Patrões e UGT deixam Governo isolado a defender lei laboral

  • ECO e Lusa
  • 16 Julho 2018

UGT e patrões assinaram o acordo de concertação social com o Governo para mudar lei laboral. Mas os pareceres que enviaram para o Parlamento revelam descontentamento. Governo está mais sozinho.

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal considera que a proposta do Governo sobre alterações à legislação laboral que será votada no Parlamento na quarta-feira “viola frontalmente” alguns dos pontos do acordo assinado na concertação social. Apesar de terem assinado o acordo com o Governo, os patrões e a UGT estão a mostrar descontentamento sobre a proposta de lei nos pareceres que têm enviado para o Parlamento. O Governo está mais sozinho e ainda não assegurou o apoio político de que precisa na Assembleia.

A posição da CIP, uma das quatro confederações patronais que assinou o acordo com o Governo na concertação social, consta dos contributos enviados ao Parlamento no âmbito da apreciação pública da proposta do Executivo que será votada na generalidade na quarta-feira no plenário.

Segundo a confederação presidida por António Saraiva, entre as matérias que “desvirtuam ou violam o acordo tripartido” está o artigo relativo ao banco de horas grupal.

A CIP exige que fique expresso que o banco de horas grupal será “aplicado” (e não apenas instituído), após consulta aos trabalhadores e desde que 65% concordem, sendo ainda clarificado que essa percentagem é sobre “a totalidade dos trabalhadores consultados” e não sobre a totalidade dos trabalhadores existentes na empresa.

Além do banco de horas, a confederação patronal exige alterações sobre os artigos relacionados com a cessação e vigência das convenções coletivas, sublinhando que nesta matéria “a violação e desvirtuação do acordado são, pois, totais”.

As correções propostas pela CIP “são essenciais para o integral respeito do acordo subscrito” em 18 de junho na Concertação Social entre as confederações patronais e a UGT, lê-se no documento.

Também a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), que assinou o acordo, diz que o seu parecer “só considera as matérias que se julgue desrespeitá-lo [ao acordo]” ou que foram “introduzidas para além deste” ou ainda “as normas julgadas inconstitucionais”.

Em causa, segundo a CCP, está a duração do período experimental, que será alargada de 90 dias para 180 para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração. A proposta do Governo prevê ainda que a duração do período experimental é reduzida ou excluída, tendo em conta os contratos a termo anteriores “para a mesma atividade”.

Para a CCP, deverá ser clarificado que nestas situações contam apenas os contratos celebrados com o mesmo empregador e “nos últimos dois anos”.

Entre as várias alterações defendidas, a confederação presidida por Vieira Lopes sugere que, nas microempresas, caso a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) não designe em dez dias a data para a realização do referendo com vista à instituição do banco de horas grupal, o mesmo “pode ser realizado pelo próprio empregador”.

Por sua vez, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), no parecer entregue no Parlamento, também critica o vazio legal sobre a consequência para as microempresas se, ao fim de dez dias, a ACT não tiver definida a data para o referendo sobre o banco de horas.

A CAP defende ainda que a norma que cria a taxa adicional para a Segurança Social sobre as empresas que abusem dos contratos a termo seja melhorada para não suscitar dúvidas às empresas quanto à sua aplicação.

Por sua vez, a Confederação do Turismo Português (CTP) defende, entre outras matérias, o aumento de três para cinco do número de renovações máximas dos contratos a termo certo, sublinhando que certas atividades económicas, como o turismo, “são marcadas por necessidades de trabalho imprevisíveis decorrentes de diferentes e sucessivos motivos, sempre temporários”.

Sobre a duração do período experimental, a CTP considera que “um prazo de apenas três meses é, em muitos casos, manifestamente curto” para que o empregador se certifique “da capacidade e especificidades técnicas do trabalhador para o exercício do cargo para o qual foi contratado”.

O parecer da UGT, também enviado para o Parlamento e noticiado pelo Negócios, refere que deve ser salientado que “algumas das propostas em análise carecem ainda de aperfeiçoamento – nomeadamente o regime estabelecido para o banco de horas por acordo de grupo – e outras, pela sua maior sensibilidade – como o alargamento do período experimental ou as alterações aos regimes dos contratos intermitentes e de muito curta duração”. A organização liderada por Carlos Silva considera que estas questões devem ser “merecedoras de uma reflexão adicional”.

Também a APED – a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição – já entregou o parecer sobre as alterações ao código do trabalho, onde diz, por exemplo, que as limitações introduzidas aos contratos a prazo serão um “forte obstáculo” ao desenvolvimento da atividade da distribuição – que segundo cálculos da organização tem um volume de negócios que vale cerca de 10% do PIB. A APED, que não está na concertação social, considera que com estas regras as empresas do setor serão obrigadas a um “reforço adicional dos seus quadros de pessoal permanente e subsequente promoção de processos de despedimento”. O setor considera ainda “totalmente inadequada” o fim do banco de horas individual.

O acordo da Concertação Social sobre legislação laboral foi assinado em 18 de junho entre o Governo, a CIP, a CCP, a CAP, a CTP e a UGT, deixando de fora a CGTP, por considerar que o documento “perpetua a precariedade”.

Vários projetos de alteração ao Código do Trabalho dos partidos da esquerda no parlamento foram discutidos e votados em 06 de julho e, na quarta-feira, será a vez da proposta do Governo. A discussão na especialidade deverá ocorrer após as férias parlamentares, em setembro.

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Governo rejeita críticas dos patrões e garante que cumpriu “escrupulosamente” acordo de concertação social

O Governo considera que a proposta de Lei sobre o pacote laboral "concretiza escrupulosamente e de modo integral cada um dos pontos, o alcance e os limites acordados a 30 de maio".

O Governo rejeita as acusações do patrão dos patrões de que está a distorcer o acordo de concertação social. “O Governo considera que a Proposta de Lei concretiza escrupulosamente e de modo integral” aquilo que foi acordado na concertação, disse ao ECO fonte oficial do Ministério do Trabalho.

De acordo com o parecer da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a proposta do Governo sobre as alterações à legislação laboral, que vão ser votadas no Parlamento esta quarta-feira, “viola frontalmente” alguns dos pontos do acordo assinado na concertação em maio. O Governo nega, frisando que “considera que a Proposta de Lei concretiza escrupulosamente e de modo integral em cada um dos pontos, o alcance e os limites acordados a 30 de maio entre o Governo e os parceiros sociais em sede de concertação social”.

O Governo considera que a Proposta de Lei concretiza escrupulosamente e de modo integral em cada um dos pontos, o alcance e os limites acordados a 30 de maio entre o Governo e os parceiros sociais em sede de concertação social.

Fonte oficial do Ministério do Trabalho e Segurança Social

Em causa está uma exigência da CIP para que fique expresso na legislação que o banco de horas grupal será “aplicado” (e não apenas instituído), após consulta aos trabalhadores e desde que 65% concordem, sendo ainda clarificado que essa percentagem é sobre “a totalidade dos trabalhadores consultados” e não sobre a totalidade dos trabalhadores existentes na empresa. Além do banco de horas, a confederação patronal exige ainda alterações sobre os artigos relacionados com a cessação e vigência das convenções coletivas, sublinhando que nesta matéria “a violação e desvirtuação do acordado são, pois, totais”.

Para o Executivo, os reparos feitos pela CIP “são, sobretudo, observações de caráter técnico/legislativo inerentes à redação legislativa e não de substância”. Ou seja, para o Governo, as questões invocadas no processo de consulta pública referem-se, no essencial, a aspetos de pormenor e redação legislativa, mas isso não significa que não haja abertura da parte do Governo para que sejam feitos melhoramentos na proposta de Lei de forma que fique mais clara e vá mais ao encontro do espírito da lei, sabe o ECO. Contudo, nesta fase, só os grupos parlamentares podem fazer alterações à proposta de Lei.

Perante as críticas da CIP, mas também da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), das outras entidades patronais e até mesmo da UGT — que no seu parecer considera que o banco de horas foi além do acordado na concertação –, fonte oficial frisa que “o Governo reitera a postura construtiva e o espírito de abertura com que encarou este processo desde o início”.

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A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

A SAD do Benfica conseguiu os 45 milhões de euros que pretendia com a emissão de dívida, tendo a procura superado a oferta em 1,28 vezes. Mais de três mil investidores participaram nesta operação. Os senhorios estão impedidos, até março de 2019, de denunciarem contratos de arrendamento se os inquilinos viverem há mais de 15 anos na mesma casa e tiverem 65 anos ou deficiência de 60%.

A SAD do Benfica conseguiu colocar os 45 milhões de euros que pretendia com a emissão de obrigações. A procura superou a oferta, ascendendo a 57 milhões, mas só a três dias do fim é que ficou garantido o financiamento dos encarnados que conseguiram atrair mais de três mil investidores para uma emissão em que paga 4%.

Foi publicada em Diário da República, esta segunda-feira, a lei que vem suspender os processos de despejo de pessoas idosas ou com deficiência, incluindo os que já estão em curso, até que sejam aprovadas as alterações à lei do arrendamento que estão a ser discutidas no Parlamento.

Nunca tinha sido concedido tanto crédito ao consumo num só mês. Em maio, os bancos e as financeiras emprestaram 667 milhões de euros, um valor recorde, de acordo com os dados do Banco de Portugal, que veio elevar o valor acumulado desde o início do ano para mais de três mil milhões de euros. Crédito automóvel suportou aumento registado em maio. Também atingiu um novo máximo de sempre.

O Governo aprovou a redução das portagens para os veículos de mercadorias nas autoestradas do Interior. A A13 e a A28 passam a ser incluídas no conjunto de autoestradas com valores mais baixos. Assim, os veículos de mercadorias das classes 2, 3 e 4, terão um desconto de 15% nas portagens no período diurno e de 20% no período noturno (das 20h00 às 08h00) e aos fins de semana.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI) as nuvens estão a acumular-se no horizonte. Na atualização das suas previsões económicas, a instituição revê em baixa o crescimento dos principais motores europeus — Alemanha, França e Itália — e alerta que uma escalada na guerra comercial poderá “roubar” 0,5% ao PIB mundial até 2020.

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CR7 foi muito caro? Vai dar mais à Juventus do que os 100 milhões de euros que custou, diz especialista

Ronaldo é o "futebolista mais valioso do mundo", diz o diretor do IPAM. Por isso, entre fãs e patrocinadores, o futebolista vai fazer valer e multiplicar cada um dos milhões investidos pela Juventus.

A italiana Juventus pagou 100 milhões de euros ao espanhol Real Madrid pelo internacional português Cristiano Ronaldo. Um valor que surpreendeu alguns, irritou outros e deixou o especialista em marketing desportivo Daniel Sá certo de que a equipa de Turim tem um “plano de negócio” preparado para “fazer valer” cada euro investido. Afinal de contas, diz o diretor executivo do IPAM (Instituto Português da Administração de Marketing), o capitão da seleção lusitana “é o futebolista mais valioso e mediático do mundo”.

“Cristiano Ronaldo tem um nível de visibilidade como nunca houve no futebol“, conta o especialista, em declarações ao ECO, salientando a forte presença do jogador não só nos media tradicionais, mas também nas redes sociais e nas plataformas digitais. Só no Instagram, por exemplo, o madeirense tem 135 milhões de seguidores.

Por isso, Daniel Sá acredita que a sua transferência para a Juve trará ao clube “mais fãs e mais patrocinadores”, o que acabará por superar a aposta de 100 milhões de euros. Isto porque o “mundo do futebol é global” e não são apenas os italianos a estar de olho no clube em causa. Aliás, com a transferência de Ronaldo, a tendência é serem cada vez mais as nacionalidades desses fãs, assegura o especialista.

Prova disso foi o disparo registado nas vendas da camisola número 7 da Juventus, ainda antes de o jogador aterrar em Itália. Segundo a Yahoo Itália, as vendas já atingiram os 54 milhões de euros, ou seja, mais de metade do valor do passe do internacional português.

CR7 tem uma personalidade que atrai muito os patrocinadores, porque é uma máquina de vencer.

Daniel Sá

Diretor do IPAM

“[CR7] tem uma personalidade que atrai muito os patrocinadores, porque é uma máquina de vencer”, acrescenta ainda o diretor do IPAM, comparando-o com Neymar, cuja insistência, por exemplo, em permanecer deitado no relvado durante o Mundial poderá desincentivar esse tipo de investimento, adianta.

Nesse sentido, Daniel Sá sublinha também que numa contratação deste calibre nunca está em causa somente o valor desportivo, daí a relevância do trabalho publicitário de Cristiano Ronaldo. Atualmente, o futebolista tem contratos deste género com mais de 50 marcas nos mais variados setores, do desporto à viagem.

Esta visibilidade de CR7 tem especial peso no contrato com o clube italiano referido face ao momento vivido por essa equipa, isto é, uma etapa de rejuvenescimento. “A Juventus é um clube de 120 anos, que tem entrado em rejuvenescimento. Reformou toda a sua estratégia nas redes sociais, mudou o seu emblema, tem uma série no Netflix”, reforça o marketeer. Daí que Daniel Sá considere mesmo que a equipa de Turim é o clube europeu que está mais bem preparado para enfrentar o constante desafio de se reinventar na era digital e de gerar novas receitas.

A aquisição de Ronaldo é mais uma contribuição para o sucesso desse facelift? “Indiscutivelmente”, conclui Daniel Sá, prevendo que os quatro anos que se adivinham serão repletos de vantagens para o clube e para o jogador.

Cristiano Ronaldo foi apresentado esta segunda-feira como jogador da Juventus para as próximas quatro temporadas. Recorde-se que o clube pagou 100 milhões de euros ao Real Madrid pelo jogador, que deve arrecadar 31 milhões de euros líquidos por temporada. O futebolista deixou a equipa espanhola nove anos depois de lá ter entrado. Sai tendo conquistado 16 troféus e o título de melhor marcador da história do clube espanhol, com 451 golos em 438 jogos.

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Com dois balcões da CGD encerrados, Câmara de Viseu coloca a zeros as contas bancárias que mantinha no banco público

  • ECO
  • 16 Julho 2018

Depois do anúncio do último plano de reestruturação do banco público, que encerrou dois balcões em Viseu, a Câmara Municipal da cidade decidiu retirar todo o dinheiro que tinha nas contas da CGD.

A Câmara Municipal de Viseu decidiu colocar a zero as contas bancárias que mantinha na Caixa Geral de Depósitos (CGD). De acordo com o Jornal do Centro, no início desta semana, a autarquia transferiu o dinheiro que tinha depositado no banco público português para outros bancos. A mudança de instituição bancária acontece depois de Viseu ter vistos os balcões da CGD da Rua Formosa e de Abraveses fechar portas.

“Se a Caixa manteve teimosamente esta decisão, obviamente que a Câmara de Viseu não podia tomar outra atitude que não fosse esta. Dei instruções à contabilidade da autarquia para que colocassem em zero todas as contas que estavam na CGD. Assim aconteceu e também dei instruções para que, inclusive, as transferências dos impostos do Estado e da Direção-Geral da Administração Local passassem a serem distribuídas por outros bancos com que Viseu trabalha”, disse o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, ao jornal regional.

A decisão da autarquia de Viseu acontece pouco tempo depois de ter sido anunciado, no âmbito do último plano de reestruturação da instituição bancária, o encerramento de novas sucursais, depois de ter fechado, no ano anterior, 64 balcões.

Em Viseu, o encerramento do balcão de Abraveses é o mais problemático, uma vez que “não só serve dez mil habitantes da freguesia, como permite, na proximidade, servir uma população global de mais de 21 mil habitantes das freguesias vizinhas e do norte do concelho de Viseu”, disse Almeida Henriques ao ECO, no mês passado.

Almeida Henriques considera que o banco liderado por Paulo Macedo não está a dialogar com as autarquias, a fim de discutir o encerramento dos balcões. “Há aqui duas atividades lamentáveis. Por um lado, é a forma cega como a CGD, que é um banco público, tomou a decisão. Se fosse privado, poderíamos criticar, mas tinham o direito de fazer a opção que bem entendessem dentro das regras que são definidas pelo Banco de Portugal e pelos outros reguladores”, afirmou.

Para já só uma das contas na CGD será mantida, com o objetivo de assegurar as transações que o Estado tenha de fazer pelo próprio banco.

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Vem aí a sétima edição do EDP Open Innovation. Já pode submeter a sua candidatura

  • ECO
  • 16 Julho 2018

A EDP está à procura das melhores startups dedicadas à inovação no campo da energia. A fase de candidaturas já está aberta e decorre até dia 10 de setembro. Um dos prémios é um cheque de 50 mil euros.

Já lá vão seis anos e está tudo preparado para o sétimo. Desde 2012 que o EDP Open Innovation procura ideias inovadoras que possam fazer a diferença num mercado em mudança. O programa de empreendedorismo está de volta e a fase de candidaturas já está aberta. Na mira estão as startups dedicadas à inovação na área da energia, tal como as grandes tendências do mercado, como a descarbonização, descentralização e digitalização.

Este projeto pretende desafiar os empreendedores a levarem os seus negócios ao próximo nível. “Para a sétima edição do programa, que resulta da união entre o programa Energia de Portugal e o Prémio EDP Inovação, queremos os melhores projetos de áreas como energia limpa, redes inteligentes, armazenamento de energia, inovação digital e soluções focadas nos clientes”, explica Luís Manuel, membro do comité executivo da EDP Inovação, em comunicado.

O período de inscrições termina no dia 10 de setembro e são aceites participantes a partir dos 18 anos, de todas as nacionalidades e de qualquer parte do mundo. Após terminada a fase de candidaturas, o júri vai escolher as dez melhores startups, que terão a oportunidade de beneficiar de um programa de aceleração, coorganizado pela EDP e, pela primeira vez, também pela Beta-i.

Para Gonçalo Negrão, da Beta-i, gestor de projeto da edição deste ano, o objetivo do programa é que “em duas semanas, as empresas tenham um pré-piloto testado e validado, numa ligação que se quer estreita entre os responsáveis pelo projeto e as equipas. Será um período de trabalho intenso em que, mais do que ideias, se procuram soluções, para que se mantenha sempre a energia”.

Os três primeiros lugares vão poder estar presentes no Web Summit, o maior evento internacional de tecnologia e empreendedorismo, que se realiza no próximo mês de novembro, de dia 5 a 8, no Altice Arena, em Lisboa. Além deste prémio para os três melhores, as startups que mostrem uma estratégia que se enquadre com o negócio da EDP serão convidadas a participar na EDP Starter, um programa para startups que estão a dar os primeiros passos como fornecedoras ou parceiras da empresa do setor energético.

A melhor equipa terá, além destes, um prémio acrescentado. O primeiro lugar vai ser premiado como 50 mil euros.

“Para além do prémio financeiro e da ida à Web Summit, a maior montra mundial para estas startups, as equipas mais promissoras terão a oportunidade de entrar num ecossistema único em Portugal, com um espaço de co-work, mentoria e serviços transversais a Portugal, Espanha e Brasil”, refere Carla Pimenta, gestora da EDP Starter, em comunicado.

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Receios de interrupção de produção aliviam. Petróleo afunda 4%

As cotações do petróleo seguem em forte queda nos mercados. O preço do brent e do crude afundam 4%, perante os sinais de alívio em termos de perturbações de produção e do esperado aumento da oferta.

As cotações do petróleo estão sob forte pressão nos mercados internacionais. O preço do barril da matéria-prima afunda em torno de 4% nos dois lados do Atlântico, perante os sinais de alívio no que respeita a interrupções de produção, com os investidores a estarem ainda já de olho no esperado aumento da produção por parte da Rússia e outros países produtores.

O preço do barril de brent recua 4,16%, para os 72,22 dólares — mínimos de três meses — no mercado londrino, enquanto o crude desvaloriza 3,83%, para os 68,29 dólares, no mercado de Nova Iorque.

O recuo das cotações do “ouro negro” acontece numa altura em que os portos da Líbia reabriram, ao mesmo tempo que se avizinha um esperado aumento da oferta de petróleo.

Brent em forte queda

“O complexo perdeu pouco tempo a compensar os ganhos registados na sexta-feira tendo em conta que o espetro de aumento de produção proveniente da Arábia saudita, Rússia e os Estados Unidos ficaram sob crescente foco agora que os portos da Líbia aparentam ter reaberto”, afirmou Jim Ritterbusch, presidente da Ritterbursch e Associados, numa nota de research citada pela Reuters.

Tudo aponta para que a Rússia e outros países produtores de petróleo possam aumentar a produção em um milhão de barris por dia, ou mesmo mais, caso as falhas de abastecimento atinjam o mercado, afirmou o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, aos jornalistas na passada sexta-feira.

A pesar no rumo das cotações poderão estar ainda as notícia que dão conta que os Estados Unidos possam já ter atingido o limite da sua reserva estratégica de petróleo, o que poderá ser um sinal de mais matéria-prima disponível no mercado.

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Lisboa contraria Europa. Nos trava os ganhos

A bolsa nacional contrariou a tendência europeia e fechou com ganhos ligeiros, suportados na valorização da Mota-Engil, da Sonae e nos ganhos ligeiros das empresas energéticas. Nos caiu mais de 1%.

A bolsa de Lisboa contrariou a tendência das congéneres europeias e fechou a primeira sessão da semana com ganhos ligeiros. A suportar a valorização do índice esteve o bom desempenho dos setores da construção e dos correios, mas também os ganhos ligeiros das empresas do setor energético. Isto num dia de quedas significativas dos preços do petróleo.

Num dia em que o Stoxx 600 desvalorizou 0,19% para 384,29 pontos, o PSI-20 transacionou na linha de água e acabou por fechar no verde, com uma valorização de 0,02% para 5.620,74 pontos. Ganhos acima de 1% na Sonae e Mota-Engil animaram o índice, com a empresa da família Azevedo a valorizar 1,18% para 1,03 euros por ação e a construtora a avançar 1,17% para 3,03 euros.

Mas o dia também foi de valorizações por parte dos pesos pesados EDP, EDP Renováveis e BCP. Presidida por António Mexia, a EDP somou 0,09% para 3,463 euros, enquanto a EDP Renováveis, liderada por João Manso Neto, subiu 0,45% para 8,97 euros. Já o peso pesado BCP, que avançou 0,08% para 25,96 cêntimos cada título.

Os ganhos foram travados pela queda de 0,12% da Jerónimo Martins, mas sobretudo da Nos. A operadora liderada por Miguel Almeida registou o pior desempenho desta segunda-feira e fechou o dia com perdas de 1,06%. Os títulos da companhia estão a cotar nos 4,85 euros.

Nota final para as ações da Galp Energia, que fechou na linha de água, com os títulos a cotarem nos 16,88 euros. Isto num dia de fortes quedas nos preços do petróleo. Em Londres, o Brent, referência para as importações nacionais, está a cair mais de 4% para 72,21 dólares o barril.

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Benfica capta 45 milhões com obrigações. Crise no Sporting foi “fator perturbador” da emissão, diz Soares de Oliveira

A SAD do Benfica conseguiu os 45 milhões de euros que pretendia com a emissão de dívida, com um juro de 4%. Mais de três mil investidores participaram nesta operação.

A SAD do Benfica conseguiu colocar os 45 milhões de euros que pretendia com a emissão de obrigações. A procura superou a oferta, ascendendo a 57 milhões, mas só a três dias do fim é que ficou garantido o financiamento dos encarnados que conseguiram atrair mais de três mil investidores para uma emissão em que pagam 4%.

Nesta operação, a maior fatia dos subscritores (cerca de 29,2%) investiu entre 10 mil euros e 50 mil euros. Além disso, um quarto dos investidores subscreveu entre 100 e mil euros e outros 25% entre 1.001 euros e cinco mil euros.

“Os obrigacionistas são a nossa principal fonte de financiamento”, sublinhou, esta segunda-feira, o presidente da SAD encarnada, na apresentação dos resultados desta emissão. De acordo com Domingos Soares de Oliveira, as operações deste tipo têm sido feitas cada vez com uma taxa mais baixa, o que tem resultado no ajustamento do pricing do clube e na redução dos custos do endividamento.

Sobre o impacto da crise dos leões nesta emissão, o responsável reconheceu que o adiamento levado a cabo pelo Sporting por seis meses do reembolso de dívida que venceu em maio introduziu um “fator perturbador”.

Perante este cenário, Soares de Oliveira diz que podiam ter sido seguidos dois caminhos: ou se reduzia o volume disponível ou se aumentava a taxa. “Entendemos que não devíamos mexer nem no volume, nem na taxa”, salienta, no entanto, o presidente da SAD. Ainda assim admite que à taxa escolhida é possível verificar que se está “claramente a tornar o investimento menos atrativo”.

Esta operação tinha um montante mínimo de subscrição de 100 euros, o que correspondia a 20 títulos (a cinco euros cada). Esta emissão tem uma maturidade de três anos. Segundo o prospeto, os 45 milhões de euros assim obtidos têm agora como destino “o reembolso do empréstimo obrigacionista denominado ‘Benfica SAD 2015-2018′”.

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A lista continua a crescer. Adidas é a mais recente marca a prometer livrar-se dos plásticos não reciclados, até 2024

  • ECO
  • 16 Julho 2018

O objetivo da marca é que, até 2024, utilizem apenas poliéster reciclado no fabrico das roupas e sapatos.

A Adidas é a última marca a juntar-se à lista das empresas que estão a substituir o plástico e a arranjar alternativas mais sustentáveis. A fabricante desportiva estabeleceu a meta de utilizar apenas poliéster reciclado nas suas roupas e sapatos a partir de 2024.

Esta medida tem como objetivo tornar a cadeia de fornecimento mais sustentável. A Adidas tinha já uma linha de ténis feitos a partir de garrafas de plástico recicladas, que saiu em 2016, e outra feita com plásticos intercetados antes de chegarem aos oceanos, em parceria com a Parley, uma organização anti-poluição. Conseguiram vender 1 milhão destes últimos sapatos em 2017.

Seguindo este objetivo, a linha da coleção de primavera/verão do próximo ano vai conter cerca de 41% de poliéster reciclado. A empresa estima que esta medida vai poupar cerca de 40 toneladas de plástico, já que 50% do material que usam nos produtos da marca é poliéster, disse o diretor global de marca ao Financial Times (conteúdo em inglês). “Com este volume, não conseguimos fazer a transição de um dia para o outro”, diz Eric Liedtke, justificando a escolha da meta a seis anos.

Estas iniciativas para reduzir o plástico têm vindo de todo o tipo de empresas, desde a indústria alimentar, com a Starbucks e a McDonald’s, à fabricante de móveis IKEA.

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Ministro promete que adaptação dos hospitais às 35 horas estará concluída até ao final de julho

  • Lusa
  • 16 Julho 2018

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que a transição do setor público da Saúde para o regime das 35 horas de trabalho semanais está a decorrer como o previsto.

O ministro da Saúde disse que a adaptação dos hospitais às 35 horas de trabalho semanais está a decorrer, garantindo que, até ao final do mês de julho, esta primeira fase estará “ajustada e estabilizada”.

“A secretária de Estado está atenta aos casos pontuais onde o ajustamento suplementar tenha de ser feito, isso está a decorrer e nós acreditamos que até ao final do mês de julho esta primeira fase estará ajustada e estabilizada”, afirmou aos jornalistas Adalberto Campos Fernandes, à margem da cerimónia de assinatura de protocolos entre a Direção-Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais e 28 instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, esta segunda-feira.

Questionado sobre adaptação às 35 horas de trabalho semanais, que entrou em vigor a 1 de julho nas instituições de saúde, o ministro avançou que “tem decorrido” como era previsto, tendo os hospitais “o seu programa em fase de adaptação”.

Desde o dia 1 de julho que alguns milhares de profissionais de saúde passaram do regime das 40 horas de trabalho semanais para as 35 horas, tendo o Ministério da Saúde avançado com a contratação de cerca de 2.000 profissionais este mês para cobrir as necessidades, depois de anunciar que contratou outros 1.600 profissionais até junho já tendo em conta os novos horários laborais.

Vários profissionais de saúde e também partidos políticos têm criticado o Ministério da Saúde por falta de planeamento atempado com a passagem das 40 para as 35 horas de trabalho semanais desde 1 de julho, considerando ainda que os profissionais que o Governo anuncia são insuficientes para cobrir as necessidades”. Sobre a contratação de médicos para o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), Adalberto Campos Fernandes afirmou que “tudo o que havia a fazer está a ser feito”.

“Os hospitais têm capacidade para o fazer, as autorizações foram dadas, as ARS [Administração Regional de Saúde] estão a acompanhar, a secretaria de Estado da Saúde intervém quando há situações de algum tipo de bloqueio ou dificuldade que possa aparecer”, referiu, sublinhando que o Centro Hospitalar Lisboa Central está a fazer o seu trabalho.

No fim de semana foi noticiado que o Centro Hospitalar de Lisboa Central aguarda a autorização do Ministério da Saúde para a contratação de 54 médicos e de 145 profissionais de saúde, na maioria enfermeiros.

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FMI revê em baixa crescimento dos motores europeus: Alemanha, França e Itália. Guerra comercial pode cortar 0,5% ao PIB mundial

FMI não mexe nas projeções de crescimento mundial, mas alerta que há cada vez mais riscos. Guerra comercial pode cortar 0,5% ao PIB mundial.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI) as nuvens estão a acumular-se no horizonte. Na atualização das suas previsões económicas, a instituição revê em baixa o crescimento dos principais motores europeus — Alemanha, França e Itália — e alerta que uma escalada na guerra comercial poderá “roubar” 0,5% ao PIB mundial até 2020.

Para já, o FMI não mexe nas projeções de crescimento mundial: “Continuamos a prever um crescimento global de 3,9% tanto para este ano, como para o próximo, mas consideramos que o risco de um resultado pior aumentou, até mesmo no curto prazo”, pode ler-se no documento publicado esta segunda-feira pelo Fundo.

A instituição liderada por Christine Lagarde considera que a dinâmica de retoma, que “teve início há dois anos, atingiu o pico e tornou-se menos equilibrada”. Na zona euro, o crescimento vai “abrandar gradualmente” de 2,4%, em 2017, para 2,2%, em 2018, e finalmente 1,9% um ano depois, uma projeção que representa uma revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais para este ano e de 0,1 p.p. para 2019 face às previsões divulgadas em abril. Na semana passada, a Comissão Europeia reviu em baixa a previsão de crescimento para a Zona Euro e a União Europeia para 2018 devido às tensões comerciais. No entanto, o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros defendeu que o bloco do euro ainda está a viver um “ciclo de expansão”.

Estas mexidas resultam da revisão do crescimento da Alemanha (tem um corte de 0,3 p.p. para 2,2% este ano, embora depois haja uma revisão em alta de 0,1 p.p. para 2019 para os 2,1%) e de França (vai crescer menos 0,3 p.p. em ambos os anos, ou seja, 1,8% e 1,7%, respetivamente) “cujo crescimento abrandou mais do que o esperado no primeiro trimestre do ano”.

Mas há mais. Itália também viu as suas projeções revistas em baixa 0,3 p.p., este ano, para 1,2% e 0,1 p.p., para o próximo, para 1%, mas as razões foram outras: “agravamento dos spreads da dívida pública e condições financeiras mais restritas, resultantes da recente incerteza política, deverão pesar na procura interna”. O FMI considera que a venda de obrigações italianas em maio voltou os holofotes novamente para os profundos desafios estruturais e para as reduzidas almofadas que existem a nível nacional para amortecer os choques.

Estas novas previsões não são boas notícias para Portugal já que estes mercados estão entre os seus principais parceiros comerciais – no ano passado 13,4% das exportações nacionais seguiram para França. Mas não são os únicos. O FMI também reviu em baixa o crescimento do Brasil, Argentina e Índia.

Entre os riscos ao crescimento mundial está um agravamento das tensões comerciais que para já “são pequenas e afetam apenas uma fatia muito pequena do comércio global”. Mas o FMI considera que “a maior ameaça de curto prazo ao crescimento mundial” é “a de uma escalada das tensões comerciais, com efeitos adversos na confiança, preços dos ativos e investimento”. “Os desequilíbrios globais das balanças comerciais vão agravar-se face ao crescimento relativamente elevado da procura nos Estados Unidos, possivelmente exacerbando as fricções”, antecipa o Fundo. E, de acordo com as contas da instituições, “se as atuais ameaças de política comercial se materializarem e, em resultado, a confiança empresarial cair, a produção global pode ser cerca de 0,5% inferior às projeções atuais até 2020”.

Desde a avaliação de abril há riscos que se tornaram mais proeminentes, nomeadamente a “incerteza política” que aumentou na Europa, já que “a União Europeia enfrenta desafios políticos fundamentais relativamente à política de migração, governança orçamental, normas relativamente à implementação da lei e à arquitetura institucional da zona euro”. Por outro lado, os termos do Brexit continuam por estabelecer, “apesar de meses de negociação”, lamenta o FMI.

Os recados

“Com o aumento do potencial de deceção”, o FMI deixa como sempre um caderno de encargos para os vários países avançarem com reformas estruturais que aumentem o PIB potencial dos diversos países e travem os elevados níveis de endividamento.

“Com os níveis da dívida perto de valores recorde em muitos países, as políticas orçamentais devem começar a reconstruir as almofadas sempre que necessário. O ritmo deve ser calibrado para evitar fortes penalizações no crescimento, com medidas adequadas para potenciar a inclusão económica”, alerta o FMI. Para os Estados Unidos o recado é evitarem estímulos orçamentais pró-cíclicos e para a Alemanha defende que deve dar mais passos para impulsionar o potencial de crescimento interno e lidar com os desequilíbrios globais porque tem margem de manobra orçamental e um excedente externo que o permite.

O FMI sugere ainda que para aumentar o PIB potencial e a produtividade os países devem investir em infraestruturas físicas e digitais, promovendo a participação da força laboral, quando o envelhecimento da população começa a ameaçar a oferta de mão-de-obra.

Como em todos os seus relatórios, o Fundo defende que as reformas estruturais continuam a ser “essenciais” para aliviar os constrangimentos ao nível das infraestruturas, fortalecer o ambiente empresarial, fazer um upgrade do capital humano e garantir acesso para todos os segmentos da sociedade.

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