Maior aposta na digitalização do turismo poderá gerar mais 50.000 empregos em Portugal

  • Lusa
  • 26 Novembro 2019

Um estudo da Oxford Economics aponta que 80% das pesquisas por viagens já acontecem pela internet, bem como, 83% do alojamento disponível em Portugal já pode ser reservado pelo digital,

A maior aposta na digitalização da indústria do turismo português poderá gerar 50.000 empregos adicionais em Portugal nos próximos anos, revela um estudo da Oxford Economics encomendado pela Google divulgado esta terça-feira.

De acordo com o estudo, “existe um potencial de crescimento das receitas turísticas” e também “é possível gerar mais 50.000 empregos” com o digital, salientou José Maria Júdice, diretor de indústria [‘industry manager’] da Google para o turismo em Portugal.

“As melhorias na conectividade digital, desde 2012, em Portugal, geraram quase 50.000 empregos no turismo, uma proporção significativa face aos 250.000 empregos totais criados pelo turismo entre 2012 e 2018”, refere o estudo da Oxford Economics, acrescentando que “há hoje oportunidades para criar 50.000 novos empregos em Portugal nos próximos anos”.

Para isso, “maior investimento na infraestrutura digital, competências digitais e maior atividade digital são fatores críticos de sucesso para atingir os objetivos”, acrescenta o estudo.

“Cerca de 80% das pesquisas por viagens já acontecem no digital. É importante como país que continuemos com a melhoria dos conteúdos ‘online’ e na capacitação das pessoas que trabalham no setor do turismo para estarem mais confortáveis com o digital”, acrescentou José Maria Júdice, adiantando que o turismo português pode contar com o contributo da Google para ajudar o setor.

O estudo aponta ainda que 83% do alojamento disponível em Portugal já pode ser reservado pela Internet e gera 41% do volume de vendas do setor.

“É crítico que continuemos com a postura que temos tido nos últimos anos, de pensar no digital e de como é que ele consegue ajudar o turismo na trajetória de crescimento em Portugal e nós na Google estamos aqui para ajudar nesse caminho”, reiterou o responsável.

A Oxford Economics é uma empresa que faz análise das tendências económicas e já tinha feito estudos sobre o turismo em países no Sul da Europa.

“Entendemos que era interessante uma análise externa sobre a evolução que o turismo tinha feito e qual a oportunidade que temos para a frente e se o digital era uma parte importante da equação”, explicou José Maria Júdice.

A Oxford Economics destacou ainda a importância de um conjunto de mercados emergentes no turismo português, nomeadamente o Brasil e os Estados Unidos.

“Para ter uma ideia, em 2010 o mercado americano era o nono mais relevante em termos de turistas e em 2018 já era o sexto mercado”, afirmou o responsável da Google, apontando que os Estados Unidos estão “numa tendência claramente ascendente”.

Por sua vez, “o mercado brasileiro nos últimos anos praticamente dobrou o volume de turistas para Portugal”, apontou.

E de que forma a Google pode ajudar o setor do turismo em Portugal? José Maria Júdice salientou que a tecnológica “desde há alguns anos tem estado a apoiar bastante o setor” no mercado português.

“Seja na componente de capacitar as pessoas no setor, dar formações e ferramentas para estarem mais à vontade com digital e também através das nossas ferramentas de marketing digital”, explicou.

“O próximo desafio será conseguirmos promover Portugal além do ‘sol e praia'”, apontou, destacando o “enoturismo” ou o “turismo da saúde” como exemplos de alternativas ao modelo clássico.

“Temos ainda muito em Portugal para mostrar”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Risco de pobreza reduziu-se ligeiramente no ano passado. 17,2% da população tem menos de 501 euros por mês

Segundo o INE, a taxa que mede o risco de pobreza recuou para 17,2% no ano passado, menos uma décima que no ano anterior. Apesar da descida, o risco de pobreza entre os adultos em idade ativa subiu.

A taxa de risco de pobreza recuou uma décima no ano passado, afetando 17,2% da população, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. O risco de pobreza desce há quatro anos consecutivos, mas a redução registada em 2018 foi a mais tímida. Em risco de pobreza estão as pessoas com um rendimento líquido abaixo de 501 euros por mês.

Os dados publicados esta manhã pelo INE foram obtidos através do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado este ano, mas que incide sobre os rendimentos do ano passado.

O INE explica que a taxa de risco de pobreza correspondia, em 2018, à “proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto inferiores a 6.014 euros (501 euros por mês). Este limiar corresponde a 60% da mediana (10.023 euros) da distribuição dos rendimentos monetários equivalentes”.

Risco de pobreza baixa até aos 18 anos e idosos, mas sobe para adultos em idade ativa

A diminuição do risco de pobreza abrangeu em particular os menores de 18 anos e a população idosa. Já a taxa de pobreza para os adultos em idade ativa foi de 16,9%, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) que em 2017. Este movimento em contraciclo aconteceu pela primeira vez desde que a taxa de risco de pobreza está a descer.

“Apesar da população desempregada continuar a diminuir, o aumento da linha de pobreza relativa em 2018 refletiu-se num novo aumento do risco de pobreza para a população em situação de desemprego: de 45,7% em 2017 para 47,5% em 2018. Por seu turno, em 2018, o risco de pobreza para a população reformada diminuiu, com uma taxa de 15,2%, inferior em 0,5 p.p. em relação a 2017 (15,7%)”, escreve o instituto.

O INE avança que o risco de pobreza reduziu-se, “sobretudo para as famílias sem crianças. Em 2018, o risco de pobreza reduziu-se para os agregados sem crianças dependentes (16,2%, menos 0,2 p.p. que em 2017) e aumentou para os agregados com crianças dependentes (18,3%, mais 0,2 p.p. que no ano anterior)“.

A avaliação que o INE faz por género revela que o risco de pobreza desceu entre as mulheres mas manteve-se igual ao ano anterior no caso dos homens.

Risco de pobreza em Lisboa atinge quase um quinto da população por causa do custo de vida

Por regiões, e tal como aconteceu no ano anterior, a Área Metropolitana de Lisboa é a única que tem uma taxa de risco de pobreza inferior à média nacional (13,3%, contra 17,2%). É nas regiões autónomas onde o risco de pobreza é maior, principalmente nos Açores onde o risco é de 31,8%. O que quer dizer que quase um terço da população corre aquele risco.

No entanto, esta é taxa de risco de pobreza calculada com base no limiar nacional de pobreza. Quando se calcula o risco de pobreza tendo em conta o custo de vida regional, o retrato é outro.

Assim, tendo em conta o custo de vida em cada uma das regiões, a taxa de pobreza sobe em Lisboa (dos anteriores 13,3% para 19,4%), com esta região a subir para a terceira posição no ranking a seguir aos Açores e à Madeira, com taxas de pobreza de 23,6% e 19,7%. Ou seja, quase um quinto da população na Área Metropolitana de Lisboa está em risco de pobreza quando se tem em conta o custo de vida.

Isto significa também que quando se tem em conta o custo de vida, o risco de entrar em pobreza desce no Norte, Centro, Alentejo e Algarve e fica mais baixo do que na Área Metropolitana de Lisboa.

O INE revela ainda que as transferências sociais do Estado para a população ajudaram a reduzir o risco de pobreza, que a desigualdade diminuiu no ano passado e a privação material encolheu este ano.

(Notícia atualizada)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Livre falha prazo para entregar projeto sobre lei da nacionalidade

  • ECO
  • 26 Novembro 2019

A assessora jurídica de Joacine Katar Moreira garantiu que o projeto será entregue esta terça-feira, ainda que já não vá a tempo de ser discutido. Alteração à lei tem propostas do BE, PCP e PAN.

O Livre falhou a entrega do seu projeto sobre a lei da nacionalidade, uma das prioridades de campanha do partido, e cujo prazo terminou na sexta-feira passada. Dado o atraso, o Livre fica impedido de apresentar uma proposta ao debate marcado para dia 11 de dezembro.

Em declarações ao Jornal Público (acesso condicionado), Rute Serônio, assessora jurídica de Joacine Katar Moreira, garante que o projeto será entregue esta terça-feira, ainda que já não vá a tempo do debate. De acordo com o gabinete da única deputada do Livre com assento parlamentar, a entrega estaria prevista para sexta-feira, mas “não correu como esperado” devido aos problemas de comunicação já conhecidos.

Em causa está a alteração da lei da nacionalidade por forma a considerar que todos os cidadãos que nasçam em Portugal possam ser considerados portugueses, mesmo que os pais sejam estrangeiros. O Livre sempre definiu esta alteração como uma das suas prioridades principais e este tema foi inclusivamente um dos primeiros tópicos levados à Assembleia da República (AR) pela deputada Joacine Katar Moreira, na discussão do programa de Governo, a 30 de outubro.

Segundo o Diário de Notícias (acesso livre), o Bloco de Esquerda foi o primeiro partido a apresentar um projeto-lei sobre o tema, logo no primeiro dia trabalhos na AR. Seguindo as normas parlamentares, caso os restantes partidos quisessem fazer parte da discussão teriam que apresentar os projetos até esta sexta-feira. A lei vai ser discutida no Parlamento a 11 de dezembro e além do BE, PCP e PAN apresentaram as suas propostas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dobrável da Samsung chega a Portugal na semana do Natal. Custa 2.049 euros

O telemóvel dobrável da Samsung vai finalmente chegar a Portugal, mas já em cima do Natal. Tem um preço de 2.049 euros, anunciou a marca esta terça-feira.

O primeiro telemóvel dobrável do mercado vai chegar a Portugal. Nove meses depois de apresentar o Galaxy Fold, a Samsung anunciou que o topo de gama chega às lojas a 23 de dezembro, já em cima do fim da temporada de compras do Natal.

O Galaxy Fold, que tem um ecrã de 4,6 polegadas num dos lados e, depois de aberto, revela um ecrã maior de 7,3 polegadas, tem um preço inicial de 2.049 euros no país. O ecrã menor permite usar aplicações básicas, enviar mensagens e fazer chamadas, enquanto o ecrã grande está adaptado para correr até três apps em simultâneo, ou para o consumo de conteúdos.

Na apresentação, em Lisboa, José Correia, diretor de marketing da Samsung Portugal, reconheceu que o aparelho “chega a Portugal algum tempo depois de estar no mercado”, indicando que a fase de pré-vendas arranca a 6 de dezembro. A empresa aproveitou também para anunciar a reabertura da loja da marca no Centro Comercial Colombo.

A chegada do Galaxy Fold a Portugal acontece depois de os primeiros testes ao aparelho no estrangeiro terem exposto um telemóvel frágil, que deixou de funcionar ao fim de dois dias. O problema levou a empresa a adiar o lançamento e a aperfeiçoar o equipamento, que é mais sensível por ter um ecrã dobrável.

No evento, em Lisboa, o mesmo responsável garantiu que a dobradiça do ecrã suporta até 200 mil aberturas ou fechos. Ou seja, se usada “100 vezes por dia”, o equipamento durará cerca de cinco anos, estimou. Na caixa vem uma capa protetora feita do mesmo material com que são feitos os coletes à prova de bala, disse.

Questionado sobre o porquê de não lançar a tempo da Black Friday, José Correia considerou que este é um produto “que não foi feito a pensar” neste dia de promoções e descontos, que se assinala na sexta-feira, 29 de novembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ações do grupo Alibaba sobem 8% em estreia na bolsa de Hong Kong

  • Lusa
  • 26 Novembro 2019

Na sua estreia na bolsa de Hong Kong, as ações do grupo Alibaba dispararam 8%. Esta foi a maior entrada na bolsa de Hong Kong desde 2010 e um impulso raro para a cidade após meses de crise política.

As ações do gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba subiram, esta terça-feira, mais de 8%, na estreia na Bolsa de Valores de Hong Kong, cidade que atravessa uma das suas piores crises políticas de sempre.

A meio da tarde de hoje na China, as ações do Alibaba estavam a ser negociadas a 190,45 dólares de Hong Kong (22,08 euros). O preço de oferta inicial fixou-se em 176 dólares de Hong Kong.

O grupo, fundado pelo homem mais rico da China, Jack Ma, entrou para a História em 2014, quando realizou a maior oferta pública inicial de ações de sempre em Wall Street, mas escolheu agora Hong Kong para arrecadar fundos e impulsionar o seu desenvolvimento global.

A oferta de 500 milhões de novas ações realizada esta terça-feira arrecadou mais de 11 mil milhões de dólares (10 mil milhões de euros) – a maior entrada na bolsa de Hong Kong desde 2010 e um impulso raro para a cidade após meses de crise política.

O diretor executivo da Bolsa de Valores de Hong Kong, Charles Li, elogiou a empresa pela decisão em optar por Hong Kong. “Estou muito agradecido por o Alibaba, depois de cinco anos longe, finalmente ter voltado a casa. Também estou grato pela escolha ter sido feita apesar das dificuldades e desafios que Hong Kong enfrenta”, apontou, em comunicado.

O código de ações da empresa é 9988, um homónimo em chinês para “prosperidade eterna”. Os líderes chineses procuram incentivar os gigantes tecnológicos a serem cotados mais perto de Pequim, após o Alibaba ou o gigante da internet Baidu terem escolhido Wall Street.

A Bolsa de Hong Kong mudou as suas regras nos últimos anos para permitir que uma empresa seja cotada em dois lugares diferentes.

Fundado em 1999, o grupo Alibaba aproveitou ao máximo o ‘boom’ do comércio eletrónico na China: as suas várias plataformas de comércio online contam hoje com 785 milhões de utilizadores mensais no país asiático.

Nos próximos cinco anos, o grupo pretende alcançar mil milhões de consumidores na China – o país mais populoso do mundo, com cerca 1.400 milhões de habitantes. Até 2036, a meta do grupo é chegar aos 2.000 milhões de consumidores em todo o mundo.

Este mês, o grupo registou um novo valor recorde de vendas no maior festival de compras do mundo, o “Dia dos Solteiros”, celebrado na China a 11 de novembro pelos quatro ‘um’ que combinam nesta data (11/11), que afigura assim a condição de solteiro.

No total, as plataformas do grupo faturaram 35 mil milhões de dólares no espaço de 24 horas, um aumento de 26%, em relação ao ano passado. No conjunto, 200.000 marcas, incluindo cerveja ou vinhos portugueses, aderiram à iniciativa este ano, oferecendo descontos nos seus produtos.

“À medida que o mundo se converte numa economia digital (…), a globalização é o futuro do grupo Alibaba”, disse o presidente executivo (CEO) do grupo, Daniel Zhang, na sua carta aos investidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal tem segunda maior descida nos preços da eletricidade na UE. Mas continua entre os mais caros

Portugal registou a segunda queda mais expressiva nos preços da luz entre os países da União Europeia, ficando abaixo da média pela primeira vez desde 2014. Ainda assim, está entre os mais caros.

Portugal teve a segunda descida mais significativa nos preços da eletricidade entre os países da União Europeia (UE), no primeiro semestre deste ano, ficando apenas atrás da Dinamarca. Com esta queda, o preço da luz em Portugal ficou abaixo da média europeia pela primeira vez desde 2014. Ainda assim, continua no top 10 dos Estados-membros mais caros, tanto na luz como no gás.

A queda nos preços da eletricidade em Portugal foi de 4,1%, no primeiro semestre do ano, de acordo com os dados divulgados pelo gabinete de estatística da UE esta terça-feira. Com esta descida, o preço médio da eletricidade em Portugal, de 0,2154 euros por quilowatt-hora (kWh), acabou por ficar abaixo da média da UE, de 0,2159 euros por kWh.

Preços da eletricidade para consumidores domésticos, no primeiro semestre do anoEurostat

Esta é a primeira vez em cinco anos que Portugal fica abaixo da média europeia, segundo aponta a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em comunicado. “Por comparação com a Zona Euro, Portugal apresenta preços superiores desde o primeiro semestre de 2014, situação que se inverteu no primeiro semestre de 2019”, nota o regulador.

A queda nos preços não impediu, no entanto, que o país continuasse no topo da tabela, sendo o oitavo com preços mais caros. Já quando se olha para o preço médio em paridades do poder de compra (PPC), que é de 0,2571 euros por kWh, Portugal sobe para o quarto país mais caro.

A componente de taxas e impostos “apresenta para Portugal um peso de 49% do preço total pago pelos consumidores”, indica a ERSE. No segundo semestre deste ano, Portugal poderá registar novamente uma descida, de forma a refletir a aplicação da taxa reduzida do IVA à componente fixa de determinados fornecimentos de eletricidade e gás natural, que entrou em vigor em julho.

Já no que diz respeito ao gás natural, Portugal posicionou-se ainda mais acima na tabela dos preços, no primeiro semestre do ano. É o quinto Estado-membro da lista com os preços mais caros, à frente de países como Espanha, França ou Alemanha, e bem acima da média da União Europeia.

Preços de gás natural para consumidores domésticos, no primeiro semestre de 2019Eurostat

(Notícia atualizada às 11h15)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mercado de droga da União Europeia vale 30 mil milhões

  • Lusa
  • 26 Novembro 2019

De acordo com um relatório publicado esta terça-feira, o mercado de droga na União Europeia já vale 30 mil milhões de euros. Fica também um alerta para o aumento do crime organizado.

O mercado de droga na União Europeia (UE) vale 30 mil milhões de euros, a maioria relativos à canábis (39%) e à cocaína (31%), revela um relatório divulgado esta terça-feira, que alerta para o aumento do crime organizado e do terrorismo.

O relatório sobre os mercados de droga na UE, de 2019, publicado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA, sigla em inglês) e pelo serviço europeu de polícia Europol, dá conta que “os europeus gastam anualmente, pelo menos, 30 mil milhões de euros em droga, a nível retalhista, o que faz do mercado de droga uma importante fonte de rendimento para os grupos de criminalidade organizada” na União.

Deste montante, 11,6 mil milhões de euros por ano são gastos com canábis, seguindo-se a cocaína (9,1 mil milhões de euros), a heroína (7,4 mil milhões de euros) e anfetaminas e ecstasy (500 milhões de euros).

Além destas, o relatório destaca a existência de 55 novas substâncias psicoativas, num total de 731 já monitorizadas na UE, mas cujo impacto económico é desconhecido. Segundo o documento, os países da UE que, entre 2017 e 2018, tinham maior dimensão no mercado da droga europeu eram o Reino Unido (mais de 25 milhões de euros), Alemanha (quase 20 milhões de euros) e Holanda (10 milhões de euros).

Estes países estão “noutra escala” quando comparados com os restantes Estados-membros, com receitas muito mais baixas. Portugal fica a meio da tabela dos 28 Estados-membros, ocupando o 15.º lugar.

O relatório assinala que, “além do impacto económico, das mortes relacionadas com drogas e de outros danos à saúde pública, existem outras consequências dos mercados de droga, tais como ligações com atividades criminosas e terrorismo, impacto negativo na economia legal, violência nas comunidades, danos no meio ambiente e ainda a questão cada vez mais importante de como o mercado de drogas pode alimentar a corrupção e prejudicar a governança” na UE.

A título de exemplo, o documento refere que, em 2017, mais de um terço dos 5.000 grupos de crime organizado identificados na UE estavam diretamente envolvidos no mercado da droga.

Já quanto ao número de utilizadores, o documento precisa que 25 milhões de europeus entre 15 os 64 anos consumiram canábis no ano passado, enquanto cerca de quatro milhões utilizaram cocaína. A estes somam-se 1,3 milhões de “consumidores problemáticos” de heroína, bem como 1,7 milhões de consumidores que experimentaram anfetaminas ou metanfetaminas em 2018 e outros 2,6 milhões que experimentaram ecstasy.

De acordo com o documento, esta situação reflete “os altos níveis de produção [destas substâncias] em todo o mundo e na UE”, que estão “em níveis historicamente altos”.

Na apresentação do documento, em Bruxelas, o comissário europeu para a Assuntos Internos, Migração e Cidadania, Dimitris Avramopoulos salientou que “as drogas não só estão relacionadas com a saúde, como também com a segurança”. “Este relatório dá-nos uma perspetiva preocupante do mercado das drogas da UE, […] realçando desde logo uma dramática subida de substâncias sintéticas a aparecer no mercado”, acrescentou o responsável.

Dimitris Avramopoulos apontou que o documento também demonstra um aumento do crime organizado e a “ligação a outras áreas do crime como o terrorismo”, situação que afirmou ver com preocupação.

Por seu lado, o diretor do EMCDDA, Alexis Goosdeel, considerou que estes resultados são “uma chamada de atenção para os decisores políticos”, nomeadamente para a próxima Comissão Europeia, que deverá entrar em funções no dia 01 de dezembro.

Já a diretora da Europol, Catherine De Bolle, observou que o mercado de droga na UE “está numa dimensão sem precedentes”. “Não fazemos nem confiscamos o suficiente”, adiantou, pedindo mais medidas contra este mercado em evolução, nomeadamente tecnológica.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal falha meta europeia de ter 40% da população diplomada em 2020

  • ECO
  • 26 Novembro 2019

No ano passado, 33,5% da população portuguesa entre os 30 e os 34 anos tinha o ensino superior. A meta europeia é ter 40% da população diplomada.

Em 2018, 33,5% da população portuguesa entre os 30 e os 34 anos tinha o ensino superior. Este número fica abaixo da meta europeia estabelecida para o próximo ano, revela o relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE). O objetivo era atingir 40% da população diplomada.

Esta meta foi, no entanto, atingida pelas mulheres, sendo que na faixa etária entre os 30 e 34 anos, 42,5% tinham um diploma, em 2018, segundo os dados do relatório Estado da Educação, citado pelo Público (acesso pago). Já entre os homens o número cai para quase metade, fixando-se nos 24,1%.

O indicador que segue a população diplomada tem evoluído de forma positiva desde 2009, apesar de nos últimos anos ter vindo a abrandar e estagnar. Ainda assim, “a taxa de escolarização em 2017/18, entre os 18 e os 29 anos, regista uma evolução positiva, quando comparada com os dados de 2014/2015”, destacou o gabinete do ministro da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, ao diário.

A previsão, acrescenta o ministro, é que “os próximos anos confirmem uma dinâmica de crescimento” das qualificações no grupo etário entre os 30 e os 34 anos, “quando conjugadas com a implementação das medidas de reforço da formação superior na população portuguesa, previstas no Programa de Governo”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revista de imprensa internacional

Um sismo abalou a Albânia, o segundo num espaço de dois meses, na madrugada desta terça-feira. Os negociadores dos EUA e a China fizeram progressos, numa conversa por telefone.

Esta terça-feira, os jornais internacionais colocam em destaque um sismo, o segundo no espaço de dois meses, que abalou a Albânia, provocando pelo menos seis mortos e centenas de feridos. É também notícia um novo avanço nas conversações entre os Estados Unidos e a China, numa chamada telefónica realizada entre os principais negociadores. Em Hong Kong, a Alibaba começou a negociar na bolsa, angariando mais de 11 mil milhões de dólares. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

Reuters

Sismo na Albânia faz seis mortos e 300 feridos

Um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter abalou a Albânia, naquele que foi um dos tremores de terra mais poderosos em décadas, no país. Pelo menos seis pessoas morreram e 300 ficaram feridas, na sequência do sismo que fez edifícios colapsar, deixando pessoas soterradas. Este é o segundo sismo a atingir o país no espaço de menos de dois meses, e terá sido também sentido em Itália e na cidade sérvia de Novi Sad. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Bloomberg

China e EUA terão chegado a novo “consenso” durante a madrugada

A China e os EUA “chegaram a consenso para resolver de forma apropriada as questões relevantes” da guerra comercial e concordaram em manter contacto para fechar os pontos que ainda faltam do acordo comercial de “primeira fase”. A informação foi dada pelo Ministério chinês do Comércio, num comunicado onde dá conta de um telefonema entre representantes chineses e norte-americanos durante a madrugada desta terça-feira. Do lado dos EUA, há apenas a confirmação oficial de que decorreram negociações, mas silêncio em torno de detalhes. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Financial Times

Novas ações da Alibaba já negoceiam em Hong Kong. Grupo angaria 11 mil milhões de dólares

As ações da Alibaba subiram 6% em Hong Kong, depois de a empresa fundada por Jack Ma ter angariado mais de 11 mil milhões de dólares numa emissão de novas ações. Esta operação acontece cinco anos depois de a Alibaba ter angariado 25 mil milhões de dólares com a dispersão de capital na bolsa de Nova Iorque. Na estreia das novas ações em Hong Kong, Daniel Zhang, o recém-apontado presidente executivo, afirmou que a empresa “regressou a casa”. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Deadline

Netflix “salva” cinema histórico em Nova Iorque

A Netflix fechou um contrato de arrendamento do Paris Theatre, em Nova Iorque, o último cinema de apenas uma sala de Manhattan. O espaço tinha fechado em agosto, quando terminou o contrato com o grupo City Cinemas, e não conseguiu manter as portas abertas. A plataforma de streaming decidiu reavivar o local, assinando um contrato de longa duração, sendo que não revelou por quanto tempo seria. Entretanto, a Netflix colocou neste cinema, para uma exibição temporária, o seu filme, Marriage Story. Leia a notícia completa na Deadline (acesso livre, conteúdo em inglês).

Valor Económico

Brasil ameaça sair do Mercosul

O ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros indicou que uma saída do país do Mercosul está em cima da mesa, devido à crise na Argentina, que diz dificultar as exportações e apresentar uma ameaça ao crescimento da indústria brasileira. Ernesto Araújo indicou que a rutura não é o “plano A”, mas não está totalmente descartada. A oposição está a tentar travar que o Executivo de Jair Bolsonaro tome uma decisão isolada neste sentido. Leia a notícia completa no Valor Económico (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ensino a melhorar apesar de chumbos. Rapazes têm pior desempenho que raparigas

  • Lusa
  • 26 Novembro 2019

Segundo o CNE, no ano letivo de 2017/2018 as taxas de retenção e desistência diminuíram em todos os anos de escolaridade, com exceção do 3º ano que se manteve inalterado.

Os chumbos e a existência de “uma escola nitidamente muito feminina”, onde os rapazes têm menos sucesso, são dois dos fenómenos descritos no relatório “Estado da Educação 2018”, divulgado esta terça-feira e que apresenta um país a progredir.

“Todos os indicadores têm vindo a melhorar, designadamente as taxas de retenção”, sublinhou Maria Emília Brederode Santos, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), entidade que realizou o estudo. referindo-se aos resultados do “Estado da Educação 2018”, que faz um retrato do país em 2018, analisa a evolução da última década e compara Portugal com o resto da Europa.

Para a presidente do CNE, Portugal aproxima-se das metas estabelecidas com a União Europeia para 2020 e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, no que diz respeito à frequência da educação pré-escolar e à taxa geral de escolarização no ensino básico.

Outra boa notícia é Portugal ter atingido, no ano passado, “a taxa de retenção mais baixa da década” entre os alunos do 1.º ao 3.º ciclos, assinalou Maria Emília Brederode Santos.

No ano letivo de 2017/2018, as taxas de retenção e desistência diminuíram em todos os anos de escolaridade, com exceção do 3º ano que se manteve inalterado. “Ainda temos 7,8% de retenção” neste nível de ensino, lamentou.

No 8º ano, a taxa aumentou de 6,7% para 6,8%, relativamente ao ano anterior, lê-se no relatório do CNE divulgado esta terça-feira, que alerta para o facto de as histórias de insucesso crescerem à medida que se avança na escolaridade.

No 1.º ciclo (do 1.º ao 4,º ano), o problema atinge 2,8% das crianças, mas no 1.º os alunos não chumbam. Quando se olha para o ano seguinte, em que, pela primeira vez, é permitido reter um estudante, a situação agrava-se: 6,6% dos estudantes do 2.º ano de escolaridade não passam.

No 2º ciclo, as taxas também diminuíram, rondando agora os 5%, e no 3º ciclo é de 7,8%. A grande melhoria encontra-se entre os alunos do 9.º ano: em 2012/2013, a taxa de retenção e desistência era de 17,7% e agora é de 6,5%.

Lembrando que Portugal está longe da média da União Europeia, a presidente do CNE entende que é preciso fazer mais. “Continuamos preocupados, porque se nos compararmos com outros países, a taxa ainda é elevada”, disse, sublinhando que o chumbo “tem consequências a médio e longo e médio prazo”.

Ficar retido acaba por aumentar os casos de abandono escolar, reduzir as possibilidades de entrar no ensino superior assim como frequentar a educação de adultos. Maria Brederode afirma que também são as pessoas com mais qualificações que, mais tarde, acabam por voltar a estudar.

Por isso, a presidente do CNE entende que a escola precisa mudar: “Era importante também pensar que mudanças são necessárias na escola e que mudanças estão a ocorrer”.

O relatório indica, por exemplo, que o abandono escolar precoce em Portugal atinge 11,8% dos alunos, enquanto a média dos 28 países da União Europeia é de 10,6%. Apesar de estar acima da média europeia, Portugal registou uma evolução muito positiva na última década: em 2009 o abandono precoce em Portugal era de 30,9% enquanto na Europa era de 14,2%.

É no sexo masculino que o problema do insucesso tem mais impacto. “A escola está nitidamente muito feminina. As mulheres têm muito mais resultados positivos na escola do que os rapazes, uma diferença quase de metade no secundário e depois com a entrada no superior”, afirmou Maria Brederode Santos.

Por exemplo, notam-se grandes diferenças entre os jovens adultos com o ensino secundário completo: a maioria das mulheres (54%) entre os 25 e os 44 anos terminou o ensino obrigatório, ao passo que entre os homens a percentagem é de 44,8%.

A falta de qualificações dos jovens adultos era, precisamente, um dos graves problemas apontados aos portugueses, que também tem vindo a melhorar.Atualmente quase metade das pessoas entre os 25 e os 44 anos têm o ensino secundário completo. Em dez anos, este valor quase duplicou, sublinhou a presidente do CNE.

Também a percentagem de adultos com formação superior é muito diferente quando se compara homens e mulheres. Até 2020, pelo menos 40% dos adultos em Portugal deverão ter uma formação de ensino superior, mas a média nacional ainda ronda os 33,5%, segundo o relatório que mostra que Portugal manteve em 2018 a taxa de 2017.

No entanto, as mulheres já ultrapassaram a meta (42,5%), ao contrário dos homens em que apenas um em cada quatro tem o ensino superior (24,1%). Nesse período, a proporção de mulheres com formação superior aumentou 2,1 pontos percentuais, enquanto entre os homens se registou precisamente uma redução de 2,1 pontos percentuais.

Uma das razões para a baixa percentagem de homens com formação superior poderá estar relacionada com a opção por cursos vocacionais no ensino secundário, defendeu Brederode Santos.

Sublinhando a importância e qualidade destes cursos, a presidente do CNE lembrou que estes jovens acabam por ficar “em desvantagem” quando se candidatam ao ensino superior, uma vez que têm de fazer as mesmas provas de acesso.

Para o CNE, não se pode exigir aos alunos dos cursos profissionais conhecimento sobre matérias que não foram lecionadas nas aulas. O CNE não defende “uma via verde para o ensino superior”, mas a realização de exames tendo em conta as matérias dos programas.

No próximo ano, o CNE vai debruçar-se sobre a situação dos cursos vocacionais e profissionais em Portugal e a questão do acesso ao ensino superior.

O relatório divulgado esta terça-feira traz um novo capítulo dedicado a escolas e instituições que ousaram inovar com o objetivo de dar resposta a todos os seus alunos. Maria Brederode Santos explicou que este “Estado da Educação está sob o signo da mudança”.

São oito exemplos de escolas e instituições que conseguiram “ultrapassar o determinismo social”, lutando contra o insucesso que está habitualmente associado a crianças de famílias socioeconómicas mais desfavorecidas, e histórias que podem servir “como inspiração”.

São exemplos muito diversos, desde escolas do ensino obrigatório até universidades seniores, casos do interior do país mas também da periferia da capital ou das ilhas.

Mas há algo que os une: “Em todos há a convicção de que toda a gente pode aprender e que a escola está lá para isso”, resumiu Maria Emília Brederode Santos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Despesa do Estado com Educação a crescer mas longe de valores de 2009

  • Lusa
  • 26 Novembro 2019

No ano passado, a despesa do Estado cresceu 3% relativamente ao ano anterior (mais 253,14 milhões de euros), mas quando comparada com 2009, a despesa decresceu 8% (menos 727,51 milhões de euros).

A despesa do Estado em educação cresceu desde 2012, mas está ainda mais de 700 milhões de euros abaixo de 2009, indica o relatório Estado da Educação 2018, do Conselho Nacional de Educação (CNE), divulgado esta terça-feira.

De um ponto de vista geral, o CNE aponta que “a despesa do Estado em educação, em 2018, apresenta um acréscimo de cerca de 3% relativamente ao ano anterior (mais 253,14 milhões de euros)”, mas, “quando comparado com o ano inicial da série (2009), a despesa decresceu perto de 8% (menos 727,51 milhões de euros)”

Numa perspetiva que abrange toda a despesa do Estado com educação exceto o ensino superior, os números apontam para um aumento de 108 milhões de euros face ao ano anterior e uma diminuição de cerca de 12% (menos 867 milhões de euros), comparativamente a 2009.

O CNE refere que dos 6,3 mil milhões de euros gastos em educação não superior em 2018 pelo subsetor Estado, quase 4,7 mil milhões (76%) representam gastos com pessoal.

Se a educação pré-escolar e o ensino básico e secundário (na escola pública) e o ensino especial registaram um aumento de despesa, os gastos com o ensino profissional estão em queda há cinco anos e atingiram em 2018 o valor mais baixo da década, com 375 milhões de euros.

Também a despesa com ação social escolar baixou em 2018, com uma redução de mais de seis milhões de euros em apenas um ano.

Já o ensino superior registou em 2018 a despesa “mais alta da década, tendo aumentado cerca de 162 milhões no último ano” para cerca de 2,6 mil milhões de euros.

“Mais de metade é executada em despesas de pessoal e provém de receitas gerais”, refere o CNE, que indica ainda que em 2018 as universidades e politécnicos tiveram cerca de 600 milhões de euros de receitas próprias.

A ação social no ensino superior representou um acréscimo de despesa para o Estado em 2018, que gastou mais seis milhões de euros de fundos nacionais, mas os apoios sociais a universitários continuam a ser maioritariamente assegurados por fundos comunitários: cerca de 60% da despesa com ação social direta provêm de fundos europeus.

Dos 145,51 milhões de euros gastos em ação social direta em 2018, apenas 58,88 milhões de euros foram pagos pelo Estado, sendo os restantes 86,63 milhões de euros financiados por fundos comunitários.

O CNE aponta também que o valor da receita das instituições do ensino superior, sem incluir saldos de gerência, foi o mais alto da década, “tendo aumentado cerca de 250 milhões de euros no último ano”.

As propinas representaram para as instituições públicas receitas de cerca de 343 milhões de euros.

Ao nível da investigação científica, a despesa do Estado cresceu em 2018 quase 160 milhões de euros face ao ano anterior, para os 659 milhões de euros.

Para atingir a meta europeia de 2,7% do PIB investidos em investigação em desenvolvimento, Portugal vai ter que mais do que duplicar o investimento no setor, uma vez que os dados do relatório, neste caso referentes a 2017, apontam para gastos na ordem dos 1,3% do PIB.

Nesse ano a média da União Europeia foi de 2,1%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pelo menos nove mortos e 600 feridos em sismo na Albânia

  • ECO e Lusa
  • 26 Novembro 2019

Nove pessoas morreram e pelo menos 600 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6,4 na Albânia. O primeiro balanço apontava para um morto e 150 feridos.

Pelo menos nove pessoas morreram e cerca de 600 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter que atingiu esta madrugada a Albânia, anunciaram as autoridades. No entanto a comunicação social albanesa já dá conta de 13 mortos.

O primeiro balanço apontava para um morto e cerca de 150 feridos.

As vítimas encontradas até agora pelas equipas de resgate estavam em Durres, uma cidade costeira localizada a 40 quilómetros da capital e que foi mais próxima do epicentro do sismo, mas também em Thumana e Kurbin, duas pequenas cidades ao norte de Tirana, disse a ministra da Defesa, Olta Xhacka.

A maioria das vítimas morreu quando os prédios onde estavam desabaram na sequência do terramoto. Além disso, um homem morreu em Kurbin ao atirar-se da varanda de sua casa quando ia ser resgatado e outro perdeu o controlo do carro.

Entre as vítimas, conta-se uma menina de 10 anos encontrada sem vida sob os escombros de um prédio em Durres e um jovem de Thumana que acabara de sair da prisão. Segundo as autoridades de saúde da Albânia, cerca de 600 pessoas receberam assistência médica nos hospitais de Tirana, Durres, Kruja, Kurbin e Lezha, sendo que três estão em estado grave e um deles já foi operado.

As equipas de resgate conseguiram, até agora, resgatar 28 pessoas dos escombros.

O Executivo apelou aos cidadãos para que não viajem nos seus carros particulares, para evitar bloquearem o tráfego e a passagem de ambulâncias.

Atualmente, 400 membros das Forças Armadas estão no terreno e todo o Exército está em alerta.

Olta Xhacka indicou que os trabalhos de resgate estão a ser particularmente complicados, porque a remoção dos escombros está a ser realizada em prédios que ainda estão parcialmente de pé, mas em risco de colapso. “A situação é de uma dimensão tal que qualquer país teria dificuldade em enfrentá-la sozinho”, referiu Xhacka.

O primeiro-ministro albanês, Edi Rama, anunciou que forças de França, da Itália, da Grécia, da Sérvia, do Montenegro e de Kosovo se juntarão, em breve, às equipas locais.

O sismo foi sentido às 2h54 (1h54 em Lisboa) e os moradores de Tirana, em pânico, saíram às ruas, informou um correspondente da agência de notícias AFP.

O epicentro foi registado no Mar Adriático, a 34 quilómetros a noroeste da capital do país, Tirana, a uma profundidade de 10 quilómetros, de acordo com o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico.

Os danos são consideráveis”, apontaram as autoridades.

Um hotel de três andares em Durres, uma das mais importantes cidades do país, desabou enquanto outro prédio no centro da cidade ficou seriamente danificado. Pelo menos três prédios de apartamentos e a estação de distribuição de energia foram danificados em Thumane.

Este sismo foi seguido alguns minutos depois por vários tremores secundários, incluindo um de magnitude 5,3, na Bósnia, segundo o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico.

(Notícia atualizada às 12h18 com novo balanço de vítimas)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.