Malparado na banca afundou. Caiu 9,3 mil milhões de euros num ano

A banca continua a limpar créditos do balanço. No total do ano passado, o malparado encolheu em 9,3 mil milhões de euros, tendo registado a maior queda trimestral de sempre no final de 2017.

O malparado é um fardo pesado para a banca. Continua a sê-lo, mas o setor está a acelerar a resolução do problema, limpando-o do balanço a um ritmo mais acelerado. A redução no quarto trimestre foi a mais expressiva de sempre, numa base trimestral, sendo que no total do ano passado foram “limpos” 9,3 mil milhões de euros destes créditos tóxicos.

“O stock de empréstimos non-performing (NPL, ou malparado) continuou a diminuir no quarto trimestre de 2017. Esta queda, de 2,9 mil milhões de euros, configura a maior redução trimestral desde o início da publicação da série da European Banking Authority, a EBA (em dezembro de 2015)”, referem os dados estatístico do sistema bancário português do Banco de Portugal.

“O stock de NPL reduziu-se 9,3 mil milhões face a dezembro de 2016 e 13,5 mil milhões de euros em relação ao máximo atingido em junho de 2016″, acrescenta. Apesar do contributo favorável de todos os setores, o Banco de Portugal destaca o malparado das empresas que decresceu 5,9 mil milhões face a dezembro de 2016.

“Assim, o rácio de NPL diminuiu 1,3 pontos percentuais (p.p.) no trimestre, passando a situar-se em 13,3%, o que configura uma redução de 3,9 p.p. relativamente ao final de 2016 e de 4,6 p.p. face a junho de 2016. Por sua vez, o rácio de NPL do setor privado não financeiro diminuiu 0,6 p.p. face a setembro de 2017”.

"O stock de NPL reduziu-se 9,3 mil milhões face a dezembro de 2016 e 13,5 mil milhões de euros em relação ao máximo atingido em junho de 2016.”

Banco de Portugal

Ao mesmo tempo que o rácio de malparado cai, também a cobertura desse malparado pela banca está a aumentar. Ou seja, os bancos estão a ser mais proativos. “Em dezembro 2017, o rácio de cobertura de NPL por imparidades era de 49,3%, aumentando 2,8 p.p. face ao trimestre anterior“. “Esta evolução ficou a dever-se a um acréscimo de 3,4 p.p. do rácio de cobertura do segmento das sociedades não financeiras”, refere o Banco de Portugal.

Apesar dos prejuízos, bancos tiveram rendibilidade positiva

Assistiu-se a um acelerar do ritmo de reconhecimento de imparidades por parte da banca, com o Novo Banco a ser claramente a instituição que mais contribuiu para este feito, o que levou a instituição liderada por António Ramalho a apresentar um prejuízo recorde de 1,39 mil milhões de euros. Em 2016, tinha sido a CGD a catapultar o valor do malparado “limpo”.

Apesar de, como um todo, a banca nacional ter apresentado prejuízos, à custa do Novo Banco, o Banco de Portugal revela que a “rendibilidade do sistema bancário em 2017 foi positiva, contrastando com o valor negativo registado em 2016″. “A rendibilidade dos capitais próprios aumentou 10,8 p.p., enquanto a rendibilidade do ativo cresceu 0,9 p.p.”, salienta.

“O aumento da rendibilidade em 2017 reflete, sobretudo, uma redução expressiva do fluxo de imparidades, devido ao efeito de base que decorre do reforço significativo das imparidades para crédito no final de 2016, e ainda um aumento do produto bancário (suportado em grande medida pelo acionamento do mecanismo de capitalização contingente previsto nos contratos celebrados no âmbito da venda do Novo Banco)”, refere o relatório.

“Em 2017, o contributo da margem financeira para o ROA [rendibilidade dos ativos] aumentou ligeiramente face ao ano anterior devido não apenas a uma redução dos encargos com juros superior à verificada nos juros recebidos mas, principalmente, devido à redução do ativo face a 2016 (efeito
denominador)”, acrescenta o Banco de Portugal, notando que os custos ficaram quase inalterados. Houve um “aumento dos custos com pessoal e uma diminuição dos gastos gerais e administrativos da mesma ordem de grandeza”.

Rácios sobem, mas só com os aumentos de capital

Neste contexto de alguma melhoria do setor, o Banco de Portugal destaca os rácios de fundos próprios do sistema bancário que “aumentaram no quarto trimestre de 2017, em resultado do incremento dos capitais próprios”. O rácio de fundos próprios totais situou-se em 15,2% em dezembro de 2017, tendo aumentado 0,5 p.p. face a setembro de 2017″, diz. Face ao final do ano anterior, o aumento é mais expressivo. Estava em 12,3%.

O rácio Common Equity Tier 1 (CET 1) cifrou-se em 13,9%, o que configura um incremento de 0,4 p.p. face ao trimestre anterior”, nota o regulador, sendo que comparando com o final do ano anterior verifica-se, novamente, um aumento maior. É que este rácio estava em 11,4%. “A evolução destes rácios reflete, exclusivamente, o aumento da posição de capital“, diz o Banco de Portugal.

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Grupo Martinhal compra terreno da antiga Universidade Independente por 15 milhões

  • Lusa
  • 5 Abril 2018

A aquisição do terreno da antiga Universidade Independente custou 15 milhões, uma compra que se insere num montante de investimento na área do Parque das Nações que ronda os 130 milhões.

O Grupo Martinhal comprou o terreno da antiga Universidade Independente, no Parque das Nações, Lisboa, por cerca de 15 milhões de euros, para avançar com uma escola internacional, foi divulgado esta quinta-feira à agência Lusa.

Responsável pela assessoria jurídica neste negócio, a PLMJ Advogados precisou que a “aquisição do terreno foi na ordem dos 15 milhões” e que a “compra deste ativo insere-se num montante de investimento na área do Parque das Nações que ronda os 130 milhões. “O Grupo Martinhal aposta numa estratégia de expansão e diversificação ao construir uma escola internacional que cobre todo o ciclo de ensino (do 1.º ao 12.º ano escolar) com capacidade para 800 a 900 alunos, a abrir no ano letivo de 2019/2020”, lê-se no comunicado do escritório de advogados.

O Grupo Martinhal aposta numa estratégia de expansão e diversificação ao construir uma escola internacional que cobre todo o ciclo de ensino (do 1.º ao 12.º ano escolar) com capacidade para 800 a 900 alunos, a abrir no ano letivo de 2019/2020.

Comunicado da PLMJ

Citada no mesmo comunicado, Sara Blanco de Morais, sócia de PLMJ Urbanismo, referiu que a “operação implicou a gestão da compra do ativo territorial, o acompanhamento da operação urbanística e planeamento do projeto de arquitetura que se encontra ainda a decorrer”.

O comprador do terreno da avenida Marechal Gomes da Costa detém ainda projetos na área da hotelaria, como o Martinhal Resort em Sagres, o Martinhal Chiado e Martinhal da Quinta do Lago.

A Universidade Independente foi encerrada em 31 de outubro de 2007 na sequência de dois processos: um de caducidade de reconhecimento de interesse público e outro de encerramento compulsivo por manifesta degradação pedagógica.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Os motoristas da Uber, Cabify e Taxify aguardam a aprovação da lei que regula a sua atividade. Entretanto, a PSP já conta 1.110 multas por falta de licença, das quais 103 terão sido pagas. A marca Jumbo vai desaparecer e vai passar a ser substituída pela marca Auchan. Esta aposta da cadeia de supermercados tem que ver com o desejo de criar uma marca única e “igual em todos os países”.

As empresas e motoristas que trabalham ao serviço de plataformas como Uber, Cabify e Taxify já foram alvo de 1.110 multas relativas a infrações à lei que regula a atividade dos transportes em táxi, de acordo com dados da PSP, obtidos pelo ECO. A grande maioria destas multas foi passada em Lisboa, seguindo-se as cidades de Porto e Faro.

A marca Jumbo vai deixar de aparecer nos produtos que os portugueses compram, a cadeia de supermercados vai adotar unicamente a marca Auchan. Com o objetivo de “apostar numa marca global e mais forte”, o grupo francês anunciou ainda um investimento de 90 milhões de euros nos próximos dois anos e a entrega de 14,5 milhões de euros a todos os colaboradores.

Portugal está na moda. Há cada vez mais turistas a chegarem de todas as partes do mundo, alimentando a economia nacional. Mas o perfil típico de um turista já não é o mesmo: viaja em companhias áreas de baixo custo e procura cada vez mais o alojamento local, afirma José Theotónio em entrevista ao ECO24, uma parceria entre o ECO e a TVI24.

A política cultural do Governo não se esgota no orçamento, assinala António Costa, na carta em que reage à polémica da semana sobre a dotação orçamental para os agentes culturais. É uma “carta aberta à cultura”, assinada pelo primeiro-ministro, em que anuncia um reforço de mais 2,2 milhões para os apoios anuais aos agentes culturais, mas justifica e defende as escolhas do Governo que o trouxeram até aqui.

António Mexia é reconduzido esta quinta-feira em assembleia-geral para mais um mandato à frente da EDP, o quinto, depois de meses de negociações de bastidores entre os principais acionistas e que envolveu, indiretamente, o próprio primeiro-ministro, adversário público e notório do gestor. E deverá obter uma votação ‘à chinesa’, mas a estabilidade acionista e de gestão, essa, é mais formal do que substantiva. Há uma espécie de “calma de morte” na elétrica, afirma ao ECO um membro do Conselho Geral e de Supervisão da elétrica.

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Catroga: “Podia viver sem salário e sem pensões”

  • ECO
  • 5 Abril 2018

No dia em que deixa o cargo de chairman da EDP, Eduardo Catroga diz que é o seu "último amor". Confirma que vai ser consultor da CTG, mas não precisa do salário. Tem muitos rendimentos.

Chega ao fim o mandato de Eduardo Catroga como chairman da EDP. Sai do cargo, mas continuará presente na elétrica liderada por António Mexia através do seu maior acionista, a China Three Gorges (CTG), como consultor para a atividade internacional, como avançou o ECO. Continua a trabalhar, mas não pelo dinheiro. Catroga diz que “podia viver sem ordenado e sem pensões”.

“A EDP é o meu último amor. Vou continuar porque quando tinha 60 anos decidi nunca me reformar. Este último mandato já só foi possível porque os acionistas de entenderam e convidaram-me para continuar como chairman, mas em representação do acionista mais importante, a CTG”, diz Catroga em entrevista à Sábado. “Estou preparado para abandonar o cargo de chairman da EDP”, diz.

Vai sair do cargo, mas “aceitei continuar como seu representante no Conselho Geral de Supervisão da EDP, como seu consultor no quadro da atividade internacional da CTG, a qual ultrapassa Portugal, estendendo-se, hoje, a outros países europeus e à América Latina, onde o grupo tem avultados investimentos”, confirma, tal como noticiado pelo ECO.

"Hoje tenho uma base patrimonial que gera fluxos de rendimento de tal forma que podia viver sem ordenado e sem pensões.”

Eduardo Catroga

Economista

Catroga vai, assim, continuar a trabalhar, cumprindo a promessa de nunca se reformar. Mantém uma fonte de rendimento, mas nem precisava dela. Conhecido por criticar o excesso de impostos que paga do seu salário — “hoje, em IRS e encargos sociais pago ao Fisco cerca de 60% do que ganho” –, o ex-ministro das Finanças diz que tem muitos rendimentos. Mas sempre fez por isso.

“O meu objetivo foi sempre ter projetos em que fosse reconhecido que poderia acrescentar valor e, em consequência disso, ter uma remuneração elevada. Foi isso que aconteceu em toda a minha vida”, refere na mesma entrevista. “Hoje tenho uma base patrimonial que gera fluxos de rendimento de tal forma que podia viver sem ordenado e sem pensões”, remata.

Salário vai manter. E a pensão também. É milionária. “Se tenho uma pensão alta é fruto das contribuições feitas, ao longo de 50 anos para a Segurança Social, bem como das regras instituídas. A minha pensão aumenta todos os anos porque continuo a trabalhar e a descontar para a Segurança Social. Sou um grande contribuinte do Estado”, conclui.

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Contribuintes desabafam frustrações com a entrega de IRS nas redes sociais

  • Rita Frade
  • 5 Abril 2018

Mais de 600 mil portugueses já entregaram o IRS, mas há ainda quem não tenha conseguido submeter a sua declaração. Contribuintes desabafam frustrações nas redes sociais.

São já mais de 600 mil os portugueses que entregaram o IRS, de acordo com a edição desta quinta-feira do Correio da Manhã (acesso pago), mas há ainda quem não tenha conseguido submeter a sua declaração.

Centenas de contribuintes já tiveram, inclusive, de se deslocar às repartições de finanças, mas até aí os funcionários enfrentaram dificuldades em aceder ao sistema informático.

As redes sociais foram outro dos meios escolhidos pelos portugueses para manifestar o seu desagrado, relativamente aos problemas que estão a enfrentar para conseguirem entregar a sua declaração de IRS a tempo e horas.

No Twitter, vários utilizadores queixam-se do facto de não estarem a conseguir fazer “uma simples simulação do IRS”, quanto mais entregá-lo.

Há também quem se queixe da existência de falhas no processo, mesmo que se utilizem browsers diferentes:

Há, inclusive, quem aproveite para brincar com a situação, comparando-a com os tempos de escola, em que se tinha uma data específica para entregar um trabalho:

Mas nem tudo é mau. O momento em que se consegue submeter (finalmente) o IRS é também pretexto para se festejar:

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Luís Montenegro sai do Parlamento. “Esta legislatura não vai deixar saudades”

O ex-líder parlamentar do PSD deixa o Parlamento esta quinta-feira. Na despedida, Luís Montenegro promete continuar a fazer oposição ao Governo e diz que "esta legislatura não vai deixar saudades".

Luís Montenegro vai abandonar a Assembleia da República esta quinta-feira, tal como tinha anunciado no 37.º Congresso do PSD que aclamou Rui Rio como líder dos social-democratas. 16 anos depois de ter tomado posse enquanto deputado, Montenegro vai abandonar o Parlamento, mas à saída garantiu que continuará a intervir publicamente para criticar o Governo. E já começou: “Esta é uma legislatura que não vai deixar saudades”.

Tirando este caráter insólito de se ter formado esta geringonça, creio que no fim destes quatro anos o país não vai ter nenhuma transformação, nenhuma reforma que se possa projetar em mais progresso e prosperidade no futuro”, argumenta Luís Montenegro no Parlamento, em declarações transmitidas pela RTP3. O agora ex-deputado considera que a atual solução governativa “não vai ficar para a história senão por juntar três partidos, não por mais nada”.

Para o deputado social-democrata a melhoria económica registada nos últimos anos deve-se em grande parte à governação anterior. “Os portugueses hoje estão melhor e o país também está melhor porque houve um trabalho” na legislatura passada, diz Montenegro, referindo que no futuro vai concentrar-se em “denunciar as omissões e os erros” do Governo. “O meu papel de intervenção será sempre de fiscalizar e escrutinar a ação governativa, apontar os erros e as omissões deste Governo, que são muitos”, concretiza.

Questionado sobre a estabilidade interna do PSD, Luís Montenegro diz que Rui Rio é um “presidente legitimado”, mas lembra que o próximo ciclo eleitoral é “muito exigente e complexo”. “Só mesmo no PCP e no BE é que toda a gente pensa a mesma coisa em todo o tempo e de igual maneira“, comentou para defender a ideia de que é positivo existirem opiniões diferentes no PSD.

Ainda assim, Montenegro considera que Rio “está obrigado a manter esta ambição muito viva e a construir uma alternativa política que possa gerar essa confiança”. Uma ambição que passa pelo PSD ser “um partido que luta sempre para ganhar”. “Queremos governar o país”, conclui.

Esta quinta-feira será o último dia de Luís Montenegro enquanto deputado do PSD, 16 anos depois da sua entrada no Parlamento para a bancada social-democrata. Foi no 37.º Congresso do partido, a 17 de fevereiro, que o deputado anunciou a sua decisão de sair, após ter sido líder parlamentar durante o mandato de Pedro Passos Coelho.

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El Corte Inglés quer parcerias europeias para competir com Amazon e Alibaba no online

A cadeia espanhola pretende criar uma plataforma europeia através de parcerias com vários distribuidores, para fazer face à concorrência da Amazon e do Alibaba.

O El Corte Inglés está decidido a apostar no comércio online, através de parcerias com vários distribuidores europeus, para conseguir competir com as grandes plataformas como a Amazon ou o Alibaba. A notícia foi adiantada esta quinta-feira pelo próprio presidente da cadeia espanhola, que defende a necessidade de “encontrar novas oportunidades de negócio para além das nossas fronteiras”.

“Há que promover e participar em possíveis alianças entre distribuidores convencionais e tecnológicos e criar uma plataforma europeia para competir com os grandes rivais online“, disse Dimas Gimeno, presidente do El Corte Inglés.

“Há que encontrar novas oportunidades de negócio além das nossas fronteiras. Há que procurar soluções comuns em vez de gastar quantidades enormes de dinheiro em novas lojas físicas e fazê-lo de forma conjunta, porque este é um desafio gigante e temos de iniciar negociações para tal”, acrescentou, citado pelo jornal La Vanguardia (conteúdo em espanhol).

Dimas Gimeno sublinhou ainda que: “São necessárias regras homogéneas para que todos possamos competir nas mesmas condições. Atualmente não existem, as leis espanholas para o comércio são do século XX e não do século XXI”. Desta forma, propõe criar um “marco normativo europeu que implante, pelo menos, a igualdade fiscal”. Ainda assim, admitiu que a Amazon é uma empresa “espetacular” e que o El Corte Inglés tem muito para aprender com ela.

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Operação Fizz. “Não fui contratado por ninguém. Foi um gesto de boa vontade”, diz Proença de Carvalho

O advogado admite ter prestado serviços ao antigo procurador Orlando Figueira, arguido na Operação Fizz. Mas recusa ter sido contratado e garante que não recebeu quaisquer honorários pelos serviços.

Daniel Proença de Carvalho está a ser ouvido, esta quinta-feira, em tribunal, no âmbito da Operação Fizz, na qual o antigo magistrado Orlando Figueira é acusado de se ter deixado corromper pelo antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente. O advogado da Uría Menéndez está a ser questionado sobre a sua relação com Orlando Figueira, a quem admite ter prestado serviços em 2015. Mas garante que não foi contratado por nenhuma das partes envolvidas no processo e que não cobrou quaisquer honorários ao antigo magistrado. “Foi uma mediação que fiz, um gesto de boa vontade”, assegura.

O caso remonta a 2015, altura em que Orlando Figueira se dirigiu a Daniel Proença de Carvalho para lhe pedir que o ajudasse a por termo a contratos de trabalho que tinha celebrado com a empresa Primagest, uma vez que esses contratos não estavam a ser cumpridos por parte da empresa. O primeiro contacto deu-se por telefone, a 27 de abril de 2015, quando o antigo magistrado pediu uma reunião com o advogado. Proença de Carvalho acedeu e a reunião aconteceu no dia 5 de maio. Essa foi, segundo Proença de Carvalho, a primeira vez que os dois se encontraram pessoalmente. A Primagest é uma subsidiária da Sonangol, à data dos factos liderada por Manuel Vicente. Foi com esta empresa que, em 2012, Orlando Figueira assinou contratos de trabalho para, através dela, trabalhar para o Banco Português de Atlântico (BPA) em Angola.

Na versão de Orlando Figueira, transmitida a Daniel de Proença de Carvalho naquele primeiro encontro de maio de 2015 e agora relatada pelo advogado em tribunal, quem tratou destes contratos de trabalho foram o advogado Paulo Blanco, também arguido na Operação Fizz, e o advogado Paulo Marques, da parte da Primagest. “Orlando Figueira estava numa situação complicada porque estava de relações cortadas com Paulo Blanco e Paulo Marques tinha tido um AVC que o impedia de exercer qualquer atividade, pelo que ficou sem qualquer contacto desta empresa angolana”, recordou Proença de Carvalho.

Foi nesse contexto que Orlando Figueira pediu a Proença de Carvalho que fizesse a mediação com a Primagest, para que os contratos fossem cessados. O advogado da Uría Menéndez garante que “não conhecia a Primagest nem nunca tinha ouvido falar nela”. Mas constatou que “quem assinava o contrato de trabalho pela Primagest era Manuel António Costa, um advogado de Angola” que Proença de Carvalho conhecia de situações anteriores. “Encontrei-me com Manuel António Costa algumas vezes em Luanda, uma das quais numa viagem que fiz com um colega meu, no sentido de abrir um escritório em Luanda em parceria com advogados angolanos. Na altura, visitámos advogados angolanos, um deles era Manuel António Costa”, contou.

Uma vez que conhecia esse advogado angolano, Proença de Carvalho acedeu a fazer a mediação com a Primagest, representando Orlando Figueira. “Contactei com Manuel António Costa, contei-lhe da reunião com Orlando Figueira, e a reação foi até de agrado. Disse-me que essa pretensão de Orlando Figueira correspondia ao que eles próprios desejavam. E reconheceu que Orlando Figueira tinha razões, que não se tinha dado a sequência expectável do que tinham em mente com os contratos. Por eles, havia disponibilidade para cessar os contratos e pediram-me que mediasse o processo. Manuel António Costa foi a única pessoa da Primagest com quem falei”.

Na sequência desse contacto com o advogado angolano, Proença de Carvalho tratou então de mediar a cessação de contratos entre Orlando Figueira e a Primagest, um processo que diz ter ficado concluído em junho de 2015. Mas em nenhuma altura do processo, salienta, foi contratado por qualquer das partes.

“Eu acho que não fui contratado por ninguém”, declarou. Questionado sobre quem lhe pagou este serviço, Proença de Carvalho assegura que “ninguém” o fez. “Fui advogado de vários colegas, em situações bem mais complexas, e nunca na minha vida — é uma questão ética — levei honorários a um colega meu nem a nenhum magistrado. Foi uma mediação que fiz, um gesto de boa vontade. E devo dizer, se soubesse o que sei hoje…”, concluiu sobre este assunto.

Fui advogado de vários colegas, em situações bem mais complexas, e nunca na minha vida — é uma questão ética — levei honorários a um colega meu nem a nenhum magistrado. Foi uma mediação que fiz, um gesto de boa vontade. E devo dizer, se soubesse o que sei hoje…

Daniel Proença de Carvalho

Advogado

O advogado assegura ainda que, terminado este processo, só voltou a ter contacto com Orlando Figueira por uma vez, em finais de 2015. No dia 25 de novembro desse ano, o antigo magistrado ligou para o seu escritório a pedir uma reunião, que acabou por acontecer a 2 de dezembro. “Nessa reunião, disse-me que tinha sabido que estava a ser investigado por uma denúncia anónima, que imputava a Paulo Blanco, e que tinha como objeto um processo que ele teria arquivado do engenheiro Manuel Vicente”, recordou.

“Perguntou-me se a Primagest e Manuel António Costa podiam mostrar que este processo nada teve a ver com Manuel Vicente e com a Sonangol”, continuou. Mais tarde, em fevereiro de 2016, no dia em que foi detido, Orlando Figueira volta a ligar para Proença de Carvalho, pedindo-lhe que o representasse. “Vi que estava numa situação de stress e encontrei uma justificação delicada. Disse que tinha tido uma intervenção recente” e que, por isso, não poderia aceitar representar o antigo magistrado.

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Cambridge Analytica pode ter recolhido dados de 63.000 portugueses no Facebook

  • ECO e Lusa
  • 5 Abril 2018

Entre os 87 milhões de utilizadores do Facebook que viram os dados pessoais serem usados indevidamente pela Cambridge Analytica estarão mais de 63.000 portugueses.

Os dados de mais de 60.000 utilizadores portugueses do Facebook poderão ter sido comprometidos no âmbito da recolha e uso indevido de dados por parte da empresa norte-americana Cambridge Analytica. Esta é a estimativa da rede social, tendo em conta que pelo menos 15 portugueses terão usado a aplicação que foi utilizada para recolher as informações destas pessoas e do círculo de amigos mais próximo destas, naquela plataforma.

A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo Expresso, que indica que 63.080 portugueses poderão ter sido apanhados nesta polémica. Isto numa altura em que o número total de utilizadores potencialmente afetados foi revisto de 50 milhões para 87 milhões. Acredita-se que os dados tenham sido recolhidos sob o pretexto de virem a ser usados para fins académicos, mas que foram depois, alegadamente, usados pela Cambridge Analytica para favorecer a campanha eleitoral de Donald Trump na corrida à Casa Branca.

O número de utilizadores potencialmente afetados resulta de “metodologia expansiva” que inclui os que descarregaram a app “thisisyourdigitallife” e respetivos “amigos” no Facebook. Ou seja, a esmagadora maioria dos mais de 60.000 utilizadores potencialmente afetados não só não interferiram no processo de recolha de dados como nem tiveram conhecimento dele.

“Realizamos a nossa própria análise interna para determinar o número de pessoas potencialmente visadas. Utilizamos uma metodologia expansiva — esta é a nossa melhor estimativa do número de pessoas que instalaram a app, bem como dos seus amigos cujos dados podem ter sido acedidos”, explicou fonte oficial do Facebook.

A rede social Facebook tem estado no centro de uma vasta polémica internacional com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter usado dados de milhões de utilizadores da rede social, sem o seu consentimento, para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, favorecendo a campanha de Donald Trump.

(Notícia atualizada às 12h55 com mais informações)

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Ex-chefe dos Mossos d’Esquadra acusado de sedição e associação criminosa

  • Lusa
  • 5 Abril 2018

Justiça espanhola indicou esta quinta-feira que Josep Lluís Trapero, em funções durante o referendo de independência, vai responder em tribunal pelos crimes de sedição e associação criminosa.

O antigo chefe da polícia regional da Catalunha Josep Lluís Trapero, que estava em funções durante o referendo de independência de 01 de outubro, vai responder em tribunal pelos crimes de sedição e associação criminosa, indicou hoje a justiça espanhola.

As acusações partem da magistrada da Audiência Nacional, Carmen Lamela, que indica que as mesmas acusações estão dirigidas também ao ex-diretor dos Mossos d´Esquadra Pere Soler e ao antigo secretário-geral do Ministério do Interior César Puig.

Lamela apresentou um auto de processo, passo prévio à abertura de um julgamento, em que também vai acusar, embora apenas por um delito de sedição pelo assédio, a intendente dos Mossos d’Esquadra Teresa Laplana.

A magistrada da Audiência Nacional, que comunicará o auto de processo a 16 deste mês, diz haver indícios de delito nos quatro acusados pelos factos ocorridos a 20 e 21 de setembro de 2017, defronte da Chancelaria da Economia de Barcelona, e pelo referendo ilegal de 01 de outubro.

A Trapero, Puig e Soler, a magistrada imputa um delito de organização criminal, enquanto no caso de sedição estabelece uma diferença, atribuindo a Trapero os dois delitos, e aos restantes apenas um, o ligado ao referendo.

Lamela considera que os três integravam uma organização hierarquizada “sob uma direção comum, em cuja cúpula se encontrava o presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, que tinha como objetivo a realização do referendo de 01 de outubro e da declaração de independência”, a 27 do mesmo mês.

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Empresa portuguesa Vision-Box planeia entrada em bolsa em 2020

  • ECO
  • 5 Abril 2018

A Vision-Box vai preparar a entrada em bolsa daqui a dois anos. A empresa portuguesa desenvolveu uma tecnologia que permite uma melhor verificação da identidade dos passageiros em aeroportos.

A empresa portuguesa responsável pelos pórticos com tecnologia de reconhecimento facial nos aeroportos vai preparar a entrada em bolsa em 2020. Os ‘e-gates’ começaram a ser implementados no Aeroporto de Faro, mas neste momento já estão em sete mercados. Agora a ideia é ir para os mercados bolsistas daqui a dois anos, anunciou o presidente executivo da Vision-Box, Miguel Leitmann, numa entrevista à Bloomberg citada pelo Jornal de Negócios esta quinta-feira.

Em causa está o aumento das necessidades de automatização nos terminais dos aeroportos. “Os aeroportos não conseguem crescer à velocidade a que o número de passageiros está a crescer, nem mesmo que construam mais terminais“, considera Miguel Leitmann, assinalando que tem de haver um maior nível de automatização, um processo que está a “acontecer agora” nos Estados Unidos (EUA).

Essa será a aposta da Vision-Box que, em novembro do ano passado, já estava em mais de 80 aeroportos a nível mundial. Segundo o Jornal de Negócios, a tecnologia da empresa chega a 250 milhões de passageiros e as exportações são responsáveis por 95% do total da faturação. Em junho do ano passado, a Comissão Europeia entregou dois milhões de euros de financiamento a esta empresa através do programa de investigação Horizonte 2020.

A empresa portuguesa fez os testes da tecnologia no Aeroporto de Faro. Fora de Portugal, o primeiro a receber o projeto foi o Aeroporto de Manchester. O sistema de identificação da Vision-Box pretende aumentar a fiabilidade e a confiança da verificação, mas também reduzir o número de documentos apresentados e a burocracia envolvida no processo.

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Incêndios: Proteção Civil diz que Everjets deve 3,4 milhões ao Estado por incumprimento

  • Lusa
  • 5 Abril 2018

Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a Autoridade Nacional de Proteção Civil garante que avisou a empresa do incumprimento logo que o primeiro helicóptero pesado Kamov ficou impedido de voar.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) afirmou hoje que a empresa Everjets deve ao Estado 3,43 milhões de euros por não cumprir o contrato de manutenção dos meios aéreos de combate a incêndios.

Em comunicado, a ANPC garante que avisou a empresa do incumprimento logo que o primeiro helicóptero pesado Kamov ficou impedido de voar, em 25 de janeiro.

“Aquando do início da situação de inoperatividade de cada uma das aeronaves consignadas à empresa Everjets”, e em duas outras ocasiões — a 26 e a 27 de março –, a ANPC “notificou a referida empresa da aplicação da penalidade diária devida pela indisponibilidade de cada uma das mencionadas aeronaves”, refere a Proteção Civil em comunicado hoje divulgado.

Segundo explica, as situações de inoperatividade aconteceram, num caso, pela “não renovação da licença de voo pela Autoridade Nacional de Aviação Civil, em virtude de ter sido ultrapassado o limite de vida útil de um componente” de um helicóptero, sem que tenha havido manutenção ou substituição.

Num outro caso, pela decisão da Everjets tirar do serviço uma aeronave que estava a substituir um dos helicópteros usados por Portugal enquanto este estava em manutenção. No terceiro caso, a decisão deveu-se ao facto de ter sido “ultrapassado o prazo de 672 horas de ‘indisponibilidade autorizada’” para manutenção.

Segundo avançou na quarta-feira o ministro Eduardo Cabrita, a Everjets foi notificada para pagamento de quase quatro milhões de euros por incumprimento, mas a empresa negou ter sido notificada.

A 28 de março, a Everjets anunciou que a Proteção Civil tinha selado as instalações e expulsado equipas que faziam manutenção a três helicópteros Kamov, no aeródromo de Ponte de Sor, Portalegre, avisando que a prontidão destas aeronaves ficava “seriamente comprometida”.

A ANPC invocou como motivo o facto de ter constatado movimentação de material da mencionada frota, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets), sem ter sido efetuada a identificação do referido material, nem ter sido solicitada a necessária autorização.

Para o ministro da Administração Interna, a decisão teve como base a “defesa do interesse público e nacional” naquilo que é “a defesa da operacionalidade e de uma relação contratual com entidades privadas”.

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