Batata e ovos subiram em março. Frescos ficaram mais baratos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 20 Abril 2018

Para além da variação dos preços dos produtos, o INE destaca que as chuvas fortes que caíram em março não trouxeram só benefícios.

No mês de março, o preço da batata e dos ovos no produtor aumentaram na ordem dos dois dígitos, enquanto o preço dos frescos caiu. Os números foram divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas relativo ao mês de abril, “verificou-se um acréscimo no índice de preços da batata (+18,9%), dos ovos (+17,3%), suínos (+11,1%), azeite a granel (+3,8%), ovinos e caprinos (+2,7%), aves de capoeira e bovinos (ambos com +0,5%)”, isto na comparação com o mês passado.

De acordo com o INE, a subida do preço da batata deveu-se aos atrasos nas plantações de batata de regadio, “já que as condições de encharcamento não permitiram a adequada preparação dos terrenos”. “As plantações anteriores decorreram sem problemas, excetuando algumas situações em que, devido à saturação dos solos, ocorreu o apodrecimento dos tubérculos”, acrescenta ainda o instituto. “Preveem-se reduções de 5% na área de batata de regadio e 10% na de sequeiro, face à campanha anterior”, precisa a instituição, o que deverá pressupor a continuação de preços elevados.

Já relativamente aos produtos que viram os seus preços no produtor reduzidos, a instituição destaca a queda de 11% das hortícolas frescas, a de 9,4% dos frutos e de 0,5% das plantas e flores, um desempenho que se justifica pelas “condições meteorológicas promoveram também o desenvolvimento das áreas forrageiras”, explica o INE.

Chuvas fortes encharcaram os solos

E se em fevereiro o documento do INE alertava para a pior campanha de cereais de inverno do último século, isto devido ao tempo seco e quente, parece que este fator já desapareceu.

Nas previsões agrícolas deste boletim o INE aponta para “um aumento na produtividade dos cereais face à campanha anterior, com as searas a responderem positivamente à precipitação deste mês”. A chuva forte que tem caído contribuiu também para o “desenvolvimento das áreas forrageiras” e “o reestabelecimento do armazenamento de água nas charcas, albufeiras e aquíferos subterrâneos”.

Ainda assim, nem tudo foi positivo. A pluviosidade elevada também trouxe prejuízos, principalmente por terem levado ao encharcamento dos solos. Desta forma, “destaca-se a dificuldade na preparação dos terrenos para a instalação das culturas de primavera/verão, prevendo-se uma diminuição da área de batata plantada (-5% na de regadio e -10% na de sequeiro, face a 2017).

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FMI: “Portugal é o exemplo de um país onde a crise originou uma boa resposta”

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

Para Paul Thomsen, diretor europeu do FMI, Portugal foi exemplar nas reformas que permitem crescimento atual.

O diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou Portugal pelo cumprimento das metas e considerou que o país é um exemplo por ter feito as reformas necessárias a tempo de aproveitar a recuperação económica europeia.

Portugal é o exemplo de um país onde a crise [de 2008 e 2009] originou uma boa resposta, incluindo em reformas estruturais, e colocou o país numa posição de aproveitar a forte recuperação económica na Europa e ter um bom crescimento económico”, disse Paul Thomsen na conferência de imprensa que decorreu esta tarde, no âmbito dos Encontros da Primavera, em Washington.

Respondendo a uma pergunta da Lusa sobre as previsões do Fundo para o crescimento económico português neste e nos próximos anos, o antigo responsável da missão do FMI em Portugal durante alguns dos anos de intervenção da troika elogiou o país pelos indicadores apresentados.

"Portugal é o exemplo de um país onde a crise [de 2008 e 2009] originou uma boa resposta, incluindo em reformas estruturais, e colocou o país numa posição de aproveitar a forte recuperação económica na Europa e ter um bom crescimento económico.”

Paul Thomsen

Diretor do departamento europeu do FMI

“Portugal fez muito bem, [os bons indicadores] atestam a implementação com sucesso do programa que tiveram, e atestam também da determinação do novo Governo em continuar com o programa e também em continuar com a consolidação orçamental”, disse Thomsen.

Sobre os desafios ou riscos que o país tem pela frente, o diretor do departamento europeu do FMI elencou a dívida pública e privada e o setor financeiro.

“Portugal cumpriu as metas e também fez importantes progressos no sistema bancário; o país tem um problema de alta dívida no setor público, mas também no setor privado, e altos níveis de crédito malparado no sistema bancário”, vincou o responsável, destacando os “progressos na recapitalização dos bancos” e recomendando que o país “precisa, claramente, de continuar com as reformas e continuar a lidar com estes problemas no setor bancário”.

Na terça-feira, o FMI mostrou-se ligeiramente mais otimista para 2018, esperando mais crescimento económico (2,4%) e menos desemprego (taxa de 7,3%) do que o Governo. No Programa de Estabilidade, o executivo antecipa um crescimento económico de 2,3% este ano e uma taxa de desemprego de 7,6%.

"Portugal cumpriu as metas e também fez importantes progressos no sistema bancário; o país tem um problema de alta dívida no setor público, mas também no setor privado, e altos níveis de crédito malparado no sistema bancário.”

Paul Thomsen

Diretor do departamento europeu do FMI

As estimativas orçamentais do FMI até 2023 são menos otimistas do que as do executivo liderado por António Costa.

No Programa de Estabilidade, o Governo compromete-se com um défice orçamental próximo de zero (0,2% do PIB) já em 2019, último ano de legislatura e ano de eleições europeias e legislativas. A partir daí, são esperados excedentes orçamentais que crescem todos os anos: 0,7% do PIB em 2020, 1,4% em 2021 e 1,3% em 2022.

No entanto, o FMI – que tem como base um cenário de políticas invariantes para os próximos anos – não só não acredita em excedentes orçamentais até 2023, como considera que até esse ano o défice continuará mais perto de 1% do que de zero.

No ‘Fiscal Monitor’, o Fundo estima que Portugal tenha um défice orçamental de 0,9% em 2019, de 0,8% em 2020, de 0,7% em 2021 e de 0,6% em 2022 e em 2023.

O saldo primário, que exclui os encargos com a dívida pública, vai manter-se acima dos 2% neste período de previsões, segundo o FMI: 2,3% em 2018 e em 2019, 2,2% em 2020 e em 2021 e 2,1% em 2022 e 2023.

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PSD avança com diploma para impedir cativações nas entidades reguladoras

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

O PSD anunciou que vai apresentar um projeto-lei para impedir cativações nas verbas alocadas a entidades reguladoras, defendendo que só desta forma se garante a sua independência.

O PSD anunciou que vai apresentar um projeto-lei para impedir cativações nas verbas alocadas a entidades reguladoras, defendendo que só desta forma se garante a sua independência.

“No nosso entendimento, as entidades reguladoras são entidades independentes e, para o serem verdadeiramente, têm que ter capacidade de gestão do que são as suas verbas e capacidade de contratação de pessoal”, justificou o deputado social-democrata Carlos Silva, em declarações aos jornalistas no parlamento.

O deputado salientou que têm sido feitas “várias queixas e denúncias” por parte de entidades reguladoras e denunciou mesmo “um grito de alerta” da Autoridade da Concorrência, esta semana, no parlamento.

“A presidente da Autoridade da Concorrência comunicou-nos que em 2017 ficaram impedidos de realizar duas investigações fundamentais em setores centrais da nossa economia”, lamentou.

"No nosso entendimento, as entidades reguladoras são entidades independentes e, para o serem verdadeiramente, têm que ter capacidade de gestão do que são as suas verbas e capacidade de contratação de pessoal.”

Carlos Silva

Deputado do PSD

O deputado do PSD apontou que, por via do Orçamento do Estado, estas entidades estão impedidas de contratar pessoal e alocar verbas às investigações, o que, no seu entender, dificulta uma “atuação eficaz e transparente” contra conluios e posições dominantes. “Entendemos que entidades reguladoras em cativeiro não são entidades independentes”, afirmou.

No diploma hoje apresentado, que procede à segunda alteração da lei-quadro das entidades reguladoras, o PSD coloca no articulado legislativo que se “impede as cativações de verbas nas entidades reguladoras”.

Por outro lado, a iniciativa estipula que “a gestão de pessoal, incluindo a contratação de trabalhadores, não pode estar sujeita a parecer do Ministério das Finanças”.

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Tecnologia pressiona Wall Street. Petróleo não ajuda

O fraco desempenho das tecnológicas está a condicionar a negociação nas principais bolsas norte-americanas. Isto num dia marcado pela queda do preço do petróleo.

As bolsas norte-americanas abriram em terreno negativo esta sexta-feira, num dia que está a ser marcado por bons resultados de algumas empresas, mas também pelo fraco desempenho das ações tecnológicas. Isto além da queda nos preços do petróleo. Wall Street contraria, assim, a tendência positiva registada na maioria das praças europeias.

Neste contexto, o S&P 500 está a cair 0,15% e a cotar próximo dos 2.688,5 pontos. Dos três principais índices, o tecnológico Nasdaq é o que mais cai: desvaloriza 0,44% para 2.205 pontos. Já o industrial Dow Jones recua 0,20% para 24.617,6 pontos, num dia em que o preço do barril de petróleo negoceia a 67,6 dólares em Nova Iorque, uma queda de 1,01% face à sessão anterior.

Entre as principais quedas ao nível setorial está a das empresas petrolíferas, depois de o Presidente Donald Trump ter atacado a OPEP, afirmando que o cartel está a “manter os preços do petróleo artificialmente altos”, algo que diz ser “inaceitável”.

Mas também a tecnologia está sob pressão, com recuos na ordem dos 2% nos setores dos computadores e do hardware. A Apple é uma das empresas que está sob pressão, desvalorizando 2,84% para perto dos 167,77 dólares por ação.

Ainda assim, o dia foi de apresentação de resultados positivos por parte de algumas companhias cotadas em Wall Street. Entre elas esteve a General Electric, que apresentou lucros acima das estimativas, reforçados pelo bom desempenho dos negócios da aviação, saúde e transportes. A empresa apresentou um lucro ajustado de 16 cêntimos de dólar por ação, acima das previsões dos analistas, que apontavam para 11 cêntimos por ação. Face a isto, os títulos da empresa sobem 5,93% para 0,83 dólares.

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Fernando Medina quer câmaras a gerir autorizações para alojamento local

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu que devem ser as autarquias as "responsáveis pelas autorizações do alojamento local" para responder à "pressão grande sobre o mercado de habitação".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, defendeu esta sexta-feira, em Paris, que devem ser as autarquias as “responsáveis pelas autorizações do alojamento local” para responder à “pressão grande sobre o mercado de habitação”.

Num encontro com a autarca de Paris, Anne Hidalgo, para assinalar o início das comemorações dos 20 anos do Acordo de Amizade entre Paris e Lisboa, Fernando Medina falou sobre a pressão imobiliária na capital portuguesa, dias depois de ter sido noticiado que o preço do metro quadrado em certos bairros é comparável ao registado em Paris.

“Precisamos de regular o alojamento local junto das zonas de maior pressão, em particular no que são os bairros históricos da cidade de Lisboa e o que pedimos à Assembleia da Republica é que legisle no sentido de permitir que as câmaras sejam as responsáveis pelas autorizações do alojamento local”, afirmou Fernando Medina aos jornalistas.

"Precisamos de regular o alojamento local junto das zonas de maior pressão, em particular no que são os bairros históricos da cidade de Lisboa e o que pedimos à Assembleia da Republica é que legisle no sentido de permitir que as câmaras sejam as responsáveis pelas autorizações do alojamento local.”

Fernando Medina

Presidente da Câmara de Lisboa

O autarca adiantou que quando houver “esse poder”, a Câmara de Lisboa deverá “delimitar o número de alojamentos que podem estar em alojamento local por determinada zona”.

Depois de Anne Hidalgo ter apresentado algumas medidas para manter a população na cidade, como a limitação a 120 dias por ano de arrendamento na plataforma Airbnb, a construção e a compra de imóveis para criar habitações geridas pelo município, Fernando Medina disse que “a resposta [de Lisboa] tem uma parte que é muito semelhante à de Paris”.

“Nós estamos a construir casas, de propriedade municipal ou de iniciativa municipal, para que se somem ao parque habitacional muito grande que a Câmara já tem. Cerca de 70.000 pessoas das 550.000 do concelho de Lisboa residem em casas municipais. O que estamos agora a fazer é construir para as classes médias”, afirmou Fernando Medina.

O presidente da Câmara de Lisboa disse que esta semana foi aprovada “a primeira operação de reabilitação de 100 casas municipais na baixa da cidade para este projeto” dirigido às classes médias e que o “objetivo é, neste mandato, ter 7.000 casas disponíveis”.

Fernando Medina afirmou, também, que “a situação de Lisboa é uma situação particular porque a evolução está a ser muito rápida”.

“Nós, há quatro anos, tínhamos o país numa crise profunda, sem crescimento, com desemprego muito elevado. Hoje, a situação do crescimento económico, do dinamismo do turismo está a colocar uma pressão grande sobre o mercado de habitação na cidade de Lisboa, com uma subida dos preços e dificuldades de acesso à habitação por alguns extratos da classe média”, sustentou.

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Há 4 mil vagas para professores do Estado mudarem de escola

  • ECO
  • 20 Abril 2018

Nos três concursos abertos, o número de vagas disponíveis mantém-se em linha com o ano anterior, diz o Ministério da Educação.

O Ministério da Educação anunciou esta sexta-feira que estão disponíveis 4.662 vagas para o concurso interno antecipado de pessoal docente, ou seja, para os professores que querem mudar de escola.

“Nestes três concursos o número de vagas disponíveis mantém-se em linha com o ano anterior. Ainda assim, no concurso interno, houve um ligeiro aumento, tendo sido apuradas 4.662 vagas, que compara com 4.609 no ano anterior”, pode ler-se no comunicado, sublinhando-se ainda que o número de vagas aumentou.

Este novo concurso de colocação de docentes foi determinado pela Assembleia da República, tal como descrito no comunicado, depois do procedimento ter gerado muita contestação em 2017.

Muitos professores ficaram insatisfeitos com os horários para os quais foram designados, sendo que, numa primeira fase, este processo iria apenas ser utilizado por aqueles que se sentiam lesados.

O documento nota ainda que “em dois anos consecutivos”, foram vinculados “sete mil professores para os quadros do Ministério da Educação.”

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Há 2.481 dias que Portugal está no caixote do lixo da Moody’s. Hoje vai sair?

Quase sete anos depois, a Moody's pode hoje tirar Portugal do "lixo", acompanhando as outras agências de rating. É o que esperam os analistas consultados pelo ECO.

A agência Moody’s poderá tirar a dívida portuguesa do nível “lixo” esta sexta-feira.Fotomontagem: Lídia Leão

“A Moody’s Investors Service baixou hoje o rating das obrigações de Portugal de longo prazo de Ba2 para Baa1. (…) Os seguintes fatores levaram a Moody’s a este downgrade:

  1. O risco crescente de que Portugal vai precisar de uma segunda ronda de financiamento oficial antes de regressar ao mercado privado e a maior possibilidade da participação do setor privado como requisito para um novo empréstimo oficial;
  2. As elevadas preocupações de que Portugal não vai ser capaz de atingir totalmente as metas de redução do défice e de estabilização da dívida que foram estabelecidas no acordo de empréstimo com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional devido aos desafios formidáveis para reduzir a despesa, aumentar os níveis de cobrança de impostos, alcançar crescimento económico e apoiar o sistema bancário”.

Assim iniciava a nota da Moody’s publicada no final da tarde do dia 5 de julho de 2011 e que atirava Portugal para o nível considerado “lixo”, tinha o Governo português acabado de pedir um cheque de 78 mil milhões de euros à troika. Exatamente 2.481 anos depois, aquela que foi a primeira agência das “três grandes” a considerar a dívida portuguesa como um investimento especulativo poderá ser a última a colocá-la num patamar de qualidade. É isso que esperam os analistas da decisão da Moody’s que será conhecida esta sexta-feira.

“A nossa perspetiva para a decisão de rating por parte do Moody’s é uma subida da notação para investment grade, dado que a Moody’s é a única grande agência de rating com uma notação de non-investment grade “Ba1” e o outlook já foi revisto de estável para positivo em setembro de 2017″, vaticina a equipa de research do BiG.

Do Natixis ao Commerzbank, a aposta é semelhante. “Pensamos que a Moody’s deverá melhorar a classificação de Portugal numa nota, para se alinhar com o rating da Standard & Poor’s. A Fitch está uma nota acima da Standard & Poor’s e seria uma surpresa se a Moody’s subisse o rating em dois níveis”, sublinhou Jean Christophe Machado, analista do banco francês.

Do lado do banco alemão diz-se numa nota de research divulgada esta manhã: “Portugal deverá continuar a ter suporte no curto prazo com a pausa nos leilões de dívida e com as notícias positivas no rating“.

Para que serve o rating?

Se melhorar o rating de Portugal, a Moody’s não fará mais do que acompanhar os seus pares. Em setembro, a Standard & Poor’s surpreendeu tudo e todos ao retirar o país do nível “lixo” sem antes ter sinalizado essa melhoria com um outlook positivo. “Isso não é habitual, mas também não é raro”, reconhecia o analista da S&P Marko Mrsnik ao ECO. Poucos meses depois, em dezembro, a Fitch não se ficou e de uma assentada melhorou a notação portuguesa em dois níveis. Também não foi uma decisão habitual.

O que poderá dizer hoje a Moody’s, quase sete anos depois de colocar Portugal no “lixo”? Já não falará certamente dos riscos de um segundo resgate, como evidenciou em 2011. E, no que toca ao desempenho económico, a Moody’s encontra hoje um Portugal a crescer mais de 2% e com um défice controlado e abaixo dos 1% — sem contar com a injeção de capital na Caixa Geral de Depósitos. Já a dívida pública, que subiu em fevereiro para 246 mil milhões de euros, deverá ser um dos pontos abordados pela agência, que deverá apontar (novamente) para a necessidade de baixar o nível de endividamento do Estado.

Em declarações ao ECO, Cristina Casalinho, presidente do IGCP, disse que o país tem ido além das metas da agência. “Considerando os fatores de risco enunciados pela Moody’s, constata-se que Portugal tem apresentado uma evolução mais favorável que as previsões iniciais da agência de rating“, sublinhou.

Mas a gestora da dívida pública portuguesa moderou o seu otimismo em relação a uma boa notícia esta sexta-feira: “No seu último relatório, a Moody’s indica um intervalo de 12 a 18 meses, mas com maior probabilidade 12 meses, para decidir sobre o rating de Portugal”.

Convém sublinhar que a Moody’s não é a única a avaliar Portugal esta sexta-feira. Também os canadianos da DBRS, que foram importantes para o país quando eram os únicos a dar um “selo de qualidade” à dívida portuguesa, mantendo-a elegível para as compras do Banco Central Europeu, analisam o rating português. Mas desta vez a sua decisão não terá tanto impacto porque outras duas agências estão a “segurar” Portugal.

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Chave na Mão. Governo cria programa para facilitar mobilidade para o interior do país

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

Governo acaba de criar o programa Chave na Mão para facilitar a mobilidade das famílias residentes em áreas de forte pressão urbana que queiram viver no interior do país.

O Governo quer facilitar a mobilidade habitacional de famílias residentes em áreas de forte pressão urbana que pretendam viver no interior do país, através do programa Chave na Mão, que integra a Nova Geração de Políticas de Habitação.

Este novo instrumento de “mobilidade habitacional para a coesão territorial” consta do pacote legislativo do atual Governo para o setor da habitação, que será apresentado na segunda-feira, em Lisboa, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, com a participação do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e da secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho.

No âmbito da Nova Geração de Políticas de Habitação, destacam-se ainda como novos instrumentos o programa Primeiro Direito, que visa “assegurar o acesso a uma habitação adequada às pessoas que vivem em situações indignas e que não dispõem de capacidade financeira para aceder a uma solução habitacional adequada”, e o Programa de Arrendamento Acessível, que pretende promover “uma oferta alargada de habitação para arrendamento a preços reduzidos, compatível com os rendimentos das famílias”.

Segundo o Programa de Estabilidade 2018-2022, documento do Governo entregue ao parlamento em 13 de abril, o programa Primeiro Direito, que vai substituir os atuais Programa Especial de Realojamento (PER) e PROHABITA, deverá disponibilizar 8.000 fogos até 2020, como “nova oferta de habitação de interesse social financiada”.

Para promover a coesão e integração socioterritorial dos bairros de arrendamento público “com vista à melhoria global das condições de vida dos moradores”, o Governo apresenta o programa Da Habitação ao Habitat, que prevê o desenvolvimento de “projetos experimentais, com base numa abordagem integrada, inclusiva, participada e adaptada aos contextos locais”.

Relativamente ao programa Chave na Mão, a atuação do executivo tem como objetivo “facilitar a mobilidade habitacional, no território e entre regimes de ocupação, de famílias residentes em áreas de forte pressão urbana que se fixem no interior do país”.

Em comunicado, o gabinete do ministro do Ambiente lembrou que a resolução que estabelece o sentido estratégico, os objetivos e os instrumentos de atuação para uma Nova Geração de Políticas de Habitação foi aprovada em Conselho de Ministro, em 04 de outubro de 2017.

“Deste então, foi concluído o processo de consulta pública através da participação ‘online’ e de cinco sessões de norte a sul do país, que contou com mais de 600 contributos, foi concluído o Levantamento Nacional das Necessidades de Realojamento Habitacional, o primeiro levantamento sistemático que incide sobre todo o território nacional em matéria de precariedade habitacional, e foram lançados vários instrumentos inscritos na Nova Geração de Politicas de Habitação (IFRRU 2020, Casa Eficiente, Indicadores de Preços no Mercado da Habitação)”, informou fonte do Ministério do Ambiente.

O levantamento nacional das necessidades de realojamento identificou “25.762 famílias em situação habitacional claramente insatisfatória”, das quais 53% vivem em espaços arrendados, segundo o relatório do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), datado de fevereiro deste ano.

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The Economist: Guerra comercial entre China e EUA faz abrandar comércio mundial

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

A EIU prevê que o protecionismo vá aumentar, apesar de se evitar uma guerra comercial em grande escala, o que significa que o ritmo de crescimento do comércio vai abrandar entre 2019-2022.

Os analistas da Economist Intelligence Unit (EIU) consideram que a atual disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, a China e os Estados Unidos, vai ensombrar o comércio mundial em 2018, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.

A EIU, a divisão de análise e investigação do The Economist Group, prevê que o protecionismo vá aumentar, apesar de se evitar uma guerra comercial em grande escala, o que significa que o ritmo de crescimento do comércio vai abrandar entre 2019-2022, para uma média de 3,5% ao ano.

A disputa entre Estados Unidos e China começou no princípio de março, quando a administração de Donald Trump decidiu propor um aumento de taxas alfandegárias sobre as importações chinesas, decisão à qual a China respondeu com uma subida equivalente de tarifas sobre os produtos norte-americanos.

A EIU estima que qualquer acordo que venha a resultar das negociações entre os dois países só será parcialmente satisfatório. “Até agora não parece que quaisquer concessões que a China esteja disposta a fazer sejam suficientes para apaziguar os falcões da administração Trump”, refere o EIU, considerando que alguns dos aumentos propostos devem mesmo avançar.

Embora seja cedo para dizer quais os setores mais afetados, cada país deve escolher aumentar as taxas sobre os bens com mais impacto sobre o seu adversário: no caso dos Estados Unidos, tarifas sobre bens tecnológicos, no caso da China sobre produtos agrícolas como a soja. Mas ambos os lados vão evitar uma guerra total que teria custos económicos e políticos significativos.

Para a EIU, esta disputa exemplifica a competição estratégica entre China e os Estados Unidos e revela que o futuro da inovação é de vital importância para os dois países, tanto em termos económicos como militares: “o país que liderar nessas áreas terá uma grande vantagem estratégica sobre o outro nas próximas décadas”. Neste cenário, “um acordo mutuamente satisfatório, onde a China oferece concessões significativas em todas as áreas, é improvável no curto prazo”.

A disputa também ameaça o papel e a posição da Organização Mundial do Comércio (OMC), junto de quem os dois países apresentaram queixas.

No entanto, no resto do mundo o apelo do comércio livre mantém-se, com a União Europeia e o Japão a surgirem agora como principais impulsionadores do esforço para manter o comércio global, enquanto os Estados Unido preferem uma abordagem bilateral para tentar reduzir os défices com os seus parceiros comerciais, indicam os analistas.

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Atividade económica e consumo privado voltam a diminuir

  • Lusa
  • 20 Abril 2018

O Banco de Portugal atualizou os indicadores coincidentes para a atividade económica e consumo privado, mostrando que estes continuaram a diminuir no passado mês de março.

Os indicadores coincidentes para a atividade económica e para o consumo privado voltaram a diminuir em março, divulgou o Banco de Portugal (BdP) esta sexta-feira.

“O indicador coincidente mensal para a atividade económica prosseguiu a trajetória de redução iniciada em setembro de 2017” e o indicador coincidente mensal para o consumo privado “voltou a diminuir, em linha com a trajetória iniciada em dezembro de 2017”, refere o BdP.

O indicador coincidente mensal para a atividade económica recuou para 1,8%, face aos 2,1% de fevereiro e o indicador coincidente mensal para o consumo privado também diminuiu dos 2,0% em fevereiro para 1,9% em março.

Os indicadores coincidentes são indicadores compósitos que procuram captar a evolução subjacente da variação homóloga do respetivo agregado macroeconómico.

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António Costa: “Para alimentar a inovação não basta termos o Web Summit”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 20 Abril 2018

Na apresentação do novo acelerador de startups da Farfetch, António Costa insistiu no reforço dos esforços para alimentar a inovação e o empreendedorismo.

O primeiro-ministro esteve presente na apresentação do Dream Assembly da Farfetch.Paula Nunes/ECO

No dia em que a Farfetch apresentou o seu acelerador de projetos na área do retalho de moda, o Dream Assembly, o primeiro-ministro deixou claro que há mais a fazer no campo na inovação nacional e que o caso da empresa fundada pelo português José Neves não pode ser exclusivo.

“Aquilo que é muito claro é que se nós queremos alimentar este ciclo de inovação, não nos basta ter anualmente o Web Summit em Portugal”, assinalou o primeiro-ministro no evento. “O Web Summit é excelente, é uma grande montra, uma grande oportunidade, mas muito mais importante é ter a capacidade de continuar, de uma forma sustentável, aquilo que permitiu termos um ecossistema como temos.”

O tema do talento esteve em cima da mesa, com o primeiro-ministro a afirmar que tem de se investir na educação, no acesso ao ensino superior e na atração de talento, indo “à procura dele onde ele está”. António Costa firmou assim como bom exemplo o da Farfetch, que tem escritório espalhados por todo o mundo e por todo o país — Porto, Lisboa, Guimarães e Braga.

“A ideia de que tínhamos licenciados a mais foi das coisas mais dramáticas que aconteceu no país”, continuou o governante, seguindo o raciocínio do que é preciso formar mais e com mais qualificações. “Nós temos é, porventura, trabalhos qualificados a menos para a quantidade de licenciados que temos no país“.

António Costa e José Neves à conversa no evento de apresentação do Dream Assembly.Paula Nunes/ECO

Já relativamente à empresa, o primeiro-ministro aplaudiu a iniciativa de “passar para outro nível”, visto que “deixa de ser simplesmente uma plataforma para ser uma agregadora de ideias, projetos e novas empresas”. “A Farfetch não quer ser exclusiva naquilo que faz, quer ajudar a tornar as empresas naquilo que a Farfetch se tornou”, apontou ainda.

E com a empresa já com sete rondas de investimento fechadas e a contar com a presença de mais de mil empresas em quarenta países do mundo, Costa afirmou ainda: “A Farfetch é um excelente indicador de que para estar na linha da frente é preciso inovar e descentralizar”.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

O gabinete do primeiro-ministro conta com 59 trabalhadores, de motoristas a assessores, e o cenário repete-se nos diferentes ministérios. Qual vai ver o impacto do fim do corte de 5%? O Programa de Estabilidade não agrada a gregos nem a troianos. Pela primeira vez na legislatura há projetos de resolução da esquerda. Mas só os centristas pedem, preto no branco, a sua rejeição.

A proposta já incendiou o Parlamento e criou alianças improváveis: o Governo pretende acabar com o corte salarial que ainda se mantém sobre o vencimento dos membros dos gabinetes de políticos, e encontrou um aliado no PSD e um opositor no Bloco de Esquerda, que por sua vez se viu de acordo com o CDS-PP. Mas quem é de facto afetado por este corte, e quanto ganham?

Pela primeira vez nesta legislatura, o Programa de Estabilidade vai ser discutido no Parlamento ao mesmo tempo que quatro projetos de resolução. PSD, CDS, Bloco de Esquerda e PCP passaram das palavras aos atos e apresentaram projetos onde põem em causa a estratégia orçamental do Governo. Mas apenas o dos centristas pede a rejeição do documento.

O presidente da Associação Nacional de Proprietários, António Frias Marques, está em “completo desacordo” com a proposta que prevê a requisição de habitações devolutas, considerando que esta medida é de uma “violência e crueldade inusitada”.

Lisboa está na moda. A capital registou mais do dobro do número de passageiros de cruzeiros no início deste ano. Um crescimento recorde que se deve à entrada em funcionamento do novo terminal de passageiros, diz o Porto de Lisboa.

Não espere pela próxima semana para abastecer o depósito do seu carro. Os combustíveis vão ficar mais caros a partir da próxima segunda-feira. E tanto o preço do gasóleo como da gasolina preparam-se para aumentar pela quinta semana consecutiva. Vão avançar para máximos de mais de dois meses.

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