.500”, a que se juntam os milhares de enfermeiros, assistentes operacionais e técnicos em falta no SNS. Há ainda a necessidade de renovação de equipamentos que, segundo o bastonário, não vai ser resolvida com este orçamento, “a não ser que exista um orçamento adicional só para esta matéria”. A estas situações acresce a questão da estrutura hospitalar cujos problemas identificados, defende, dificilmente se resolverão.

Miguel Guimarães disse ainda que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, “se enganou, com certeza”, quando afirmou que o Governo está a fazer um “esforço tremendo” de recuperação na área da saúde, defendendo que esse esforço “é basicamente dos profissionais”. “Há um ditado popular que diz que não é possível fazer omeletes sem ovos e aqui é a mesma coisa. As pessoas fazem um esforço imenso para tentarem melhorar ao máximo a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, mas quem faz o esforço imenso não é o governo, nem é o secretário de Estado, quem faz o esforço imenso são os profissionais de saúde”, afirmou.

Para o bastonário, “são os profissionais de saúde que estão a entrar em burnout, que fazem milhares e milhares de horas extraordinárias, que depois dos 50 e dos 55 anos que podiam deixar de fazer urgência e continuam a fazer urgência”. Miguel Guimarães avisa, contudo, que os profissionais de saúde têm um limite e esse limite está a ser atingido.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, disse este sábado, em Coimbra, que o Governo está a fazer um “esforço tremendo” de recuperação na área da saúde, depois de um desinvestimento “brutal” do anterior Governo. “Terminamos com este orçamento [2019] a recuperação de mil milhões de euros de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinha sido alvo de desinvestimento por parte do Governo anterior”, disse o dirigente socialista, que participou num plenário de militantes para apresentar o orçamento do próximo ano.

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Governo italiano promete explicar orçamento a Bruxelas. Mas mantém o documento

  • Lusa
  • 21 Outubro 2018

O Governo italiano prometeu dar explicações à Comissão Europeia acerca da proposta de Orçamento do Estado, que corre o risco de ser rejeitada por Bruxelas. No entanto, vai manter o documento.

O governo populista italiano prometeu este domingo explicar aos parceiros europeus o orçamento para 2019, criticado por Bruxelas, e repetiu o compromisso de manter o país na zona euro. As declarações dos dirigentes italianos foram feitas em conferência de imprensa após o conselho de ministros e surgem depois de a agência de notação financeira Moody’s ter revisto em baixa, na sexta-feira à noite, a nota de Itália, passando-a de “Baa2” para “Baa3”, o último nível da categoria de investimento.

“O mais importante é explicar o orçamento aos nossos interlocutores europeus”, declarou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, enquanto os dois vice-primeiros-ministros, Matteo Salvini (extrema-direita) e Luigi Di Maio (antissistema), disseram que o país não quer renunciar ao euro. “Não há qualquer vontade de sair da União Europeia ou da moeda única. Estamos bem na UE”, disse Salvini, antes de ceder a palavra a Di Maio, que assinalou que, “enquanto o governo durar, não haverá intenção de sair da UE ou da zona euro”.

Não há qualquer vontade de sair da União Europeia ou da moeda única. Estamos bem na UE.

Matteo Salvini

Vice-primeiro-ministro de Itália

A Comissão Europeia anunciou ter pedido a Itália uma clarificação sobre o projeto de orçamento entregue esta semana em Bruxelas, proposta que se desvia das regras europeias. O governo liderado por Comte prevê um défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019, quando o anterior governo de centro-esquerda tinha antecipado um défice de 0,8% para o próximo ano. O desvio deve-se à intenção do governo de cumprir promessas eleitorais que exigem um aumento da despesa pública, contrariando os compromissos assumidos com a UE.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, entregou na sexta-feira ao ministro da Economia e Finanças de Itália, Giovanni Tria, uma carta com as dúvidas da Comissão Europeia em relação ao projeto de orçamento italiano. A derrapagem italiana “não tem precedentes na história do Pacto de Estabilidade e Crescimento”, escreveu a Comissão Europeia, nos excertos da carta divulgados, pedindo a Itália para responder às suas observações até segunda-feira.

O comissário explicou que a carta expõe as inquietações da comissão sobre o défice estrutural de Itália, a sua elevada dívida pública, que supera 130% do PIB e a necessidade de o país fomentar o crescimento económico. “O clima que temos na Europa é um clima de diálogo e disponibilidade e reiteramos que estamos confortáveis na Europa”, indicou Conte.

“Estamos convencidos que não inflacionámos os números”, acrescentou, em alusão às previsões governamentais de crescimento (1,5% para 2019), consideradas demasiado otimistas, quando a maior parte dos observadores, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), antecipam um crescimento de 1% no próximo ano.

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Já estão em vigor as novas regras para o alojamento local

  • Lusa
  • 21 Outubro 2018

A partir deste domingo, os condóminos e as autarquias ganham mais poder para intervir no licenciamento de estabelecimentos de alojamento local. Nova lei também permite criar "áreas de contenção".

As novas regras do alojamento local entram em vigor este domingo.Paula Nunes / ECO

O diploma que permite às câmaras municipais e às assembleias de condóminos intervirem na autorização do alojamento local entrou em vigor este domingo, permitindo a fixação de “áreas de contenção” para “preservar a realidade social dos bairros e lugares”. As novas regras foram aprovadas na Assembleia da República, com os votos contra do PSD e do CDS-PP, em 18 de julho, e promulgadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 2 de agosto, que ressalvou existirem “soluções pontuais questionáveis e de difícil conjugação de alguns preceitos legais”.

Em 22 de agosto, a nova legislação para a atividade do alojamento local foi publicada no Diário da República, determinando a entrada em vigor no prazo de 60 dias. “Com o objetivo de preservar a realidade social dos bairros e lugares, a câmara municipal territorialmente competente pode aprovar, por regulamento e com deliberação fundamentada, a existência de áreas de contenção, por freguesia, no todo ou em parte, para instalação de novo alojamento local, podendo impor limites relativos ao número de estabelecimentos de alojamento local nesse território, que podem ter em conta limites percentuais em proporção dos imóveis disponíveis para habitação”, segundo o diploma, que procede à segunda alteração ao regime de autorização de exploração de estabelecimentos de alojamento local.

Nas áreas de contenção a definir pelos municípios, que devem ser reavaliadas, no mínimo, de dois em dois anos, “o mesmo proprietário apenas pode explorar um máximo de sete estabelecimentos de alojamento local”, critério que apenas se aplica aos estabelecimentos que se instalem após a entrada em vigor da lei. Até à entrada em vigor do regulamento municipal, a câmara municipal pode “suspender, por um máximo de um ano, a autorização de novos registos em áreas especificamente delimitadas”. Neste âmbito, a Câmara Municipal de Lisboa anunciou já que vai suspender novos registos de alojamento local nos bairros de Madragoa, Castelo, Alfama, Mouraria e Bairro Alto.

Além da intervenção dos municípios na regulação do alojamento local, “não pode haver lugar à instalação e exploração de hostels em edifícios em propriedade horizontal nos prédios em que coexista habitação sem autorização dos condóminos para o efeito”. Neste sentido, “no caso da atividade de alojamento local ser exercida numa fração autónoma de edifício ou parte de prédio urbano suscetível de utilização independente, a assembleia de condóminos, por decisão de mais de metade da permilagem do edifício, em deliberação fundamentada, decorrente da prática reiterada e comprovada de atos, que perturbem a normal utilização do prédio, bem como causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos, pode opor-se ao exercício da atividade”.

A decisão da assembleia de condóminos tem que ser comunicada ao presidente da Câmara Municipal territorialmente competente, que tem que decidir sobre o pedido de cancelamento do registo do estabelecimento de alojamento local. A lei determina, também, que o condomínio pode fixar o pagamento de uma contribuição adicional correspondente às despesas decorrentes da utilização acrescida das partes comuns, com um limite de 30% do valor anual da quota respetiva.

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Governo foge às comissões da banca. Poupa 4 milhões a centralizar pagamentos a professores

A centralização do pagamento dos salários aos docentes do pré-escolar, ensinos básico e secundário, vai permitir ao Estado poupar em comissões bancárias, prevê a proposta de Orçamento para 2019.

O crescendo das comissões bancárias preocupa não só os consumidores como o Estado. A vontade de “fugir” a este tipo de encargos é visível na proposta de Orçamento do Estado para 2019. O Governo espera poupar no próximo ano quatro milhões de euros em comissões bancárias associadas ao simples ato de pagamento dos salários aos professores.

Estes quatro milhões de euros fazem parte da lista de ganhos de eficiência que o executivo liderado por António Costa antecipa conseguir concretizar nos diferentes setores através da revisão de despesas.

“Dar-se-á continuidade ao projeto de centralização do pagamento dos salários aos docentes da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário por parte do IGeFE, o que possibilitará, sobretudo, a eliminação do pagamento de comissões bancárias”, assume o Governo como objetivo no relatório do OE2019 entregue na Assembleia da República na última segunda-feira ao final do dia.

A poupança antecipada em termos de comissões bancárias é assegurada através da operacionalidade do Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE), entidade que centraliza o processamento salarial não só do pessoal docente como não docente dos agrupamentos de escolas públicas.

Esses quatro milhões representam 7% dos 56,9 milhões de euros da estimativa de ganhos de eficiência no setor de educação e 1,7% face aos 236,2 milhões de euros previstos poupar na globalidade dos setores.

Face a uma despesa total de mais de 90 mil milhões de euros antecipada pelo Governo na proposta de Orçamento do próximo ano, essa poupança em comissões bancárias pode parecer uma gota de água. Mas é de “pequenas poupanças” que também se fazem as “grandes poupanças”.

Recuando até à proposta de Orçamento do Estado para 2017 o Executivo de António Costa previa poupar naquele anos 21,4 milhões de euros através da centralização do processamento de vencimentos na educação. Na proposta do ano passado, os ganhos de eficiência antecipados no pagamento de comissões bancárias ascendia a dois milhões de euros.

Concretizando-se essas previsões, são mais de 27 milhões de euros, em três anos, que não vão sair do Estado para o setor financeiro que, nos últimos anos, tem apostado forte no comissionamento como fonte de receita, procurando assim regressar à rentabilidade após anos de prejuízos.

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Austrália, México e Canadá. Estes países já estão a pôr travões à especulação imobiliária

Aumento de impostos, limite de transações, autorizações prévias e zonas proibidas são algumas das medidas implementadas por sete países para travar o investimento imobiliário pelos estrangeiros.

O mercado imobiliário tem vivido um dos melhores momentos de sempre, um cenário que se verifica um pouco por todo o mundo. Enquanto por cá se tenta travar a especulação imobiliária, são vários os países que já estão um passo à frente, recorrendo a vários métodos para evitar uma escalada dos preços.

Aumento de impostos, limite de transações, autorizações prévias e zonas proibidas são algumas das medidas implementadas pelos Governos de vários países para travar o investimento imobiliário internacional e tornar os imóveis mais acessíveis aos habitantes locais. Conheça alguns exemplos.

Reino Unido cria taxa sobre imposto de selo

Londres continua a ser das capitais europeias mais caras para se viver. Comprar casa na capital britânica custava em agosto, em média, 609.205 libras (682.522 euros), numa cidade onde o preço médio dos salários é de 39.476 libras (44.226,9 euros), de acordo com os dados do Office of National Statistics (ONS) do Reino Unido, citado pela CNBC. A nível nacional, o preço médio de uma casa é de 301.973 libras (338.315 euros), esperando-se que aumente 2% este e no próximo ano.

Entre 2014 e 2016, O Governo britânico introduziu um conjunto de travões para arrefecer o mercado imobiliário, nomeadamente uma taxa de 3% sobre o imposto do selo para quem compra segundas casas e outra de 15% sobre todas as casas compradas através de uma empresa, um procedimento bastante comum no país, diz o site Mansion Global (conteúdo em inglês).

Foram ainda tomadas medidas mais apertadas para controlar a lavagem de dinheiro, de forma a impedir que investidores introduzam no mercado imobiliário britânico enormes quantidades de dinheiro. Este verão, o Governo prometeu mesmo penas de prisão para quem estivesse a atuar no mercado como “líder” de investidores suspeitos.

Suíça concede um máximo de 1.500 autorizações

De acordo com o estudo da plataforma Rent Café, mais de metade da população da Suíça vive numa casa arrendada, com os preços do arrendamento a subirem cerca de 4,5% nos últimos dez anos, enquanto os preços de venda aceleraram 24,3%. Mas, ainda assim, é um dos países com leis mais rígidas no que diz respeito a compradores imobiliários internacionais, numa luta que dura há quase 60 anos, diz o Manson Global.

Atualmente, investidores internacionais devem obter uma autorização por parte das autoridades locais, havendo um limite de 1.500 autorizações por ano. Ainda assim, em algumas regiões do país onde o mercado está arrefecido, as regras aplicadas a investidores estrangeiros foram suspensas para impulsionar o setor.

Além disso, o Governo atribui quotas aos 26 cantões do país — Estados soberanos com fronteiras próprias –, limitando o número de propriedades residenciais que podem ser vendidas a estrangeiros. E cada cantão tem autoridade para impor outro tipo de restrições extra, como por exemplo limitar a cidadãos internacionais imóveis que já são propriedade de investidores internacionais ou proibir estrangeiros de vender imóveis durante um período de tempo.

Canadá cria imposto de 15% sobre preço de compra

No Canadá ainda não há medidas aplicadas diretamente aos compradores internacionais, mas caminha-se para isso. Numa altura em que os preços das casas, especialmente em Toronto e Vancouver, batem novos recordes a cada mês que passa, estimando-se um aumento de 2,1% no próximo ano e outros 2% em 2020, de acordo com a Reuters, o Governo canadiano tem em cima da mesa um conjunto de medidas para controlar o dinheiro que entra nos mercados canadianos através de investidores internacionais.

Desde 21 de abril do ano passado, qualquer investidor que não seja canadiano ou que não resida no país está sujeito a um imposto especulativo de 15% sobre o preço de compra do imóvel, diz o site Get What You Want (conteúdo em inglês).

Para além disso, a Corporação Hipotecária e Habitacional do Canadá (CMHC) tem estado em contacto com as autoridades para reforçar a recolha de dados sobre estes investimentos estrangeiros e perceber os seus impactos, diz a CBC News. “Neste momento, nenhuma ferramenta existente pode fornecer uma medida definitiva sobre o nível de investimento estrangeiro no mercado imobiliário do Canadá”, diz Karine LeBlanc, porta-voz da CMHC.

Para a entidade, a falta de dados confiáveis sobre o setor pode estar a contribuir para o aumento dos preços das casas. Uma parte do problema tem sido definir exatamente o tipo de compradores internacionais e descobrir o peso que têm no mercado imobiliário. Em 2014, a CMCH começou a incluir questionários sobre investidores internacionais nas comunicações que faz com imobiliárias de todo o país.

Austrália impõe autorizações. E a pagar

Para um investidor internacional, comprar uma casa na Austrália não fica propriamente barato, há que ter em conta outros custos, mesmo que até não venha a ser concluída a transação. Normalmente, compradores vindos de fora do país estão limitados a imóveis recém-construídos mas, para além disso, têm ainda de obter uma autorização do Foreign Investment Review Board (FIRB) — uma entidade do Governo que controla estes investimentos internacionais.

Por cada autorização solicitada à FIRB, o interessado tem de pagar uma taxa que arranca nos 5.600 dólares australianos (3.461 euros) para imóveis avaliados em até um milhão de dólares australianos. Por cada milhão a mais que a propriedade valer, o valor da taxa aumenta, podendo ir até aos 102.300 dólares australianos (cerca de 63 mil euros) para imóveis que custam entre nove e dez milhões.

Os estrangeiros que adquirirem terrenos residenciais têm um prazo de dois anos para construir lá uma propriedade. Este aumento da fiscalização por parte do Governo australiano surgiu há cerca de três anos, levando a um aumento dos impostos aplicados aos compradores internacionais e ainda taxas anuais para casas que sejam deixadas vazias.

Em 2016, o Governo anunciou ainda que os quatro principais bancos do país — Banco da Commonwealth da Austrália, Banco Nacional da Austrália, Westpac e ANZ –, não podiam mais conceder empréstimos a investidores imobiliários internacionais. Nos quatro anos anteriores a essa decisão, os preços das casas tinham disparado entre 50 a 60% mas, desde essa lei, caíram cerca de cinco a 10%, diz o Mansion Global.

México cria uma “zona restrita”

Os investidores internacionais também já descobriram o imobiliário da América Latina, nomeadamente do México, cujos preços dos imóveis aumentaram substancialmente nos últimos anos, especialmente perto da costa. De acordo com o índice de preços da Knight Frank Global House, no primeiro trimestre do ano, os preços das casas aumentaram 8,7% face ao mesmo período do ano passado, tornando-se no 8.º mercado que mais cresce no mundo, diz o site Mansion Global.

Embora os estrangeiros possam adquirir imóveis e terrenos em todo o interior do país, o Governo proíbe a compra na chamada “zona restrita”, a 100 quilómetros da fronteira com os Estados Unidos e a 50 quilómetros da costa. No entanto, há duas maneiras de contornar a lei: comprar através de uma empresa mexicana ou de “fideicomisso”, um acordo em que um banco mexicano detém o título legal da propriedade em nome do comprador.

Tailândia não deixa comprar. Só arrendar

De acordo com a Century 21 Sweet Home, o mercado imobiliário tailandês “permanece acessível”. Embora os preços de compra e arrendamento estejam constantemente a aumentar, ainda são duas vezes menores do que as médias europeias. No ano passado, o metro quadrado na capital custava cerca de 140.000 baht (3.700 euros) e 57.000 bath em Phuket (1.500 euros).

Neste paraíso turístico, não é possível um investidor estrangeiro ser proprietário de um terreno. Se a intenção for essa, só há duas formas possíveis de a fazer: uma dela não é comprá-lo, mas sim arrendá-lo por um período de 30 anos, ou então criar uma Thai Limited Company, não podendo deter metade ou mais de metade das ações, sendo a empresa controlada pelas autoridades do país.

Mas, a forma mais fácil para um estrangeiro comprar um imóvel na Tailândia é comprando um apartamento ou um condomínio, no entanto, a lei do país dita que, pelo menos, 51% deles têm de ser propriedade de habitantes tailandeses. Em termos de empréstimos, as coisas também são complicadas. Dificilmente os bancos tailandeses concedem empréstimos a cidadãos internacionais, tornando-se mais fácil optar por esse processo no país de origem, lê-se no site Escape Artist (conteúdo em inglês).

Hong Kong aumenta imposto de selo para 15%

O mercado imobiliário de Hong Kong está a presenciar as primeiras quedas nos preços das casas dos últimos 28 meses. Já são vários os proprietários que, assustados, aplicam descontos elevados nas propriedades para as conseguirem vender, avança o South China Morning Post (conteúdo em inglês). A contribuir para este cenário estão as tensões comerciais entre a China e os EUA, que aumentaram as taxas das hipotecas e estão a empurrar o mercado residencial para um ponto crítico.

Contudo, nos últimos dez anos, os preços das casas aumentaram 160%, de acordo com a Savills. Em 2012, o Governo impôs um conjunto de medidas para limitar os investimentos internacionais, entre eles o aumento do imposto de selo para 15%. No mesmo ano, várias zonas foram classificadas como prime, não permitindo a venda de imóveis a clientes estrangeiros.

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Jerónimo de Sousa vê “avanços” no OE. Mas “podia ter-se ido mais longe”

O líder do PCP disse este sábado que o partido regista "avanços importantes" na proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo Governo. No entanto, considera que "podia ter-se ido mais longe".

Jerónimo de Sousa, líder do PCP, não quis revelar se o partido vai ou não aprovar o Orçamento do Estado para 2019 na generalidade. No entanto, e apesar de ter registado “avanços importantes”, o comunista considera que “podia ter-se ido mais longe” em algumas questões estruturais.

“Registam-se avanços importantes, consolida-se aquilo onde houve convergência da nossa parte, e há de factos passos adiante. Mas podia ter-se ido mais longe. Infelizmente não se foi, porque o Governo fez escolhas, nomeadamente aceitando os ditames externos da União Europeia e do Euro”, afirmou, em declarações transmitidas pela RTP 3.

“Consideramos que, neste quadro, as questões estruturais, de serviços públicos, do nosso défice energético, agroalimentar e demográfico, não encontram uma resposta duradoura. Corremos o risco de ter o país adiado. Ainda há espaço e tempo e, no quadro da discussão e aprovação na especialidade, nós determinaremos a nossa posição”, indicou Jerónimo de Sousa.

O PSD e o CDS anunciaram este sábado que vão votar contra a proposta do Orçamento do Estado para 2019. Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, afirmou que vai votar favoravelmente ao documento na generalidade, mais vai procurar outros “avanços” na especialidade.

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PSD vai votar contra o Orçamento do Estado para 2019. É uma “orgia orçamental”, critica Rui Rio

Rui Rio, presidente do PSD, garantiu este sábado que o partido vai tentar chumbar o Orçamento do Estado para 2019, apresentado pelo Governo socialista.

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou este sábado, a partir do Porto, que vai propor ao partido que vote contra a proposta de Orçamento do Estado para 2019, apresentado pelo Governo socialista. A proposta vai ser debatida e votada na Assembleia da República (AR), numa sessão plenária que está agendada para o próximo dia 30 de outubro.

Na visão do líder do PSD, o Governo tem vindo a “olhar para o presente”, sem “olhar para o futuro”. “A proposta de Orçamento do Estado para 2019 vai exatamente na mesma linha, só que um bocadinho pior. É um Orçamento do Estado que não olha para o futuro”, afirmou Rui Rio.

Rui Rio criticou aquilo que considerou serem “medidas avulsas, dispersas, simpáticas, para contentar as pessoas”, naquilo que classificou de “orgia orçamental que o Governo pretende fazer em ano de eleições”. Na visão de Rui Rio, estas medidas não têm sustentabilidade e é por isso que “não concorda” com elas, apesar de simpatizar com elas, porque “toda a gente gosta disto”.

Lembrando a história da “cigarra e da formiga”, o líder social-democrata disse ainda que este é “um Governo da cigarra: canta e dança no verão e depois, no inverno, quem vier atrás que feche a porta”.

“Vamos continuar a ter um crescimento fraco, com 21 países a crescerem mais do que Portugal na União Europeia [de acordo com as estimativas para 2019]”, apontou o presidente do PSD, destacando que, ainda assim, a carga fiscal vai chegar a “máximos históricos”. É ainda, na visão de Rui Rio, um Orçamento do Estado que “não tem qualquer problema em penalizar as empresas, apesar de sabermos que as empresas são absolutamente vitais para o crescimento económico”.

É por isso que Rui Rio vai propor à comissão política nacional do PSD que o partido vote contra o Orçamento do Estado apresentado por Mário Centeno, porque o mesmo “não pode merecer concordância do PSD”.

(Notícia atualizada às 17h35 com mais informações)

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Alteração às reformas antecipadas é “exatamente o que foi proposto pelo Governo aos parceiros”

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse que a alteração ao regime de acesso à reforma antecipada é "exatamente o que foi proposto pelo Governo aos parceiros".

António Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, garantiu este sábado que a alteração do regime de acesso à reforma antecipada é “exatamente o que foi proposto pelo Governo aos seus parceiros, quer na concertação social, quer aos seus parceiros parlamentares”. As declarações foram transmitidas pela RTP 3 a partir do Porto e surgem numa semana em que Vieira da Silva anunciou novas regras para o acesso à reforma antecipada para contribuintes com longas carreiras contributivas.

As novas regras preveem que, quem tiver 63 anos em janeiro e tinha 40 anos de descontos aos 60 anos, vai poder, a partir de outubro de 2019, reformar-se antecipadamente sem sofrer uma penalização na pensão. No entanto, quem tiver 61 anos e 40 anos de descontos no ano que vem, manterá a penalização do fator de sustentabilidade (uma vez que, quando tinha 60 anos, tinha apenas 39 anos de descontos), como esclareceu o ministro numa entrevista à SIC Notícias.

Confrontado com as críticas da esquerda, que viram no anúncio de Vieira da Silva um travão ao acesso à reforma antecipada, Vieira da Silva respondeu: “Sobre essa questão, o que aqui gostava de dizer de forma muito clara é que isto foi exatamente o que foi proposto pelo Governo aos seus parceiros, quer na concertação social, quer aos seus parceiros parlamentares”. E acrescentou que “aquilo que está referenciado claramente é uma melhoria no acesso a reformas sem penalização, ou com mais baixa penalização, para um número significativo de trabalhadores”, mas que “isso nunca será feito pondo em causa valores fundamentais”.

“O que se trata agora não é de retirar nada, é de acrescentar possibilidades de reformas antecipadas com menos cortes, ou sem cortes nenhuns, tendo em conta o valor da sustentabilidade da Segurança Social”, afirmou Vieira da Silva este sábado. Em relação ao regime transitório, indicou que “aquilo que está no Orçamento do Estado é bem claro no que toca a uma futura despenalização das pessoas que cumpram os critérios previstos”. E sublinhou: “Gostava de realçar é que não estamos a reduzir direitos, estamos a aumentar direitos.”

Já depois do esclarecimento deste sábado por Vieira da Silva, Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, indicou que está “exatamente” escrito no Orçamento do Estado que “as pessoas que aos 60 anos completem 40 anos de carreira contributiva terão acesso à reforma antecipada sem penalização”. “É por isso que ouvimos com muita surpresa as declarações do ministro Vieira da Silva, que dá entender que, existindo este regime para as longas carreiras, o regime normal que existe agora iria desaparecer”, recordou.

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BE vai votar a favor do Orçamento do Estado na generalidade. Pede “mais avanços” na especialidade

  • Lusa
  • 20 Outubro 2018

Catarina Martins afirmou este sábado que o Bloco de Esquerda vai votar favoravelmente o Orçamento do Estado para 2019, na generalidade.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, anunciou este sábado que o partido vai votar a favor, na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2019, afirmando que o documento contém avanços, mas também “enormes limitações”.

“O Bloco de Esquerda votará favoravelmente o OE2019 na generalidade, mas bater-se-á por novos avanços na especialidade”, anunciou Catarina Martins, em conferência de imprensa no final da reunião da Mesa Nacional do BE, órgão máximo do partido entre convenções.

Em sentido inverso estão os sentidos de voto do CDS e do PSD, com os respetivos líderes a garantirem também, este sábado, que vão votar contra o documento. Por sua vez, o PCP não revela o sentido de voto — reconhece “avanços” no documento, mas considera que “podia ter-se ido mais longe”.

(Notícia atualizada às 17h38 com mais informações)

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Mayor de Londres pede referendo para travar o Brexit

  • Lusa
  • 20 Outubro 2018

Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, apelou este sábado à realização de um referendo que dê aos britânicos a possibilidade de optarem pela permanência do Reino Unido na União Europeia.

O presidente da Câmara de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, pediu este sábado a realização de um referendo que dê aos britânicos a opção de permanecer na União Europeia (UE), no início de uma manifestação na capital britânica.

A marcha destina-se a reclamar um plebiscito sobre os termos da saída britânica da UE e, segundo os organizadores, conta com a presença de milhares de pessoas, que responderam ao apelo da “People’s Vote”, um movimento que exige que se submeta a votação o acordo que possa ser alcançado com Bruxelas sobre o Brexit.

No primeiro referendo sobre a saída britânica da UE, que decorreu em junho de 2016, 51,9% dos votantes pronunciaram-se a favor da saída. “Algumas das promessas que foram feitas há dois anos não se materializaram. Ninguém falou na altura da possibilidade de um mau acordo, ou de não haver mesmo um acordo”, disse Khan em declarações à Sky News, antes do começo da manifestação.

“Ninguém disse na altura que não teríamos acesso ao mercado único, ninguém falou na possibilidade de ser prejudicada a saúde pública”, acrescentou, considerando que “não se pode confiar nos políticos para tomar a decisão correta”. A questão de um novo referendo causou divergências no último congresso do Partido Trabalhista, em setembro, com o líder da formação, Jeremy Corbyn, a defender que o seu principal objetivo é a convocação de eleições.

A alguns meses da data prevista para o Reino Unido deixar a UE, a 29 de março de 2019, as negociações entre Londres e Bruxelas continuam bloqueadas, em particular sobre a fronteira irlandesa, permanecendo a incerteza sobre a forma como será essa saída.

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Assunção Cristas critica Orçamento do Estado. Proposta “não vai no bom caminho”

  • Lusa
  • 20 Outubro 2018

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, criticou a proposta de Orçamento do Estado para 2019 que foi apresentada pelo Governo. Diz que o documento "não vai no bom caminho" e vai votar pela sua rejeição.

A presidente do CDS-PP disse este sábado que a proposta do Governo PS para o Orçamento do Estado para 2019 “não vai no bom caminho” e insistiu em benefícios fiscais para empresas e cidadãos do interior de Portugal. “Este Orçamento do Estado não vai no bom caminho, não olha para a necessidade de um crescimento económico sustentável”, disse Assunção Cristas aos jornalistas, durante uma visita à herdade do maior produtor de uvas de mesa em Portugal, no concelho de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja.

Segundo a líder do CDS-PP, o Orçamento do Estado para 2019 proposto pelo Governo também “não olha para a criação de emprego pelas empresas, porque são as empresas que criam emprego e que criaram emprego ao longo destes últimos anos”. A proposta de Orçamento do Estado para 2019 do Governo também “não traz medidas específicas para apoiar o investimento e sabemos que sem investimento privado não há economia a crescer de forma sustentável”, disse. Por isso, referiu Assunção Cristas, “o CDS-PP tem uma visão alternativa, rejeita este orçamento, mas levará ao parlamento as suas propostas para as várias áreas, mostrando que há outro caminho, há uma alternativa”.

Segundo Assunção Cristas, na quinta-feira, no parlamento, vai ser discutido o pacote de estatuto de benefício fiscal para o interior que o CDS-PP propõe e que apresentou no passado mês de julho. O CDS-PP entende que “é preciso que as pessoas que vivem no interior” lá “permaneçam” e que “outros se sintam atraídos para o interior” e “isto tem de ser feito de uma forma integrada, olhando não só mas também para a fiscalidade das empresas e das famílias”, defendeu.

Uma redução de 50% da taxa de IRS a pagar por contribuintes residentes no interior do país, desconto nas portagens de autoestradas e redução para 10% da taxa de IRC a pagar por empresas localizadas no interior do país são algumas das medidas do pacote de estatuto de benefício fiscal proposto pelo CDS-PP e elencadas por Assunção Cristas.

O CDS-PP quer também que todos os benefícios e apoios ao investimento tenham “uma majoração” para investimentos realizados no interior, para que “quem está disponível para investir sinta que é melhor, é mais vantajoso investir no interior do país”, disse.

Olhando para o OE para 2019, há uma redução na despesa total consolidada” do Ministério da Agricultura “na casa dos 8%”, disse Assunção Cristas, frisando que “há apenas dois ministérios que reduzem” as despesas totais consolidadas e a “maior” redução” é a do Ministério da Agricultura.

“Isso não é um bom caminho” e o Governo “não está a dar o apoio que é necessário” e “está a falhar” com “vários setores” da agricultura, disse, rematando: “Tenho dito muitas vezes e volto a repetir: a agricultura é um parente pobre dentro deste Governo”.

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