CGD entregou auditoria truncada no Parlamento. “Caixa cumprirá a lei”, diz Paulo Macedo
Tal como prometido, o presidente da CGD foi ao Parlamento entregar em mãos o relatório final da auditoria da EY a Teresa Leal Coelho, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças.
Tal como prometido, Paulo Macedo deslocou-se ao Parlamento ao início desta tarde para entregar pessoalmente o relatório final da auditoria da EY aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015 a Teresa Leal Coelho, a presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa que há largos meses solicitava o documento e lhe tinha negado pelo banco público por duas vezes. À terceira foi de vez.
O banco cedeu o documento ao Parlamento depois da autorização da Procuradoria-Geral da República, que disse esta semana que isso não vai colocar qualquer obstrução à execução da justiça. Na entrega do documento, Paulo Macedo sublinhou que “quer deixar a mancha negra de suspeição sobre a CGD”.
Ainda assim, o relatório que chega às mãos dos deputados poderá vir a revelar “inútil” porque parte da informação está rasurada para salvaguarda do dever de sigilo bancário. Foi isso que argumentaram Paulo Macedo e Rui Vilar, presidente do Conselho de Administração da CGD, na última carta que enviaram ao Parlamento: “O expurgo da informação coberta pelo dever de segrego tornaria o relatório inútil, na medida em que restariam apenas textos de teor incompreensível ou informação de natureza geral”.
A auditoria entregue, reconheceu Paulo Macedo, vem expurgada do “sigilo bancário e do sigilo profissional”. No entanto entanto, se “a lei [dos grandes devedores da banca] for promulgada, deverá ser disponibilizada na íntegra”. “A Caixa cumprirá sempre a lei”, remata o presidente da CGD.
Mesmo perante uma auditoria sem os nomes dos devedores, os partidos avançaram para uma terceira comissão de inquérito à CGD para apurar se houve “interferência política” na gestão do banco público no período em análise, e confrontar ainda os dados do relatório da auditoria com os testemunhos dos que intervieram nas duas primeiras comissões de inquérito.
Segundo a versão preliminar do relatório da EY, foram identificados um conjunto de financiamentos de alto risco que levaram a imparidades de 1.200 milhões de euros e outros investimentos ruinosos, por entre práticas de avaliação de risco e de concessão de crédito duvidosas para os auditores.
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